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AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO
NO ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Dianne Cristina Souza de Sena
(UFRN)
diannesena@hotmail.com
RESUMO: O presente ensaio tem como meta discutir uso das
Tecnologias da Informação e Comunicação no espaço escolar, com
vistas à contribuir para a ampliar a Prática Pedagógica dos
professores da rede pública municipal de educação, mais
especificamente do ensino fundamental. Como método utilizamos a
pesquisa-ação, pois assim tivemos a possibilidade de investigarmos o
objeto em questão e apresentarmos resultados.
PALAVRAS-CHAVES: Educação Física, TIC, Educação.
ABSTRACT:The present essay has as goal to argue use of the
Technologies of the Information and Communication in the pertaining
to school space, with sights to contributing to extend Practical the
Pedagogical one of the professors of the Municipal Public Net of
Education, more specifically of basic education. As method we use
the research-action, therefore thus we had the possibility to
investigate the object in question and to consider resulted.
KEY WORDS: Physical education, TIC, Education.
RESUMÉ: Présent essai a comme objectif discuter utilisation des
Technologies des Informations et Communication dans l'espace
scolaire, avec des vues à contribuer pour élargir la Pratique
Pédagogique des enseignants du Réseau Public Municipal
d'Éducation, plus spécifiquement de l'enseignement fondamental.
Comme méthode nous utilisons la recherche-action, donc nous avons
ainsi eu la possibilité d'enquêter l'objet concerné et de proposer des
résultats.
MOTS-CLÉ: Éducation Physique, TIC, Éducation.
Hipertextus Revista Digital (www.hipertextus.net), n.6, Ago. 2011
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Introdução
Em nosso caminhar docente, percebemos que a popularização das Tecnologias da
Informação e Comunicação – TIC – levou o computador às escolas como ferramenta de ensino
aprendizagem. Sua versatilidade e convergência midiática exercem grande fascínio sobre os
educandos, já que também está presente em suas práticas sociais. A utilização de jogos,
lanhouses, digitação de textos, uso de salas de bate-papo e participação em redes sociais,
representam essa prática que na escola se transpõe para o uso de softwares, jogos
educativos, enciclopédias virtuais e pesquisas em sítios da Internet. Mídias e tecnologias que
possibilitam novas formas de transmissão dos conteúdos pedagógicos ampliam o acesso à
informação e reconfiguram o espaço escolar.
Atualmente, observamos inúmeras políticas públicas voltadas à disseminação de
práticas educacionais que integrem as TIC para ensinar e aprender.É uma realidade que se
apresenta em grande expansão e que tem sido amplamente aceita pela sociedade, sendo vista
como uma oportunidade de eliminar diferenças e fomentar oportunidades laborais. Temos
ciência de que essa visão não resulta ganhos lineares, já que a capacidade que as TIC
possuem para transmitir e multiplicar conhecimentos esbarra na condição dos que possuem
acesso a esses recursos e dos que são excluídos. Conforme Schaff (1990), na sociedade
informática, a ciência pode assumir o papel de força produtiva e assim, produzir novas divisões
de classe e novas diferenças sociais entre as pessoas. Segundo ele:
pode-se produzir uma nova divisão entre as pessoas, a saber: uma
divisão entre as que têm algo que é socialmente importante e as que
não têm. Este “algo”, no caso, é a informação no sentido mais amplo
do termo que, em certas condições, pode substituir a propriedade dos
meios de produção como fator discriminante da nova divisão social,
um divisão semelhante, mas não idêntica, à atual subdivisão em
classes. (SCHAFF, 1990, p. 49)
Mas, apesar da crescente popularização dos computadores na educação e o grande
fascínio que eles exercem sobre as crianças e adolescentes, há o risco desta geração da
informática não ter acesso a um uso adequado e produtivo do computador, visto que o
processo de implementação e utilização deste instrumento, para o ensino, ultrapassa a
montagem de laboratórios de informática, além de que a introdução das TIC está associada
não apenas a mudanças tecnológicas, mas também às de cunho social.
É preciso também criar ambientes especialmente destinados à aprendizagem onde os
alunos possam construir seus conhecimentos de forma cooperativa e interativa não
esquecendo os estilos individuais de aprendizagem. Para isso, é necessário que os
professores estejam capacitados para preparar a sociedade para conviver com as TIC, como
agente participativo e produtivo.
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Na tentativa de acompanhar essas novas exigências, as instituições escolares vêm
incorporando novos parâmetros e conceitos às ações de ensino-aprendizagem. O uso de TIC
como forma de enriquecer e diversificar a experiência educacional oportuniza a aprendizagem
sob diferentes pontos de vista. O antigo paradigma educacional estruturado a partir de um
amontoado de conhecimentos e ignorando muitas vezes a capacidade cognitiva e criativa dos
educandos tornou-se incapaz de lidar com as constantes mudanças ocorridas na sociedade.
Em Natal-RN, a inclusão da TIC na sala de aula representa uma realidade objetiva, uma
vez que cerca de vinte e cinco escolas da Rede Municipal já possuem laboratórios de
informática. Nesses espaços, são desenvolvidas atividades pedagógicas, mas nem todos os
componentes curriculares fazem uso dessa tecnologia em suas práticas pedagógicas. Como
exemplo, temos a Escola Municipal Ivonete Maciel que, em 2008, foi contemplada com um
laboratório de informática, composto por dez computadores interligados em rede, com sistema
operacional Linux e acesso à internet. Algumas disciplinas foram beneficiadas no uso do
laboratório (Ciências, Matemática, Português) em detrimento de outras (Educação Física, Artes
e Ensino Religioso) que sofreram com a dificuldade na conjugação das práticas e conteúdos
pedagógicos tradicionais. A nossa experiência, como docente de Educação Física da Escola
Ivonete Maciel, verificou essa inquietante e desigual condição no aproveitamento dos recursos
de aprendizagem.
Esse distanciamento é causado pela visão deturpada de que a disciplina Educação
Física corresponde apenas a um momento de recreação, de diversão ou como um
preenchimento de carga horário em meio às disciplinas intelectuais. Outro fator que contribui
para a perpetuação desse olhar é a jovem inclusão da disciplina de Educação Física como
componente curricular da Educação Básica. Segundo PCN (1997, p. 24)
as Leis de Diretrizes e Bases promulgada em 20 de dezembro de
1996 busca transformar o caráter que a Educação Física assumiu nos
últimos anos ao explicar no art. 26,§ 3º, que “a Educação Física,
integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular
da Educação Básica, ajustando-se as faixas etárias e as condições
da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturno.
Nesse sentido, a Educação Física deve apresentar uma relação coerente entre
educação e sociedade, caracterizando o papel do professor e servindo de justificativa para sua
prática pedagógica. Para estabelecer esse elo, o presente estudo objetiva analisar a ação do
uso das TIC na prática da Educação Física e observar suas implicações nessa prática no
ensino fundamental.
Entendemos que a introdução de uma nova ferramenta tecnológica em qualquer espaço
social gera modificações e resistências, mas dentro do contexto atual da escola, o computador
seria uma ferramenta de grande utilidade para a potencialização das atividades. Assim,
apontamos a importância de estudar o uso das TIC para a prática pedagógica da Educação
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Física escolar no ensino fundamental, pois é seguindo este caminho que poderemos
compreender e aplicar com ergonomia e resultados positivos a tecnologia computacional no
contexto escolar.
1. As tecnologias da comunicação e da informação no contexto escolar
Nos laboratórios de informáticas são desenvolvidas atividades educativas voltadas à
diversas disciplinas, mas nem todos os componentes curriculares fazem uso dessa tecnologia
em sua prática pedagógica.
Na escola, diversas disciplinas do componente curricular utilizam o laboratório de
informática, exceto Educação Física, Artes e Ensino Religioso. Um fato inquietante, já que,
exercendo a docência da disciplina de Educação Física, da Escola Ivonete Maciel, vejo-me
impedida de conjugar novas práticas e conteúdos pedagógicos, permitidos com o uso do
laboratório de informática, ao cronograma trabalhado. Portanto, há uma necessidade de
revermos esse contexto e inserimosr a disciplina Educação Física nesse ambiente de
aprendizagem, como forma de ampliar suas práticas de ensino-aprendizagem.
A partir desse olhar, iniciei minhas leituras e pesquisas bibliográficas com intuito de
ampliar e aprofundar meu conhecimento sobre a temática. Os estudos identificaram a
incipiência de publicações sobre esse tema, fato que caracteriza esta minha pesquisa
como inédita.
Mais um motivo que justifica a pertinência de discutirmos o tema aqui apresentado, pois
as pesquisas até o momento são insipientes. Os temas que mais se aproximara, envolvem
estudos sobre a Formação Profissional em Ensino Superior, o uso da TIC na produção de
Mídias e a Indústria Cultural e a Mídia. Entendemos que a emergência de estudos na área é
fato urgente no tocante à Educação Física, já que a disciplina fica impedida de ampliar sua
área de atuação e não dialoga com a oferta.
A integração de TIC contribui para enriquecimento e desenvolvimento dos processos
educacionais, fortalecendo professores e alunos no processo ensino-aprendizagem,
possibilitando, nas aulas de Educação Física, uma relação de parceria e cumplicidade para o
desenvolvimento de um projeto comum. O professor será um facilitador da aprendizagem,
enquanto o aluno será um colaborador ativo.
A ênfase educacional está no aluna, na busca de informações com uso das TIC sobre
diversos assuntos, propostos pela docente da disciplina Educação Física. Os assuntos estarão
relacionados aos conteúdos: o jogo, o esporte, a dança, a ginástica e a luta.
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2. O ensino-aprendizagem por meio das tecnologias da comunicação e da
informação
Diante das mudanças que a tecnologia tem imposto à sociedade, é necessário que
voltemos a nossa atenção para temas como interdisciplinaridade e reorganização do
aprendizado à aquisição do conhecimento pelo aluno.
A introdução do uso das TIC no ambiente de aprendizagem proporcionará ao aluno
interação sobre os objetos de tal ambiente, tendo, desta forma, novas oportunidades de
construir o próprio conhecimento, que já não lhe é transmitido. O aluno não é mais instruído,
ensinado, passa agora a ser o construtor do próprio conhecimento. Este é o paradigma
construcionista, cuja ênfase está na aprendizagem, em vez de estar no ensino; está na
construção do conhecimento e não na instrução. As TIC propõem toda uma transformação da
concepção ensino-aprendizagem, tornando-se o aluno pensador, ativo e crítico. Transforma-se
em uma "ferramenta" que possibilita, ao aluno, entrar em contato com as ciências em geral,
criando seus próprios modelos.
A escola, segundo Marques (1999), Porto (2003) e Kenski (2003, 2007), defronta-se com
o desafio de se constituir em um tempo e espaço social e, assim, trazer paro seu contexto o
imenso oceano de informações que a envolve, no intuito de articular tais informações com os
conhecimentos escolares. Para esses autores, as tecnologias no espaço escolar precisam ser
entendidas em uma perspectiva que extrapola a idéia de ferramentas de auxílio ao ensino,
sendo [...] compreendidas e incorporadas pedagogicamente o que significa [...] respeitar as
especificidades do ensino e da própria tecnologia para poder garantir que o uso, realmente,
faça diferença (KENSKI, 2007, p. 46).
O uso das TIC tem que ocorrer de forma consciente e com conhecimento das
possibilidades de uso. A incorporação das TIC na escola, simplesmente agregadas ao já
estabelecido, transformando-a em um local “modernizado”, sem proporcionar discussões sobre
os conteúdos, processos de ensino e de aprendizagem e, paralelamente, sobre a forma de os
sujeitos escolares (professor, aluno, direção, coordenação pedagógica) se relacionarem, acaba
gerando esforços inúteis, visto que apenas levar as TIC para o contexto escolar não pressupõe
maior qualidade no ensino. O “tecnicismo” por si só não pressupõe mudanças ou melhorias
para a educação, ou seja, não garante avanços na aprendizagem do aluno. (MORAN 1998,
2000; PORTO 1998, 2003; KENSKI 2001, 2003 e GÓMEZ 2002).
Essa transformação no processo educativo depende, sobretudo, da superação do
modelo tradicional de educação escolar, que dificulta a interação e a mediação dialógica dos
sujeitos escolares com as TIC e com os conhecimentos advindos delas. Gómez (2002:65), cita
que a introdução das TIC, por si só, no contexto das escolas mexicanas, demonstrou que a
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“aprendizagem não se modifica, ou se modifica minimamente, e que inclusive em alguns casos
é até menor a que usualmente se realiza sem [a presença das] novas tecnologias”.
A aproximação das TIC ao meio escolar, na visão de Alava (2002), está articulada a uma
mudança de postura do educador frente ao aluno e ao conhecimento. O autor destaca a
importância de superar o velho modelo pedagógico e não apenas incorporar ao velho o novo
(tecnologia). Para isso, é preciso compreender que a ferramenta tecnológica, quando presente
na escola, não é o ponto fundamental no processo de ensino e aprendizagem, mas um
dispositivo que proporciona a mediação entre educador, educando e saberes escolares.
Segundo o autor, no atual momento, é necessária a consolidação de práticas pedagógicas
voltadas para a construção de saberes, que atendam aos interesses e necessidades do
educando.
Assim, considera-se a ferramenta tecnológica como um instrumento importante no
contexto escolar, quando articulada a uma prática formativa que leva em conta os saberes
trazidos pelo aprendiz, procurando juntá-los aos conhecimentos escolares, presentes
principalmente nas TIC; processo que origina práticas pedagógicas cuja mediação entre os
indivíduos (alunos e professores) e as tecnologias é essencial para a produção do
conhecimento.
As TIC possibilitam novos alicerces para a efetivação de antigas propostas de
mudança pedagógica. Segundo o autor, “o aparecimento das tecnologias de informação e
da comunicação pode ser a alavanca de inovações pedagógicas a serviço da construção
de saberes favorecendo a apropriação pelo sujeito de suas condutas de formação”
(ALAVA, 2002).
Moran (1998, 2000, 2001) e Kenski (2001, 2003, 2007), afirmam que, por meio das TIC,
é possível romper com as estruturas pré-estabelecidas da sala de aula, sendo necessário, para
tal, ampliar o conceito de espaço e tempo de ensino. Para eles, as TIC podem ser utilizadas
para a transformação do ambiente formal de ensino, de modo que, seja possível através delas
criar um espaço em que a produção do conhecimento aconteça de forma criativa, interessante
e participativa. A mudança no processo de ensino passa por um movimento em que educador
e educando aprendam e ensinem usando imagens (estáticas e/ou em movimento), sons,
formas textuais e diferentes ferramentas tecnológicas, para com isso adquirirem os
conhecimentos necessários à sobrevivência no dia-a-dia em sociedade. Essa forma de pensar
as TIC, como instrumentos formadores de sujeitos no ambiente escolar (escola fundamental,
média e superior), constroi-se não apenas com a presença (ou inserção) das ferramentas
tecnológicas na escola, mas também com a formação do professor capacitado a mediar TIC,
alunos, conhecimentos e realidade.
A dificuldade em utilizar as TIC numa perspectiva que busque romper com o modelo
didático cristalizado em muitos professores é, normalmente, causada pela falta de reflexão
sobre a formação técnica oferecida aos docentes para que eles possam lidar com as
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ferramentas tecnológicas (quando existem), em uma premissa de que, para ensinar, o
professor precisa, por exemplo, “mexer com o computador”, desconsiderando as
especificidades da realidade educacional. Portanto, a inserção das TIC no ambiente
educacional, exige inicialmente, a formação do professor em uma perspectiva que procure
desenvolver uma proposta que permita transformar o processo de ensino em algo dinâmico,
constante e desafiador com o suporte das tecnologias. Não se trata apenas de adaptar o
modelo de escola tradicional aos novos equipamentos ou vice-versa, já que novas tecnologias
e velhos hábitos de ensino não combinam.
Atualmente a formação docente exige a capacitação para lidar com uma sociedade
dinâmica e permeada por tecnologias; sendo de fundamental importância oferecer para os
professores uma formação que lhes possibilite trabalhar com as TIC e suas linguagens de
forma crítica e educativa (SAMPAIO e LEITE: 1999). As potencialidades das tecnologias
precisam ser utilizadas no processo educativo, e, é necessário oferecer ao professor maneiras
distintas de trabalhar com as ferramentas tecnológicas para que se consolidem mudanças na
ação educativa. Elas se baseiam no conceito “alfabetização tecnológica do professor”, por
entenderem que as TIC possuem linguagens próprias, que devem ser assimiladas por
professores e alunos. Assim, elas consideram que a alfabetização tecnológica deva propiciar a
interpretação e a ação crítica sobre as tecnologias e sua linguagem com o intuito de formar
cidadãos capazes de compreender a atual sociedade (SAMPAIO e LEITE, 1999).
A importância da profissionalização continuada dos professores e a necessidade de uma
aproximação entre estes e as tecnologias de informação e comunicação é, também, ressaltada
por Pimenta e Anastasiou (2002), as quais consideram um exagero afirmar que “os
computadores poderiam transformar as aulas e converter os professores em suportes e
ajudantes da aprendizagem”, mas não deixam de reiterar que se vive na sociedade tecnológica
na qual o papel do professor está mudando e por isso ele deve se pôr em dia com a tecnologia.
O uso das TIC na educação depende, antes mesmo da sua implantação na escola, da
formação do professor para lidar crítica e pedagogicamente com elas. É necessário que o
professor conheça os meios tecnológicos, suas interfaces e todas as possibilidades
educacionais no espaço presencial e virtual, para que possa utilizá-las nas variadas situações
de aprendizagem e nas mais diferentes realidades educacionais.
3. As tecnologias da comunicação e da informação na prática pedagógica
da Educação Física
As TIC proporcionam para a aula de Educação Física, um novo espaço de
aprendizagem, onde há a integração da cultura intra e extra-escolar dos alunos. Nesse âmbito,
as TIC estão ao alcance da população, apresentando informações abundantes e variadas, de
modo muito atrativo. Alunos estão constantemente interagindo com tecnologias e em contato
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com todo tipo de informação, especificamente, conteúdos sobre jogos, esportes, danças,
ginásticas e a lutas, que são conteúdos da disciplina Educação Física, assim como,
acontecimentos nacionais e internacionais, ou seja, diferentes assuntos, abordados com graus
de complexidade variados, expressando pontos de vista, valores e concepções diversos.
Os conteúdos educacionais precisam está contextualizados social e culturalmente
com a aprendizagem do discente. O aluno, hoje, ao ter contato com as TIC, depara-se com
um número ilimitado de informações, com a vantagem de serem elas provenientes de
diferentes culturas.
Algumas das implicações das TIC no processo de ensino-aprendizagem referem-se ao
papel do professor, antes considerado o detentor do conhecimento e agora se vê obrigado a
refletir sobre sua prática pedagógica e currículo, conteúdos, objetivos e metodologias
educativas como a popularização das TIC.
O conhecimento passou do papel às redes de computador: tempo e espaço são noções
que se tornam cada vez mais relativas, mudam os paradigmas. Tudo isso incide diretamente
num espaço: a escola, lugar em que justamente estão se preparando os sujeitos desse futuro,
no qual o social e o tecnológico serão inseparáveis.
A importância da interação entre professores e alunos no ensino com as tecnologias é
cada vez mais destacada no processo de inserção das TIC no cotidiano escolar, já que não
basta proporcionar o acesso ao computador nos ambientes escolares, pois o fundamental é
estar a escola no computador interagindo com outras escolas e com um mundo de informações
e conhecimentos diversos. (MARQUES, 1999)
A questão levantada pelo autor supracitado, na atual realidade, mostra-se pertinente,
porque nos faz pensar sobre a necessidade de ir além da simples disseminação das
ferramentas tecnológicas no contexto escolar. Nessa perspectiva, apenas o acesso à
tecnologia, que para muitos administradores da educação é uma garantia de transformação no
processo de ensino, é de fundamental importância, em princípio, tem se limitado a proporcionar
aos alunos e professores, o contato com a máquina, sem que sejam consideradas as inúmeras
possibilidades que podem advir da inserção das TIC no cotidiano educacional.
A tarefa de inserir as TIC na prática pedagógica da Educação Física não é fácil, porém
também não é impossível. Uma sugestão é planejar interlocuções pedagógicas com os
conteúdos da Educação Física agregando outros materiais (os tecnológicos), outros espaços e
novas metodologias, para mais tarde implementá-las. O importante é analisar cada caso em
particular, envolvendo a participação dos alunos no processo, e não perder de vista a
possibilidade de experimentar diferentes estratégias. Desta forma e, através dos ajustes
requeridos durante as experiências com TIC é que surgirão as possibilidades de atuação da
Educação Física nesses novos ambientes de aprendizagem, sempre considerando o uso das
tecnologias de forma colaborativa, associada ao componente curricular, nunca em substituição
aos conteúdos específicos.
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Assim, essa introdução efetiva das tecnologias, parte, inicialmente, da sua aceitação
pelos sujeitos escolares (professores e alunos), seguida da entrada da escola na realidade das
TIC, buscando aprender por meio delas, com elas e em interação com diversos contextos, que
extrapolam – virtualmente – o ambiente tradicional de ensino.
O presente estudo tem como corpus alunos do 5º ano do ensino fundamental. Com isso,
os textos a seguir abordaram as TIC no ambiente da criança.
Sabemos que as crianças que nasceram na década de 1980 assistiram a grandes
transformações nas ferramentas tecnológicas em diversos âmbitos, o surgimento de rádios on-
line, a expansão da televisão por cabo e o desenvolvimento de canais por satélite, ao mesmo
tempo em que puderam desfrutar da constante evolução dos vídeos games e jogos em rede.
Desfrutam, hoje, as transformações do telefone móvel integrando a possibilidade de
fotografar e filmar. Estas mídias fazem parte do seu quotidiano e a distinção “novas mídias” e
“velhas mídias” não tem significado para elas, todas estão integradas. Por outro lado, as
crianças que atualmente frequentam a escola, e principalmente, no ensino fundamental,
apresentando-se na fase de construção e desenvolvimento de atitudes e valores integral;
desfrutam de um cenário midiático extraordinariamente diversificado e encaram a situação de
forma natural como fazendo parte do seu dia-a-dia, podendo perceber as mídias de uma forma
diferente das gerações anteriores.
A autora Greenfield (1985) em estudos anteriores referia-se à enorme evolução dos
meios de comunicação que estavam integrando a vida quotidiana e às mudanças que
operavam não só nos costumes como na forma de pensar. Enquanto que os adultos se
esforçavam para se adaptarem à introdução destas novas tecnologias, para os jovens a
acomodação social era visível na facilidade com que experimentavam e utilizavam todas as
potencialidades destas tecnologias e na ausência de receio perante elas, num contexto onde
estas mídias têm um lugar importante nas formas de ocupação do tempo livre e nas suas
conversas. Naturalmente que estas mudanças se refletem na sua relação com a comunicação
escrita, nas aprendizagens escolares e nas formas de socialização.
As crianças, que estão inseridas num ambiente escolar, partilham alguns padrões de
vida no seu quotidiano, repartindo o tempo pela escola, amigos, família e também com as
mídias. As TIC não mais podem ser separadas da educação, do relacionamento com a família
e dos semelhantes e inclusive das perspectivas laborais. Por exemplo, o fator de se oferecer
um computador a uma criança pode afetar o tempo gasto noutras atividades e despertar uma
preferência profissional nesta área.
As crianças e os jovens constroem diferentes estilos de vida devido ao contato com as
diferentes TIC. Essas transformações passam pela forma mais individualizada de ocupação
dos tempos livres, quer em casa, quer em salas de jogos (lan house). A casa tornou-se assim
um espaço que desempenha um lugar cada vez mais representado, como lugar de ócio e
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trabalho com um número significativo de crianças e jovens a possuírem no seu quarto, na
escola e no bairro, computador, Internet, televisão e jogos eletrônicos.
Pasquier (2001), ao analisar os resultados de diversos estudos, concluiu que as mídias,
por exemplo, ambientes informatizados e conectados (em casa, escola), são atrativos para as
crianças, sendo considerado um local de ócio, ou seja, desocupação, lazer, ocorrendo a
reestruturação, ao mesmo tempo, da organização social da vida familiar.
As TIC (computador, Internet, jogos eletrônicos) estão mais ligados a relações com
pessoas do mesmo nível de conhecimento tecnológico do que com a família, e isso é uma das
razões que explica o fator de muitos pais não dominarem estas tecnologias. Reconhecem que,
apesar das tecnologias digitais exercerem um grande poder de atração sobre os jovens, não
ocupam a maior parte do tempo livre, caso eles as utilizem regularmente e de forma moderada.
O perfil dos utilizadores varia e é influenciado por diversos fatores como: o gênero, a idade, o
capital cultural da família, os gostos pessoais e as estratégias e modos individuais de uso das
TIC. As crianças estão tornando-se cidadãos globais ao entrarem em contato, através das
ferramentas computacionais, com outros lugares e culturas e já há alguns anos que são
encaradas como um potencial mercado.
O computador atingiu um espaço importante na vida da maioria das crianças
principalmente ao nível da ocupação dos tempos livres, o receio inicial protagonizado pela
televisão, da substituição da cultura oral e da tradição da leitura pela imagem, tem sido
ultimamente deslocado para as mídias interativas.
Estas alterações na vida das crianças também passam pela escola, ainda que em menor
escala por esta não acompanhar o ritmo de evolução da sociedade. Quem tem contato com
alunos já notou certamente a substituição de alguns jogos tradicionais pelos “Videogames e
jogos eletrônicos” (off-line e on-line) durante os intervalos ou mesmo em casa. O mesmo se
passa dentro da sala de aula com a utilização, cada vez maior, de tecnologias que recorrem à
interatividade (Internet, computador multimídia).
Nesse cerne, apresentamos algumas questões inquietantes, entre elas, podemos citar:
Como o professor pode incorporar esses novos instrumentos, as TIC, no processo de ensino-
aprendizagem da Educação Física? Como se pode lutar por uma política educacional que
amplie essas opções para as classes menos favorecidas, de modo que não aumente ainda
mais a exclusão social das massas? O que muda no currículo escolar e na maneira de se
trabalhar, quando as TIC ampliam infinitamente as possibilidades de acesso ao conhecimento,
por parte do aluno que navega nesse ciberespaço? Como se podem utilizar concretamente as
TIC para integrar as outras disciplinas escolares? O que muda na formação do professor para
ser um profissional dessa nova escola?
O presente estudo não elucidará todas essa questões, mas ao dedicar-se sobre como
incorporar as TIC no ensino da Educação Física contribuirá cientificamente para a modificação
e melhoria da educação.
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Considerações Finais
Sabendo que uso das Tecnologias da Informação e Comunicação no espaço escolar é
uma realidade na qual não podemos contornar, a comunidade escolar, familiares e políticas
públicas devem direcionar o desenvolvimento educacional para esse novo contexto social. A
Educação Física, inserida nesse âmbito, está mobilizando-se na tentativa de acompanhar
essas novas exigências, entendendo as TIC como um fator enriquecedor da experiência
educacional e que oportuniza a aprendizagem sob diferentes pontos de vista. As TIC propõem
toda uma transformação da concepção ensino-aprendizagem, tornande o aluno pensador, ativo
e crítico. A tarefa de inserir as TIC na prática pedagógica da Educação Física propõem planejar
interlocuções pedagógicas com os conteúdos da disciplina agregando outros materiais (os
tecnológicos), outros espaços e novas metodologias.
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