A noção ou o sentimento de solidão e de exílio é o resultado da contingência existencial, porquanto o homem é arremessado a um turbilhão insondável de exigências e obrigações, num universo que, segundo Sartre, é uma totalidade esfacelada, um mundo estilhaçado em miríades de consciências, sendo cada uma, por sua vez, um universo absoluto. Esta característica do mundo é apenas o reflexo da situação do homem. De fato, o homem se vê, cada vez mais surpreso e perplexo, às vezes ao ponto de verdadeira catatonia, diante por um lado, da sua dimensão poliédrica, das diversas identidades do seu eu, da sua diáspora e de seus devires, e de outro, da relação cada vez mais visceral de todos os homens que ele é (ou precisa ser). " (...) une foule de petites metamorfoses Anuário de Literatura 8, 2000, p. 85-93.