ArticlePDF Available

IMPACTOS DA GEOMETRIA URBANA NO MICROCLIMA

Authors:

Abstract

RESUMO O desenvolvimento tecnológico permitiu o processo de verticalização das cidades, alterando a paisagem urbana e o microclima local. Nesse sentido, esta pesquisa busca analisar o impacto da forma urbana, representada pelo fator de visão do céu, no microclima de ruas pedestre de Curitiba, restringindo-se a um período diurno específico. Foram coletados dados climáticos em 13 dias de medições, entre os meses de janeiro a agosto de 2009, totalizando 15 configurações urbanas distintas. Os resultados auferidos mostram a relação e tendência existente entre geometria urbana e microclima. Palavras-chave: Microclima urbano. Fator de visão do céu. Ruas de pedestres. INTRODUÇÃO A paisagem das cidades vem sendo pontuada por mudanças no espaço construído e no meio natural; fato justificado pelo acelerado crescimento urbano e apoiado nos avanços da técnica e da tecnologia. Nesse sentido, Suga (2005, p. 19) observa que "a busca constante pela exacerbação dos limites técnicos" refletiu na arquitetura, de modo que foi possível a "construção de edificações eminentemente verticais". O adensamento e a expansão horizontal das cidades quando não planejadas devidamente, podem trazer conseqüências ambientais significativas. Em geral, a configuração espacial das áreas mais adensadas é marcada por edificações implantadas ao longo do eixo das ruas, compondo o denominado cânion urbano (OKE, 1978). Nestas situações, as mudanças microclimáticas decorrentes das alterações nos balanços energético/hídrico/térmico e nos fluxos aerodinâmicos do ambiente urbano são ainda mais perceptíveis. As alterações no balanço de radiação referem-se ao decréscimo de radiação recebida em zonas sombreadas, ao aumento da radiação solar recebida e refletida internamente em cânions urbanos, à captação e armazenamento de calor pelos materiais de construção e à redução da radiação de onda longa emitida pela área urbana para a atmosfera devido às obstruções locais (OKE, 1978). Em relação a estas obstruções, a quantidade de céu visível de um determinado ponto, ou seja, o céu disponível para a dispersão de energia térmica pode ser determinado pelo fator de visão do céu (FVC). O valor do fator de visão do céu varia de 0 (zero) até 1, sendo que o valor 1 corresponde a uma área sem qualquer obstáculo que se interponha entre o ponto escolhido e o céu. O FVC tem sido comumente utilizado em estudos de trocas de energia (CHAPMAN; THORNES, 2004). Em relação aos resultados encontrados, nota-se uma divergência entre pesquisas que apontam haver relação entre a geometria urbana, definida pelo FVC, e a temperatura ambiente (UNGER, 2004; SVENSSON, 2004), e aquelas que demonstram pouca influência deste parâmetro para a determinação da temperatura local (ELIASSON, 1996; UPMANIS; CHEN, 1999). Estudos em clima urbano podem e devem servir de subsídio para o planejamento urbano. A expectativa é que, com o agravamento das condições climáticas (alagamentos, ondas de calor, etc), estudos relacionados ao clima urbano e, mais especificamente, que visem à mitigação dos efeitos das mudanças climáticas por meio de medidas adequadas de planejamento urbano, ganhem maior importância, tornando-se uma necessidade. Desta forma, esta pesquisa busca analisar a relação entre a geometria urbana e o microclima em ruas de pedestres de Curitiba.
1
IMPACTOS DA GEOMETRIA URBANA NO MICROCLIMA
Flávia Osaku Minella (1); Eduardo L. Krüger (2)
(1) Arquiteta, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Universidade Tecnológica
Federal do Paraná – PPGTE-UTFPR, Av. Sete de Setembro, 3165 CEP. 80230-901 Curitiba PR,
arqui_flavia@yahoo.com.br
(2) Professor Doutor, PPGTE-UTFPR, ekruger@utfpr.edu.br
RESUMO
O desenvolvimento tecnológico permitiu o processo de verticalização das cidades,
alterando a paisagem urbana e o microclima local. Nesse sentido, esta pesquisa busca
analisar o impacto da forma urbana, representada pelo fator de visão do céu, no microclima
de ruas pedestre de Curitiba, restringindo-se a um período diurno específico. Foram
coletados dados climáticos em 13 dias de medições, entre os meses de janeiro a agosto de
2009, totalizando 15 configurações urbanas distintas. Os resultados auferidos mostram a
relação e tendência existente entre geometria urbana e microclima.
Palavras-chave: Microclima urbano. Fator de visão do céu. Ruas de pedestres.
INTRODUÇÃO
A paisagem das cidades vem sendo pontuada por mudanças no espaço construído
e no meio natural; fato justificado pelo acelerado crescimento urbano e apoiado nos
avanços da técnica e da tecnologia. Nesse sentido, Suga (2005, p. 19) observa que “a
busca constante pela exacerbação dos limites técnicos” refletiu na arquitetura, de modo que
foi possível a “construção de edificações eminentemente verticais”. O adensamento e a
expansão horizontal das cidades quando não planejadas devidamente, podem trazer
conseqüências ambientais significativas. Em geral, a configuração espacial das áreas mais
adensadas é marcada por edificações implantadas ao longo do eixo das ruas, compondo o
denominado cânion urbano (OKE, 1978). Nestas situações, as mudanças microclimáticas
decorrentes das alterações nos balanços energético/hídrico/térmico e nos fluxos
aerodinâmicos do ambiente urbano são ainda mais perceptíveis. As alterações no balanço
de radiação referem-se ao decréscimo de radiação recebida em zonas sombreadas, ao
aumento da radiação solar recebida e refletida internamente em cânions urbanos, à
captação e armazenamento de calor pelos materiais de construção e à redução da radiação
de onda longa emitida pela área urbana para a atmosfera devido às obstruções locais
(OKE, 1978). Em relação a estas obstruções, a quantidade de céu visível de um
determinado ponto, ou seja, o céu disponível para a dispersão de energia térmica pode ser
determinado pelo fator de visão do céu (FVC).
O valor do fator de visão do céu varia de 0 (zero) até 1, sendo que o valor 1
corresponde a uma área sem qualquer obstáculo que se interponha entre o ponto escolhido
e o céu. O FVC tem sido comumente utilizado em estudos de trocas de energia
(CHAPMAN; THORNES, 2004). Em relação aos resultados encontrados, nota-se uma
divergência entre pesquisas que apontam haver relação entre a geometria urbana, definida
pelo FVC, e a temperatura ambiente (UNGER, 2004; SVENSSON, 2004), e aquelas que
demonstram pouca influência deste parâmetro para a determinação da temperatura local
(ELIASSON, 1996; UPMANIS; CHEN, 1999).
Estudos em clima urbano podem e devem servir de subsídio para o planejamento
urbano. A expectativa é que, com o agravamento das condições climáticas (alagamentos,
ondas de calor, etc), estudos relacionados ao clima urbano e, mais especificamente, que
visem à mitigação dos efeitos das mudanças climáticas por meio de medidas adequadas de
planejamento urbano, ganhem maior importância, tornando-se uma necessidade. Desta
forma, esta pesquisa busca analisar a relação entre a geometria urbana e o microclima em
ruas de pedestres de Curitiba.
2
MATERIAIS E MÉTODOS
Para este estudo, o modo de investigação envolve observações de campo, sendo a
pesquisa classificada como correlacional. A primeira etapa consistiu na determinação de
pontos passíveis para posterior monitoramento. Procurou-se mapear pontos na extensão
que abrange desde a Praça Santos Andrade até a Praça General Osório (pontos 1 a 11),
englobando todas as quadras do calçadão da Rua XV de Novembro. Além destes,
selecionaram-se pontos no entorno do calçadão: Rua Saldanha Marinho (pontos 12 e 13),
Praça Generoso Marques (pontos 14 a 16), Travessa Oliveira Bello (ponto 17) e a Rua
Senador Alencar Guimarães (ponto 18). Posteriormente, foram obtidas fotos olho de peixe
dos pontos aptos a serem monitorados, e calculado o FVC de cada ponto. Para tanto,
utilizou-se uma lente olho de peixe FC-E8 acoplada a uma câmera digital Nikon CoolPix
4500, sendo o cálculo do FVC realizado por intermédio do programa Rayman, software
desenvolvido por Andreas Matzarakis e de domínio público (http://www.mif.uni-
freiburg.de/RayMan/). Das 18 localidades passíveis de monitoramento, que totalizaram 19
pontos, uma vez que o ponto 6 foi subdividido em dois pontos (6a e 6b), selecionaram-se 15
pontos para medição (Figura 1), havendo repetição de alguns pontos.
PONTO 2
FVC = 0,20
PONTO 3
FVC = 0,32
PONTO 4
FVC = 0,34
PONTO 5
FVC = 0,22
PONTO 6a
FVC = 0,26
PONTO 6b
FVC= 0,27
PONTO 7
FVC = 0,39
PONTO 8
FVC = 0,37
PONTO 9
FVC = 0,29
PONTO 10
FVC = 0,30
PONTO 13
FVC = 0,21
PONTO 14
FVC = 0,55
PONTO 16
FVC = 0,38
PONTO 17
FVC = 0,21
PONTO 18
FVC = 0,30
FIGURA 1 – FOTO OLHO DE PEIXE E FVC DOS PONTOS MONITORADOS
O monitoramento das variáveis microclimáticas ocorreu sempre em pares e
simultaneamente em períodos de quatro horas (inicio às 11h01 e térmico às 15h00). No
total, foram 13 dias de monitoramento ao longo dos meses de janeiro a agosto de 2009. Em
relação ao estabelecimento dos pares de medição, procurou-se comparar diferentes
situações urbanas, como, por exemplo: cânions urbanos com diferenças consideráveis no
valor de FVC, como os pares 2 e 7; pares com pouca diferença na quantidade de céu
obstruído, como os pontos 8 e 16; comparação de cruzamento de vias com cânion e com
praça seca, pares 4 e 9 e pares 4 e 14, respectivamente. As coletas de dados climáticos
foram possíveis com o uso de duas estações meteorológicas da marca HOBO modelo H21-
001 (Figura 2).
3
FIGURA 2 – ESTAÇÃO HOBO (H21-001)
Cada estação estava equipada com
os seguintes instrumentos: sensor de
temperatura do ar e umidade (fixados na
altura de 110 cm), piranômetro (fixado a 160
cm) e sensor de direção e velocidade do
vento (fixado a 210 cm). As faixas de
precisão desses instrumentos satisfizeram
as recomendações da norma ISO 7726
(1998), que dispõe sobre os instrumentos
para a medição de variáveis físicas. Para se
obter a temperatura radiante média (Trm),
foram utilizados termômetros de globo de
cobre na cor cinza (fixados a 110 cm do
solo), com Ø=2”. A Trm foi calculada pela
fórmula para convecção forçada, definida
pela ISO 7726 (1998).
RESULTADOS
Medições meteorológicas oficiais são realizadas pelo Instituto Nacional de
Meteorologia (INMET) em uma estação no Centro Politécnico da UFPR, na região leste da
cidade. Para a verificação da existência de ilha de calor nas áreas de monitoramento, foram
obtidas as diferenças entre os valores médios de temperatura do ar (T) obtidos nestes
locais com as médias de T registradas pelo INMET, para todos os dias e para o período das
quatro horas correspondentes às medições. Verificaram-se, também, as diferenças dos
valores médios de Trm obtidos por meio das medições e os valores médios de T medidos
pelo INMET (
Trm-T
), durante o período de monitoramento correspondente. No diagrama de
dispersão entre o FVC e a ilha de calor diurna (Gráfico 1), a correlação foi baixa, quase nula
(R² = 0,10). em relação às diferenças de temperatura (
Trm-T
) e o FVC, o coeficiente de
determinação foi de 0,35, com correlação correspondente de 0,59 (Gráfico 2).
y = 3,0545x - 0,6535
R
2
= 0,10
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
0,0 0,2 0,4 0,6
FVC
Ilha C) - período diurno
GRÁFICO 1 – GRÁFICO DE DISPERSÃO
ENTRE FVC E ILHA DE CALOR DIURNA
y = 47,657x - 4,4341
R
2
= 0,35
-5,0
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
0,0 0,2 0,4 0,6
FVC
Trm-T (°C)
GRÁFICO 2 – GRÁFICO DE DISPERSÃO ENTRE
FVC E TRM-T
Embora os coeficientes de determinação tenham sido baixos, percebe-se por meio
das retas ascendentes dos gráficos de dispersão, a tendência de que pontos com maior
valor de FVC apresentem temperaturas mais altas. Ainda em relação à análise de Trm e
FVC, foram agrupados dados de
Trm-T
em pontos com mesmo valor de FVC, isto é, pontos
repetidos durante a campanha de medições. Desta maneira, para os pontos 2 (FVC 0,20); 3
(FVC 0,32); 4 (FVC 0,34); 7 (FVC 0,39); 10 (FVC 0,30) e 14 (FVC 0,55), foram extraídos
4
valores médios de Trm. Embora o agrupamento de dados não seja a situação ideal, o
agrupamento das diferenças de valores médios de Trm medidos in loco com as médias de T
obtidas pelo INMET se justifica por ser a configuração urbana o parâmetro central da
pesquisa, não sendo consideradas outras variáveis, como por exemplo, o albedo.
y = 52,992x - 7,088
R
2
= 0,57
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
0,0 0,2 0,4 0,6
FVC
Trm-T (°C)
GRÁFICO 3 – GRÁFICO DE DISPERSÃO
ENTRE FVC E TRM-T (DADOS AGRUPADOS)
Nesse caso, o coeficiente de
determinação foi de 0,57 (Gráfico 3), com
correlação correspondente de 0,75.
As análises demonstram que o FVC
não é necessariamente fator determinante
do microclima urbano no período diurno em
razão da diversidade de variáveis climáticas
que influem na determinação da T e da Trm.
Todavia, quando considerado somente o
FVC, independente de outras
condicionantes, percebe-se que o R² é mais
significativo (0,57). Sabe-se que uma das
questões determinantes para os valores de
T e Trm é a quantidade de radiação
incidente no local observado, sendo
necessária a análise da acessibilidade solar
nestes pontos.
RELAÇÃO ENTRE ACESSIBILIDADE SOLAR E O FVC
Considerando a importância da quantidade de radiação solar para a determinação
dos valores de Trm, foram feitas interpretações da incidência solar em cada ponto, por meio
de cartas solares plotadas sobre as imagens olho de peixe. Tanto as fotos olho de peixe
como as cartas solares utilizadas possuem projeção eqüidistante, sendo as trajetórias
solares traçadas individualmente para cada dia de medição com auxílio do programa
Rayman. Como exemplo, cita-se o dia 25/03/2009, no qual foram monitorados os pontos 10
(FVC 0,32) e 3 (FVC 0,30). Durante todo o período de monitoramento, o ponto 3 recebe
incidência solar, enquanto o ponto 10 sofre influência do sombreamento gerado pelas
obstruções do entorno (Figura 3). Apesar dos valores de FVC serem semelhantes, em
decorrência da geometria urbana, há 65% de diferença nos valores de radiação solar
incidente nos pontos (731 W/m² no ponto 10 e 2083 W/m² no ponto 3).
PONTO 1O
PONTO 3
FIGURA 3 – FOTO OLHO DE PEIXE COM CARTA SOLAR PARA OS PONTOS 10 E 3
Fonte: Minella (2009)
Na análise da carta solar sobreposta a foto olho de peixe, é atestado que, embora
o FVC possa auxiliar na definição da forma urbana, este é um parâmetro limitado para
5
descrever as irregularidades da geometria urbana, ainda que seja um avanço quando
comparado a simplificação da relação entre a altura da edificação (H) e largura da caixa de
rua (W), relação H/W. Pois a radiação solar pode atingir de maneiras distintas pontos com
valores de FVCs semelhantes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento tecnológico e o domínio técnico permitiram a verticalização das
cidades, transformando a morfologia dos grandes centros urbanos. A modificação do
espaço natural altera o microclima local, sendo percebidas, de maneira geral, inadequações
climáticas. O presente estudo buscou o entendimento de impactos microclimáticos do
desenho urbano. As análises demonstram que, devido à influência de outros parâmetros
climáticos, o fator de visão do céu não é necessariamente determinante do microclima
urbano. Porém, quando considerado independente de outras condicionantes (agrupamento
de dados de
Trm-T
em pontos que foram monitorados mais de uma vez), percebe-se que a
correlação é relativamente alta (R = 0,75). Na análise da carta solar, foi possível verificar
uma limitação do FVC, pois este parâmetro quantifica a área de céu disponível, não
havendo relação direta com a questão do acesso solar. Assim, verifica-se que o impacto da
geometria urbana no microclima deve ser analisado em conjunto com a questão da
acessibilidade solar. Quanto à limitação da pesquisa, cita-se a questão da amostragem.
Embora não tenha sido possível estabelecer uma caracterização climática dos pontos, foi
possível apontar tendências.
REFERÊNCIAS
CHAPMAN, L.; THORNES, J. E. Real-time sky-view factor calculation and approximation. J.
Atmos. Oceanic. Technol., v. 21, n.5, p. 730-742, 2004.
ELIASSON, Ingegärd. Urban Nocturnal Temperatures, Street Geometry and Land Use.
Atmos. Environ. , v. 30, p. 379-392, 1996.
ISO 7726 Ergonomics of the Thermal Environment: Instruments of measuring physycal
quantities. ISO, 1998.
MINELLA, Flavia O. Avaliação da influência de aspectos da geometria urbana sobre
níveis de conforto térmico em ruas de pedestres de Curitiba. 2009. 163 f. Dissertação
(Mestrado em Programa de Pós Graduação em Tecnologia) – UTFPR, 2009.
OKE, T. R. Boundary layer climates. Nova York: Methuen, 1978.
SUGA, Mauro. Avaliação do potencial de aproveitamento de luz natural em cânions
urbanos: estudo realizado nos eixos estruturais de Curitiba. 2005. 211 f. Dissertação
(Mestrado em Programa de Pós Graduação Em Tecnologia) – UTFPR. Disponível em:
<http://www.ppgte.ct.utfpr.edu.br/dissertacoes/2005/Suga.pdf> Acesso em 21 nov. 2008.
SVENSSON, M. K. Sky view factor analysis – implications for urban air temperature
differences. Meteorol. Appl., v. 11, p. 201–211, 2004.
UNGER, J. Intra-urban relationship between surface geometry and urban heat island: review
and new approach. Clim Res, v. 27, p. 253–264, 2004.
UPMANIS, H.; CHEN, D. Influence of geographical factors and meteorological variables on
nocturnal urban – park temperature - differences – A case study of summer 1995 in
Göteborg, Sweden. Clim Res, v. 13, p. 125-139, 1999.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à Francine Rossi, à Cíntia Tamura e ao Francisco Rasia.
Agradecem, também, ao Prof. Dr. Fernando Oscar Ruttkay Pereira pelo empréstimo da
câmera fotográfica, ao CNPq pelo apoio financeiro (Projeto Universal 474358/2007-0,
Universal 2007, FaixaB), e a CAPES pela concessão da bolsa.
Article
Full-text available
Resumo Este trabalho apresenta o procedimento para realizar a calibração de um modelo climático do ENVI-met, com suas etapas metodológicas, para a avaliação de espaços urbanos abertos de porções da cidade de São Paulo na condição deum dia quente e seco, marcado por altas temperaturas e incidência solar, baixa umidade e baixa nebulosidade. O processo de calibração foi realizado por meio de sucessivas simulações baseadas em dados microclimáticos de medições realizadas no local representado nas simulações, além de dados das estações meteorológicas do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas(IAG/USP) e do arquivo climático do Aeroporto de Congonhas, e seus resultados foram avaliados comparando-se as principais variáveis microclimáticas (temperatura do ar, umidade relativa, velocidade do vento, direção do vento e radiação) entre simulação e medições. O modelo calibrado apresentou aderência às medições realizadas, dentro dos limites de tolerância esperados, e no processo de calibração foi possível evidenciar as vantagens do uso do ENVI-met, sua adequação e adaptabilidade para modelos representativos de São Paulo, e as principais dificuldades do processo de simulação, sobretudo em função das grandes necessidades de capacidade e tempo de computação para o processamento das simulações.
Article
Full-text available
This study deals with the magnitude of influence of various geographical factors and meteorological variables on the air temperature difference between a park and a built-up area (ΔT(u-p)). The statistical analysis focuses on the time of nocturnal maximum ΔT(u-p) in summer in Goteborg, Sweden, during May to October 1995. The geographical factors include sky view factor, height above sea level and distance from the park border. The meteorological variables considered include wind, cloud cover and type, global radiation, air temperature, subsurface temperature and humidity. Principal component analysis is used to identify temporal and spatial patterns of the temperature anomaly along a transect across the built-up area and green area. The first principal loading is found to explain 71% of the total variance. It represents a kind of mean pattern and depicts the dominant distribution of the anomaly along the transect, which is interpreted as being created by the differences in surface characteristics. Distance from the park border accounts for 86% of the spatial variation in air temperature. The magnitude of this pattern is mainly modulated by the average wind speed and the average cloud index, i.e. cloud cover and type, from sunset until the time of interest, i.e. 27 and 13% respectively of the variation in ΔT(u-p) can be explained by these variables. Subsurface temperature and urban-park vapour pressure difference can explain minor parts of the variation in ΔT(u-p). The wind direction affected both the spatial pattern and the magnitude of ΔT(u-p). The influence on magnitude under different wind directions was probably caused by the difference in relative sizes between the warm built-up area and the colder park and suburban area.
Article
Full-text available
Previously, the acquisition of sky-view factor data for climate studies has been time consuming and dependent on postprocessing. However, advances in technology now mean that techniques using fish-eye imagery can be algorithmically processed in real time to provide an instant calculation of the sky-view factor. Although data collection is often limited due to the need to survey under homogenous overcast skies, vast datasets can now be rapidly assembled for the training of proxy "all weather" techniques. An artificial neural network is used to estimate the sky-view factor using raw global positioning system (GPS) data and is shown to explain over 69% of the variation of the sky-view factor in urban areas.
Article
This paper provides a comprehensive review of the intra-urban sky view factor (SVF)-temperature relationship. A new approach to reveal the real connection between SVF and air temperature in an entire city is presented. The results found in the literature are rather contradictory, possibly due the fact that previous investigations were limited to the central or specific parts (e.g. inner city, urban canyons) of cities and used few sites and measurements. Comparisons were often based on element pairs measured at selected sites. In some cases areal means were also discussed, but always in connection with one of the variables examined. For comparison, the present study in Szeged, SE Hungary, utilizes a large number of areal means of SVF and air temperature. The values are related to almost a whole city and based on numerous measurements. The results show a strong relationship in the intra-urban variations of these variables, i.e. urban surface geometry is a significant determining factor of the air temperature distribution inside a city if the selected scale is appropriate. Therefore, investigation of a sufficient number of appropriate-sized areas covering the largest part of a city or the entire city is needed to draw well-established conclusions.
Article
This study identifies the use of the sky view factor (SVF) in urban climate studies. In addition, it relates air temperature differences to the SVF and examines these differences with respect to the height at which fish-eye photographs are taken for the calculation of the SVF. The study focuses on night-time air temperature patterns within the urban canopy using data collected during clear, calm nights from sixteen permanent stations and from car measurements. Fish-eye photographs taken at two levels (2 m above ground and at ground level) are compared and shown to be statistically different. The results of the study performed in Göteborg, Sweden, indicate a fairly strong relationship between air temperature and SVF. The permanent stations used indicate that it is better to use fish-eye photographs taken at ground level. The relationship is determined by means of regression analysis. The SVF variation in urban areas and the importance of SVF in relation to other central parameters such as thermal admittance are also discussed. Copyright © 2004 Royal Meteorological Society
ISO 7726 Ergonomics of the Thermal Environment: Instruments of measuring physycal quantities. ISO, 1998. MINELLA, Flavia O. Avaliação da influência de aspectos da geometria urbana sobre níveis de conforto térmico em ruas de pedestres de Curitiba
  • Eliasson
  • Ingegärd
ELIASSON, Ingegärd. Urban Nocturnal Temperatures, Street Geometry and Land Use. Atmos. Environ., v. 30, p. 379-392, 1996. ISO 7726 Ergonomics of the Thermal Environment: Instruments of measuring physycal quantities. ISO, 1998. MINELLA, Flavia O. Avaliação da influência de aspectos da geometria urbana sobre níveis de conforto térmico em ruas de pedestres de Curitiba. 2009. 163 f. Dissertação (Mestrado em Programa de Pós Graduação em Tecnologia) – UTFPR, 2009. OKE, T. R. Boundary layer climates. Nova York: Methuen, 1978. SUGA, Mauro. Avaliação do potencial de aproveitamento de luz natural em cânions urbanos: estudo realizado nos eixos estruturais de Curitiba. 2005. 211 f. Dissertação (Mestrado em Programa de Pós Graduação Em Tecnologia) – UTFPR.
Urban Nocturnal Temperatures
  • Ingegärd Eliasson
ELIASSON, Ingegärd. Urban Nocturnal Temperatures, Street Geometry and Land Use.
Fernando Oscar Ruttkay Pereira pelo empréstimo da câmera fotográfica, ao CNPq pelo apoio financeiro (Projeto Universal
  • Agradecem
  • Prof
  • Dr
Agradecem, também, ao Prof. Dr. Fernando Oscar Ruttkay Pereira pelo empréstimo da câmera fotográfica, ao CNPq pelo apoio financeiro (Projeto Universal 474358/2007-0, Universal 2007, FaixaB), e a CAPES pela concessão da bolsa.
Avaliação do potencial de aproveitamento de luz natural em cânions urbanos: estudo realizado nos eixos estruturais de Curitiba
  • Mauro Suga
SUGA, Mauro. Avaliação do potencial de aproveitamento de luz natural em cânions urbanos: estudo realizado nos eixos estruturais de Curitiba. 2005. 211 f. Dissertação (Mestrado em Programa de Pós Graduação Em Tecnologia) – UTFPR. Disponível em: <http://www.ppgte.ct.utfpr.edu.br/dissertacoes/2005/Suga.pdf> Acesso em 21 nov. 2008.
ISO 7726 Ergonomics of the Thermal Environment: Instruments of measuring physycal quantities
  • Ingegärd Eliasson
ELIASSON, Ingegärd. Urban Nocturnal Temperatures, Street Geometry and Land Use. Atmos. Environ., v. 30, p. 379-392, 1996. ISO 7726 Ergonomics of the Thermal Environment: Instruments of measuring physycal quantities. ISO, 1998.
Avaliação do potencial de aproveitamento de luz natural em cânions urbanos: estudo realizado nos eixos estruturais de Curitiba. 2005. 211 f. Dissertação (Mestrado em Programa de Pós Graduação Em Tecnologia) -UTFPR
  • Flavia O Minella
  • T R Oke
  • Mauro Suga
MINELLA, Flavia O. Avaliação da influência de aspectos da geometria urbana sobre níveis de conforto térmico em ruas de pedestres de Curitiba. 2009. 163 f. Dissertação (Mestrado em Programa de Pós Graduação em Tecnologia) -UTFPR, 2009. OKE, T. R. Boundary layer climates. Nova York: Methuen, 1978. SUGA, Mauro. Avaliação do potencial de aproveitamento de luz natural em cânions urbanos: estudo realizado nos eixos estruturais de Curitiba. 2005. 211 f. Dissertação (Mestrado em Programa de Pós Graduação Em Tecnologia) -UTFPR. Disponível em: <http://www.ppgte.ct.utfpr.edu.br/dissertacoes/2005/Suga.pdf> Acesso em 21 nov. 2008. SVENSSON, M. K. Sky view factor analysis -implications for urban air temperature differences. Meteorol. Appl., v. 11, p. 201-211, 2004.