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NO 60
OUT a DEZ 2005
COORDENADORIA DAS ASSOCIAÇÕES ORQUIDÓFILAS DO BRASIL
Boletim CAOB
COORDENADORIA DAS ASSOCIAÇÕES
ORQUIDÓFILAS DO BRASIL
NO 60 OUT a DEZ 2005
Editorado em dezembro de 2006
Distribuição: 30 de janeiro de 2006
ISSN 1419-4590
Produção
DIRETORIA 2005 - 2006
Presidente Valdenes Augusto Jordão (Santa Rita do Passa Quatro - SP)
1o Vice-Presidente Nivaldo José Cruz (Botucatu - SP)
2o Vice-Presidente Oswaldo Franchini (Uberaba - MG)
3o Vice-Presidente Carmen Sylvia Drub Guimarães Gallo (Jaboticabal - SP)
Secretário Geral Antonio Edson Bacci (Pirassununga - SP)
1o Secretário Roberto A. de Jesus Patrezze (Porto Ferreira - SP)
2o Secretário Fernando César Schincariol (Capivari - SP)
1o Tesoureiro José Carlos Baptista (Porto Ferreira - SP)
2o Tesoureiro Luiz Manoel Amâncio (Leme - SP)
CONSELHO DELIBERATIVO
Gérsio José Rossi (Matão - SP), Ronald Orney Gallo (Jaboticabal - SP), Marco Aurélio Gilberti
(Franca - SP), Sônia B. dos S. Valiatti (Catanduva - SP), Orquidário Melos (Votuporanga - SP),
Adolpho Radaelli (Guaxupé - MG), Salvador Antonio Gorni (Piracicaba - SP), Roberto F. de Campos
(Leme - SP), Istoshi Saito (Bauru - SP), Silvana Maria Reginaldo (Porto Ferreira - SP), Reinaldo M.
Alcardo (KS Orchids, Pindamonhangaba - SP), José Luiz Martins André (Registro - SP) e
Fernando César Schincariol.
Presidente Luiz Carlos Setti (Batatais - SP)
Secretário Wilson Ribeiro de Andrade (Araguari - MG)
CONSELHO FISCAL
Luiz Devitte Gomar (Porto Ferreira - SP) e Wanderley Francisco Gulli (Jaboticabal - SP).
CORRESPONDÊNCIA PARA A CAOB
Rua Nelson Pereira Lopes, 305 A – Piso superior – Porto Ferreira - SP
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Expediente
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Valdenes Augusto Jordão
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Editor
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Boletins
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Editora Brasil Orquídeas
Caixa Postal 16591 - CEP 03149-970
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Fotolitos
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Resolução Gráfica
Rua Dr. Emílio Winther, 108
CEP 12030-001 - Taubaté - SP
Fone (12) 3622-1020
Tiragem
2000 exemplares
Capa
Lycaste skinneri (Batem. ex Lindl.) Lindl.
Cultivo: Miyoko Minami (Sorocaba, SP)
- exposição de Sorocaba, SP -
Foto: Valdenes A. Jordão
CAOB
CAOB
BOLETIM CAOB 60 - OUT a DEZ 2005
97
Cristiano Pedroso e Carlos Alberto Dias Fontana falam sobre a Vanilla
planifolia Jacks. ex Andrews e outras espécies do gênero, mostrando
as características das plantas, analisando suas propriedades e
mostrando o uso industrial e farmacêutico dos seus frutos.
Procuramos mostrar algumas das plantas premiadas ou que se
destacaram nas exposições realizadas sob a coordenação da
CAOB no segundo semestre de 2005.
Índice
Circuito CAOB -
Exposições
110
Apontamentos sobre Vanilla planifolia Jacks. ex Andrews
98
NO 60 OUT a DEZ 2005
distribuição: 30/janeiro/2006
Conversando com
com
o
o
leitor
leitor
97
Última Página
Última Página
128
Jay Pfahl visitou a Colômbia, terra natal da sua esposa e lá encontrou
três grandes cultivadores de orquídeas, Padre Pedro Ortiz, Arturo Carrillo
e Luís Eduardo Alvarez, que o levaram a visitar um verdadeiro jardim
de Masdevallia coccinea que vegeta sobre o solo em algumas áreas de
grande altitude.
M. A. Campacci e Luiz Menini Neto descrevem um novo táxon para
a flora orquidácea brasileira, planta proveniente da cidade de Ouro
Branco, Estado de Minas Gerais. Trata-se de uma Pleurothallidinae,
já conhecida de muitos anos pelos autores e que vegeta sobre as
velosiáceas a pleno sol.
Uma nova espécie de orquidácea brasileira
123
Passeando num jardim repleto de Masdevallia coccinea
102
Fausto Cheida narra aventura realizada por orquidófilos amigos seus de
Santa Catarina em busca de um hábitat da Laelia purpurata que é um
verdadeiro paraíso pela sua paisagem maravilhosa.
Contos e lorotas sobre coleta de orquídeas
121
98
OUT a DEZ 2005 - BOLETIM CAOB 60
O BOLETIM CAOB é publicado pela Coordenadoria das Associações Orquidófilas do Brasil (CAOB) e distri-
buído às sociedades orquidófilas, profissionais coordenados e aos sócios colaboradores. Para receber o boletim
individualmente é necessário inscrever-se na CAOB como sócio colaborador e subscrever uma assinatura, que
dará direito a 4 edições.
As opiniões emitidas em artigos assinados, bem como orientações e recomendações de qualquer natureza,
são de responsabilidade de seus autores. Produtos e serviços anunciados devem ser utilizados segundo as
instruções dos fornecedores, que são responsáveis nos termos do Código de Defesa do Consumidor, não cabendo
à CAOB ou ao BOLETIM CAOB nenhuma responsabilidade.
O BOLETIM CAOB está aberto a todos que queiram divulgar trabalhos de sua autoria, de preferência inéditos,
sobre assuntos relacionados à orquidofilia, orquidologia, botânica e ecologia. Os trabalhos enviados serão
selecionados pela Comissão Editorial, secretariada pelo Editor. Não haverá qualquer tipo de remuneração pelos
trabalhos publicados.
O BOLETIM CAOB autoriza a publicação de qualquer matéria aqui divulgada, desde que não haja reserva de
direitos ou proibição expressa e desde que seja citada a fonte.
Informações
Sessenta! Com este número do boletim atingimos uma marca realmente grande em se tratando de publicações
brasileiras ...
Já se vão longos anos desde o primeiro momento em que foi cogitada a formação de uma coordenadoria
das associações orquidófilas do Brasil.
Pedimos emprestado o texto de Augusto Krugner para lembrar como a CAOB se iniciou:
"Transcorria o ano de 1969, mais precisamente dia 22 de junho, quando em uma das salas da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro um grupo de entusiastas, idealistas e amantes das orquidáceas se
reuniu com o propósito de fundar uma Associação para disciplinar e regulamentar tudo aquilo que se
relacionasse com a orquidofilia. Assim, representantes de Rio Claro, Santos, Americana, Casa Branca, Ribeirão
Preto, São Paulo (CPO e SBO), Dracena, Guaxupé, Assis, Penápolis e um convidado de Niterói, que se faziam
presentes, lançavam a sementeira da Associação.
Nesta reunião, foram discutidos e aprovados preliminarmente os itens:
a) nome da associação, que ficou sendo CAO, Coordenadoria das Associações Orquidófilas;
b) local da sede, Rio Claro;
c) reuniões, seriam realizadas quatro (4) convenções anuais, trimestrais, coincidentes com exposições
oficiais.
Em 15 de março de 1970 reuniram-se novamente representantes de várias sociedades, sendo esta considerada
a 1ª Convenção, para inicialmente eleger a 1ª Diretoria da CAO. Por decisão dos presentes, devido ao número
não representativo de sociedades existentes e previamente convidadas, decidiu-se marcar para 21 de junho
de 1970, em Rio Claro, por ocasião da Exposição do Círculo Rioclarense de Orquidófilos, a eleição da 1ª
Diretoria da Coordenadoria, que ainda era CAO.
Em Rio Claro, já em maior número, reuniram-se os representantes da cidade sede, Evaldo Wenzel e Gilberto
Dória do Valle; de Ribeirão Preto, Caetano Pagliuca Neto; de São Paulo, Rômulo Carraro, Hamilton Dias
Bicalho, João Vaz da Rocha, Romeu de Paula, Ernest W. Angerer e Armando Nucelli; de Jundiaí, Felício
Baldin; de Guaxupé, MG, João Antonio Nicoli; de Penápolis, Nicolau Abramides, Onofre Rodrigueiro e
Waldomiro de Oliveira; de Arapongas, PR, Kumaki Hirata; de São Carlos, Serafim Batarce; de Santos, Fausto
Cheida; de Ferraz de Vasconcelos, Rolando Kaesemodel; de Curitiba, PR, Milton Leinig; de Andradina, Luiz
Massuda Noburo; de Jaboticabal, Edith Marinelli Oliveira; de Londrina, PR, S. Ogawa; de Santo André,
Alfredo Francisco Martinelli; de Casa Branca, Ary Marcondes do Amaral; de Marília, Roberto Vieira da Costa
e de Americana, Domingos Denucci. Então, sob a presidência de Evaldo Wenzel, realizou-se a eleição da 1ª
Diretoria da CAO, então constituída por personalidades todas de Rio Claro."
O boletim surgiu um bom tempo depois, o primeiro editado para o período de abril a junho de 1988, quando
era então presidente da CAOB Francisco Anaruma. Felizmente ele perdura até hoje, com alguns pequenos
percalços no caminho, mas continua vivo!
Parabéns e obrigado a todos que ajudaram e ajudam nessa empreitada. Se o leitor ler os nomes com
atenção, verificará alguns que colaboram desde o começo até hoje... o editor
Conversando com
com
o
o
leitor
leitor
BOLETIM CAOB 60 - OUT a DEZ 2005
99
Apontamentos sobre Vanilla planifolia
anillaplanifolia
anillaplanifolia
Jacks. ex Andr
Andr
ews
Apontamentos sobre Vanilla planifolia
anilla planifolia
Jacks. ex Andr
Andr
ews
Cristiano Pedroso de Moraes (1)
e Carlos Alberto Dias Fontana
1) Introdução
O gênero Vanilla foi descrito em 1974 por
Miller em seu trabalho intitulado Gardener´s
Dictionary.
Segundo Fonseca (2003) são conhecidas
mais de 60 espécies diferentes desta planta,
algumas delas possuindo interesse comercial
fora do contexto ornamental, onde tais espécies
são utilizadas para a produção de baunilha.
Entre as espécies mais utilizadas podemos
salientar a Vanilla planifolia Jacks. ex
Andrews, a Vanilla pompona Schiede e a
Vanilla tahitensis J. W. Moore.
De origem americana e africana, a Vanilla
planifolia Jacks. ex Andrews apresenta as
seguintes características segundo Silva (1997):
- Planta herbácea e perene, que vegeta
inicialmente como arbustos rastejantes e, em
seguida, como trepadeiras, sendo as únicas
orquídeas que possuem esse hábito.
- Possui caule cilíndrico, glabro, verde,
carnudo e nodoso, que atinge de 1,5 até 30 m.
As folhas são curtopecioladas, suculentas,
medindo de 15 a 25 cm de comprimento por
3 a 4 cm de largura.
- Suas flores são pedunculadas, grandes, de
coloração amarelada e com uma linha saliente
no centro do labelo. Estão reunidas em cachos,
com 3 a 5 flores, que surgem na axila das
folhas (figura 1).
Quanto às suas características culturais, tal
espécie necessita de uma temperatura média
superior a 21 oC e com precipitação
pluviométrica mínima de 1800 mm anuais.
É uma cultura que não se desenvolve em
campo aberto pois as plantas necessitam de
um pouco de sombra nos períodos mais
quentes e secos, além de proteção contra o
vento (Globo rural, 1996).
Segundo Dressler (1981) estas plantas
podem encontrar-se dispersas por todas as
regiões tropicais e subtropicais, o que levanta
suspeitas de se tratar de um gênero menos
derivado geneticamente em relação ás demais
orquídeas.
Tal ocorrência é corroborada pelo fato de
que estas orquídeas carregam um número
importante de traços característicos antigos
fazendo com que os estudiosos concluam que
este gênero deve ter-se diferenciado quando o
primitivo continente se dividiu há 120 milhões
de anos.
Esta dedução baseada na teoria das placas
tectônicas faz com que a origem da família
orchidaceae se situe nos primórdios do período
Cretáceo (120 - 130 milhões de anos atrás),
tendo surgido ao mesmo tempo que as outras
plantas floríferas (Dressler, 1981).
- Fig. 1 -
Paulo S. M. Garcia
100
OUT a DEZ 2005 - BOLETIM CAOB 60
2) Utilização da Vanilla planifolia
Jacks. ex Andrews.
2.1) Indústria alimentícia
As flores da Vanilla planifolia Jacks. ex
Andrews se desenvolvem em frutos dos quais
se obtém os cristais de vanila, que originam a
essência natural de baunilha, muito utilizada no
preparo de doces, principalmente doces finos
e chocolates produzidos em países europeus,
sendo assim, muito exportada para a Europa
(Globo rural, 1996).
A essência natural, embora trabalhosa de ser
obtida, tanto no aspecto de cultivo, como no
processamento para obtenção dos cristais de
vanila, atinge bom valor comercial. É também
utilizada na indústria farmacêutica e na produção
de perfumes.
Para que se desenvolva a produção comercial
de baunilha é necessário atentar para o fato do
plantio, o qual deve ser efetuado em solos
preparados com grande quantidade de matéria
orgânica. Também nesse processo deve-se
instalar um estaleiro com uma altura de 1,5
metros, semelhante ao utilizado em viticultura,
pois a polinização das flores se dará de forma
artificial, manual.
A propagação da espécie para fins culturais
se dá principalmente através da produção de
estacas de 40 a 80 cm de comprimento,
plantadas em local sombreado, entre os meses
de setembro a março.
Tais estacas devem ser plantadas em covas
de 30 x 30 x 30 cm, ao lado de tutores que
compõem o estaleiro. Planta-se de duas a três
estacas, que são colocadas inclinadas em
direção ao tutor, e das quais se retiram
apenas as folhas que ficarão embaixo da terra
(Globo rural, 1996).
Para o controle das invasoras é recomendado
somente realizar roçadas, sempre que for
necessário, podendo-se inclusive acumular o
material cortado próximo à baunilheira, que
além de ajudar a manter a umidade do solo é
também boa fonte de matéria orgânica para a
cultura, exigente neste material.
O florescimento e posterior polinização
ocorre a partir do segundo ano do plantio, mas
só a partir do terceiro ano é que a planta
produz maiores quantidades de frutos.
Devido às flores da inflorescência não se
abrirem todas de uma só vez, aproveita-se este
fator para se realizar a polinização manual.
A polinização manual consiste em localizar
a coluna, e com um objeto pontiagudo retirar a
polínea que é então levada até a entrada do
estigma para a fecundação (Figura 2).
Ainda segundo o mesmo autor, a Vanilla
planifolia, espécie mais utilizada na produção
de baunilha, é originária do México onde é
polinizada por pequenos colibris e uma abelha
do gênero Eulaema (www.terravista.pt/guin-
cho/500/).
Os frutos estarão maturos entre 9 a 10
meses após a polinização, sendo os frutos
colhidos quando mudam da cor verde claro
para verde escuro. Devem ser colhidos nesta
fase, para se evitar perdas, por se tratar de um
fruto deiscente (os frutos se abrem deixando
cair as sementes). Os frutos passam ainda por
um processo de “cura”, para que as favas
desenvolvam placas de cristais, onde se
concentra a vanila. Para tanto, os frutos são
submetidos a um processo de desidratação
lenta, sendo primeiro imersos rapidamente em
- Fig. 2 -
Fonte: Raven et al, 1996
BOLETIM CAOB 60 - OUT a DEZ 2005
101
água aquecida, levando-os em seguida para
secagem, inicialmente por 4 a 6 dias ao sol,
terminando à sombra em tabuleiros. Quando
bem preparados, depois de secos, os frutos
apresentam numerosos cristais de vanila.
São então embalados para comercialização
(Globo rural, 1996).
2.2) Indústria farmacêutica
A Vanilla planifolia Jacks. ex Andrews
pode ser utilizada pela indústria farmacêutica
pois possui diversos constituintes químicos, dos
quais podemos destacar os seguintes: ácido
acético, ácido vanilil etílico, carboidratos, álcool
etílico, ceras, cinamato, eugenol, fermentos,
furfurol, lipídeos, mucilagem, resinas, taninos e
vanilina.
Tais substâncias conferem à espécie algumas
propriedades medicinais tais como:
antiespasmódica, anti-séptica, aromatizante,
ligeiramente colerética, digestiva, emenagoga,
estimulante e afrodisíaca. Portanto pode-se
fazer uso desta espécie para o tratamento das
seguintes enfermidades: afecções uterinas e
nervosas, diarréias, disquinesias hepatobiliares,
dispepsias hiposecretoras, espasmos, esterilidade,
(1) Cristiano Pedroso de Moraes
Biólogo,Mestre em Fisiologia e
Bioquímica de Plantas - ESALQ/USP
Piracicaba, SP
cristiano.pedroso.mo@itelelefonica.com.br
Abstract
Cristiano Pedroso talks about the Vanilla
planifolia Jacks. ex Andrews. He also
discusses some industrial and medicinal
aplications of the genus Vanilla.
(MAC)
falta de energia, febres adinâmicas, flatulência,
impotência, melancolia histérica, reumatismo
crônico, podendo também ser utilizado como
estimulante.
Em homeopatia, os frutos são utilizados
sozinhos ou em mistura com outras ervas para
a cura de afecções nervosas e uterinas,
convulsões, metrite e hipocondria.
Deve-se atentar para o fato de que tais
substâncias presentes na Vanilla planifolia
Jacks. ex Andrews também possuem contra-
indicações e que não devem ser ministradas a
lactantes, crianças menores de 6 anos, pacientes
com alergias respiratórias, gastrite, úlceras
gastroduodenais, síndrome de intestino irritado,
colite ulcerosa, enfermidade de Crohn,
hepatopatias, epilepsia, Parkinson e outras
enfermidades neurológicas, hipersensibilidade
ao óleo essencial de vanila, ao óleo de canela
e ao óleo do bálsamo de Peru (freqüentemente
geram reações cruzadas).
Como efeitos colaterais podemos enfatizar
que o uso do óleo essencial puro pode ser
neurotóxico e produzir dermatite de contato.
Obs: Nunca use fitoterápicos sem consul-
tar um especialista.
Bibliografia
DRESSLER, R. L. The orchids and classification. Harvard University Press, p. 332, 1981.
da FONSECA, Z. A., Plantas medicinais. www.plantamed.hpg.ig.com.br/PG/TEXTOS/ NCV/
Vanilla_Planifolia.htm. Acesso em dezembro de 2003.
Globo Rural - Março 1996, n. 125 - seção Ficha da Planta. Guia Rural Abril - 1986, 447 p.
RAVEN, P. H., EVERT, R. E.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. ed. New York: Guanabara
Koogan, 1996. 728p.
SILVA, S. Flores do Alimento. Empresa das Artes. 1997.
www. terravista.pt/guincho/500/. Acesso em dezembro de 2003.
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OUT a DEZ 2005 - BOLETIM CAOB 60
e tempos em tempos tenho o privilégio
de visitar a Colômbia, terra natal da minha
esposa, agora com 29 anos. Durante essas
visitas eu consegui conhecer vários Estados
daquele país, encontrando muitas orquídeas em
seu hábitat. A Colômbia tem a maior variedade
de espécies do Mundo, ostentando aproxi-
madamente 3800 espécies distribuídas em
200 gêneros.
A Colômbia é considerada um país perigo-
so, mas eu tive somente grandes e maravilho-
sas aventuras lá. O povo é maravilhoso e a
diversidade das belezas naturais é envolvente.
Uma vez fui de uma cidade no deserto, situada
a 2000 metros de altitude (6000 pés) até uma
floresta coberta de neblina a 3300 metros
(9900 pés) onde descobri uma Lepanthes
e um Telipogon. Depois fui até uma grande e
ampla savana de Bogotá, a 2800 metros de altitude (8400 pés) e, da planície superior, desviei
para baixo até o Rio Magdalena, em uma elevação de 400 metros (1200 pés), montando
acampamento acima do rio, onde pude ficar observando muitos pássaros tropicais.
Este artigo limita-se a falar somente de uma espécie, a Masdevallia
coccinea, uma planta que vegeta sobre o solo em lugares frios na região
norte do Estado de Santander, situado no nordeste da Colômbia. Para a
maioria das pessoas esta espécie está virtualmente extinta na natureza,
devido à perda do seu hábitat e ao excesso de coletas que sofreu em
virtude da sua beleza proeminente.
Foi encontrada do lado de penhascos em aterros nos páramos
(florestas úmidas de altitude), em elevações de 2400 a 3000 metros onde
durante boa parte do ano essa espécie estaria protegida pela densa
massa de nuvens que recobre a floresta. O brilho ocasional do sol é necessário para despertar
a floração dessa maravilhosa espécie.
Após chegar em Bogotá eu tive o prazer de encontrar três entusiastas das orquídeas naturais
da Colômbia, Padre Pedro Ortiz, Arturo Carrillo e Luís Eduardo Alvarez. Prometeram-me um
D
Jay Pfahl *
texto e fotos (exceto as anotadas)
Passeando num jardim repleto de
Masdevallia coccinea
Masdevallia coccinea
Masdevallia coccinea
Passeando num jardim repleto de
Masdevallia coccinea
Masdevallia coccinea
Masdevallia coccinea
Telipogon latifolius
Masdevallia coccinea
BOLETIM CAOB 60 - OUT a DEZ 2005
103
deleite especial em observar essa Masdevallia
no seu hábito selvagem. De manhã logo cedo
nos dirigimos para o leste de Bogotá, até uma
pequena cidade chamada Guasca, já nas terras
altas. Bogotá está em uma savana em altitude
de 2400 metros (8400 pés) e nós escalamos
rapidamente as montanhas ao leste até uma
elevação de quase 3300 metros (10.000 pés).
Nesta elevação todas as árvores são anãs e
completamente cobertas com musgo denso. Há
muitos Elleanthus, Epidendrum e outras
espécies terrestres, como Gomphichis, muito
Luís Eduardo tem uma “finca” (um termo colombiano para uma pequena fazenda) nesta área
e estava ansioso para mostrar-me as orquídeas que lá cultiva. Nós chegamos em um dia raro,
com muito sol e nenhuma nuvem. Normalmente aquela área tem a atmosfera coberta por uma
névoa razoavelmente grossa. Nós caminhamos por cima do monte e vimos as suas estufas, três
áreas abertas, protegidas, cobertas com tela, tendo suas plantas embaixo.
comuns nesta área. As nuvens nesse local
podem rapidamente cobrir toda a paisagem e
mesmo em pleno meio-dia pode se tornar
difícil reconhecer as cores das plantas em sua
totalidade.
Eu perguntei a Padre Pedro se esta era uma
área onde nós pudéssemos encontrar
Masdevallia e ele me disse que nós teríamos
que atravessar o topo da montanha até o outro
lado e começar uma longa descida para os
“llanos” (1) e chegar depois até uma elevação
ao redor dos 3000 metros (9000 pés).
(1) Llanos:
planícies gigantes que se estendem desde os pés das colinas da cadeia central dos Andes até a
distante beira venezuelana ao leste e que abrange pelo menos um quarto do território da Colômbia.
Lá eu vi a planta ideal de Luís Eduardo,
Masdevallia coccinea, em toda a sua glória,
uma planta pequena, de sete polegadas ou
menos de altura, folhas elípticas de 6 polegadas,
com inflorescências unifloras altas que
emergem de inimagináveis tons de vermelho,
amarelo e laranja até um fúcsia intenso com
tons intermediários azulados. As flores têm uma
textura aveludada natural que faz com que as
cores pareçam mudar dependendo do ângulo
de visão que se tenha das mesmas.
Luís Eduardo trouxe para as “estufas” a
maioria das suas mais de 2000 Masdevallia
coccinea de uma propriedade particular
vendida e planejou inicialmente vendê-las, mas
apegou-se a elas e decidiu mantê-las.
Eu fiquei maravilhado com a beleza daquelas
plantas, mais de duas mil, e uma grande parte
delas florida. Perguntei a Luís quando era a
época de maior floração e ele me afirmou ser
durante a maior parte do mês de junho até o
começo de agosto. Era difícil de acreditar que
poderia haver uma época com floração maior
do que aquela que eu presenciava.
Paisagem do norte da Colômbia
Paisagem do norte da Colômbia
104
OUT a DEZ 2005 - BOLETIM CAOB 60
Luís teve também muitos exemplares de
Cyrtochilum, Odontoglossum e Oncidium de
clima frio, bem como um pouco de
Masdevallia ignea, uma planta de colorido
variável, com flores flameadas, alaranjadas, um
pouco menores, mas mais largas do que a
Masdevallia coccinea.
Padre Pedro neste momento chamou a
atenção e perguntou a Luís quando é que ele
iria mostrar ao convidado a sua reserva de
orquídeas. Luís Eduardo me havia dito que
tinha instalado muitas orquídeas da região das
terras altas nas árvores e sobre o solo das suas
terras para criar um parque onde as pessoas
poderiam vir e apreciar uma grande variedade
das plantas naturais das regiões frias num só
lugar.
Juntos demos uma volta por um trajeto ín-
greme, por uma área aterrada coberta de ár-
vores no fundo de uma colina ao lado da sua
propriedade, para começar o passeio.
Masdevallia coccinea Masdevallia coccinea
Masdevallia coccinea vegetando na propriedade de Luís Eduardo
Masdevallia ignea
Orquídeas sobre as árvores na propriedade de Luís Eduardo
BOLETIM CAOB 60 - OUT a DEZ 2005
105
Havia muitas outras orquídeas
nas árvores e em volta das
Masdevallia, mas pareciam pálidas
quando comparadas ao esplendor
do verdadeiro oceano de flores
vermelhas formado pelas plantas de
M. coccinea que balançavam na
brisa ligeira e constante.
Eu não posso descrever melhor do que
as fotos podem mostrar, a beleza intensa
das milhares de Masdevallia coccinea em
flor, distribuídas sobre dois acres de terra.
Estavam espalhadas por todos os lados e
mal se podia caminhar entre elas sem ma-
chucar parte da fantástica criação de Luís.
Encontravam-se no solo, nas paredes das
elevações e dependuradas pelas bordas dos
penhascos.
BOLETIM CAOB 60 - OUT a DEZ 2005
105
Jardim de M. coccinea na propriedade de Luís Eduardo
Jardim de M. coccinea na propriedade de Luís Eduardo
Detalhe de algumas Masdevallia coccinea
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OUT a DEZ 2005 - BOLETIM CAOB 60
Luís começou esta verdadeira fantasia da cor há quatro anos e pelo fato do polinizador
natural dessa espécie viver ali próximo (uma mosca drosófila), as plantas começaram a se repro-
duzir naturalmente. Eu vi diversas plantas pequenas em torno da base das outras maiores. Per-
guntei a Luís se ele acredita que sua criação se espalhe pelo vale e ele respondeu que é bem
provável que isso ocorra. Convidou-me para voltar dentro de alguns anos e juntos faremos um
exame para ver se encontramos uma prova do seu alastramento.
Lúis Eduardo Alvarez e seu jardim de M. coccinea
Lúis Eduardo, Padre Pedro Ortiz e Arturo Carrillo entre as M. coccinea
BOLETIM CAOB 60 - OUT a DEZ 2005
107
Naturalmente este é o objetivo final de Luís,
para começar a trazer a Masdevallia coccinea
de volta para seu lugar de direito na natureza,
mesmo que seja um pouco mais distante ao sul
de onde elas se originaram. Luís Eduardo tem
cultivado orquídeas por mais de 15 anos, ago-
ra em Bogotá e é fascinado pelo estudo dos
polinizadores naturais das orquídeas da Co-
lômbia. Observei-o envolvido por longas ho-
ras observando insetos que polinizam flores de
orquídeas. Eu o vi sentado por longas horas
com uma lupa à espera de uma mosca ou abe-
lha chegar numa flor para assim poder filmá-la.
Ele tem muitas horas de filmes sobre o assunto.
Padre Pedro Ortiz é mais conhecido nos Estados Unidos por seu trabalho nos seis volumes
do livro “Orquídeas Nativas da Colômbia”.
Arturo Carrillo é um entusiasta das orquídeas que se orgulha de ter três estufas impecáveis em
3 regiões distintas do país, uma na região fria, uma na intermediária e outra na região quente e
assim poder cultivar todos os tipos de orquídeas da Colômbia.
Todos os três são membros da sociedade de Orquídeas de Bogotá.
Após a visita meus anfitriões colombianos levaram-me de volta para Bogotá onde eu me
encontrei com os parentes da minha esposa.
* Jay Pfahl
301 Duval Street
Key West, Fl 33040 - USA
www.orchidspecies.com
e-mail: jfal@sprynet.com
Abstract
Jay Pfahl visited colombia, the country where
his wife is from. He met there 3 great orchid
growers that shown to him a place with a lot
of the wonderful Masdevallia coccinea.
(MAC)
Lúis Eduardo, Jay Pfahl e Padre Pedro Ortiz no jardim de M. coccinea
foto: Arturo Carrillo
Masdevallia coccinea - detalhe
108
OUT a DEZ 2005 - BOLETIM CAOB 60
108
OUT a DEZ 2005 - BOLETIM CAOB 60
BOLETIM CAOB 60 - OUT a DEZ 2005
109
K.S. ORCHIDS
RR
RR
Representante de Tepresentante de T
epresentante de Tepresentante de T
epresentante de Tajima Orchidsajima Orchids
ajima Orchidsajima Orchids
ajima Orchids
Plantas naturais brasileirasPlantas naturais brasileiras
Plantas naturais brasileirasPlantas naturais brasileiras
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Plantas naturais importadasPlantas naturais importadas
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BOLETIM CAOB 60 - OUT a DEZ 2005
109
110
OUT a DEZ 2005 - BOLETIM CAOB 60
Circuito CAOB - Exposições
cuitoCAOB-Exposições
Circuito CAOB - Exposições
cuito CAOB - Exposições
exposição de Assis, SP foi realizada nos dias 01, 02 e 03 de julho de 2005, contando
com 23 sociedades participantes e uma entidade convidada, somando o total de
1.271 orquídeas expostas, com 130 orquidófilos que tiveram suas plantas pontuadas. Istoshi
Saito compareceu como coordenador da CAOB e foi também o autor das fotos aqui mostradas.
A
Cattleya bicolor
Sonia Valiatti - Catanduva, SP
1o
2o
Categoria Espécie Brasileira
Assis
Assis
Categoria Espécie Brasileira
Cattleya wallisii - semi-alba
Chácara Bela Vista - Assis, SP
Cattleya wakeriana - Durval Ferreira - Assis, SP Acampe papilosa - Edith M. Oliveira - Monte Alto, SP
2oCategoria Exótica
BOLETIM CAOB 60 - OUT a DEZ 2005
111
Capivari
Capivari
Capivari
Capivari
Capivari, em SP também realizou a sua exposição nos dias 01, 02 e 03 de julho de 2005,
contando com 23 sociedades participantes, que trouxeram ao todo 985 orquídeas, tendo
plantas pontuadas o número de 156 orquidófilos. O coordenador da CAOB foi Nivaldo José
Cruz e as fotos são de autoria de Edwin Wittmann.
Melhor Planta da Exposição
Lophiaris lanceana
Edith M. Oliveira - Monte Alto, SP
(Oncidium ou Trichocentrum lanceanum)
2oCategoria Híbrido
1oCategoria Híbrido
C. Tyll Belle Fantasy - Davi Correa Bueno - Rio Claro, SP Slc. Riffe - Davi Correa Bueno - Rio Claro, SP
1
1
o
112
OUT a DEZ 2005 - BOLETIM CAOB 60
Guaxupé
Guaxupé
Nos dias 15, 16 e 17 de julho de 2005, ocorreu a exposição da cidade mineira de Guaxupé,
com 45 sociedades participantes, além de duas convidadas. Naquela ocasião o total de
plantas apresentadas foi de 1938, recebendo pontuação 223 expositores. Foi coordenador
da CAOB Waldenes Augusto Jordão, também autor destas fotos.
112
OUT a DEZ 2005 - BOLETIM CAOB 60
Categoria Micro-orquídea
(amadores)
Categoria Micro-orquídea
Pleurothallis leptotifolia
Toshiaki Umezaki - Sorocaba, SP
Capanemia micromera
Orquidário da Serra - Piracicaba, SP
2o
1o
(Grupo dos profissionais)
1o
1o
Cattleya loddigesii - Salvador Gorni - São Pedro, SP C. loddigesii - Antonio D. Trento - São José do Rio Pardo, SP
Categoria Espécie Brasileira
BOLETIM CAOB 60 - OUT a DEZ 2005
113
Com fotos de Waldenes Augusto Jordão e coordenação da CAOB a cargo de Luiz Carlos
Setti, realizou-se os dias 22, 23 e24 de julho de 2005 a exposição da cidade de Altinópolis, SP,
onde 92 expositores receberam pontos no julgamento. Lá estiveram expostas 680 plantas de 18
associações orquidófilas.
Altinópolis
Altinópolis
Altinópolis
Altinópolis
Angraecum sesquipedale - Inger Soutter - Campinas, SP C. trianae concolor - Sidnei Pedro Resende - Taubaté, SP
2o
2oCategoria Espécie estrangeiraCategoria Exótica
Lc. Aloha Case - Robinson Viegas - Piracicaba, SP
Dinema polybulbon - Fernando Olitta - Piracicaba, SP
2o
1o
Categoria Mérito Botânico
Melhor planta da exposição
114
OUT a DEZ 2005 - BOLETIM CAOB 60
A exposição de Bauru, Estado de São Paulo, aconteceu nos dias 29, 30 e 31 de julho de 2005,
contando com 38 associações participantes que expuseram 1515 plantas. Receberam pon-
tuação cerca de 222 expositores. Valdenes Augusto Jordão foi o autor das fotos aqui apresen-
tadas e coordenador representante da CAOB.
Bauru
Bauru
Blc. Chinese Beauty 'Hwei Chu'
Robinson Viegas - Piracicaba, SP
2o
Categoria Híbrido
Zygopetalum crinitum
Orquidário Paulista - São Paulo, SP
Categoria Mérito Botânico
2o
1oMelhor planta da exposição
Cattleya lueddemaniana cerúlea
Luiz Carlos Setti - Batatais, SP
BOLETIM CAOB 60 - OUT a DEZ 2005
115
Pirassununga
Pirassununga
Pirassununga
Pirassununga
Em 5, 6 e 7 de agosto de 2005, tendo como coordenador da CAOB Valdenes Augusto Jordão
e contando com 28 associações participantes, realizou-se a exposição de Pirassununga, em
São Paulo. Lá tiveram plantas pontuadas 164 orquidófilos participantes. O público pôde
apreciar cerca de 862 orquídeas de qualidade. As fotos foram tomadas pelo coordenador da CAOB.
Piracicaba
Piracicaba
Piracicaba
Piracicaba
Mais de 1500 orquídeas foram mostradas nos dias 12, 13 e 14 de agosto de 2005, na exposição
de Piracicaba, SP, tendo como coordenador da CAOB Valdenes Augusto Jordão. Naquele
evento 207 orquidófilos de 29 associações participantes tiveram plantas pontuadas. Fotos tam-
bém de Valdenes Augusto Jordão.
BOLETIM CAOB 60 - OUT a DEZ 2005
115
C. nobilior amaliae - João Pedro Prado - Lins, SP
1o
Categoria Espécie Brasileira Categoria Espécie Brasileira
Cattleya loddigesii - Toshiaki Umezaki - Sorocaba, SP
2o
Categoria Espécie Brasileira Categoria Espécie Estrangeira Categoria Híbrido
2o
Sophronitis Arizona
Robinson Viegas - Piracicaba, SP
Cattleya trianae 'Dawn
Edwinn Wittmann - Bauru, SP
Hoffmannseggella rupestris
Luciano S. Prada - Guaxupé, MG
1o2o
116
OUT a DEZ 2005 - BOLETIM CAOB 60
Matão
Matão
Fotos de Waldenes Augusto Jordão e coordenação da CAOB a cargo de Carmen Sílvia D. G.
Gallo. A exposição realizou-se os dias 19, 20 e 21 de agosto de 2005, onde puderam ser vistas
1122 plantas de 32 associações orquidófilas. Receberam pontos no julgamento 192 orquidófilos.
Fotos de Waldenes Augusto Jordão e coordenação da CAOB a cargo de Carmen Sílvia D. G.
Gallo. A exposição realizou-se os dias 19, 20 e 21 de agosto de 2005, onde puderam ser vistas
1122 plantas de 32 associações orquidófilas. Receberam pontos no julgamento 192 orquidófilos.
Limeira
Limeira
Categoria Híbrido
1o
Blc. Chia Lin 'New City'
Davi C. Bueno - Rio Claro, SP
1o
Categoria Espécie Brasileira
Cattleya amethystoglossa Érico
José M. Júlio - Ribeirão Preto, SP
1o
Melhor planta da exposição
Brassia Rex - Antonio Fernando Olitta - Piracicaba, SP Pleurothallis hoffmannseggiana
Flávio Augusto - Mogi Guaçu, SP
Categoria Micro-orquídea
1o
BOLETIM CAOB 60 - OUT a DEZ 2005
117
Fotos de Waldenes Augusto Jordão e coordenação da CAOB a cargo de Carmen Sílvia D. G.
Gallo. A exposição realizou-se os dias 19, 20 e 21 de agosto de 2005, onde puderam ser vistas
1122 plantas de 32 associações orquidófilas. Receberam pontos no julgamento 192 orquidófilos.
Sor
Sor
ocaba
ocaba
Sor
Sor
ocaba
ocaba
BOLETIM CAOB 60 - OUT a DEZ 2005
117
1o
Renanthera monachica
Antonio Fernando Olitta - Piracicaba, SP
Coelogyne lawrenciana
Lori Pacagnelli - Limeira, SP
Categoria Exótica
1o
Lycaste skinneri - Miyoko Minami - Sorocaba, SP
(capa deste boletim)
Categoria Mérito Botânico
Categoria Exótica
3o
Zygostates alleniana
Ivone de Almeida - Sorocaba, SP
Categoria Micro-orquídea 1o
118
OUT a DEZ 2005 - BOLETIM CAOB 60
Abstract
Boletim CAOB gives notices of some orchid
shows in the CAOB circuit and presents
photographs of some flowers.
Ajude a CAOB a divulgar a orquidofilia brasileira,
enviando fotos e informações das exposições
para o endereço ou e-mail constantes no
expediente da revista.
Coordenação da CAOB a cargo de Carmen Sílvia D. G. Gallo. A exposição realizou-se os dias
07, 08 e 09 de outubro de 2005, onde puderam ser vistas 1674 plantas de 36 associações
orquidófilas. Receberam pontos no julgamento 226 orquidófilos.
Americana
Americana
Americana
1o
Cattleya granulosa - Thiago Jordão - Rio Claro, SP
Categoria Espécie Brasileira
1o
Dendrobium fimbriatum
Fernando Olitta - Piracicaba, SP
Melhor planta da exposição
1o
Lc.Festival de Ouro × Slc Jewel Box
Augusto Krugner - Rio Claro, SP
Categoria Híbrido
1o
Dendrobium amethystoglossum
Evanilde Pacanoti - Americana, SP
Categoria Exótica
Márcia Sanae Morimoto
Márcia Sanae MorimotoMárcia Sanae Morimoto
M. A. Campacci
BOLETIM CAOB 60 - OUT a DEZ 2005
119
Somente visitas agendadas
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BOLETIM CAOB 59 - JUL a SET 2005
119
120
OUT a DEZ 2005 - BOLETIM CAOB 60
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BOLETIM CAOB 60 - OUT a DEZ 2005
121
Contos e lorotas sobre coleta de orquídeas
quídeas
quídeas
Contos e lorotas sobre coleta de orquídeas
quídeas
quídeas
Fausto Cheida *
s velhos “coletadores” de orquídeas
costumavam contar estórias extraor-
dinárias, muitas vezes até verídicas, tão
inacreditáveis que quem lê pensa ser mentira.
Os pescadores, donos das mais verdadeiras
estórias, mesmo quando ainda bem jovens,
relatam com certa freqüência fatos tão estranhos,
que o comentário “mentira de pescador” é quase
certo. Aqueles que não comentam, pelo
menos pensam, e de nada vale ao pescador
relembrar com minúcias os fatos, citando nome
de testemunhas e até datas e localidades,
colhendo, quando muito, dos colegas aquele
apoio, muito vago, que o “coleguismo” dos
pescadores exige: “Tudo é possível nessas
pescarias!”
Assim também entre os caçadores de
orquídeas houve aventuras curiosas, algumas
até documentadas em cartas e reproduzidas
em velhos livros ou antigos números de revistas
publicadas há dezenas de anos, desaparecidas
de circulação. Pelo interesse histórico que
oferecem e pelo sabor da legitimidade que
possuem, algumas valem a pena ser recordadas.
Outras mais recentes, contadas nas rodas de
orquidófilos mais veteranos, com as devidas
reservas, cochichando os nomes, para serem
ouvidas só por assistentes restritos, aos
circunstantes.
De todas as excursões, por mais bem
planejadas que sejam, ainda assim algumas
podem ser mal sucedidas. Contou-nos um
amigo orquidófilo de Joinville num encontro em
uma exposição de orquídeas que ele e com-
panheiros da Agremiação Joinvillense de
Amadores de Orquídeas fretaram uma camioneta
a fim de realizar uma excursão ao longínquo
litoral de Canto Grande do Simbo, recanto dos
mais lindos do Estado de Santa Catarina, onde
quem pela primeira vez para lá se dirige não
deixa de ficar surpreendido pela grandiosidade
de seu panorama que extasia qualquer amigo
da natureza. Pena é que o local é de difícil acesso,
visto que para se chegar ao mesmo utiliza-se de
barco a motor, ou então se contrata
“carrocinhas” para uma penosa viagem, ou se
aventura a vencer o maior obstáculo que é um
morro de algumas centenas de metros de altura,
com subida das mais íngremes e absolutamente
intransitável em dias de chuva, pois que, quem
com bom tempo para vencer esse obstáculo,
seja de jipe ou camioneta, é obrigado a observar
o tempo e ter certeza que não se aproxima
chuva, e caso haja, ter tempo suficiente para
bater em retirada o mais rápido possível ou
então resignar e esperar novamente a vinda do
bom tempo. Os componentes da caravana
iniciaram a excursão com todo ânimo. Depois
de cinco horas de viagem chegaram ao ponto
programado, isto já ao cair da tarde, tendo
cada um, a tarefa de preparar o pouso para a
noite. Nem todos ficaram abrigados nas barracas
e tiveram que conseguir abrigo num barracão
de gente amiga, pescadores das praias dos
arredores. Passavam a noite conversando até
altas horas, pois nessas ocasiões, os “contos”
e as “lorotas” dominam o assunto. Mal clareou
o dia começou o alvoroço, pois ninguém queria
perder muito tempo e aproveitar o máximo para
a esperada coleta das “purpuratas”.
Beneficiados pelo bom tempo e alguma sorte,
alguns foram bem sucedidos na procura de
plantas, sendo que, ao voltar à tarde, os mais
felizes apresentavam um bom número de
plantas coletadas. Esse primeiro dia de excursão
foi festejado com boa peixada, visto ser o dono
da camioneta um exímio pescador, e ter
aproveitado as horas da noite, enquanto os
O
122
OUT a DEZ 2005 - BOLETIM CAOB 60
outros dormiam, para “faxear” e conseguir
fisgar boas “tainhas”, peixe este apreciado por
todos os componentes da caravana e preparado
de forma prestimosa pela família dos pescadores!
Uma delícia! Caiu a noite e, novamente a
conversa em torno das aventuras, pois um dos
companheiros deu de frente com uma perigosa
cobra, e pelo desespero da retirada do local
perdeu uma boa faca de mato. Todos estavam
com bom ânimo e bastante satisfeitos com o
resultado desse primeiro dia de colheita, sen-
do que os menos contemplados contavam com
maior sorte no outro dia. De repente irrompeu
tremenda trovoada, acompanhada de relâmpagos
apavoradores e forte chuva, chuva esta que,
antes de clarear o dia amainou, fazendo com
que, sem perda de tempo, levantassem
acampamento e batessem em retirada, pois nem
todos os componentes da caravana estavam
interessados em ficar retidos por alguns dias
naquele belíssimo recanto. Às pressas prepararam
as rodas da camioneta com correntes, seguindo
a pé munidos de pedras e “rachas” de lenha
grossa para em caso de necessidade travar o
deslizamento do veículo. Conseguiram a muito
custo e bastante perícia do motorista vencer a
maior parte do morro para então chegar à
posição, tão difícil quanto demorada, da
ultrapassagem dos maiores obstáculos que o
morro oferecia. Mal tinham vencido aquela
etapa recomeçou a chuva, continuando por
todo o dia de regresso e por mais algum tempo.
Terminavam assim a excursão ao hábitat das
Laelia purpurata que, embora prejudicada em
parte, foi bastante proveitosa e quem sabe se
dentre as plantas colhidas não irá surgir uma
das tão almejadas variedade alba, anelada ou
“russelliana”. As intempéries podem prejudicar
a excursão, mas o prazer de adentrar o hábitat
das Laelia e a maravilhosa visão da natureza,
compensam qualquer dificuldade por maior que
ela seja.
(Conto adaptado de Harry Blossfeld e Paulo Ewald)
Publicado originalmente na coluna Orquídea e Orquidofilia pelo autor no
jornal Voz da Terra, em 09/11/05 (38ª edição, ano IV)
Abstract
Fausto Cheida from Assis, SP, talks about the
adventures of a group of orchidists loking for the
Laelia purpurata in Santa Catarina. (MAC)
* Fausto Cheida
Associação dos Orquidófilos de Assis
Caixa Postal 291 - Assis, SP
CEP: 19800-072
Laelia purpurata
(Hadrolaelia, Sophronitis...)
M. A. Campacci
BOLETIM CAOB 60 - OUT a DEZ 2005
123
Uma nova espécie de or
Umanovaespéciedeor
quidácea brasileira
quidáceabrasileira
quidáceabrasileira
quidáceabrasileira
Uma nova espécie de or
Uma nova espécie de or
quidácea brasileira
quidácea brasileira
quidácea brasileira
quidácea brasileira
Marcos A. Campacci (1)
Luiz Menini Neto (2)
Palavras chave:
Brasil, Minas Gerais, Ouro Branco, Pleurothallidinae, Anathallis ourobranquensis, Anathallis
dryadum.
Resumo:
Uma nova espécie de Orchidaceae do gênero Anathallis, descoberta no Estado de Minas
Gerais é aqui proposta. Esta planta já era por nós conhecida de longa data e sabíamos tratar-se
de espécie ainda não descrita. Protelamos por bastante tempo a sua descrição devido às
pesquisas filogenéticas que têm sido realizadas por vários estudiosos, para termos um melhor
posicionamento dela dentro do grupo das Pleurothallidinae. Muita controvérsia ainda há com
relação a essa subtribo, e a nossa posição é a de aceitar o gênero Anathallis como um bom
táxon, razão pela qual descrevemos esta nova espécie subordinada a ele.
Abstract:
A new species of the genus Anathallis, (Orchidaceae), found in the state of Minas Gerais,
Brazil, is here described.
Erva epífita, cespitosa. Rizoma inconspícuo.
Ramicaule verde-claro, cilíndrico, cerca de 0,5
cm de comprimento; bainha do ramicaule
tubulosa, estramínea, cerca de 1,0 cm de
comprimento, ápice agudo, amplexa ao
ramicaule. Lâmina foliar de verde clara a
levemente amarelada, lanceolada até um pouco
oblanceolada, de 0,8 a 1,3 cm de comprimento
por 0,3 cm de largura, carnosa, ápice agudo.
Inflorescência sempre biflora com cerca de 2,0
a 2,5 cm de comprimento. Flores simultâneas,
pediceladas; pedicelo com 1,5 mm; sépala
dorsal amarelada, lanceolada, com 3,5 mm de
comprimento por 1,0 mm de largura, ápice
Anathallis ourobranquensis Campacci & Menini sp. nv.
Herba epyphitica. Species haec Anathallis dryadum (Schltr.) F. Barros similis, sed herba
minima; foliis carnosis; inflorescentia semper biflora; floribus minores; labello minore,
pappiloso; gynostemio alato, minore; antera pappilosa differt.
Typus: Brasil, Minas Gerais, Ouro Branco, 1500 m, 24/10/2004, Marcos Antonio Campacci,
no MAC-1679.
Floruit in cultus: 10/2005.
Holotypus: SP
BOLETIM CAOB 60 - OUT a DEZ 2005
123
124
OUT a DEZ 2005 - BOLETIM CAOB 60
agudo; sépalas da mesma cor, as laterais
lanceoladas, com 3,5 mm de comprimento por
1,0 mm de largura, assimétricas, ápice agudo,
levemente recurvado, coalescentes entre si
na base, formando um sinsépalo e adnatas
ao pé da coluna formando um pequeno mento;
pétalas também amareladas, lanceoladas, com
cerca de 5,0 mm de comprimento por 0,5 mm
de largura, assimétricas, margem finamente
denticulada, ápice agudo; labelo amarelo-claro,
oblongo, com 1,5 mm de comprimento por 0,5
124
OUT a DEZ 2005 - BOLETIM CAOB 60
mm de largura, densamente papiloso, articulado
com o pé da coluna por um curto prolonga-
mento basal, com 2 alas semicirculares laterais
na sua metade, convolutas, ápice arredondado;
coluna com a metade apical alada, cerca de
1,5 mm de comprimento, alas e ápice erosos,
pé da coluna com 0,5 mm de comprimento,
carnoso; estigma ventral; antera ventral, ovóide,
papilosa; polínias 2, amarelas, semi-ovóides,
caudículo pouco desenvolvido.
Fruto não visto.
Distribuição: Minas Gerais.
Floração: Primavera no Brasil.
Hábitat: Campos rupestres de altitude e
outras regiões montanhosas e rochosas.
Etimologia: Referência ao local onde a planta
foi encontrada, arredores da cidade de Ouro
Branco, em Minas Gerais.
M. A. Campacci
Anathallis ourobranquensis Campacci & Menini (aspecto geral)
BOLETIM CAOB 60 - OUT a DEZ 2005
125
(desenho a partir do typus)
desenho: Luiz Menini Neto
Anathallis ourobranquensis Campacci & Menini
126
OUT a DEZ 2005 - BOLETIM CAOB 60
126
OUT a DEZ 2005 - BOLETIM CAOB 60
M. A. Campacci
Anathallis ourobranquensis Campacci & Menini (plantas no seu hábitat)
BOLETIM CAOB 60 - OUT a DEZ 2005
127
(2) Luiz Menini Neto
Departamento de Botânica, Universidade
Federal de Juiz de Fora
e-mail: menini_neto@hotmail.com
(1) Marcos A. Campacci
Rua Glória do Goitá, 86 - Sândalo 3
03222-010 - São Paulo, SP
e-mail: campacci@cpo.org.br
Abstract
M. A. Campacci and Luiz Menini Neto
describe Anathallis ourobranquensis, a new
species of the Orchidaceae, found in Minas
Gerais, Brazil.
(MAC)
Bibliografia/Bibliography
• BARBOSA RODRIGUES, J. Iconographie des orchidées du Brésil. Basle, Switzerland: Reinhardt Druck, 1996. 2v.
• BOLETIM CAOB. Bauru, SP: Coordenadoria das Associações Orquidófilas do Brasil, 1988-2005. Trimestral.
• BRADEA. Rio de Janeiro, RJ: Boletim do Herbário Bradeanum, 1969-2004. (sem periodicidade).
• DRESSLER, R. L. Philogeny and classification of the Orchid family. Portland, USA: Dioscorides Press, 1993. 314p.
• HOEHNE, F. C. Iconografia de orchidaceas do Brasil. São Paulo (Estado). Secretaria da Agricultura, 1949. 601p.
• LUER, C. A. Icones Pleurothallidinarum I: Systematics of the Pleurothallidinae. Bradenton, FL, USA: Arcade Lithographing
Corp., 1986. 81p.
• LUER, C. A. Icones Pleurothallidinarum XXVI (adendda). Sarasota FL, USA: Coastal Printing, Inc., 2004. 265p.
• ORQUIDÁRIO. Rio de Janeiro, RJ: OrquidaRio, Orquidófilos Associados do Rio de Janeiro, 1987-2005. Trimestral.
• PABST, G. F. J., DUNGS, F. Orchidaceae Brasilienses. Hildesheim, Germany: Brücke-Verlag K. Schmersow, 1977. 2v.
• ROYAL BOTANIC GARDENS, KEW, 2005. Internet http://www.kew.org.uk
• THE INTERNATIONAL PLANT NAMES INDEX, 2005. Internet http://www.ipni.org
M. A. Campacci
Anathallis ourobranquensis Campacci & Menini (flores em destaque)
128
OUT a DEZ 2005 - BOLETIM CAOB 60
Última Página
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Waldyr Fochi Endsfeldz nasceu
em Pirassununga, Estado de São
Paulo, no dia 7 de junho de 1925,
filho de João Henrique Endsfeldz
e de Julietta Fochi Endsfeldz.
Por vários anos trabalhou com
Guido F. G. Pabst na classificação
de orquídeas brasileiras, tendo
colaborado com muito material
para a edição do livro Orchidaceae
Brasilienses daquele autor junto
com Fritz Dungs. No ano de 1971
descobriu uma nova espécie de
orquídea nos arredores de Itutinga,
em Minas Gerais, durante uma
excursão que realizou por aquele
Estado. Essa planta veio a ser
designada Laelia endsfeldzii Pabst (Hoffmannseggella endsfeldzii), em sua homenagem, motivo
de muito orgulho para Waldyr. Em outra viagem que fez a Minas Gerais junto de Ernesto Angerer
e sua esposa participou da descoberta de outra espécie, então nomeada de Laelia reginae
Pabst (Hoffmannseggella reginae), em homenagem a Regina Angerer. Tem ainda seu nome
ligado a mais duas plantas: Sophronitis coccinea variedade ‘Borboleta’ e Sophronitis cernua
‘Endsfeldz’ (variedade amarela).
Dedicou-se por mais de 50 anos às orquídeas, mantendo durante 8 anos uma coluna sobre o
assunto na Folha de São Paulo. Mais tarde escreveria para o jornal da cidade de Vinhedo onde
residiu nos últimos anos. Foi, até a sua morte, o único responsável pelas matérias e fotos da revista
“O Mundo das Orquídeas”. Quando se mudou para Vinhedo criou um curso de estudos sobre
orquídeas, incentivando os interessados no assunto. Era membro ativo da CAO-VIVA, Clube
dos Amigos das Orquídeas - Vinhedo/Valinhos, coordenando muitas das suas exposições.
No último dia 15 de outubro
recebemos a lamentável notícia
da morte de Waldyr Fochi
Endsfeldz, figura de grande
destaque no meio orquidófilo,
conhecido e admirado por todos
pela sua figura carismática e
pelos grandes préstimos em prol
da orquidofilia nacional.
Hoffmannseggella endsfeldzii
Outras plantas presentes nas exposições – circuito CAOB
Guarianthe aurantiaca
Foto: Márcia Sanae Morimoto
- Exposição de Guaxupé, MG -
Cultivo: Salvador Gorni - (São Pedro, SP)
Rhynchostylis gigantea
Foto: Márcia Sanae Morimoto
- Exposição de Guaxupé, MG -
Cultivo: Cidnilson Rocca de Lima (Ribeirão Preto, SP)
Masdevallia coccinea
Foto: Jay Pfahl
Masdevallia ignea
Foto: Jay Pfahl