ArticlePDF Available

Correlation between anal sphincter incompetence and anal sex practice in male homosexual

Authors:

Abstract

INTRODUCTION: the anal incontinence (AI) is a disfunction of multifactorial origin with significant impact in thequality of life of the individual. Amongst the diverse etiologies for AI meets it traumatic, provoked for the object penetration inthe anal canal. The inclusion of the anus in the sexual activity, already comes being described, mainly between homosexuals ofthe masculine sex. From this premise, the possibility of the penetration of the penis in the anus was questioned in this researchif to fit as traumatic etiology of the anal incontinence. OBJECTIVE: to verify the possible correlation between changeable the analincontinence and the practical one of anal sex being used as age, practical time of and the weekly frequency of anal sex. Methods:100 passive masculine homosexuals had answered a questionnaire elaborated for the researchers and an Index of Anal Incontinence. RESULTS: the anal incontinence was present in 62%, being that the loss of gases was considered most significant. However, thecorrelations proposals had not been presented statistical significant. CONCLUSION: the majority of the homosexuals presentedsome degree of anal incontinence, probably in result of the practical one of the anal sex.
55
Correlação Entre a Incompetência Esfincteriana Anal
e a Prática de Sexo Anal em Homossexuais do Sexo Masculino
Maíra Costa Ferreira e Cols.
Vol. 30
Nº 1
Rev bras Coloproct
Janeiro/Março, 2010
Correlação Entre a Incompetência Esfincteriana Anal e a Prática
de Sexo Anal em Homossexuais do Sexo Masculino
Correlation Between Anal Sphincter Incompetence and
Anal Sex Practice in Male Homosexual
MAÍRA COSTA FERREIRA1; TATIANA PEREIRA BRAZ1; ANA MARIA OLIVEIRA MACHADO1;
GABRIEL RIBEIRO2 ; ROSANA CRISTINA PERERIRA DE ANDRADE3
1 Graduanda do 9º semestre de Fisioterapia da Unijorge; 2 Docente da disciplina TCC III da Unijorge, Mestre em
Morfologia e Medicina Experimental (USP-RP), especialista em Fisioterapia Músculoesquelética (UNAERP); 3
Fisioterapeuta Especialista em Uroginecologia, coordenadora do Ambulatório de fisioterapia de disfunções do
assoalho pélvico da UFBA.
RESUMO: Introdução: a incontinência anal (IA) é uma disfunção de origem multifatorial com impacto significativo na qualidade
de vida do indivíduo. Dentre as diversas etiologias para IA encontra-se a traumática, provocada pela penetração de objetos no
canal anal. A inclusão do ânus na atividade sexual, já vem sendo descrita, principalmente entre homossexuais do sexo masculino.
A partir desta premissa, questionou-se nesta pesquisa a possibilidade da penetração do pênis no ânus se enquadrar como etiologia
traumática da incontinência anal. Objetivo: verificar a possível correlação entre a incontinência anal e a prática de sexo anal
utilizando variáveis como idade, tempo de prática e a freqüência semanal de sexo anal. Métodos: 100 homossexuais masculinos
passivos responderam um questionário elaborado pelas pesquisadoras e um Índice de Incontinência Anal. Resultados: a inconti-
nência anal estava presente em 62%, sendo que a perda de gases foi considerada a mais significativa. Contudo, as correlações
propostas não se apresentaram estatisticamente significantes. Conclusão: a maioria dos homossexuais apresentou algum grau
de incontinência anal, provavelmente em decorrência da prática do sexo anal.
Descritores: Incontinência Anal, sexo anal, homossexuais masculinos.
FERREIRA MC; BRAZ TP; MACHADO AMO; RIBEIRO G; ANDRADE RCP. Correlação Entre a Incompetência Esfincteriana Anal e
a Prática de Sexo Anal em Homossexuais do Sexo Masculino. Rev bras Coloproct, 2010;30(1): 055-060.
Local onde o trabalho foi realizado: A coleta de dados ocorreu durante o período de novembro de 2008 a março de 2009, em locais de
concentração de homossexuais (boates e reuniões do Grupo Gay da Bahia) na cidade de Salvador - BA - Brasil.
Recebido em 21/08/2009
Aceito para publicação em 25/09/2009
INTRODUÇÃO
A incontinência anal (IA) é caracterizada pela
perda involuntária tanto de material fecal quanto de
gases, sendo marcada pela incapacidade de manter o
controle fisiológico do conteúdo intestinal em local e
tempo socialmente adequados (1,2,3, 4).
A prevalência da IA é varíavel na literatura,
dependendo do delineamento do estudo, critérios diag-
nósticos e seleção do sujeito (5). Em alguns estudos esti-
ma-se que seja de 0,5% a 5% da população geral, en-
quanto outros apontam que cerca de 2% a 7% da popu-
lação apresente algum grau de incontinência anal (6,7).
Porém esses dados não são muito fidedignos, pois a
prevalência da IA é sem dúvida subestimada, e em par-
te, isso se deve a dificuldade dos pacientes em relatar
seu problema tanto pelo constrangimento quanto pelo
desconhecimento das possibilidades terapêuticas (8,9,10, 11).
Apesar de a incontinência anal possuir menor
incidência que a incontinência urinária, esta possui tam-
bém um impacto significativo na qualidade de vida da
população. Santos e Silva(6) em 2002 mostraram em
um estudo sobre a qualidade de vida de pacientes com
IA, que 83% dos seus pacientes referiram apresentar
os sintomas a pelo menos um ano, dos quais 46,4%
há mais de 5 anos, caracteriza-se desta forma a
Correlação Entre a Incompetência Esfincteriana Anal
e a Prática de Sexo Anal em Homossexuais do Sexo Masculino
Maíra Costa Ferreira e Cols.
56
Vol. 30
Nº 1
Rev bras Coloproct
Janeiro/Março, 2010
cronicidade da IA e a possibilidade do maior compro-
metimento da sua qualidade de vida.
Embora não aumente significantemente a mor-
talidade, a IA atinge o indivíduo física e psicologica-
mente, o que resulta em seu isolamento progressivo e
alterações da imagem corporal, auto-estima e identi-
dade, além de onerar seu portador, seja pelos custos de
protetores de roupas ou por demandar pessoal e trata-
mento especializados (7,8,11,12,13). Um estudo sobre os
aspectos psicossociais da IA, realizado por Huppe et
al.(8), verificou que os aspectos mais comprometidos
nestes pacientes foram a sexualidade e o desempenho
do indivíduo no emprego. Sendo que 58% dos pacien-
tes suspenderam sua atividade sexual, enquanto 14%
somente diminuíram a freqüência dessa atividade.
A etiologia da IA é variável, podendo ser trau-
mática e determinada pela penetração de objetos no
canal anal. O intercurso sexual anal e o consequente
traumatismo ano-retal registra, além do aumento des-
sa prática, uma enorme variedade de objetos utilizados
durante o ato sexual ou estimulação auto-erótica (14).
A inclusão do ânus na atividade sexual já vem
sendo descrita como prática comum em algumas cul-
turas da antiguidade e parte exibida pela relação ho-
mossexual principalmente entre as pessoas do sexo
masculino (15,16). Poucas pesquisas têm sido feitas so-
bre este assunto, porém todas demonstram que cada
vez mais, não só os casais homossexuais, como tam-
bém os heterossexuais fazem sexo anal (17,18). A partir
desta premissa, questiona-se a possibilidade da pene-
tração do pênis durante o sexo anal, se enquadrar como
etiologia traumática da incontinência anal.
O objetivo deste estudo foi determinar se o sexo
anal está associado a um maior risco de incontinência
anal.
MÉTODO
Trata-se de um estudo descritivo, observacional
de corte transversal. A população de estudo constituiu-
se de 100 homossexuais do sexo masculino que prati-
cavam sexo anal passivo. Como critérios para inclusão
na amostra considerou-se necessário possuir idade in-
ferior a 50 anos e declarar-se praticante de sexo anal
de forma passiva. Os critérios de exclusão foram: de-
clarar-se praticante do sexo anal ativo, possuir história
de diabetes, hemorróidas, prolapso retal, câncer do reto
ou cirurgias do reto.
A coleta de dados ocorreu durante o período
de novembro de 2008 a março de 2009, em locais de
concentração de homossexuais (boates e reuniões do
Grupo Gay da Bahia) na cidade de Salvador.
Como instrumento de coleta de dados utilizou-
se um questionário semi-estruturado elaborado pelas
pesquisadoras baseado nos objetivos e nas variáveis
de interesse e mais o Índice de Incontinência Anal,
ambos aplicados através da técnica da entrevista.
O questionário compunha-se por duas ques-
tões abertas relacionadas a idade do entrevistado e ao
tempo de prática do sexo anal; e mais duas questões
fechadas relacionadas ao uso de lubrificante (se o indi-
víduo fazia uso regular, ou seja, em todas as relações;
se não fazia uso; ou se fazia uso irregular, ou seja em
apenas algumas relações sexuais) e a frequência se-
manal de sexo anal (a frequência foi classificada em 1
vez/semana, 2 vezes, 3 vezes, 4 vezes ou mais que 5
vezes/semana).
Para verificar a continência anal, utilizou-se o
Índice de Incontinência Anal (Tabela 1), proposto por
Jorge e Wexner (19), que envolve não só as caracterís-
ticas e freqüência das perdas anais como o uso de pro-
Tabela1 - Índice de Incontinência Anal. 19
Tipo de incontinência Frequência
Nunca Raramente Ás vezes Frequentemente Sempre
<1/mês <1/semana <1/dia >1/dia
e >1/mês e >1/semana
Sólido 0 1 2 3 4
Líquido 0 1 2 3 4
Gases 0 1 2 3 4
Uso de fralda/ absorvente 0 1 2 3 4
Alteração no estilo de vida 0 1 2 3 4
0 = Perfeito; 20 = Completa Incontinência.
57
Correlação Entre a Incompetência Esfincteriana Anal
e a Prática de Sexo Anal em Homossexuais do Sexo Masculino
Maíra Costa Ferreira e Cols.
Vol. 30
Nº 1
Rev bras Coloproct
Janeiro/Março, 2010
teção e as limitações conseqüentes à IA. Essa escala
permite classificar a IA em leve (1 a 7), intermediária
(8 a 13) e grave (14 a 20).
Para este estudo, considerou-se que ao obter
o somatório igual a zero no Índice de Incontinência
Anal, o indivíduo entrevistado seria classificado como
continente.
As variáveis quantitativas (idade, freqüência
semanal e tempo de prática de sexo anal) foram des-
critas através de média, desvio padrão e percentuais.
A avaliação da associação entre duas variáveis quanti-
tativas foi feita através do Coeficiente de Correlação
Linear de Pearson. O nível de significância considera-
do foi de p valor inferior a 0,05. Os dados foram anali-
sados e processados com auxílio do programa estatís-
tico MINITAB 14.
O respeito à dignidade humana exige que toda
pesquisa se processe a fim de atender às exigências
éticas e científicas fundamentais, de forma a obedecer
às normas e diretrizes da Resolução 196 de 10 de Ou-
tubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde. Nesta
perspectiva, este estudo seguiu fielmente as recomen-
dações da referida Resolução, sendo submetido à ava-
liação do Comitê de Ética das Faculdades de Ciência e
Tecnologia - FTC e apenas iniciado após sua aprova-
ção (registro de aprovação 1.262).
RESULTADOS
Foram entrevistados 100 indivíduos homosse-
xuais masculinos que atendiam aos critérios de inclu-
são, obtendo-se uma idade média de 26,3 anos (míni-
ma 15 anos – máxima 43 anos), freqüência média se-
manal de prática de sexo anal igual a 2 vezes e tempo
médio de 9,4 anos de prática (mínima 1 ano – máxima
35 anos).
De acordo com o Índice de Incontinência Anal,
identificou-se que 59% da população estudada apre-
senta sintomas de incontinência anal leve e 3% sinto-
mas de incontinência anal intermediária, obtendo-se,
desta forma uma prevalência de IA de 62%. Os 38%
restantes apresentaram-se continentes.
Verificou-se que 65% dos indivíduos utilizam o
lubrificante regularmente, seguido de 27% que fazem
uso irregular e 8% que não fazem uso.
Com relação ao tipo de perda, dos 62 indiví-
duos que apresentaram incontinência anal, 35% ti-
nham perda exclusivamente de gases, sendo esta a
mais significativa. Outras perdas relevantes foram:
perda de sólido 19%; e sólido associado a gases 18%.
(Gráfico 1)
As correlações entre a IA e as variáveis tem-
po de prática de sexo anal, idade e freqüência semanal
de sexo anal, obtiveram respectivamente o r (coefici-
ente de correlação linear) igual a 0,079, 0,113 e 0,192
(Gráficos 2, 3 e 4).
As correlações propostas pelo estudo apresen-
taram-se estatisticamente pouco significante. O fato
de não existir correlação entre os parâmetros expostos
invalida a possibilidade de realização dos testes de hi-
póteses para a confirmação de existência de correla-
ção.
DISCUSSÃO
Segundo alguns estudiosos a entrada do pênis
ou qualquer outro objeto no ânus estaria contrariando a
função da musculatura do reto que é expulsiva e não
receptiva (20).
Para ocorrer a penetração anal, deve haver o
relaxamento dos músculos esfíncter anal interno e ex-
terno (21). O esfíncter anal externo possui fibras
estriadas, o que permite o controle voluntário dessa
musculatura. Já o esfíncter anal interno é uma mus-
culatura lisa, involuntária, controlado pelo sistema
nervoso autônomo e que se mantém em constante
tonicidade (22, 23).
Para que o esfíncter anal interno relaxe, é pre-
ciso que ocorra o reflexo inibitório reto-anal. Quando o
conteúdo fecal chega ao reto, distende a parede desta
estrutura desencadeando o reflexo inibitório, que pro-
move um relaxamento transitório do esfíncter anal in-
terno para que o conteúdo fecal desloque-se para o
canal anal (24). Como a penetração anal acontece no
sentido contrária a evacuação, podemos concluir que
durante o sexo anal, o reflexo inibitório reto-anal não é
desencadeado, portanto o esfíncter anal interno não
relaxa e torna-se uma resistência a passagem do pênis
induzindo a possíveis traumas anorretais.
Apesar das controvérsias a respeito da prática
do coito anal, estudos relatam que o intercurso anal
pode levar a disfunções anorretais (14, 18, 25).
De acordo com Nobile (26), o sexo anal fre-
qüente pode alargar e, mais tardiamente, provocar in-
continência do esfíncter do ânus. Em contrapartida,
Marzano (21), afirma que a IA secundária ao sexo anal
não depende do número de relações (frequência), mas
da forma como é praticado. Apesar de encontrar no
Correlação Entre a Incompetência Esfincteriana Anal
e a Prática de Sexo Anal em Homossexuais do Sexo Masculino
Maíra Costa Ferreira e Cols.
58
Vol. 30
Nº 1
Rev bras Coloproct
Janeiro/Março, 2010
presente estudo uma freqüência semanal média de
sexo anal de 2 vezes, a correlação entre a IA e a
frequência semanal mostrou-se estatisticamente in-
significante, portanto assemelhando-se a afirmação
de Marzano.
Diferentemente da vagina, o ânus não possui
tanta elasticidade e nem lubrificação natural, portanto
se impõe lubrificação prévia (26,21). Santos (15) afirma em
seu estudo com homossexuais que o uso de lubrifican-
tes na penetração anal, diminui a possibilidade de le-
sões anorretais. O sexo anal sem o uso de lubrificante
pode levar a lesão dessa estrutura, podendo ocasionar
até perda de sangue (27).
A maioria dos entrevistados (65%) fazem uso
de lubrificante durante o sexo anal, porém muitos in-
formaram que utilizavam apenas a lubrificação do pró-
prio preservativo ou a saliva. A lubrificação utilizada
sugere ser insuficiente e inadequada para diminuir o
atrito durante a penetração anal, o que contribui efeti-
vamente para o surgimento de lesão esfincteriana, já
que encontrou-se uma prevalência de 62% de inconti-
nência anal.
O primeiro estudo que aborda a relação entre
IA e o uso do intercurso anal na atividade sexual em
homossexuais, mostrou que mais de um terço da popu-
lação estudada apresentou algum grau de incontinên-
cia quer seja a gases, líquido ou sólido(28). Reforçando
nossos achados onde quase dois terço da amostra ob-
tiveram incompetência esfincteriana anal.
A classificação da IA em leve, moderada e
grave, possibilita a avaliação da gravidade da IA e ser-
ve como um instrumento para análise da escolha tera-
pêutica(5). O fato da perda de gases ter sido a mais
frequente pode indicar que o sexo anal não seja um
trauma de alta magnitude, induzindo apenas o apareci-
mento de lesão esfincteriana leve. Esse dado não deve
Gráfico 4 - Diagrama de dispersão: correlação entre incontinên-
cia anal e tempo de prática de sexo anal.
Gráfico 3 - Diagrama de dispersão: correlação entre incontinên-
cia anal e idade.
Gráfico 2 - Diagrama de dispersão: correlação entre incontinên-
cia anal e frequência anal.
Gráfico 1 - Relação de perdas na incontinência anal.
ser subestimado, uma vez que pode vir a afetar a qua-
lidade de vida do indivíduo.
59
Correlação Entre a Incompetência Esfincteriana Anal
e a Prática de Sexo Anal em Homossexuais do Sexo Masculino
Maíra Costa Ferreira e Cols.
Vol. 30
Nº 1
Rev bras Coloproct
Janeiro/Março, 2010
Podem-se apontar muitas limitações para a
realização deste estudo. Existem aquelas referentes a
qualquer estudo transversal, como o viés da prevalência,
a dificuldade de esclarecer a sequência causal e a in-
terpretação dificultada pela presença de fatores de
confundimento. No entanto, as principais limitações
desse estudo foram o tabu e o constrangimento que
esse assunto provoca; a escassez científica referente
à temática, aspecto que dificultou o aprofundamento
da discussão; e a incerteza de respostas fidedignas por
se tratar de um questionário, porém essa interferência
foi minimizada ao se propor um ambiente seguro e in-
dividualizado o que deve ter aumentado a probabilida-
de de respostas precisas.
CONCLUSÃO
A penetração do pênis no ânus durante o ato
sexual pode ser uma etiologia traumática da IA, já que a
maioria dos entrevistados apresentou incontinência anal
leve. Porém essa incontinência não mostrou correlação
com a idade, freqüência e tempo de prática de sexo anal.
ABSTRACT: Introduction: the anal incontinence (AI) is a disfunction of multifactorial origin with significant impact in the
quality of life of the individual. Amongst the diverse etiologies for AI meets it traumatic, provoked for the object penetration in
the anal canal. The inclusion of the anus in the sexual activity, already comes being described, mainly between homosexuals of
the masculine sex. From this premise, the possibility of the penetration of the penis in the anus was questioned in this research
if to fit as traumatic etiology of the anal incontinence. Objective: to verify the possible correlation between changeable the anal
incontinence and the practical one of anal sex being used as age, practical time of and the weekly frequency of anal sex. Methods:
100 passive masculine homosexuals had answered a questionnaire elaborated for the researchers and an Index of Anal Incontinence.
Results: the anal incontinence was present in 62%, being that the loss of gases was considered most significant. However, the
correlations proposals had not been presented statistical significant. Conclusion: the majority of the homosexuals presented
some degree of anal incontinence, probably in result of the practical one of the anal sex.
Key words: Anal Incontinence, Anal Sex, Male Homosexuals.
REFERÊNCIAS
1. Baracho E. Fisioterapia Aplicada à Obstetrícia, Uroginecologia
e Aspectos de Mastologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan;
2007.
2. Saad LHC, Coy CSR, Fagundes JJ, Ariyzono ML, Shoji N,
Góes JRN. Quantificação da função esfincteriana pela medida
da capacidade de sustentação da pressão de contração volun-
tária do canal anal. Arq de Gastroenterol 2002 out/dez; 39(4):
233-239.
3. Oliveira L. Incontinência fecal. J Bras Gastroenterol 2006
jan/mar; 6(1): 35-37.
4. Stephenson RG, Connor LJ. Fisioterapia aplicada a ginecolo-
gia e obstetrícia. São Paulo: Manole; 2004.
5. Oliveira SCM de, Pinto-Neto AM, Conde DM, Góes JRN,
Santos-Sá D, Costa-Paiva L. Incontinência fecal em mulheres
na pós-menopausa: prevalência, intensidade e fatores associ-
ados. Arq Gastroenterol 2006 abr/jun; 43 (2): 102-106.
6. Santos VLCG, Silva AM. Qualidade de vida em pessoas com
incontinência anal. Rev Bras Coloproct 2002; 22(2): 98-108.
7. Oliveira L, Jorge JMN, Yusuf S, Habr-Gama A, Kiss D, Cecconelo
I. Novos tratamentos para incontinência anal: injeção de silicone
melhora a qualidade de vida em 35 pacientes incontinentes. Rev
Bras Coloproct 2007 abr/jun; 27(2): 167-173.
8. Yush SAI, Jorge JMN, Habr-Gama A, Kiss DR, Gama
Robrigues J. Avaliação da Qualidade de Vida na Incontinên-
cia Anal: validação do questionário FIQL (Fecal
Incontinence Quality of Life). Arq Gastroenterol 2004 jun/
set; 41(3): 202-208.
9. Nelson R, Norton N, Cautley E, Furner S. Community-Based
Prevalence of Anal Incontinece. JAMA, Chicago 1995; 274(7):
559-561.
10. Heymen S. Psycological and cognitive variabeles affecting
treatment outcomes for urinary and fecal incontinence.
Gastroenterol 2004; 126: 126-146.
11. Matos D. Guia de medicina ambulatorial e hospitalar de
coloproctologia/UNIFESP/EPM. Barueri (SP): Manole; 2004.
12. Lumi CM, Muñoz JP, La Rosa L. Neuromodulación sacra
para el tratamiento de la incontinência anal: experiencia piloto
prospectiva en Argentina. Acta Gastroenterol Latinoam 2007
mar; 37(1): 29-36.
13. Kalantar JS, Howel S, Talley NJ. Prevalence os faecal
incontinence and associated risk factors: an underdiagnosed
problem in the Australian community? Medical Journal of
Austrália 2002 jan; 176: 54-57.
14. Santos Júnior JCM dos. Instrumentação anal erótica: um
problema médico-cirúrgico. Rev bras Coloproct 2007; 27(1):
096-100.
Correlação Entre a Incompetência Esfincteriana Anal
e a Prática de Sexo Anal em Homossexuais do Sexo Masculino
Maíra Costa Ferreira e Cols.
60
Vol. 30
Nº 1
Rev bras Coloproct
Janeiro/Março, 2010
15. Santos MGP. Atendimento ao jovem homossexual.
SBRASH,Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana. Rev
Bras de Sexualidade Humana 1990 jan/jun; 1(1).
16. Pereira H. Determinantes do risco e implicações para a saúde
nas práticas sexuais de homens que têm sexo com homens.
Análise Psicológica 2007; 25 (3): 517-527.
17. Nunes SS. Sexo Proibido: a história do sexo anal nas relações
heterossexuais. Rio de Janeiro: Literes; 2007.
18. Johanson S. ABC do Sexo. São Paulo: Ed. Seoman; 2005.
19. Jorge JMN, Wexner SD. Etiology and management of fecal
incontinence. Dis Colon Rectum 1993; 36: 77-97.
20. Adequado ao prazer. Portal da sexualidade on-line.
Disponível em:<http://www.portaldasexualidade.com.br/
Interna.aspx?id_conteudo=294&id_se cao=125&id_item_
secao=8>. Acesso em: 10 maio 2009.
21. Marzano C. O prazer secreto. Curitiba (PR): Eden; 2008.
22. Heidi Nelson MD. Ânus. In: Towsend CM (Ed.). Sabiston
tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moder-
na. 17 ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2005; cap 49.
23. López AJG. Incontinência Anal. Revista IATREIA 2002 set;
15(3):190-199.
24. Heidi Nelson MD. Doença do reto e ânus. In: Goldman L,
Ausiello D. Cecil tratado de medicina interna. Rio de Janeiro:
Elsevier; 2005; cap 147.
25. Gaudêncio P. Manual do prazer. Rio de Janeiro: O Dia;
2003.
26. Nobile LA. Sexualidade na Maturidade. São Paulo: Brasiliense;
2002.
27. Goldstone SE. Manual do amor gay – guia médico para ho-
mens. São Paulo: Outras Palavras; 2005. Texto retirado do
Cadernos Pela Vidda, ano XVI, (42). Disponível em: <http://
www.aids.org.br/>. Acesso em: 18 mai 2009.
28. Miles AJG, Allen-Mersh TG, Wastell C. Effect of anoreceptive
intercourse on anorectal function. Journal of the Royal Society
of Medicine 1993; 86: 144-147.
Endereço para correspondência:
MAÍRA COSTA FERREIRA
Cond. Mata Atlântica I, bl 08, Apt 001
Vale dos Lagos, Salvador, Bahia, Brasil.
CEP: 41250-470
E-mail: maiferreira@gmail.com
ResearchGate has not been able to resolve any citations for this publication.
Article
Full-text available
A inclusão do ânus na esfera sexual e a utilização de objetos fálicos para prática auto-erótica, descrito na literatura médica desde o século 16, é freqüente na sociedade moderna. O problema social traz consigo, além do aspecto curioso, o risco de lesões ano-retais traumáticas de graves repercussões. Nesse artigo destacamos esses aspectos, reunindo 20 pacientes do sexo masculino, dos quais 6 (30%) foram atendidos com o objeto retido no reto, e 14 (70%) com lesão ano-retal ocorrida durante a prática erótica e provocada pelo corpo fálico. Dentre os pacientes com lesão ano-retal, 10 (71,4%) estavam com o reto perfurado. As lesões ano-retais foram tratadas cirurgicamente, e 7 desses pacientes (50%) evoluíram com complicações que incluem 2 óbitos (20% entre os que tinham perfuração do reto), o que representa para o grupo todo o índice de 10,5% de mortalidade. A prática do erotismo anal com emprego de objetos fálicos, pelo alto índice de morbi-mortalidade, constitui-se em grave problema médico cirúrgico.
Article
Full-text available
Demonstrar através do índice de incontinência e de um instrumento de qualidade de vida, o benefício da utilização do silicone como substância de preenchimento para o tratamento da incontinência anal. 35 pacientes incontinentes foram avaliados através do índice de incontinência (Cleveland Clinic Florida Scoring System-CCFSS) e instrumento de qualidade de vida (Fecal Incontinence Quality of Life-FIQL), antes e após injeção ambulatorial trans-esfincteriana de silicone. Os critérios de inclusão foram: incontinência anal associada a defeito simples do esfíncter interno ou associado a pequeno defeito do esfíncter externo em quadrante anterior. A escala de qualidade de vida avaliada inclui quatro domínios: depressão, estilo de vida, comportamento e constrangimento. Após 3 meses de tratamento, todos os pacientes foram reavaliados através do índice de incontinência e instrumento de qualidade de vida. Os resultados foram analisados estatisticamente através do programa GraphPd Instat. 28 mulheres e 7 homens com idade média de 60,3 (19-80) anos foram submetidos a injeção de silicone para o tratamento de incontinência anal. O índice médio de incontinência, antes e após a injeção, foi de 11,3 e 4,3 (p<0.001). Em relação às alterações na escala de qualidade de vida, notamos significantes alterações em todos os domínios estudados antes e após a injeção: (1) estilo de vida p<0,0001;(2)comportamento p<0,0001;(3) depressão p<0,0001; (4) constrangimento p<0,0001. Em casos selecionados, a injeção trans-esfincteriana de silicone proporciona uma melhora do quadro de incontinência anal, observada pela mudança significativa dos parâmetros do índice de incontinência e instrumento de qualidade de vida.
Article
Full-text available
RACIONAL: A incontinência fecal é mais freqüente na população feminina, tornando-se mais prevalente com o aumento da idade. Poucos estudos avaliaram sua prevalência e intensidade em mulheres na pós-menopausa. OBJETIVOS: Investigar a prevalência e os fatores associados à incontinência fecal em mulheres na pós-menopausa e estudar a intensidade dos sintomas. MÉTODOS: Realizou-se estudo de corte transversal com 100 mulheres na pós-menopausa e idade superior a 45 anos. Foram avaliadas as características sociodemográficas e clínicas com análise descritiva das mesmas. Estimou-se a prevalência de incontinência fecal. Aplicou-se o escore de St. Mark para estudar a intensidade dos sintomas associados à incontinência fecal. A seguir, o escore foi categorizado de acordo com o tercil e a intensidade dos sintomas foi classificada em graus leve, moderado ou grave. Análises bivariada e multivariada foram utilizadas para estudar a associação entre a incontinência fecal e seus possíveis determinantes, empregando-se a razão de prevalência. O intervalo de confiança foi fixado em 95%. RESULTADOS: A média de idade foi de 58,9 ± 5,9 anos (variação: 46-76 anos). A prevalência de incontinência fecal foi de 15%. Das pacientes incontinentes, 60% apresentaram incontinência leve. Após análise multivariada, observou-se como fator associado à incontinência fecal o antecedente de partos fórcipes (razão de prevalência: 7,80; intervalo de confiança 95%: 2,38-25,55). CONCLUSÕES: A prevalência de incontinência fecal em mulheres na pós-menopausa foi elevada. Os dados sugerem que a maioria das mulheres apresentou incontinência leve. O antecedente de partos fórcipes associou-se à incontinência fecal.
Article
Full-text available
Summary Introduction: Anal incontinence is a severe physical and emotional condition that affects quality of life. Its treatment with neuromodulation, that consists in sacral roots electrical stimulation, has became a therapeutic option. Objective: This study was designed to present the surgical technique and the first prospective experi- ence in neuromodulation for fecal incontinence in Argentina. Patients and methods: Four femals with severe fecal incontinence (mean score 17/20) were included. Anorectal physiology testing and anal ultra- sound were performed before surgery. Due to failed medical treatment and the presence of an intact anal sphincter, sacral neuromodulation was indicated. After temporary sacral nerve evaluation, definitive neuro- modulator was implanted. Results: After 13 months the incontinence score and the number of weekly escapes decrese from 17/20 to 1.7/20 (p=0.059) and from 6.2 to 0.2 (p=0.059). Quality of life scores also improves but not statiscally significative. Conclusions: Sacral neuromodulation in fecal incontinence is useful. It is effective in patients who had failed maximum conser- vative therapies with the advantage of testing before definitive.
Article
Fecal incontinence is a challenging condition of diverse etiology and devastating psychosocial impact. Multiple mechanisms may be involved in its pathophysiology, such as altered stool consistency and delivery of contents to the rectum, abnormal rectal capacity or compliance, decreased anorectal sensation, and pelvic floor or anal sphincter dysfunction. A detailed clinical history and physical examination are essential. Anorectal manometry, pudendal nerve latency studies, and electromyography are part of the standard primary evaluation. The evaluation of idiopathic fecal incontinence may require tests such as cinedefecography, spinal latencies, and anal mucosal electrosensitivity. These tests permit both objective assessment and focused therapy. Appropriate treatment options include biofeedback and sphincteroplasty. Biofeedback has resulted in 90 percent reduction in episodes of incontinence in over 60 percent of patients. Overlapping anterior sphincteroplasty has been associated with good to excellent results in 70 to 90 percent of patients. The common denominator between the medical and surgical treatment groups is the necessity of pretreatment physiologic assessment. It is the results of these tests that permit optimal therapeutic assignment. For example, pudendal nerve terminal motor latencies (PNTML) are the most important predictor factor of functional outcome. However, even the most experienced examiner's digit cannot assess PNTML. In the absence of pudendal neuropathy, sphincteroplasty is an excellent option. If neuropathy exists, however, then postanal or total pelvic floor repair remain viable surgical options for the treatment of idiopathic fecal incontinence. In the absence of an adequate sphincter muscle, encirclement procedures using synthetic materials or muscle transfer techniques might be considered. Implantation of a stimulating electrode into the gracilis neosphincter and artificial sphincter implantation are other valid alternatives- The final therapeutic option is fecal diversion. This article reviews the current status of the etiology and incidence of incontinence as well as the evaluation and treatment of this disabling condition.
Article
The aim of this study is to understand which variables seem to be implicated in the adoption of risky sexual behaviour among men who have sex with men (MSM). 338 MSM participated in the study (whether identified as gay, bisexual or straight), and the following instruments were utilized: socio-demographic questionnaire always practise oral sex, who expect to continue to have and the Questionnaire of Sexual Behaviour and Emotions, sex even if a condom is not available, and those who with 39 items. The data were submitted to an inferential adopt top positions in sexual activity. The implications analysis, which allowed the understanding of the fact of these results are also discussed. that those men who had a first unprotected sexual relation.
Article
Objective. —To determine the prevalence of and characteristics associated with anal incontinence in the general community.Setting. —Community survey.Participants. —The population of the state of Wisconsin sampled in the Wisconsin Family Health Survey. Subjects were identified by random digit dialing with telephone interview. The individual within each household identified as most knowledgeable about the health status of all other members of the household was asked about the health status of each member of the household. Approximately 200 households were surveyed each month.Main Outcome Measures. —The presence of anal incontinence to solid or liquid feces or gas, who suffered from it, the frequency of anal incontinence, and how the incontinent person coped with it.Results. —A total of 2570 households comprising 6959 individuals were surveyed, and 153 individuals were reported to have anal incontinence, representing 2.2% of the population (95% confidence interval [CI], ±0.3%). Thirty percent of the incontinent subjects were older than 65 years, and 63% were women. Of those with anal incontinence, 36% were incontinent to solid feces, 54% to liquid feces, and 60% to gas. In a multivariate analysis, independent associations of the following risk factors with anal incontinence were found: female sex (odds ratio [OR], 1.5; CI, 1.1 to 2.1), age (continuously adjusted) (OR, 1.01; CI, 1.01 to 1.02), physical limitations (OR, 1.8; CI, 1.2 to 2.7), and poor general health (OR, 1.6; CI, 1.4 to 1.9).Conclusions. —Anal incontinence was reported in 2.2% of the general population. Independent risk factors for incontinence include female sex, advancing age, poor general health, and physical limitations.(JAMA. 1995;274:559-561)
Article
To determine the prevalence of and characteristics associated with anal incontinence in the general community. Community survey. The population of the state of Wisconsin sampled in the Wisconsin Family Health Survey. Subjects were identified by random digit dialing with telephone interview. The individual within each household identified as most knowledgeable about the health status of all other members of the household was asked about the health status of each member of the household. Approximately 200 households were surveyed each month. The presence of anal incontinence to solid or liquid feces or gas, who suffered from it, the frequency of anal incontinence, and how the incontinent person coped with it. A total of 2570 households comprising 6959 individuals were surveyed, and 153 individuals were reported to have anal incontinence, representing 2.2% of the population (95% confidence interval [Cl], +/- 0.3%). Thirty percent of the incontinent subjects were older than 65 years, and 63% were women. Of those with anal incontinence, 36% were incontinent to solid feces, 54% to liquid feces, and 60% to gas. In a multivariate analysis, independent associations of the following risk factors with anal incontinence were found: female sex (odds ratio [OR], 1.5; Cl, 1.1 to 2.1), age (continuously adjusted) (OR, 1.01; Cl, 1.01 to 1.02), physical limitations (OR, 1.8; Cl, 1.2 to 2.7), and poor general health (OR, 1.6; Cl, 1.4 to 1.9). Anal incontinence was reported in 2.2% of the general population. Independent risk factors for incontinence include female sex, advancing age, poor general health, and physical limitations.