ArticlePDF Available

The influence of cement type on the performance of advanced concretes designed by computing mix proportion technique

Authors:

Abstract and Figures

When a concrete is produced, especially a high performance one, the first concern is the cement type to be used, making this binder an essential compound. The rheological properties of high performance concretes are related to the hydration of cement aluminates phase, whereas the development of mechanical strength depends on the hydrated silicates formed. Thus, variations on cement characteristics influence the properties of a concrete, being observed different behaviors for mixtures produced with distinct cements. The present paper aims to evaluate the influence of cement type on the performance of special concretes designed using computing techniques. The fresh properties were evaluated measuring the fluidity index and the rheological behavior of the material. In the hardened condition, the mechanical strength were evaluated by the compressive, splitting tensile and 3 point bending tests, whereas the Young's modulus was measured by the static and dynamic methods. By comparing all the measured properties, the concretes produced with Portland cement showed better performance than that containing calcium aluminate cement, being the high early strength Portland cement more efficient than the slag-modified Portland cement for the production of high performance mixtures and until the age of 28 days.
Content may be subject to copyright.
10
Cerâmica 57 (2011) 10-21
INTRODUÇÃO
Os concretos atuais são mais do que uma simples mistura
de cimento, água e agregados. Normalmente contêm adições
minerais e aditivos químicos que conferem propriedades
especiais, ou ainda, corrigem certas de ciências do cimento
usado. O desenvolvimento de novos concretos não resulta
necessariamente no aumento da disponibilidade de novos
tipos de cimento, mas necessita que a qualidade deste seja
reprodutível, atendendo a especi cações muito mais severas
[1]. Ao se produzir uma mistura de concreto, especialmente
de alto desempenho, a primeira escolha a ser feita é quanto
ao tipo de cimento a ser empregado, isto porque seu
desempenho em termos de reologia e de comportamento
mecânico torna-se um item crítico à medida que a resistência
à compressão desejada aumenta [2]. Assim, o cimento
A in uência do tipo de cimento no desempenho de concretos avançados
formulados a partir do método de dosagem computacional
(The in uence of cement type on the performance of advanced concretes
designed by computing mix proportion technique)
A. L. de Castro1, J. B. L. Liborio2, V. C. Pandolfelli1
1Departamento de Engenharia de Materiais, Universidade Federal de S. Carlos, Rod. Washington Luiz, km 235,
S. Carlos, SP 13565-905
2Escola de Engenharia de S. Carlos, Universidade de S. Paulo, Av. Trabalhador Sancarlense 400,
S. Carlos, SP 13566-590
alelorencastro@yahoo.com.br, vicpando@power.ufscar.br
Resumo
Ao se produzir uma mistura de concreto, especialmente de alto desempenho, a primeira escolha a ser feita é quanto ao tipo de cimento
a ser empregado, o que faz deste ligante um material essencial para a produção desses materiais. As características reológicas
de formulações de concretos de alto desempenho estão relacionadas com a hidratação dos aluminatos do cimento, enquanto o
desenvolvimento da resistência mecânica é dependente dos silicatos hidratados formados. Assim, variações nas características do
cimento in uenciam as propriedades dos concretos, sendo observados comportamentos distintos para misturas produzidas com
diferentes cimentos. O presente artigo visa avaliar a in uência do tipo de cimento sobre o desempenho de concretos especiais
aplicados na construção civil, dosados a partir de um método computacional. As propriedades no estado fresco foram avaliadas
medindo-se o índice de uidez e determinando-se o comportamento reológico do material. No estado endurecido, a resistência
mecânica foi avaliada pelos ensaios de compressão uniaxial, tração por compressão diametral e exão em 3 pontos, enquanto o
módulo de elasticidade foi avaliado pelos métodos estático e dinâmico. Comparando-se todas as propriedades medidas, veri ca-se
que os concretos produzidos com cimento Portland apresentaram desempenhos superiores ao do concreto produzido com cimento
aluminoso, sendo o cimento Portland de alta resistência inicial ainda mais e ciente que o cimento Portland composto com escória
para a produção de misturas de alto desempenho e até os 28 dias de idade.
Palavras-chave: concreto de alto desempenho, cimento, propriedade reológica, resistência mecânica.
Abstract
When a concrete is produced, especially a high performance one, the rst concern is the cement type to be used, making this
binder an essential compound. The rheological properties of high performance concretes are related to the hydration of cement
aluminates phase, whereas the development of mechanical strength depends on the hydrated silicates formed. Thus, variations on
cement characteristics in uence the properties of a concrete, being observed different behaviors for mixtures produced with distinct
cements. The present paper aims to evaluate the in uence of cement type on the performance of special concretes designed using
computing techniques. The fresh properties were evaluated measuring the uidity index and the rheological behavior of the material.
In the hardened condition, the mechanical strength were evaluated by the compressive, splitting tensile and 3 point bending tests,
whereas the Young’s modulus was measured by the static and dynamic methods. By comparing all the measured properties, the
concretes produced with Portland cement showed better performance than that containing calcium aluminate cement, being the
high early strength Portland cement more ef cient than the slag-modi ed Portland cement for the production of high performance
mixtures and until the age of 28 days.
Keywords: high performance concrete, cement, rheological property, mechanical resistance.
Cer_341_2011.indd Sec1:10Cer_341_2011.indd Sec1:10 21/03/11 11:1821/03/11 11:18
11 A. L. de Castro et al. / Cerâmica 57 (2011) 10-21
ainda é um material essencial para a produção do concreto.
Atualmente, a partir de um cimento comercialmente
disponível, é possível obter um novo aglomerante hidráulico
com características especí cas para uma determinada
utilização. Esse novo material pode ser composto com
diversos constituintes, tais como clínquer, gipsita, escória
de alto-forno, cinza volante, sílica ativa de ferro-silício ou
silício metálico, cinza e sílica extraídas da casca de arroz,
metacaulinita, terras diatomáceas, argilas calcinadas, pós
de concreto reciclado, cerâmica moída, vidros, micro bras,
fíler calcário etc. [3]. Assim, com a utilização de uma
menor quantidade de clínquer, a indústria do cimento
atinge alguns de seus objetivos dentro da perspectiva do
desenvolvimento sustentável. Os diferentes tipos de cimento
existentes não apresentam o mesmo desempenho quando se
produz um concreto de alto desempenho. Alguns possuem
um bom desempenho em termos de resistência mecânica,
mas um inadequado comportamento reológico, o que
di culta o lançamento e o adensamento do material; outros
apresentam um ótimo comportamento reológico, porém
seu desempenho mecânico deixa a desejar. Assim, devido
à grande variabilidade nas propriedades físicas e químicas
do cimento, deve-se esperar que diferentes cimentos se
comportem de maneiras distintas na presença de um mesmo
aditivo (indispensável para a produção de misturas de alto
desempenho).
As características reológicas de traços com baixa
relação água/aglomerante (concretos de alto desempenho)
estão relacionadas com a hidratação dos aluminatos do
cimento (fase intersticial), enquanto o desenvolvimento da
resistência mecânica é dependente dos silicatos hidratados
formados. Sendo assim, o desempenho nal do cimento
na produção dessas misturas dependerá da maneira pela
qual o comportamento reológico e o desenvolvimento da
resistência podem ser simultaneamente otimizados [2].
In uência do cimento sobre as propriedades do concreto
no estado fresco
Diversos fatores in uenciam a reologia de materiais
à base cimento, tais como a relação água/cimento, a
composição química e o tempo de hidratação do cimento, a
reatividade química do fíler, a distribuição granulométrica,
a massa especí ca, a textura super cial e a geometria das
partículas, as propriedades do aditivo químico, a temperatura
e a umidade do meio onde o material é preparado e aplicado,
as condições de mistura e o procedimento de ensaio adotado
[4]. Assim, existem diversos fatores a serem considerados,
sendo a situação ainda mais complicada pelo fato da
existência de interações físico-químicas entre eles. No caso
especí co do cimento, dentre suas características físicas, a
área super cial e a distribuição granulométrica são as mais
importantes em termos de uidez da mistura [5]. Dentre
os parâmetros químicos, aqueles que têm exercido maior
in uência sobre as propriedades das misturas são a perda
ao fogo, o teor e a morfologia do C3A, o teor de álcalis e o
tipo de sulfato de cálcio adicionado ao clínquer [6]. Assim,
o cimento não pode ser considerado como um material cujo
comportamento pode ser previsto por uma única variável.
Além disso, no caso dos concretos de alto desempenho, a
reologia não é mais ditada apenas pela quantidade de água
ou pela forma do agregado graúdo, mas sim pelo que hoje é
conhecido como compatibilidade entre o cimento e o aditivo
usados [1]. O fator chave que controla o comportamento
de um superplasti cante é a composição do cimento (tipo
de clínquer e produtos de hidratação), uma vez que o
efeito positivo do aditivo só é veri cado se ele melhorar as
propriedades do concreto pela reação com os produtos da
hidratação do cimento. Isso pode ocorrer tanto pelos efeitos
de desaglomeração e dispersão das partículas de cimento
quanto pela in uência sobre as taxas de reação do C3A e do
C3S, constituintes do cimento [7, 8].
In uência do cimento sobre as propriedades do concreto
no estado endurecido
Como a reatividade dos componentes minerais do
cimento com a água varia consideravelmente, é possível
modi car as características de desenvolvimento da
resistência de materiais contendo este ligante hidráulico
pela simples alteração das proporções dos componentes
do cimento. Por exemplo, no caso do cimento Portland,
as resistências iniciais (aos 3, 7 e 28 dias) serão altas se
o cimento contiver grandes quantidades de C3S e C3A,
enquanto essas serão baixas se o cimento for composto por
uma proporção elevada de C2S. Adicionalmente, a resistência
nal (em idades mais avançadas) de um cimento rico em
C2S deverá ser maior do que a de outro cimento com baixo
teor desse componente mineral [9]. Além da composição do
cimento, as taxas de desenvolvimento de resistência podem
ser prontamente controladas por meio da adequação da
granulometria (área super cial) desse material. Para uma
determinada relação água/cimento, a redução do tamanho
médio das partículas geralmente resulta em uma maior taxa
de hidratação e, assim, em melhores propriedades e maiores
resistências nas primeiras idades. Porém, do ponto de vista
da durabilidade, cimentos com área super cial superior nem
sempre são preferidos; em concretos de alto desempenho,
cimentos com granulometria mais grossa podem oferecer
desempenho equivalente aos cimentos mais nos a longo
prazo, resultando em economia de energia e recursos devido
à redução do tempo de moagem [10]. As propriedades de
um material à base de cimento estão relacionadas com sua
porosidade, a qual depende da densidade de empacotamento
das partículas e do grau de hidratação do cimento, porém as
in uências de ambos os parâmetros são opostas: para uma
distribuição granulométrica mais aberta, a densidade de
empacotamento é maior, enquanto o grau de hidratação é
menor; para uma distribuição granulométrica mais estreita,
a densidade de empacotamento é menor, mas o grau de
hidratação é maior, desde que o tamanho das partículas do
cimento seja pequeno. Assim, as duas situações devem ser
consideradas simultaneamente a m de ser obter a menor
porosidade possível: nas primeiras idades, o efeito do
Cer_341_2011.indd Sec1:11Cer_341_2011.indd Sec1:11 21/03/11 11:1821/03/11 11:18
12
A. L. de Castro et al. / Cerâmica 57 (2011) 10-21
empacotamento sobre a porosidade é principal, enquanto o
efeito do grau de hidratação é secundário; em idades mais
avançadas, os efeitos de ambos os fatores in uenciam a
porosidade em uma mesma extensão [11]. No período
de cura, o processo de hidratação resulta na redução e na
redistribuição do sistema de poros ativos determinado
pela relação água/cimento da mistura; assim, a forma e o
tamanho desses poros são in uenciados pela entrada e saída
de umidade no interior do concreto. A porosidade ativa,
consistindo de capilares e poros de gel, pode ser descrita
como canais longos e contínuos quando comparada com
a forma (aproximadamente) circular e natureza discreta
dos poros inativos (originados pela incorporação ou
aprisionamento de ar na mistura). A resistência mecânica e
o módulo de elasticidade são reduzidos proporcionalmente
com o volume de poros inativos e são in uenciados pelo
volume de poros ativos e pela umidade dentro deles [12].
Objetivos
A partir da revisão bibliográ ca apresentada, é possível
constatar que as características do cimento in uenciam
diretamente as propriedades dos concretos, podendo ser
observados comportamentos diferenciados para misturas
produzidas com cimentos distintos. Assim, o presente
artigo tem como objetivo avaliar a in uência do tipo
de cimento sobre o desempenho de concretos especiais
aplicados na construção civil, dosados a partir de um método
computacional, por meio da determinação das propriedades
tanto no estado fresco (índice de uidez e reologia) quanto
no estado endurecido (resistência mecânica e módulo de
elasticidade).
MATERIAIS E MÉTODOS
Materiais
Para veri car a in uência do cimento sobre o
comportamento de concretos de alto desempenho, três
cimentos distintos foram utilizados: cimento Portland de alta
resistência inicial (CPV ARI), cimento Portland composto
com escória (CPII E 32) e cimento aluminoso (Secar 71). As
composições químicas, bem como as composições potenciais
são apresentadas na Tabela I. As propriedades físicas desses
cimentos são apresentadas na Tabela II e a distribuição
granulométrica na Fig. 1.
Quatro agregados – com distribuições granulométricas
distintas e controladas – foram utilizados na composição dos
concretos: AG 10-20, AG 05-08, AG 40-50 e AG 80-100
(todos fornecidos pela Mineração Jundu). Todos eles são areias
de origem quartzosa, constituídos por grãos arredondados. A
granulometria é controlada por meio de técnicas estatísticas
de tamanho efetivo e coe ciente de uniformidade, enquanto
as características físicas e químicas são mantidas estáveis
e em conformidade com as especi cações de mercado
(especialmente de ltros, vidros e cerâmicas).
Pós de quartzo – SM 200, SM 400 e SM 500 – também
foram utilizados na composição dos concretos. Esses pós são
sílicas moídas obtidos a partir de matérias-primas de qualidade
superior. Esses materiais são disponíveis em granulometrias
variadas e comercializados pela Mineração Jundu para a
Óxidos Resultado (%)
CPV ARI CPII E 32 Secar 71(1)
SiO221,16 21,86 < 0,80
Al2O34,71 4,96 68,50
Fe2O31,89 1,83 < 0,30
CaO 68,08 63,57 31,00
SO32,77 1,78 < 0,30
MgO 0,48 1,46 < 0,50
TiO20,15 0,16 < 0,25
Álcalis (Na2O
equivalente) 0,65 0,67 -----
K2O + Na2O solúvel ----- ----- < 0,50
Perda ao fogo 2,39 4,98 -----
Composição potencial (%)
C3S(2) 74,10 51,65 -----
C2S(2) 4,77 23,71 -----
C3A(2) 9,28 10,05 -----
C4AF(2) 5,75 5,57 -----
CA ----- ----- 40 a 70
CA2----- ----- < 25
C12A7----- ----- < 3
Tabela I - Composições química e potencial dos cimentos
utilizados.
[Table I - Chemical and potential phase compositions of the
used cements.]
(1) Os dados da composição química do Secar 71 foram fornecidos pelo
fabricante (Kerneos, 2008); (2) Determinada a partir das equações de Bogue.
Propriedades físicas CPV
ARI
CPII E
32
Secar
71
Massa especí ca (g/cm3) 3,16 3,11 3,00
Área super cial – B.E.T. (m2/g) 1,70 0,64 2,16
Início de pega (min)(1) 143 232 279
Fim de pega (min)(1) 338 397 414
Teor de água de
consistência normal (a/c) 0,30 0,28 0,28
Resistência à compressão (MPa)
1 dia
3 dias
7 dias
28 dias
25,2
36,2
39,8
47,4
5,6
19,5
28,1
37,4
39,0
51,8
54,7
60,9
Tabela II - Propriedades físicas dos cimentos utilizados.
[Table II - Physical properties of the used cements.]
(1) Os tempos de início e m de pega foram medidos pela agulha de Vicat.
Cer_341_2011.indd Sec1:12Cer_341_2011.indd Sec1:12 21/03/11 11:1821/03/11 11:18
13 A. L. de Castro et al. / Cerâmica 57 (2011) 10-21
produção de tintas, plásticos, borrachas, esmaltes, abrasivos
etc.
A sílica MS 920U utilizada como adição mineral nos
concretos é uma sílica ativa não-densi cada obtida a partir
da fabricação de silício metálico ou de ligas de ferro-
silício, fornecida pela Elkem. É um material extremamente
no, constituído de pequenas partículas esféricas com
diâmetros médios de cerca de 50 a 100 vezes menores que
os das partículas de cimento ( 100% < 1 μm), resultando
em uma área super cial especí ca elevada ( 20 m2/g). A
sílica apresenta uma composição química consistente, sendo
quali cada como quase pura, uma vez que suas partículas
possuem altos teores de sílica amorfa (> 98% de SiO2)
quando comparado à presença de pequenas quantidades de
outros elementos.
A distribuição granulométrica dos agregados e dos
materiais nos que compõem os concretos estudados é
apresentada na Fig. 2.
Composições dos concretos
Os modelos de empacotamento de partículas podem
fornecer ferramentas para melhorar o desempenho de um
concreto pela redução do teor de água livre e aumento
da quantidade de sólidos. Eles permitem determinar a
combinação ótima dos constituintes da mistura a m de
obter máxima densidade de empacotamento e, com isso,
minimizar a quantidade de vazios. Esses métodos de
dosagem adotam um dos diversos modelos matemáticos
disponíveis e, a partir das características físicas dos
materiais constituintes são feitas distintas combinações
entre eles até se atingir a condição ótima, dada em termos
de porosidade e permeabilidade mínimas, abatimento e
resistência à compressão máximos [13].
O estudo do empacotamento do sistema granular dos
concretos foi feito a partir do modelo de Alfred, com
coe ciente de distribuição (q) igual a 0,26. As curvas
de distribuição granulométrica (Fig. 3) dos concretos
foram semelhantes para os três tipos de cimento usados,
veri cando-se pequenas variações entre os coe cientes de
correlação obtidos para cada composição.
As proporções das matérias-primas constituintes dos
concretos foram iguais para todos os cimentos usados,
sendo os valores obtidos apresentados na Tabela III. A
quantidade de água de mistura foi mantida xa em 7% em
peso (correspondendo a uma relação água/aglomerante
igual a 0,35) para todas as composições, enquanto os teores
de aditivo foram determinados a m de se obter misturas
100
90
50
70
30
80
40
60
20
10
0
0,01 0,10 1 10 100
% Acumulada
Diâmetro (μm)
Figura 1: Distribuição granulométrica dos cimentos utilizados.
[Figure 1: Particle size distribution of the cements used.]
100
90
50
70
30
80
40
60
20
10
0
0,01 0,10 1 10 100
% Acumulada
Diâmetro (μm)
Figura 2: Distribuição granulométrica dos agregados e dos
materiais nos utilizados.
[Figure 2: Particle size distribution of the aggregates and ne
materials used.]
Figura 3: Curva da distribuição granulométrica dos concretos
estudados.
[Figure 3: Particle size distribution of the concretes analyzed.]
100
10
1
0,1
0,1 1 10 100 1000 10000
10
1
5
Diâmetro (μm)
% Discreta
% Acumulada
Concreto (q=0,26)Alfred 0,26 21
Tabela III - Proporção entre as matérias-primas dos concretos
estudados.
[Table III - Raw materials content for the concretes
analyzed.]
Matéria-prima % p
AG 10-20 24,0
AG 05-08 7,0
AG 40-50 29,0
AG 80-100 7,5
SM 200 7,0
SM 400 3,0
SM 500 2,5
MS 920U 10,0
Cimento 10,0
Cer_341_2011.indd Sec1:13Cer_341_2011.indd Sec1:13 21/03/11 11:1821/03/11 11:18
14
A. L. de Castro et al. / Cerâmica 57 (2011) 10-21
auto-adensáveis (índice de uidez livre maior ou igual a
80%) – os teores utilizados para os concretos compostos
com CPV ARI, CPII E 32 e Secar 71 foram iguais a 0,65%,
0,50% e 0,60%, respectivamente, obtendo-se índices de
uidez iguais a 89%, 80% e 83%. Vale lembrar que as
quantidades de água e superplasti cante são determinadas
para a quantidade total de material e não apenas sobre
a quantidade de cimento e/ou aglomerante (cimento
e sílica ativa) e que a quantidade de água presente no
superplasti cante foi descontada da água de mistura.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
O procedimento experimental constituiu na de nição
dos traços de concreto a partir de um método de dosagem
computacional, com posterior avaliação de suas propriedades
tanto no estado fresco quanto no estado endurecido.
A de nição dos traços foi dividida em duas etapas:
empacotamento do sistema granular e determinação do teor
ótimo de superplasti cante. O empacotamento do sistema
granular foi elaborado utilizando o modelo de Alfred, com
coe ciente de distribuição igual a 0,26. O teor ótimo de
aditivo foi de nido como aquele que possibilitou atingir
índice de uidez de um concreto auto-adensável, ou seja,
maior que 80% de uidez livre.
O procedimento adotado na mistura dos concretos
envolveu a homogeneização do material seco em sacos
plásticos, sendo em seguida a água adicionada e o material
misturado em um reômetro por 1 min na velocidade de
rotação de 20 rpm. O superplasti cante foi adicionado após
esse período e a velocidade de rotação do reômetro foi
aumentada para 60 rpm, totalizando o tempo de mistura em
6 min.
A avaliação das propriedades no estado fresco
compreendeu a medida do índice de uidez da mistura
e a determinação de suas propriedades reológicas. Para
a medida do índice de uidez, uma amostra de concreto
foi colocada em um molde tronco-cônico metálico – com
diâmetro superior de 70 mm, diâmetro inferior de 100 mm e
altura de 65 mm – e, após corretamente nivelado, foi retirado
verticalmente. Dois diâmetros ortogonais da amostra foram
medidos e o índice de uidez determinado pela equação A.
Fluidez = 100 (Desp - Dinf)
Dinf
(A)
onde Desp é o diâmetro médio do espalhamento [cm] e Dinf =
diâmetro inferior do molde tronco-cônico [cm].
As propriedades reológicas dos concretos foram
determinadas com o auxílio de um reômetro. Para a
caracterização reológica (identi cação do comportamento
reológico), amostras de concreto foram submetidas a
ciclos de cisalhamento em escada, com velocidade de
rotação variando entre 5 rpm e 80 rpm após a mistura. As
curvas de cisalhamento obtidas foram ajustadas por dois
modelos reológicos – Bingham e Lei das potências, sendo
o comportamento reológico identi cado pelo modelo que
melhor se ajustou à curva de cisalhamento, ou seja, aquele
que permitiu obter o maior coe ciente de correlação entre os
dados obtidos pelo reômetro e a reta constitutiva do modelo
reológico. Além disso, as curvas de mistura dos concretos
foram geradas e a energia de mistura foi determinada como a
área sob a curva do torque versus tempo. Assim, foi possível
veri car a e ciência desta etapa para cada composição. O
acompanhamento das propriedades reológicas foi feito por
um intervalo de até uma hora após o contato água-cimento;
assim, foi possível veri car a perda de trabalhabilidade e das
demais propriedades por meio da evolução dos parâmetros
reológicos – tensão de escoamento e viscosidade plástica.
O processo de endurecimento das misturas também foi
acompanhado pelo ensaio de cisalhamento contínuo
(sob velocidade de rotação constante) durante o período
compreendido desde o m da mistura até a total perda de
trabalhabilidade do material (falta de coesão da amostra).
Ensaios de condutividade iônica, em função do tempo,
também foram realizados a m de veri car o comportamento
da hidratação dos cimentos utilizados na composição dos
concretos estudados. Os ensaios foram realizados em
suspensões aquosas de cimento, preparadas com um teor de
sólidos de 8,4% em volume.
A avaliação das propriedades no estado endurecido
compreendeu a medida da porosidade aparente, da
resistência mecânica e do módulo de elasticidade. A relação
completa dos ensaios realizados, bem como os métodos de
ensaio adotados, é apresentada a seguir: porosidade aparente
[14]; resistência à compressão uniaxial de corpos de prova
cilíndricos [15]; resistência à tração por compressão diametral
de corpos de prova cilíndricos [16]; resistência à exão em
três pontos de corpos de prova prismáticos [17]; módulo
de elasticidade estático em corpos de prova cilíndricos
[18]; módulo de elasticidade dinâmico em corpos de prova
prismáticos [19]. Para isso, corpos de prova cilíndricos e
prismáticos foram moldados em dimensões de 40 mm x
40 mm e 25 mm x 25 mm x 150 mm, respectivamente. O
método de cura adotado foi a úmido por imersão em água
saturada com cal, onde os corpos de prova permaneceram
até as idades de ensaio: 1, 3, 7 11, 15, 19, 23 e 28 dias para
o CPV ARI e o CPII E 32 e 1, 3, 5, 7 e 10 dias para o Secar
71. Para os ensaios de resistência à compressão uniaxial e
módulo de elasticidade estático, as superfícies dos corpos de
prova cilíndricos foram reti cadas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Propriedades do concreto no estado fresco
Curvas de mistura
A avaliação do desempenho de um concreto começa com
a compreensão das suas características e do equipamento
utilizado em sua produção. Na etapa de produção do concreto,
dois itens são importantes: a composição da mistura e o
Cer_341_2011.indd Sec1:14Cer_341_2011.indd Sec1:14 21/03/11 11:1821/03/11 11:18
15 A. L. de Castro et al. / Cerâmica 57 (2011) 10-21
procedimento de mistura do concreto. A qualidade de uma
mistura é in uenciada por diversos parâmetros associados
com o misturador e com sua utilização, tais como a velocidade,
o tempo, o volume de material e a geometria dos elementos de
mistura. Um parâmetro básico importante de um misturador de
concreto é sua velocidade máxima, que depende da resistência
da partícula e do comportamento do material a ser misturado.
Assim, uma mistura ideal é obtida quando todos os componentes
estão distribuídos uniformemente na massa da mistura, isto é,
cada amostra retirada do misturador deve apresentar as mesmas
características [20]. Para um mesmo procedimento de mistura,
veri cou-se que a variação do tipo de cimento implicou em
alterações da área sob a curva de mistura das composições
(Fig. 4, Tabela IV). Como uma menor área indica uma melhor
dispersão das partículas e, conseqüentemente, em uma mistura
mais efetiva, o procedimento de mistura adotado foi mais
e ciente para os concretos produzidos com cimento Secar 71,
CPII E 32 e CPV ARI, considerando uma ordem decrescente
de e ciência.
Curvas de cisalhamento
Para a construção das curvas de cisalhamento, a
velocidade foi considerada em rotações por segundo (rps)
para que o parâmetro relacionado com a viscosidade
plástica (viscosidade de torque – h), expresso em Nm.s,
fosse determinado diretamente a partir da equação da reta
de ajuste ao modelo.
A partir das curvas de cisalhamento (Figs. 5, 6 e 7),
veri ca-se que a parte ascendente e a parte descendente
não coincidem, resultando em uma área de histerese. A
formação dessa histerese indica que o misturador utilizado
não foi capaz de fornecer energia su ciente para quebrar
os aglomerados presentes na mistura; assim, um processo
de mistura mais e ciente está relacionado com uma menor
área de histerese. Além disso, a não coincidência das
partes ascendente e descendente da curva de cisalhamento
evidencia o comportamento pseudoplástico dos concretos,
Figura 6: Curvas de cisalhamento do concreto produzido com CPII
E 32. Obs.: As setas indicam o sentido de aplicação da velocidade
de cisalhamento.
[Figure 6: Flow curves of the concrete produced with CPII E 32.
Obs.: The arrows indicate the up and down curves, respectively.]
10
8
6
4
2
00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,401,201
Torque (Nm)
Velocidade de rotação (rps)
Figura 5: Curvas de cisalhamento do concreto produzido com CPV
ARI. Obs.: As setas indicam o sentido de aplicação da velocidade
de cisalhamento.
[Figure 5: Flow curves of the concrete produced with CPV ARI.
Obs.: The arrows indicate the up and down curves, respectively.]
10
8
6
4
2
0
0 0,20 0,40 0,60 0,80 1,401,201
Torque (Nm)
Velocidade de rotação (rps)
Figura 7: Curva de cisalhamento do concreto produzido com Secar
71. Obs.: As setas indicam o sentido de aplicação da velocidade de
cisalhamento.
[Figure 7: Flow curve of the concrete produced with Secar 71.
Obs: The arrows indicate the up and down curves, respectively.]
14
12
10
8
6
4
2
00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,401,201
Torque (Nm)
Velocidade de rotação (rps)
Figura 4: Curva de mistura dos concretos produzidos com
diferentes cimentos.
[Figure 4: Mixing curve of the concretes produced with different
cements.]
50
40
30
20
10
0500 100 150 200 300250 350 400
Torque (Nm)
Tempo (s)
Tabela IV- Área sob a curva de mistura dos concretos
produzidos com diferentes cimentos.
[Table IV - Area under the mixing curve for the concretes
produced with different cements.]
Cimento Área (Nm.s)
CPV ARI 3.522
CPII E 32 3.283
Secar 71 3.192
Cer_341_2011.indd Sec1:15Cer_341_2011.indd Sec1:15 21/03/11 11:1821/03/11 11:18
16
A. L. de Castro et al. / Cerâmica 57 (2011) 10-21
que foi veri cado independentemente do tipo de cimento
usado na sua composição.
Os valores das áreas de histerese geradas (Tabela V)
variam entre os concretos produzidos com diferentes tipos
de cimento. As áreas calculadas con rmam a e ciência
de mistura, ou seja, a ordem obtida pelo cálculo da área
sob a curva de mistura se repetiu quando a análise foi
feita a partir do cálculo da área de histerese resultante da
curva de cisalhamento (Secar 71 > CPII E 32 > CPV ARI,
considerando a ordem decrescente de e ciência).
Um fato a ser destacado é o comportamento das curvas
de cisalhamento ao longo do tempo. Enquanto as curvas
obtidas para ambos os cimentos Portland são praticamente
justapostas para todos os tempos de medida, veri ca-se um
deslocamento da curva de cisalhamento medida aos 60 min
– com relação às curvas medidas aos 10 e 30 min de ensaio –
para o cimento aluminoso. Isso pode estar relacionado com
o início do processo de pega desse cimento antes do m do
ensaio, o que indicaria uma tendência contrária ao resultado
do tempo de pega medido com o auxílio da agulha de Vicat e
apresentado na Tabela II. Assim, para melhor elucidar estes
aspectos usou-se também a técnica da condutividade iônica,
cujos resultados são apresentados a seguir (Fig. 8).
O processo de hidratação das partículas de cimento em
água envolve três períodos distintos: dissolução de íons,
nucleação e precipitação de fases hidratadas. Assim que as
partículas de cimento entram em contato com a água, inicia-
se a dissociação das fases anidras e, com isso, a liberação
de íons no meio líquido. O processo de dissolução ocorre
até que a concentração dos íons em solução alcance certo
nível de saturação, promovendo a precipitação dos hidratos
por meio de mecanismos de nucleação e crescimento. A
precipitação dos primeiros produtos da hidratação diminui a
concentração de íons em solução, favorecendo a dissociação
das fases anidras. Isso resulta em um processo contínuo de
dissolução-precipitação até que a maioria (ou toda) da fase
anidra tenha reagido. Desde que a nucleação heterogênea
na superfície das partículas seja favorecida, os hidratos
precipitados tendem a formar fortes ligações entre as
partículas vizinhas, promovendo a pega e o endurecimento
do concreto [21].
Com o aumento da condutividade iônica, o potencial
super cial das partículas de cimento tende a diminuir,
resultando na aglomeração das partículas e, com isso, no
endurecimento do sistema. Os cimentos Portland estudados
apresentaram valores de condutividade iônica muito
superiores ao medido para o cimento aluminoso (Fig. 8),
o que justi ca o menor tempo de início de pega medido
pelo ensaio de Vicat (Tabela II). Por outro lado, o cimento
aluminoso não apresenta um aumento inicial da força iônica
do meio tão acentuado como o cimento Portland, re etindo
em um tempo de início de pega superior.
Porém, para o cimento aluminoso, veri cou-se uma
discordância entre o tempo de m de pega medido com o
método usual da agulha de Vicat (Tabela II) e os resultados
obtidos com o ensaio de condutividade iônica e reometria.
Aparentemente, a reometria e a condutividade iônica
estariam indicando um m de pega mais breve desse cimento,
enquanto a agulha de Vicat apontaria em outra direção. Tal
efeito despertou interesse dos autores e será assunto de um
estudo complementar, visto que estas técnicas podem estar
indicando fenômenos distintos do processo de dissolução-
precipitação que os cimentos aluminosos estão sujeitos.
Caracterização reológica
Para a identi cação do comportamento reológico
das misturas de concreto, os ajustes foram feitos tanto na
parte ascendente quanto na parte descendente da curva de
cisalhamento. Porém, a consideração da parte ascendente se
mostrou mais adequada (maiores coe cientes de correlação),
além de corresponder ao período em que a tensão de
escoamento deve ser excedida para que o material inicie seu
escoamento.
A partir das curvas de cisalhamento obtidas (Figs. 9, 10
e 11), veri cou-se que, independente do tipo de cimento
adotado na produção dos concretos, os comportamentos
reológicos de todas as misturas estudadas se ajustaram
melhor ao modelo binghamiano, ou seja, o ajuste da parte
ascendente da curva de cisalhamento resultou nos maiores
Figura 8: Curvas de condutividade iônica em função do tempo das
suspensões aquosas dos três cimentos utilizados na produção dos
concretos estudados, com destaque para a queda de condutividade
apresentada para o cimento aluminoso.
[Figure 8: Ionic conductivity curves as a function of time for
aqueous suspensions for the cements used in the production of the
concretes analyzed, highlighting the conductivity decrease for the
calcium aluminate cement.]
18000
14000
16000
10000
12000
6000
2000
00 50 200100 250150 300
8000
4000
Tempo (min)
Condutividade (μs/cm)
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
00 50 100 150 200 250 300
Cimento Tempo de medida (min)
10 30 60
CPV ARI 1,95 2,50 2,62
CPII E 32 1,68 2,33 2,24
Secar 71 1,08 1,24 2,01
Tabela V - Área de histerese das curvas de cisalhamento dos
concretos estudados – unidade: Nm.rps.
[Table V - Hysteresis area for the concretes’ ow curves –
unity: Nm.rps.]
Cer_341_2011.indd Sec1:16Cer_341_2011.indd Sec1:16 21/03/11 11:1821/03/11 11:18
17 A. L. de Castro et al. / Cerâmica 57 (2011) 10-21
coe cientes de correlação entre a curva e a reta constitutiva
do modelo. Esse comportamento é amplamente observado
para as misturas de concreto de alto desempenho encontradas
na literatura [22]. Assim, sendo o comportamento dos
concretos estudados semelhantes ao de um uido plástico ou
binghamiano (equação B), dois parâmetros reológicos são
necessários para sua caracterização: a tensão de escoamento
(τo) [Pa] e a viscosidade plástica (μ) [Pa.s]. Porém, em
função da heterogeneidade do concreto, esses parâmetros
são normalmente expressos em unidades de torque, sendo
a relação entre o torque (T) [Nm] e a velocidade de rotação
(N) [rps] dada segundo a equação C.
(Β)
Τ = g + hΝ (C)
onde τ é a tensão de cisalhamento [Pa] e é a taxa de
cisalhamento [s-1], na equação B, g é o torque de escoamento
[Nm] e h é a viscosidade de torque [Nm.s] na equação
C, e consideradas análogas à tensão de escoamento e a
viscosidade plástica, respectivamente [23]. Assim, os
valores dos parâmetros reológicos que caracterizam os
comportamentos dos concretos estudados são apresentados
na Tabela VI em unidades de torque.
Como a aplicação dos concretos não se dá imediatamente
após a mistura, é preciso conhecer seu comportamento durante
o intervalo de tempo necessário para sua aplicação. Assim, as
propriedades reológicas dos concretos foram acompanhadas
ao longo do tempo, com as amostras sendo submetidas a
ciclos de cisalhamento 10, 30 e 60 min após o contato água-
cimento. A partir dos valores obtidos (Tabela VI), veri ca-se
que o torque de escoamento aumentou ao longo do tempo,
enquanto a viscosidade permaneceu praticamente constante.
Isso quer dizer que, uma vez que a tensão de escoamento
tenha sido excedida, sua resistência ao escoamento permanece
praticamente a mesma para as taxas de cisalhamento aplicadas,
dentro do intervalo de tempo avaliado.
Figura 10: Parte ascendente da curva de cisalhamento do concreto
produzido com CPII E 32.
[Figure 10: Shearing upward plot for the concrete containing CPII
E 32.]
10
8
6
4
2
00 0,20 0,60 1,000,40
Dados
0,80 1,20 1,40
Velocidade de Rotação (rps)
Torque (Nm)
Leis das potências Bingham
Figura 9: Parte ascendente da curva de cisalhamento do concreto
produzido com CPV ARI.
[Figure 9: Shearing upward plot for the concrete containing CPV
ARI.]
10
8
6
4
2
00 0,20 0,60 1,000,40 0,80 1,20 1,40
Velocidade de Rotação (rps)
Torque (Nm)
Dados Leis das potências Bingham
Figura 11: Parte ascendente da curva de cisalhamento do concreto
produzido com Secar 71.
[Figure 11: Shearing upward plot for the concrete containing
Secar71.]
10
8
6
4
2
00 0,20 0,60 1,000,40
Dados
0,80 1,20 1,40
Velocidade de Rotação (rps)
Torque (Nm)
Leis das potências Bingham
Cimento
Torque de
escoamento
[g (Nm)]
Viscosidade
de torque
[h (Nm.s)]
Tempo de
medida (min)
Tempo de medida
(min)
10 30 60 10 30 60
CPV ARI 0,28 1,01 1,34 3,86 3,68 3,76
CPII E 32 4,67 5,57 5,76 2,79 2,54 2,54
Secar 71 2,93 3,68 6,95 4,08 3,75 3,69
Tabela VI - Valores dos parâmetros reológicos considerando-
se a parte ascendente da curva de cisalhamento e o
comportamento binghamiano.
[Table VI - Values of the rheological parameters considering
upward part of the ow curve and the Bingham behavior.]
Cer_341_2011.indd Sec1:17Cer_341_2011.indd Sec1:17 21/03/11 11:1821/03/11 11:18
18
A. L. de Castro et al. / Cerâmica 57 (2011) 10-21
reduzidas, independente do tipo de cimento utilizado (CPV
ARI ou CPII E 32). A baixa porosidade aparente desses
materiais está relacionada com a baixa relação água/
aglomerante (0,35) considerada na sua produção. Assim,
parte dos materiais aglomerantes não-hidratados pôde
contribuir com o efeito fíler proporcionado pela adição
mineral (sílica ativa), melhorando o empacotamento das
partículas e, com isso, resultando em matrizes mais densas
em idades avançadas (28 dias). No caso do concreto
produzido com Secar 71, a porosidade aparente reduziu
com o decorrer do tempo, atingindo valores próximos aos
dos concretos de cimento Portland. Porém, aos 10 dias de
idade, veri cou-se uma inversão dessa tendência, ou seja,
a porosidade aumentou. Esse aumento está relacionado
com o mecanismo de conversão das fases hidratadas do
cimento aluminoso. Durante o processo de hidratação
desse cimento, os produtos formados (CAH10 e C3AH8) são
quimicamente instáveis e se transformam em uma fase mais
estável e de maior densidade (C3AH6). Como conseqüência
dessa conversão, a pasta endurecida de cimento aluminoso
pode apresentar uma redução de volume de sólidos de mais
de 50%, o que causa aumento na porosidade e perda de
resistência [9, 25]. Tal efeito é ainda mais signi cativo se
os concretos forem processados durante um período que
envolve grande oscilação da temperatura ambiente.
Resistência mecânica
O desenvolvimento do comportamento mecânico dos
concretos estudados ao longo do tempo, expresso em termos
de resistência à compressão uniaxial, resistência à tração por
compressão diametral e resistência à exão em 3 pontos,
é apresentado nas Figs. 14, 15 e 16, respectivamente. No
caso do cimento Portland, o concreto produzido com CPV
ARI apresenta maiores resistências do que os concretos
produzidos com CPII E 32 devido ao seu maior teor de C3S
(co-responsável pelo desenvolvimento da resistência) e seu
menor tamanho de partículas (maior área super cial). A
diferença entre as resistências medidas se mantém até os 28
dias. O comportamento mecânico do concreto de cimento
O aumento do torque de escoamento re ete o processo
de pega e endurecimento do material; porém, não a
evolução da viscosidade. Como as amostras de concreto
permanecem em repouso entre os consecutivos ensaios
reológicos, a exigência de torque para as baixas velocidades
de rotação aumenta mais do que para as velocidades mais
altas, provavelmente devido à aglomeração das partículas,
à geração dos produtos da hidratação e ao esgotamento
das moléculas de superplasti cante no processo químico
de dispersão. Isso resulta em uma redução da inclinação
da curva de cisalhamento, o que pode explicar porque a
viscosidade não aumenta com o tempo, tendendo a diminuir
ligeiramente em alguns casos [24].
Curvas de endurecimento
As curvas de endurecimento, avaliadas sob cisalhamento
contínuo, para os concretos estudados são apresentadas na
Fig. 12. Os concretos produzidos com ambos os cimentos
Portland (CPV ARI e CPII E 32) apresentaram a mesma
tendência de pega e endurecimento, o que ocorreu de maneira
contínua e gradual ao longo do tempo, diferenciando apenas
nos valores de torque medidos no processo. Porém, para
o concreto produzido com cimento aluminoso (Secar 71),
veri cou-se uma perda acentuada da trabalhabilidade logo
na primeira hora de ensaio. Isso pode estar relacionado com
o rápido enrijecimento da mistura a m de se atingir altas
resistências nas primeiras horas da hidratação, conforme
observado nos ensaios de condutividade iônica realizados
em suspensões de cimento puro (Fig. 8).
Propriedades do concreto no estado endurecido
Porosidade aparente
A porosidade inicial é determinada pela relação água/
cimento da mistura. Porém, uma vez xada a quantidade de
água, é o processo de hidratação que determina a extensão
do preenchimento e redistribuição de poros [12]. A evolução
da porosidade aparente dos concretos estudados, avaliada
ao longo do tempo, é apresentada na Fig. 13. Com exceção
da idade de 1 dia, os concretos produzidos com cimento
Portland apresentaram porosidades semelhantes e bastante
Figura 12: Curvas de endurecimento dos concretos estudados.
[Figure 12: Hardening curves of the studied concretes.]
14
12
10
8
6
4
2
00 2000 60004000 8000 10000
Torque (Nm)
Tempo (s)
Figura 13: Evolução da porosidade aparente dos concretos ao
longo do tempo.
[Figure 13: Evolution of the concretes’ apparent porosity with the
time.]
10
8
6
4
2
00 5 10 15 20 25 30
Porosidade (%)
Idade (dias)
Cer_341_2011.indd Sec1:18Cer_341_2011.indd Sec1:18 21/03/11 11:1821/03/11 11:18
19 A. L. de Castro et al. / Cerâmica 57 (2011) 10-21
aluminoso pode ser descrito por uma alta resistência inicial,
seguida por uma perda dessa resistência com o decorrer
do tempo. A alta resistência inicial é uma característica
do cimento aluminoso, uma vez que cerca de 80% da
sua resistência nal pode ser obtida em 24 h. A perda de
resistência ao longo do tempo está relacionada com o
mecanismo de conversão das fases hidratadas do cimento
descrito anteriormente. Esse comportamento do concreto
de cimento aluminoso limita sua utilização em aplicações
estruturais, a menos que o corpo seja aquecido e auto-
clavado e as fases estáveis sejam obtidas antes da aplicação
do material em construções civis.
Módulo de elasticidade
Os valores dos módulos de elasticidade usados
nos cálculos estruturais de estruturas de concreto são
normalmente estimados a partir de expressões empíricas
que pressupõem dependência direta entre o módulo de
elasticidade, a resistência e a densidade do concreto. Em
materiais homogêneos realmente existe essa relação, porém,
em materiais heterogêneos e multifásicos como o concreto,
a fração volumétrica, a densidade e o módulo de elasticidade
dos principais constituintes (agregados e matriz), bem como
as características da zona de transição é que determinam o
comportamento elástico do compósito. Para o concreto, a
relação direta entre a resistência e o módulo de elasticidade
provém do fato de que ambos são in uenciados pela
porosidade e pelas fases constituintes, embora não no
mesmo grau [9].
As evoluções dos módulos de elasticidade estático
e dinâmico ao longo do tempo são apresentadas,
respectivamente, nas Figs. 17 e 18 e a correlação entre eles
na Fig. 19. A partir dos grá cos, veri ca-se que ambos os
módulos de elasticidade dos concretos produzidos com
cimento Portland apresentaram um aumento contínuo ao
longo do tempo, além de uma boa correlação entre os valores
medidos (coe cientes de correlação sempre maior que 0,90).
Porém, o concreto produzido com cimento aluminoso, em
função do aumento da porosidade, apresentou perda do
módulo de elasticidade estático, enquanto o módulo dinâmico
– que corresponde a uma deformação instantânea muito
pequena – não foi in uenciado pelo aumento da porosidade.
Assim, o comportamento diferenciado entre os dois módulos
de elasticidade medidos não permitiu estabelecer uma boa
Figura 15: Evolução da resistência à tração por compressão
diametral dos concretos ao longo do tempo.
[Figure 15: Evolution of the concretes’ splitting tensile strength
with the time.]
10
4
8
2
6
00 5 10 15 20 25 30
Resistência à tração (MPa)
Idade (dias)
Figura 14: Evolução da resistência à compressão uniaxial dos
concretos ao longo do tempo.
[Figure 14: Evolution of the concretes’ compressive strength with
the time.]
140
80
120
60
40
20
100
00 5 10 15 20 25 30
Resistência à
compressão (MPa)
Idade (dias)
Figura 17: Evolução do módulo de elasticidade estático dos
concretos ao longo do tempo.
[Figure 17: Evolution of the concretes’ static Young’s modulus with
the time.]
50
40
30
10
20
00 5 10 15 20 25 30
Módulo de elasticidade
estático (GPa)
Idade (dias)
Figura 16: Evolução da resistência à exão em 3 pontos dos
concretos ao longo do tempo.
[Figure 16: Evolution of the concretes’ 3 point bending strength
with the time.]
14
4
6
12
10
8
2
00 5 10 15 20 25 30
Resistência à exão (MPa)
Idade (dias)
Cer_341_2011.indd Sec1:19Cer_341_2011.indd Sec1:19 21/03/11 11:1821/03/11 11:18
20
A. L. de Castro et al. / Cerâmica 57 (2011) 10-21
concreto. Os parâmetros reológicos obtidos foram diferentes
entre os concretos estudados, indicando comportamentos
reológicos distintos. Ao longo do tempo, veri cou-se um
aumento da tensão de escoamento, enquanto a viscosidade
permaneceu praticamente constante. Os processos de pega
e endurecimento dos concretos medidos sob cisalhamento
contínuo foram distintos para os cimentos Portland e
aluminoso. Os concretos de cimento Portland apresentaram
um processo de pega e endurecimento contínuo e gradual
ao longo do tempo, enquanto o concreto produzido com
cimento aluminoso apresentou uma perda de trabalhabilidade
acentuada logo na primeira hora de ensaio. Essa diferença
pode estar relacionada com a velocidade da hidratação dos
cimentos, que é muito mais rápida para o cimento aluminoso
do que para ambos os cimentos Portland, conforme observado
no ensaio de condutividade iônica. No caso do cimento
Portland, o concreto produzido com CPV ARI apresentou
maiores resistências do que o concreto produzido com
CPII E 32, devido ao seu maior teor de C3S e superior área
super cial, sendo que esta diferença se manteve até os 28
dias de idade. O concreto produzido com cimento aluminoso
apresentou uma alta resistência inicial, porém, ao longo do
tempo, veri cou-se uma perda dessa resistência, sendo esta
correlacionada com o mecanismo de conversão das fases
hidratadas desse cimento (para inibir as transformações de
fase do cimento aluminoso, que prejudicam seu desempenho
mecânico, seria necessário um tratamento em autoclave e
sob temperatura de aproximadamente 80 °C). Comparando
todas as propriedades medidas – tanto no estado fresco,
quanto no estado endurecido – veri ca-se que os concretos
produzidos com os dois cimentos Portland considerados
apresentaram desempenhos superiores ao do concreto
produzido com cimento aluminoso, sendo o cimento
Portland de alta resistência inicial ainda mais e ciente que o
cimento Portland composto para a produção de misturas de
alto desempenho e até os 28 dias de idade.
AGRADECIMENTOS
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientí co
e Tecnológico, CNPq, pela bolsa de estudo, e às Empresas
Holcim Brasil S. A., Elkem Materials South America Ltda.,
Basf Construction Chemicals Brasil e Mineração Jundu
Ltda., pela doação dos materiais utilizados na pesquisa. O
apoio da Dra. I. R. Oliveira nos ensaios de condutividade
iônica também é reconhecido.
REFERÊNCIAS
[1] P.-C. Aïtcin, “Cements of yesterday and today; concrete
of tomorrow”, Cement Concrete Res. 30, 9 (2000) 1349-
1359.
[2] P.-C. Aïtcin, “Concreto de alto desempenho”, Trad.: G.
G. Serra, PINI, S. Paulo, SP (2000).
[3] J. B. L. Liborio, A. L. Castro, F. G. Silva, V. M. Silva,
Proc. IV High Performance Concrete Structures - IV ACI/
CANMET Conf. Quality of Concrete Structures and Recent
correlação entre eles (coe ciente de correlação menor que
0,50). De acordo com a literatura, o módulo de elasticidade
dinâmico é indicado como sendo maior que o módulo de
elasticidade estático em torno de 20%, 30% e 40% para
concretos de alta, média e baixa resistência, respectivamente
[9]. A partir dos resultados obtidos, as relações entre os
módulos recomendadas na literatura não foram obedecidas,
porém o módulo de elasticidade dinâmico medido foi sempre
superior que o módulo estático.
CONCLUSÕES
Mantendo-se os mesmos materiais constituintes
da mistura e o mesmo coe ciente de empacotamento
das partículas, uma mudança apenas do tipo de cimento
implicou em variações no teor ótimo de aditivo necessário
para se obter concretos auto-adensáveis. A variação do tipo
de cimento resultou em diferentes e ciências de mistura,
determinadas pela área sob a curva de mistura e comprovadas
pela área de histerese gerada nas curvas de cisalhamento
dos concretos. A natureza reológica foi identi cada como
sendo semelhante a um uido plástico ou Binghamiano,
independente do tipo de cimento usado na composição do
Figura 19: Correlação entre os módulos de elasticidade estático e
dinâmico dos concretos.
[Figure 19: Correlation between static and dynamic Young’s
modulus for the concretes.]
60
50
40
30
10
20
00102030 40 50
Módulo de elasticidade
dinâmico (GPa)
Módulo de elasticidade estático (GPa)
Figura 18: Evolução do módulo de elasticidade dinâmico dos
concretos ao longo do tempo.
[Figure 18: Evolution of the concretes’ dynamic Young’s modulus
with the time.]
60
50
40
30
10
20
00 5 10 15 20 25 30
Módulo de elasticidade
dinâmico (GPa)
Idade (dias)
Cer_341_2011.indd Sec1:20Cer_341_2011.indd Sec1:20 21/03/11 11:1821/03/11 11:18
21 A. L. de Castro et al. / Cerâmica 57 (2011) 10-21
Advances in Concrete Materials and Testing, Olinda, PE
(2005) cdrom.
[4] H. Vikan, H. Justnes, F. Winnefeld, R. Figi, “Correlating
cement characteristics with rheology of paste”, Cement
Concrete Res. 37, 11 (2007) 1502-1511.
[5] T. Okamura, H. Harada, M. Daimon, “In uence of
calcium sulfate in belite-rich cement on the change in
uidity of mortar with time”, Cement Concrete Res. 28, 9
(1998) 1297-1308.
[6] P.-C. Aïtcin, C. Jolicoeur, J. G. MacGregor,
“Superplasticizers: how they work and why they occasionally
don’t”, Concrete Int. 16, 5 (1994) 45-52.
[7] D. Bonen, S. L. Sarkar, “The superplasticizer adsorption
capacity of cement pastes, pore solution composition, and
parameters affecting ow loss”, Cement Concrete Res. 25, 7
(1995) 1423-1434.
[8] S. Erdogdu, “Compatibility of superplasticizers with
cements different in composition”, Cement Concrete Res.
30, 5 (2000) 767-773.
[9] P. K. Mehta, P. J. M. Monteiro, “Concreto: estrutura,
propriedades e materiais”, PINI, S. Paulo, SP (1994).
[10] D. P. Bentz, E. J. Garboczi, C. J. Haecker, O. M. Jensen,
“Effects of cement particle size distribution on performance
properties of Portland cement-based materials”, Cement
Concrete Res. 29, 10 (1999) 1663-1671.
[11] W. Aiqin, Z. Chengzhi, Z. Ningsheng, “Study of the
in uence of the particle size distribution on the properties of
cement”, Cement Concrete Res. 27, 5 (1997) 685-695.
[12] I. O. Yaman, H. M. Aktan, N. Hearn, “Active and non-
active porosity in concrete - Part I: experimental evidence”,
Mater. Structures 35, 2 (2002) 102-109.
[13] M. R. Jones, L. Zheng, M. D. Newlands, “Comparison
of particle packing models for proportioning concrete
constituents for minimum voids ratio”, Mater. Structures 35,
5 (2002) 301-309.
[14] American Society for Testing and Materials, ASTM C
830: “Apparent porosity, liquid absorption, apparent speci c
gravity, and bulk density of refractory shapes by vacuum
pressure” (1993).
[15] Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 5739:
“Concreto - ensaio de compressão de corpos-de-prova
cilíndricos”, Rio de Janeiro, RJ (1994).
[16] American Society for Testing and Materials, ASTM
C 496: “Splitting tensile strength of cylindrical concrete
specimens” (1990).
[17] American Society for Testing and Materials, ASTM
C 133: “Cold crushing strength and modulus of rupture of
refractories” (1994).
[18] Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR
8522: “Concreto - determinação dos módulos estáticos de
elasticidade e de deformação e da curva tensão-deformação”,
Rio de Janeiro, RJ (2003).
[19] American Society for Testing and Materials. ASTM
C 1259: “Dynamic Young’s modulus, shear modulus, and
Poisson’s ratio for advanced ceramics by impulse excitation
of vibration” (1994).
[20] H. Beitzel, Y. Charonnat, M. Beitzel, “Assessment and
classi cation of performance mixers”, Mater. Structures 36,
4 (2003) 250-264.
[21] I. R. Oliveira, F. S. Ortega, L. R. M. Bittencourt, V. C.
Pandolfelli, “Hydration kinetics of hydratable alumina and
calcium aluminate cement, J. Techn. Assoc. Refract.” 28, 3
(2008) 172.
[22] G. H. Tattersall, P. F. G. Ban ll, “The rheology of fresh
concrete”, Pitman, London, UK (1983).
[23] T. Yen, C.-W. Tang, C.-S. Chang, K.-H. Chen, “Flow
behavior of high strength high-performance concrete”,
Cement Concrete Comp. 21, 5-6 (1999) 413-424.
[24] M. Nehdi, S. Mindess, P.-C. Aïtcin, “Rheology of high-
performance concrete: effect of ultra ne particles”, Cement
Concrete Res. 28, 5 (1998) 687-697.
[25] A. M. Neville, “Propriedades do concreto”, Trad.:
Salvador E. Giammusso, 2a Ed., PINI, S. Paulo, SP (1997).
[26] A. L. Castro, V. C. Pandolfelli, “Artigo revisão -
Conceitos de dispersão e empacotamento de partículas para
a produção de concretos especiais aplicados na construção
civil”, Cerâmica 55, 333 (2009) 18.
[27] A. L. Castro, J. B. L. Liborio, V. C. Pandolfelli,
“Desempenho de concretos avançados para a construção civil
formulados a partir do método de dosagem computacional”,
Cerâmica 55, 335 (2009) 233.
(Rec. 21/06/2008, Ac. 13/12/2008)
Cer_341_2011.indd Sec1:21Cer_341_2011.indd Sec1:21 21/03/11 11:1821/03/11 11:18
... It is observed that the tailing consists mainly of Hematite and Quartz. Ref. [19], states that quartz found in very fine particles can assume three functions when incorporated into cement mixtures: improve packing, serve as nucleation points, facilitating the cement hydration, or aid in strength as a reactivity material depending on the stage in which it is found. In this way, the IOT presents potential to improve the mechanical behavior of cementitious compounds. ...
... Through the BET, a surface area of 7.790 m²/g was obtained for the IOT. As verified by [19] Portland cement CPV-ARI has 1.70 m²/g of surface area, obtained by the same method. Therefore, the residue is more than 350% thinner than the binder. ...
Article
Full-text available
The iron ore market is one of the main responsible for the iron demand in the steel industry and it also represents great importance in the Brazilian economy. The growing development of the sector has led to an increase in the generation of iron ore tailings (IOT). Due to the large amount produced and the form of conditioning, the IOT is related to several environmental impacts. This is especially evident when accidents occur, such as dam breaks. In this context, the iron ore tailing has been the object of studies for use with different purposes. This study aims to evaluate the prospects for reuse of the IOT as a partial substitute for Portland cement. The collected tailing, after drying and homogenization, was submitted to the comminution process, reducing its granulometry. With the powdered IOT, characterization tests were carried out in relation to its chemical and mineralogical composition, particle size distribution, specific mass and surface area. Subsequently, specimens of reference cement pastes were molded and the binder was replaced by 50% by the tailing and the water/fine factor (w/f) was varied. The physical and mechanical properties of the pastes were evaluated in the fresh and hardened state, with respect to their consistency and compressive strength. The superficial physical structure of the pastes was analyzed through digital microscope image. In the fresh state, cement pastes with 50% replacement of hydraulic binder by IOT generated higher fluidity of up to 22,19% in relation to the reference for the same water / fines (w/f) factor. In the mechanical characterization, it was observed a gain of strength in the paste made with IOT replacement when reducing the w/f factor, indicating the possibility of filler effect or pozzolanic reaction. In addition, the use of IOT reduces the consumption of non-renewable natural resources for civil construction, as well as contributes to the reduction of environmental impacts generated by the extraction of iron ore.
... well as sintered silicon carbide [26] and cementitious composites reinforced with particles like silica and silicon carbide [27][28][29][30][31][32], along with carbon nanotubes [9], and carbon microfibres [30]. ...
Article
Full-text available
Aerostatic thrust bearings utilise air as a lubricant to support loads while minimising friction and wear. The airflow within these bearings is controlled by a restrictor, which can be constructed from various materials, including porous substances. The selection of a porous material for the restrictor is particularly influenced by factors such as permeability, stiffness, and homogeneity. This work proposes a microstructural design for air restrictors based on compacted cementitious composites. A novel cementitious composite, consisting of silicon carbide (SiC) particles and Portland cement, is fabricated through cold pressing at 10 MPa and a low water-to-cement ratio of 0.30. To evaluate the effects of SiC particle size and weight fraction on the physical and mechanical properties of the composites, a statistical design approach is employed. The response variables include apparent density, apparent porosity, oxygen permeability coefficient, compressive strength, flexural strength, and dynamic modulus. In general, a significant reduction in density, compressive strength, flexural strength, and dynamic modulus, along with an increase in porosity and oxygen permeability, is achieved by composites made with smaller SiC particles. A higher weight fraction of SiC reduces bulk density and compressive strength, while increasing porosity and oxygen permeability. Finally, composites made with 67 wt% of fine SiC particles exhibit promising characteristics for aerostatic bearings, particularly in terms of porosity and permeability.
... to CP V-ARI and CP V-ARI-RS. For both evaluated traces, CP V-ARI-RS requires higher amounts of water consumption. CP IV cement have a lower percentage of clinker and gypsum compared to CP V cement (ABNT 2014). CP V-ARI cement also has finer particles which is directly related to the w=c, as smaller particles require more water (Betioli et al. 2020). De Castro et al. (2011 analyzed water consumption with various types of cement in concrete production. They found that CP V-ARI requires more water for the desired consistency compared to other cement types. When analyzing the chitosan dosage in mortars, it was found that increasing chitosan required an increase in the w=c to maintain consistency. This findin ...
... The manufacturers propose that dentinal fluid in the roots is responsible for the intra-channel polymerization of cement, but this fluid is not only composed of water and bioceramics require water for polymerization. 34,35 The procedure recommended in this study (PBS HP CIMMO® bioceramic cement monobloc filling) does not require additional devices to perform. There is also no indication for the use of intraoperative radiographs, since extravasation of the material beyond the apical foramen is not a concern due to the bioactive and regenerative properties of bioceramics. ...
Article
Statement of the Problem: The bioceramic cements have properties that provide periradicular and root regeneration. Attributes that determine regenerative dentistry. Purpose: the objective of this study was to evaluate endodontic treatments of necrotic teeth performed with PBS HP CIMMO® cement (without gutta-percha), compared to conventional treatments, filled with gutta-percha. Materials and Method: A two-arm, double-blind, single-center, randomized, and prospective clinical trial was designed (NCT03514264). CONSORT guidelines were followed. Eighty-six patients aged 18-60 years were enrolled; only one tooth per patient was treated. Patients were treated in two sessions in Group A (gutta-percha thermoplasticization and vertical hydraulic compresssion and AH Plus® n=43) and one session in Group B (PBS HP CIMMO® n=43). The evaluation was performed one year after the treatment. Two examiners performed clinical examinations and evaluated CT images for the presence or absence of periradicular lesion. Intention-to-treat analysis was used. Results: Tomographic analyzes showed differences between the groups: group B (PBS HP CIMMO®) presented a higher number of cases with periradicular regeneration (p=0.0004). Conclusion: The results of the present study indicated the possibility of rehabilitation of necrotic teeth through endodontic filling with bioceramic (PBS HP CIMMO®), without gutta-percha, in a single session.
... À1 ) is close to that of Portland cement (170 m 2 .kg À1 ) that also justifies the water absorption decrease by soil-cement-waste bricks, which, being a pozzolanic material, allows a good interaction of the hydration reactions of cement composite [55]. ...
Article
Soil-cement brick is a composite obtained by mixing soil, cement, and water in previously established proportions. This material is an alternative for urban or rural construction, as it offers several advantages for its use in masonry, such as the addition of waste. For the addition of waste into cement materials the waste from iron ore extraction process has been highlighted Thousands of tons of this waste are generated on a daily basis large mining companies, leading to air pollution and the occupation of large physical spaces. Thus, the aim of this work was to evaluate the effect of replacing different percentages (0, 10, 20, 30, and 40%) of soil by this mining waste on the properties of soil-cement bricks. The raw materials used were: soil (A-4 classification), CPV-ARI cement, and solid mining waste, which were characterized by physicochemical analysis. The mix ratio used for bricks production was 1:9 (cement:soil), where soil was replaced by different waste percentages. Technological properties such as: dry density, water absorption, immersion mass loss, compressive strength, thermal conductivity, and microstructure were determined. The results indicated that the added mining waste positively influenced the density of cement bricks in the soil. In addition, up to 40% of the waste could be incorporated into the brick, considering the current characterisation standards.
Article
Composites based on silicon carbide (SiC) and Portland cement manufactured by uniaxial compaction with a low water-to-cement ratio (0.25) are designed and characterised to obtain a promising porous microstructure to be used as an air restrictor for aerostatic bearings. A 3141 full factorial design is used to investigate the effects of SiC amount (10, 20, 30 and 40 wt.%) and compacting pressure (10, 20 and 30 MPa) on bulk density, apparent porosity, flexural strength and modulus. A second statistical design (22) is carried out to verify the effects of SiC and pressure levels on oxygen permeability, compressive strength and modulus. Higher porosity levels (upper than 20%) are obtained by adding 40 wt.% of SiC for all pressures, but also by adding 30 wt.% of SiC and 10 MPa of compaction. In contrast, reduced flexural strength is obtained under these conditions. Cement-based composites reinforced with 30 wt.% SiC at 20 MPa achieve high mechanical performance combined with 15% of porosity and high permeability, being a promising material for aerostatic bearings.
Article
Full-text available
This article evaluated the effect of using mining waste on the mechanical, physical, thermal, and microstructural properties of cement-wood panels. The percentages of 10, 20, 30, and 40% were evaluated as replacing cement with mining waste. The wood particles of Pinus oocarpa were evaluated for their chemical, anatomical, and physical characteristics, and the mining waste was evaluated for its granulometry, chemical composition, and inhibition index. The composites were evaluated for their physical-mechanical properties, X-ray diffraction and infrared spectroscopy analysis, microstructural, thermal, and durability. All evaluated treatments met the requirements of the Bison standard for MOR and MOE for static bending and internal bonding, even after accelerated aging. It was possible to conclude that it is feasible to replace 40% of cement with mining waste for the production of cement-wood panels in industrial scale.
Article
Full-text available
Abstract Self-compacting concretes (SCCs) are considered promising materials in the civil engineering field. Their main characteristic is the ability to compact only through gravitational force. Mineral additions such as rice husk ash (RHA) and fly ash (FA) are recommended to be used in SCCs during their mix designing, in order to increase fluidity and mechanical strength. These materials are also considered wastes from industry, without a certain destination, which contributes to environmental pollution. In this study, four mixtures of SCC were tested using RHA and FA with two different types of Portland cement, CEM CP IV and white CEM. For the fresh state tests, all of the SCCs mixtures showed satisfactory results. The SCCs with white CEM showed higher mechanical strength at 7 days than CEM CP IV. Analyzing the mineral additions, their use improved the mechanical strength of SCCs at 28 days, there is also observed a higher pozzolanic effect to RHA.
Article
The mining industry produces large amounts of waste during the iron ore processing. This material is usually discarded into tailing dams, posing high maintenance and monitoring costs as well as causing serious environmental disruptions, such as air contamination and leaching of substances. The reuse of such waste as alternative materials in the construction industry is an alternative to its disposal. Therefore, this study aimed at evaluating the effect of using iron ore tailing (IOT) on the physical, mechanical, thermal and durability properties of concrete roof tiles obtained by the extrusion process. The base trace in mass consisted of 1 : 3 : 0.56 (cement : medium grade natural sand : limestone powder). The treatments were based on 25, 50, 75, and 100% mass replacement of limestone powder by iron ore tailing. After shaping, the concrete roof tiles were taken to a saturated humidity chamber at room temperature for 28 days. Concrete roof tiles were evaluated for water absorption, dry weight, transverse breaking strength, bulk density, apparent porosity properties and microstructure at 28 curing days and after accelerated aging. Thermal conductivity, wettability, XRD, permeability and impact resistance analyses of roof tiles were also performed. There were significant transverse breaking strength and porosity values improvements as a result of using greater amount of IOT compared to traditional concrete roof tiles. The technological properties were improved by increasing the amount of waste, meeting international marketing standards. The use of iron ore tailing as total LP replacement showed great potential for use as raw material for concrete roof tiles production, allowing the correct disposal and development of new, more sustainable products, as well as the improvement of roof tiles physical and mechanical properties.
Article
Full-text available
Cement-based materials are of enormous technological importance and their satisfactory performance depends on being able to transport and mould them in the freshly mixed state. This article describes the rheology of fresh cement, mortar, concrete and related products in the context of practical situations, and deals with testing and measurement, together with the main features of their behaviour. It explores the links between rheology and technology, and identifies areas where these are weak and could benefit from further experimental and computational effort.
Article
Full-text available
The search for materials with better mechanical performance and durability has been the aim of the concrete's technology researchers. In order to attain this target, concretes developed with engineering microstructure are necessary. Based on the concepts of particle packing and dispersion, it is possible to obtain materials with dense matrix and appropriate workability. Thus, in the present paper, the properties of concretes based on these concepts are presented and compared to those high performance ones used in building site researches. The fresh properties were evaluated measuring the fluidity index and the rheological behavior of the material. In the hardened condition, the mechanical strength were evaluated by the compressive, splitting tensile and 3 point bending tests, whereas the Young's modulus were measured by the static and dynamic methods. The new concretes showed to be more workable for a longer period of time than the reference one, without the need of retarding admixtures addition. In terms of mechanical strength, it was possible to verify higher reproducibility for the concretes designed with the computing mix proportion technique. Besides that, it was also possible to establish good correlations between the strength measured for these concretes, as well for the Young's modulus measured by both test methods.
Article
Full-text available
The dispersion of refractory castables matrix presents a great influence on their rheological behavior, which defines the most appropriate methods for placing these materials. The growing demand for automatically transported refractory castables has promoted the use of pumpable castables, usually specified as self flow compositions. Nevertheless, castables with higher fluidity present longer workability, leading to extended demoulding times. Because the strength development is intimately linked to the hydration process of calcium aluminate cement or hydratable alumina, it needs to be controlled in order to reach the minimum time for demoulding, contributing to reducing overall costs. The control of cement hydration depends on the knowledge of the variables that determine the kinetics of the involved reactions. In this context, the objective of this work was to evaluate the influence of the sources of the hydraulic binder, the temperature and the presence of matrix or inorganic additives on the hydration process, carried out through temperature measurements and oscillatory rheological tests, as a function of the time.
Article
Full-text available
Concrete, the most widely used construction material, is constantly developing. During the recent years, several researches have been carried out and the search for materials with higher mechanical and durability performance has been the objective of the concrete technology area. These materials allow designers and the architects to use them efficiently in high slender and innovative buildings. Therefore, in order to attain this target, microstructural engineering is required. Being composites constituted of fine size distribution particles (maximum size < 4750 μm) and low water/cement ratio, these concretes present dense matrix by packing optimization of the granular materials, whereas the suitable workability is the result of particle dispersion promoted by adding chemical admixtures to the mixture. Moreover, they incorporate mineral additives which are, mostly, industrial by-products, resulting in a great environmental benefit: industrial residues recycling, pollutant emissions reduction during cement production, raw materials preservation and energy saving. Thus, in present paper, a review related to the concepts of particle dispersion and packing was carried out, addressed for special concretes applied in the civil engineering field.
Article
Full-text available
O concreto material de construção mais amplamente utilizado está constantemente evoluindo. Nos últimos anos, muitas pesquisas têm sido desenvolvidas e a busca por materiais com desempenho mecânico e de durabilidade cada vez maiores tem sido o alvo dos pesquisadores da tecnologia dos concretos. Tais materiais permitem que os projetistas e arquitetos o usem eficientemente em edifícios altos, além de serem esteticamente mais interessantes. Para tanto, concretos obtidos a partir da engenharia de microestrutura são necessários. Por serem compósitos constituídos de partículas com granulometria fina (tamanho máximo < 4750 μm) e uma baixa relação água/cimento, esses concretos apresentam matrizes densas obtidas a partir da otimização do empacotamento dos materiais granulares, enquanto a trabalhabilidade adequada é obtida com a dispersão das partículas promovida pela incorporação de aditivos químicos à mistura. Além disso, utilizam adições minerais que são, na grande maioria, subprodutos industriais, resultando em um grande benefício ambiental: reciclagem de resíduos industriais, redução de emissões poluidoras durante a produção do cimento, preservação de matérias-primas e economia de energia. Assim, no presente artigo, uma revisão sobre os conceitos de dispersão e empacotamento de partículas foi realizada, direcionando-se para os concretos especiais aplicados na construção civil.
Article
Full-text available
A busca por materiais com desempenho mecânico e durabilidade cada vez superiores tem sido o alvo dos pesquisadores da tecnologia dos concretos. Para tanto, concretos obtidos a partir da engenharia de microestrutura são necessários. Com base nos conceitos de empacotamento e dispersão de partículas é possível obter materiais com matrizes densas e trabalhabilidade adequada. Assim, as propriedades de concretos dosados com base nesses conceitos são apresentadas e comparadas àquelas de concretos de alto desempenho, adotados em pesquisas da construção civil. As propriedades no estado fresco foram avaliadas medindo-se o índice de fluidez e determinando-se o comportamento reológico do material. No estado endurecido, a resistência mecânica foi avaliada pelos ensaios de compressão uniaxial, tração por compressão diametral e flexão em 3 pontos, enquanto o módulo de elasticidade foi avaliado pelos métodos estático e dinâmico. Os concretos desenvolvidos se apresentaram trabalháveis por um período de tempo superior que o concreto de referência, sem a necessidade da incorporação de aditivos retardadores. Em termos de resistência mecânica, foi possível observar uma maior reprodutibilidade dos resultados obtidos para os concretos formulados por dosagem computacional. Além disso, os resultados possibilitaram estabelecer boas correlações entre as resistências medidas para esses concretos, bem como entre os módulos de elasticidade medidos por ambos os métodos de ensaio.
Article
Today, superplasticizers are often used as high-range water reducers, to make concrete stronger by lowering the water-cement ratio. To achieve water reduction levels as high as 30 p.c., superplasticizers have to be used at high dosages ranging between 5 and 20 L/cu.m. Sometimes, however, unexpected behavior was experienced with particular cement-superplasticizer combinations. The origin of these incompatibility problems has to be investigated in each particular case.
Article
In the paper, the influence of the particle size distribution in binary system on the packing density and the rate of hydration is analysed. On the basis of the analysis, the relationship between the porosity and the particle size distribution is calculated and discussed. The result indicates that: (1) The influence of the particle size distribution on the porosity is dependent on both the packing density and the rate of hydration. When the depth of hydration is less, the packing density is the main factor, thus the wide distribution can obtain the low porosity; when the depth of hydration is greater, the influence of both must be considered comprehensively. There is the best distribution, and the best value of is about 0.3 for binary system. (2) The relative ratio between two components depends mainly on the packing density. The mixture ratio when the porosity is the lowest equals to one when the packing density is the highest.