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Study of validity and intra and inter-observer reliability of modified-modified Schöber test in subjects with low-back pain

Authors:

Abstract

In patients with low-back pain the lumbar spine range of motion (ROM) is often measured by the modified version of the modified Schöber test (MMST), but its psychometric properties have not been ascertained for clinical use. The purpose here was to verify intra and inter-observer validity and reliability of the MMST in subjects with low-back pain, and to compare obtained ROM measures to those obtained by radiography, taken as gold standard. The study involved 20 subjects with chronic low-back pain, of both sexes, employees at a university hospital. The MMST was applied twice by two examiners each. The Pearson correlation coefficient found when comparing measures obtained via MMST and radiography was r=0.14, showing a poor correlation between the tests. The intra-observer intraclass correlation coefficient (ICC) found was 0.96 (CI 95% 0.91;0.98), and the inter-observer ICC was 0.93 (IC 95% 0.84;0.97), showing high reliability; the Bland & Altman agreement test showed high agreement intra (-0.21) and inter-observer (-0.21). Although a high reliability both intra and inter-observer was found for the modified-modified Schöber test, the latter showed low validity in assessing lumbar spine range of motion, when compared to the gold standard.
233
Fisioter Pesq. 2009;16(3)
Estudo da validade e confiabilidade intra e interobservador da versão modificada
do teste de Schöber modificado em indivíduos com lombalgia
Study of validity and intra and inter
-
observer reliability of modified-modified
Schöber test in subjects with low
-
back pain
Christiane de Souza Guerino Macedo
1
, Patrícia Ribeiro de Souza
2
, Poliany Massias Alves
2
, Jefferson Rosa Cardoso
3
Estudo desenvolvido no
Hospital Universitário do
Norte do Paraná, da UEL –
Universidade Estadual de
Londrina, Londrina, PR, Brasil
1
Fisioterapeuta; Profa. Ms. do
Depto. de Fisioterapia da UEL
2
Graduandas em Fisioterapia na
UEL
3
Fisioterapeuta; Prof. Dr. do
Depto. de Fisioterapia da UEL
ENDEREÇO PARA
CORRESPONDÊNCIA
Christiane S. G. Macedo
R. Robert Kock 60 Vila Operária
86038-440 Londrina PR
e-mail:
chmacedouel@yahoo.com.br
APRESENTAÇÃO
mar. 2009
ACEITO PARA PUBLICAÇÃO
jul. 2009
RESUMO: Em pacientes com lombalgia, mensura-se a amplitude de movimento (ADM)
da coluna lombar por meio da versão modificada do teste de Schöber modificado
(MTSM), mas suas propriedades psicométricas não são comprovadas para uso
clínico. Este estudo verificou a validade e confiabilidade intra e interobservador
do MTSM em indivíduos com lombalgia, comparando as medidas da ADM com as
obtidas por meio de radiografia, método considerado padrão-ouro. Participaram
20 voluntários com lombalgia, de ambos os sexos, funcionários de um Hospital
Universitário. O MTSM foi aplicado duas vezes por dois avaliadores. As medidas
obtidas pelo teste e por radiografia foram comparadas usando o coeficiente de
correlação de Pearson, obtendo-se r=0,14, ou seja, correlação fraca. O coeficiente
de correlação intraclasse (CCI) dos MTSM intra-observador foi 0,96 (IC 95%
0,91;0,98) e interobservador 0,93 (IC 95% 0,84;0,97), indicando alta confiabilidade;
o teste de Bland & Altman mostrou alta concordância intra e interobservador, com
valores de -0,21 e -0,28, respectivamente. Embora tenha sido encontrada alta
confiabilidade intra e interobservador na aplicação da versão modificada do teste
de Schöber modificado, este apresentou baixa validade para medir a ADM da
coluna lombar, quando comparado ao padrão-ouro.
D
ESCRITORES: Amplitude de movimento articular; Dor lombar; Radiografia;,
Reprodutibilidade dos testes
A
BSTRACT: In patients with low-back pain the lumbar spine range of motion (ROM) is
often measured by the modified version of the modified Schöber test (MMST), but
its psychometric properties have not been ascertained for clinical use. The purpose
here was to verify intra and inter-observer validity and reliability of the MMST in
subjects with low-back pain, and to compare obtained ROM measures to those
obtained by radiography, taken as gold standard. The study involved 20 subjects
with chronic low-back pain, of both sexes, employees at a university hospital. The
MMST was applied twice by two examiners each. The Pearson correlation coefficient
found when comparing measures obtained via MMST and radiography was r=0.14,
showing a poor correlation between the tests. The intra-observer intraclass
correlation coefficient (ICC) found was 0.96 (CI 95% 0.91;0.98), and the inter-
observer ICC was 0.93 (IC 95% 0.84;0.97), showing high reliability; the Bland &
Altman agreement test showed high agreement intra (-0.21) and inter-observer (-
0.21). Although a high reliability both intra and inter-observer was found for the
modified-modified Schöber test, the latter showed low validity in assessing lumbar
spine range of motion, when compared to the gold standard.
K
EY WORDS: Low back pain; Radiography; Range of motion, articular;
Reproducibility of results
Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v.16, n.3, p.233-8, jul./set. 2009 ISSN 1809-2950
Fisioter Pesq. 2009;16(3):233-8
234
Fisioter Pesq. 2009;16(3)
INTRODUÇÃO
A lombalgia caracteriza-se por dor,
tensão muscular ou rigidez localizada
entre a décima segunda costela e as
pregas inferiores do glúteo, com ou sem
irradiação para o membro inferior
1,2
. É
considerada um dos problemas mais
comuns da sociedade moderna, repre-
sentando grande parcela dos gastos na
área da saúde pública
3
. Constitui uma
causa freqüente de morbidade e incapa-
cidade
4
que afeta indivíduos em seu
período de vida mais produtivo
5
. Está
associada a fatores individuais, psicos-
sociais, ocupacionais, genéticos e bio-
mecânicos
6
. Estima-se que 80% da
população adulta apresentarão, pelo
menos, um episódio de dor lombar
durante a vida.
A amplitude de movimento é um
componente essencial no exame físico
do paciente com dor lombar, facilitando
a avaliação funcional da coluna, da
resposta terapêutica ao tratamento, da
determinação das restrições ao trabalho
e da capacidade funcional
7
. Vários mé-
todos de quantificação da amplitude de
movimento (ADM) são usados – mensu-
ração com fita métrica, goniometria com
goniômetro elétrico, mecânico ou eletro-
magnético, uso de inclinômetro elétrico
ou mecânico e análise radiográfica. Esta
última é reconhecida como padrão-ouro
para determinar a ADM da coluna lom-
bar, mas os custos e riscos associados
ao uso da radiografia impedem sua utili-
zação na prática clínica
8-13
.
Uma técnica utilizada para medir a
ADM da coluna lombar é o teste de
Schöber, que consiste em estender uma
fita métrica sobre a coluna espinhal,
entre a articulação lombossacra e até 10
cm acima desta, com o indivíduo em
posição neutra. Quando o indivíduo faz
a flexão anterior de tronco, o aumento
da distância entre as marcas fornece uma
estimativa da amplitude da flexão da
coluna lombar
14
. Posteriormente, o teste
de Schöber foi modificado, marcando
um ponto 5 cm abaixo e 10 cm acima da
articulação lombossacra, devido à dificul-
dade de localizar a articulação lombos-
sacra com precisão
15
. Outro estudo com-
parou diferentes distâncias (10, 15 e 20
cm) acima da linha média entre as espi-
nhas ilíacas póstero-superiores, concluin-
do que a medida de 15 cm é o valor
mais apropriado para a realização do
teste, por esse valor se aproximar do
comprimento da coluna lombar. Esta é
a versão modificada do teste de Schöber
modificado (MTSM)
16
.
Há necessidade de testes de diag-
nóstico válidos, de fácil acesso, que
sejam simples, rápidos, baratos e mini-
mamente invasivos. Existe uma escassez
de estudos científicos confirmando a va-
lidade dos métodos de avaliação com-
parados com o padrão-ouro
7
. Há uma
dificuldade em se obter medida acura-
da do movimento da coluna porque
estruturas ósseas freqüentemente são
difíceis de palpar, devido ao excesso de
tecido mole, à variação de indivíduo
para indivíduo das curvas normais da
coluna, além da presença de movimento
do quadril, que pode confundir a
mensuração do movimento da coluna
17
.
O objetivo deste estudo foi verificar a
validade e confiabilidade intra e inte-
robservador do MTSM em indivíduos
com lombalgia, comparando também
medidas obtidas nesse teste às obtidas
por análise radiográfica.
METODOLOGIA
Este é um estudo que testa as proprie-
dades psicométricas da versão modifi-
cada do teste de Schöber modificado
(MTSM) comparado à radiografia, consi-
derada padrão-ouro, para avaliar a am-
plitude de movimento da coluna lombar.
A amostra foi composta de 20 indi-
víduos (2 homens e 18 mulheres), com
idade entre 30 e 65 anos, funcionários
do Hospital Universitário do Norte do
Paraná (HUNPR). Como critério de in-
clusão, todos deveriam apresentar lom-
balgia com comprometimento funcional
acima do escore 10 de acordo com o
questionário de Roland-Morris. Os cri-
térios de exclusão incluíram: quadro do-
loroso de intensidade que impossibilitas-
se a realização do teste, gravidez, ci-
rurgias lombares recentes e fraturas lom-
bares. Todos os indivíduos assinaram o
termo de consentimento livre e esclare-
cido e o estudo foi aprovado pelo Comitê
de Ética em Pesquisa da Universidade
Estadual de Londrina.
Procedimentos
Os indivíduos interessados em parti-
cipar do estudo preencheram um
questionário contendo informações dos
dados pessoais (nome, idade, sexo,
profissão, queixa principal, tempo de dor
e utilização de medicamentos para dor).
Informaram possível gravidez, cirurgias
lombares, fraturas lombares, lombocia-
talgia, hérnia de disco e doenças associa-
das. O peso e a altura foram obtidos por
meio de balança antropométrica (Filizola)
e foi calculado o índice de massa cor-
poral (IMC).
Os participantes responderam o questio-
nário de Roland-Morris, específico para
indivíduos com dor lombar, de uso
mundial e traduzido e validado para a
língua portuguesa
18
. Avalia habilidades
físicas e fatores psicológicos dos pacien-
tes, inquirindo alterações funcionais de
pessoas com lombalgia. Apresenta 24
questões sobre as condições do paciente
que caracterizam a incapacidade apre-
sentada. Em todas as questões é acres-
centada a expressão “por causa de
minhas costas” e, na hora de respondê-
las, o paciente assinala apenas as frases
que o descrevem naquele momento,
caso contrário passa para a frase seguin-
te. A contagem do total dos itens assina-
lados pode variar de um mínimo de zero,
considerado nenhum comprometimento
funcional, para um máximo de 24, alto
prejuízo funcional
18
.
Os participantes também quantifi-
caram a dor antes da realização do
MTSM por meio de uma escala visual
analógica (EVA) de 10 cm. Os indivíduos
que atenderam aos critérios foram
avaliados por dois métodos: a versão
modificada do TSM e a radiografia
(padrão-ouro), no Ambulatório de Fisio-
terapia e sala de radiografia da ins-
tituição.
Para efetuar o MTSM, os sujeitos, com
vestimenta confortável e pés descalços,
tiveram a região lombossacra desnuda-
da. O teste segue as seguintes etapas: o
participante permanece na posição
ortostática enquanto o examinador po-
siciona seus polegares na margem in-
ferior da espinha ilíaca póstero-superior
(EIPS) e faz um traçado horizontal na
linha média entre essas duas estruturas.
Fisioter Pesq. 2009;16(3):233-8
235
Fisioter Pesq. 2009;16(3)
O examinador segura a ponta de uma
fita métrica firmemente contra a pele do
paciente sobre o traçado marcado e
marca uma segunda linha, 15 cm acima
da marca inicial. Em seguida, solicita-
se ao paciente a flexão anterior do tron-
co sem aumento da dor e é marcada uma
nova medida entre as marcas inferior e
superior; o paciente retorna à posição
neutra. A diferença entre a distância
inicial (entre as duas marcas sobre a pele
na posição neutra) e a nova medida, na
posição fletida indica a mobilidade da
coluna lombar em centímetros, com
precisão de milímetros. Após a medição
as marcas são removidas com álcool
19
.
As imagens radiográficas foram feitas
no plano sagital, da região sacral e parte
inferior da coluna dorsal, por um técnico
de radiologia do hospital. O primeiro
radiograma foi obtido com o indivíduo
na posição ortostática e o segundo na
posição de flexão anterior de tronco,
após a aplicação do MTSM.
A ADM da coluna lombar no radio-
grama é obtida pela diferença entre a
medida angular do radiograma em perfil
na posição neutra a medida e na flexão
anterior de tronco (ADM (em graus) = a
posição neutra – a flexão). Na Figura 1,
observa-se como foram obtidas as me-
didas angulares nos radiogramas.
Análise das propriedades
psicométricas
Para a análise das propriedades psico-
métricas do teste – confiabilidade intra
e interobservador – recorreu-se a duas
avaliadoras (A1 e A2, acadêmicas do
último ano de Fisioterapia), que treina-
ram a aplicação do teste e incorporaram
essa prática à sua rotina clínica, previa-
mente à pesquisa. Em uma sala do
Ambulatório de Fisioterapia do hospital,
os sujeitos, dois a dois, recebiam a mes-
ma orientação quanto à aplicação do
MTSM por A1 ou A2. Em seguida, os
sujeitos eram posicionados separada-
mente por uma divisória, de forma que
não havia contato visual entre cada par
de avaliadora e paciente. Enquanto um
sujeito era avaliado por A1, outro era
avaliado por A2. Depois de obtida a
primeira medida, o indivíduo avaliado
por A1 era avaliado por A2 e o indivíduo
avaliado por A2 era avaliado por A1. Essa
seqüência foi realizada duas vezes,
obtendo-se duas medidas de cada exa-
minadora, que foram anotadas e colo-
cadas em um envelope lacrado, a cada
avaliação. A ordem da avaliação por A1
e A2 era sorteada, pelo participante, por
meio de envelopes opacos.
Para a análise da validade de cons-
tructo, a medida obtida no MTSM foi
comparada com a obtida por radiografia.
Na sala de radiografia, A1 efetuava a
marcação inicial do teste na posição
ortostática e era tomado o primeiro
radiograma em perfil; em seguida, A1
retornava à sala de radiografia e solici-
tava a flexão anterior de tronco, posição
que o participante mantinha por alguns
segundos para o segundo radiograma.
Os ângulos da coluna lombar em
perfil, na posição neutra e em flexão
anterior de tronco, na radiografia, foram
traçados por A1 e A2 juntas. Em comum
acordo, uma delas traçava uma linha
paralela à borda superior da primeira
vértebra lombar (L1) e outra linha para-
lela à borda superior da primeira vérte-
bra sacral (S1), desenhando em seguida
as perpendiculares a cada linha; o ângu-
lo formado pelas duas perpendiculares
foi mensurado com um transferidor.
Análise estatística
As variáveis foram testadas quanto à
distribuição de normalidade e são apre-
sentadas de forma descritiva em média
(x), desvio padrão (dp), mediana (Md) e
seus quartis. Utilizou-se o coeficiente de
correlação de Pearson para comparar as
medidas do MTSM e as dos radiogramas.
Para o teste de confiabilidade intra e
interobservador, foram utilizados o
coeficiente de correlação intraclasse
(CCI) e o teste de concordância de Bland
& Altman
20
. O CCI=1 indica alta confia-
bilidade (considerada ausência de erro),
enquanto CCI=0 indica nenhuma repro-
dutibilidade. Foi calculado o intervalo
de confiança de 95% para cada valor do
CCI
21
. O teste de concordância de Bland
e Altman
20
verifica a diferença média
entre as medidas (d) e seus respectivos
intervalos de confiança de 95% (IC 95%
para d), erro padrão da diferença da
média (EP d), desvio padrão da diferença
da média (dp d) e os limites de concor-
dância. Quanto mais próxima de zero a
distribuição dos valores do teste de Bland
e Altman, mais alta é a concordância
22
.
Foram utilizados os programas estatísticos
SPSS (v.11.5) e MedCalc (v. 8.1.0.0).
Figura 1 Medição da amplitude de movimento da coluna lombar por radiografia; 1
= radiograma em posição neutra; 2 = radiograma em flexão do tronco
Linha A = paralela à borda superior da 1
a
vértebra sacral; linha B = paralela à borda superior da 1
a
vértebra lombar; linha C = perpendicular à linha A; linha D = perpendicular à linha B; a = ângulo
formado pela interseção das linhas C e D
12
Macedo
et al.
Análise do teste de Schöber modificado
Fisioter Pesq. 2009;16(3):233-8
236
Fisioter Pesq. 2009;16(3)
RESULTADOS
Os dados sociodemográficos da
amostra (n=20) foram: idade entre 35 e
63 anos (x=50,2 anos; dp=7,9), massa
corporal entre 49,2 e 105,7 kg (x= 70,7
kg; dp=14,1), estatura entre 1,46 e 1,68
m (x= 1,54 m; dp=0,06), índice de massa
corpórea (IMC) entre 16,1 e 40,4 kg/m
2
(x= 29,5 kg/m
2
; dp=5,1). Dentre os parti-
cipantes, dois (10%) eram homens e o
restante (90%) mulheres, sendo 11 pro-
fissionais da limpeza, 2 da costura, 2 da
cozinha, 1 da manutenção de equipa-
mentos, 2 auxiliares de enfermagem e 2
auxiliares administrativos do Hospital
Universitário.
A sintomatologia apresentada pelos
participantes é sintetizada na Tabela 1.
Todos apresentaram queixa de dor lom-
bar, associada ou não à irradiação para
os membros inferiores. Dois indivíduos
referiram, ainda, dor em toda a extensão
da coluna vertebral. As doenças associa-
das encontradas foram artrose, artrite e
hipertensão arterial.
A Tabela 2 traz os valores referentes à
dor referida na escala visual analógica,
o comprometimento funcional aferido
pelo questionário de Roland-Morris e a
mobilidade lombar obtida pelo MTSM
e pelos radiogramas.
Tabela 2 Dor, escore no questionário
Roland-Morris e medidas da
mobilidade lombar obtidas
pelo MTSM e por radiografia
na amostra (n=20)
de radiografias solicitadas devido à lom-
balgia poderiam ser consideradas des-
necessárias
23
.
A amostra estudada foi composta de
indivíduos com lombalgia, funcionários
do HUNPR, sendo 55% do setor da lim-
peza, com idade média de 50,2 anos.
Nessa área ocupacional, é freqüente a
incidência de lesões musculoesqueléti-
cas, decorrente principalmente do esfor-
ço físico, ritmo de trabalho intenso, pos-
turas inadequadas, levantamento de
cargas, repetições de movimentos com
acentuada velocidade, inclinações e
torções do tronco
24
.
A lombalgia inicia-se geralmente en-
tre os 30 e 50 anos
25
, faixa etária corres-
pondente à da amostra estudada. Essa
disfunção é o motivo mais comum de
falta ao trabalho em indivíduos na faixa
dos 45 anos, e o maior gerador de des-
pesas de reabilitação e de medicina do
trabalho
5
.
A média do IMC da população estudada
foi de 29,5 kg/m
2
, considerada sobrepeso.
O percentual de gordura corporal está
relacionado à incidência de problemas
lombares, pois o aumento de gordura,
principalmente na região abdominal e
quadris, altera o centro de gravidade do
corpo, o que provoca um aumento da
atividade da musculatura paravertebral
26
.
Um estudo brasileiro
27
revela que o
padrão normal dos valores angulares de
lordose lombar e mobilidade clínico-
radiológica no plano sagital (flexo-
extensão) da lombar, em indivíduos sem
queixas álgicas, é de 58,2° na posição
neutra e 26,5° em flexão máxima, para
indivíduos na faixa entre 41 e 60 anos
26
.
No presente estudo, de indivíduos com
dor lombar, foram encontrados 63,3° na
posição neutra e 9,8°em flexão máxima,
ou seja, maior ângulo de lordose lombar
Sintoma
Tempo de dor (meses) * 48 42
e
90
n %
Queixa principal
Lombalgia
Lombociatalgia
Dor generalizada
9
9
2
45
45
10
Medicação
Sim
Não
14
6
70
30
Lombociatalgia
Ausente
Membro inferior direito
Membro inferior esquerdo
Membros inferiores
4
5
7
4
20
25
35
20
Hérnia de disco
Ausente
Coluna lombar
Coluna cervical
Coluna lombar e cervical
13
5
1
1
65
25
5
5
Doenças associadas
Presentes
Ausentes
12
8
60
40
Variável
x
dp
Dor (cm de EVA)* 6 5
e
7
Q Roland-Morris (escore) 13,8 3,3
Mobilidade pelo MTSM (cm) 5,8 1,2
Į RX posição neutra (º) 63,3 9,3
Į
RX flexão do tronco (º) 9,8 14,3
ADM (º) 53,4 13,5
x= média; dp = desvio padrão; * Mediana, 1
o
e 3
o
quartis; EVA = Escala visual analógica;
MTSM = versão modificada do teste de
Schöber modificado; ADM = amplitude de
movimento
A correlação de Pearson entre as me-
didas do MTSM e do radiograma foi
r=0,14, demonstrando fraca correlação
entre os testes. Os valores do teste de
confiabilidade intra e interobservador do
MTSM mostraram alta confiabilidade
(CCI 0,96 e 0,93; Bland & Altman -0,21
e -0,28) respectivamente (Tabela 3).
DISCUSSÃO
O objetivo deste estudo foi verificar
a validade e confiabilidade da versão
modificada do TSM para avaliar a ADM
da coluna lombar em relação ao padrão-
ouro (radiografia), devido a seu uso
constante na prática clínica com limi-
tadas evidências científicas. Um estudo
mostra que uma grande proporção (50%)
CCI Bland & Altman
Confiabilidade
CCI - IC 95%
d
EP
d
IC 95% p/
d
LC 95%
Intra-observador 0,96 – 0,91;0,98 -0,21 0,36 -0,92;0,49 -1,22;0,79
Interobservador 0,93 – 0,84;0,97 -0,28 0,42 -0,54;1,11 -0,89;1,46
Tabela 3 Coeficientes de confiabilidade intra e interobservador (CCI e Bland &
Altman) das medidas obtidas pela versão modificada do teste de Schöber
modificado
d = diferença média; EP = erro padrão da diferença da média; IC 95% p/ d = intervalo de
confiança para diferença da média; LC = limites da concordância
Tabela 1 Distribuição da
sintomatologia na amostra
(n=20)
* Mediana, 1
o
e 3
o
quartis
Fisioter Pesq. 2009;16(3):233-8
237
Fisioter Pesq. 2009;16(3)
e maior flexão anterior da coluna lombar
em comparação com o padrão de indi-
víduos sem dor.
A validade de um instrumento é sua
capacidade de medir com precisão aqui-
lo que se propõe a medir. Envolve a
avaliação sistemática do instrumento,
geralmente comparando-o com um
critério externo preexistente e conside-
rado padrão-ouro
28
. Em uma revisão sis-
temática sobre instrumentos de avalia-
ção da ADM lombar, apenas um estudo
foi encontrado – de Tousignant et al.
19
que comparasse a versão modificada do
TSM com a radiografia. Diferentemente
do presente estudo, esses autores
19
verificaram uma moderada correlação
(r=0,67) entre os dois métodos.
No presente estudo, foi encontrada
baixa correlação (r=0,14) entre a mobi-
lidade medida pelo MTSM e por radio-
grafia. Esses resultados indicam que o
MSTM não mede acuradamente a ADM
da coluna lombar, como proposto, evi-
denciando-se a não-validade da versão
modificada do TSM. Dentre os fatores
que podem ter favorecido a baixa corre-
lação encontrada entre os testes no pre-
sente estudo está o reduzido tamanho
da amostra avaliada e o elevado IMC dos
indivíduos, que dificulta a necessária
palpação das estruturas ósseas. Além dis-
so, no curto intervalo de tempo após a
retirada do avaliador da sala, para ser
tirada a radiografia, o participante, em
vez de permanecer estático, pode ter al-
terado um pouco sua posição – tal como
relatado no estudo de Tousignant et al.
19
–, o que pode ter gerado alterações no
resultado final. Entretanto, dado o restri-
to número de estudos, fica limitada a
evidência da não-validade do teste.
Em relação à confiabilidade intra e
interobservador, este estudo verificou
uma alta confiabilidade, com CCI 0,96
para a análise intra-observador e 0,93
para a análise interobservador. Esses
achados corroboram os valores de
confiabilidade encontrados no estudo de
Tousignant et al.
19
– que, entretanto, não
aplicaram o teste complementar de Bland
& Altman
20
. Os resultados aqui obtidos
nesse teste (-0,21 intra-observador e -0,28
interobservador) confirmam que a técni-
ca é altamente confiável. Alguns autores
sugerem que a experiência dos avalia-
dores é um fator que contribui para um
melhor resultado da confiabilidade
29
.
Tousignant et al.
19
atribuem ao tempo de
experiência dos terapeutas de seu estu-
do, maior do que 15 anos, o bom resul-
tado da confiabilidade interobservador.
Em outro estudo que afirma a confiabi-
lidade da versão modificada do TSM, os
terapeutas também eram experientes,
com 3 a 12 anos de experiência
17
. No
presente estudo, porém, a relativa pouca
experiência das avaliadoras, no final de
sua formação acadêmica, não afetou
negativamente a confiabilidade do teste
– o que pode talvez apontar para a efeti-
vidade de seu treinamento.
CONCLUSÃO
Embora tenha sido encontrada alta
confiabilidade intra e interobservador na
aplicação da versão modificada do teste
de Schöber modificado, este não foi vali-
dado como instrumento de mensuração
da ADM da coluna lombar, quando
comparado ao padrão-ouro. Em função
do restrito número de estudos que confir-
mem ou não esses resultados, sugere-se
que o teste pode ser utilizado somente
como coadjuvante no acompanhamento
da evolução clínica individual, no pro-
cesso de reabilitação.
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... This study encompassed the analysis of clinical and demographic data, such as age at disease onset and diagnosis, disease duration, extra-musculoskeletal manifestations, comorbidities, pharmacological treatments (current and past), and HLA-B27 status. Physical examination was performed by two trained and blinded pediatric rheumatologists, and included pain, swelling, gait impairment, stiffness, and arthritis, as well as enthesitis evaluation using Maastricht Ankylosing Spondylitis Enthesitis Score (MASES [17], axial mobility [18][19][20][21] through Bath Ankylosing Spondylitis Metrology Index (BASMI) [21], and FABER (Flexion Abduction External Rotation) test also known as Patrick's maneuver [18]. Other validated and specific questionnaires were also administered by pediatric rheumatologists, such as Bath Ankylosing Spondylitis Disease Activity Index (BASDAI) for measuring disease activity and functional status [22]; Health Assessment Questionnaire -Spondylitis (HAQ-S) [ . ...
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Enthesitis-related arthritis (ERA), a distinct subtype of juvenile idiopathic arthritis (JIA) related to HLA-B27 and peripheral and axial involvement, presents with insidious onset of arthritis and/or enthesitis. However, there is a lack of data concerning axial new bone formation in patients transitioning into adulthood. To evaluate the axial radiographic structural damage (axRxSD), encompassing the sacroiliac joints (SIJ), hips, and spine, in ERA patients across various age groups. A cross-sectional cohort study was conducted with patients aged up to 35 years. Specific tools were used for measuring disease activity (BASDAI, ASDAS), function (BASFI, HAQ-S), mobility (BASMI), clinical enthesitis (MASES), ultrasound evaluation (MASEI), and axRxSD, including mSASSS for spine, Kellgren-Lawrence for hips and modified New York criteria for SIJ. A total of 26 patients were included, of whom 76.9% were males, with a mean age at diagnosis and assessment of 11.9 and 19.7 years, respectively. HLA-B27 positivity was found in 58.3%. Current active arthritis and enthesitis were present in 19.2% and 23%, respectively, with mean MASEI score of 12 (IQR 6–17). Peripheral joint limitation was observed in 50%, despite a BASMI score of 2.2 and 16% occurrence of abnormal FABER test. Most patients were in remission or low disease activity [ASDAS-ESR = 1.2 (0.6-2.3); ASDAS-CRP = 1.55 (0.6-2.4)]. Modified New York criteria were fulfilled by 73.1% of patients and 15.4% had radiographic hip involvement. Spine involvement, measured by mSASSS, was low (IQR 0-4.2), with only two patients exhibiting syndesmophytes. There was no statistical association between any imaging methods and clinical, laboratory, and ultrasound variables, including scores for activity, functionality, and mobility. Significant association was found only between axRxSD and BASMI. Our results showed high frequency of SIJ ankylosis alongside lower radiographic involvement in the spine and hips, suggesting a distinct structural damage phenotype. The early recognition of this outcome and the use of immunobiological therapy may mitigate syndesmophyte occurrence over time. Graphical Abstract
... Sociodemographic data were collected during the first interview, The participants were asked to answer the Brazilian Portuguese PMI multiple times -first at the beginning of the interview (Examiner 1) and again after 30 minutes (Examiner 2). In the same interview, lumbopelvic incapacity was evaluated using the Pelvic Girdle Questionnaire (PGQ), 11 pain intensity was evaluated using the Multidimensional Pain Evaluation Scale, 12 and lumbar spine range of motion was evaluated using the modified Schober's test 13 and fleximetry. 14 In the second interview, which was arranged on average 15 days after the first interview, the PMI was completed again, by 19 pregnant women who had already answered the PMI at the first assessment, via a posting by Examiner 1 on a mobile instant messaging service. ...
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BACKGROUND: Pregnancy Mobility Index (PMI) was previously developed to evaluate mobility of Dutch pregnant women. No questionnaire for this purpose was found in the Brazilian literature. OBJECTIVE: To translate, cross-culturally adapt, and evaluate the psychometric properties of the PMI for the Brazilian version. DESIGN AND SETTING: Observational study conducted at the Universidade Federal do Paraná and a Public Maternity of Curitiba, Brazil. METHODS: Translation and cross-cultural adaptation followed the recommendations of international guidelines. Construct validity, internal consistency and inter-reliability tests included 97 women. Pelvic Girdle Questionnaire, Multidimensional Pain Evaluation Scale, Schober test, and lumbar spine range of motion were also used on the first day of evaluation. Intra-rater reliability (n = 19) was performed after 15 days. Exploratory factor analysis was performed, and the correlation matrix was analyzed by Pearson's coefficient. RESULTS: The cultural adaptation process was well understood by the pregnant women (88%). The internal consistency was high (Cronbach’s alpha > 0.90), construct validity was rated moderate, with significant correlation with lumbar spine range of motion (r = 0.283 to 0.369) and Schober test (r = -0,314) and high correlation with Multidimensional Pain Evaluation Scale (r = -0.650 and -0.499) and Pelvic Girdle Questionnaire (r = -0.737). Intra- and inter-rater reliability were found to be excellent (intraclass correlation coefficient, ICC = 0.932 and ICC = 0.990, respectively). CONCLUSION: The Brazilian version of PMI was successfully translated with excellent reliability and moderate to high construct validity. It represents an important tool for the assessment of the mobility of pregnant women.
... To assess the mobility of the lumbosacral segment, the Schöber test was applied. 18 The protocol was the same for both groups. A trained and experienced physiotherapist in the field performed all procedures. ...
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Aims Deep infiltrative endometriosis (DIE) may cause pelvic pain and thus negatively affect the function of different structures. We hypothesized that women with DIE may have dysfunctions of the pelvic floor muscles (PFM) and lower limb muscles (LLM). Methods This cross‐sectional study included 160 women (80 with DIE under hormonal treatment and 80 women without DIE), who were assessed to determine the presence of pelvic symptoms (dysmenorrhea, chronic pelvic pain (CPP), deep/penetration dyspareunia, dysuria, dyschezia, and vulvodynia), PFM function (PERFECT scheme, presence of hypertonia and trigger points, and muscle contraction and relaxation), abdominal muscle pain (Carnett’s test), and muscle shortening in LLM (Thomas, Pace, and Ober tests). Results Women with DIE presented more CPP (30% vs.5%;p<0.001), dysuria (12.5% vs.3.75%;p=0.043), and dyschezia (47.5% vs.2.5%;p<0.001) than the control group. Moreover, they had higher PFM hypertonia (28.75% vs.13.75%;p=0.02), weaker PFM contraction (36.35% vs. 2.5%; p<0.001), and incomplete PFM relaxation (45% vs.13.75%;p<0.001). Women with DIE had a higher rate of positive results in the Carnett’s test (21.25% vs. 2.5%;p<0.001) than the control group. Moreover, they had a higher frequency of shortening of the anterior thigh (30% vs.10% in both LLM;p<0.001), piriformis (16.25% vs. 6.25%;p<0.001), and iliotibial band muscles (bilateral;p<0.001). Multivariate analysis revealed that the presence of pain increased the risk of PFM hypertonia (OR=3.73[1.26‐11.07];p=0.018) and caused difficulty in PFM relaxation [OR=2.98[1.01‐9.37];p=0.049). Conclusion Women with DIE exhibited a greater number of pelvic symptoms and greater PFM/LLM dysfunction than those in the control group. Pain was associated with PFM hypertonia and difficulty in PFM relaxation.
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DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DE EVIDÊNCIAS: Reunião consensual e multidisciplinar para elaboração do texto com inclusão das citações bibliográficas, numa colaboração das especialidades de reumatologia, ortopedia e traumatologia, neurocirurgia, radiologia, medicina física e reabilitação e patologia da coluna vertebral. A partir de um texto básico referencial elaborado pelo editor médico, os participantes, divididos em cinco grupos de trabalho, geraram, por acréscimos e subtrações ao texto básico, recomendações aprovadas, posteriormente, em plenária, que permitiram a edição de um texto preliminar. O documento do consenso foi veiculado pela Internet, para consulta pública, tendo recebido várias sugestões e comentários de especialistas no assunto. As propostas foram devidamente avaliadas por uma comissão julgadora e revisora, que selecionou as que foram incorporadas ao texto preliminar. O editor médico, a partir da versão revisada, chegou ao texto final publicado, que recebeu da Biblioteca Nacional o ISBN n° 85-901548-1-5. Uma versão resumida do referido consenso, com algumas adequações, foi elaborada em trabalho colaborativo entre o editor médico e a comissão técnica do projeto diretrizes AMB/CFM. GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA: A: Grandes ensaios clínicos aleatorizados e meta-análises. B: Estudos clínicos e observacionais bem desenhados. C: Relatos e séries de casos clínicos. D: Publicações baseadas em consensos ou opiniões de especialistas. OBJETIVOS: Oferecer informações sobre o diagnóstico e tratamento das lombalgias e lombociatalgias. PROCEDIMENTOS: Diagnósticos e terapêuticos para as lombalgias e lombociatalgias.
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O objetivo deste trabalho foi estabelecer o padrão normal dos valores angulares para a lordose lombar, determinar a mobilidade clínico-radiológica no plano sagital (flexo-extensão) da coluna lombar e testar a força dos músculos abdominais em indivíduos de ambos os sexos em três faixas etárias. MÉTODOS: Foram avaliados 150 indivíduos, sem queixas álgicas ou deformidades vertebrais, todos escolhidos aleatoriamente. Os participantes foram divididos em três grupos de 50 indivíduos de acordo com a faixa etária I) 0 a 20; II) 21 a 40 e III) 41 a 60 – totalizando 79 do sexo masculino e 71 do feminino. Todos foram submetidos a exames radiográficos da coluna lombar em ortostatismo, na incidência em perfil, com o tronco em flexão máxima e em posição neutra. Os indivíduos da pesquisa foram também avaliados quanto à capacidade de realizar exercícios abdominais com os membros inferiores estendidos e fletidos, para investigar a atuação dos músculos lordogênicos e antilordogênicos, respectivamente. A partir das radiografias, foram medidos os seguintes ângulos: a) entre o topo de L1 e o topo de L5; b) topo de L1 e a base de L5; c) topo de L1 e o topo de S1; d) base de L5 e o topo de S1 (ângulo da articulação lombossacra) e e) topo de L5 e base de L5 (acunhamento de L5). RESULTADOS: Nos três grupos, os resultados médios para os ângulos a, b e c foram, respectivamente, de 37°, 44° e 57° em neutro e de –1°, 6° e 11° em flexão máxima. No grupo I, as médias foram de 33,3°, 42° e 56,7° em neutro e de –18,8°, –12,4° e –12,4° em flexão máxima; no grupo II, foram de 36,1°, 42,9° e 55,9° em neutro e de 4,2°, 10,6° e 18,1° em flexão máxima; e no grupo III, de 41,2°, 48° e 58,2° em neutro e de 12,6°, 18,5° e 26,5° em flexão máxima. Para o ângulo da articulação lombossacra, as médias foram de 14,6°, 12,2° e 10,1° em neutro e de 1,4°, 7,5° e 7,9° em flexão máxima, para os grupos I, II e III, respectivamente. A média do ângulo de acunhamento de L5 foi de 8,6°, 7,6° e 4,4° em neutro e de 5,9°, 6,1° e 3,6° em flexão, para os grupos I, II e III, respectivamente. Exercício abdominal com os membros inferiores estendidos foi realizado por 100% dos indivíduos no grupo I, 70% no II e 48% no III, enquanto que com os membros inferiores fletidos foi executado por 96% do grupo I, 46% do II e 16% do III. CONCLUSÃO: Decrescem concomitantemente a mobilidade em flexão da coluna lombossacra e a força dos músculos abdominais com o aumento da idade.
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O desequilíbrio entre a função dos músculos extensores e fle- xores do tronco é um forte indício para o desenvolvimento de dis- túrbios da coluna lombar. O objetivo do presente trabalho foi ava- liar o efeito do método Pilates® sobre a função de extensores e flexores do tronco. Para tanto, foram selecionadas 20 pessoas (16 mulheres com idade média de 34,06 ± 7,21; quatro homens com idade média de 33,5 ± 6,68 anos) com habilidade para executar os exercícios do nível intermediário-avançado, que completaram 25 sessões durante 12 semanas. Os voluntários foram submetidos ao teste isocinético de avaliação da flexão e extensão do tronco no início e ao final do período de treinamento. A função dos extenso- res do tronco apresentou aumento em todos parâmetros analisa- dos (pico de torque – 25%, p = 0,0004; trabalho total – 28%, p = 0,0002; potência – 30%, p = 0,0002; quantidade total de trabalho – 21%, p = 0,002) em relação ao período pré-treinamento. Com rela- ção aos músculos flexores, foi detectado discreto aumento para trabalho total (10%, p = 0,0003) e para quantidade total de traba- lho (10%, p = 0,002). Analisando a razão flexor:extensor, em todos os parâmetros, foi detectada redução significativa em relação aos índices obtidos no pré-treinamento (pico de torque – 24%, p = 0,0001; trabalho total – 23%, p = 0,002; potência – 25%, p = 0,01; quantidade total de trabalho – 14%, p = 0,04). O método Pilates® (nível intermediário-avançado) mostrou-se uma eficiente ferramenta para o fortalecimento da musculatura extensora do tronco, atenu- ando o desequilíbrio entre a função dos músculos envolvidos na extensão e flexão do tronco.
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Lateral radiographs were taken of 16 subjects in the upright position through 90° flexion, in 30° increments. The radiographic sacral angle was compared with the angle estimated from the external stick marker technique. Three observers independently and repeatedly examined the sacral angles using these two methods. Results showed that the radiographic and marker techniques yielded significantly different sacral angles, with the latter tending to underestimate the angle. These differences in the measurements of sacral angle will lead to overestimating the compression (with an average 115 N) and to underestimating the shearing force (with a range of 57–268 N) at L5/S1 disc in a biomechanical analysis. The inter-observer reliability of the stick marker measurements were poor for the four trunk positions, however the measurements did show good intra-observer reproducibility.Relevance to industryMeasurements of sacral angle are important in assessing the stresses acting on the low back in lifting. Our findings indicate that the stick marker technique does not yield accurate or reliable estimates of the sacral angle. The result implied that the use of this noninvasive method should be interpreted cautiously.
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ObjectivesTo examine the validity of low-tech procedures used in routine clinical practice to determine the range of movement of the lumbar spine in comparison to the ‘gold’ standard of measurement.Data sourcesAMED, CINAHL, Embase, OVID Medline, The Cochrane Library, Spine and other relevant journals.Review methodsA search of electronic databases (January 2006) was complemented by hand searching reference lists of identified studies and journals, plus consultation with recognised experts to identify English language studies designed to evaluate the validity of low-tech procedures used to determine range of movement of the lumbar spine in adult human subjects presenting with non-specific low back pain.ResultsFour relevant studies were identified for analysis. Three studies investigated the use of the double-inclinometer method and one study investigated the modified-modified Schober test. The appraisal was performed using the modified QUADAS tool. The studies were considered heterogeneous and thus qualitative analysis was undertaken. This indicated limited positive evidence that the double-inclinometer method is valid for measuring total lumbar range of movement, conflicting evidence for double-inclinometer measurement of lumbar flexion range, limited evidence that the modified-modified Schober test is not valid for measurement of lumbar flexion range and limited evidence that the double-inclinometer method is not valid for measuring lumbar extension range.ConclusionThere is little evidence to support the use of current methods of range of movement measurement in the lumbar spine. If range of movement is to continue to be used during routine clinical practice to assess spinal function, degree of impairment and response to therapeutic input there is a need for scientific evidence on the validity of these procedures.
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In clinical measurement comparison of a new measurement technique with an established one is often needed to see whether they agree sufficiently for the new to replace the old. Such investigations are often analysed inappropriately, notably by using correlation coefficients. The use of correlation is misleading. An alternative approach, based on graphical techniques and simple calculations, is described, together with the relation between this analysis and the assessment of repeatability.
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Skin traction between two fixed points on the midline of the back during anteflexion was tested as a parameter of the anteflexibility of the lumbar spine. The starting mark was placed on the spinous process of LV, found by intersection of the dorsal midline with the line connecting both lateral lumbar fossae. Repeated measurements in five healthy young men revealed that the mean variability of the length increase during anteflexion was about 6.5%, independent of the measuring distance, which varied from 5 to 20 cm. A steel tape rule was found to be a handier measuring device than a caliper rule. There is a gradual decrease of anteflexibility of the lumbar spine upward from LV. In 248 children, varying in age from 6 to 18 years, skin distraction during anteflexion between the zero mark and a mark 15 cm above it, was found to be more than 4.8 cm in all but 2 cases. In children above the age of 12 years this “lumbar flexion range” was independent of age, body length, thoracolumbar spine length and degree of lumbar lordosis. Dr J. K. van der Korst Division of Rheumatology Department of Internal Medicine University of Nijmegen Nijmegen The Netherlands