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CARACTERÍSTICAS DOS CLUSTERS CRIATIVOS E O SEU PAPEL NA DINAMIZAÇÃO DO EMPREENDEDORISMO. O CASO LXFACTORY.

Authors:
  • ISMAT - Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes

Abstract and Figures

A economia criativa gerada por indústrias criativas, através da junção de aspectos económicos, sociais e culturais em interação com a tecnologia, propriedade intelectual e talento, para além da criação de riqueza, de emprego, de crescimento das exportações e de desenvolvimento urbano, contribui também fortemente para a inclusão social, diversidade cultural e desenvolvimento humano. A revisão da literatura permitiu concluir que nos últimos anos se tem assistido a um aumento muito significativo de estudos académicos que têm como base a criação e desenvolvimento de clusters industriais por todo o mundo. Apesar da existência de diversos estudos publicados sobre as características dos clusters industriais, a literatura sobre clusters criativos é relativamente recente e, apesar da sua relevância nas economias mundiais, em Portugal, os estudos sobre clusters criativos têm sido divulgados principalmente sobre a forma de relatórios. Pretendeu-se com este trabalho (i) identificar os fatores determinantes e as características dos clusters criativos divulgados na literatura, e (ii) discutir o impacto que os clusters de indústrias criativas têm na atual conjuntura económica e o seu papel no desenvolvimento económico, empregabilidade e empreendedorismo, e assim contribuir para uma melhor compreensão sobre o tema. Para tal, efetuou-se um estudo de caso ao LXFactory, situado em Lisboa. Em termos metodológicos foram usados métodos qualitativos (i.e. entrevista semiestruturada ao responsável pela dinamização do LXFactory) e quantitativos, através de um inquérito estruturado em cinco partes distintas destinado a toda a população de empresas residentes do LXFactory. O cruzamento da informação recolhida, permitiu-nos observar o grau de perceção do responsável/dinamizador em relação às expectativas dos empreendedores criativos do LXFactory. A confrontação dos resultados do inquérito e da entrevista, com base no conhecimento extraído da revisão bibliográfica, permitiu (i) concluir que o LXFactory é efetivamente um cluster de indústria criativa; (ii) identificar os fatores determinantes e características, identificados na literatura; (iii) confirmar o papel deste cluster como dinamizador de empreendedorismo; (iv) perceber até que ponto a sustentabilidade económica das novas indústrias estava dependente de apoios governamentais, políticos e regionais; e (v) confirmar, no caso concreto do LXFactory, como cluster criativo, que o estímulo ao empreendedorismo deriva de uma oportunidade e não de uma solução.
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C ARACTERÍSTICAS)DOS)CLUSTERS)CRIATIVOS)E)O)SEU)PAPEL)
NA)DINA MIZAÇÃO)DO )EMPREENDEDORISMO.)
O)CASO)LXFACTORY)
)
Miguel Nuno Africano Fernandes Barata Portugal
Dissertação
Mestrado em Empreendedorismo e Gestão da Inovação
Orientadora:
Professora Doutora Ana Oliveira-Brochado
Júri:
Presidente: Professor Doutor Tawfiq Rkibi
Arguente: Professor Doutor Mário Silva
Vogal: Professora Doutora Ana Oliveira-Brochado
Lisboa
Julho de 2012
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Agradecimentos
A realização deste trabalho de investigação apenas foi possível graças
ao contributo das várias pessoas e entidades que se disponibilizaram no
apoio incondicional ao longo destes últimos anos.
À Professora Doutora Ana Oliveira-Brochado pela orientação desta
dissertação, pela prontidão, disponibilidade, empenho e apoio
demonstrados em relação a mim e à investigação decorrida.
À LXFactory, Lda. que se disponibilizou prontamente a apoiar no
fornecimento de informação indispensável e no apoio logístico e
administrativo na recolha dos dados por inquérito.
A todos os professores do ISLA Campus Lisboa, da licenciatura e do
mestrado que neste trabalho de investigação, de uma forma direta, me
apoiaram transmitindo o seu conhecimento e saber que tanto contribuiu
para este resultado final, e a todos os professores que de uma forma
indireta partilharam comigo o seu conhecimento académico e científico e
que contribuíram para a minha formação académica superior que me
possibilitou a realização desta dissertação.
A todas as pessoas próximas, colegas e amigos, que assistiram à
realização desta investigação e que tanta força e incentivo me deram
nestes últimos 2 anos.
Por último, um forte e eterno agradecimento à minha família pelo
incentivo, tolerância e paciência demonstrados incondicionalmente. Sem
a sua cumplicidade não teria sido possível.
A todos um profundo e reconhecido obrigado!
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Se a sabedoria me for concedida na condição de a guardar para mim, sem a
compartilhar, então, rejeitá-la-ei: nenhum bem há, cuja posse não partilhada
satisfação, e essa satisfação só existe se cada um de nós a partilhar com os
outros.”
Séneca, 4 a.C. - 65
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Resumo'
RESUMO
A economia criativa gerada por indústrias criativas, através da junção de aspectos económicos,
sociais e culturais em interação com a tecnologia, propriedade intelectual e talento, para além da
criação de riqueza, de emprego, de crescimento das exportações e de desenvolvimento urbano,
contribui também fortemente para a inclusão social, diversidade cultural e desenvolvimento
humano.
A revisão da literatura permitiu concluir que nos últimos anos se tem assistido a um aumento muito
significativo de estudos académicos que têm como base a criação e desenvolvimento de clusters
industriais por todo o mundo. Apesar da existência de diversos estudos publicados sobre as
características dos clusters industriais, a literatura sobre clusters criativos é relativamente recente,
e, apesar da sua relevância nas economias mundiais, em Portugal, os estudos sobre clusters
criativos têm sido divulgados principalmente sobre a forma de relatórios.
Pretendeu-se com este trabalho (i) identificar os fatores determinantes e as características dos
clusters criativos divulgados na literatura, e (ii) discutir o impacto que os clusters de indústrias
criativas têm na atual conjuntura económica e o seu papel no desenvolvimento económico,
empregabilidade e empreendedorismo, e assim contribuir para uma melhor compreensão sobre o
tema.
Para tal, efetuou-se um estudo de caso ao LXFactory, situado em Lisboa. Em termos
metodológicos foram usados métodos qualitativos (i.e. entrevista semiestruturada ao responsável
pela dinamização do LXFactory) e quantitativos, através de um inquérito estruturado em cinco
partes distintas destinado a toda a população de empresas residentes do LXFactory. O cruzamento
da informação recolhida, permitiu-nos observar o grau de perceção do responsável/dinamizador em
relação às expectativas dos empreendedores criativos do LXFactory. A confrontação dos resultados
do inquérito e da entrevista, com base no conhecimento extraído da revisão bibliográfica, permitiu
(i) concluir que o LXFactory é efetivamente um cluster de indústria criativa; (ii) identificar os
fatores determinantes e características, identificados na literatura; (iii) confirmar o papel deste
cluster como dinamizador de empreendedorismo; (iv) perceber até que ponto a sustentabilidade
económica das novas indústrias estava dependente de apoios governamentais, políticos e regionais;
e (v) confirmar, no caso concreto do LXFactory, como cluster criativo, que o estímulo ao
empreendedorismo deriva de uma oportunidade e não de uma solução.
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Palavras-Chave: Cluster, Indústria, Criatividade, Empreendedorismo
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Abstract'
ABSTRACT
Apart from wealth creation, employment and the increase of exportations, the creative economy
generated by creative industries through the combination of economic, social and cultural aspects
interacting with technology, intellectual property and talent also strongly contribute to social
inclusion, cultural diversity and human development.
The literature review revealed that an increasing number of academic studies have been published
regarding the creation and the development of industrial clusters worldwide. Although we can find
several published studies on industrial clusters profiles, the literature on creative clusters is quite
recent. Moreover, is spite of these studies being important for global economies, in Portugal
published studies are still rare to find and only non-published reports are available.
This work aims (i) to identify and to analyse the mains determinants and characteristics of creative
clusters’ presented on the literature and (ii) to evaluate the impact that clusters of creative
industries have in the current economic situation as well as its role on economic development,
employment and entrepreneurship in order to provide a better understanding of the subject.
To that end, a case-study (LXFactory) was be undertaken, based on a survey structured in 5 distinct
parts, to every undertaking located at LXFactory, which allowed us (i) to classify LXFactory as a
creative industry cluster; (ii) to identify the characteristics and determining factors identified on the
literature; (iii) to confirm its role as a promoter of the entrepreneurship; (iv) to understand how
much dependent are the economic sustainability of the new industries from governmental, political
and regional support; and (v) to test that entrepreneurship comes from an opportunity instead from
a solution.
Finally, some in-depth interviews to those responsible for the promotion of the LXFactory were
carried out. Its results, combined with the data obtained from the survey, allowed us to notice their
perception degree concerning the LXFactory creative entrepreneur’s expectations.
Keywords: Cluster, Industry, Creativity, Entrepreneurship
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Índice''
ÍNDICE)GERAL)
)
CAPÍTULO)I)–)Introdução)
)
1.! Introdução .............................................................................................................................................................. 12!
1.1.! Enquadramento ...................................................................................................................................................... 12!
1.2.! Relevância do tema e contribuições ...................................................................................................................... 14!
1.3.! Estrutura da dissertação ......................................................................................................................................... 15!
)
CAPÍTULO)II)–)Revisão)Bibliográfica)
2.! Revisão Bibliográfica ............................................................................................................................................ 19!
2.1.! O Conceito de Cluster ........................................................................................................................................... 19!
2.2.! Tipologia de Clusters ............................................................................................................................................ 21!
2.3.! Vantagens Competitivas nos Clusters ................................................................................................................... 22!
2.4.! Clusters Criativos .................................................................................................................................................. 24!
2.4.1.! Criatividade ........................................................................................................................................................... 24!
2.4.2.! Indústrias Criativas ................................................................................................................................................ 26!
2.4.3.! Características Diferenciadoras da Indústria Criativa ........................................................................................... 30!
2.4.4.! O Papel das Indústrias Criativas na Economia ...................................................................................................... 34!
2.4.5.! Cluster Criativo ..................................................................................................................................................... 36!
2.4.6.! O Empreendedorismo nos Clusters de Indústrias Criativas .................................................................................. 38!
2.5.! Caracterização de Clusters na Europa ................................................................................................................... 44!
2.6.! Enquadramento português ..................................................................................................................................... 47!
CAPÍTULO)III)–)Metodologia)da)Investigação)
3.! Metodologia da investigação ................................................................................................................................. 52!
3.1.! Questão de partida e objectivos da investigação ................................................................................................... 52!
3.2.! Caso de estudo ....................................................................................................................................................... 53!
3.3.! Desenvolvimento do questionário ......................................................................................................................... 55!
3.3.1.! Pré-teste ................................................................................................................................................................. 59!
3.4.! População alvo ...................................................................................................................................................... 61!
3.5.! Trabalho de campo recolha de dados ................................................................................................................. 61!
3.6.! Métodos estatísticos .............................................................................................................................................. 62!
CAPÍTULO)IV)–)Apresentação)e)Discussão)dos)Resultados)
4.! Apresentação e análise de resultados .................................................................................................................... 64!
4.1.! Caracterização do espaço LXFactory .................................................................................................................... 64!
4.2.! Perfil das empresas inquiridas ............................................................................................................................... 65!
4.3.! Validação das hipóteses ......................................................................................................................................... 67!
4.3.1.! O LXFactory é um cluster de indústria criativa .................................................................................................... 67!
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Índice''
4.3.2.! O LXFactory como cluster de indústria criativa é dinamizador de empreendedorismo ....................................... 73!
4.3.3.! A sustentabilidade económica e financeira dos empreendedores do LXFactory está dependente dos apoios
governamentais, políticas regionais e do papel "motivador" dos responsáveis pelo cluster criativo. .................. 74!
4.3.4.! O estímulo ao empreendedorismo criativo surge como uma oportunidade e não como uma solução .................. 77!
4.4.! Entrevista ao responsável da LXFactory, Lda. ...................................................................................................... 80!
4.5.! Avaliação do grau de perceção dos residentes do LXFactory e do dinamizador do local .................................... 82!
4.6.! Discussão dos resultados ....................................................................................................................................... 92!
CAPÍTULO)V)–)Conclusões)
5.! Conclusões ............................................................................................................................................................. 96!
5.1.! Implicações práticas dos resultados ..................................................................................................................... 100!
5.2.! Limitações do estudo ........................................................................................................................................... 100!
5.3.! Perspetivas de investigação futura ...................................................................................................................... 101!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................ 103!
ANEXOS... .......................................................................................................................................................................... 110!
APÊNDICES ....................................................................................................................................................................... 139!
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Índice''
ANEXOS
Anexo 1 Lista de Artigos de Imprensa ............................................................................................................................. 110
Anexo 2 A Europa nas nossas mãos Entrevistas.com, Jan 2010 .................................................................................. 111
Anexo 3 Time Out, Jun 2011 ........................................................................................................................................... 115
Anexo 4 Metro, Mai 2011 ................................................................................................................................................ 116
Anexo 5 TPM, Abr 2011 .................................................................................................................................................. 117
Anexo 6 The New York Times, Jan 2011 ........................................................................................................................ 118
Anexo 7 Jornal i, Nov 2010 ............................................................................................................................................. 119
Anexo 8 El Mundo, Mar 2010 ......................................................................................................................................... 121
Anexo 9 Time Out, Jan 2010 ........................................................................................................................................... 122
Anexo 10 Park, Nov 2009 ................................................................................................................................................ 124
Anexo 11 Time Out, Nov 2009 ........................................................................................................................................ 128
Anexo 12 Guardian, Out 2009 ......................................................................................................................................... 129
Anexo 13 People & Business, Set 2009 ........................................................................................................................... 130
Anexo 14 Time Out, Jun 2009 ......................................................................................................................................... 131
Anexo 15 Luxus, Jan 2009 ............................................................................................................................................... 134
Anexo 16 Time Out, Março 2008 .................................................................................................................................... 137
APÊNDICES
Apêndice 1 - Listagem das empresas residentes e com atividade regular no LXFactory ................................................... 139
Apêndice 2 - Inquérito Geral (Residentes LXFactory) ....................................................................................................... 142
Apêndice 3 Mapa do LXFactory ...................................................................................................................................... 147
FIGURAS
Figura 1 - Estrutura detalhada do trabalho de investigação .................................................................................................. 17
Figura 2 - Cadeia de Produção das Indústrias Criativas ....................................................................................................... 28
Figura 3 - Indústrias Criativas ............................................................................................................................................... 29
Figura 4 - Etapas do crescimento de um negócio criativo .................................................................................................... 36
Figura 5 - Estrutura do questionário ...................................................................................................................................... 55
TABELAS
Tabela 1 - Tipologia de clusters ............................................................................................................................................ 21
Tabela 2 - Comparação entre as diferentes definições do sector criativo entre estudos de referência e o relatório da
CCDRLVT ............................................................................................................................................................ 30
Tabela 3 - Características das Aglomerações sobre a geração de externalidades negativas ................................................. 33
Tabela 4 - Características das aglomerações sobre a geração de externalidades positivas ................................................... 33
Tabela 5 - Panorama de Políticas de Clusters ....................................................................................................................... 45
Tabela 6 - Clusters em Portugal ............................................................................................................................................ 46
Tabela 7 - Enquadramento Sectorial e Territorial Tipologia de Clusters ......................................................................... 50
Tabela 8 - Tipologias de Investimento Elegíveis por EEC-Cluster e por Áreas de Intervenção .......................................... 50
Tabela 9 - Relacionamento das questões com as variáveis em investigação ........................................................................ 56
Tabela 10 - Relacionamento das questões com as hipóteses levantadas .............................................................................. 56
Tabela 11 - Alterações realizadas na questão 2.5 do inquérito ............................................................................................. 59
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Índice''
Tabela 12 - Alterações realizadas na questão 4.1 do inquérito ............................................................................................. 60
Tabela 13 - Datas da realização do inquérito ........................................................................................................................ 61
Tabela 14 Características Diferenciadoras dos Clusters de Indústria Criativa .................................................................. 99
GRÁFICOS
Gráfico 1 - Taxa de crescimento do PIB per capita vs novas empresas ............................................................................... 43
Gráfico 2 Sustentabilidade Económica .............................................................................................................................. 76
Gráfico 3 Fatores de decisão de instalação no Projecto LXFactory .................................................................................. 83
Gráfico 4 Principais fatores no crescimento do negócio .................................................................................................... 84
Gráfico 5 Beneficiários das ações promocionais conjuntas ............................................................................................... 85
Gráfico 6 Dependência relativa ao dinamizador LXF ....................................................................................................... 86
Gráfico 7 Intensões promocionais ...................................................................................................................................... 87
Gráfico 8 Fatores importantes para a fixação de novas empresas ..................................................................................... 89
Gráfico 9 Sustentabilidade do projeto LXFactory ............................................................................................................. 90
QUADROS
Quadro 1 - Perfil das empresas ............................................................................................................................................. 65
Quadro 2 Início de atividade (esquerda) e data de instalação no LXFactory (direita) ....................................................... 66
Quadro 3 Empregabilidade e Formação ............................................................................................................................. 66
Quadro 4 Tipologia de produtos oferecidos ....................................................................................................................... 67
Quadro 5 Aprendizagem Coletiva Fatores Situacionais ................................................................................................. 68
Quadro 6 Aprendizagem Coletiva - Relacionamento ........................................................................................................ 68
Quadro 7 Aprendizagem Coletiva Fatores Comportamentais ........................................................................................ 69
Quadro 8 Eficiência Coletiva Vantagens e Benefícios ................................................................................................... 69
Quadro 9 Eficiência Coletiva Ações promocionais ........................................................................................................ 70
Quadro 10 Eficiência Coletiva Fatores materiais e funcionais ....................................................................................... 71
Quadro 11 Eficiência Coletiva Custos e financiamento ................................................................................................. 71
Quadro 12 Características diferenciadoras ......................................................................................................................... 72
Quadro 13 Início da Atividade vs Situação do Empreendedor .......................................................................................... 74
Quadro 14 Dependência funcional e relacional ................................................................................................................. 75
Quadro 15 Fixação de novas indústrias ............................................................................................................................. 76
Quadro 16 Sustentabilidade ............................................................................................................................................... 76
Quadro 17 Características do Empreendedor ..................................................................................................................... 78
Quadro 18 Análise Fatorial - Características do Empreendedor ........................................................................................ 79
Quadro 19 Análise de dimensões - Características do Empreendedor .............................................................................. 79
Quadro 20 Teste T Fatores de decisão de instalação no Projecto LXFactory ................................................................ 83
Quadro 21 Teste T Principais fatores no crescimento do negócio .................................................................................. 84
Quadro 22 Teste T Beneficiários das ações promocionais conjuntas ............................................................................. 85
Quadro 23 Teste T Dependência relativa ao dinamizador LXF ..................................................................................... 86
Quadro 24 Teste T Intensões promocionais .................................................................................................................... 88
Quadro 25 Teste T Fatores importantes para a fixação de novas empresas .................................................................... 89
Quadro 26 Teste T Sustentabilidade do projeto LXFactory ........................................................................................... 90
Glossário!
GLOSSÁRIO
Ao longo do presente trabalho será feita menção a algumas entidades e documentos através de
siglas e abreviaturas pelo que se apresenta, de seguida, um pequeno glossário que tem como
objectivo facilitar a sua identificação.
CAE Código de Atividade Económica
CCDRLVT Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo
COMPETE Programa Operacional Temático Fatores de Competitividade
DCMS Department of Culture, Media and Sports
D.P. Desvio Padrão
EEC Estratégias de Eficiência Coletiva
FREQ. Frequência
GEM Global Entrepreneurship Monitor
IPSS Instituição Particular de Solidariedade Social
ISLA Instituto Superior de Línguas e Administração
I.C. Intervalo de Confiança
I&DT Investigação e Desenvolvimento Tecnológico
L.I. Limite Inferior
L.S. Limite Superior
LXF LXFactory
MAX Máximo
MIN Mínimo
NESTA National Endowment for Science Technology and the Arts
NUTS Nomenclaturas de Unidades Territoriais
OC Outros Clusters
OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
ONG Organização Não Governamental
PCT Polo de Competitividade e Tecnologia
PIB Produto Interno Bruto
PME’s Pequenas e Médias Empresas
RMB Rua Miguel Bombarda
SPSS Statistical Package for Social Sciences
UCPT Unidade de Coordenação do Plano Tecnológico
UE União Europeia
UE25 União Europeia de 25 Estados Membros
UK DCMS United Kingdom Department of Culture, Media and Sports
UNCTAD United Nations Conference on Trade and Development
UNESCO United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization
WIPO World Intellectual Property Organization
KMO Teste Kaiser-Meyer-Olkin
T Estatística t de Student
p Valor p ou probabilidade de significância
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CAPÍTULO I
Introdução
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1. Introdução
Com este estudo pretende-se identificar os fatores determinantes e as características dos
clusters criativos. Pretende-se ainda estudar e analisar o seu papel na dinamização do
empreendedorismo, tendo na sua base, como estudo de caso, a LXFactory em Lisboa (LXF).
1.1. Enquadramento
Apesar da grande quantidade de literatura existente devido ao crescente interesse sobre
clusters de indústrias criativas (Yongzhong, Shuyi e Minghua, 2012) e a sua importância no
desenvolvimento urbano (Zheng, 2011) na economia das regiões e dos países e o seu
impacto na empregabilidade (Lazzeretti, Boix e Capone, 2008), no empreendedorismo e na
inovação (Davis, Creutzberg e Arthurs, 2009; Gwee, 2009), poucos têm sido os estudos
realizados sobre clusters de indústria criativa em Portugal.
Efetivamente, dos diversos estudos analisados, apenas dois foram realizados em Portugal,
sendo um de âmbito regional, realizado em 2008, pela Fundação Serralves (Fundação
Serralves, 2008) com o tema Estudo Macroeconómico: Desenvolvimento de um Cluster de
Indústrias Criativas na Região Nortee outro de âmbito local, elaborado em 2009, pela FEP
Faculdade de Economia da Universidade do Porto (Custódia, Suzi e Sofia, 2009)
subordinado ao tema Empreendedorismo nas Artes ou Artes do Empreendedorismo? Um
estudo empírico do “Clusterda Rua Miguel Bombarda”.
O conceito de cluster tem vindo a desenvolver-se aos longo dos anos, tendo sido
popularizado por Michael Porter (Porter, 1998), a partir da caracterização da indústria
localizada que Marchall (Marshall, 1890) realizou, da expansão de grupos familiares dentro
de um espaço geográfico até à formação de uma aldeia, partilhando segredos, hoje
identificados como externalidades ou Spillover’s, como vantagem competitiva e
característica diferenciadora da indústria criativa. O conceito tem sido alvo de muitas
reflexões pelo que, obter uma definição exata de “cluster” não tem sido até à data uma tarefa
fácil, na medida em que os autores têm adaptado o conceito ao interesse de cada caso de
estudo empírico realizado (Rauen e Montibeller, 2007).
Na literatura, os estudos sobre os clusters de indústrias criativas têm sofrido uma forte
intensificação devido ao facto deste tipo de indústria estar hoje classificada como um dos
principais motores para o crescimento económico das regiões a nível mundial (DCMS, 1997;
Fundação Serralves, 2008; UNCTAD, 2008; e Porter, 2011).
A indústria criativa, apesar das diversas atividades que a caracterizam, tem sempre em
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!!
comum o facto de estas atividades serem sempre suportadas na imaginação e criatividade
individual e estarem associadas à habilidade e ao talento, produzindo riqueza e postos de
trabalho através da geração e exploração de novos conteúdos e propriedade intelectual (UK
DCMS, 1997). Adicionalmente, desenvolvem a sua atividade ocupando nichos de mercado
altamente especializados, onde a criação de valor resulta da conjugação da inovação
tecnológica com a criatividade obtida na criação de produtos culturais (Fundação Serralves,
2007).
Schumpeter (1982) refere que a inovação, a criatividade e a capacidade de assumir riscos são
características do empreendedorismo. São enumeras as definições do conceito de
“Empreendedorismo” (Knight, 1921; Schumpeter,1982; Cunnigham e Lischeron, 1991;
Drucker, 1985 e 1999; Bygrave, 1993; Baumol, 1993; Shane e Venkataraman, 2000;
Lowrey, 2003; Brant, 2004; Audretsch et al., 2004; Lundstrom e Stevenson, 2005; e
Dornelas, 2008), mas algumas chegam a ser contraditórias (Sarkar, 2007).
Quando se estuda o Empreendedorismo na indústria criativa posicionamo-nos na atividade
dos empreendedores nas empresas classificadas como indústrias criativas. Neste sentido, o
impacto positivo que as indústrias criativas m no empreendedorismo e consequentemente
na empregabilidade é defendida por inúmeros autores.
O objectivo geral desta investigação é o de identificar os principais fatores determinantes e
as características dos clusters criativos e discutir o seu papel na dinamização do
empreendedorismo.
Em termos metodológicos, será efectuada uma revisão bibliográfica, orientada para os
objectivos definidos, e analisado um estudo de caso.
O caso do chamado LXFactory afigura-se como um bom exemplo de um cluster de indústria
criativa para este tipo de investigação que se pretende realizar. Trata-se de um aglomerado
de empresas maioritariamente ligadas à atividade criativa, localizadas numas antigas
instalações fabris no centro de Lisboa e que se encontravam devolutas, tendo possibilitado a
regeneração daquele espaço urbano numa ilha de indústrias criativas.
Mais especificamente, os objectivos que se pretendem atingir com esta dissertação são:
1. Contribuir para uma melhor compreensão sobre os fatores determinantes dos clusters
criativos e o seu papel no empreendedorismo;
2. Contribuir para a discussão sobre a importância que os clusters de indústrias criativas
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!!
têm na atual conjuntura económica e o seu impacto no desenvolvimento económico,
empregabilidade e empreendedorismo;
3. Estudar a realidade existente na LXFactory;
4. Poder enunciar e inventariar as lições que se podem retirar deste caso.
1.2. Relevância do tema e contribuições
Um dos pilares do desenvolvimento económico que Portugal pode explorar, é a motivação
de jovens a investir o seu conhecimento na criação do seu próprio negócio.
E, em lugar de spin-offs
1
por imitação poder-se-ia potenciar spin-offs pela valorização do
conhecimento, talento e criatividade. Neste âmbito, insere-se a problemática dos clusters
criativos e o seu potencial papel na estimulação deste tipo de empreendedorismo.
O mundo está a passar por uma das maiores e mais prolongadas crises, económica e social
de sempre. Desde 2006, com o surgimento dos primeiros sinais de uma crise que se
avizinhava, que se tem assistido ao colapso de várias dimensões fundamentais para o
equilíbrio de uma sociedade moderna tais como a económica, monetária, financeira,
diplomática, intelectual e estratégica.
A maioria das empresas, mesmo aquelas que se consideravam mais informadas e atualizadas,
foram apanhadas de surpresa e assistem, de uma forma incrédula, ao desmoronar de crenças,
práticas, ideias, normas, e processos que serviram adequadamente o mundo empresarial até à
atualidade e que se tornaram praticamente inúteis para enfrentar esta nova era. A atual crise é
determinada por modificações de grande amplitude no domínio da concorrência e no
respeitante a fatores de competitividade, incidindo dramaticamente em muitos sectores de
atividade, forçados a reestruturações profundas em matéria de empregabilidade e
investimento.
A crise que agora se vive vai exigir dos atuais e futuros gestores, empresários e governantes
a aplicação de novas competências, novos conhecimentos e acima de tudo a retenção de
novos talentos.
O relatório final apresentado num estudo macroeconómico em 2008 promovido pela
Fundação Serralves (Fundação Serralves, 2008), refere que as indústrias criativas estão entre
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
1
Spin-off é um termo inglês utilizado para descrever uma nova empresa que nasceu a partir de um grupo de pesquisa de uma empresa,
universidade ou centro de pesquisa público ou privado, normalmente com o objetivo de explorar um novo produto ou serviço de alta
tecnologia. É comum que estas se estabeleçam em incubadoras de empresas ou áreas de concentração de empresas de alta tecnologia.
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!!
os sectores mais dinâmicos do comércio mundial (Relatórios da KEA
2
(2006), UNCTAD
(2008) e URBACT (2011), opinião que é corroborada por muitos autores e entidades de
referência (Castells, 1996; Raffo et al., 2000; KEA, 2006; Sergers e Hujigh, 2006;
UNCTAD, 2008; Porter, 2011) apresentando estruturas de mercado muito flexíveis, tendo
nos últimos anos apresentado taxas de crescimento sem precedentes onde a criação de
riqueza, de emprego e crescimento das exportações, tem contribuído fortemente para a
inclusão social, diversidade cultural e desenvolvimento humano.
Deste modo, os decisores políticos de todo o mundo, face ao papel fundamental que as
indústrias criativas desempenham nos processos de regeneração urbana, têm considerado a
criação de clusters criativos, como suporte estratégico de desenvolvimento económico e
social (Fundação Serralves. 2009).
A Secretaria de Estado do Empreendedorismo, da Competitividade e da Inovação, em
Novembro de 2011, referiu em resposta a um e-mail enviado por este grupo de trabalho, que:
Uma das preocupações deste Governo é o estímulo ao
empreendedorismo a todos os níveis, onde se inclui naturalmente a
questão das indústrias criativas e de exemplos como o LXFactory em
Lisboa.”
Assim, pela importância considerada pelos autores referenciados sobre a temática e o seu
impacto nas economias mundiais, tornou-se importante a realização de estudos de
investigação que ajudem a uma melhor compreensão sobre o tema, assim como, a
verificação de um reduzido número de estudos sobre a realidade portuguesa e a preocupação
demonstrada pelo governo português através da sua Secretaria de Estado do Ministério da
Economia, consideraram oportuno efetuar um estudo de caso sobre um exemplo de cluster
criativo instalado em Portugal.
1.3. Estrutura da dissertação
A presente dissertação está dividida em 5 capítulos: (Figura 1)
No primeiro capítulo apresenta-se um enquadramento do tema cuja escolha foi justificada
pela sua relevância, objectivos gerais e específicos da investigação e contribuições futuras
para o aumento do conhecimento desta área, assim como as implicações práticas dos
resultados para os vários públicos.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
2
!KEA!é!uma!empresa!de!consultoria!com!sede!em!Bruxelas!especializada!na!prestação!de!aconselhamento,!apoio!e!pesquisa!em!
relação!às!indústrias!criativas,!culturais,!de!entretenimento,!media!e!sectores!desportivos.!
Página'16'de'147'
!!
O segundo capítulo refere-se à revisão bibliográfica realizada sobre o que diversos autores
de referência têm escrito sobre o tema com maior incidência sobre os principais conceitos
que se pretendiam investigar no quadro de referência - Cluster, Criatividade, Indústria
Criativa, Clusters Criativos, Empreendedorismo nos Clusters de Indústrias Criativas.
No terceiro capítulo é feita a descrição da metodologia de investigação utilizada e
apresentadas as hipóteses de investigação formuladas como forma de tentar responder ao
problema levantado pelo tema escolhido para a pesquisa. Neste capítulo é também
apresentado o processo de desenvolvimento do questionário utilizado para a recolha de
dados, a sua macro e microestrutura, o pré-teste realizado, bem como a população alvo e o
processo de amostragem. Por fim, é descrito o trabalho de campo realizado na recolha de
dados e são listados os métodos estatísticos utilizados para a análise e discussão dos
resultados.
O quarto capítulo é dedicado à análise e discussão dos resultados tendo em conta a
verificação das hipóteses e a interpretação dos resultados.
Por último, no quinto capítulo, são apresentadas algumas considerações finais do trabalho de
investigação realizado, as conclusões, as implicações práticas, as limitações e as perspetivas
de investigação futura.
Toda a dissertação foi redigida segundo o novo acordo ortográfico.
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Figura 1 - Estrutura detalhada do trabalho de investigação
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Fonte: Elaborado pelo autor
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!"#$%&'()% *+#%&%,%-!.
Enquadramento Objetivos2da2Investigação
Objetivo2da2Pesquisa
Questão2de2Partida2e2Hipóteses2de2
Investigação
Relevância2do2Tema2e2Contribuições Caso2de2Estudo
Estrutura2da2Dissertação Desenvolvimento2do2Questionário
População2Alvo2e2Processo2de2
Amostragem
$+/!0)%12!2,!%-$34!5.
Trabalho2de2Campo2Recolha2de2Dados
Conceito2de2cluster Métodos2Estatísticos
Tipologia2dos2clusters
Características
Vantagens2Competitivas
Criatividade
.6$+0+"#.()%1+1."3,!0+1&+1
$+0',#.&%0
Indústria2Criativa Caracterização2do2Espaço2LXFactory
Características2Diferenciadoras Perfil2das2Empresas2Inquiridas
Papel2na2Economia Verificação2das2Hipóteses
Cluster2Criativo Relatório2de2Entrevista
Empreendedorismo Avaliação2de2Perceções
Enquadramento2Português
Análise2Comparativa2de2Resultados
5%"5,'07+0
Síntese2Conclusiva
Implicações2Práticas2dos2Resultados
Limitações2da2Investigação
Perspetivas2de2Investigação2Futura
589:1;
589:1<
589:1=
589:1>
589:1?
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CAPÍTULO II
Revisão Bibliográfica
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!!
2. Revisão Bibliográfica
Neste capítulo pretende-se clarificar os principais conceitos a investigar no quadro de
referência, com o objectivo de permitir uma melhor compreensão do presente trabalho.
Inicia-se com uma conceptualização do termo Cluster, descrição das suas características,
formas e modelos, partindo-se depois para uma abordagem mais específica aos conceitos de
indústrias criativas, Clusters Criativos e o papel do Empreendedor nos Clusters de Indústrias
Criativas.
2.1. O Conceito de Cluster
Marshall (1982, p. 232) refere que, em algumas situações,
“[...] a expansão de um grupo familiar até formar uma aldeia [...] foi a origem
de uma indústria localizada”.
A aglomeração geográfica de atividades económicas similares, não diz respeito somente à
localização de matérias-primas fundamentais de algumas atividades produtivas, mas também
a um processo de construção social, no qual,
“[...] os segredos da profissão deixam de ser segredos, e, por assim dizer,
ficam soltos no ar, de modo que as crianças absorvem inconscientemente um
grande número deles(Marshall, 1982, p. 234).
As aglomerações geográficas que formam o distrito marshalliano e que dão origem aos
modernos conceitos de clusters, consideram que o conhecimento criado no seu interior se
difundem rapidamente e de maneira facilitada:
“[...] se um lança uma nova ideia, ela é imediatamente adoptada por outros,
que a combinam com sugestões próprias e, assim, essa ideia torna-se uma fonte
de outras ideias novas” (Marshall, 1982, p. 234).
Para Marshall (1920)
3
não existe difusão de conhecimento de modo a fazer com que os
mercados tendam a apresentar uma concentração de empresas idênticas. No sentido de
permitir a caracterização destas concentrações como sistemas locais e regionais para
optimizar o sector produtivo e distributivo, além de maximizar a receita, a característica
fundamental é a de procurar o aprendizado dos processos de produção e de gestão entre as
empresas localizadas numa proximidade geográfica (Porter, 1999).
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
3
Citado por Porter (1999)
Página'20'de'147'
!!
Marchall (1890), defendeu que a competição entre as empresas de um mesmo cluster ou
clusters diferentes, em localizações industriais especializadas, tendo o foco na diminuição
dos custos e na diferenciação dos produtos e serviços para permitir uma sobrevivência no
mercado local, gera externalidades positivas (Porter, 1999).
Porter (1998), define clusters como concentrações geográficas de empresas interligadas,
fornecedores especializados, prestadores de serviços, instituições e empresas, associadas em
indústrias relacionadas universidades, agências públicas de certificação e standards,
associações empresariais em áreas específicas que competem e cooperam entre si.
No mesmo documento, o conceito é ainda mais clarificado:
[...] um cluster é um grupo de empresas interligadas e instituições associadas
numa particular área de atuação, geograficamente próximas, ligadas por
aspectos comuns e complementaridades.”
Para Porter (1998), engenheiro mecânico e doutorado em economia empresarial que
popularizou o conceito de cluster, as organizações que se organizam em forma de clusters
adquirem um potencial de melhoria de competitividade, via incremento da produtividade das
empresas que constituem o cluster, adquirem incentivo à inovação e estimulam o
empreendedorismo via criação de novas empresas localizadas.
A OCDE (1999)
4
define cluster como:
[...] redes de produção de empresas fortemente interdependentes (incluindo
fornecedores especializados) ligadas entre si numa cadeia de produção de
valor acrescentado; os “clusters” também podem integrar alianças entre
empresas e universidades, institutos de investigação, serviços às empresas
intensivos em conhecimento, agentes de interface (como os brokers e os
consultores) e clientes.”
Sabel (2003, p.1)
5
, a partir da realidade italiana da década de 70 do século XX, afirma que
clusters são ocorrências naturais resultantes de aglomerações geográficas, geralmente de
PME’s, de uma ou mais áreas de atividade económica estreitamente correlacionadas que
cooperam entre si diretamente ou com outras, de modo a se abastecerem de recursos comuns.
Para Rauen e Montibeller (2007), uma definição exata de cluster é uma tarefa difícil. O
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
4
OCDE Relatório de síntese do seu Focus Group on Cluster Mapping and Cluster Policy
5
SABEL, C. The world in a bottle or window on the world? Open questions about industrial districts in the Spirit of Sebastiano Brusco.
In: CONFERENCE ON CLUSTERS, INDUSTRIAL DISTRICTS AND FIRMS: THE CHALLENGE OF GLOBALIZATION. Modena,
2003
Página'21'de'147'
!!
elevado número de autores que, de uma forma ou de outra, se apropriou do termo obrigou à
transformação do anterior rígido conceito, num elevado número de definições que parecem
ajustar-se a cada caso concreto empírico estudado. Não obstante, considerando que o termo
anglo-saxónico cluster diz respeito
“[...] a um grupo similar de coisas concentradas, muitas vezes cercando algo”
(Cambridge..., 2006)
6
ele pode ser definido, grosso modo, como uma aglomeração geográfica e sectorial de
empresas de dimensões variadas, exercendo atividades industriais e/ou de serviços.
2.2. Tipologia de Clusters
Chorincas, Marques e Ribeiro (2001), partindo de uma definição de carácter geral,
distinguiram quatro tipos de clusters”, a saber: micro cluster, cluster industrial, cluster
regional e mega cluster (Tabela 1).
Os casos de aglomeração e clusterização verificados com atividades centradas na
exploração das tecnologias em desenvolvimento rápido ou em emergência como acontece
em Silicon Valley e na “Estrada 128” nos EUA ou em Cambridge e no Vale do Tamisa no
Reino Unido atestam que estes fatores de aglomeração continuam a funcionar para as
novas atividades, num contexto de globalização, sendo que a combinação desta com as
virtualidades da internet e do “ciberespaço” está a dar origem a um novo tipo de cluster
(Chorincas, Marques e Ribeiro, 2001) (Tabela 1):
Tabela 1 - Tipologia de clusters
Tipologia
Micro Cluster
ou
Cluster Local
Conjunto geograficamente próximo de empresas e instituições, inter-relacionadas por
elementos comuns e complementaridades, atuando num campo particular de atividade (no
mesmo sector ou eventualmente no mesmo segmento de um sector); essas empresas
simultaneamente concorrem entre si no mercado dos produtos (ou serviços) e são capazes
de cooperar entre si, e ao fazerem-no aumentam a competitividade do conjunto; o caso dos
“Distritos Indústrias italianos” cabem nesta noção, em que a focalização das empresas num
leque reduzido de atividades ou de segmentos de atividades é uma característica chave;
Cluster
Industrial
ou
simplesmente
Cluster
Utilizando a noção mais abrangente de indústria, comum na literatura anglo-saxónica, é um
conjunto de empresas inter-relacionadas, de fornecedores especializados, de prestadores de
serviços, de empresas pertencentes a indústrias relacionadas e de instituições associadas
(desde Universidades a centros de certificação de qualidade e a associações comerciais) que
desenvolvem a sua atividade em campos diferentes, recorrendo a tecnologias distintas mas
complementares, e que pela inovação que umas geram se concretizam benefícios para as
outras, beneficiando todas da melhoria da competitividade das partes;
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
6
Citado pelos autores!
Página'22'de'147'
!!
Cluster
Regional
É no essencial um “cluster industrial” cujas articulações principais funcionam no interior de
um dado espaço regional (subnacional), podendo essas articulações repetir-se total ou
parcialmente noutras regiões do mesmo País; a este nível são mais pertinentes os efeitos de
proximidade geográfica sobre a dinâmica da interação entre atores e ao nível da
competitividade e inovação do conjunto;
Mega Cluster
É um conjunto de atividades distintas, mas cujos bens ou serviços satisfazem a procura de
uma mesma grande Área Funcional da Procura Final, recorrendo a competências básicas
complementares e podendo explorar vantagens de interligação e articulação em rede, entre
si e com outras entidades, nomeadamente as que permitem a acumulação do “capital
imaterial” para o conjunto das empresas envolvidas.
Ciber-Cluster
Entendido como um conjunto de empresas situadas a grande distância física umas das
outras mas que trabalham em conjunto, realizando operações sucessivas num mesmo
processo ou especializando-se em segmentos distintos desse processo, explorando as
vantagens das diferenças de fusos horários, por forma a permitir uma laboração de 24 sobre
24 horas no cluster”, graças à utilização das telecomunicações e da internet; a este nível o
fator “proximidade” é dado não em termos geográficos mas de sequenciação temporal.
Fonte: Adaptado a partir de Ensaios FEE, Porto Alegre, v. 29, n. 1, p. 267-292, jun. 2008
Qualquer destes tipos de clusters está focalizado na existência de externalidades que
cruzam várias indústrias e atividades. Estas externalidades, que podem revestir a forma de
acesso facilitado a um conjunto de trabalhadores qualificados; relações com fornecedores e
com empresas em indústrias relacionadas; acesso a instituições ligadas à ciência e à
tecnologia, são cada vez mais importantes para a competição no mundo global de hoje.
2.3. Vantagens Competitivas nos Clusters
Schmitz e Musyck (1994), descrevem que as vantagens competitivas podem surgir através
dos clusters, obtendo-se deles eficiência e ganhos pela sua associação, onde em ambientes
isolados por si só não seria possível obter.
Para Krugman (1998), a aprendizagem coletiva permite e conduz à obtenção de sinergias e o
acesso ao apoio de serviços técnicos e financeiros para desenvolver uma concentração de
empresas que possibilite o desenvolvimento de ações fortalecedoras para a sustentabilidade
técnica, económica e financeira. A concentração facilita essa aprendizagem coletiva através
da existência de interdependências entre os agentes do sector privado e público.
Uma das principais causas para o favorecimento desta concentração de empresas deve-se à
diminuição dos diversos custos envolvidos nas transações entre as empresas do cluster.
Efetivamente, a proximidade física facilita as relações entre os agentes e permite que as
negociações com maior grau de incerteza obtenham o esperado sucesso. A sobrevivência de
empresas individuais não é, deste modo, exclusivamente resultado do esforço de gestão dos
Página'23'de'147'
!!
seus dirigentes e o relacionamento entre os agentes contribui também para a construção
social, sendo que os resultados são influenciados pelo sucesso das demais empresas
envolvidas no cluster (Krugman, 1998).
Para tratar de redes de relacionamento entre empresas através do conceito de cluster como
aprendizagem coletiva, é importante estabelecer a existência de competitividade entre os
agentes, direta ou indiretamente, participantes do cluster. Portanto, as forças que criam
competitividade entre as empresas de um determinado cluster, colaboram para criar ões
planeadas conjuntamente entre os agentes, as quais resultam na "eficiência coletiva"
(Schmitz, 1997), proporcionadas pela reação das forças coordenadas dos agentes.
Essa “eficiência coletiva” conduz a redução dos custos de produção, de distribuição e de
negociação entre os agentes do cluster. Permite ainda desenvolver características de
diferenciação em alguma etapa do processo produtivo, que leva, a longo prazo, ao reforço da
competitividade. A presença da dinâmica da informação absorve parte da vantagem
competitiva dos clusters que esteja fora da empresa ou do ambiente doméstico. Esta
dinâmica gera novas práticas de gestão para as empresas e para as diversas instituições que
participem da rede (Porter, 1999).
A OCDE (1999) refere
[...] que a perspetiva de “cluster” oferece um conjunto de vantagens em
relação às abordagens tradicionais em termos sectoriais, quando o que está em
causa é a análise da inovação e das redes de inovação. Estas vantagens não se
limitam à análise do processo de inovação em si, mas estendem-se à definição
da própria política de inovação. As políticas de inovação baseadas numa
abordagem de “clusters” têm como objectivo remover as imperfeições
sistémicas existentes nos sistemas de inovação, facilitando o seu melhor
funcionamento”.
Fariselli et al. (1999) referem que algumas das vantagens competitivas que resultam do
processo de aglomeração, nomeadamente no que respeita às economias de escala nos custos
e a entrada em circuitos virtuosos. Referem, como exemplo, a entrada em redes de
aprendizagem ou, noutras redes com outro tipo de propriedades.
As vantagens que as empresas percebem muitas vezes não são duradouras. Tal como sucede
no caso das empresas familiares que, no primeiro instante são concebidas para sustento
próprio e para isto acontecer necessitam da força de trabalho dos parentes para manter a
direção e o sustento para as futuras gerações. Neste sentido, os agentes da empresa cooperam
Página'24'de'147'
!!
entre si (Ussman, 2004).
Para Scott & Garofoli (2007), quanto maior for a aglomeração de empresas (clusters), maior
a probabilidade destas virem a obter investimentos, tanto públicos como privados. Nos
países em fase de desenvolvimento, onde o montante disponível para o investimento é
consideravelmente menor do que as reais necessidades, os investimentos públicos tendem a
ser canalizados para as regiões onde a concentração de empresas é mais elevado.
Kim (2007) refere que a qualidade e competitividade dos centros urbanos recebem uma forte
contribuição da cultura e da arte, sendo estes os principais ingredientes da economia criativa,
revitalizando-os, ao mesmo tempo que a diversidade e concentração de talentos permite ao
local onde estão implantados uma posição mais forte e uma maior riqueza, pois a diversidade
é um elemento crucial para o espaço criativo.
2.4. Clusters Criativos
2.4.1. Criatividade
Sendo hoje a criatividade vista por muitos como o motor da mudança na sociedade atual,
para além da formulação de uma visualização do conceito em si, analisaremos a associação a
outros conceitos como o talento, o conhecimento, a inovação e a inteligência e o seu impacto
no crescimento e sustentabilidade económica e no empreendedorismo.
Para Sterberg e Lubart (1999), a combinação dos recursos com a habilidade intelectual, os
diferentes estilos de pensamento, o conhecimento, a personalidade, a motivação e o
ambiente, são a razão do surgimento da criatividade. A habilidade intelectual como forma de
ver o mesmo que os outros de forma diferente fugindo às formas mais convencionais do
pensamento. Para que a criatividade tenha lugar nas organizações é fundamental o
conhecimento do meio ambiente em causa e estar consciente de que das diferentes
personalidades e estilos envolvidos. A motivação e as alterações geradas no ambiente, são
fatores “críticos de sucesso” para a sua aceitação e para o suporte da criatividade pelo meio
envolvente no seu todo.
Para Weisberg (1999), a criatividade está ligada diretamente ao conhecimento pelo que o
conhecimento é a base de toda a criatividade. Citando Bailin (1988), afirma que a criação de
algo novo está sempre ligado ao passado. Para que as “Inovações Criativas” sejam aceites e
compreendidas, mesmo que consideradas radicais, deverá sempre existir uma referência
histórica, onde o reconhecimento e a identificação ou familiaridade com a ideia apresentada,
é a chave para a imediata aceitação desta. O que difere um pensador criativo de um não
Página'25'de'147'
!!
criativo é o conhecimento que ele emprega na situação.
Num estudo realizado em 2008 (Fundação Serralves, 2008)
7
, refere-se que a criatividade
deixou de ser uma área de interesse exclusivo para os media e para a comunicação, passando
a fazer parte dos estudos e investigações académicas relacionados ao seu valor social e
económico, passando assim a ser uma disciplina das ciências sociais.
Foi no século XXI que a criatividade passou do estudo à prática, onde as organizações
internacionais e responsáveis políticos com preocupações a nível de economia global, têm
colocado especial atenção nos produtos e serviços criativos que cada vez mais contribuem
para o crescimento económico.
Hoje, a criatividade é reconhecida como um motor indutor económico e social fundamental
para a geração de riqueza e emprego e no desenvolvimento sustentável. Ela incorpora as
mudanças tecnológicas e promove a inovação empresarial e o reforço da competitividade das
cidades, regiões e países.
Em 2008, as Nações Unidas reconheceram que o mundo atual está a ser confrontado com um
novo paradigma de desenvolvimento, a níveis macro e micro, onde a economia e a cultura se
encontram ligadas entre si através de aspectos económicos, culturais, tecnológicos e sociais,
colocando como aspecto central o facto de que o conhecimento, a criatividade e o acesso à
informação o cada vez mais reconhecidos como a força motriz para o crescimento
económico e para a promoção do desenvolvimento de um mundo globalizado (UNCTAD,
2008).
A Unidade de Coordenação do Plano Tecnológico (UCPT), no seu documento de trabalho
8
8
, refere que:
[...] A criatividade tornou-se um driving force do crescimento económico e a
nova “Idade Criativa” está neste momento a sobrepor-se a uma Idade
Industrial. Atualmente, em vez de uma mudança que consiste na aplicação do
conhecimento à técnica (Revolução Industrial) ou na aplicação do
conhecimento ao trabalho (Revolução da Produtividade), temos uma aplicação
do conhecimento ao conhecimento (Revolução de Gestão). A referida
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
7
Estudo Macroeconómico “Desenvolvimento de um cluster de Indústrias Criativas na Região Norte” (Julho 2008), promovido pela
Fundação Serralves, em parceria com a Junta Metropolitana do Porto, a Casa da Música e a Sociedade de Reabilitação Urbana da
Baixa Portuense e teve como missão concretizar uma visão para o sector das Indústrias Criativas para a Região Norte de Portugal. A
comissão de acompanhamento deste estudo, para além dos promotores, contou com a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento
Regional do Norte, a Associação Comercial do Porto, a Associação Empresarial de Portugal, a ANJE, a Direção Regional de
Economia, a Fundação da Juventude, a Universidade do Porto, Universidade de Aveiro, a Universidade Católica e a Fundação Ilídio
Pinho.
8
UCPT Documento de trabalho nº8 em http://www.planotecnologico.pt/document/Doc_8.pdf
Página'26'de'147'
!!
transformação baseia-se em inteligência humana, conhecimento e criatividade,
e faz uso de novas matérias-primas. Estas últimas, que englobam a informação,
propriedade industrial, capital criativo e capital intelectual humano, são
necessárias à sobrevivência e ao crescimento económico na era da
concorrência global.(...)
A criatividade pode ser entendida, de um modo conciso, como a capacidade de
produção que se manifesta pela originalidade inventiva e inovativa, a
capacidade de ver o mesmo que toda a gente, mas pensar de modo diferente”.
O estudo realizado pela Fundação Serralves (2008) refere ainda que, com este novo
paradigma, onde a economia e a cultura através de combinações de aspectos económicos,
culturais, sociais e tecnológicos, as regiões que se irão desenvolver de uma forma
sustentável, desenvolvendo as suas capacidades, serão as que obrigatoriamente souberem
enfrentar este novo desafio, promovendo a oferta ao mercado mundial, produtos e serviços
diferenciadores e criativos, reposicionando-se na cadeia de produção mundial, com a
capacidade e engenho de atrair e reter os seus talentos e capital para um desenvolvimento
económico sustentável, dando assim origem ao aparecimento de indústrias criativas.
2.4.2. Indústrias Criativas
Para o UK DCMS (1997)
9
, departamento do governo inglês com a responsabilidade da
cultura e do desporto, na definição de indústria criativa, sugere uma grande diversidade de
atividades, mas que têm uma característica em comum: elas são sempre suportadas na
imaginação e na criatividade individual e estão associadas à habilidade e ao talento,
produzindo riqueza e postos de trabalho através da geração e exploração de novos conteúdos
e propriedade intelectual.
Esta definição, que o UK DCMS (1997) reteve como original, tem sido uma referência e a
mais utilizada para quem se dedica a trabalhar ou investigar sobre o sector criativo, sendo
referenciada em diversos estudos (e.g., Latoeira, 2007)
10
.
Por este motivo, o conceito de indústrias criativas é variável e pode divergir de país para
país, mas inclui sempre aquelas indústrias em que a criatividade é incorporada no núcleo do
negócio. Assim, estas indústrias são simultaneamente Arte, Ciência e Negócio (UCPT)
11
.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
9
Creative Industries Taskforce, Department of Culture, Media and Sports, Reino Unido, 1997
10
Cristina Latoeira do Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais Prospectiva e Planeamento, nº14-2007
“Indústrias Criativas: Mapeamento, Organização e Estudos de Caso” in http://www.dpp.pt/Lists/ Pesquisa%20Avanada/Attachments/
1395/Indústrias_Criativas.pdf
Página'27'de'147'
!!
Segundo a definição e mapeamento das indústrias criativas pelo DCMS, os sectores-chave
identificados e que correspondem às sua definição, são: publicidade; arquitetura; mercado de
artes e antiguidades; design; moda; filmes, vídeos e outras produções audiovisuais; design
gráfico; software educacional e de lazer; música ao vivo e gravada; artes performativas e
entretenimento; difusão através da televisão, rádio e internet; e escrita e publicação.
Adicionalmente é possível incluir outros sectores que envolvam tecnologia de ponta, como a
investigação em ciência da vida ou engenharia, para além do património cultural, turismo e
museus que são também considerados pelo mesmo autor como próximos das indústrias
criativas.
Chris Smith (UK DCMS, 1998)
12
, define indústrias criativas como atividades que têm a sua
origem na criatividade, competências e talento individual, com potencial para a criação de
trabalho e riqueza através da geração e exploração da propriedade intelectual.
Vários autores têm apresentados propostas de definição, não havendo até hoje consenso na
sua conceptualização. No entanto, as várias propostas focam-se essencialmente no valor da
arte e a forma como esta pode e vai influenciar a economia e o seu valor (UNESCO, 2002;
Kim, 2007).
A UNESCO (2002)
13
considera que o futuro da indústria passaria pelos sectores criativos e
culturais que provocam efeitos consideráveis nas economias nacionais aos níveis do
comércio, emprego, indústria, investimento e padrões de consumo, reconhecendo a elevada
importância deste tipo de indústria, afirmando que a preparação da população para esta
mudança seria prepa-la para o que vinha substituir uma sociedade cujo percurso tinha
passado pela agricultura e pela indústria transformadora.
Turok (2003) refere que as indústrias criativas podem ser definidas como uma área de
sobreposição entre as atividades culturais e comerciais. Elas envolvem o fornecimento de
bens e serviços que contêm um elemento substancial de esforço, imaginação artística ou
intelectual e desempenham um papel vital na manutenção das atividades culturais.
Miller (2009) diz que são os inputs e não os resultados que caracterizam a criatividade de
uma indústria afirmando que o que é feito num sector da economia não caracteriza o sector,
mas sim, o que se passa dentro dele.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
11
UCPT Documento de trabalho nº8 in http://www.planotecnologico.pt/document/Doc_8.pdf!
12
Chris Smith, UK’s Department of Culture, Media and Sports
13
UNESCO United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization!
Página'28'de'147'
!!
Para os autores do estudo macroeconómico (Fundação Serralves, 2007), as indústrias
criativas são aquelas que baseiam a sua atividade no talento criativo individual, aliado a
gestores de recursos económicos e tecnológicos, criando produtos vendáveis para o mercado,
cujo valor económico assenta nas suas propriedades culturais e intelectuais, constituindo
assim uma complexa agregação de sectores e subsectores criativos e industriais, de fronteiras
ténues e alvo de debate intelectual e académico.
Segundo os mesmos autores, recentemente a análise das indústrias criativas deixou de
assentar apenas no valor intrínseco de cada uma das suas expressões sectoriais e alargou o
seu âmbito para o modelo de “Cadeia de Produção” (Figura 2), onde o seu posicionamento
na cadeia se torna mais importante do que os subsectores que a constituem.
Figura 2 - Cadeia de Produção das Indústrias Criativas
Fonte: Adaptado a partir de Estudo Macroeconómico “Desenvolvimento de um Cluster de Indústrias Criativas na Região
Norte” (Julho 2008), pág. 17
Segundo o mesmo estudo, os produtos criativos assentam o seu interesse no conteúdo,
significado ou no que representam e não no objecto em si, pelo que a capacidade de gerar e
comercializar ideias com Valor Expressivo”
14
passam a ser o fator comum das indústrias
criativas.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
14
David Throsby, em Economics and Culture, Cambridge University Press, 2001, identificou as seguintes dimensões do “valor
expressivo” com que lidam as Indústrias Criativas: Valor estético - o valor que reflete beleza, harmonia e forma, bem como outras
características estéticas. Valor espiritual - secular ou religioso - a busca de significado espiritual partilhado por todos os seres
humanos. Os benefícios derivados do valor espiritual incluem compreensão, discernimento e sensibilização. Valor social - um aspecto
importante do trabalho artístico é a sua capacidade de criar vínculos entre os indivíduos, que de outra forma, não se encontravam.
Ilumina o carácter da sociedade e cria um contexto em que as relações e identidades podem prosperar. Valor histórico - Parte da
importância das realizações artísticas é que elas refletem num instantâneo as condições do momento em que eles foram criados e, por
sua vez, garantem clareza e um sentido de continuidade com o presente. Valor simbólico“Objetos Expressivos” são repositórios de
significado. Na medida em que os indivíduos extraem significado de uma obra, que esse valor simbólico vai ser transmitido pelo
trabalho para o consumidor. Valor de Autenticidade - salienta o facto de uma obra de arte ser o real, original e único trabalho que ela
própria representa.
Página'29'de'147'
!!
Ao longo dos últimos anos, vários modelos têm vindo a ser desenvolvidos quer numa
perspetiva de se apresentarem como alternativa ao da DCMS, quer procurando responder a
questões mais particulares da análise de cada sector (Figura 3 e Tabela 2).
Figura 3 - Indústrias Criativas
15
Fonte: Adaptado a partir de Towse, Ruth, Cultural Economics, Copyright and the cultural industries,” atas da Conferência
The Long Run”, Erasmus University, Rotterdam, February 2000, p. 113 (in WIPO, 2003: 25).
!
!
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
15
Retirado do WP - CUSTÓDIA Bastos, SUZI Ladeira, SOFIA Silva. Empreendedorismo nas Artes ou Artes do
Empreendedorismo? Um estudo empírico doCluster” da Rua Miguel Bombarda.
Ferramentas)de)Comércio
Equipamentos-de-Teatro
Equipamentos-de-Filmagem
Equipamento-de-Som
Equipamento-de-Encadernação
Actividades)Associadas
Build-Operate-Transfer
Restauração
Artesanato
Distribuição)e)Entrega
Multimédia
Bibliotecas/Arquivos
Filmes/Cinema
Fotografia
Espectáculos)ao)vivo
Festivais
Exibições
Material Radiodifusão Equipamento
Artístico
Núcleo)Criativo
de
Revista- Video Escrita Teatro Moda Concerto
de Televisão Desempenho Museus Património
Arquitectura Pintura Equipamento
Instrumentos Design de
Musicais Música Gravação
Dança
Ópera
Concertos
CD's
Publicações-Electrónicas
Leiloeiras
Livros/Publicações
Facilidade-de-gestão
Publicidade
Conservação
Materiais-de-Artesanato
Equipamentos-de-Exposições
Fornecedores-de-equipamentos-de-Áudio
Cenários-para-teatro
Página'30'de'147'
!!
Tabela 2 - Comparação entre as diferentes definições do sector criativo entre estudos de referência e o relatório da
CCDRLVT
16
Fonte: Adaptado a partir de WP3 Sector Criativo na Região de Lisboa e Vale do Tejo em Mapas e Números
Nas indústrias criativas, mais propriamente no sector criativo, pela sua juvenilidade, o seu
mapeamento e medição ainda não estão suficientemente amadurecidos e as fontes
escasseiam, pelo que sem a produção de informação relevante e detalhada que permitam a
comparação, com enfoque em subsectores e em mercados regionais, as estatísticas sectoriais
são de escassa informação dificultando a entrada de novos investidores privados e dando
pouco suporte aos agentes públicos nas decisões de planeamento e definição de políticas
estratégicas (Fundação Serralves, 2008).
2.4.3. Características Diferenciadoras da Indústria Criativa
Thompson (2002), pesquisando as relações dentro de um cluster sob uma perspetiva
económica, estudou o efeito de divulgação do conhecimento adquirido no cluster
Spillover”, tanto verticais como horizontais, entre as empresas que o formam. Tal efeito é
considerado muito importante, como uma característica dessas empresas atuando
geograficamente próximas, podendo tanto gerar um crescimento do cluster como um todo,
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
16
Retirado do Relatório 3 A Criatividade Urbana da Região de Lisboa. WP3 Sector Criativo na Região de Lisboa e Vale do Tejo em
Mapas e Números, Dez 2011 em http://issuu.com/ccdr-lvt/docs/relato_3_vp
Grupos Subgrupos Sector Subsector Grupos Sectores
Lugares/Culturais Artes/Performativas
Expressões/Culturais/
Tradicionais
Artes/Visuais/e/Criação/
Literária
Artes/Visuais
Artes/Performativas
Cinema/e/Video
Impressão/e/
Reprodução
Edição Edição
Música
Rádio/e/Televisão
Software/Educativo/e/de/
Lazer
Rádio/e/Televisão
Arquitetura Software
Design
Arquitetura/e/
Engenharia
Publicidade I&D
Serviços/de/Software Publicidade
Serviços/Criativos
Componentes/Criativas/
em/outras/Actividades
Outras/Actividades/de/
Consultoria/Criativa
Actividades/Culturais/
Nucleares
Indústrias/Culturais
Actividades/Criativas
Património/Histórico/e/
Cultural
Actividades/Artisticas/e/
Culturais
Actividades/Artisticas/e/
Criação/Literária
Património/Cultural
Indústrias/Culturais
Cinema,/Video/e/Música
Serviços/Criativos
Património
Artes
Media
Criações/Funcionais
Edição
Audiovisuais
Design
Novos/Media
UNCTAD/2010
AUGUSTO/MATEUS/&/
ASSOCIADOS/2010
Comissão/de/Coordenação/e/
Desenvolvimento/Regional/de/Lisboa/e/
Vale/do/Tejo/2011
INDÚSTRIAS)CRIATIVAS
SECTOR)CULTURAL)E)CRIATIVO
SECTOR)CRIATIVO
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!!
quando inovação e se geram melhorias nas organizações, como pode também ter um
efeito negativo, quando uma organização “puxa” as restantes para baixo através da falta da
inovação tanto tecnológica como administrativa.
O relatório NESTA
17
(NESTA, 2003), enumera algumas das características diferenciadoras
que caracterizam este sector industrial, a saber:
! Os negócios criativos contribuem para dar carácter a determinados lugares, tornando-os mais
atrativos, vibrantes e vanguardistas;
! Os valores culturais e empresariais das indústrias criativas têm um impacto direto no reforço
da identidade territorial;
! Apresentam modelos de negócio flexíveis e inovadores, que influenciam os outros sectores a
procurar novos métodos de comunicação, acesso aos mercados e organização da produção;
! Têm um empenhado compromisso com o design e com a criação de ambientes exclusivos;
! Os empreendedores criativos mantêm fortes laços com uma variedade de instituições, em
particular com as universidades, onde pesquisam tecnologia e métodos de trabalho, fazem
recrutamento e se desenvolvem profissionalmente;
! As indústrias criativas e seus clusters oferecem espaços de trabalho inclusivos e agradáveis
onde a formação de redes entre empresas e indivíduos é facilitada. Este fator ajuda os
negócios a crescer, permite a atração e a retenção de uma comunidade criativa talentosa que
procura a reputação do lugar, qualidade de vida e uma oferta cultural de prestígio;
! Os sectores criativos mantêm parcerias com o Estado em modelos diversos dos verificados
em outros sectores, pelo reconhecimento do interesse público de algumas das suas atividades;
! O sector é constituído maioritariamente por indivíduos, microempresas e PME’s que
trabalham em cadeias de fornecimento complexas, que combinam atividades comerciais com
atividades pré-comerciais (ou mesmo anticomerciais) e que dependem, em grande parte de
redes informais por onde fluem as ideias criativas.
Apesar de outros sectores poderem reivindicar algumas destas características
diferenciadoras, nenhum consegue de igual forma desenvolver tais sinergias através da
exploração criativa, mas este conjunto de fatores distintivos levam muitas vezes a uma
perceção externa desconfiada quanto ao seu verdadeiro papel no processo do
desenvolvimento económico:
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
17
National Endowment for Science Technology and the Arts
! As indústrias criativas são ainda entendidas como um sector novo, sem um legado histórico
que o suporte, em contraste com atividades que no passado foram líderes, tais como a
Página'32'de'147'
!!
!!
Para os autores do estudo macroeconómico (Fundação Serralves, 2008), a organização das
indústrias criativas, internacionalmente encontra-se marcada pela existência de um pequeno
número de empresas globais cuja sua atividade está muito dependente de milhares de
microempresas que lhe fornece os conteúdos criativos e inovadores que produzem.
Estas empresas, também denominadas pelos autores de Atores Culturais”, desenvolvem a
sua atividade ocupando nichos de mercado altamente especializados, onde a criação de valor
resulta da conjugação da inovação tecnológica com a criatividade obtida na criação de
produtos culturais.
Deste modo, os ativos destas empresas, como a reputação, o talento e a marca, são externos à
própria empresa pelo que os torna invisíveis e voláteis, onde a associação destas
características ao perfil de negócio praticado, confere pouco reconhecimento por parte da
banca, investidores e governo.
O relatório NESTA (NESTA, 2008) refere que, os produtos criativos têm um impacto direto
sobre os processos de inovação das empresas que compram esses produtos (como bons
exemplos podem ser o software e a publicidade). Por outro lado, as ligações da cadeia de
fornecimento para as indústrias criativas podem facilitar a transferência de ideias e
conhecimentos entre as empresas criativas e as empresas de outras indústrias, sendo que este
último efeito em particular, pode ter implicações diretas nos decisores políticos, colmatando
as falhas de informação do mercado.
Estas transferências de conhecimento tornam-se spillovers quando as empresas adquirem
novas ideias e conhecimentos produzidos por empresas criativas gratuitamente ou a custos
reduzidos. Estes spillovers de conhecimento podem ocorrer entre empresas de qualquer
sector, mas são indiscutivelmente mais frequentes em empresas criativas.
agricultura ou a manufactura;
! Ao sector falta informação estatística atualizada e rigorosa que demonstre a sua verdadeira
importância para a economia;
! O sector não tem uma voz reconhecida e forte nem estruturas que o representem como o têm
outros sectores mais tradicionais;
! Não existem mecanismos públicos integrados de suporte e apoio como têm outros sectores
devido ao não reconhecimento da sua importância; os poucos apoios disponíveis são
fragmentados e baseiam-se em lógicas de subsidiação;
! O investimento privado no sector é reduzido e orientado para as áreas mais mainstream que
são percepcionadas como mais rentáveis, o que nem sempre é verdade.
Página'33'de'147'
!!
Para Tavares, Antonialli e Santos (2010), as relações inter-organizacionais entre as empresas
aglomeradas são o que permite a obtenção de externalidades ativas, ou seja, aciona a
eficiência coletiva (Schmitz, 1997), sendo que essas externalidade poderão ser negativas
(Tabela 3) ou positivas (Tabela 4), conforme as tabelas seguintes:
Tabela 3 - Características das Aglomerações sobre a geração de externalidades negativas
Elemento de impacto
Externalidades Negativas
Concentração geográfica e
sectorial (Número de
empresas, emprego, ou
densidade)
Excesso de procura por parte das empresas aglomeradas: em aglomerações
novas, a procura de mão-de-obra pode ser maior do que a oferta e isso pode
provocar um aumento do custo de produção. Caso a procura de serviços seja
alta, o problema do aumento do custo de produção pode também ocorrer em
consequência desses serviços.
Congestionamento dos serviços de instituições de apoio. Problemas em
empresas da região podem afectar o conjunto. A dependência em torno de
apenas um ou poucos sectores pode provocar crises regionais mais intensas
quando tais sectores entram em decadência.
Instituições de apoio
A disputa por recursos pode corroer a disposição de ação convergente. A
presença do sector público, especialmente quando atua diretamente sobre a
produção, pode gerar uma competitividade artificial por meio de subsídios ou
outras formas que mascaram o custo real ou a capacidade real das empresas
competirem no mercado.
Relações horizontais e
especialização produtiva
A concorrência aberta e acesa entre os produtores locais, especialmente em
épocas de crise, pode levar a efeitos perversos.
Fonte:!Adaptado!a!partir!de!Tavares,!Antonialli!e!Santos!(2010)!
Tabela 4 - Características das aglomerações sobre a geração de externalidades positivas
Elemento de impacto
Externalidades Positivas
Concentração geográfica e
sectorial (Número de
empresas, emprego, ou
densidade)
Mão de obra local tende a ser mais qualificada, reduzindo a dificuldade de
encontrar trabalhadores qualificados para funções específicas. A oferta de
serviços especializados evita a necessidade de internalização de atividades. O
número maior de empresas pode gerar uma justificativa de investimento
público (seja em infraestrutura ou mesmo diretamente apoiando a produção).
A presença de muitas empresas pode tornar a agregar valor à marca das
empresas aglomeradas. As aglomerações podem ser um mecanismo de
desenvolvimento regional.
Instituições de apoio
Favorecem o desenvolvimento tecnológico, proporcionam maior apoio
financeiro, podem auxiliar na formação de mão-de-obra ou mesmo coordenar
ões conjuntas entre os agentes locais para finalidades específicas. A
interação das empresas locais com instituições de apoio pode tornar a agregar
valor à marca das empresas aglomeradas, favorecendo a interação da empresa
com outros agentes.
A oferta de serviços pode também contribuir para a internacionalização das
empresas ou mesmo para a expansão no mercado nacional.
Relações horizontais e
especialização produtiva
Optimização de recursos: A divisão do trabalho pode elevar a produtividade
das empresas, mantendo a flexibilidade. Especialização flexível.
Fonte:!Adaptado!a!partir!de!Tavares,!Antonialli!e!Santos!(2010)!
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!!
2.4.4. O Papel das Indústrias Criativas na Economia
O relatório da Nações Unidas (UNCTAD, 2008) refere que em 1996, as exportações
mundiais de bens e serviços criativos foram de 227,5 mil milhões de dólares e que em 2005
esse valor atingiu os 424,4 mil milhões de dólares, representando 3,4% do comércio
mundial.
Na Europa
18
, as indústrias criativas têm um peso correspondente a 2,6% do PIB da União
Europeia, cifrando-se em 654 mil milhões de euros, e o crescimento registado corresponde a
12,3% acima da média da economia, empregando cerca de 5,8 milhões de pessoas.
Para Portugal, este mesmo estudo refere que o sector contribuiu com 1,4% do PIB em 2003
correspondendo a 6.358 milhões de euros pelo que este sector foi considerado o terceiro
principal contribuinte para o PIB português, ficando à frente dos sectores da indústria
química (0,8%), imobiliário (0,6%) e sistemas de informação (0,5%). Os primeiros dois
lugares foram ocupados pelas indústrias alimentar e têxteis (1,9% cada). O contributo do
sector para o PIB português entre 1999 e 2003 foi de 6,3%, apesar de tudo muito longe das
realidades do leste da Europa (a Lituânia cresceu 67,8%, a República Checa 56%, a Letónia
17%, a Eslováquia 15,5%).
Ainda referente a Portugal, o estudo refere que o volume de negócios do sector aumentou a
uma taxa média anual de 10,6% entre 1999 e 2003, representando o dobro da média global
da União Europeia (5,4%).
Em 2004, as indústrias criativas em Portugal empregavam 76 mil pessoas e se a este sector
associarmos o turismo cultural, o volume de emprego total atinge as 116 mil pessoas. No
entanto, Portugal é o país com menos universitários a trabalhar no sector criativo (31,9%)
comparado com a UE25, onde sete países têm menos de 40% de universitários nas áreas
da cultura e criatividade.
No relatório final apresentado no estudo macroeconómico (Fundação Serralves, 2008), os
autores referem que as indústrias criativas estão entre os sectores mais dinâmicos do
comércio mundial, apresentando estruturas de mercado muito flexíveis, integrando desde
artistas independentes, microempresas e até algumas das maiores multinacionais do mundo,
e que entre os anos 2000 e 2005, as indústrias criativas cresceram na ordem dos 8,7% ao ano,
correspondendo a uma taxa de crescimento sem precedentes.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
18
Economy of Culture in Europe, estudo produzido para a Comissão Europeia pela KEA, European Affairs, 2006
Página'35'de'147'
!!
A economia criativa produzida por estas indústrias, através da junção de aspectos
económicos, sociais e culturais em interação com a tecnologia, propriedade intelectual e
talento, para além da criação de riqueza, de emprego e crescimento das exportações,
contribui também fortemente para a inclusão social, diversidade cultural e desenvolvimento
humano.
Delgado, Porter e Stern (2011)
19
, no estudo apresentado muito recentemente, concluíram que
os clusters regionais não favorecem o crescimento das empresas que o constituem mas
também as outras indústrias existentes na zona para além de despoletar a criação de novas
indústrias na região. Verifica-se que nascem novas indústrias regionais de clusters regionais
fortes. O estudo apresentado sugere que os clusters desempenham um papel crucial no
caminho do desenvolvimento económico regional.
Para a Fundação Serralves (2008) a importância que os negócios criativos desempenham
numa economia regional competitiva pressupões um especial interesse no desenvolvimento
da capacidade empreendedora e da sustentabilidade dos negócios criativos. Para tal refere 3
etapas: (Figura 4)
I. Aumento da oferta em termos de entrada no mercado do maior número de
pessoas/empresas/projetos criativos;
II. Crescimento consolidado dos negócios que se revelem viáveis no mercado;
III. Desenvolvimento global dos negócios com uma visão de acesso a mercados
internacionais.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
19
Clusters, Convergence, and Economic Performance - Acknowledgements: This paper has benefited greatly from the sustained
research by Richard Bryden and Weifeng Weng in assembling the US Cluster Mapping Project dataset. Ben Jones, Jim Davis, Bill
Kerr, Matthew Kahn, Jim Dana, Wayne Gray, Megan MacGarvie, Anita McGahan, Alex Bryson, Iain Cockburn, and Christian Ketels
contributed helpful suggestions. We are particularly grateful for many insightful comments by participants in the NBER Productivity
Lunch Series, the Research Seminar at IESE Business School, the NBER Summer Institute (IPE group), and the North American
Regional Science Association International meetings. Mercedes Delgado gratefully acknowledges support from the Kauffman
Foundation and the Innovation Policy group at the NBER. Any opinions and conclusions expressed herein are those of the authors
and do not necessarily represent the views of the U.S. Census Bureau. All results have been reviewed to ensure that no confidential
information is disclosed. Author contact information: Mercedes Delgado (Temple University; mdelgado@temple.edu), Michael E.
Porter (Harvard University; mporter@hbs.edu); and Scott Stern (MIT Sloan, NBER; sstern@mit.edu).
Página'36'de'147'
!!
Figura 4 - Etapas do crescimento de um negócio criativo
Fonte: Adaptado a partir do Estudo macroeconómico - Desenvolvimento de um cluster
de indústrias criativas na região do norte - Fundação! Serralves! (Jul ho ! 2008)) –!
Relatório!final,!p.!87
2.4.5. Cluster Criativo
Porter (1998), tal como referido anteriormente, definiu um cluster como:
Uma concentração geográfica de empresas interligadas, fornecedores
especializados, prestadores de serviços, instituições e empresas, associadas em
indústrias relacionadas universidades, agências públicas de certificação e
standards, associações empresariais em áreas específicas que competem e
cooperam entre si.”
De acordo com a UNESCO (2004)
20
, os clusters criativos são locais para se viver e trabalhar
e que se alimentam de diversidade e mudança, desenvolvendo-se em contextos multiculturais
urbanos, que possuem características locais próprias não perdendo a sua ligação ao mundo.
São locais onde os produtos criativos são produzidos e consumidos. Um cluster criativo
inclui empresas sem fins lucrativos, instituições culturais, artes locais e artistas individuais
juntamente com empresas do parque científico e dos meios de comunicação social.
No estudo realizado pela Fundação Serralves (Fundação Serralves, 2008), os negócios
realizados pelas indústrias criativas partilham do gosto comum de se agruparem. Assim os
seus produtos e serviços ganham valor com a troca e interação entre os seus atores, onde a
visibilidade, caso atuassem sozinhos, seria muito mais reduzida ao invés do ganho que
obtêm ao atuarem em clusters criativos.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
20
UNESCO’s Global Alliance for Cultural Diversity, 2004
Página'37'de'147'
!!
Numa atuação de proximidade física e dispostos em rede, estas organizações são vistas como
possuidoras de uma vantagem competitiva (Fundação Serralves, 2008).
A criação de clusters criativos, para além de ser uma forma das indústrias criativas
reduzirem as suas dificuldades numa fase inicial da sua vida, como o acesso à informação e a
divulgação da sua marca, produtos e serviços, permite a obtenção de economias de escala
(custos de mão-de-obra, abertura de ateliers, workshops, etc.) através de intercâmbios
práticos e criativos com as outras empresas que constituem o cluster (Fundação Serralves,
2008).
Florida (2002) argumenta que para os indivíduos da classe criativa, não é prioritário
auferirem um bom vencimento ou sentirem-se seguros através de um emprego estável. O que
os move é a criação de um portefólio de oportunidades e de experiências que lhes permitam
mostrar o seu potencial criativo. São indivíduos que têm características muito próprias pelo
seu modo de estar na vida e pelos seus objectivos que os fazem mover-se, quer a nível
profissional quer de hábitos de consumo ou pelas necessidades de vivência que têm.
Latoeira (2007) refere que a aproximação geográfica caracterizada pelos clusters é uma mais
valia para o crescimento das indústrias criativas, dando origem a duas novas dinâmicas no
território: a “aproximação por conhecimento” e a “aproximação por oportunidade”. Refere
ainda que, se por um lado, o ensino e a investigação são elementos dinamizadores de
territórios, por outro, a proximidade geográfica de “criativos” resulta numa nova apropriação
do espaço por parte dos mesmos.
O mesmo estudo da Fundação Serralves (Fundação Serralves, 2008), refere que as
necessidades de formar clusters com condições acessíveis tem contribuído para a
transformação e reestruturação da paisagem urbana, através do desenvolvimento de clusters
em espaços anteriormente ocupados por indústrias (ou outras), atraídos pelos baixos preços,
flexibilidade e ambiência destes "improváveis" locais, e que historicamente, promotores
imobiliários e proprietários visionários têm promovido a possibilidade de novos, e não só,
empreendedores criativos se estabelecerem inicialmente em complexos de ateliers
funcionais e acessíveis, e posteriormente, através do fornecimento de ateliers com espaços
de trabalho pensados para as suas necessidades específicas (exemplo a necessidade crescente
de banda larga, prestação de formação especializada e de consultoria) através do
aproveitamento de espaços outrora em desuso, subutilizados ou mesmo devolutos, ou a
montagem de sistemas de aluguer com patamares de rendas adequadas à capacidade dos
utilizadores.
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!!
Deste modo, os decisores políticos de todo o mundo, face ao papel fundamental que as
indústrias criativas desempenham nos processos de regeneração urbana, têm considerado a
criação de clusters criativos, como suporte estratégico de desenvolvimento económico e
social (Fundação Serralves, 2008).
Diversos estudos realizados pelo WIPO
21
, defendem que criação destes clusters criativos,
devido à sua natureza, tendencialmente não segue o processo normal da criação de outro tipo
de clusters, que por norma são atraídos para uma determinada zona ou região, pela
potencialidade de mercado que essa zona ou região apresentam em termos de
competitividade, ou pela presença de uma ou mais instituições tecnológicas ou
universidades. No caso concreto das indústrias criativas, a clusterização destas empresas
ocorre organicamente, muitas são de base colaborativa ou baseada em projetos.
A Secretaria de Estado do Empreendedorismo, da Competitividade e da Inovação, em
Novembro de 2011, referiu em resposta a um e-mail enviado por este grupo de trabalho, que
Uma das preocupações deste Governo é o estímulo ao empreendedorismo a
todos os níveis, onde se inclui naturalmente a questão das indústrias criativas e
de exemplos como o LXFactory em Lisboa.”
2.4.6. O Empreendedorismo nos Clusters de Indústrias Criativas
... Chamamos de “empreendimento” à realização de combinações novas;
chamamos “empresários” aos indivíduos cuja função é realizá-las...
(Schumpeter, 1982, p.54)
Para o estudo do empreendedorismo, são por norma definidas duas correntes: a dos
economistas iniciada por Cantillon e Say (séc. XVII e XVIII) e que teve o seu grande
desenvolvimento a partir do séc. XIX através de Schumpeter, que associou a inovação , o
“agarrar” das oportunidades e o crescimento económico ao empreendedor; a corrente dos
comportamentalistas que tem o seu maior crescimento a partir dos estudos de McClelland
onde o ênfase está colocado na intuição e criatividade.
Knight (1921) foi o primeiro autor a relacionar “risco” e “incerteza”. Para o autor riscos são
acontecimentos que decorrem com uma certa frequência em relação a acontecimentos
passados e como tal é possível estimar a sua probabilidade, enquanto que a incerteza, por
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
21
The World Intellectual Property Organization (WIPO). Agência especializada das Nações Unidas.
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!!
decorrer por acontecimento únicos a sua estimativa será sempre subjetiva. Para o autor,
empreendedor é aquele que tem a capacidade de assumir a incerteza.
Schumpeter (1934) refere que os empreendedores criativos são caracterizados pelas suas
próprias inovações, “which we can further distinguish between firms performing either
process innovations, developed mainly by their own enterprise or enterprise group, product
innovations that are new to the market, or both” (Cunnigham e Lischeron, 1991: 50)
22
Schumpeter (1982) refere que a inovação, a criatividade e a capacidade de assumir riscos são
características do empreendedorismo. Para o autor, a inovação é um pré-requisito para o
desenvolvimento e crescimento económico, e esta pode ser introduzida nas empresas de
cinco formas:
1. Introdução de um novo bem;
2. Introdução de um novo método de produção;
3. Abertura de novos mercados;
4. Novas fontes de aquisição de matérias-primas ou de bens semi-manufacturados;
5. Estabelecimento de uma nova organização.
Peter Drucker (1985) refere que os empreendedores são pessoas com características
inovadoras e que a inovação é a sua ferramenta específica na exploração da mudança como
uma oportunidade para a criação de um novo negocio ou um serviço diferente. O trabalho
específico do empreendedorismo numa empresa é fazer com que o futuro seja premeditado
pelos negócios de hoje onde o empreendedor está capacitado para antecipar as necessidades,
identificar as oportunidades e visualizar os negócios para além daquilo que as pessoas
“normais” seriam capazes (Drucker, 1999).
Bygrave (1993) refere que que a definição de Schumpeter é bem aceite e argumenta que um
empreendedor é alguém que faz algo de novo ao mesmo tempo que causa descontinuidade.
Refere ainda que um Administrador que gere um negocio existente em continuidade não
causa descontinuidade e assim, como tal, não é um empreendedor.
Para Baumol (1993) existem dois tipos de empreendedores: o primeiro é o que cria e depois
organiza e faz funcionar a nova empresa, independentemente da existência de algo inovador
nesse ato, enquanto que o segundo tipo de empreendedor é aquele que tem os traços de
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
22
Citado pelo autor
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!!
inovador e que consegue transformar invenções e ideias em entidades economicamente
viáveis, independentemente se no processo se cria ou não uma empresa.
Para Shane e Venkataraman (2000), a inter-relação da presença de oportunidades de negócio
e a existência de indivíduos capazes de descobrir e explorar estas oportunidades são dois
fenómenos que delimitam o âmbito do estudo do empreendedorismo.
Para Lowrey (2003) um empreendedor é um individuo com um perpétuo desejo de
realização caracterizado por um agente económico em que ambos os tipos de empreendedor
de Baumol (Baumol, 1993) são significativos para o desenvolvimento económico, embora
sejam distintos nos seu papéis, nas suas influências e no tipo de análise que requerem.
Brant (2004) considera que as ideias e as oportunidades orientadas para a economicidade da
cultura constituem uma opção para a atuação dos empreendedores por estas propiciarem
novos hábitos de consumo, acesso a novas tecnologias e mecanismos de produção e
administração para além das atividades intelectuais culturais e criativas que irão
proporcionar novos investimentos, geração de emprego e riqueza, resultando em propriedade
intelectual e retorno financeiro.
Audretsch et al. (2004) destacam a chamada Teoria Eclética do Empreendedorismo como
tentativa de se poder abranger a totalidade das concepções académicas, estudando os
impactos económicos das atividades empreendedoras, possibilitando assim políticas
governamentais que incentivem a prática empreendedora.
Lundström e Stevenson (2005) referem que na diversa literatura é possível listar alguns
fatores considerados promotores ou inibidores para a atividade empreendedora, a saber:
fatores culturais e sociais; fatores relacionados com a atitude; facilidade de entrada e saída de
negócios; características da população; imigração; o crescimento do PIB; regulamentação e o
mercado de trabalho; dimensão relativa do sector publico; densidade de empresários na
população; e a prevalência dos modelos do empreendedor, entre outros.
Os mesmos autores (Lundström e Stevenson, 2005), alargam o âmbito da definição de
empreendedor, propondo a adopção de uma perspetiva de processo. Assim, associam o
arranque da empresa, a propriedade e a gestão do seu próprio negócio ao conceito de
empreendedor.
Sarkar (2007) refere que se podem encontrar na literatura enumeras definições de
empreendedorismos e que algumas chegam a ser contraditórias.
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!!
Para Dornelas (2008), empreendedor é aquele que detecta as oportunidades e a partir daí cria
um novo negócio do qual irá gerar riqueza, tendo para isso que assumir riscos. Ter iniciativa
para a criação do novo negócio, ter paixão pelo que faz, usar os recursos que tem disponíveis
de uma forma criativa, transformando o seu ambiente social e económico para além da
assunção dos riscos de uma forma calculada, inclusive a possibilidade de fracassar.
Por fim, será interessante citar o que Bertini (2008) chama de “Crise de Identidade”,
composta pela dualidade artista/empreendedor existente nos indivíduos que se dedicam a
projetos culturais. Para o autor, esse facto pode gerar dificuldades para a implementação do
empreendimento. O autor argumenta pela separação de tais funções como forma de
optimização de resultados; Profissionalização de tais empreendimentos.
Num estudo realizado com cerca de 60 definições encontradas na literatura, Filion (1999,
p.19) propôs uma definição de Empreendedor como:
“[...] uma pessoa criativa, marcada pela capacidade de estabelecer e atingir
objectivos e que mantém alto nível de consciência do ambiente em que vive,
usando-o para detectar oportunidades de negócios. Um empreendedor que
continua a aprender a respeito de possíveis novas oportunidades e a tomar
decisões moderadamente arriscadas que objectivam a inovação, continuará a
desempenhar um papel empreendedor.
Para o autor, esta definição pretende ser uma descrição e uma interpretação (compilação de
traços comuns) das 60 definições feitas por diversos autores, que permitirá simplificar e
auxiliar aqueles que pretendam estudar e falar sobre o tema de Empreendedorismo. O autor
refere ainda, como conclusão do estudo realizado, a respeito das características dos
empreendedores, como o ser social, considerando que os seres humanos são produtos dos
seus ambientes.
Empreendedorismo criativo
O espírito empresarial é a capacidade dos indivíduos de converter ideias em
atos. Compreende a criatividade, a inovação e a assunção de riscos e, bem
assim, a capacidade de planear e gerir projetos com vista a alcançar
objectivos. Esta competência é útil a todos na vida de todos os dias, em casa e
na sociedade, aos trabalhadores porque os torna conscientes do contexto do
seu trabalho e aptos a aproveitar oportunidades, aos empresários porque serve
de base para o estabelecimento de uma atividade social ou comercial.”
Página'42'de'147'
!!
Comunicação da Comissão ao Conselho, 13.2.2006 (Estratégia de Lisboa
Portugal de Novo, 2009).
Castells (1996) no seu livro European Cities, The Informational Society, and the Global
Economy, escreve que o desenvolvimento das indústrias criativas constituem um sinónimo
de transição de indústrias baseadas em baixas competências para indústrias baseadas em
altas competências, ou uma mudança para a economia da informação caracterizando esse
desenvolvimento como o conjunto das atividades que têm a sua origem na criatividade
individual, habilidade e talento e que tenham o potencial de criação de riqueza e de emprego
através da geração e exploração da propriedade intelectual. Neste sentido as politicas
governamentais, tal como aconteceu no Reino Unido, devem incentivar e promover o
empreendedorismo neste tipo de indústrias.
Caves (2003), Hartley (2005) e Reis (2007) sugerem, nos seus trabalhos, que a realidade das
organizações classificadas como pertencentes ao sector da indústria criativa, engloba
profissionais independentes e empresas de pequena e média dimensão organizadas em volta
de projetos centrados na figura do empreendedor cujo focus de atuação está relacionado com
a inteligência e a gestão do conhecimento, atendendo à procura de consumo de bens
simbólicos impregnados de valor cultural, estético e social.
Turok (2003) refere que a forma de apoiar as indústrias criativas, novas ou já existentes, será
através do encorajamento das agências de desenvolvimento regional em manter os laços
entre os grupos de empreendedores e as instituições associadas, com o objectivo de ampliar a
comunicação, conhecimentos e cooperação.
Kellet (2006) apresenta uma simples e eficaz definição do que vem a ser chamado
Empreendedorismo Criativo, ao afirmar que empreendedorismo criativo se tornou um
termo que se refere à atividade dos empreendedores nas empresas classificadas como
indústrias criativas. A autora junta os dois conceitos, empreendedorismo e indústrias
criativas, apenas incorporando à noção de negócio/empresa tradicionalmente associada à
atividade empreendedora o conceito de indústrias criativas.
Sergers e Huygh (2006) chamam a atenção para a distinção existente entre criativo e
cultural, porque para os autores, o termo criativo ultrapassa a noção de cultural, abarcando-a
e incluindo a perceção de inovação e crescimento económico.
Página'43'de'147'
!!
Bilton (2007), assim como DiMaggio (1982) já o tinha feito, opta pelo termo cultural
entrepreneurship no que respeita às atividades empreendedoras relacionadas com as
organizações que atuam no âmbito das indústrias criativas.
Segundo a OCDE (2001), o empreendedorismo contribui para o crescimento económico das
regiões, visto ser um veículo para a inovação e para a mudança, favorecendo assim a difusão
do conhecimento.
Para os autores do estudo As Políticas da Europa, Res-Pública (Maio 2009)
23
a taxa de
crescimento do PIB per capita e a taxa de nascimento das empresas estão relacionados
(Gráfico 1).
Gráfico 1 - Taxa de crescimento do PIB per capita vs novas empresas
Fonte: As Políticas da Europa, Res-Pública (Maio 2009)
Em relação a Portugal, o relatório da Global Entrepreneurship Monitor
24
(GEM, 2004),
conclui que Portugal apresentava uma das taxas mais baixas de atividade empreendedora da
UE e do conjunto dos países GEM 2004
25
, sendo em 2010 (GEM 2010) a mais baixa do
universo GEM 2010
26
e a 7ª mais baixa das 22 economias orientadas para a inovação
participantes.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
23
Trabalho realizado por Carlos Zorrinho Coordenador Nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico e Arminda Neves -
Coordenadora Adjunta da Estratégia de Lisboa no âmbito das Estratégias de Lisboa Portugal de Novo (As Políticas da Europa
Res-Pública, Maio 2009).
24
O Global Entrepreneurship Monitor (GEM), foi lançado pelo Babson College e pela London Business School, e é um programa de
investigação que inclui avaliações anuais do nível de atividade empreendedora em vários países.
25
Iniciado em 1999 em 10 países, este projeto tem vindo a expandir-se, sendo que, em 2004 contou com colaboração de 34 países e em
2006 de 39 países. O GEM tem três objectivos fundamentais: medir a diferenças ao nível de atividade empreendedora entre países;
descobrir fatores que determinam os níveis de atividade empreendedora; identificar as políticas que promovam a atividade
empreendedora.
26
Em 2010, o GEM conta com a participação de 59 países. Portugal integra o grupo de países participantes, que inclui, também, pela
primeira vez, a Região Autónoma dos Açores, no âmbito dos estudos regionais de empreendedorismo. O relatório GEM Portugal 2010
foca-se nos resultados obtidos para Portugal Continental.
!
Página'44'de'147'
!!
Os autores caracterizam um país empreendedor como aquele que providencia oportunidades
de negócio e infraestruturas para apoiar os novos empreendedores e impulsionar os seus
negócios.
Para estes autores, existem dois tipos de empreendedores: os que atuam por necessidade,
normalmente provenientes do desemprego, sendo a criação de uma nova empresa uma
solução vista como única alternativa, e os que aproveitam a oportunidade que normalmente
estão atentos ás oportunidades que surgem no mercado.
No seu relatório de 2010 (GEM, 2010) definem empreendedorismo como qualquer
tentativa de criação de um novo negócio ou uma nova iniciativa, tal como emprego próprio,
uma nova organização empresarial ou a expansão de um negócio existente, por um
individuo, equipa de indivíduos, ou negócios estabelecidos (GEM,2010, p.4).”
2.5. Caracterização de Clusters na Europa
Para Lucas (1988) o fomento da inovação e o rápido e robusto crescimento local que se
verifica nas áreas de indústrias concentradas e de clusters, prende-se com o papel do capital
humano universitário ou de formação superior, que se concentram nestes locais.
No relatório da UCPT (Documento de Trabalho 3), em muitos países, os clusters são
vistos como um mecanismo importante para promover a competitividade, especialmente a
nível regional, sendo que as políticas usadas diferem de país para país, devido à sua
heterogeneidade e à grande variedade de eixos tais como o nível de agregação usado, a
abordagem nacional ou regional, o espectro político - industrial, regional ou científico e
tecnológico e uma lógica de intervenção bottom-up ou top-down.
Na tabela seguinte (Tabela 5), retirada do mesmo documento, são identificados países com
iniciativas que tendem a potenciar as relações do modelo Triple Helix
27
, como o caso
finlandês do Finnish Centre of Expertise Programme.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
27
A Triple Helix é um modelo alternativo para explicar o atual sistema de pesquisa no contexto social, no qual a universidade pode
exercer um importante papel na inovação. É visto como um modelo analítico que agrega uma variedade de arranjos institucionais e
modelos políticos para explicar suas dinâmicas (ETZKOWITZ & LEYDERSDORFF, 2000).
três variações de arranjos institucionais envolvendo as relações universidade-empresa-governo, abrangendo a Triple Helix. Essas
variações do modelo refletem a evolução dos sistemas de inovação e o atual conflito a respeito do caminho a ser seguido pelos atores
envolvidos no processo.
A Triple Helix I é uma configuração em que o Estado abarca as relações entre a academia e a indústria. É um modelo estático das
relações universidade-empresa-governo que ocorre em uma situação histórica específica como, por exemplo, na antiga União Soviética
e em países do Leste Europeu. Nesse arranjo, como afirmam Etzkowitz & Leydersdorff (2000), apenas um pequeno espaço para
iniciativas entre universidades e empresas, pois o Estado sobrepõe-se aos outros dois atores. Com este modelo a inovação é
disseminada ao mesmo tempo em que é desencorajada.
Um segundo arranjo, o da Triple Helix II, é um modelo político, com esferas institucionais separadas com fortes limites dividindo-as e
com relações altamente circunscritas entre essas esferas, tendo cada uma delas o seu papel totalmente definido.
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!!
Tabela 5 - Panorama de Políticas de Clusters
!!!!!!!!Fonte: Adaptado a partir de Thematic Report clusters policies (2003) e Trend Chart Country Reports (2003)
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
no arranjo da Triple Helix III não existem limites entre as esferas institucionais como no da Triple Helix II e os acordos entre os
agentes são encorajados, mas não controlados pelo governo como no arranjo da Triple Helix I.
In http://www.ietec.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/421
País/Ano
de Início
Tipo de Política de Cluster
Importância da Política de Cluster
Bottom-up ou Top-Down
Finlândia
1996
Criada como um instrumento
científico e tecnológico. Possui
três tipos de políticas de clusters:
Industrial sectores e
ministérios; Competências
(agência TEKES) e regional
Ferramenta para análise, desenho
e implementação de políticas que
aumentam a competitividade
internacional, nacional e
regional. É usado em conjugação
com outras políticas e
ferramentas.
Bottom-up: Identificação e
desenvolvimento.
Top-down: Coordenação
de políticas para o
desenvolvimento.
Itália
1991
Redes Nacionais para políticas
regionais de clusters. Em 1991
surgiu a legislação reconhecendo
os distritos industriais. Em 1999
são definidos dois níveis
sistema produtivo local e distrito
industrial. Têm sido produzidas
medidas para o desenvolvimento
de clusters, sendo a mais recente
a do turismo.
Muito importante a nível
nacional e regional.
Bottom-up.
Espanha
1991
A política de cluster é a nível
regional como um instrumento de
competitividade. Existem
também programas regionais
focados no desenvolvimento e
dinamismo de redes.
Servem de desenvolvimento de
sectores de acordo com as
potencialidades regionais.
Depois de identificadas as
potencialidades são elaborados
programas de execução.
Bottom-up e Top-down.
Têm emergido muitos
clusters Bottom-up mas
com acompanhamento
governamental.
Suécia
2003
Redes Nacionais para políticas
regionais de clusters. Existe um
programa nacional para o
desenvolvimento do sistema de
inovação e dos clusters, bem
como programas regionais
focados no desenvolvimento
competitivo e dinâmico de redes.
Não tem uma política explicita.
As regiões são responsáveis pela
coordenação e ajustamentos das
politicas para os vários sectores e
exploram autonomamente novas
oportunidades.
O governo facilita e
estimula a emergência e
crescimento dos clusters.
Portugal
1993
Não tem política ativa de
clusters. Na década de 90
identificaram-se alguns
potenciais clusters mas esta
iniciativa perdeu força após
alterações políticas. A temática
foi depois retomada em 2001
com iniciativas em algumas
áreas.
Volatilidade, fundamentalmente
devido a mudanças políticas.
Ambas as iniciativas se
iniciaram com Top-down
onde se usavam os
clusters como instrumento
de mudança.
Página'46'de'147'
!!
O documento de trabalho nº 3 da UCPT, identifica os seguintes clusters em Portugal no ano
de 2001 (Tabela 6):
Tabela 6 - Clusters em Portugal
MEGA CLUSTERS
CLUSTER EFECTIVO OU POTENCIAL
Alimentação
Lacticínios;
Carne Pecuária sem terra;
Horto Pecuária sem terra;
Vinho;
Cerveja, refrigerantes e águas.
Habitat
Madeira e cortiça;
Cerâmicas;
Plásticos;
Mecânica ligeira;
Construção civil/Reconstrução urbana.
Moda
Têxtil e derivados;
Calçado e artigos de couro.
Lazer
Turismo.
Mobilidade
Automóvel;
Electromecânica/Material ferroviário.
Saúde e Serviços Pessoais
Serviços à família/Reabilitação/Saúde;
Material médico hospital.
Informação e Entretenimento
Imprensa/Rádio e TV/Publicidade.
Fonte: PROINOV
O documento refere ainda que a fraca clusterização” é uma das características estruturais da
economia portuguesa, apesar da presença nas múltiplas atividades de clusters potenciais,
grupos de sectores com fortes relações técnicas de fornecimentos intermédios e grupos de
empresas. Adicionalmente, conclui que a atuação do Estado pode ter um efeito muito
importante no seu desenvolvimento, nomeadamente ao nível da facilitação.
Em 2009, o Estado português constatando a importância estratégica e catalisadora do
funcionamento cooperativo, da organização em rede e da exploração de vantagens que
emergem do coletivo, lançou em 2009 o programa “Cooperar para melhor competir”, tema
que será melhor desenvolvido no ponto 2.6 deste capítulo.
De acordo com o European Programme for Urban Sustainable Development (URBACT,
2011), a criação e desenvolvimento de clusters criativos são uma forma de desenvolver áreas
Página'47'de'147'
!!
de baixa densidade, que permitirão desenvolvimentos a nível económico e social das regiões
de menor dimensão. Tal será possível através do surgimento de atributos que, em geral,
apenas fazem parte das grande cidades, demonstrando assim como as indústrias criativas
podem ser um promotor de crescimento e de desenvolvimento.
No mesmo documento (URBACT, 2011, p.8-9) é referido que:
“[...] desde 2002, que Óbidos implementou uma estratégia de desenvolvimento
direcionada para a criatividade. O Município organiza um conjunto de eventos que
atraem a atenção para a vila histórica. A organização de eventos abrange uma série
de diferentes áreas, todas elas relacionadas com a criatividade: produção de
conteúdos, cenografia, animação, música, design gráfico, marketing e publicidade,
multimédia, criação artística e pesquisa cultural.”
2.6. Enquadramento português
O Estado português, constatando a importância estratégica e catalisadora do funcionamento
cooperativo, da organização em rede e da exploração de vantagens que emergem do coletivo,
lançou em 2009 o programa “Cooperar para melhor competir” (COMPETE, 2009), com o
objectivo principal de apoiar as empresas portuguesas e melhorar a competitividade da
economia.
A concretização deste objectivo foi realizada através da criação de Estratégias de Eficiência
Coletiva (EEC), que na área desta investigação se denominam como clusters, cuja definição
dada pelo autor é :
um conjunto coerente e estrategicamente justificado de iniciativas integradas
num programa de ação, visando a inovação, a qualificação ou a modernização
de um agregado económico, com uma implantação espacial de expressão
nacional, regional ou local, iniciativas estas que estimulam a cooperação e o
funcionamento em rede entre as empresas e entre estas e os outros atores
relevantes para a estratégia entidades de ensino e de I&DT, de formação, de
assistência tecnológica, associações empresariais, entre outras. (COMPETE,
2009, p.4).
Esta estratégia está direcionada para a mudança de perfil de especialização da economia
portuguesa, tendo como base a aposta na inovação, na competitividade e na mudança de
comportamentos e atitudes.
Página'48'de'147'
!!
No processo de avaliação, reconhecimento e acompanhamento das EEC, processo este que é
da responsabilidade da Autoridade de Gestão do COMPETE
28
Programa Operacional
Fatores de Competitividade, os clusters podem assumir duas configurações:
Polos de Competitividade e Tecnologia (PCT), que se caracterizam pela forte
orientação e visibilidade internacional cujos seus planos de ação estão fortemente
ligados a atividades com elevado conteúdo em I&DT, inovação e conhecimento em
sectores com forte potencial de crescimento.
Outros Clusters (OC), onde se incluem os clusters de indústrias criativas, que também
caracterizados pela inovação e orientados para as atividades do futuro, têm menos
incidência em ciência e tecnologia e estão estrategicamente centrados num
determinado sector de atividade ou território.
Neste programa foram identificados os seguintes clusters para Portugal:
Polo de Competitividade e Tecnologia Engineering & Tooling
Polo de Competitividade e Tecnologia das Indústrias da Mobilidade
Polo de Competitividade e Tecnologia das Indústrias da Refinação Petroquímica e
Química Industrial
Polo das Tecnologias de Produção PRODUTECH
Polo de Competitividade e Tecnologia da Energia
Polo de Competitividade e Tecnologia das Indústrias de Base Florestal
Polo de Competitividade e Tecnologia Agroindustrial: Alimentos, Saúde e
Sustentabilidade
Polo de Competitividade e Tecnologia do Turismo
Polo de Competitividade e Tecnologia da Informação, Comunicação e Electrónica
TICE.PT
Polo de Competitividade e Tecnologia da Moda
Polo de Competitividade e Tecnologia da Saúde Health Cluster Portugal
Cluster das Empresas de Mobiliário de Portugal
Cluster Habitat Sustentável
Cluster da Pedra Natural
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
28
COMPETE - Integrado no QREN, o COMPETE - Programa Operacional Fatores de Competitividade - visa criar dinâmicas alinhadas
para um objectivo comum: a melhoria sustentada da competitividade da economia no quadro de um desafio europeu e global.
Para este desígnio contribui a combinação de fatores de competitividade que possam fortalecer a iniciativa empresarial como a I&DT,
a inovação e a redução de custos de contexto através de uma Administração Pública de maior qualidade.
Com recursos fortemente concentrados em torno destas prioridades; com prazos de decisão ajustados às necessidades reais dos agentes
económicos; com regras claras e bem definidas de ampla divulgação, e com objectivos e metas qualificados, o COMPETE desafia as
empresas, as associações empresariais, as entidades do Sistema Científico e Tecnológico e a Administração Pública, para um objectivo
partilhado: criar um Portugal mais competitivo e mais moderno. Disponível através do site: http://www.pofc.qren.pt/compete.
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!!
Cluster Agroindustrial do Centro
Cluster Agroindustrial do Ribatejo
Cluster dos Vinhos da Região Demarcada do Douro
Cluster do Conhecimento e da Economia do Mar
Cluster da Industrias Criativas da Região Norte de Portugal
Dentro do tema desta investigação, este último cluster reconhecido, tem como missão
contribuir para que o Norte do país seja reconhecido como a Região Criativa de Portugal,
concebendo e implementando um modelo de governação adequado, com vista ao reforço da
massa crítica do capital criativo da região, considerando três eixos estratégicos:
Capacidade e Empreendedorismo criativo;
Crescimento dos negócios criativos;
Atratividade dos lugares criativos.
Para o autor do documento, o cluster de indústrias criativas, com intervenção no Norte de
Portugal, trabalha coletivamente para a afirmação da Região Norte do país como um lugar
empreendedor, criativo e dinâmico.
Em 27 de Fevereiro de 2012, a Autoridade de Gestão do COMPETE, publicou a tipologia de
Clusters e o enquadramento sectorial (CAE 29 ) e territorial (NUTS 30 ) para o
reconhecimento e enquadramento nas Estratégias de Eficiência Coletiva (EEC) Clusters
(Tabela 7) e as tipologias de Investimento elegíveis por EEC e por áreas de intervenção
(Tabela 8) identificando os seguintes requisitos no que se refere ás indústrias criativas EEC
Cluster:
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
29
A Classificação Portuguesa de Atividades Económicas - CAE Rev. 3 foi disponibilizada e aprovada pela 327º Deliberação do
Conselho Superior de Estatística, de 19 de março de 2007 e pelo decreto-lei 381/2007, de 14 de novembro, de acordo com o
Regulamento (CE) 1893/2006, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de dezembro de 2006. Este determina (Art.º 8, ponto
2) que "as estatísticas relativas às atividades económicas, realizadas a partir de 1 de janeiro de 2008 serão produzidas, pelos Estados-
membros, usando a NACE-Rev.2 ou uma nomenclatura nacional dela derivada".
30
As NUTS (Nomenclaturas de Unidades Territoriais - para fins Estatísticos) designam as sub-regiões estatísticas em que se divide o
território dos países da União Europeia, incluindo o território português. De acordo com o Regulamento (CE) n.º 1059/2003 do
Parlamento Europeu e do Conselho de 26 de Maio de 2003, relativo à instituição de uma Nomenclatura Comum das Unidades
Territoriais Estatísticas (NUTS), estas estão subdivididas em 3 níveis: NUTS I, NUTS II e NUTS III. O Norte ou Região Norte é uma
região ou unidade territorial para fins estatísticos de nível II (NUTS II), de Portugal, que compreende os distritos de Viana do Castelo,
Braga, Porto, Vila Real e Bragança, e parte dos distritos de Aveiro, Viseu e Guarda. Limita a norte e a leste com Espanha (Galiza e
Castela e Leão, respectivamente), a sul com a Região Centro e a oeste com o Oceano Atlântico.
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!!
Tabela 7 - Enquadramento Sectorial e Territorial Tipologia de Clusters
NOTA: Nos CAE 60100, 60200, 90040 e 93293 Exclusivo para candidaturas no âmbito do SI Qualificação PME e SI I&DT que incorporem atividades consideradas de importante
valor acrescentado/inovação em termos de criatividade e cultura e para EEC-Clusters reconhecidas ao abrigo do no 3 do art. 8ª do Regulamento do Sistema de Incentivos Qualificação
PME e do no 3 do art. 7º do Regulamento do Sistema de Incentivos I&DT.
Fonte: Autoridade de Gestão do COMPETE Programa Operacional, Fatores de Competitividade.QREN, Fev2012
Tabela 8 - Tipologias de Investimento Elegíveis por EEC-Cluster e por Áreas de Intervenção
NOTA: ** Aplicável no âmbito dos AAC Inovação Produtiva – criação de empresas - e Empreendedorismo Qualificado.
Fonte: Autoridade de Gestão do COMPETE Programa Operacional, Fatores de Competitividade QREN, Fev2012
EEC Cluster
Produção de novos bens e serviços ou
melhorias significativas da produção
Adopção de novos, ou significativamente
melhorados, processos ou métodos de
fabrico, de logística e distribuição, bem
como métodos organizacionais ou de
marketing
Criação de empresas dotadas de
recursos qualificados ou que
desenvolvam atividades em sectores
de fortes dinâmicas de crescimento
Empreendedorismo Qualificado
(alínea a) do nº 1 do artigo 5º do Reg SI Inovação)
(alínea b) do nº 1 do artigo 5º do Reg SI Inovação)
(alínea d) do nº 1 do artigo 5º do Reg SI Inovação)**
Cluster
das
Indústrias
Criativas
na Região
Norte
Produção de equipamentos técnicos e
específicos à produção nos sectores do
audiovisual, de serviços de arquitetura,
produção e distribuição de conteúdos e
publicidade;
Adopção de processos/métodos de
produção e métodos organizacionais
inovadores resultantes de I&D que
promovam a eficiência e produtividade nos
4 subsectores estratégicos: Arquitetura,
Software, Design e Audiovisual;
Empresas de negócios inovadores a
atuar nas áreas da arquitetura,
audiovisual, software de
entretenimento e design;!
Fabrico de software inovador
especializado para os seguintes
subsectores das indústrias criativas:
Arquitetura, Design e Audiovisual;
Novos processos de suporte à gestão de
empresas do sector das indústrias criativas e
à contabilização e gestão de copyright e
royalties;
Empresas qualificadas de produção
de conteúdos que tenham como
objetivo atrair clientes no mercado
externo para realizarem e
desenvolverem projetos criativos na
Região.
Desenvolvimento de novos produtos e
serviços que capazes de alavancar a
economia criativa da região através do
suporte ao empreendedorismo criativo/
apoio à gestão; à transformação de ideias
em negócios e ao incremento das
competências da Região.
Novas abordagens de marketing e
comercialização orientadas para a
internacionalização;
Implementação de novas plataformas e
soluções para distribuição de conteúdos e
produtos criativos;
Desenvolvimento de novos modelos de
negocio, nomeadamente os enquadráveis na
economia digital, que constituam inovação
na economia criativa.
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!!
CAPÍTULO III
Metodologia da Investigação
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!!
3. Metodologia da investigação
Neste capítulo será efectuada a apresentação da metodologia utilizada neste trabalho de
investigação para dar resposta aos objectivos definidos.
A resposta à pergunta de partida pela validação das hipóteses levantadas será o principal
objectivo desta investigação, utilizando como recursos, métodos qualitativos e quantitativos
através de inquéritos e de uma entrevista semiestruturada ás empresas residentes e ao
dinamizador do LXFactory, como caso de estudo escolhido neste trabalho.
Será feita uma apresentação de como foi desenvolvido o questionário, estrutura e variáveis
em investigação, o resultado do pré-teste realizado, assim como uma descrição da população
alvo.
3.1. Questão de partida e objectivos da investigação
Para a concretização do objectivo geral desta investigação - Identificar os fatores
determinantes e as características dos clusters criativos e analisar o seu papel na dinamização
do empreendedorismo - e com fundamentação na revisão da literatura específica realizada,
colocou-se a seguinte pergunta de partida:
Quais os principais fatores que caracterizam os clusters criativos e qual o seu papel na
dinamização do Empreendedorismo?
A formulação de hipóteses é uma forma de tentar responder ao problema levantado pelo
tema escolhido para a pesquisa. Uma hipótese é uma previsão e serve como diretriz para uma
pesquisa e que nos encaminha para a tentativa de explicação do fenómeno em estudo
(Sampieri et al., 2006). A formulação das hipóteses, provém, principalmente da pesquisa de
teorias encontradas na revisão bibliográfica de autores de referência e da observação de
fenómenos da realidade.
Para responder à questão de partida Quais os principais fatores que caracterizam os
clusters criativos e qual o seu papel na dinamização do Empreendedorismo? e com base
nos objectivos específicos deste estudo, foram levantadas as seguintes hipóteses: (i) H1 - O
LXFactory é um cluster de indústria criativa; (ii) H2 - O LXFactory como cluster de
indústria criativa é dinamizador de empreendedorismo; (iii) H3 - A sustentabilidade
económica e financeira dos empreendedores do LXFactory está dependente dos apoios
governamentais, políticas regionais e do papel “motivador” dos responsáveis pelo cluster
criativo; (iv) H4 - O estímulo ao empreendedorismo criativo surge como uma oportunidade e
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!!
não como uma solução.
Assim, as hipóteses levantadas correspondem aos 4 objectivos desta investigação:
Validar o LXFactory com cluster de indústria criativa;
Comprovar a capacidade dinamizadora de empreendedorismo do LXFactory como
cluster de indústria criativa;
Perceber até que ponto a sustentabilidade económica e financeira dos
empreendedores do LXFactory está dependente dos apoios governamentais,
políticas regionais e do papel “motivador” dos responsáveis pelo cluster criativo.
Comprovar que o estímulo ao empreendedorismo criativo dos empreendedores do
LXFactory surge como uma oportunidade e não como uma solução.
Os primeiros 3 objectivos surgem principalmente da pesquisa de teorias identificadas na
revisão bibliográfica de autores de referência. O quarto objectivo provém da necessidade de
verificar, tendo em conta o momento atual em que vive a economia portuguesa e mundial,
que a origem dos negócios criativos do LXFactory se deve às características distintivas dos
empreendedores criativos como oportunidade e não de uma solução, permitindo assim uma
melhor interpretação dos resultados finais desta investigação ajustando assim as conclusões
retiradas, tendo em conta, ou não, esse fator económico que o país vive onde o desemprego
tem sido uma realidade não displicente.
3.2. Caso de estudo
Pelos motivos e fatores apresentados anteriormente neste estudo, revelou-se importante e
oportuno estudar as determinantes e as características dos clusters criativos e analisar o seu
papel na dinamização do empreendedorismo em Portugal, pelo que o estudo do LXFactory
em Lisboa, como exemplo de um cluster de indústrias criativas, se apresentou como um bom
caso de estudo para a persecução dos objectivos pretendidos.
Foi em 1846 que foram construídas em Alcântara as instalações fabris da Companhia de
Tecidos Lisbonenses, um dos mais importantes complexos fabris de Lisboa.
Os 23.000 m
2
de ocupação foram ocupados nos anos subsequentes pela Companhia
Industrial de Portugal e Colónias, pela tipografia Anuário Comercial de Portugal e uns anos
mais tarde pela Gráfica Mirandela, que foi a última indústria a ocupar aquelas instalações.
“A antiga Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense é desde 2007 uma ilha
de criatividade e bom senso plantada no coração de Alcântara. Uma
referência, a geografia, botânica e anatomia em apenas uma frase mostra as
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!!
várias maneiras com que se pode definir um espaço onde as empresas,
agências, ateliers e galerias parecem surgir que nem cogumelos. Dque não
seja descabido, por exemplo, chamar-lhe uma estufa micológica a céu
aberto.”(Jornal i em 26Mai2011)
31
Hoje, as instalações de Alcântara estão ocupadas pela LXFactory, na forma de uma ilha
criativaque tem sido cenário de um diverso leque de acontecimentos nas áreas da moda,
publicidade, comunicação, multimédia, arte, arquitetura, música, etc., gerando uma dinâmica
que tem atraído inúmeros visitantes a (re)descobrir esta zona de Lisboa.
Na LXFactory vive-se um ambiente industrial criativo. Uma fábrica de experiências onde se
torna possível intervir, pensar, produzir, apresentar ideias e produtos inovadores.
“Lisbon’s metamorphosis comes vividly to life at LXFactory (Rua Rodrigues de
Faria, 103); a disused manufacturing complex housing young architecture
firms, Internet start-ups, boutiques and cozy cafés. Housed in a hangar like
space that’s filled with enormous old printing machines, LerDevagar is packed
from floor to soaring ceiling with new and used books (many in English) on
everything from Madeira architecture to Jack the Ripper. The Shelves of
Organii display organic cosmetics by Meyeco, a speciality Portuguese brand,
and other international cult Labels. For a snack, hit Laudeau, which produces
only one thing devilishly good chocolate cake.” (The New York Times,
January 27, 2011)
Com base na informação recolhida, quer pela empresa responsável e dinamizadora do espaço
LXFactory, quer pela observação realizada no local, atualmente estão sediadas nas
instalações de Alcântara com atividade regular, 96 empresas com atividades diversificadas
como por exemplo arquitetura, música, representação, design, eventos, fotografia, moda,
artes plásticas, propriedade intelectual, restauração e serviços entre outras.
Tomando como modelo o relatório apresentado pela Comissão de Coordenação e
Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo em 2011, onde é apresentada uma
divisão e classificação das indústrias criativas por sectores de atividade, o enquadramento
sectorial (Tabela 8) da Autoridade de Gestão do COMPETE publicada em 2012 e os dados
recolhidos pelos 96 residentes do LXFactory, verifica-se que apenas 9 empresas, menos de
10%, não estão diretamente enquadradas no sector criativo sendo empresas ligadas ao ramo
alimentar (restauração), empresas comerciais, uma organização IPSS e uma ONG.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
31
In http://www1.ionline.pt/conteudo/125791-lx-factory-open-day-venha-conhecer-linha-montagem-mais-criativa-lisboa
Página'55'de'147'
!!
Apesar do ramo alimentar não estar enquadrados no sector criativo, dentro dos serviços de
restauração encontram-se vários exemplos de criatividade ligada à gastronomia, através da
confecção e apresentação dos seus pratos.
3.3. Desenvolvimento do questionário
O questionário foi construído tendo em conta as necessidades de informação observadas na
revisão bibliográfica realizada e a sua validação no caso de estudo em causa. Para responder
às hipóteses correspondentes aos objectivos descritos no ponto 3.1., foi elaborado um
questionário, para o qual se construiu um quadro conceptual como esquema orientador da
concepção teórica, que identifica os aspectos que influenciam a situação, no caso concreto os
clusters de indústrias criativas, organizando de forma lógica e integradora as diversas
variáveis e a dinâmica da situação em investigação.
O questionário está organizado em 12 secções melhor descritas na figura que se segue
(Figura 5 e Tabela 9).
Figura 5 - Estrutura do questionário
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Página'56'de'147'
!!
Tabela 9 - Relacionamento das questões com as variáveis em investigação
VARIÁVEIS
QUESTÕES
1
Vantagens Competitivas
Eficiência Coletiva
2.3; 2.5; 2.6; 4.1
2
Aprendizagem Coletiva
2.3; 2.7; 4.1
3
Localização Geográfica
Tipologia de Cluster
LXFactory
4
Atividade Económica
1.3
5
Tipologia de Produtos
1.4
6
Características Diferenciadoras
2.4
7
Apoios e Dependências
Dinamizador/Proprietário
2.8; 3.4.1
8
Poder Local
2.8; 3.4.1
9
Poder Central
2.8; 3.4.1
10
Origem do Negócio
Empreendedorismo
Criativo
3.3
11
Estímulo ao
Empreendedorismo
5.1
12
Sustentabilidade
4.2; 5.2
Fonte: Elaborado pelo autor
A tabela que se segue apresenta a relação existente entre as questões colocadas e as hipóteses
formuladas no ponto 3.1. (Tabela 10):
Tabela 10 - Relacionamento das questões com as hipóteses levantadas
Fonte: Elaborada pelo autor
Hipóteses
Questões
Temas
H1
O LXFactory é um cluster de
indústrias criativas
1.4
Caracterização das empresas Setor criativo (CCRLVT,2011)
1.3
Atividade económica
2.4
Características diferenciadoras (NESTA, 2003)
2.3
2.5
2.6
2.7
4.1
Vantagens Competitivas:
Eficiência e Aprendizagem Coletiva
H2
O LXFactory com cluster de
indústrias criativas é
dinamizador de
empreendedorismo
3.1
Dinamização de empreendedorismo
3.3
Origem do empreendedorismo
H3
A sustentabilidade económica
e financeira dos
empreendedores do
LXFactory está dependente
dos apoios dos
dinamizadores do cluster
(LXFactory, Lda.), Poder
Local e Poder Central
2.8
Dependência
5.2
4.2
Sustentabilidade e crescimento
H4
O estímulo ao
empreendedorismo criativo
surge como uma
oportunidade e não como
solução
5.1
Estímulo ao empreendedorismo e características do
empreendedor
Página'57'de'147'
!!
O questionário foi desenvolvido através de questões fechadas, de resposta múltipla ou de
seleção, facilitando assim a escolha dos inquiridos, redução de tempo de resposta e facilitar a
codificação e tratamento estatístico dos dados através do programa de software de análise
estatística SPSS.
Foi adicionada a opção Outros... em 6 questões com a possibilidade de resposta aberta
tendo como objectivo a identificação de outras novas variáveis não detectadas ou percebidas
na revisão bibliográfica realizada e que não tenham sido referidas no pré-teste.
Foi utilizada em nove questões, uma escala de Likert
32
de 5 pontos. Assim, nas questões 2.3,
2.5, 2.8, 4.2 e 5.1, 1 significa nada importantee 5 extremamente importante; na questão
2.4, 1 significa discordo totalmentee 5 concordo totalmente; na questão 2.6, 1 significa
nenhum benefícioe 5 benefício elevado; nas duas questões finais, 5.2.1, 1 significa
fraca e 5 elevada e 5.2.2 onde 1 significa elevada probabilidade e 5 nenhuma
probabilidade’.
O questionário realizado (Apêndice 2) foi organizado em 5 grupos de questões, tendo-se tido
o cuidado de agrupar as questões de forma a que o inquirido se apercebesse da lógica do
questionário e do encaminhamentos das questões para os objectivos a que se propunha, e não
apenas com vista ao tratamento estatístico, pelo que, algumas das questões de grupos
diferentes, conforme se verifica nas tabelas 9 e 10, serão agrupadas para verificação das
hipóteses levantadas, pelo que iremos justificar a sua apresentação na óptica do inquirido e
não do tratamento estatístico pretendido.
O grupo de questões destina-se à recolha de dados que melhor identifiquem o inquirido
possibilitando assim, para além de uma caracterização demográfica, uma identificação por
tipologia de empresa e dimensão em número de colaboradores.
O 2º grupo de questões tem como objectivo analisar a relação existente entre o inquirido e o
LXFactory permitindo observar os fatores de escolha como a localização, as possíveis
vantagens competitivas de eficiência e de aprendizagem coletiva assim como detectar a
presença das características distintivas das indústrias criativas.
O 3º grupo de questões permitirá identificar o tipo de empreendedor, as suas características e
os apoios que necessitou para a abertura e desenvolvimento do seu negócio assim como o
grau de dependência face ao dinamizador, poder local e poder central.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
32
A escala Likert ou escala de Likert é um tipo de escala de resposta psicométrica habitualmente usada em questionários, sendo
atualmente a escala mais usada em pesquisas de opinião. Ao responderem a um questionário com questões baseadas nesta escala, os
inquiridos especificam o seu nível de concordância com as afirmações. O nome desta escala deve-se à publicação de um relatório
explicativo do seu uso por Rensis Likert.
Página'58'de'147'
!!
Com as questões do grupo será possível observar o grau de perceção das empresas
residentes do LXFactory face às medidas e ações tomadas pela empresa responsável pela
dinamização do espaço e a importância das atuais instalações e dos apoios administrativos e
serviços partilhados para a fixação e atração de novos empreendedores.
O e último grupo de questões permitirá identificar o que estimulou o empreendedor
residente no LXFactory a tomar a decisão de criar o seu próprio negócio, a sua
caracterização como empreendedor e de uma forma direta, avaliar a perceção quanto à
continuidade do seu negócio no espaço LXFactory, condição fundamental para a
sustentabilidade do projeto LXFactory.
Procurou-se que as questões fossem feitas de uma forma simples e clara de modo a evitar
mais do que uma interpretação, minimizando a criação de dúvidas na sua resposta e
conseguir uma maior assertividade na sua análise, tendo-se para isso realizado um pré-teste.
No início do questionário foi colocada uma pequena introdução que permite ao inquirido
perceber a finalidade do inquérito e conhecer a duração prevista para o seu preenchimento.
No final, uma mensagem de agradecimento pela colaboração prestada.
Para se poder cruzar a informação e avaliar o impacto das ações que a LXFactory têm tido
nos residentes, elaborou-se um questionário idêntico ao geral apenas para ser respondido
pelo responsável da empresa, com o objectivo de conseguir observar a diferença entre a
intensão das ações e a perceção dos empreendedores do LXFactory dessas ações.
Neste segundo questionário, para além das questões de identificação e caracterização da
empresa (Grupo I), foram replicadas as questões 2.3, 2.5, 2.6, 2.7, 2.8, 4.1, 4.2 e 5.2 do
questionário geral.
Este questionário, dirigido ao responsável do LXFactory, foi respondido com a presença do
investigador. Adicionalmente, foi realizada uma entrevista semiestruturada ao
responsável/dinamizador, com a finalidade de se obter mais informações consideradas de
menor importância mas que poderiam ser úteis para a consecução dos objectivos propostos
nesta investigação.
Os principais objectivos desta entrevista foram:
Entender a estrutura funcional do grupo Mainside, S.A.;
Conhecer alguns pormenores relevantes ocorridos durante a constituição do
LXFactory;
Página'59'de'147'
!!
Conhecer a visão do responsável do projeto;
Conhecer em traços gerais a estratégia inicial e futura para o projeto;
Ter uma ideia geral da perceção do dinamizador em relação à situação atual do
cluster.
3.3.1. Pré-teste
Foi realizado um pré-teste do questionário no dia 2 de abril de 2012, com o objectivo de (i)
avaliar possíveis erros de dactilografia; (ii) avaliar a clareza e simplicidade das questões, de
forma a evitar interpretações diferentes da que se pretendia; (iii) detectar novas variáveis não
percepcionadas ou inexistentes na revisão bibliográfica realizada e; (iv) medir o tempo de
resposta necessário para o total preenchimento do questionário.
Foram selecionadas 5 pessoas de diferentes empresas residentes no LXFactory que, para
além de desempenharem funções de gerentes nas respectivas empresas, conhecessem a
realidade do LXFactory e que tivessem um conhecimento pessoal elevado do responsável da
empresa onde trabalham (Empreendedor) a quem era dirigido o inquérito final.
Do pré-teste realizado, surgiram as seguintes alterações:
A questão 2.5 Avalie a importância dos seguintes fatores, relativos à localização no
LXFactory, no crescimento do seu negócio, foi rectificada para Avalie a importância dos
seguintes fatores, relativos à sua localização no LXFactory, no crescimento do seu negócio”.
Na mesma questão foram alteradas a maioria das afirmações, invertendo o contexto das
frases de negativo para neutro conforme tabela seguinte (Tabela 11):
Tabela 11 - Alterações realizadas na questão 2.5 do inquérito
Onde se lia
Passou a ler-se
Taxa de serviços elevada
Taxa de serviços
Problemas de relacionamento com o proprietário
Relacionamento com o proprietário
Problemas de segurança
Sentimento de segurança
Falta de qualidade das instalações
Qualidade das instalações
Falta de acessibilidade
Acessibilidade
Horário não adequado
Horário de funcionamento
Limpeza do local fraca
Limpeza do local
Fonte: Elaborado pelo autor
Na questão 3.3 foi acrescentada a questão da evolução do número de colaboradores desde a
instalação da empresa no LXFactory, na tentativa de se conseguir apurar de uma forma
Página'60'de'147'
!!
estatística qual a evolução da “Empregabilidade”, após a entrada para o LXFactory.
A questão 4.1 “Indique o grau de concordância (sempre que aplicável) com as seguintes
afirmações:” foi alterada para “Na sua opinião, através das suas atividades, os promotores do
LXFactory:tendo sido alteradas as hipóteses de resposta de uma escala de Likert de 1 a 5
para respostas tipo dicotomia Sim/Não, tendo as afirmações também sofrido alterações
conforme tabela seguinte (Tabela 12):
Tabela 12 - Alterações realizadas na questão 4.1 do inquérito
Onde se lia
Passou a ler-se
Promover ligações formais...
Estabelecem ligações formais...
Promover a formação e o conhecimento...
Promovem a formação e o conhecimento...
Assegurar serviços...
Asseguram serviços...
Promover relações de transferência...
Estabelecem relações de transferência...
Apoiar o desenvolvimento ...
Apoiam o desenvolvimento...
Tornar o LXFactory...
Tornam o LXFactory...
Qualificar a imagem do local...
Qualificam a imagem do local...
Criar oportunidades...
Criam oportunidades...
Promover a competitividade...
Promovem a competitividade...
Promover canais de comunicação...
Implementam canais de comunicação...
Atuar como um mecanismo...
Atuam como um mecanismo...
Apoiar o acesso...
Apoiam o acesso...
Promover o intercâmbio...
Promovem o intercâmbio...
Promover contactos e visitas
Promovem novos contactos e visitas
Editar jornais/revistas locais
Editam jornais/revistas locais
Promover Seminários
Promovem/Organizam seminários
Fonte: Elaborado pelo autor
Adicionalmente foi também acrescentada mais uma afirmação sugerida por 3 dos 5
inquiridos:
Implementam políticas de acolhimento aos novos residentes do LXFactory”.
Por último, na questão 5.2 Como qualifica (em grau de importância) as seguintes
afirmações:passou a ler-se Qualifique as seguintes afirmações:, onde a escala de respostas
de Likert que era comum às duas sub-questões passou a ser diferente, mantendo-se a escala
de 1 a 5 sendo que para a primeira 1 passou a significar fraco e 5 elevado e para a
segunda 1 reduzida probabilidadee 5 elevada probabilidade’.
Página'61'de'147'
!!
3.4. População alvo
O censo foi o processo utilizado para a recolha da informação necessária para a investigação
dado tratar-se da enumeração completa dos elementos da população (Malhotra, 2010).
Sendo a população o conjunto de todos os elementos que têm em comum alguma
característica de interesse para o estudo em causa, para esta investigação, a população alvo
foi a totalidade dos negócios estabelecidos dentro do LXFactory e que tivessem ou
aparentassem ter uma atividade regular no local. A população é constituída por empresas e
indivíduos com atividade fiscal aberta como empresários em nome individual para além da
empresa LXFactory, Lda. que é a proprietária e responsável pela dinamização do espaço.
3.5. Trabalho de campo recolha de dados
O inquérito foi realizado em duas etapas, tendo a primeira sido realizada apenas aos
responsáveis da LXFactory, Lda., acompanhado de uma entrevista semiestruturada nas suas
instalações em Lisboa em 28 de Março de 2012.
O inquérito foi preenchido na presença do investigador, proporcionando a possibilidade de
recolha de informação adicional e de interesse para a investigação através da entrevista
realizada em simultâneo.
A etapa foi realizada durante 3 semanas, entre os dias 2 e 14 de Maio de 2012, tendo a
entrega e a recolha do inquérito (Tabela 13) sido feita pessoalmente e em mão a todos os
inquiridos pelo investigador. Na ato da recolha, devido à dimensão limitada da amostra, para
evitar erros de preenchimento ou ausências de resposta a questões, todos os inquéritos foram
verificados e validados no ato de recepção, e nos casos em que se justificava,
complementados na presença do entrevistador, evitando assim a presença de inquéritos não
válidos e/ou com dados omissos.
Tabela 13 - Datas da realização do inquérito
!
Fonte: Elaborado pelo autor
1ª Semana
2ª Semana
3ª Semana
ENTREGA
RECOLHA
ENTREGA
RECOLHA
ENTREGA
RECOLHA
02MAI2012
07MAI2012
07MAI2012
14MAI2012
04MAI2012
04MAI2012
08MAI2012
08MAI2012
11MAI2012
Página'62'de'147'
!!
3.6. Métodos estatísticos
No presente trabalho, dada a preponderância de variáveis do tipo nominal e ordinal, são
utilizadas representações tabulares em que se apresentam frequências absolutas, relativas e
acumuladas.
Na análise das respostas relativas às escalas de Likert são usadas estatísticas descritivas,
como a média, mediana, intervalo de confiança para a média a 95% e desvio padrão.
Adicionalmente, usam-se testes de hipóteses, como teste t e o teste de Friedman para k
amostras emparelhadas. Mais especificamente, o teste t foi usado para testar a igualdade no
valor médio das respostas das empresas residentes no LXFactory e a avaliação do promotor e
o teste de Friedman permitiu avaliar a igualdade da importância atribuída a um conjunto de
itens disponibilidades pela LXFactory, Poder Local e Poder Central na sustentabilidade
económica e financeira dos empreendedores do LXFactory.
Por fim, com o objetivo de análise das características do empreendedor recorreu-se à Análise
Fatorial com rotação varimax. Para verificar a adequabilidade da análise fatorial,
nomeadamente para aferir a qualidade das correlações entre as variáveis de forma a
prosseguir com a análise fatorial, usaram-se os seguintes procedimentos estatísticos: (i)
Kaiser-Meyer-Olkin (KMO)
33
e (ii) Teste de Bartlett
34
. Para a seleção do número de fatores
foi analisado o scree plot, onde os pontos no maior declive são indicativos do número
adequado de componentes a reter e considerado o critério de Kaiser, pelo qual se escolhem
os fatores cuja variância explicada é superior a 1. !
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
33
O KMO (medida de adequação da amostra) é um índice utilizado para avaliar a adequação da análise fatorial. Compara as correlações
de ordem zero com as correlações parciais observadas entre as variáveis e varia entre 0 e 1. Valores elevados do KMO (entre 0,5 e
1,0) indicam que a análise fatorial é adequada; valores inferiores a 0,5 indicam que a análise fatorial não é adequada (na medida em
que existe uma correlação muito fraca entre as variáveis).
34
O teste de esfericidade de Bartlett testa a hipótese da matriz de correlações ser a matriz identidade, caracterizada por um determinante
igual a um.
!
Página'63'de'147'
!!
CAPÍTULO IV
Apresentação e Análise de Resultados
Página'64'de'147'
!!
4. Apresentação e análise de resultados
Neste capítulo iremos apresentar e analisar os resultados obtidos com o tratamento dos dados
recolhidos nos inquéritos realizados, da entrevista e pela observação direta feita no local.
O capítulo esrepartido em 5 pontos:
1. Caracterização do espaço LXFactory;
2. Perfil das empresas e empresários inquiridos;
3. Validação das quatro hipóteses de investigação;
4. Entrevista semiestruturada ao responsável/dinamizador do LXFactory;
5. Avaliação do grau de perceção dos residentes do LXFactory e da empresa
dinamizadora do local;
6. Comparação dos resultados apurados com estudos anteriores.
4.1. Caracterização do espaço LXFactory
O LXFactory está implantado em Alcântara, zona antiga e ribeirinha de Lisboa, nas antigas
instalações inicialmente ocupadas pela Companhia de Tecidos Lisbonenses e no final pela
Gráfica Mirandela, um dos mais importantes complexos fabris da cidade, construídas em
1846, ocupando um espaço total de 23.000m
2
repartidos por 10 edifícios de 1 a 5 pisos
(Apêndice 3).
Trata-se de um aglomerado onde residem atualmente cerca de 100 empresas com contrato
direto de arrendamento com a LXFactory, Lda., e que recebe diariamente, por trabalho direto
e indireto mais de 1300 pessoas, também devido à existência de uma empresa coworking
35
onde o partilhados espaços de trabalho com profissionais independentes e microempresas,
num regime de subarrendamento, funcionando essencialmente como um espaço para start-
ups, geralmente recém-criadas, ou em fase de desenvolvimento e pesquisa de mercados.
Atualmente, a CoworkLisboa conta com cerca de 30 microempresas/empresários em regime
permanente de rotação.
O aumento do ruído na zona e o aumento provocado no trânsito e na dificuldade cada vez
maior de se encontrar um estacionamento para o automóvel particular, justificou em Agosto
de 2011 uma atuação por parte da Provedoria de Justiça que sugeriu à Câmara Municipal de
Lisboa a ponderação da necessidade de um regulamento municipal específico para espaços
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
35
Coworking é um estilo de trabalho que envolve um ambiente de trabalho partilhado, por vezes num mesmo escritório, mas com
atividade diferentes e independentes. Ao contrário de um ambiente típico de escritório, os coworking normalmente não são
empregados da mesma organização.
!
Página'65'de'147'
!!
que concentrem vários estabelecimentos, como o LXFactory, tendo em conta que “não deve
ser ignorada a importância do espaço para as indústrias culturais e para a vida recreativa
da cidade, com a vantagem de requalificar espaços antigos e obsoletos”
36
.
Conforme revisto na literatura no Capitulo II desta dissertação, Kim (2007) refere que, para a
economia criativa, a cultura e a arte são os seus principais ingredientes e que estes
contribuem fortemente para a qualidade e competitividade dos centros urbanos,
revitalizando-os, ao mesmo tempo que a diversidade e concentração de talentos permite ao
local onde estão implantados uma posição mais forte e uma maior riqueza, pois a diversidade
é um elemento crucial para o espaço criativo.
4.2. Perfil das empresas inquiridas
Para a consecução dos objectivos propostos, é fundamental numa primeira análise,
apresentar uma caracterização das empresas residentes no LXFactory.
Nos dados recolhidos do inquérito, verificou-se que 54 empresas, representando 84,4% dos
inquiridos, têm a Indústria Criativa como principal atividade. Adicionalmente, 50% das
empresas têm na sua oferta produtos criativos e/ou produtos de design. Os produtos
tecnológicos o os menos representativos das 3 classes de produtos apresentadas,
representando 18,8% da amostra. Por último, verifica-se que 46,9% das empresas
comercializam também outros tipos de produtos não ligados à indústria criativa (Quadro1).
Quadro 1 - Perfil das empresas
Frequências
Absolutas
%
Atividade Criativa
54
84,4
Produtos oferecidos - Criativos
32
50,0
Produtos oferecidos - Design
32
50,0
Produtos oferecidos - Tecnológicos
12
18,8
Produtos oferecidos - Outros
30
46,9
Fonte: Elaborado pelo autor
Dos inquiridos, 50% iniciaram a sua atividade antes de se instalarem no LXF, até 2008, data
do arranque do projeto LXFactory, tendo-se apenas mudado posteriormente. (Quadro 2).
No que respeita à rotatividade das empresas, verifica-se que 28,1% estão sediadas no LXF
desde 2009, e 51,5% desde 2010, não tendo sido possível recolher dados quanto ás taxas de
ocupação do espaço LXF desde o seu arranque, não sendo assim possível apresentar uma
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
36
Retirado de um artigo do Jornal Sol de 29 de Agosto de 2011. Acedido em 28 de Maio de 2012 através do link:
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=27331
Página'66'de'147'
!!
taxa de rotatividade correspondente (Quadro 2).
Quadro 2 Início de atividade (esquerda) e data de instalação no LXFactory (direita)
Fonte: Elaborado pelo autor
No que respeita ao volume de emprego e formação (Quadro 3), verifica-se que diariamente
mantêm uma atividade regular no LXF mais de 800 pessoas, correspondendo a uma média
de 8,72 empregados por empresa, sendo que a realidade mostra uma grande diversidade na
dimensão das empresas, variando entre 1 a 223 trabalhadores por empresa, comprovando
assim a existência de muitas empresas com apenas com um ou dois recursos humanos
afectos.
Das empresas inquiridas todas têm pelo menos um quadro com formação superior e mais de
50% dos trabalhadores do LXF têm formação superior.
Apesar de se tratar de empresas de indústria criativa, em que os produtos criativos oferecidos
ocupam, juntamente com o design, um lugar de destaque face às tecnologias como se
verificou no quadro 1, a área académica de formação em Artes e Criatividade é a que
apresenta menor valor, aparecendo depois das Tecnologias e da Gestão, que ocupam o
primeiro e segundo lugar, respectivamente.
Quadro 3 Empregabilidade e Formação
Média
D. P.
Min
Max
Mediana
Nº de trabalhadores ao serviço
8,72
27,882
1
223
4
Com formação até 12º ano
4,12
24,871
0
201
0
Com formação superior
4,60
6,533
0
44
3
Com formação em Artes/Criatividade
1,31
0,465
1
2
1
Com formação em Gestão
1,55
0,501
1
2
2
Com formação em Tecnologias
1,78
0,414
1
2
2
Fonte: Elaborado pelo autor
Importa referir, que todas as empresas inquiridas, responderam não ter origem numa
incubadora de empresas.
Frequências
Frequências
Absolutas
%
% Acumulada
Absolutas
%
% Acumulada
1990 a 2004
16
25,0
25,0
Até 2009
18
28,1
28,1
2008
16
25,0
50,0
2010
15
23,4
51,5
2010
17
26,6
76,6
2011
20
31,3
82,8
2012
15
23,4
100,0
2012
11
17,2
100,0
TOTAL
64
100
TOTAL
64
100
Página'67'de'147'
!!
4.3. Validação das hipóteses
4.3.1. O LXFactory é um cluster de indústria criativa
Para a validação desta primeira hipótese, tendo em conta a revisão bibliográfica realizada no
Capítulo II, o estrutura do questionário (Figura 5) apresentado no ponto 3.3 e as tabelas 9 e
10 apresentadas no mesmo ponto, será imprescindível observar os seguintes fatores:
! Localização geográfica das empresas do LXF;
! Atividade económica das empresas;
! Tipologia de produtos oferecidos;
! Vantagens Competitivas: Aprendizagem e eficiência coletiva;
! Características diferenciadoras das indústrias criativas.
Todas as empresas do LXF estão localizadas numas antigas instalações fabris de Lisboa
conforme referido no ponto 4.1, tratando-se assim de uma aldeia indústria localizada,
conforme definição de Marshall e mais tarde apelidada de Cluster por Porter em 1998.
A atividade económica das empresas do LXF na sua maioria (84,4%), conforme apresentado
no ponto 4.2, estão incluídas nos sectores das atividades artísticas e culturais, indústrias
culturais e serviços criativos representadas na tabela 5 da CCDRLVT e complementada com
a tabela 8 - Enquadramento Sectorial e Territorial Tipologia de Clusters da Autoridade de
Gestão do COMPETE, apresentadas na revisão bibliográfica no Capítulo II.
No respeitante à tipologia dos produtos oferecidos, para além de se verificar que 50% das
empresas do LXF oferecem produtos de Design e/ou Criativos (também falado no ponto
4.2), observa-se que 53,2% das empresas oferecem mais do que uma tipologia de produto e
que 50% das empresas que oferecem produtos tecnológicos também estão ligadas ou ao
design ou à criatividade (Quadro 4).
Quadro 4 Tipologia de produtos oferecidos
Frequências
Absolutas
%
Design
32
50,0
Criativos
32
50,0
Tecnológicos
12
18,8
Design + Criativos
18
28,1
Design + Tecnológicos
6
9,4
Criativos + Tecnológicos
6
9,4
Design + Criativos + Tecnológicos
4
6,3
Fonte: Elaborado pelo autor
!
Página'68'de'147'
!!
Quando se fala em clusters, obviamente temos que falar das vantagens competitivas
aprendizagem e eficiência coletiva.
Ao se solicitar uma avaliação do grau de importância de diversos fatores vantagens
competitivas para a decisão do empresário se ter instalado no LXF, pretendeu-se avaliar,
por grau de importância, quais das principais vantagens competitivas na área da
aprendizagem coletiva mais ponderaram na sua decisão.
Das respostas obtidas verificou-se que a localização geográfica foi o principal fator
motivador para a tomada de decisão, seguido da notoriedade e prestígio do espaço LXF e do
facto da existência de outras empresas já lá instaladas (Quadro 5). De salientar o fator com a
pontuação mais baixa - o acesso à mão-de-obra especializada, muito provavelmente, pelas
características e tipologia da indústria criativa.
Quadro 5 Aprendizagem Coletiva Fatores Situacionais
I. C. 95%
Média
D. P.
Min
Max
Mediana
L.I.
L.S.
Localização geográfica
3,94
0,90
1
5
4
3,72
4,16
Notoriedade e prestígio do espaço
LXFactory
3,55
1,20
1
5
4
3,26
3,85
Outras empresas já instaladas no
LXFactory
3,45
1,24
1
5
4
3,14
3,75
Acesso ao mercado
3,28
1,31
1
5
3
2,95
3,60
Possibilidade de
Intercâmbio/relacionamento com o
sistema de arte/cultura, nomeadamente
universidades
2,95
1,42
1
5
3
2,60
3,31
Qualidade ambiental
2,58
1,21
1
5
3
2,28
2,88
Disponibilidade de serviços de apoio ao
desenvolvimento do negócio
2,57
1,31
1
5
3
2,24
2,89
Acesso a mão-de-obra especializada
2,00
1,34
1
5
2
2,01
2,67
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!Onde 1 significa NADA IMPORTANTE e 5 EXTREMAMENTE IMPORTANTE - Fonte: Elaborado pelo autor
A vantagem competitiva da aprendizagem coletiva, será obtida na sua plenitude, quando
existe um conhecimento profissional/pessoal entre os agentes do mesmo cluster, sendo que
no caso da LXF, apenas 25% dos residentes conhecem mais do que 20 das 96 empresas
localizadas no local (Quadro 6).
Quadro 6 Aprendizagem Coletiva - Relacionamento
Frequência
%
% Acumulada
Menos de 20
48
75,0
75,0
Entre 21 e 40
9
14,1
89,1
Entre 41 e 60
4
6,3
95,3
Entre 61 e 80
2
3,1
98,4
Mais de 80
1
1,6
100,0
Total
64
100,0
Fonte: Elaborado pelo autor
Página'69'de'147'
!!
Os residentes do LXF, quando questionados quanto à intenção colocada pelos promotores da
LXF nas suas atividades, como por exemplo o Open Day e as diversas “feiras” que se
realizam ao longo do ano, em relação aos fatores que promoveriam um melhor
aproveitamento da aprendizagem coletiva entre todos os agentes, as respostas de um modo
geral foram negativas, onde a mediana, em todas as situações, apontou para o valor 2
Discordo, sendo que mesmo assim, a promoção do intercâmbio de interesses comuns e a
promoção da formação e do conhecimento das entidades sediadas no LXF foram as que
receberam maior concordância, com médias de 1,52 e 1,58, respectivamente (Quadro 7).
Quadro 7 Aprendizagem Coletiva Fatores Comportamentais
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
Onde 1 significa CONCORDO e 2 DISCORDO - Fonte: Elaborado pelo autor
Questionados quanto ao grau de benefício/vantagem percepcionados por essas iniciativas
promocionais conjuntas do LXF, os resultados revelam que todos beneficiam, poder local,
cluster e indústria, sendo que o maior benefício é para o poder local através da revitalização
da zona urbana. Por outro lado, o estudo indica-nos que os residentes do LXF consideram
que beneficiam mais pelo seu conjunto enquanto cluster do que individualmente enquanto
empresa isolada (Quadro 8).
Quadro 8 Eficiência Coletiva Vantagens e Benefícios
I. C. 95%
Média
D. P.
Min
Max
Mediana
L.I.
L.S.
Para a revitalização da zona urbana
3,97
1,13
1
5
4
3,69
4,25
Para todas as empresas do LXFactory
3,86
0,79
1
5
4
3,67
4,06
Para a Indústria
3,40
1,16
1
5
4
3,11
3,69
Para a sua empresa
2,85
1,41
1
5
3
2,50
3,19
Onde 1 significa NENHUM BENEFÍCIO e 5 BENEFÍCIO ELEVADO - Fonte: Elaborado pelo autor
I. C. 95%
Média
D. P.
Min
Max
Mediana
L.I.
L.S.
Promovem o intercâmbio de interesses comuns
1,52
0,50
1
2
2
1,39
1,64
Promovem a formação e o conhecimento das entidades
sediadas no LXFactory
1,58
0,50
1
2
2
1,45
1,70
Implementam canais de comunicação para as empresas
imergentes e pouco conhecidas
1,63
0,49
1
2
2
1,50
1,75
Estabelecem relações de transferência de conhecimento
entre as empresas
1,64
0,48
1
2
2
1,52
1,76
Estabelecem ligações formais com as universidades ou
outras entidades de I&D
1,73
0,52
1
2
2
1,62
1,85
Promovem/Organizam seminários
1,73
0,48
1
2
2
1,61
1,85
Implementam políticas de acolhimento aos novos
residentes do LXFactory
1,86
0,39
1
2
2
1,76
1,96
Página'70'de'147'
!!
Questionados quanto à intenção dos promotores do LXF na realização das ações
promocionais conjuntas, verificou-se que, na opinião dos inquiridos, a principal intenção é a
promoção do LXF enquanto local e entidade e só depois, as que diretamente contribuem para
o crescimento e desenvolvimento das empresas residentes (Quadro 9).
Quadro 9 Eficiência Coletiva Ações promocionais
!
Onde 1 significa CONCORDO e 2 DISCORDO - Fonte: Elaborado pelo autor
A eficiência coletiva resulta das ações conjuntas planeadas entre as empresas de um cluster,
que permite a redução de custos de produção, distribuição e de negociação, promovendo
assim o desenvolvimento de características de diferenciação levando assim ao reforço da
competitividade.
Questionados sobre a importância desses fatores, comuns a todos os agentes dentro do
cluster, no crescimento do seu negócio, verificou-se que o fator ao qual deram mais
importância foi o do horário de funcionamento, logo seguido da acessibilidade. Todos os
outros fatores, à exceção da impossibilidade da compra do imóvel que foi considerado o
fator menos importante, ocupam lugares de significância equivalente (mediana de 3)
(Quadro 10).
I. C. 95%
Média
D. P.
Min
Max
Mediana
L.I.
L.S.
Tornam o LXFactory mais atrativo
1,17
0,38
1
2
1
1,08
1,27
Qualificam a imagem do local,
particularmente na área das Indústrias
Criativas
1,20
0,41
1
2
1
1,10
1,30
Promovem novos contactos e visitas ao
local
1,36
0,48
1
2
1
1,24
1,48
Apoiam o desenvolvimento das empresas
1,58
0,50
1
2
2
1,45
1,70
Criam oportunidades de emprego direto e
indireto
1,58
0,50
1
2
2
1,45
1,70
Asseguram serviços de acordo com as
necessidades das empresas sediadas no
LXFactory
1,59
0,50
1
2
2
1,47
1,72
Promovem a competitividade empresarial
do local, através da criação de novas
empresas e no desenvolvimento das
empresas existentes
1,66
0,48
1
2
2
1,54
1,78
Editam jornais/revistas locais
1,81
0,43
1
2
2
1,70
1,92
Atuam como um mecanismo formal, junto
de várias instituições, para reduzir as
incertezas
1,86
0,35
1
2
2
1,77
1,95
Apoiam o acesso a recursos fundamentais
(bancos, capitais de risco, agências de
desenvolvimento empresarial)
1,95
0,21
1
2
2
1,90
2,01
Página'71'de'147'
!!
Quadro 10 Eficiência Coletiva Fatores materiais e funcionais
I. C. 95%
Média
D. P.
Min
Max
Mediana
L.I.
L.S.
Horário de funcionamento
3,91
1,169
1
5
4
3,62
4,20
Acessibilidade
3,43
1,185
1
5
4
3,14
3,72
Sentimento de segurança
3,38
1,128
1
5
3
3,11
3,66
Taxa dos serviços
3,34
1,241
1
5
3
3,03
3,65
Limpeza do local
3,02
1,244
1
5
3
2,71
3,32
Relacionamento com o proprietário
3,00
1,323
1
5
3
2,67
3,33
Qualidade das instalações
2,82
1,198
1
5
3
2,52
3,11
Impossibilidade de compra do imóvel
2,42
1,402
1
5
2
2,07
2,76
Onde 1 significa NADA IMPORTANTE e 5 EXTREMAMENTE IMPORTANTE - Fonte: Elaborado pelo autor
Numa avaliação da importância da redução de custos por eficiência coletiva (economias de
escala) e à possibilidade de se ter uma vantagem no acesso à obtenção de apoios financeiros
pelo facto de se instalarem no LXF enquanto cluster (Quadro 11), o custo das instalações foi
destacadamente o principal fator no apoio à tomada de decisão, tendo sido considerado um
fator muito importante. Ainda importante, mas com menor peso, o custo dos transportes foi o
segundo fator considerado mais importante, seguido dos custos de mão-de-obra
especializada e geral. O acesso facilitado aos apoios financeiros foi o fator que apresentou a
menor pontuação não tendo sido por isso considerado um fator importante para a tomada de
decisão.
Quadro 11 Eficiência Coletiva Custos e financiamento
I. C. 95%
Média
D. P.
Min
Max
Mediana
L.I.
L.S.
Custo das instalações
4,00
1,19
1
5
4
3,24
3,83
Custo de transportes
2,82
1,13
1
5
3
2,54
3,10
Custo de mão-de-obra
especializada
2,08
1,12
1
5
2
1,80
2,36
Custo de mão-de-obra
2,06
1,10
1
5
2
1,79
2,33
Apoios financeiros
1,49
0,90
1
5
1
1,27
1,72
Onde 1 significa NADA IMPORTANTE e 5 EXTREMAMENTE IMPORTANTE - Fonte: Elaborado pelo autor
O relatório NESTA - National Endowment for Science Technology and the Arts (NESTA,
2003) referido na revisão bibliográfica no Capítulo II, enumera algumas das características
diferenciadoras que caracterizam o sector das indústrias criativas, e com base nesse relatório,
solicitámos aos inquiridos, que nos indicassem o seu grau de concordância na caracterização
do espaço LXFactory.
O resultado da avaliação mostrou que o LXF é um espaço destinado apenas a empresas
individuais, micro e PME’s e que os seus negócios criativos contribuem para lhe dar
carácter, tornando-o mais atrativo, vibrante e vanguardista (Quadro 12). Todas as
Página'72'de'147'
!!
características apresentadas são reconhecidas positivamente, sendo a menos reconhecida, e
de acordo com as respostas dadas anteriormente (Quadros 5 e 7), a ligação dos
empreendedores criativos ás instituições de ensino, nomeadamente a universidades, é a
característica que menos caracteriza o LXF na perspetiva das empresas residentes.
Quadro 12 Características diferenciadoras
I. C. 95%
Média
D. P.
Min
Max
Mediana
L.I.
L.S.
O LXFactory é um espaço destinado a
empresas Individuais, Micro e PME’s
4,14
0,85
2
5
4
3,93
4,35
Os negócios criativos do LXFactory
contribuem para lhe dar carácter, tornando-o
mais atrativo, vibrante e vanguardista
4,13
0,97
1
5
4
3,88
4,37
Os valores culturais e empresariais têm um
impacto direto no reforço da identidade
territorial no LXFactory
3,94
1,08
1
5
4
3,67
4,21
As empresas do LXFactory preocupam-se com
o design e com a criação de ambientes
exclusivos
3,91
0,81
1
5
4
3,70
4,11
As empresas do LXFactory apresentam
modelos de negócio flexíveis e inovadores
3,84
0,90
2
5
4
3,62
4,07
Este fator ajuda os negócios a crescer, permite
a atração e a retenção da comunidade criativa
talentosa que procura a reputação do lugar,
qualidade de vida e uma oferta cultural de
prestígio
3,50
1,11
1
5
4
3,22
3,78
O LXFactory oferece espaços de trabalho
inclusivos e agradáveis onde a formação de
redes entre as empresas e indivíduos é
facilitada
3,25
1,23
1
5
3
2,94
3,56
Os empreendedores criativos do LXFactory
mantêm fortes laços com uma variedade de
instituições, em particular com as
universidades, onde procuram obter tecnologia
e métodos de trabalho, fazem recrutamento e
se desenvolvem profissionalmente
2,77
0,94
1
5
3
2,53
3,00
Onde 1 significa DISCORDO TOTALMENTE e 5 CONCORDO TOTALMENTE - Fonte: Elaborado pelo autor
Em conclusão, o LXF é um aglomerado de empresas, geograficamente próximas e que
maioritariamente desenvolvem a sua atividade dentro do sector criativo.
Pelo facto dos empreendedores do espaço LXF não manterem na sua grande maioria,
relações pessoais e profissionais entre si, e desconhecerem grande parte dos negócios
criativos que se geram diariamente no local, não permitindo assim uma partilha do
conhecimento e das ferramentas que se desenvolvem para o bem coletivo, as vantagens
competitivas, no que respeita à aprendizagem coletiva, próprias e naturais dos clusters de
indústria criativa, não representam um benefício efetivo para os residentes do LXF.
Deste modo, o fator competitividade pode não se desenvolver de uma forma tão eficaz como
nos clusters que utilizam esta vantagem e a desenvolvem como parte integrante das suas
estratégias de negócio.
Página'73'de'147'
!!
Devido à situação referida anteriormente e tendo em conta os resultados globais obtidos, fica
comprovado que mesmo que ainda se encontre em fase de desenvolvimento, o LXFactory é
efetivamente um micro cluster ou cluster local de indústria criativa, validando assim a
hipótese de investigação.
4.3.2. O LXFactory como cluster de indústria criativa é dinamizador de empreendedorismo
Drucker (1985) refere que os empreendedores são pessoas com características inovadoras e
que a inovação é a sua ferramenta específica na exploração da mudança como uma
oportunidade para a criação de um novo negócio ou um serviço diferente.
Neste estudo, apenas se irá analisar o empreendedor que cria um novo negocio, criando
assim o seu próprio emprego e, em alguns casos, com o desenvolvimento da sua empresa, se
torna um novo empregador.
Tendo sido colocada a questão 3.3 no inquérito, conforme proposto pelos inquiridos do pré-
teste, com o objectivo de se avaliar a evolução da empregabilidade das empresas desde a sua
instalação no LXF, os resultados obtidos não tiverem significado devido ao facto de poucos
terem respondido a esta questão alegando desconhecimento e/ou ausência de relatórios de
gestão.
Com base no estudo realizado, verificou-se que 28,1% dos inquiridos iniciaram a sua
atividade tendo como primeira morada de sede o LXFactory (Quadro 13).
Para além desta capacidade empreendedora, se tivermos em conta as empresas criadas e
desenvolvidas nos primeiros tempos no espaço cowork existente no LXF, onde atualmente
existem cerca de 30 start-ups, à data deste estudo, a percentagem de empresas criadas dentro
do espaço LXFactory subiria para valores superiores a 50%.
As empresas sediadas no CoworkLisboa não fizeram parte da população inquirida, visto não
terem qualquer contacto nem contrato formal com a LXFactory, Lda..
Questionados sobre a origem do seu negócio (Quadro 13), 51,6% dos inquiridos
responderam que este deriva da extensão da sua atividade profissional demonstrando, assim,
que da totalidade dos negócios existentes atualmente no LXF, mais de 50% são empresas
onde os empreendedores criaram os seus próprios empregos.
Página'74'de'147'
!!
A segunda escolha mais pontuada foi a que o seu negócio é único e que se saiba não existe
outro igual ou semelhante, evidenciando assim a principal característica dos empreendedores
A Inovação.
Quadro 13 Início da Atividade vs Situação do Empreendedor
O início de atividade da empresa é
anterior à data de instalação no
LXFactory
Identifique a sua situação de empreendedor
Sim
Não
%
Freq.
Absoluta
O meu negócio é único. Que eu saiba não existe outro igual ou semelhante
9
4
20,3
13
Tive conhecimento deste negócio e apliquei-o no LXFactory
1
2
4,7
3
O meu negócio deriva de uma extensão à minha atividade profissional
24
9
51,6
33
Fui convidado para explorar este novo conceito de negócio
5
1
9,4
6
Este negócio nasceu do desenvolvimento de um trabalho académico
3
0
4,7
3
Entrei neste negócio porque o adquiri
4
2
9,4
6
71,9%
28,1%
Fonte: Elaborado pelo autor
Pelos resultados apresentados fica comprovada hipótese 2 desta investigação, em que o
LXFactory é um cluster de indústrias criativas e é dinamizador de empreendedorismo.
4.3.3. A sustentabilidade económica e financeira dos empreendedores do LXFactory está
dependente dos apoios governamentais, políticas regionais e do papel “motivador” dos
responsáveis pelo cluster criativo.
Ao colocar a questão de avaliação do grau de importância dos apoios dos agentes
dinamizador do LXF, poder local e poder central para o desenvolvimento e crescimento
dos negócios dos residentes, pretendeu-se avaliar o grau de dependência que as empresas
residentes no LXF têm desses apoios estatais e da necessidade de gestão, organização e de
manutenção ativa do espaço criativo por parte do proprietário e dinamizador do LXF, no que
se refere à retenção dos atuais residentes e na captação de novos talentos.
A análise dos resultados (Quadro 14), permite-nos verificar que a importância dos apoios do
poder local e central não são avaliados como importantes para a sustentabilidade e
crescimento dos negócios instalados no LXF, mas, por outro lado, todos os fatores
apresentados são considerados importantes no que respeita ao apoio dos dinamizadores do
cluster, tendo sido considerados como mais importantes aqueles que envolvem o
relacionamento pessoal e profissional entre as entidades. Acresce que o teste não
paramétrico de Friedman para amostras emparelhadas revelou que a importância atribuída a
Página'75'de'147'
!!
todos os apoios considerados é superior para o dinamizador relativamente ao poder local e ao
poder central.
Quadro 14 Dependência funcional e relacional
LXFactory
Poder local
Poder Central
Teste de Friedman
Média
D.P.
Média
D.P.
Média
D.P.
X
2
p
Proximidade/Facilidade de
estabelecer contactos
3,75
1,07
1,86
1,19
1,77
1,10
102,58
0,00
Relações de negócio
3,50
1,17
1,84
1,29
1,81
1,22
92,78
0,00
Acessibilidade/Facilidade em reunir
3,47
1,21
1,84
1,17
1,61
1,00
96,61
0,00
Relações de amizade
3,33
1,07
1,59
0,94
1,56
0,92
100,82
0,00
Importância no desenvolvimento do
seu negócio no LXFactory
3,20
1,32
2,05
1,27
1,75
1,08
61,45
0,00
Capacidade de gestão integrada de
todos os recursos
3,05
1,17
1,64
1,03
1,53
0,91
82,03
0,00
Utilidade dos serviços de apoio
prestados
2,95
1,11
1,73
1,01
1,55
0,89
72,81
0,00
Capacidade de resposta às
necessidades das empresas
2,92
1,17
1,61
1,02
1,47
0,91
86,25
0,00
Prestação de informações úteis
2,86
1,11
1,84
1,09
1,59
0,90
64,29
0,00
Eficácia dos canais relacionamento /
comunicação
2,84
1,17
1,64
0,95
1,52
0,93
76,60
0,00
Fornecimento de mecanismos úteis de
acesso à informação
2,78
1,27
1,69
0,94
1,52
0,85
63,58
0,00
Eficácia nas orientações estratégicas
de planeamento e marketing
2,75
1,23
1,61
0,94
1,52
0,85
76,61
0,00
Onde 1 significa NADA IMPORTANTE e 5 EXTREMAMENTE IMPORTANTE - Fonte: Elaborado pelo autor
Para a sustentabilidade do projeto LXF ser uma realidade será de todo necessário para além
da constante necessidade de gestão e coordenação do cluster com o objectivo de reter os
atuais residentes, salvaguardar as condições mínimas necessárias para a captação de novas
indústrias como fator decisivo e fundamental.
Questionados quanto ao grau de importância de determinados fatores para a fixação de novas
empresas no LXF (Quadro 15), verificou-se que a manutenção e crescimento do prestígio e
da notoriedade do LXF como “fábrica criativa” será fundamental para a captação de novos
talentos criativos. Por outro lado, a flexibilidade de mudança de instalações com a
possibilidade destas poderem acompanhar o crescimento dos negócios será vital para a
captação de novas indústrias como também para a fixação das atuais, evitando assim a saída
do espaço LXF por insuficiência ou inadequação das instalações.
O serviço de consultoria e aconselhamento empresarial foi o fator que apresentou a menor
pontuação, demonstrando assim que os negócios criativos o únicos” sendo geridos de
uma forma única e personalizada.
Página'76'de'147'
!!
Quadro 15 Fixação de novas indústrias
I. C. 95%
Média
D. P.
Min
Max
Mediana
L.I.
L.S.
Prestígio/notoriedade do local (LXFactory)
4,31
0,73
2
5
4
4,13
4,50
Possibilidade de expansão
3,72
1,61
1
5
4
3,43
4,01
Oferta de espaços comuns (auditório, sala de
reuniões, restaurante, etc.)
3,56
1,21
1
5
4
3,26
3,86
Possibilidade de intercâmbio com outros
espaços semelhantes
3,44
1,15
1
5
3
3,15
3,73
Qualidade das instalações
3,22
1,28
1
5
3
2,90
3,54
Serviços de secretariado e administrativos de
apoio
2,55
1,27
1
5
3
2,23
2,86
Gestão / aconselhamento empresarial
2,36
1,33
1
5
2
2,03
2,69
Onde 1 significa NADA IMPORTANTE e 5 EXTREMAMENTE IMPORTANTE - Fonte: Elaborado pelo autor
Quando questionados quanto à sustentabilidade económica do projeto LXF, 50% dos
inquiridos qualificam como probabilidade elevada, demonstrando assim confiança no projeto
instalado. no que respeita à probabilidade de um dia mais tarde o seu negócio sair do
espaço LXF, as opiniões dividem-se, com uma ligeira opinião desfavorável à possibilidade
de se virem a manter no cluster (Quadro 16 e Gráfico 2).
Quadro 16 Sustentabilidade
I. C. 95%
Média
D. P.
Min
Max
Mediana
L.I.
L.S.
Como qualifica a Sustentabilidade Económica
do Projecto LXFactory
3,86
0,85
1
5
4
3,65
4,07
Qual a probabilidade da sua empresa sair num
futuro próximo do LXFactory
2,97
1,28
1
5
3
2,65
3,29
Onde 1 significa FRACA/ELEVADA PROBABILIDADE e 5 ELEVADA/NENHUMA PROBABILIDADE - Fonte: Elaborado pelo autor
Gráfico 2 Sustentabilidade Económica
!
!
Fonte: Elaborado pelo autor
Página'77'de'147'
!!
Quanto à probabilidade de num futuro próximo poderem vir a deixar o LXF ter obtido uma
ligeira tendência positiva, quando de uma forma expressiva os mesmos inquiridos
responderam que acreditam no projeto LXFactory, demonstra que algo terá que ser
melhorado no que respeita ao sentimento de pertença dos empreendedores. Só será possível
inverter este resultado quando os empreendedores sentirem que fazendo parte deste cluster
criativo, partilhando o seu talento, o conhecimento, a inovação e a inteligência por todos os
residentes da “ilha criativa”, e perceberão qual o seu impacto no crescimento e
sustentabilidade económica do seu negócio e do projeto em si, ganhando assim um
sentimento de pertença como se de um “gestor de projeto” se tratasse.
Desta forma, fica validada a 3ª hipótese de investigação, sendo verdadeira no que respeita ao
papel do dinamizador do espaço LXF na sustentabilidade económica e financeira dos
empreendedores criativos do LXF, mas não na importância dos apoios governamentais e nas
politicas regionais Poder Central e Local.
4.3.4. O estímulo ao empreendedorismo criativo surge como uma oportunidade e o como
uma solução
Conforme descrito no ponto 3.1 desta dissertação, a quarta hipótese foi levantada tendo em
conta o momento atual em que vive a economia portuguesa e mundial, permitindo assim
uma melhor interpretação dos resultados finais desta investigação ajustando assim as
conclusões retiradas tendo em conta, ou não, esse fator económico que o país vive onde o
desemprego tem sido uma realidade não displicente.
Por outro lado, a avaliação do grau de importâncias das afirmações colocadas na questão 5.1
de inquérito (Quadro 17) no que respeita à tomada de decisão de se tornar um empreendedor,
permitiram avaliar se as principais características de um empreendedor estão ou não latentes
nos residentes do LXF.
A mesma análise permitiu também verificar que as principais características dos
empreendedores citadas por diversos autores de referência estão latentes nos residentes do
LXF, tendo a condição da criação do próprio emprego criação de negócio próprio - sido a
principal escolha dos inquiridos indo assim ao encontro da análise efectuada do ponto 4.3.2
validação da segunda hipótese (Quadro 13).
A condição Porque posso construir um negócio com a família e amigos, e trabalhar juntos
por uma causa comumocupou o último lugar das escolhas superiores à média, mostrando
assim que a característica cultural dos empresários portugueses empresa familiar tem
Página'78'de'147'
!!
também um peso relativo na decisão dos empreendedores das indústrias criativas residentes
no LXF.
Quadro 17 Características do Empreendedor
!
I. C. 95%
Média
D. P.
Min
Max
Mediana
L.I.
L.S.
Tornei-me empreendedor porque apostei numa
atividade própria
4,39
1,00
1
5
5
4,14
4,64
Porque dá a oportunidade de fazer aquilo que
realmente gosto de fazer
4,28
1,02
1
5
5
4,03
4,53
O negócio ajusta-se à minha formação
académica
3,95
1,23
1
5
4
3,65
4,26
Construir uma equipa e desenvolver talento é
muito gratificante
3,94
1,13
1
5
4
3,66
4,22
Porque o risco e a incerteza, quando
identificados, fazem parte do entusiasmo e da
motivação do empreendedor
3,92
1,40
1
5
3
2,57
3,27
Porque a independência e a liberdade fazem
uma pessoa verdadeiramente feliz
3,88
1,20
1
5
4
3,57
4,18
Porque criar uma empresa de sucesso é a
melhor marca que uma pessoa pode deixar
3,61
1,38
1
5
4
3,27
3,95
Porque me dá um motivo para saltar da cama
todas as manhãs
3,53
1,33
1
5
4
3,20
3,86
A minha empresa resulta do surgimento de
uma oportunidade de negócio
3,42
1,32
1
5
4
3,09
3,75
Relacionamento com atividade profissional
atual
3,31
1,55
1
5
4
2,92
3,70
A minha empresa nasceu pela realização de um
antigo sonho
3,27
1,31
1
5
3
2,94
3,59
Porque posso construir um negócio com a
família e amigos, e trabalhar juntos por uma
causa comum
2,72
1,41
1
5
3
2,37
3,07
Porque não encontrei outra solução de
sobrevivência
1,44
0,92
1
5
1
1,21
1,67
Tornei-me empreendedor devido à atual
escassez de emprego
1,41
1,04
1
5
1
1,15
1,66
A empresa onde trabalhava entrou em falência
1,34
0,88
1
5
1
1,12
1,56
Fui motivado a abrir o meu negócio pela
Instituição de Ensino onde estudei
1,28
0,95
1
5
1
1,04
1,52
Fui despedido do meu anterior emprego
1,13
0,70
1
5
1
0,95
1,30
Onde 1 significa NADA IMPORTANTE e 5 EXTREMAMENTE IMPORTANTE - Fonte: Elaborado pelo autor
Os resultados da Análise Fatorial revelaram que estas afirmações estão repartidas em dois
grupos, oportunidade e solução, podendo ainda o grupo da oportunidade ser repartido em
dois subgrupos, separando as características inatas do empreendedor das circunstanciais
conforme tabela seguinte. Estes três fatores explicam em conjunto 45,12% da variância.
!
Página'79'de'147'
!!
Quadro 18 Análise Fatorial - Características do Empreendedor
Oportunidade
Solução
Inato
Circunstancial
1
3
2
A minha empresa nasceu pela realização de um antigo sonho
0,80
Construir uma equipa e desenvolver talento é muito gratificante
0,65
Porque a independência e a liberdade fazem uma pessoa verdadeiramente
feliz
0,71
Porque posso construir um negócio com a família e amigos, e trabalhar
juntos por uma causa comum
0,66
Porque criar uma empresa de sucesso é a melhor marca que uma pessoa
pode deixar
0,76
Porque me dá um motivo para saltar da cama todas as manhãs
0,71
Porque dá a oportunidade de fazer aquilo que realmente gosto de fazer
0,75
Porque o risco e a incerteza, quando identificados, fazem parte do
entusiasmo e da motivação do empreendedor
0,53
Relacionamento com atividade profissional atual
0,59
Tornei-me empreendedor porque apostei numa atividade própria
0,47
A minha empresa resulta do surgimento de uma oportunidade de negócio
0,47
O negócio ajusta-se à minha formação académica
0,77
A empresa onde trabalhava entrou em falência
0,47
Fui despedido do meu anterior emprego
0,67
Tornei-me empreendedor devido à atual escassez de emprego
0,63
Porque não encontrei outra solução de sobrevivência
0,79
Valor próprio
4,15
1,53
1,99
Variância explicada (%)
24,42
8,99
11,71
KMO=0,88; Teste de Bartlett χ2=980; p=0,00 - Fonte: Elaborado pelo autor.
O cálculo do valor médio por fator revelou que a maior pontuação foi obtida para os
indicadores ‘Oportunidade Circunstancial (3,92) e ‘Oportunidade Inato’ (3,49). Os
indicadores de ‘Solução’ registaram um valor médio bastante inferior (1,33).
Quadro 19 Análise de dimensões - Características do Empreendedor
Oportunidade
Solução
Inato
Circunstancial
Média
3,49
3,92
1,33
Desvio Padrão
0,47
0,40
0,12
Fonte: Elaborado pelo autor
A análise dos resultados permite-nos concluir que a decisão de se tornarem empreendedores
surgiu de uma oportunidade e não de uma solução, validando assim a hipótese de
investigação.
Página'80'de'147'
!!
4.4. Entrevista ao responsável da LXFactory, Lda.
No decorrer do preenchimento do questionário por parte do responsável/dinamizador do
espaço LXF, realizou-se uma entrevista semiestruturada, aproveitando o tema das questões
do inquérito para obtenção de mais dados e informações e que, de alguma forma, pudessem
vir a ser importantes para a investigação.
A entrevista ao responsável/dinamizador da LXFactory ocorreu em 28 de Março de 2012. A
reunião teve a duração de 2 horas.
A LXFactory, Lda. é uma empresa do Grupo Mainside Investments SGPS, S.A. e tem como
única atividade a gestão do espaço imobiliário (cluster LXFactory).
Os escritórios centrais da empresa são da Rua de São Paulo, nº. 20 2º. andar em Lisboa em
partilha com outras empresas do grupo, ficando a menos de 1Km do espaço LXFactory
(Zona de Santos/Alcântara).
Apesar de ter sido criada em termos legais em 2007, a atividade da LXFactory se tornou
visível no 2º. Semestre de 2008, tempo necessário para a elaboração do projeto, negociação
com as entidades envolvidas e estabelecimento de contactos de empresas “tipo âncora” para
a abertura do cluster. A escolha e o convite dessas empresas “âncora” foram feitos com a
colaboração da Câmara Municipal de Lisboa.
Foi realizado um plano de ação de médio prazo com estratégias de execução fundamentais e
não alteráveisassim como com estratégias de execução anuais, adaptadas ao crescimento,
desenvolvimento e adaptação à realidade a cada momento. Apesar do surgimento do cluster
de indústrias criativas não ter nascido de forma espontânea, mas sim intencional, o seu
crescimento e desenvolvimento está muito dependente da mutação constante das
características do mercado, das oportunidades e ameaças, e do sucesso dos negócios dos
residentes e da sua manutenção dentro do espaço LXF.
A empresa LXFactory tem dedicados ao projeto 11 pessoas com ocupação superior a 50% do
horário laboral, 7 na área de gestão Administrativa, Financeira, Marketing e Comunicação,
todos com formação académica superior, e 4 nas áreas de serviços de manutenção com
formação académica até ao 12º. ano, não havendo qualquer cargo de exclusividade à
LXFactory, Lda. Todos os restantes serviços são prestados em outsourcing pela empresa mãe
Mainside, S.A..
Página'81'de'147'
!!
Pela dinâmica de desenvolvimento e crescimento do espaço e dos negócios dos próprios
residentes, torna-se praticamente impossível para a LXFactory manter uma base de dados
sempre atualizada no que respeita a empregabilidade e volume de negócios, sendo que a
gestora do projeto, Dra. Filipa Baptista conhece e tem contactos permanentes com a
totalidade dos residentes.
Para o Eng.º José Carlos Queiroz Carvalho, Administrador e Presidente da Mainside, S.A. e
principal responsável pela criação e dinamização da LXFactory, o projeto reparte-se em 3
fases, sendo 50% gastos na sua criação, 25% gastos na implementação e os restantes 25%
na manutenção, inovação e criatividade permanentes para a fixação dos residentes e
sustentabilidade do projeto, sendo os últimos um fator critico de sucesso onde se centram as
principais atenções atuais na gestão do projeto.
No que respeita a empregabilidade, a perceção da gestão é que atualmente o espaço
LXFactory emprega cerca de 1000 pessoas diretamente e um número muito elevado de
trabalho indireto devido ao elevado número de fornecedores atuais.
Por esse motivo, o aumento substancial do movimento naquela área urbana tem sido
crescente, tendo inclusive provocado algumas reclamações por parte dos moradores e
comércios locais, principalmente no que respeita ao transito, estacionamento, barulho e lixo.
Esta situação foi dada a conhecer à CML através de ofício da comissão de moradores, tendo
havido uma reunião marcada pelo executivo camarário, com a presenças de todas as partes
envolvidas, para tomada de consciência dos factos e procurar arranjar medidas para
resolução da situação. Segundo o responsável da LXF, dessa reunião, o principal “acusado”
foi a CML que deverá dar mais atenção ao crescimento do movimento na zona urbana e que
deveria implementar medidas de transito e de recolha de lixo mais eficazes. Em relação ao
barulho, a reclamação não teve grande impacto, visto serem situações pontuais de eventos
organizados pela LXF, e devido à presença de uma esquadra de polícia a cerca de 100
metros do local.
Em relação à opinião dos moradores quanto à presença da LXF naquele local, foi dito pelos
responsáveis da comissão de moradores, que o nascimento da LXF nas antigas instalações da
gráfica Mirandela, foi um bem para todos e principalmente para o bairro, tendo-lhe dado
mais vida e trazendo acima de tudo muitos turistas para a zona.
Em relação ás vantagens competitivas através das economias de escala em custos fixos e
variáveis para os residentes, elas são bem percepcionadas por todas as empresas, apesar da
Página'82'de'147'
!!
atual conjuntura económica do país ter alterado negativamente a vantagem inicial
conseguida no custo de m
2
de espaço ocupado por cada empresa, visto que o mercado
imobiliário tem sofrido fortes quebras, e como tal, os preços de mercado têm estado em
queda, tendo mesmo assim, a gestão do LXFactory, mantido a mesma política de preços
como fator fundamental para o sucesso do projeto, não havendo até à data sinais de saída
nem de reclamação de residentes do espaço por esse motivo.
Em relação à sustentabilidade económica do projeto, para o Eng.º Queiroz Carvalho não está
em causa a sua sustentabilidade, antes pelo contrário, apesar de não se tratar de um negócio
de margens elevadas e/ou crescentes.
4.5. Avaliação do grau de perceção dos residentes do LXFactory e do dinamizador do local
Neste ponto iremos apresentar uma análise conclusiva da confrontação dos resultados
obtidos nos questionários realizados aos residentes e ao dinamizador do cluster, para assim
se poder melhor observar as divergências e/ou convergências entre a intensão das ações do
dinamizador e a perceção tida pelos empreendedores do LXFactory dessas ações.
Quando questionados quanto aos fatores mais importantes que levaram os empreendedores
do LXF a tomarem a decisão de se instalarem no cluster (Gráfico 3 e Quadro 20), com o
objectivo de se perceber quais os principais fatores a ter em conta para a captação de novos
empreendedores criativos, garantindo assim a sustentabilidade de um cluster de indústrias
criativas, os dois considerados mais importantes pelos residentes fazem parte também das
principais escolhas do dinamizador do LXF custo das instalações (4,0 e 5,0) e
‘localização geográfica(3,9 e 4,0).
Os apoios financeiros(1,5 e 4,0) e o custo de mão-de-obra especializada(2,1 e 5,0) são
os fatores que apresentam uma maior diferença, sendo considerado, muito importante e
extremamente importante para o dinamizador, ao contrário dos residentes, que os
consideraram fatores de menor importância.
O custo dos transportes(2,8 e 2,0), que não foi valorizado pelo dinamizador, é o segundo
fator de custos mais valorizado pelos empreendedores. Em relação a todos os outros fatores
apresentados, à exceção do custo de mão-de-obra(2,1 e 2,0), todos foram sobreavaliados
pelo dinamizador face aos resultados obtidos dos inquéritos aos residentes.
Página'83'de'147'
!!
Gráfico 3 Fatores de decisão de instalação no Projecto LXFactory
!
Onde 1 significa NADA IMPORTANTE e 5 EXTREMAMENTE IMPORTANTE
Fonte: Elaborado pelo autor
Quadro 20 Teste T Fatores de decisão de instalação no Projecto LXFactory
!
Residentes
LXF
T
p
Localização geográfica
3,90
4,00
-0,552
0,583
Notoriedade e prestígio do espaço LXFactory
3,60
5,00
-9,720
0,000
Outras empresas já instaladas no LXFactory
3,50
5,00
-10,121
0,000
Acesso ao mercado
3,30
4,00
-4,467
0,000
Possibilidade de Intercâmbio/relacionamento com o
sistema de arte/cultura, nomeadamente universidades
3,00
5,00
-11,626
0,000
Qualidade ambiental
2,60
5,00
-16,087
0,000
Disponibilidade de serviços de apoio ao desenvolvimento
do negócio
2,60
4,00
-8,801
0,000
Acesso a mão-de-obra especializada
2,00
5,00
-16,039
0,000
Custo das instalações
4,00
5,00
-9,928
0,000
Custo de transportes
2,80
2,00
5,815
0,000
Custo de mão-de-obra especializada
2,10
5,00
-20,998
0,000
Custo de mão-de-obra
2,10
2,00
0,450
0,654
Apoios financeiros
1,50
4,00
-22,377
0,000
Fonte: Elaborado pelo autor
Considerando um nível de significância de 5%, observa-se a existência de diferenças
significativas na pontuação média atribuída pelos residentes relativamente à LXF em todos
os itens, com exceção da Localização Geográficae Custo de mão-de-obra’.
Quando questionados quanto à importância de determinados fatores, relativos à sua
localização no LXF, para o crescimento do seu negócio (Gráfico 4 e Quadro 21), - vantagens
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Página'84'de'147'
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competitivas de eficiência coletiva - apenas houve algum consenso no fator do ‘sentimento
de segurança(3,4 e 3,5), todos os outros, à exceção do relacionamento com o proprietário
(3,0 e 5,0), que foi sobreavaliado pelo dinamizador, obtiveram graus de importância
inferiores por parte do dinamizador em relação aos residentes.
Nesta questão importa realçar que, para os residentes, todas as questões tiveram uma
avaliação de muito importante e importante ao contrário do dinamizador que considerou 6
dos 8 fatores de pouco ou nada importante.
Gráfico 4 Principais fatores no crescimento do negócio
!
!
Onde 1 significa NADA IMPORTANTE e 5 EXTREMAMENTE IMPORTANTE - Fonte: Elaborado pelo autor
!
Quadro 21 Teste T Principais fatores no crescimento do negócio
Residentes
LXF
T
p
Horário de funcionamento
3,90
1,00
20,055
0,000
Acessibilidade
3,40
1,00
16,532
0,000
Sentimento de segurança
3,40
3,00
2,750
0,008
Taxa dos serviços
3,30
1,00
15,193
0,000
Limpeza do local
3,00
2,00
6,583
0,000
Relacionamento com o proprietário
3,00
5,00
-12,189
0,000
Qualidade das instalações
2,80
1,00
12,222
0,000
Impossibilidade de compra do imóvel
2,40
1,00
8,140
0,000
Fonte: Elaborado pelo autor
Considerando um nível de significância de 5%, observa-se a existência de diferenças
significativas na pontuação média atribuída pelos residentes relativamente à LXF em todos
os itens, apesar de haver uma aproximação no fator sentimento de segurança(p=0,008) não
deixando mesmo assim de se considerar a diferença como estatisticamente significativa.
Em relação aos benefícios e vantagens percepcionados pelos residentes face às ações
conjuntas de divulgação do espaço LXF (Gráfico 5 e Quadro 22), todas as respostas
registaram um valor médio superior a 3, onde a maior diferença encontrada foi na situação
Para a sua empresa(2,9 e 5,0) que para o dinamizador o benefício/vantagem é tão elevado
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quanto para a revitalização da zona urbana(4,0 e 5,0) tal como para os residentes constitui
a principal escolha realizada.
Gráfico 5 Beneficiários das ações promocionais conjuntas
!
!
Onde 1 significa NENHUM BENEFÍCIO e 5 BENEFÍCIO ELEVADO - Fonte: Elaborado pelo autor
Quadro 22 Teste T Beneficiários das ações promocionais conjuntas
Residentes
LXF
T
p
Para a revitalização da zona urbana
4,00
5,00
-7,345
0,000
Para todas as empresas do LXFactory
3,90
4,00
-1,416
0,162
Para a Indústria
3,40
4,00
-4,183
0,000
Para a sua empresa
2,90
5,00
-12,353
0,000
Fonte: Elaborado pelo autor
Com exceção de Para todas as empresas do LXFactory(p=0,162) e, considerando um nível
de significância de 5%, observa-se a existência de diferenças significativas na pontuação
média atribuída pelos residentes relativamente à LXF nos restantes 3 itens.
Analisando o grau de dependência dos residentes em relação ao proprietário do espaço
LXF (Gráfico 6 e Quadro 23), na medida em que os resultados dos inquéritos em relação à
dependência dos agentes públicos (poder local e central) terem sido consideradas de nada
importante por ambos, neste campo, também todas as respostas registaram um valor dio
superior a 3, tendo as maiores diferenças sido encontradas na importância no
desenvolvimento do negócio dos residentes no LXFactory (3,2 e 5,0), na capacidade de
resposta às necessidades das empresas residentes (2,9 e 5.0) e no fornecimento de
mecanismos úteis de acesso à informação (2,8 e 5,0). O fator que apresentou maior
aproximação de valor médio foi Proximidade/Facilidade de estabelecer contatos(3,8 e 4,0).
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Página'86'de'147'
!!
Gráfico 6 Dependência relativa ao dinamizador LXF
!
Onde 1 significa NADA IMPORTANTE e 5 EXTREMAMENTE IMPORTANTE
Fonte: Elaborado pelo autor
!
Quadro 23 Teste T Dependência relativa ao dinamizador LXF
Residentes
LXF
T
p
Proximidade/Facilidade de estabelecer contactos
3,80
4,00
-1,870
0,066
Relações de negócio
3,50
3,00
3,419
0,001
Acessibilidade/Facilidade em reunir
3,50
4,00
-3,513
0,001
Relações de amizade
3,30
4,00
-5,009
0,000
Importância no desenvolvimento do seu negócio no LXFactory
3,20
5,00
-10,709
0,000
Capacidade de gestão integrada de todos os recursos
3,10
4,00
-6,461
0,000
Utilidade dos serviços de apoio prestados
3,00
4,00
-7,531
0,000
Capacidade de resposta às necessidades das empresas
2,90
5,00
-13,845
0,000
Prestação de informações úteis
2,90
4,00
-8,149
0,000
Eficácia dos canais relacionamento/comunicação
2,80
4,00
-7,838
0,000
Fornecimento de mecanismos úteis de acesso à informação
2,80
5,00
-13,700
0,000
Eficácia nas orientações estratégicas de planeamento e marketing
2,80
4,00
-8,038
0,000
Fonte: Elaborado pelo autor
Para um nível de significância de 5%, observa-se a existência de diferenças significativas na
pontuação média atribuída pelos residentes relativamente à LXF em todos os itens, à exceção
da Proximidade/Facilidade de estabelecer contactos(p=0,066).
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Página'87'de'147'
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Quanto questionados quanto à concordância ou não das diversas intensões dos promotores
do LXF nas suas atividades promocionais (Gráfico 7 e Quadro 24), pretendeu-se de uma
forma muito direta entender se as intensões comunicacionais do dinamizador estão ou não a
ser percepcionadas pelos residentes da forma desejada. Esta foi a questão que maior
divergência obteve em todo o estudo, onde os residentes apenas percepcionam vantagens
para o espaço físico LXF tendo avaliado negativamente todas as restantes que se dirigiam a
eles enquanto empresários. A avaliação do dinamizador foi de Concordo para todos os
fatores apresentados.
De salientar, que no fator ‘apoio no acesso a recursos fundamentais (bancos, capitais de
risco, agências de desenvolvimento empresarial)(2,0 e 1,0), a resposta Não concordofoi
unânime por parte de todos os residentes.
Gráfico 7 Intensões promocionais
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Onde 1 significa SIM e 2 NÃO
Fonte: Elaborado pelo autor
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Quadro 24 Teste T Intensões promocionais
Residentes
LXF
T
p
Tornam o LXFactory mais atrativo
1,20
1,00
3,371
0,001
Qualificam a imagem do local, particularmente na área das Indústrias Criativas
1,20
1,00
3,736
0,000
Promovem novos contactos e visitas ao local
1,40
1,00
5,551
0,000
Apoiam o desenvolvimento das empresas
1,60
1,00
8,583
0,000
Criam oportunidades de emprego direto e indireto
1,60
1,00
8,583
0,000
Asseguram serviços de acordo com as necessidades das empresas sediadas no
LXFactory
1,60
1,00
8,849
0,000
Promovem a competitividade empresarial do local, através da criação de novas
empresas e no desenvolvimento das empresas existentes
1,70
1,00
9,049
0,000
Editam jornais/revistas locais
1,80
1,00
11,914
0,000
Atuam como um mecanismo formal, junto de várias instituições, para reduzir as
incertezas
1,90
1,00
16,446
0,000
Apoiam o acesso a recursos fundamentais (bancos, capitais de risco, agências de
desenvolvimento empresarial)
2,00
1,00
24,029
0,000
Promovem o intercâmbio de interesses comuns
1,50
1,00
6,946
0,000
Promovem a formação e o conhecimento das entidades sediadas no LXFactory
1,60
1,00
8,583
0,000
Implementam canais de comunicação para as empresas imergentes e pouco
conhecidas
1,60
1,00
9,411
0,000
Estabelecem relações de transferência de conhecimento entre as empresas
1,60
1,00
8,783
0,000
Estabelecem ligações formais com as universidades ou outras entidades de I&D
1,70
1,00
11,847
0,000
Promovem/Organizam seminários
1,70
1,00
11,224
0,000
Fonte: Elaborado pelo autor
Tal como referido anteriormente, esta foi a questão que maiores divergências apresentou,
observando-se a existência de diferenças significativas na pontuação média atribuída pelos
residentes relativamente à LXF em todos os itens, para um nível de significância de 5%.
No que respeita à sustentabilidade do projeto LXF pela atracão de novos empreendedores e
pela fixação dos atuais (Gráfico 8 e Quadro 25), a maioria recebeu respostas niveladas tendo
apenas dois, o Serviços de secretariado e administrativos de apoio (2,6 e 4,0) e a
Gestão/aconselhamento empresarial(2,4 e 4,0) apresentado diferenças mais significativas
entre as respostas obtidas com maior relevo para a última que apresentou a maior diferença,
tendo inclusive, apresentado por parte dos residentes, um valor inferior à média.
Por outro lado, a ‘Qualidade das instalações (3,2 e 2,0) foi o único fator com grau de
importância inferior à média por parte do dinamizador, fator esse que não foi desprezado
pelos residentes do LXF.
Página'89'de'147'
!!
Gráfico 8 Fatores importantes para a fixação de novas empresas
!
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Onde 1 significa NADA IMPORTANTE e 5 EXTREMAMENTE IMPORTANTE - Fonte: Elaborado pelo autor
!
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Quadro 25 Teste T Fatores importantes para a fixação de novas empresas
Residentes
LXF
T
p
Prestígio/notoriedade do local (LXFactory)
4,30
5,00
-7,464
0,000
Possibilidade de expansão
3,70
4,00
-1,937
0,057
Oferta de espaços comuns (auditório, sala de reuniões, restaurante, etc.)
3,60
5,00
-9,427
0,000
Possibilidade de intercâmbio com outros espaços semelhantes
3,40
4,00
-3,896
0,000
Qualidade das instalações
3,20
2,00
-11,362
0,000
Serviços de secretariado e administrativos de apoio
2,60
4,00
-9,052
0,000
Gestão / aconselhamento empresarial
2,40
4,00
-9,785
0,000
Fonte: Elaborado pelo autor
Considerando um nível de significância de 5%, observa-se a existência de diferenças
significativas na pontuação média atribuída pelos residentes relativamente à LXF em todos
os itens, com exceção da ‘Possibilidade de expansão(p=0,057). Efetivamente, em todas as
questões a pontuação da LXF é superior à pontuação da importância dos residentes com
exceção da já referida ‘Qualidade das instalações’.
Neste último gráfico comparativo (Gráfico 9 e Quadro 26), também relativo à
sustentabilidade do projeto LXF, as respostas em termos de tendências inverteram-se sendo
que os residentes acreditam mais na sustentabilidade económica do projeto LXF que o
dinamizador, e no que diz respeito à probabilidade dos atuais residentes um dia virem a sair
do cluster, o dinamizador mostrou maior confiança que os residentes inquiridos.
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Página'90'de'147'
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Gráfico 9 Sustentabilidade do projeto LXFactory
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Onde 1 significa FRACA e 5 ELEVADA e Onde 1 significa ELEVADA PROBABILIDADE e 5 NENHUMA PROBABILIDADE
Fonte: Elaborado pelo autor
Quadro 26 Teste T Sustentabilidade do projeto LXFactory
!
Residentes
LXF
T
p
Como qualifica a Sustentabilidade Económica do Projecto LXFactory
3,90
3,00
8,007
0,000
Qual a probabilidade da sua empresa sair num futuro próximo do LXFactory
3,00
4,00
-6,392
0,000
Fonte: Elaborado pelo autor
Para um nível de significância de 5%, observa-se a existência de diferenças significativas na
pontuação média atribuída pelos residentes relativamente à LXF nos dois itens em análise.
Em resumo e de uma forma conclusiva, tendo em conta o estudo comparativo dos dois
inquéritos realizados e da entrevista ao responsável/dinamizador do espaço LXF, as
principais diferenças encontradas centram-se na diferente perceção das vantagens
competitivas eficiência coletiva presentes em todos os clusters que, para o dinamizador
elas são bem aproveitadas e percebidas pelos residentes apesar de não as considerar
determinantes para o crescimento do negócio dos residentes, à exceção da segurança e do
relacionamento com o proprietário, ao contrário do que acontece na perceção dos próprios
residentes, que valorizaram todos os fatores com pontuações médias superiores a 3,
considerando assim fatores determinantes para o crescimento e desenvolvimento dos seus
negócios.
No que respeita ao fator (vantagem competitiva) avaliado por ambos, como um dos mais
importantes - o custo do m
2
de área ocupada, para os residentes ainda hoje é uma das
maiores vantagens sentidas, ao contrario da opinião do dinamizador do espaço, que
considera que essa vantagem é a única que está neste momento comprometida devido à atual
conjuntura económica do país nomeadamente no que respeita à quebra grande do mercado
imobiliário.
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Página'91'de'147'
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As ações promocionais conjuntas que têm tido um enorme impacto junto da população e no
turismo, conforme se apercebe nos anexos deste trabalho referentes aos artigos de
comunicação social, não estão a ter, segundo eles, um impacto direto no crescimento e
desenvolvimento dos negócios dos empreendedores criativos do LXF, sendo essa a principal
intenção dos responsáveis da LXF assim como para a revitalização da zona urbana.
Em síntese, quer para o proprietário/dinamizador quer para os residentes, existe uma
consciência efetiva que o espaço LXFactory é efetivamente um cluster de indústria criativa e
que reúne todas as características que o diferenciam de outros clusters.
Para Marshall (1982) as aglomerações geográficas que formam o distrito marshalliano
dão origem aos modernos conceitos de clusters e consideram que o conhecimento criado no
seu interior se difundem rapidamente e de maneira facilitada onde,
“[...] se um lança uma nova ideia, ela é imediatamente adoptada por outros,
que a combinam com sugestões próprias e, assim, essa ideia torna-se uma fonte
de outras ideias novas” (Marshall, 1982, p. 234).
É nesta transferência de conhecimento, externalidades ou Spillovers, característica
diferenciadora da indústria criativa, que a maioria dos autores referenciados apelida de
“aprendizagem coletiva” onde reside a principal diferença encontrada a nível de perceção e
importância de determinados fatores dentro do cluster LXF que, pelos resultados observados
do inquérito, os residentes avaliam positivamente a existência de todas essas vantagens
naturais dos clusters mas não retiram o seu benefício devidamente, sendo o seu principal
motivo a ausência de relacionamento entre os empreendedores dentro do cluster.
Assim, esta ausência de relacionamento pode resultar da atitude cultural do empresário
português no que respeita ao conceito de “empresa familiar”, tratando-se numa
característica cultural do cluster LXF, que apesar de não se tratar de um cluster de origem
espontânea, onde a cultura própria destes espaços, que existe desde a sua criação, é um dos
fatores mais importantes para a tomada de decisão de fazer parte desse cluster e onde
normalmente os empreendedores são atraídos pelo potencial de mercado ou pela presença de
instituições tecnológicas ou universidades, a sua criação, pela própria natureza dos clusters
criativos, tendencialmente não segue o processo normal, seguindo sim a tendência dos
clusters criativos onde a clusterização ocorre organicamente sendo muitas de base
colaborativa ou baseada em projetos como é o caso concreto do LXFactory.
Página'92'de'147'
!!
Esta mudança de atitude exigida aos empreendedores do LXF, por se tratar de um processo
de aculturação, será naturalmente lenta e demorada e que obrigará a um esforço adicional
por parte de todos os residentes e dinamizador, onde provavelmente a realização de ciclos de
seminários organizados pelo dinamizador, aberto a todos os residentes sobre a temática dos
clusters criativos e as suas características determinantes, poderá ter o impacto necessário
para a tomada de consciência de todos os agentes envolvidos que as ações promocionais
conjuntas, até á data não têm conseguido.
Como refere Ussman (2004), as vantagens que as empresas percebem muitas vezes não são
duradouras tal como acontece nas empresas familiares, onde numa primeira fase são
concebidas para sustento próprio mas necessitarão da força do trabalho dos parentes para
garantir a sustentabilidade e o sustento das gerações futuras.
O mesmo se passa nos empreendedores do LXF, onde o conceito de “empresa familiar” não
é um fator inibidor ao acesso a uma aprendizagem coletiva como vantagem competitiva,
apenas deverão centrar-se mais dentro de uma cultura própria de um cluster transformando-o
assim num “cluster familiar”.
4.6. Discussão dos resultados
Como foi referido na introdução desta dissertação, foram diversos os estudos analisados,
sendo que apenas dois foram realizados em Portugal, um de âmbito regional, realizado em
2008, pela Fundação Serralves (Fundação Serralves, 2008) com o tema Estudo
Macroeconómico: Desenvolvimento de um Cluster de Indústrias Criativas na Região Norte
e outro de âmbito local, elaborado em 2009, pela FEP Faculdade de Economia da
Universidade do Porto (Custódia, Suzi e Sofia, 2009) subordinado ao tema
Empreendedorismo nas Artes ou Artes do Empreendedorismo? Um estudo empírico do
“Clusterda Rua Miguel Bombarda”.
Com o objectivo de um melhor entendimento dos resultados e ao alcance deste estudo agora
realizado, fez-se um estudo comparativo que terá maior incidência sobre o trabalho de
investigação realizado do cluster da Rua Miguel Bombarda (RMB), tendo em conta o
objectivo, a intenção e o caso de estudo que de certa forma são idênticos aos desta
investigação tendo inclusive, alguns pormenores do inquérito realizado nos dois estudos sido
semelhantes.
Ambos os estudos concluíram tratar-se de clusters devido, em primeiro lugar, à existência de
um aglomerado de negócios relacionados com a mesma atividade económica num mesmo
Página'93'de'147'
!!
espaço geográfico, tendo divergido no que respeita à sua origem, sendo a RMB um cluster
nascido de forma espontânea e o LXF de forma intencional.
Nos dois clusters, a dependência dos agentes dinamizadores para a sustentabilidade
económica e financeira dos empreendedores do LXF e da RMB é bastante acentuada, sendo
a proximidade/facilidade de estabelecimento de contactos e a acessibilidade, os dois
principais fatores, de onde se conclui que toda a dinamização e organização dos dois
clusters, enquanto clusters de indústrias criativas, se devem à ação dos seus dinamizadores e
dos residentes como empreendedores da indústria criativa. No que diz respeito ao poder
local e central, ambos os estudos demonstram uma reduzida importância quanto à
dependência desses atores institucionais.
Para ambos os casos, a qualificação da imagem do local, particularmente na área das
indústrias criativas, é um dos principais objectivos das ações promocionais conjuntas e da
ação dos dinamizadores.
Quanto aos fatores que levaram os empreendedores a se instalarem no cluster, mais uma vez
o estudo comprova a homogeneidade das respostas, sendo a localização geográfica, a
notoriedade do local, o custo das instalações e o acesso ao mercado, os principais fatores que
apoiaram a decisão.
No que respeita à formação dos residentes, ambos os estudos apontam para índices de
formação superior muito acima da média do país, apresentando o cluster da RMB um valor
de 70% e o LXF 50%. No caso do LXF, todas as empresas residentes têm pelo menos 1
empregado com formação superior. Em ambos os casos, a formação em artes/design não é
notória, sendo que no caso LXF a formação em Gestão apresenta valores bastante acima da
média, enquanto que na RMB a formação em Gestão apresenta valores muito reduzidos.
Por fim, no que respeita à perceção da solidez dos projetos LXF e RMB, os estudos
revelaram valores mais elevados para o grau de sustentabilidade do projeto LXF do que para
a RMB, apesar de ambos apresentarem valores superiores a 3, de 3,86 e 3,71,
respectivamente. Quanto questionados quanto à probabilidade da empresa um dia sair do
cluster, os resultados inverteram-se, tendo o estudo da RMB apresentado uma média de
1,93 e no caso LXF, 2,97, mostrando assim que o cluster da Rua Miguel Bombarda
apresenta características de sustentabilidade, na óptica da rotatividade, mais elevadas que o
cluster LXFactory.
Página'94'de'147'
!!
Numa análise comparativa, em relação ao estudo realizado pela Fundação Serralves em
2008, este confirma que as indústrias criativas pela sua juvenilidade, o mapeamento e
medição de resultados ainda não estão suficientemente amadurecidos, tornando assim difícil
fazer estudos comparativos o que dificulta a entrada de novos investidores privados e dando
pouco suporte ao poder local e central nas decisões de planeamento e definição de políticas
estratégicas. Nos dois estudos realizados, LXF e RMB, o apoio dos agentes públicos são
aqueles que para os empreendedores criativos inquiridos, menor importância têm para o
crescimento e desenvolvimento dos seus negócios criativos.
No que respeita aos fatores que levaram os empreendedores criativos a decidirem pela sua
instalação no LXF, tal como apresentado no estudo da Fundação Serralves, o custo das
instalações e a acessibilidade são os dois fatores principais no suporte à decisão, assim como
o horário de funcionamento, tendo em conta que os clusters criativos estão ativos 24 horas
por dia, para trabalho e lazer.
No mesmo estudo (Fundação Serralves, 2008), refere-se que as necessidades de formar
clusters com condições acessíveis tem contribuído para a transformação e reestruturação da
paisagem urbana, através do desenvolvimento de clusters em espaços anteriormente
ocupados por indústrias. No caso concreto da LXF, o promotor imobiliário Mainside, S.A.
(Holding da LXFactory, Lda.) transformou e adaptou as antigas instalações fabris no centro
urbano de Lisboa, numa aldeia criativa com condições especiais de acesso a empresas e
empresários da indústria criativa, comprovando que promotores imobiliários e
proprietários visionários têm promovido a possibilidade de novos, e não só,
empreendedores criativos se estabelecerem inicialmente em complexos de ateliers
funcionais e acessíveis, e posteriormente, através do fornecimento de ateliers com espaços
de trabalho pensados para as suas necessidades específicas (exemplo a necessidade
crescente de banda larga, prestação de formação especializada e de consultoria) através do
aproveitamento de espaços outrora em desuso, subutilizados ou mesmo devolutos, ou a
montagem de sistemas de aluguer com patamares de rendas adequadas à capacidade dos
utilizadores (Fundação Serralves, 2008), vindo também de encontro à opinião dos
residentes do LXF quando consideram a possibilidade de expansão das instalações como
fator muito importante para a fixação de novos empreendedores e para a sustentabilidade do
projeto LXFactory.
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Página'95'de'147'
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CAPÍTULO V
Conclusões
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5. Conclusões
Para a consecução dos objectivos propostos foi realizada uma revisão bibliográfica sobre os
principais conceitos do quadro de referência: Cluster, Criatividade, Indústria Criativa,
Clusters Criativos, Empreendedorismo nos Clusters de Indústrias Criativas, permitindo
assim uma maior clarificação do conceito de cluster e a sua evolução ao longo dos anos até
aos chamados cluster de indústrias criativas, suas características distintivas e o seu papel na
economia e no dinamismo do empreendedorismo. No âmbito desta revisão literária, foram
revistos os dois únicos estudos realizados em Portugal sobre indústrias criativas portuguesas
(Fundação Serralves, 2008; e Custódia et al., 2009).
Como estudo de caso, a escolha do LXFactory afigurou-se como um bom exemplo de um
cluster de indústria criativa para este tipo de investigação que se pretendeu realizar, visto
tratar-se de um aglomerado de empresas maioritariamente ligadas à atividade criativa,
localizadas em antigas instalações fabris que se encontravam devolutas num centro urbano e,
com a sua atividade enquanto cluster, possibilitou a regeneração daquele espaço numa ilha
de indústrias criativas.
O objectivo geral desta investigação alicerçava-se na possibilidade de se listar os fatores
determinantes e as características do cluster LXFactory enquanto cluster de indústria
criativa, e confirmar o seu potencial como dinamizador de empreendedorismo; verificar a
sustentabilidade económica e financeira das indústrias existentes e a sua dependência de
apoios governamentais, políticas regionais e do papel “motivador” dos responsáveis pelo
cluster criativo; e aumentar a compreensão quanto à origem empreendedora Oportunidade
ou solução.
Para responder à questão de partida Quais os principais fatores que caracterizam os
clusters criativos e qual o seu papel na dinamização do Empreendedorismo?e com base
nos objectivos específicos deste estudo, foram levantadas as seguintes hipóteses: (i) H1 - O
LXFactory é um cluster de indústria criativa; (ii) H2 - O LXFactory como cluster de
indústria criativa é dinamizador de empreendedorismo; (iii) H3 - A sustentabilidade
económica e financeira dos empreendedores do LXFactory está dependente dos apoios
governamentais, políticas regionais e do papel “motivador” dos responsáveis pelo cluster
criativo; (iv) H4 - O estímulo ao empreendedorismo criativo surge como uma oportunidade e
não como uma solução.
Para a validação das hipóteses, criou-se um inquérito feito de raiz, com o objectivo de se
fazer um estudo quantitativo do estudo de caso apresentado - LXFactory - destinado a todos
Página'97'de'147'
!!
os empreendedores residentes e ao seu dinamizador.
Foi feita a análise dos dados recolhidos dos inquéritos aos residentes, e analisados os seus
resultados para: (i) validação das 4 hipóteses de investigação; (ii) confrontação com os
resultados do inquérito realizado ao dinamizador com o objectivo de apurar possíveis
diferenças no grau de perceção de cada um quanto à realidade efetiva do LXFactory
enquanto cluster de indústria criativa; (iii) confrontação com os dois estudos realizados em
Portugal sobre as indústrias criativas portuguesas, nomeadamente na comparação dos
resultados obtidos nos inquéritos realizados nos dois clusters criativos LXFactory em
Lisboa e Rua Miguel Bombarda no Porto.
Como síntese dos principais resultados obtidos nesta investigação, importa referir, como
principal o facto do LXFactory ser efetivamente um cluster de indústria criativa, porque a
não validação desta hipótese comprometeria imediatamente todas as outras.
No caso LXFactory, a perceção e aproveitamento de todas as vantagens competitivas que
surgem através do cluster, permitindo a obtenção de eficiência e ganhos pela sua associação,
onde em ambientes isolados por si não será possível obter, não é uma realidade,
principalmente no que respeita à aprendizagem coletiva como grande promotora de
eficiência coletiva e de competitividade, sendo a principal causa, o baixo relacionamento
pessoal e profissional entre os empreendedores, que numa cultura de “empresa familiar” não
partilham os conhecimentos nem as ferramentas entre si, que os conduziria à obtenção de
sinergias e acesso ao apoio de serviços técnicos e financeiros, para o conjuntos das empresas
que formam o cluster, possibilitando assim o desenvolvimento de ações fortalecedoras para a
sustentabilidade técnica, económica e financeira.
Esta realidade só será possível ultrapassar, num esforço conjunto entre dinamizador e
empreendedores, e passará por uma mudança de comportamentos e atitudes, que
naturalmente levará a um aumento do aproveitamento das vantagens competitivas em geral
entre os agentes, garantindo assim uma saudável competitividade, sustentabilidade e
crescimento para os negócios quer dos empreendedores quer do projeto cluster criativo em
si.
No que respeita à capacidade empreendedora, para além dos 28,1% de empreendedores do
LXF que iniciaram a sua atividade já dentro do cluster, a presença de uma empresa co-work,
faz praticamente duplicar esse número, tendo em conta a quantidade de start-ups que iniciam
a sua atividade dentro do seu espaço no LXFactory.
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!!
O papel do poder central e local, nomeadamente nos apoios governamentais e nas políticas
regionais, não tendo sido considerados fatores importantes pelos residentes e pelo
dinamizador do cluster neste estudo, pelos resultados obtidos nesta investigação, o papel do
poder local na necessidade de regulamentação municipal específica para espaços desta
natureza é fundamental, possibilitando assim potenciar as vantagens da revitalização da zona
urbana das antigas instalações fabris que se encontravam abandonadas, trazendo cultura,
vida, animação e turismo para o local.
Numa estratégia concertada entre todos, a capacidade e empreendedorismo criativo,
crescimento dos negócios criativos e atratividade dos lugares criativos, sendo os três
grandes eixos estratégicos do governo português para as políticas de desenvolvimento de
clusters de indústria criativa, tornar-se-ão uma realidade mais efetiva e com benefícios para
todos os públicos envolvidos.
No que respeita à formação e ao papel das universidades no desenvolvimento de clusters,
verificou-se que cerca de 50% dos empreendedores têm uma formação académica superior,
apesar da formação em artes e design não serem as principais áreas de formação académica.
O apoio de universidades ao desenvolvimento do cluster, nomeadamente nas áreas de I&D,
no lançamento de novos empreendedores através de projetos universitários e no apoio ao
empreendedorismo no acesso a incubadoras e a business angels, atualmente é inexistente na
realidade LXFactory. Esta inexistência será um fator inibidor no acesso ao recrutamento de
novos talentos entre os jovens recém licenciados.
Em resumo, o LXFactory é um efetivo cluster de indústria criativa e é dinamizador de
empreendedorismo. A capacidade empreendedora do LXFactory tem sido desenvolvida por
questões de oportunidade e não por necessidade devido à atual crise económica e financeira
que o país e o mundo vive atualmente.
Os seus residentes são maioritariamente empresários, micro e pequenas empresas ligadas ás
áreas criativas. Os seus valores culturais e empresariais têm um impacto direto no reforço da
identidade territorial do LXFactory comoIlha criativa” e os modelos de negócio existentes,
são flexíveis e inovadores, tornando o local mais atrativo, vibrante e vanguardista.
No espaço LXFactory, vive-se um ambiente exclusivo onde a criatividade e o design estão
sempre presentes. Os espaços de trabalho são adequados à cultura vivida e atrai uma
comunidade criativa e talentosa que procura a reputação do lugar, qualidade de vida e uma
oferta cultural de prestígio.
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!!
Com base no estudo realizado nesta investigação, revisão bibliográfica e estudo de caso,
construiu-se uma tabela que procura identificar as principais características diferenciadoras
dos clusters de indústrias criativas, dividida por secções, tal como foi realizado este estudo,
com a evolução de cluster até ao empreendedorismo nos clusters de indústria criativa
(Tabela 14).
Tabela 14Características Diferenciadoras dos Clusters de Indústria Criativa
Cluster
Os clusters podem ter a sua origem de forma espontânea ou intencional.
Conjunto geograficamente próximo de empresas e instituições, inter-relacionadas por elementos comuns e
complementaridades, atuando num campo particular de atividade (no mesmo sector ou eventualmente no mesmo
segmento de um sector).
Indústria Criativa
Os sectores-chave das Indústrias Criativas, são: publicidade; arquitetura; mercado de artes e antiguidades; design;
moda; filmes, vídeos e outras produções audiovisuais; design gráfico; software educacional e de lazer; música ao
vivo e gravada; artes performativas e entretenimento; difusão através da televisão, rádio e internet; e escrita e
publicação.
O sector é constituído maioritariamente por indivíduos, microempresas e PME’s que trabalham em cadeias de
fornecimento complexas, que combinam atividades comerciais com atividades pré-comerciais (ou mesmo
anticomerciais) e que dependem, em grande parte de redes informais por onde fluem as ideias criativas.
Têm um empenhado compromisso com o design e com a criação de ambientes exclusivos.
Os negócios criativos contribuem para dar carácter a determinados lugares, tornando-os mais atrativos, vibrantes e
vanguardistas.
Os valores culturais e empresariais das indústrias criativas têm um impacto direto no reforço da identidade
territorial.!
Os sectores criativos mantêm parcerias com o Estado em modelos diversos dos verificados em outros sectores, pelo
reconhecimento do interesse público de algumas das suas atividades.
Cluster de Indústria Criativa
As indústrias criativas e seus clusters oferecem espaços de trabalho inclusivos e agradáveis onde a formação de
redes entre empresas e indivíduos é facilitada. Este fator ajuda os negócios a crescer, permite a atracão e a retenção
de uma comunidade criativa talentosa que procura a reputação do lugar, qualidade de vida e uma oferta cultural de
prestígio.
Os clusters criativos são locais para se viver e trabalhar e que se alimentam de diversidade e mudança,
desenvolvendo-se em contextos multiculturais urbanos, que possuem características locais próprias não perdendo a
sua ligação ao mundo.
São locais onde os produtos criativos são produzidos e consumidos. Um cluster criativo inclui empresas sem fins
lucrativos, instituições culturais, artes locais e artistas individuais juntamente com empresas do parque científico e
dos meios de comunicação social.!
Apresentam modelos de negócio flexíveis e inovadores, que influenciam os outros sectores a procurar novos
métodos de comunicação, acesso aos mercados e organização da produção.
Empresas simultaneamente concorrentes entre si no mercado dos produtos (ou serviços) e capazes de cooperar entre
si, fazendo aumentar a competitividade do conjunto.
Empreendedorismo Criativo
Qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou uma nova iniciativa, tal como emprego próprio, uma nova
organização empresarial ou a expansão de um negócio existente, por um individuo, equipa de indivíduos, ou
negócios estabelecidos.
Pessoas com criatividade individual, habilidade e talento e que tenham o potencial de criação de riqueza e de
emprego através da geração e exploração da propriedade intelectual.
As ideias e as oportunidades orientadas para a economicidade da cultura constituem uma opção para a atuação dos
empreendedores por estas propiciarem novos hábitos de consumo, acesso a novas tecnologias e mecanismos de
produção e administração para além das atividades intelectuais culturais e criativas que irão proporcionar novos
investimentos, geração de emprego e riqueza, resultando em propriedade intelectual e retorno financeiro.
Os empreendedores criativos mantêm fortes laços com uma variedade de instituições, em particular com as
universidades, onde pesquisam tecnologia e métodos de trabalho, fazem recrutamento e se desenvolvem
profissionalmente.
Empreendedor que contribui para o crescimento económico das regiões, através do seu negócio como veículo para
a inovação e para a mudança, favorecendo assim a difusão do conhecimento.!
Fonte: Elaborado pelo autor
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!
5.1. Implicações práticas dos resultados
As implicações práticas dos resultados desta investigação poderão ter três públicos alvo: A
academia, a indústria e as instituições públicas.
De uma forma transversal, cremos ter contribuído para a discussão sobre a importância que
os cluster de indústria criativa têm na atual conjuntura económica e o seu impacto no
desenvolvimento económico, empregabilidade e empreendedorismo.
Para a academia, pela ausência de trabalhos sobre o tema, terá sido um contributo através de
mais um estudo de investigação de um caso português, aumentando assim o conhecimento
sobre o tema esperando vir a contribuir para o crescimento desse conhecimento em estudos
futuros dentro desta área de investigação.
Para a indústria, uma maior compreensão da realidade do cluster LXFactory como exemplo
de cluster de indústria criativa em Portugal. As lições tiradas deste caso de estudo, onde se
comprovou que cada caso é um caso distinto, mas que de uma forma generalizada existe um
tronco comum em todos os clusters, ao qual se deve dar a devida importância como garante
da sua sustentabilidade e dos negócios dos seus residentes, tornando-se assim uma lista de
verificação facilitadora para aplicação noutros contextos e geografias.
Para as instituições públicas, nomeadamente poder central e local, pela importância que este
sector das indústrias criativas tem, estando considerado como um dos sectores mais
dinâmicos do comércio mundial, que apesar da sua atuação não ter sido considerada
importante neste estudo de investigação por parte dos empreendedores e dinamizador, o seu
papel na regulamentação sectorial e municipal pode ser fundamental, através do apoio a estes
aglomerados de empresas numa realidade sustentável com forte impacto na economia local e
do país, revitalizando zonas urbanas degradadas ou em desuso, convertendo-as em locais
mais atrativos e agradáveis onde se goste de trabalhar e viver.
5.2. Limitações do estudo
Tratou-se de um único estudo realizado dentro de um contexto geográfico e sectorial,
podendo os seus resultados não ter uma aplicabilidade generalizada em todos os contextos
nacionais e/ou mundiais. Apesar da percentagem de respostas aos inquéritos ter sido
significativa face à população, na prática, os resultados obtidos, pelo reduzido número da
população, podem não ter a significância necessária para uma generalização das suas
conclusões.
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!
O tempo despendido no trabalho de campo foi bastante limitador para uma investigação
desta natureza, não permitindo uma investigação mais aprofundada do tema. A obtenção de
informação económica e financeira das empresas para avaliação da evolução dos resultados
anuais, evolução das rúbricas de custos relacionados com a localização no cluster, a
evolução quadro de pessoal, a rotatividade das empresas dentro do cluster avaliando os
principais motivos de saída ou de fecho das empresas, a abertura de novos mercados e as
suas motivações e a avaliação das possibilidades e necessidades de intercâmbio de tarefas,
produtos e conhecimentos entre as empresas, são fatores, que desde que identificados
poderão vir a beneficiar a sustentabilidade das empresas e do próprio cluster gerando assim
mais riqueza e empregabilidade, tornando-se uma boa ferramenta para a dinamização de
clusters com possibilidade de utilização noutros contextos e geografias.
5.3. Perspetivas de investigação futura
Para um maior aprofundamento da temática, face aos resultados obtidos nesta investigação,
poderá ser realizado um estudo comparativo entre as duas realidades de clusters de indústria
criativa focadas nesta investigação, LXFactory em Lisboa e Rua Miguel Bombarda no Porto,
que apesar de ambos terem em comum a maioria das características distintivas dos clusters
deste sector de atividade, divergem na sua origem, intencional e espontânea, com o objectivo
de se avaliar o impacto desta característica e o peso do fator cultural no crescimento e
sustentabilidade deste tipo de clusters.
Verificou-se a existência de pouca informação disponível deste sector para estudos de
investigação. A criação de um mapeamento referente à rotatividade das empresas dentro de
um cluster irá permitir, por um lado realizar uma análise quantitativa desses valores de
rotatividade, e por outro, permitir realizar uma análise qualitativa das suas causas, ajudando
assim a clarificar quais os fatores mais importantes para a retenção e captação de novos
empreendedores criativos.
No inicio deste trabalho foi referido que até à data foram poucos os trabalhos académicos
realizados sobre o tema de clusters em Portugal, nomeadamente sobre clusters de indústria
criativa. O Estado português, dada a importância do tema nas economias regionais e o seu
impacto na economia nacional, desde 2009 que tem demonstrado o interesse no
desenvolvimento de novos clusters para o território nacional, tendo em 2012 publicado a
tipologia de Clusters e o enquadramento sectorial e territorial para o reconhecimento e
enquadramento nas Estratégias de Eficiência Coletiva (Clusters), dentro dos quais se insere
também o cluster de indústrias criativa para a região norte.
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!
O presente trabalho analisou apenas um caso de estudo sendo as conclusões retiradas apenas
discutidas com base na literatura referenciada, pelo que o desenvolvimento de novos estudos,
envolvendo e comparando outros casos implementados, tornam-se essenciais para o
aumento do conhecimento, possibilitando de uma forma mais assertiva a criação de um
“caderno de boas práticas” com possibilidade de aplicação noutros contextos e geografias.
Neste sentido, sugere-se para investigações futuras, que os estudos comparativos de clusters,
nomeadamente dos clusters de indústria criativa, abranjam de uma forma mais aprofundada
e uniforme, áreas como:
i. Identificação das características distintivas dos cluster de indústria criativa em cada
caso e avaliação das principais diferenças encontradas;
ii. Identificação e grau de perceção e utilização das vantagens competitivas naturais
nesta tipologia de clusters por parte das empresas residentes;
iii. Avaliação das necessidades e impactos dos apoios dos dinamizadores, poder local e
poder central no crescimento das empresas e na sustentabilidade do cluster;
iv. Avaliar o potencial de empreendedorismo, criação de riqueza e empregabilidade dos
clusters de indústria criativa.
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ortalseer.ufba.br%2Findex.php%2Fpculturais%2Farticle%2Fdownload%2F3348%2F3115&ei=exgCT8mRENeOsAafus3
8Dw&usg=AFQjCNHHT2HsTwKz2hpBVYFKUvF0KcLYzg&sig2=EuZoD08bLQ0XtHbiAfRG1g>
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Stud 2011 48: 3561 originally published online 22 June 2011.
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Anexos'e'Apêndices'
ANEXOS
)
Anexo)1)–)Lista!de)Artigos!de!Imprensa)
!
Numa primeira investigação foram detectados mais de 40 artigos publicados em jornais e revistas
de especialidade entre 2008 e 2011, nacionais e estrangeiros, com referência à LXFactory,
destacando-se:
A
Agenda Cultural
Arquitectura 21
B
Brussels Airlines
D
Destak
Diário de Notícias
Diário Económico
DIF
E
El Mundo
Expresso
G
Guia da Noite
J
Janela Urbana
Jornal das Letras
Jornal i
L
Le Cool
Lux Woman
Luxus
M
Marketeer
Meios e Publicidade
Metro
Monocle
N
N Style
P
Parq
People & Business
Público
R
Roteiro
S
Sol
T
The Guardian
The New York Times
Time Out
TPM
Traço
V
Vogue (Rússia)
Y
Yahoo Notícias
Z
Zoot Magazine
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Anexos'e'Apêndices'
!
Anexo)2)–)A!Europa!nas!nossas!mãos!–!Entrevistas.com,!Jan!2010!
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Anexos'e'Apêndices'
!
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Anexos'e'Apêndices'
!
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Anexos'e'Apêndices'
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Anexos'e'Apêndices'
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Anexo)3)–)Time Out, Jun 2011)
!
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Anexos'e'Apêndices'
!
Anexo)4)–)Metro, Mai 2011)
!
!
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Anexos'e'Apêndices'
!
Anexo)5)–)TPM, Abr 2011)
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Anexos'e'Apêndices'
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Anexo)6)–)The New York Times, Jan 2011)
!
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Anexos'e'Apêndices'
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Anexo)7)–)Jornal i, Nov 2010)
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Anexos'e'Apêndices'
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Anexos'e'Apêndices'
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Anexo)8)–)El Mundo, Mar 2010)
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Anexos'e'Apêndices'
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Anexo)9)–)Time Out, Jan 2010)
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Anexos'e'Apêndices'
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Anexos'e'Apêndices'
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Anexo)10)–)Park, Nov 2009)
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Anexos'e'Apêndices'
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Anexos'e'Apêndices'
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Anexo)11)–)Time Out, Nov 2009)
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Anexos'e'Apêndices'
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Anexo)12)–)Guardian, Out 2009)
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Anexos'e'Apêndices'
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Anexo)13)–)People & Business, Set 2009)
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Anexos'e'Apêndices'
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Anexo)14)–)Time Out, Jun 2009)
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Anexos'e'Apêndices'
!
Anexo)15)–)Luxus, Jan 2009)
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Anexos'e'Apêndices'
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Anexo)16)–)Time Out, Março 2008)
!
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Anexos'e'Apêndices'
!
APÊNDICES
Apêndice 1 - Listagem das empresas residentes e com atividade regular no LXFactory
EMPRESA'
ESPAÇO'
RAMO/ATIVIDADE'
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H,kfUKSV$
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SOLUÇÃO'FISCAL$
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Anexos'e'Apêndices'
!
EMPRESA'
ESPAÇO'
RAMO/ATIVIDADE'
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Anexos'e'Apêndices'
!
EMPRESA'
ESPAÇO'
RAMO/ATIVIDADE'
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JOÃO$MARQUES$E$A RQ U ITE CT O S$AS S. $
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!
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Anexos'e'Apêndices'
!
Apêndice 2 - Inquérito Geral (Residentes LXFactory)
Características dos clusters criativos e o seu papel na dinamização do
empreendedorismo.
O caso LXFactory
Este inquérito é confidencial e será apenas usado para efeitos de investigação no contexto do ISLA Campus Lisboa.
Agradecemos o favor de responder a todas as questões. Por favor responda com X às questões de escolha múltipla.
Este inquérito demorará no máximo entre10 a 15 minutos a ser respondido.
Lisboa, Maio de 2012
Grupo I - Identificação e Caracterização da Empresa
1.1 Designação da Empresa: ____________________________________________________________________
1.2 Contactos: Telefone/Telemóvel: __________________ e-mail: ______________________________________
1.3 Código de Atividade Económica (CAE): ______ - _________________________________________________
1.4 Principais Produtos Oferecidos: Design |__| Criativos |__| Tecnológicos |__| Outros |__|
1.5 Data da constituição da empresa (ano): _______
1.6 Nº de trabalhadores ao serviço: _______
1.6.1 Com formação até 12º ano: _______
1.6.2 Com formação superior: _______
1.6.3 Com formação em Artes/Criatividade |__| Gestão |__| Tecnologias |__|
Grupo II A Empresa e o LXFactory
2.1 Ano em que se instalou no LXFactory: ___________
2.2 No caso da empresa já existir antes da sua localização no LXFactory, indicação da localização anterior
(Localidade/Distrito) __________________________________________________________________________
2.3. Avalie o grau de importância dos seguintes fatores para a decisão de se instalar no LXFactory:
[Numa escala em que 1 significa nada importante e 5 extremamente importante]
Localização geográfica
1
2
3
4
5
Acesso ao mercado
1
2
3
4
5
Custos de transportes
1
2
3
4
5
Custo de mão-de-obra
1
2
3
4
5
Custo de mão-de-obra especializada
1
2
3
4
5
Acesso a mão-de-obra especializada
1
2
3
4
5
Custo das instalações
1
2
3
4
5
Apoios financeiros
1
2
3
4
5
Disponibilidade de serviços de apoio ao desenvolvimento do negócio
1
2
3
4
5
Qualidade ambiental
1
2
3
4
5
Possibilidade de Intercâmbio/relacionamento com o sistema de arte/cultura, nomeadamente
universidades
1
2
3
4
5
Notoriedade e prestígio do espaço LXFactory
1
2
3
4
5
Outras empresas já instaladas no LXFactory
1
2
3
4
5
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Anexos'e'Apêndices'
!
2.4 Caracterize o espaço LXFactory, indicando o seu grau de concordância com base nas seguintes
considerações: [Numa escala em que 1 significa discordo totalmente e 5 concordo totalmente]
Os negócios criativos do LXFactory contribuem para lhe dar carácter, tornando-o mais
atrativo, vibrante e vanguardista
1
2
3
4
5
Os valores culturais e empresariais têm um impacto direto no reforço da identidade
territorial no LXFactory
1
2
3
4
5
As empresas do LXFactory apresentam modelos de negócio flexíveis e inovadores
1
2
3
4
5
As empresas do LXFactory preocupam-se com o design e com a criação de ambientes
exclusivos
1
2
3
4
5
Os empreendedores criativos do LXFactory mantêm fortes laços com uma variedade de
instituições, em particular com as universidades, onde procuram obter tecnologia e
métodos de trabalho, fazem recrutamento e se desenvolvem profissionalmente
1
2
3
4
5
O LXFactory oferece espaços de trabalho inclusivos e agradáveis onde a formação de
redes entre as empresas e indivíduos é facilitada
1
2
3
4
5
Este fator ajuda os negócios a crescer, permite a atração e a retenção da comunidade
criativa talentosa que procura a reputação do lugar, qualidade de vida e uma oferta
cultural de prestígio
1
2
3
4
5
O LXFactory é um espaço destinado a empresas Individuais, Micro e PME´s
1
2
3
4
5
2.5 Avalie a importância dos seguintes fatores, relativos à sua localização no LXFactory, no crescimento do
seu negócio: [Numa escala em que 1 significa nada importante e 5 extremamente importante]
Custo das Instalações
1
2
3
4
5
Taxa dos serviços
1
2
3
4
5
Impossibilidade de compra do imóvel
1
2
3
4
5
Relacionamento com o proprietário
1
2
3
4
5
Sentimento de segurança
1
2
3
4
5
Qualidade das instalações
1
2
3
4
5
Acessibilidade
1
2
3
4
5
Horário de funcionamento
1
2
3
4
5
Limpeza do local
1
2
3
4
5
Outros (Especifique por favor): ___________________________________________________________________
2.6 Qual o grau de benefício/vantagem percepcionado pela divulgação do LXFactory e das iniciativas
promocionais conjuntas (ex. Open Day)? [Numa escala em que 1 significa nenhum benefício e 5 benefício
elevado]
Para a sua empresa;
1
2
3
4
5
Para todas as empresas do LXFactory;
1
2
3
4
5
Para a Indústria;
1
2
3
4
5
Para a revitalização da zona urbana;
1
2
3
4
5
2.7 Conhece/relaciona-se com outras empresas/empresários localizados no LXFactory?
[Selecione APENAS uma resposta]
Nenhum |__| Menos de 20 |__| Entre 21 e 40 |__| Entre 41 e 60 |__| Entre 61 de 80 |__| Mais de 80|__|
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Anexos'e'Apêndices'
!
2.8 Avalie o grau de importância para o crescimento do seu negócio, com as seguintes entidades:
[Numa escala em que 1 significa nada importante e 5 extremamente importante]
LXFactory Lda.
Poder Local
(Câmara Municipal/
Junta de Freguesia)
Poder Central
(Governo/Instituições
Governamentais)
Importância no desenvolvimento do seu
negócio no LXFactory
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
Relações de amizade
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
Relações de negócio
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
Proximidade Facilidade de estabelecer
contactos
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
Acessibilidade Facilidade em reunir
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
Capacidade de gestão integrada de
todos os recursos
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
Capacidade de resposta às
necessidades das empresas
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
Prestação de informações úteis
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
Utilidade dos serviços de apoio
prestados
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
Fornecimento de mecanismos úteis de
acesso à informação
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
Eficácia dos canais
relacionamento/comunicação
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
Eficácia nas orientações estratégicas de
planeamento e marketing
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
Grupo III O Empreendedorismo
3.1 O início de atividade da empresa é anterior à data de instalação no LXFactory? Sim |__| Não |__|
3.2 A sua empresa teve origem numa incubadora de empresas? Sim |__| Não |__|
3.2.1 Se SIM, indique-nos qual: _______________________________________________________________________
3.3 Desde a instalação da empresa no LXFactory, qual a evolução do quadro de pessoal que se verificou,
incluindo a gerência: (criação de emprego)
Número de colaboradores: Aumento de |___| Redução de |___|
Ou, sem evolução |___| (coloque um X, caso se verifique)
3.3.1 Indique, UMA e UMA das seguintes afirmações, a que melhor identifica a sua situação de
empreendedor:
O meu negócio é único. Que eu saiba não existe outro igual ou semelhante;
Tive conhecimento deste negócio e apliquei-o no LXFactory;
O meu negócio deriva de uma extensão à minha atividade profissional;
Fui convidado para explorar este novo conceito de negócio;
Este negócio nasceu do desenvolvimento de um trabalho académico;
Entrei neste negócio porque o adquiri;
Outros (Especifique por favor): ___________________________________________________________________
3.4 Obteve apoios Financeiros na criação da sua empresa? Sim |__| Não |__|
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Anexos'e'Apêndices'
!
3.4.1 Se SIM, indique os apoios que obteve na criação e arranque da sua empresa:
1- Estado/Poder Central, 2- Estado/Poder Local, 3 Investidor Privado, 4 - Autofinanciamento
Descrição do apoio obtido
1
2
3
4
Grupo IV Dinamização do espaço LXFactory
4.1 Na sua opinião, através das suas atividades, os promotores do LXFactory:
[Em que SIM significa concordo e Não discordo]
Estabelecem ligações formais com as universidades ou outras entidades de I&D
Sim
Não
Promovem a formação e o conhecimento das entidades sediadas no LXFactory
Sim
Não
Asseguram serviços de acordo com as necessidades das empresas sediadas no LXFactory
Sim
Não
Estabelecem relações de transferência de conhecimento entre as empresas
Sim
Não
Apoiam o desenvolvimento das empresas
Sim
Não
Tornam o LXFactory mais atrativo
Sim
Não
Qualificam a imagem do local, particularmente na área das Indústrias Criativas
Sim
Não
Criam oportunidades de emprego direto e indireto
Sim
Não
Promovem a competitividade empresarial do local, através da criação de novas empresas e
no desenvolvimento das empresas existentes
Sim
Não
Implementam canais de comunicação para as empresas imergentes e pouco conhecidas
Sim
Não
Atuam como um mecanismo formal, junto de várias instituições, para reduzir as incertezas
Sim
Não
Apoiam o acesso a recursos fundamentais (bancos, capitais de risco, agências de
desenvolvimento empresarial)
Sim
Não
Promovem o intercâmbio de interesses comuns
Sim
Não
Promovem novos contactos e visitas ao local
Sim
Não
Editam jornais/revistas locais
Sim
Não
Promovem/Organizam seminários
Sim
Não
Implementam políticas de acolhimento aos novos residentes do LXFactory
Sim
Não
Outros (por favor especificar) ____________________________________________________________________
4.2 Indique o grau de importância dos seguintes fatores para a fixação de novas empresas (Indústria Criativa)
no LXFactory: [Numa escala em que 1 nada importante e 5 extremamente importante]
Qualidade das instalações;
1
2
3
4
5
Prestígio/notoriedade do local (LXFactory);
1
2
3
4
5
Possibilidade de expansão;
1
2
3
4
5
Oferta de espaços comuns (auditório, sala de reuniões, restaurante, etc.);
1
2
3
4
5
Possibilidade de intercâmbio com outros espaços semelhantes;
1
2
3
4
5
Serviços de secretariado e administrativos de apoio;
1
2
3
4
5
Gestão / aconselhamento empresarial;
1
2
3
4
5
Outros (por favor especificar) ____________________________________________________________________
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Anexos'e'Apêndices'
!
Grupo V O estímulo ao empreendedorismo e Sustentabilidade
5.1 Qual o grau de importância dos vários fatores que o levaram a tomar a decisão de se tornar um
empreendedor: [Numa escala em que 1 significa nada importante e 5 extremamente importante]
A minha empresa nasceu pela realização de um antigo “sonho”
1
2
3
4
5
Tornei-me empreendedor porque apostei numa atividade própria
1
2
3
4
5
A minha empresa resulta do surgimento de uma oportunidade de negócio
1
2
3
4
5
O negócio ajusta-se à minha formação académica
1
2
3
4
5
A empresa onde trabalhava entrou em falência
1
2
3
4
5
Fui despedido do meu anterior emprego
1
2
3
4
5
Fui motivado a abrir o meu negócio pela Instituição de Ensino onde estudei
1
2
3
4
5
Tornei-me empreendedor devido à atual escassez de emprego
1
2
3
4
5
Construir uma equipa e desenvolver talento é muito gratificante
1
2
3
4
5
Porque a independência e a liberdade fazem uma pessoa verdadeiramente feliz
1
2
3
4
5
Porque posso construir um negócio com a família e amigos, e trabalhar juntos por uma
causa comum
1
2
3
4
5
Porque criar uma empresa de sucesso é a melhor marca que uma pessoa pode deixar
1
2
3
4
5
Porque me dá um motivo para saltar da cama todas as manhãs
1
2
3
4
5
Porque dá a oportunidade de fazer aquilo que realmente gosto de fazer
1
2
3
4
5
Porque não encontrei outra solução de sobrevivência
1
2
3
4
5
Relacionamento com atividade profissional atual
1
2
3
4
5
Porque o risco e a incerteza, quando identificados, fazem parte do entusiasmo e da
motivação do empreendedor
1
2
3
4
5
5.2 Qualifique as seguintes afirmações:
A Sustentabilidade Económica do Projecto LXFactory
[Numa escala em que 1 significa fraca e 5 elevada]
1
2
3
4
5
Qual a probabilidade da sua empresa sair num futuro próximo do LXFactory?
[Numa escala em que 1 significa elevada probabilidade e 5 nenhuma probabilidade]
1
2
3
4
5
Obrigado pela sua colaboração
)
!
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!
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Anexos'e'Apêndices'
!
Apêndice 3Mapa do LXFactory
!
Fonte: Adaptado do site da LXFactory
!
... São inúmeras as definições conceptuais do "Empreendedorismo" [27], [49], [14], [17], [18], [12], [4], [48], [30], [9], [3], [31] e [16], e ainda que sendo algumas mesmo contraditórias [46], todas assentam nas suas características distintivas: criatividade, inovação, risco e incerteza [42]. ...
Conference Paper
Full-text available
The XXI century excellence organizations will search for sustainability and growth through participative and entrepreneurship management throughout the organization, supported by an organizational communication strategy, as a link between the organization and its employees, generating an aggregate effect of the internal communication practices towards a shared vision of the culture and values and allow enhance the personal skills of each member of the organization for the collective benefit, creating a higher competitive advantage, a stronger corporate identity and increased positive organizational reputation.
Article
Full-text available
Resumo Este trabalho tem por objetivo realizar um resgate conceitual das origens da terminologia contemporânea de " clusters " ou aglomerações industriais, bem como aplicá-la na realidade encontrada na indústria química da Microrregião de Criciúma, no Estado de Santa Catarina. Para tanto, o artigo foi confeccionado a partir de dados secundários e de pesquisa realizada na Relação Anual das Informa-ções Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho. No mesmo, são abordados a evolução do conceito de " clusters " industriais, a partir das contribuições semi-nais de Alfred Marshall, os elementos constituintes de um " cluster " , bem como a relevância desse arcabouço teórico para as estratégias de desenvolvimento regional em países emergentes. Nesse sentido, apresenta-se, mesmo que bre-vemente, uma simplificada tipologia dos " clusters " industriais existentes na América Latina. No que tange à realidade do extremo sul catarinense, através do cálculo do coeficiente locacional e de outros dados relevantes, como tama-nho e número de firmas, dentre outros, estuda-se o processo de aglomeração da indústria química local, destacando-se nesse sentido, a eficiência coletiva existente. O trabalho realizado permite concluir, dentre outras coisas, que, ape-* Artigo recebido em fev. 2007 e aceito para publicação em dez. 2007. **
Article
Full-text available
The extension of the innovation cluster approach to creative industries is relatively recent. In this article we discuss the application of a formal cluster benchmarking model to a creative industry, the Ontario screen-based media industry (here defined as the film, television, and interactive digital media [IDM] sectors), the results of which shed insight into the ways that creative and technology- based clusters differ from one another. We discuss five challenges of approaching a creative industry in terms of an innovation cluster: 1. Accurately understanding the nature and significance of innovation processes in cultural industries. 2. Facilitating the linkages, spillovers, and externalities that are believed to be of strategic significance. 3. Factoring in the cluster's numerous trans-local external linkages. 4. Innovation policy measures for labor, entrepreneurs, and small firms in media industries. 5. Identifying cluster-specific implications of actual or potential policy measures for innovation in an industry in which policy influences are widespread.
Article
Full-text available
This research explores the iternal and external relationships wthin and between the creative industries using input-output analysis
Article
To address the constraints of a comparatively small economy amidst globalisation challenges, Singapore embarked on diversification as strategy in the mid-eighties to develop clusters and ensure economic survival. This paper examines the development of the creative industries cluster of a city state that shifted its economic focus from manufacturing to innovation. Using Singapore as a case study, this paper will describe how the creative industries started in the city, discuss the policy areas critical to the development of the innovation system of this cluster, and propose an approach to how this cluster should be cultivated to create innovation for the country. It will present the challenges that are specific to Singapore and describe the limitations and potentials of the smaller nation's innovation policy and innovation system.
Article
In this article the main structural-trends are discussed, that together and in their interaction, provide the framework of social, economic, and political life for European cities in this particular historical period. The informational technological revolution is the backbone of all other major structural trends. It produces a new social structure, the informational society, depending on the capacity to retrieve, store, process, and generate information of a global economy. Finally, there is the ineluctable process of European integration. From these trends stem some spatial transformations. First, the national-international business centres, made up of an infrastructure of telecommunications, urban services, and office space, are the engines of the informational-global economy. Secondly, the cities are becoming socially and functionally more diversified spaces. The new elites are locating in rehabilitated areas of the central city, also the locus for the ghettoes of new immigrants. In these dual cities, urban policy has to meet the articulation of the globally oriented economic functions of the city with the locally rooted society.
Article
Schumpeter first reviews the basic economic concepts that describe the recurring economic processes of a commercially organized state in which private property, division of labor, and free competition prevail. These constitute what Schumpeter calls "the circular flow of economic life," such as consumption, factors and means of production, labor, value, prices, cost, exchange, money as a circulating medium, and exchange value of money. The principal focus of the book is advancing the idea that change (economic development) is the key to explaining the features of a modern economy. Schumpeter emphasizes that his work deals with economic dynamics or economic development, not with theories of equilibrium or "circular flow" of a static economy, which have formed the basis of traditional economics. Interest, profit, productive interest, and business fluctuations, capital, credit, and entrepreneurs can better be explained by reference to processes of development. A static economy would know no productive interest, which has its source in the profits that arise from the process of development (successful execution of new combinations). The principal changes in a dynamic economy are due to technical innovations in the production process. Schumpeter elaborates on the role of credit in economic development; credit expansion affects the distribution of income and capital formation. Bank credit detaches productive resources from their place in circular flow to new productive combinations and innovations. Capitalism inherently depends upon economic progress, development, innovation, and expansive activity, which would be suppressed by inflexible monetary policy. The essence of development consists in the introduction of innovations into the system of production. This period of incorporation or adsorption is a period of readjustment, which is the essence of depression. Both profits of booms and losses from depression are part of the process of development. There is a distinction between the processes of creating a new productive apparatus and the process of merely operating it once it is created. Development is effected by the entrepreneur, who guides the diversion of the factors of production into new combinations for better use; by recasting the productive process, including the introduction of new machinery, and producing products at less expense, the entrepreneur creates a surplus, which he claims as profit. The entrepreneur requires capital, which is found in the money market, and for which the entrepreneur pays interest. The entrepreneur creates a model for others to follow, and the appearance of numerous new entrepreneurs causes depressions as the system struggles to achieve a new equilibrium. The entrepreneurial profit then vanishes in the vortex of competition; the stage is set for new combinations. Risk is not part of the entrepreneurial function; risk falls on the provider of capital. (TNM)