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Co-produtos Agroindustriais na Alimentação de Bovinos

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XI Congresso sobre Manejo e Nutrição de Bovinos
CBNA – 27 e 28 de novembro de 2012 – Campinas, SP
UTILIZAÇÃO DE COPRODUTOS AGROINDUSTRIAIS NA
ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS
ANDRÉ SOARES DE OLIVEIRA1, MÁRCIA RODRIGUES
CARVALHO OLIVEIRA2, MÁRCIA CRISTINA DE SOUZA3, DAIANE
CAROLINE DE MOURA4, JOCELY GOMES DE SOUZA4
1 Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Federal de Mato Grosso,
Campus Sinop. E-mail:andresoli@ufmt.br
2 Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Sinop.
3 Programa de Pós Graduação em Zootecnia/UFMT Campus Sinop.
4 Programa de Pós Graduação em Ciência Animal/UFMT Campus Cuiabá.
1. Introdução
O uso de coprodutos do processamento agroindustrial na alimentação é uma
prática antiga de domesticação dos animais. Reduções na dependência da produção
animal por grãos utilizados na alimentação humana e no passivo ambiental são duas
importantes razões pelo interesse histórico e crescente no uso dos mesmos na
alimentação animal.
Sistemas de alimentação baseados no uso de coprodutos agroindustriais
disponíveis localmente são práticas alternativas notadamente para ruminantes. A
extraordinária capacidade do ecossistema microbiano ruminal de degradar carboidratos
fibrosos, de sintetizar proteína de alto biológico (a partir da degradação de fontes
proteicas de baixo valor biológico e de nitrogênio não proteico), além de inativar (total
ou parcialmente) alguns fatores antinutricionais, garantem maior vantagem comparativa
aos ruminantes.
O desenvolvimento de novas cadeias agroindustriais para suprimento de
alimentos, fibras e energia a sociedade tem criado oportunidades para a produção
animal, pois novos coprodutos são disponibilizados com potencial de uso na
alimentação. Desta forma, propõe-se apresentar uma sucinta revisão de pesquisas sobre
uso de alguns dos principais coprodutos agroindustriais na alimentação de bovinos em
substituição a fontes de amido, a fontes proteicas tradicionais e a forragens.
2. Panorama da utilização de alimentos concentrados em rações comerciais
No ano de 2011 foram consumidos no Brasil 5.100 e 2.700 mil toneladas de
ração concentrada comercial para bovinos de leite e corte, respectivamente
(SINDIRAÇÕES, 2012). O milho grão foi o principal ingrediente energético. O farelo
de trigo representou a segunda fonte de concentrado energético para bovinos de leite,
seguido pelos derivados de soja, arroz, citros e cana. Em rações para bovinos de corte, o
grão de sorgo foi a segunda fonte mais utilizada (Tabela 1).
Entre os concentrados de protéicos, quatro ingredientes dominam o mercado de
rações concentradas comerciais (farelo de soja, farelo de algodão, farelo de glúten de
milho com 21% de proteína bruta e uréia). O farelo de soja foi o principal ingrediente
protéico em rações comerciais para bovinos de leite, seguido pelo farelo de algodão
40% e farelo de glúten de milho 21%. Em rações para bovinos de corte, o farelo de
algodão 40% foi o mais utilizado, seguido pelo farelo de soja e farelo de glúten de
milho 21% (Tabela 1).
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CBNA – 27 e 28 de novembro de 2012 – Campinas, SP
Tabela 1 – Participação (%) na demanda total de alimentos concentrados energéticos e
protéicos em rações comerciais para bovinos no Brasil no ano de 2011
Itens Bovinos de leite1 Bovinos de corte2
Energéticos (%)
Milho grão 47,3 38,5
Trigo e derivados 27,0 13,5
Sorgo 0,0 29,2
Derivados de soja, arroz, citros e cana 25,7 18,8
Total 100,0 100,0
Protéicos (%)
Farelo de soja 41,6 20,8
Farelo de algodão 40% 35,2 59,1
Farelo de glúten de milho 21% 19,7 14,1
Farelo de glúten de milho 60% 0,1 0,0
Uréia 3,5 5,9
Total 100,0 100,0
1 Demanda anual de 3.400 mil toneladas de concentrado energético e 1.470 mil
toneladas de concentrado protéico.
2 Demanda anual de1.680 mil toneladas de concentrado energético e 866 mil toneladas
de concentrado protéico.
Fonte: Adaptado do Boletim Informativo do Sindirações de Maio/2012.
3. Coprodutos ricos em FDN digestível e/ou pectina
A substituição parcial de fontes de amido por FDN digestível e/ou por pectina
utilizando-se coprodutos agroindustriais é uma prática comum na alimentação de
ruminantes visando reduzir custos com a alimentação e melhorar a fermentação ruminal
(Bradford e Mullins, 2012).
A pectina é um heteropolissacarídeo fibroso que apesar de estar presente na
parede celular, não apresenta ligações químicas com a lignina e, consequentemente, não
sofre efeito negativo da mesma sobre a digestão. A fermentação ruminal de pectina, ao
contrário do amido, não produz ácido lático, o que permite manter o ambiente ruminal
mais adequado ao crescimento microbiano, principalmente quando se utiliza dietas com
altos níveis de amido e/ou baixa efetividade física da FDN (Hall e Herejk, 2001;
Bradford e Mullins, 2012).
Apesar de a pectina apresentar extensão da digestão semelhante ao amido, há
importantes diferenças quanto aos produtos finais da fermentação ruminal e ao
suprimento de energia para o crescimento microbiano. A fermentação de pectina é mais
acetogênica e menos propiônica que do amido (Firkins et al., 2006). Em condições
adequadas, a fermentação de pectina suporta menor crescimento microbiano (Hall e
Herejk, 2001) provavelmente devido a presença de pentoses, as quais são catabolizadas
em parte por rota de menor rendimento energético que a via Embden-Meyerhof-Parnas,
majoritária nas hexoses (Russell, 2002). Desta forma, cuidados devem ser tomados ao
substituir amido por pectina e FDN digestível principalmente para animais de maior
demanda de energia metabolizável, de glicose e de proteína metabolizável.
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A seguir será apresentada uma compilação de resultados de experimentos
envolvendo uso de alguns dos principais coprodutos ricos em FDN digestível e/ou
pectina na alimentação de bovinos de leite e corte (casca de soja, polpa cítrica, farelo de
trigo e farelo de glúten de milho 21%).
3.1 Casca de soja
A casca de soja é um coproduto resultante do processamento do grão de soja
para extração de óleo, farelo e lecitina. Após sofrer limpeza, o grão de soja é
desidratado e submetido à decorticação. Posteriormente, a casca da soja (entre 5 a 8%
do peso grão) sofre processo de moagem e/ou peletização, visando aumentar a
densidade da massa e reduzir o custo de transporte (Blasi et al., 2000).
Pode ser classificada como suplemento energético, com valor aproximado de
80% do milho grão. Apresenta teor de proteína bruta superior ao do milho (12,9±2,9%
da MS) e, assim como o farelo de soja, é fonte rica de lisina e pobre em metionina. A
fração de carboidratos solúveis em detergente neutro (12,9±2,9% da MS) é composta
principalmente por pectina (> 70% do total). A presença de amido (3,5±2,6% da MS) e
açúcares solúveis é muito baixa. A FDNcp representa fração majoritária (61,6±4,2% da
MS) e com baixo teor de lignina (3,8±1,7 % da MS) (Valadares Filho et al., 2012). A
FDN da casca de soja moída apresenta altas taxas (média 5,6%/hora) e extensão de
digestão (acima de 95% após 96 horas de incubação ruminal) (Ipharraguerre e Clark,
2003). Assim, sua FDN é considerada de baixo efeito de repleção ruminal (Oliveira et
al., 2011a). Porém, a efetividade física da FDN é baixa, o que limita sua inclusão na
dieta em substituição a forragens (Ipharraguerre e Clark, 2003).
Realizou-se uma metanálise a partir de médias de tratamentos obtidas em 19
experimentos para investigar os efeitos da inclusão de casca de soja na dieta de vacas
leiteiras em substituição a fontes de amido. Os dados foram agrupados de acordo com o
nível de produção de leite (abaixo e acima de 27 kg/dia). As estatísticas descritivas das
variáveis de desempenho estão descritas na Tabela 2. Os dados foram analisados como
modelo misto, utilizando experimento como efeito aleatório (St-Pierre, 2001). A
inclusão de casca de soja nas dietas (21,6 ± 8,0% da MS) para vacas com produção
abaixo de 27 kg/dia não afetou o consumo de matéria (P=0,8017), a produção de leite
(P= 0,4215) e o teor de gordura do leite (P=0,1092), mas reduziu linearmente
(P=0,0289, Figura 1) o teor de proteína do leite. Contudo, salienta-se que o nível de
concentrado adotados nas dietas experimentais (53,5 ± 10,5% da MS) no grupo de vacas
com produção abaixo de 27 kg/dia de leite, pode ser considerado excessivo em relação à
produção de leite dos animais (22,9 ± 3,0 kg/dia), o que pode ter impedido a
visualização dos efeitos da inclusão de casca de soja na dieta sobre o desempenho
produtivo.
Para vacas com produção de leite acima de 27 kg/dia, a inclusão de casca de
soja (25,7 ± 10,9% da MS) não afetou o consumo de matéria seca (P=0,3681), mas
reduziu linearmente a produção de leite (P=0,020, Figura 2) e o teor de proteína do leite
(P=0,0234, Figura 3). A inclusão de casca de soja aumentou linearmente o teor de
gordura do leite (P=0,0462, Figura 4).
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Tabela 2 - Estatística descritiva de médias de tratamentos obtidas de experimentos sobre
desempenho de vacas leiteiras alimentadas com casca de soja em
substituição a fontes de amido
Itens Média Mínimo Máximo Desvio
padrão
Vacas com produção < 27 kg/dia de leite (n = 18)1
Consumo de MS (kg/dia) 20,38 16,40 23,53 2,07
Produção de leite (kg/dia) 22,91 18,50 27,70 2,98
Gordura no leite (%) 3,86 3,46 4,83 0,39
Proteína no leite (%) 3,22 2,84 3,75 0,26
Vacas com produção > 27 kg/dia de leite (n = 23) 2
Consumo de MS (kg/dia) 22,25 16,60 27,13 2,59
Produção de leite (kg/dia) 32,51 27,30 42,45 4,95
Gordura no leite (%) 3,53 2,65 3,93 0,27
Proteína no leite (%) 3,10 2,78 3,36 0,18
1 Conrad e Hibbs (1961); Wagner et al. (1965); MacGregor e Owen (1976); Bernard e McNeil (1991);
Sarwar et al. (1992); Elliott et al. (1995, Exp I e II); Pedroso et al. (2007); Oliveira et al. (2007).
2 Nakamura e Owen (1989); Firkins e Eastridge (1992); Cunningham et al. (1993); Pantoja et al. (1994);
Mansfield e Stern (1994); Stone (1996, Exp I e II); Ipharraguerre et al. (2002); Assis et al. (2004a); Akins
et al. (2012).
Figura 1 – Teor de proteína do leite de vacas (produção de leite abaixo de 27 kg/dia) em
função do nível de casca de soja (CS) na dieta. Compilação de nove
experimentos. Proteína do leite (%) = 3,348(P<0,001) –
0,00411(P=0,0289).CS (% da MS), R2 = 0,1657. Equação ajustada para
efeito de experimento (St-Pierre, 2001).
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Figura 2 – Produção de leite de vacas (acima de 27 kg/dia) em função do nível de casca de soja
(CS) na dieta. Compilação de dez experimentos. PL (kg/dia) = 34,91(P<0,001) –
0,0342(P=0,0201).CS (% da MS), R2 = 0,1032. Equação ajustada para efeito de
experimento (St-Pierre, 2001).
Figura 3 – Teor de proteína do leite de vacas (produção de leite acima de 27 kg/dia) em função
do nível de casca de soja (CS) na dieta. Compilação de dez experimentos. Proteína
do leite (%) = 3,063(P<0,001) – 0,00462(P=0,0234).CS (% da MS), R2 = 0,1162.
Equação ajustada para efeito de experimento (St-Pierre, 2001).
Figura 4 – Teor de gordura do leite de vacas (produção de leite acima de 27 kg/dia) em função
do nível de casca de soja (CS) na dieta. Compilação de dez experimentos. Gordura
do leite (%) = 3,433(P<0,001) – 0,0050(P=0,0462).CS (% da MS), R2 = 0,1074.
Equação ajustada para efeito de experimento (St-Pierre, 2001).
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Realizou-se uma compilação de cinco experimentos sobre substituição de fontes
de amido (principalmente milho) pela casca de soja (entre 50 a 100%) em dietas para
bovinos de corte em confinamento, contendo entre 30 a 61% de concentrado (Gomes e
Andrade, 1996; Thiago et al., 2000; Restle et al., 2004; Ezequiel et al., 2006a; Ezequiel
et al., 2006b). Em todos os experimentos, a substituição não afetou o desempenho
produtivo dos animais, com ganho de peso de 1,27±0,09 kg/dia. De acordo com Santos
et al. (2007), resultados positivos terão mais chances de ocorrer caso a casca de soja
substitua não o milho, mas parte do milho e da fonte de forragem da ração para bovinos
de corte em confinamento, desde que seja atendido um mínimo de efetividade física da
FDN.
Em extensa revisão sobre uso de coprodutos agroindustriais na suplementação
para animais a pasto, Zervoudakis et al. (2011) concluíram que a casa de soja pode
substituir integralmente o milho sem comprometer o desempenho dos animais.
3.2 Polpa cítrica
A polpa cítrica é um coproduto da fabricação de suco concentrado
(principalmente de laranja) constituído de cascas, sementes, bagaço e frutas descartadas.
Após a extração do sulco, é adicionado óxido de cálcio ao resíduo, sendo então
submetido à prensagem, peletização e secagem. O rendimento médio de produção é de
7,3% da massa de frutos de laranja (Machado et al, 2012).
Contém valor energético entre 85 a 90% do milho grão. Apresenta teor de
proteína bruta inferior do milho e com maior variação (6,9±1,4% da MS). Os
carboidratos solúveis em detergente neutro (CNF) representam a fração majoritária
(45,3±15,9% da MS), com presença elevada de pectina (55% do CNF), acúcares
solúveis (43% do CNF), mas baixo teor de amido (menos de 2% do CNF). O teor de
FDNcp é baixo (24,7±2,9% da MS). A FDN apresenta elevada taxa de digestão (entre
4,5 a 9,1 %/hora) e extensão da digestão (acima de 70%), devido ao baixo teor de
lignina (1,9±0,8 % da MS) e características físicas, o que também torna sua FDN de
baixo de efeito de repleção ruminal. Devido à adição de óxido de cálcio durante o
processamento, o teor de cálcio é muito alto (1,84 % da MS), mas de baixa
biodisponibilidade. O teor de fósforo é baixo (0,10% da MS), o que exige cuidados na
relação cálcio/fósforo da dieta (Hall, 2000; Bampides e Hobinson, 2006; Oliveira et al.,
2011a; Valadares Filho et al., 2012).
Realizou-se uma metanálise a partir de médias de tratamentos de 12
experimentos para investigar os efeitos da inclusão de polpa cítrica na dieta de vacas
leiteiras em substituição a fontes de amido. Agrupou-se os dados de acordo com o nível
de produção (abaixo e acima de 25 kg/dia). As estatísticas descritivas das variáveis de
desempenho estão descritas na Tabela 3. Os dados foram analisados como modelo
misto, utilizando experimento como efeito aleatório (St-Pierre, 2001). A inclusão de
polpa cítrica em dietas (16,1 ± 4,4% na MS) para vacas com produção abaixo de 25
kg/dia não afetou o consumo de matéria (P=0,9016), a produção de leite (P= 0,8853), o
teor de gordura do leite (P=0,5341) e o teor de proteína do leite (P = 0,8009). Contudo,
assim como observado nos estudos com casca de soja, o nível de concentrado nas dietas
experimentais (48,9 ± 7,3% da MS) com vacas de produção abaixo de 25 kg/dia, pode
ser considerado excessivo em relação à produção de leite dos animais (21,0 ± 2,0
kg/dia), o que pode ter impedido a visualização dos efeitos da inclusão de polpa cítrica
na dieta sobre o desempenho produtivo. Para vacas com produção acima de 25 kg/dia, a
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inclusão de polpa cítrica na dieta (21,0 ± 2,5% na MS) reduziu linearmente (P<0,05) o
consumo de matéria (Figura 5) e a produção de leite (Figura 6), mas não afetou os
teores de proteína (P=0,135) e gordura (P=0,7381) no leite.
Tabela 3 - Estatística descritiva de médias de tratamentos obtidas de experimentos sobre
desempenho de vacas leiteiras alimentadas com polpa cítrica em substituição
à fontes de amido
Itens Média Mínimo Máximo DP
Vacas com produção < 25 kg/dia de leite (n = 22)1
Consumo de MS (kg/dia) 18,8 17,7 19,9 0,61
Produção de leite (kg/dia) 21,0 17,3 24,4 2,00
Gordura no leite (%) 3,65 2,47 4,63 0,67
Proteína no leite (%) 3,27 2,81 3,55 0,25
Vacas com produção > 25 kg/dia de leite (n = 12) 2
Consumo de MS (kg/dia) 21,1 19,2 22,9 1,17
Produção de leite (kg/dia) 30,9 27,9 34,5 1,87
Gordura no leite (%) 3,55 2,82 4,79 0,59
Proteína no leite (%) 2,96 2,71 3,13 0,13
1 Wing et al. (1988); Belibasakis & Tsirgogianni (1996); Santos et al. (2001); Scoton (2003); Assis et al.
(2004b); Moreira et al. (2004); Romero et al. (2010).
2 Solomon et al. (2000); Leiva et al. (2000, Exp I e II); Broderick et al. (2002); Carmo et al. (2004).
Figura 5 – Consumo de matéria seca (vacas com produção acima de 25 kg de leite/dia)
em função do nível de polpa cítrica na dieta (PC). Compilação de cinco
experimentos. CMS (kg/dia) = 21,85(P<0,001) – 0,073(P=0,047).PC (% da
MS), R2 = 0,894. Equação ajustada para efeito de experimento (St-Pierre,
2001).
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Figura 6 – Produção de leite de vacas (acima de 25 kg/dia) em função do nível de polpa
cítrica na dieta (PC). Compilação de cinco experimentos. PL (kg/dia) =
32,82 (P<0,001) – 0,1501 (P=0,049).PC (% da MS), R2 = 0,6475. Equação
ajustada para efeito de experimento (St-Pierre, 2001).
Há substanciais evidências que a substituição parcial do milho grão pela
polpa cítrica (normalmente em até 50%) não influencia o desempenho produtivo de
bovinos de corte confinados, recebendo rações com altos níveis de concentrados
(Sampaio et al., 1984; Henrique et al., 2004; Ezequiel et al, 2006a; Pereira et al., 2007).
Porém, Gouvea (2012) demonstrou que o efeito da substituição do milho pela polpa
cítrica (0, 25, 50 e 75%) depende do processamento do milho. Quando a polpa cítrica
substitui o milho grão floculado o consumo de matéria não foi afetado, mas o ganho de
peso corporal reduziu, comprometendo a eficiência alimentar de bovinos Nelore em
confinamento (88% de concentrado na ração). Entretanto, a substituição do milho grão
moído pela polpa cítrica não comprometeu o desempenho produtivo dos animais.
Para sistemas em pastejo, a substituição integral do milho grão moído pela polpa
cítrica em suplementos normalmente não compromete o desempenho de bovinos em
crescimento/terminação (Silva et al., 2009; Zervoudakis et al., 2011)
3.3 Farelo de trigo
O farelo de trigo é o principal e mais abundante coproduto resultante do
processamento do grão para produção de farinha. É formado por pericarpo, partículas
finas de gérmen e das demais camadas internas dos grãos e outros resíduos resultantes
do processamento industrial. O rendimento de produção varia entre 25 a 30% do grão de
trigo processado (Campos et al. 1995; Soares et al., 2004).
Contém maior teor de proteína bruta (17,1±6,1% da MS) que o milho grão e
85% do valor energético do milho. Maior parte da proteína é degradada no rúmen.
Apresenta teor de amido (31,1±4,9% da MS) mais elevado que casca de soja e polpa
cítrica. A fração de FDNcp (39,1±4,5% da MS) tem alta digestibilidade (acima de
65%), mas com baixa efetividade física (Mertens, 1997; Valadares Filho, 2012).
Apesar de usado comumente em rações comerciais para vacas leiteiras (Tabela
1), o número de pesquisas recentes no Brasil é relativamente baixo. Soares et al. (2004)
observaram que para vacas leiteiras com produção abaixo de 20 kg de leite/dia, a
inclusão de farelo de trigo em até 12,9% MS da dieta (contendo 70% de silagem de
milho) em substituição total ao milho grão moído, apesar de ter reduzido a
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digestibilidade da matéria seca, não afetou o consumo de matéria e o desempenho
produtivo. Para vacas com maior potencial de produção de leite, o nível de substituição
deve ser limitado em 50% do grão moído para não comprometer o desempenho
produtivo (Acedo et al., 1987; Bernard e Mcneill, 1991; Pedroso et al., 2005).
Em dietas para bovinos de corte terminados em confinamento com alto nível de
concentrado (76% da MS), a inclusão de 35% de farelo de trigo em substituição total ao
milho grão moído não afetou o consumo de matéria seca e o ganho de peso corporal de
bovinos machos Nelore e Canchim (Pereira, 2005).
Para sistemas em pastejo, a substituição integral do milho grão moído pelo farelo
de trigo em suplementos não compromete o desempenho de bovinos em
crescimento/terminação (Silva et al., 2009; Zervoudakis et al., 2011).
3.4 Farelo de glúten de milho
O farelo de glúten de milho (FGM 21%) é um coproduto da indústria de
processamento do grão de milho, resultante da extração da maior parte do amido, glúten
e germe, formado por 2/3 de conteúdo fibroso e 1/3 de licor concentrado de maceração.
O rendimento na produção de FGM é estimado em 11% da massa inicial de grão (Blasi,
et al., 2001). Nos EUA é comercializado na forma úmida e seca. No Brasil, a forma seca
é majoritária.
O valor alimentício do FGM pode variar em função das proporções relativas de
fração fibrosa, licor e germe desengordurado (quando adicionado); do tipo de
endosperma do milho (vítreo ou farináceo); da forma física (seco ou úmido) do produto;
do teor de forragem da ração; e do estágio do estágio fisiológico do animal (Blasi et al.,
2001; Santos et al., 2007).
O FGM pode ser considerado um concentrado protéico-energético (23,9±1,1%
de PB na MS), com proteína de alta degradabilidade ruminal. Apresenta bom valor
energético (entre 85 a 90% do milho grão moído) devido à FDN (35,7%±1,7% da MS)
de elevada taxa e extensão de digestão ruminal e ao teor moderado de amido (15,6% da
MS) (Mertens, 2007; Valadares Filho et al., 2010). Assim, apresenta característica que
permite seu uso em substituição parcial a concentrados proteicos + com fontes de amido
e/ou forragens. Todavia, a baixa efetividade física da FDN exige cuidado na
substituição de forragens quando utiliza do FGM em dietas com alto teor de amido.
Há um número considerável de experimentos realizados principalmente por
pesquisadores americanos, que demonstraram possibilidade de inclusão do FGM (seco
ou úmido) em até 30% da MS da dieta em substituição ao concentrado, sem afetar o
desempenho produtivo de vacas com produção de até 30 kg/dia, mas o teor de proteína
do leite normalmente é comprometido (Staples et al., 1984; Armentano e Dentine, 1988;
Gunderson et al., 1988; Boddugari, 2001). Entretanto, salienta-se que estes resultados
referem-se ao FGM obtidos de grãos de milho com alta fração de endosperma farináceo.
No Brasil, o milho utilizado na alimentação animal apresenta maior fração de
endosperma vítreo, de menor degradabilidade ruminal (Correa et al., 2002). Assim,
respostas no desempenho animal com inclusão de FGM podem ser diferentes.
Em experimento realizado no Brasil, Pedroso et al. (2009) não verificaram
efeitos da inclusão de 0, 10 e 20% de FGM seco na dieta (em substituição ao milho grão
moído) sobre o consumo e produção de leite de vacas da raça holandesa com produção
próxima de 25 kg/dia. Porém, o teor de concentrado na dieta foi excessivamente alto
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(60% base da MS) para o nível de produção e estágio de lactação das vacas (159±23
dias), o que tornou as dietas com nível de energia (1,50 Mcal de ELL/kg de MS) acima
das exigências nutricionais dos animais estimadas a partir do NRC (2001) (1,38 Mcal de
ELL/kg de MS) e, portanto, dificultando a visualização dos efeitos da inclusão de FGM
sobre o desempenho produtivo.
Também no Brasil, Souza et al. (2008) forneceram dietas isonitrogenadas com
60% de silagem de milho para vacas confinadas (produção de 22,5 kg/dia), contendo
quatro níveis de FGM seco (0; 12,6; 25,2 e 37,9% na MS) em substituição à mistura de
concentrado (farelo de soja, milho grão moído e farelo de trigo). A digestibilidade dos
componentes da dieta não foi alterada, mas o consumo de matéria orgânica e a produção
de leite reduziram principalmente a partir de 25% de inclusão de FGM. Assim, sugere-
se limitar a inclusão de FGM seco em até 10% da dieta em substituição ao concentrado,
para não comprometer o desempenho produtivo dos animais.
Alves et al. (2007) verificaram que a inclusão de FGM seco em até 16% na dieta
( em substituição à silagem de milho) aumentou em 6,5% da produção de leite de vacas
com produção média de 22 kg/dia, sem afetar o consumo de matéria seca e a
composição do leite. Desta forma, o uso do FGM em substituição parcial a forragens e
garantindo-se níveis basais de efetividade física da fibra da dieta, pode ser benéfico
economicamente dependendo das relações de preços dos alimentos concentrados e da
forragem.
O uso do FGM (seco ou úmido) em dietas para bovinos de corte confinados foi
amplamente revisado por Santos et al. (2007). Os autores concluíram que quando o
FGM seco é incluído entre 20 a 35% da MS em substituição parcial ao milho, em rações
contendo baixo teor de forragem (~ 15% %) e altos teores de amido o consumo de
matéria seca e o ganho de peso corporal são melhorados, sem grande efeito na eficiência
alimentar. Além disso, o FGM seco apresenta menor valor nutricional para bovinos em
terminação devido ao menor tamanho de partícula e consequentemente uma maior taxa
de passagem, o que pode reduzir a digestão da fração fibrosa do FGM seco e assim
resultar em menor teor energético.
Para bovinos em crescimento a pasto no período da seca ou das chuvas,
inclusões de 50% de FGM21 em substituição a fontes energéticas/proteicas não afeta o
desempenho dos animais com oferta de 0,3% do peso corporal/dia de suplemento
múltiplos protéicos (Paixão, 2008; Zevoudakis, 2008).
4. Coprodutos protéicos
4.1 Coprodutos do processamento de oleaginosas
Os coprodutos oriundos da extração de óleo vegetal representam a principal
fonte de proteína utilizada em rações para animais de interesse zootécnico no Mundo.
Segundo levantamentos da Sociedade Americana de Soja (Soy Stats, 2012), o farelo de
soja representou 68% do consumo mundial de farelos protéicos no ano de 2011, seguido
pelo farelo canola (13%), algodão (6%) e girassol (5%).
No Brasil, os farelos de soja e algodão respondem por mais de 75% das fontes
proteicas em rações comerciais para bovinos (Tabela 1). A disponibilidade, preços
competitivos e valor nutricional são os principais fatores que influenciam a demanda
por alimentos protéicos em rações para animais. Espera-se que com o crescimento
potencial da oferta de óleos vegetais para biodiesel e outras cadeias (principalmente de
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óleo vegetal não utilizado na alimentação humana), reduza-se a dependência pelo farelo
de soja, o que contribuirá para reduzir a competição com a alimentação humana e
aumentar as opções para os pecuaristas.
O valor nutritivo dos coprodutos da extração de óleo vegetal depende
basicamente do método de extração, do grau de decorticação da semente, do
processamento do produto da espécie de oleaginosa, cujos detalhamentos estão descritos
em Oliveira et al. (2010c).
4.1.1 Algodão
Caroço de algodão
O caroço de algodão é um coproduto resultante da remoção da pluma (fibra) da
semente para uso na indústria têxtil. O beneficiamento de 100 kg algodão em pluma
resulta em 60-65 kg de caroço (National Cottonseed Products Association, 2000). Este
produto é disputado pela indústria de extração de óleo e produção de farelo e, por
pecuaristas para o fornecimento aos animais na forma integral (Martinez, 2008).
O caroço de algodão é um ingrediente peculiar, pois contém alto teor energético
(em função do elevado teor de óleo), 20 a 22 % de proteína bruta (com alta
degradabilidade ruminal) e é rico em fibra fisicamente efetiva. Desta forma, tem sido
utilizado em substituição parcial a forragens e/ou concentrados, mas os altos teores de
ácidos graxos polinsaturados e de gossipol limitam o seu uso em até 15 % da MS na
dieta de ruminantes normalmente (Zhang et al., 2007; Santos et al., 2007). Além disso,
o teor de lignina é elevado (8,39±3,1% da MS), o que torna a fração de FDN
(44,9±3,0% da MS % da MS) de baixa digestibilidade (45±0,5%) (Valadares Filho et
al., 2012) o que pode comprometer o consumo dependendo da fonte a ser substituída.
O gossipol é um composto secundário (aldeído polifenóico) naturalmente
presente no algodão nas formas livre e ligada. A maior fração do gossipol encontrado no
caroço de algodão está na forma livre. O esterioisômero (-) é o mais ativo
biologicamente. Sua forma livre é tóxica principalmente para animais não ruminantes e
ruminantes jovens, pois reduz a capacidade de transporte de oxigênio no sangue (Zhang
et al., 2007). O processamento do caroço para obtenção do farelo ou para uso na
alimentação a animal (aquecimento, pressão, extrusão) reduz a forma livre do gossipol
(Santos et al., 2005).
De 20 experimentos compilados sobre uso de caroço de algodão em dietas
(média de 15% de inclusão, base da matéria seca) para vacas leiteiras (produção média
de 22 kg/dia), em 18 não houve efeito sobre a produção de leite, em dez o teor de
gordura aumentou (sem efeito nos demais) e o teor de proteína do leite não foi afetado
em 16 experimentos (Coppock et al., 1987; Villela et al., 1996; Fernandes, 2000).
Porém, quando incluso em dietas (máximo de 7% de EE, base da matéria seca) em
substituição principalmente a silagem de milho, o desempenho produtivo pode
aumentar substancialmente. Melo et al. (2008) ao incluírem caroço de algodão na dieta
de vacas confinadas (teor de EE máximo de 7% base da MS) a base de palma forrageira
observaram aumento de 3 kg/dia de leite sem comprometer o teor de gordura.
Quando incluído em dietas (com até 6% de extrato etéreo, base da MS) para
bovinos em crescimento/terminação, em substituição a concentrados (base de amido),
pode reduzir o consumo de matéria seca e comprometer o desempenho animal.
Entretanto, quando este é incluído em até 15% da MS da ração em substituição total à
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fonte de forragem, a eficiência alimentar dos animais pode ser aumentada (Santos et al.,
2007; Bassi et al., 2012).
O caroço de algodão pode ser fornecido intacto e sem a necessidade de remover
o línter (pequenas fibras de celulose). A remoção mecânica do línter do caroço (13% na
dieta) não alterou o consumo de matéria seca, a digestibilidade e a produção de leite de
vacas de alta produção (37 kg/dia) (Moreira et al. 2004). A moagem do caroço também
não foi efetiva em alterar o desempenho produtivo de vacas leiteiras com produção
próxima a 20 kg/dia (Pires et al., 1997).
Apesar da microbiota ser capaz de inativar parte do gossipol ingerido,
permitindo-se a ingestão de gossipol livre em até 0,1% do consumo de matéria seca sem
comprometer a saúde e desempenho produtivo (Ezequiel, 2001), efeitos negativos sobre
a reprodução de fêmeas podem ocorrer nestes níveis de ingestão. Santos et al. (2003)
avaliaram o efeito de dois níveis gossipol livre na dieta (0,071 versus 0,096 % da MS)
sobre o desempenho produtivo e reprodutivo de 813 vacas em três rebanhos na
Califórnia (EUA). O consumo médio de gossipol livre foi de 17,5 e 22,8
gramas/vaca/dia. A produção de leite não foi afetada tanto nas vacas primíparas (34,7
kg/dia) quanto nas multíparas (44,9 kg/dia). Entretanto, a incidência de aborto
aumentou (3,3 versus 7,9%) e a taxa de prenhes após 170 dias de experimento reduziu
(79 versus 70,6%) com o aumento no consumo de gossipol livre.
A ingestão de gossipol reconhecidamente compromete a função reprodutiva de
touros, mas que pode ser revertido com a suplementação de vitamina E em doses mais
altas. Velasquez-Pereira et al. (1998) observaram que a ingestão 14 mg de gossipol/kg
de peso corporal + 30 UI de vitamina E/dia reduziu a produção e qualidade de
espermatozoides, atrasou a idade à puberdade e reduziu o libido dos touros, em
comparação aos animais que não consumiram gossipol. Entretanto, ao fornecer a mesma
quantidade de gossipol (14 mg/kg de peso corporal) + 4000 UI de vitamina E/dia, os
efeitos adversos sobre a função reprodutiva foram anulados.
Farelo
O farelo de algodão é um dos mais notáveis exemplos do efeito do grau de
decorticação das sementes sobre o valor nutricional de coprodutos da extração de óleo
vegetal. O aumento do grau de decorticação (menor nível de casca do caroço) do caroço
reduz as frações de compostos nitrogenados insolúvel em meio neutro e em meio ácido,
os teores de FDN e lignina, amplia os teores de proteína bruta e as taxas de degradação
ruminal de matéria seca e da proteína bruta do farelo (Tabela 4).
Tabela 4 – Composição química e velocidade de degradação ruminal do farelo de algodão com
diferentes níveis de casca (grau de decorticação) Presença de casca
Item Alta Intermediária Baixa
Proteína bruta – PB (% da MS1) 30,39 38,35 45,46
Nitrogênio insolúvel em detergente neutro (% do NT2) 6,56 5,05 4,93
Nitrogênio insolúvel em detergente ácido (% do NT2) 2,08 1,41 1,47
Fibra em detergente neutro (% da MS1) 29,16 18,95 15,12
Lignina (% da MS1) 5,6 2,8 -
Taxa de degradação ruminal da MS (h-1) 0,068 0,064 0,086
Taxa de degradação ruminal da PB (h-1) 0,042 0,044 0,057
Fonte: Oliveira et al. (2010c).
1MS: matéria seca; 2NT: nitrogênio total.
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A substituição total proteica do farelo de soja pelo farelo de algodão com 28 ou
38% de PB sem causar impacto na produção e teor de proteína do leite, fica restrito para
vacas produção abaixo de 20 kg/dia (Pina et al., 2006). Em vacas com maior potencial
de produção, a substituição do farelo de soja pelo farelo de algodão 38% de PB reduziu
a produção de leite (34,75 versus 33,21 kg/dia) e o teor de proteína do leite (2,91 versus
2,83%) (Imaizumi, 2005). Entretanto, o farelo de algodão decorticado (45% de PB)
pode substituir totalmente o farelo de soja sem comprometer o desempenho produtivo
de vacas com produção entre 27 a 45 kg/dia (Sanchez e Claypool, 1983; Chiou et al.,
1997; Bernard et al., 1997; Blackwlder et al., 1998; Brito e Broderick, 2007).
4.1.2 Girassol
A semente de girassol contém entre 35 a 45% de extrato etéreo e 25 a 30% de
casca. Durante o processo de extração de óleo obtêm farelos com teor de proteína bruta
entre 28 a 50%, na base da MS, cujo valor nutritivo depende da cultivar, do processo de
extração do óleo e do grau de decorticação. A casca da semente contém baixo teor de
PB (5%, base da MS), altos teores de FDN (73,5%, base da MS) e de lignina (26,5%,
base da MS) Desta forma, o grau de decorticação apresenta-se como principal fator de
variação no valor nutritivo do farelo de girassol (Arija et al., 1998; Oliveira, 2008).
Em estudos sobre cinética de degradação ruminal observou-se maior degradação
ruminal da PB do farelo de girassol (entre 29 a 40%, base da MS) em relação ao farelo
de soja, farelo de algodão, farelo de amendoim e farelo de canola (Erasmus et al., 1994;
Branco et al., 2006; Rodriguez et al., 2008), mas menor degradação da MS em relação
ao farelo de soja devido à presença de casca (Rodriguez et al., 2008). A proteína não
degradável no rúmen apresenta alta digestibilidade intestinal (Branco et al., 2006). O
perfil de aminoácidos essenciais é semelhante ao do farelo de soja, exceto para o menor
teor de lisina e maior de metionina (NRC, 2001).
Em pesquisas realizadas nos EUA e no Brasil demonstrou-se a viabilidade da
inclusão em até 10% de farelo de girassol (37% de PB e 2% de EE, base MS) ou 15%
de torta de girassol (25% de EE, base MS) não decorticados na dieta, em substituição ao
farelo de soja e milho grão para vacas leiteiras com produção inferior a 20 kg/dia
(Schingoethe et al., 1977; Silva et al., 2005). Todavia, para vacas de maior potencial de
produção de leite inclusões acima de 7% na dieta compromete o desempenho produtivo
em razão da redução na digestibilidade e síntese de proteína microbiana ruminal, apesar
do consumo não ser afetado (Oliveira, 2010d,e). O uso do farelo/torta oriunda de
semente decorticadas de girassol pode aumentar substancialmente o valor nutricional do
coproduto e disponibilizar a casca como potencial fonte de FDN fisicamente efetiva
(Oliveira, 2008).
4.1.3 Mamona
As sementes de mamona apresentam altos teores de extrato etéreo, entre 39,6 a
48,4% (base da MS). Em média, o farelo/torta corresponde por 55% do peso da
semente, permitindo um rendimento aproximado de 1,2 toneladas de farelo/torta para
cada tonelada de óleo extraído. Ambos apresentam-se como alimentos concentrados
protéicos, correspondendo entre 70 a 80% do teor de proteína bruta (PB) do farelo de
soja, com degradabilidade ruminal efetiva da PB intermediária entre o farelo de soja e o
farelo de algodão (Tabela 5). Destaca-se ainda o alto teor de cutina (devido à presença
de cascas e envoltórios de natureza rígida da semente), o que explica a menor
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degradação ruminal da MS de material não decorticado em relação ao farelo de soja e
farelo de algodão.
Tabela 5 – Composição química do farelo e torta de mamona Mamona
Itens Farelo Torta
(expeller)
Matéria seca (MS, %) 88,09 89,00
Extrato etéreo (% da MS) 3,14 7,98
Proteína bruta (PB, % da MS) 37,32 33,70
Nitrogênio não protéico (% do NT) 22,27 29,61
Nitrogênio insolúvel em detergente neutro (% do NT) 17,60 12,49
Nitrogênio insolúvel em detergente ácido (% do NT) 4,85 6,77
FDNcp (% da MS) 46,50 48,30
Cutina (% da MS) 25,26 27,39
Lignina (% da MS) 4,52 4,29
Cinzas (% da MS) 9,82 6,92
Cálcio (% da MS) 0,78 0,72
Fósforo (% da MS) 0,68 0,84
Degradabilidade ruminal efetiva da proteína bruta (% da PB) 58,901-
Degradabilidade ruminal efetiva da MS (% da MS) 38,241-
Digestibilidade intestinal da proteína não degradada no rúmen (%) 65,30 -
Fonte: Oliveira (2008).
1/considerando taxa de passagem (kp) de 0,05 h-1.
Apesar do potencial de utilização na alimentação de ruminantes como substituto
de fontes tradicionais de proteína (farelo de soja e farelo de algodão), o farelo e a torta
de mamona são atualmente utilizados como fertilizantes orgânicos. A presença de um
potente composto tóxico (ricina) representa o principal impedimento para sua adoção na
alimentação animal (Oliveira et al., 2010a). A ricina é uma proteína solúvel encontrada
principalmente no endosperma da mamona, não sendo detectada em outras partes da
planta, como raízes, folhas e caules (Bandeira et al., 2004).
A toxidade da ricina é conhecida há mais de um século, mas somente no final da
década de 1980 seu mecanismo de ação em células eucarióticas foi melhor elucidado
(Endo & Tsuguri, 1987; Endo et al., 1987; Endo & Tsuguri, 1988). A ricina se classifica
como uma lectina, componente do grupo das “proteínas inativadoras de ribossomos”,
compostas por duas subunidades de funções biológicas distintas. A subunidade A
inativa especificamente e irreversivelmente os ribossomos eucarióticos, impedindo a
síntese protéica. Já a subunidade B encontra-se ligada à membrana celular e à
subunidade A, e permite a entrada desta por endocitose para o citosol. Assim, se
quebradas as ligações entre as duas sub-unidades, as partes resultantes não são tóxicas
em células eucarióticas (Oliveira et al., 2010b).
Os principais sintomas clínicos observados em ruminantes intoxicados por
sementes de mamona foram anorexia, diarréia, desidratação, hipotermia, elevação dos
níveis séricos de creatinina, creatina kinase e asparato aminotransferase 24-30 horas
após a ingestão e, morte em até três dias após a ingestão (Armién et al., 1996; Tokarnia
& Dobereiner, 1997; Aslani et al., 2007).
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Os tratamentos que possibilitem transformar o farelo de mamona num produto
destoxificado foram estudados desde a década de 1940, tendo-se obtido alguns
resultados, embora não conclusivos, utilizando-se vapor, etanol e hidróxidos (Oliveira,
2008). Entretanto, somente recentemente que métodos mais efetivos foram
desenvolvidos. Em 2005, pesquisadores Indianos investigaram a eficácia de diferentes
métodos físicos (autoclave, cozimento, aquecimento, fervura e embebição) e químicos
(tratamento com hidróxido de cálcio, hidróxido de sódio, amônia, cloreto de sódio,
formaldeído ou tanino) na destoxificação da ricina do farelo de mamona (Anandan et
al., 2005). Dos métodos avaliados, somente o autoclave (15 psi, 60 min) e o tratamento
com hidróxido de cálcio (40 g/kg de farelo de mamona) provocaram completa
desnaturação da toxina.
No Brasil, Oliveira et al. (2007) comparou a eficácia de destoxificação da ricina
por meio do tratamento do farelo de mamona com hidróxido de cálcio (20, 40 ou 60
g/kg, diluído ou não em água), com óxido de cálcio (20, 40 ou 60 g/kg, diluído ou não
em água) ou com autoclave (15 psi, durante 30, 60 ou 90 minutos) e seus efeitos sobre o
valor nutritivo. A eficácia dos tratamentos foi avaliada com base na presença das sub-
unidades de ricina em gel a 15% de poliacrilamida (SDS-PAGE) em condição
desnaturante, análise densitométrica e dosagem de proteína. A eficácia de
destoxificação da ricina do farelo de mamona com autoclave em 15 psi durante 60
minutos ou com hidróxido de cálcio na dose de 40 g/kg de farelo, observada por
Anadan et al. (2005), não se confirmou. Somente os tratamentos com autoclave em 15
psi durante 90 minutos e com hidróxido de cálcio ou óxido de cálcio, diluídos em água
(1:10), na dose de 60 gramas/kg de farelo, mostraram-se eficazes em desnaturar 100% a
ricina.
Oliveira (2008) também observou que o tratamento térmico ou alcalino do farelo
de mamona reduziu a degradabilidade ruminal in situ da proteína bruta e da matéria
seca, mas não afetou a digestibilidade intestinal da proteína não degradável no rúmen e
a degradabilidade ruminal in situ da fibra em detergente neutro (FDN). Porém, o
tratamento alcalino reduziu o efeito de repleção ruminal da FDN potencialmente
degradável, indicando maior potencial de melhoria no valor nutritivo do farelo de
mamona em relação ao tratamento térmico (Oliveira, 2008).
Os procedimentos de destoxificação desenvolvido por Oliveira et al. (2007)
utilizando tratamentos alcalinos são operacionalmente simples. A solução de óxido de
cálcio (relação água:CaO de 10:1) é misturado ao farelo de mamona, na dose 60 g de
CaO/kg de farelo, base da matéria natural. Após permanecer por uma noite (12 horas)
para ocorrer o processo de destoxificação o material tratado é seco para posterior
armazenamento e utilização.
Diversos experimentos foram então realizados para avaliar a inclusão do farelo
de mamona não decorticado tratado com 60 de CaO /kg (FMT) em dietas de
ruminantes. A substituição total do farelo de soja pelo FMT não afetou o consumo e o
desempenho produtivo de bovinos de corte terminados em confinamento com média de
1,5 kg/dia de ganho de peso corporal (Diniz et al., 2010). Barros et al. (2011) avaliaram
a substituição (0, 33, 67 e 100%) do farelo de soja pelo FMT em suplementos múltiplos
(25% de proteína bruta) sobre o desempenho de novilhas nelore em pastos de
Brachiaria decumbens (8,74% de proteína bruta, base da matéria seca) no período de
transição seca-água. O nível máximo de inclusão do FMT no suplemento foi de 50%
(base da matéria natural). O ganho de peso corporal (média de 500 gramas/dia) dos
animais não foi afetado pela substituição do farelo de soja pelo FMT.
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Porém, para vacas leiteiras com produção de 20 kg/dia o nível de substituição do
farelo de soja pelo FMT deve ser de 30%, sob o risco de reduções no consumo,
digestibilidade, síntese de proteína bruta microbiana e do desempenho produtivo
(Cobianchi et al., 2012). A presença integral de cascas de sementes no material
representa a principal limitação para uso em níveis mais elevados. Assim, sugere-se
desenvolvimento de pesquisas sobre os efeitos da decorticação da semente no valor
alimentício dos farelos/torta de mamona destoxificados.
4.1.4 Pinhão-manso (Jatropha curcas L.)
O pinhão-manso é um arbusto perene pertencente à família Euphorbiaceae,
nativo de regiões tropicais e sub-tropicais das Américas Central e do Sul. Sua semente
contém em média 34,4% de óleo (base da matéria seca). O rendimento em sementes da
cultura é bastante variado, sendo reportados valores entre 0,4 a 5,0 toneladas de
sementes secas/ha/ano (Achten et al., 2008). Em razão da ampla faixa de condições
climáticas e edáficas toleráveis pela planta, alguns autores a elegeram como espécie de
grande potencial para produção de óleo vegetal em regiões tropicais (Saturnino et al.,
2005; Achten et al., 2008). Apesar deste aparente potencial, em razão de sua recente
domesticação (a partir da década de 1980) o conhecimento científico e tecnológico
sobre a cultura ainda não permite a elaboração de um sistema de produção definido.
No processamento de uma tonelada de sementes de pinhão-manso geram-se
cerca de 380 kg de casca, 350 kg de óleo e 270 kg de farelo (adaptado de Saturnino et
al., 2005). A casca da semente, por apresentar alto teor de lignina, apresenta
limitações para uso na alimentação animal. A presença da casca reduz o teor de
proteína bruta, amplia os teores de fibra insolúvel em detergente neutro e de lignina e,
reduz a fração potencialmente degradável da matéria seca do farelo/torta (Souza, 2012).
O farelo de pinhão manso decorticado apresenta-se como concentrado de alto
valor protéico. A composição em aminoácidos essenciais assemelha-se ao farelo de
soja, exceto nos níveis de lisina e aminoácidos sulfurosos, menor e maior,
respectivamente (Oliveira et al., 2010c). Porém, materiais não decorticado obtidos por
meio de extração mecânica com prensa hidráulica apresentam teor de proteína bruta
entre 40 a 45% do valor do farelo de pinhão-manso decorticado (Souza, 2012; Oliveira
et al., 2011b).
O principal fator que impede seu uso na alimentação animal é a presença de
ésteres de forbol. Os esteres de forbol são compostos de ocorrência natural e
amplamente distribuídos em espécies de plantas das famílias Euphorbiaceae e
Thymelaeceae. Os efeitos biológicos desses compostos incluem reações inflamações
agudas e copromoção de tumores. Estes efeitos são correlacionados com a ativação da
proteína C kinase que conduz a uma série de respostas celulares por fosforilação, com o
objetivo de reduzir proteínas nos resíduos de serina e treonina (Azzi et al., 1992).
Em diversos estudos observou-se elevada toxidade de sementes de pinhão-
manso quando ingeridas por roedores (Liberalino et al., 1988) e ruminantes (Ahmed &
Adam, 1979a,b; Gadir et al., 2003).
Duas estratégias podem ser desenvolvidas para reduzir os níveis de ésteres de
forbol (Oliveira et al. 2011b):
a) desenvolvimento de genótipos de pinhão-manso que sejam ao mesmo tempo
produtivos e que apresentem baixos níveis da toxina. A existência de variabibilidade
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genética para os níveis de ésteres de forbol já foi verificada em países como o México
mais recentemente no Brasil pela Embrapa Agroenergia;
b) Desenvolvimento de processos industrais de destoxificação.
Por apresentar solubilidade em solventes orgânicos, os éteres de forbol estão
presentes em maior quantidade nas sementes em relação às tortas/farelos. Segundo
Makkar & Becker (1999), 72% dos ésteres de forbol das sementes são removidos
durante a extração do óleo por éter de petróleo. Além disso, a extração de óleo da
semente por meio de solventes resulta em produto com menor teor de ésteres de forbol
em relação à extração mecânica.
Diferentes métodos de destoxificação (térmico e químico) do farelo de pinhão-
manso foram avaliados por Aregheore et al. (2003) e Martinez-Herrera et al. (2006). A
partir dos resultados destes trabalhos verificou-se que tratamento térmico (121oC por 30
minutos) não é eficaz como processo de destoxificação. Por outro lados, tratamentos
químicos à base de hidróxido de sódio (dose de 3,5 a 4,0% de NaOH, p/p), extração
com metanol à 92% ou etanol à 90% se mostraram eficazes na redução dos níveis de
ésteres de forbol.
Kumar et al. (2010) verificaram que a substituição proteica parcial (50%) da
farinha de peixe pelo farelo de pinhão-manso destoxificado (com 60 minutos de
extração com solvente orgânico + autoclavagem; aplicação com pedido de patente) não
afetou o crescimento e a saúde de carpas (Cyprinus carpio L). Os esteres de forbol não
foram detectados no tecido muscular dos peixes, sugerindo que os animais alimentados
com farelo destoxificado são seguros para o consumo humano.
Entretanto, Souza (2012) verificou que o tratamento alcalino com 70 g de
CaOH/kg reduziu em 60% os teores de ésteres de forbol no farelo expeller de pinhão-
manso. Ao fornecer o farelo expeller de pinhão-manso tratado com 70 g de NaOH/kg
em suplementos concentrados nos níveis de 0, 10, 20 e 30% (4kg/vaca/dia) para vacas
mestiças em lactação em pastos de capim mombaça, o autor verificou que o consumo de
suplementos reduziu principalmente a partir de 20% de inclusão, reduzindo a produção
de leite. Apesar dos animais não terem apresentados sintomas clínicos de intoxicação
(níveis séricos de transaminases hepáticas e transferases), os resultados observados
ainda não permitem recomendar com segurança o uso do farelo de pinhão-manso
submetido à tratamentos alcalinos na alimentação animal.
A biodestoxitificação apresenta-se como processo promissor. Os ésteres de
forbol foram biodegradados no solo entre 9 a 19 dias, dependendo da temperatura e
umidade do meio (Devappa et al., 2009), provavelmente pela ação da microbiota
edáfica. O ecossistema ruminal, por sua vez, não foi capaz de reduzir os níveis da toxina
após 72 horas de incubação ruminal in vitro (Makkar & Becher, 2010).
Barros et al. (2011) avaliaram a incubação de três fungos Bjerkandera adusta,
Ganoderma resinaceum e Phebia rufa na torta de pinhão-manso por 30 dias. Houve
redução de 20% da concentração de ésteres de forbol no material inoculado com
Ganoderma resinaceum, 91% com Bjerkandera adusta e 97% com Phebia rufa. Os
resultados obtidos por estes autores sugerem que o cultivo de fungos lipolíticos não
patogênicos pode ser uma alternativa para viabilizar o uso da torta do pinhão-manso
tóxica na alimentação animal.
Em razão da intensa modificação bioquímica de substratos durante a ensilagem,
postulou-se que a ensilagem da torta de pinhão-manso (poderia reduzir os níveis de
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ésteres de forbol. Assim, foi conduzido na UFMT/Campus Sinop um ensaio visando
avaliar a capacidade do processo de ensilagem em reduzir os níveis de ésteres de forbol,
adicionando-se ou não fontes de carboidratos solúveis (5% de sacarose ou 5% de
glicerina) ou inoculante microbiano (0 e 5x105 UFC de Lactobacillus plantarum +
3,33x105 UFC de Propionibacterium por grama de material ensilado) (Oliveira et al.,
2012). Foram confeccionados 24 mini-silos (982 cm3) de PVC, os quais foram abertos
após 60 dias de fermentação em temperatura ambiente. A torta de pinhão manso pré-
ensilada foi hidratada com água destilada e continha 28,2% de umidade, 21,3% de
proteína bruta (base da matéria seca) e 0,424 mg de ésteres de forbol/g de matéria seca.
A ensilagem reduziu, em média, 47,4% os ésteres de forbol, independente da adição de
fontes de carboidratos solúveis ou inoculante microbiano. Os níveis de ésteres de forbol
no material ensilado ainda permaneceu elevado (0,25 mg/kg de matéria seca). Assim, o
processo de ensilagem da torta de pinhão manso hidratada (28,2% de umidade) não é
indicado como procedimento eficaz de biodestoxificação.
Diante do exposto, ainda não é possível sugerir uso do farelo/torta de pinhão
manso na alimentação animal. Faz-se necessário desenvolver processos mais eficazes e
viáveis de destoxificação e/ou cultivares de Jatropha curcas L. com níveis atóxicos de
ésteres de forbol, mas que sejam produtivos.
4.2 Resíduo úmido de cervejaria
O resíduo úmido de cervejaria (RUC) é um coproduto da indústria obtido após a
remoção do amido dos grãos de cereais para a produção de álcool. Na fabricação de
cerveja, os grãos de cevada sofrem germinação para converter amido em dextrina e
açúcar, resultando no produto denominado "malte de cevada". O malte de cevada é
moído (pode ser misturado com outros cereais), submetido ao cozimento e separação
das frações sólidas e líquidas. A fração líquida é fermentada para produzir cerveja,
enquanto que a parte sólida representa o resíduo de cervejaria. Estima-se produção de
350 kg de RUC para cada 1000 litros de cerveja (Martinez, 2007).
Antes da comercialização, o RUC pode ser prensado para remoção de parte da
água, resultando num produto que contém de cerca de 20% de matéria seca, mas que
pode apresentar grandes variações. Devido ao elevado teor de água, seu uso fica restrito
a regiões próximas as indústrias cervejeiras e impõe limitações quanto ao
armazenamento, exigindo suprimento regular e constante (Campos et al., 1995).
O RUC é um ingrediente utilizado com relativa frequência por produtores de
leite localizados próximos às indústrias. Contém 28,8±6,1% de PB (base da MS) com
alta fração não degradável no rúmen (65% da PB, considerando taxa de passagem de
5%/hora). A digestibilidade intestinal da proteína não degradável no rúmen (PNDR) é
inferior ao farelo de soja (70,5% versus 91,7%) e os aminoácidos lisina, arginina e
histidina são os mais limitantes. Por apresentar elevado teor de FDN (59,6% da MS)
também pode ser utilizado em substituição parcial de forragens (Geron et al., 2007;
Valadares Filho et al., 2012)
Em extensa revisão sobre uso de fontes de PNDR para vacas de leite, Santos et
al. (1998) compilaram noves estudos onde o RUC substituiu parcialmente ou totalmente
o farelo de soja. Dentre sete trabalhos onde os níveis de forragens e concentrados foram
similares nas dietas, em seis não houve diferença na produção de leite (31,0 versus 31,7
kg/dia) e teor de proteína do leite entre as vacas recebendo farelo de soja ou RUC. Nos
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estudos onde o RUC foi incluído substituindo o farelo de soja e parte da forragem da
dieta, observou-se aumento na produção de leite.
No Brasil, Imaizumi (2005) avaliou as inclusões de 10% de RUC em
substituição ao concentrado ou 20% de RUC, em substituição de partes iguais de
concentrado e forragem (silagem de milho) para vacas de leite. A inclusão de 10% de
RUC na dieta em substituição ao concentrado (farelo de soja, milho e polpa cítrica) não
alterou o consumo de matéria seca (20,6 versus 21,0 kg/dia), a produção de leite (29,91
versus 29,55 kg/dia) e o teor de proteína do leite, mas ampliou o teor de gordura do leite
em comparação ao controle. Todavia, a inclusão de 20% de RUC na dieta em
substituição ao concentrado e a silagem de milho aumentou a produção de leite (30,94
kg/dia versus 29,55 kg/dia).
O RUC pode ser armazenado por curto período (menos de 1 semana) em tanques
de concreto, ou por maior período quando submetido ao processo fermentativo em silos
de alvenaria apropriados (Geron et al., 2007). Imaizumi (2005) observou que a uso de
RUC na dieta (12% da MS) fresco (armazenado por menos de 1 semana) ou ensilado
(com adição de milho grão moído na proporção de 1:1, base da matéria seca) não
influencia a produção de leite de vacas com produção entre 15 a 30 kg de leite/dia,
indicando que a ensilagem conserva o valor nutricional do RUC.
4.3 Levedura desidratada inativa
A levedura desidratada inativa é coproduto da produção de etanol a partir da
fermentação de sacarose (principalmente de cana-de-açúcar). Para cada litro de etanol
produzido gera-se um excedente de 25 a 30 gramas de levedura. A levedura seca
contém entre 5 a 15 bilhões de células inativas por grama de produto, possui textura
bastante fina e aroma específico, que é dependente do substrato em que foi cultivada
(Costa, 2004; Amorim e Lopes, 2009; Campos, 2011). A textura muito fina da levedura
pode causar redução no consumo de dietas, pois dificulta a apreensão da ração pelos
animais (Prado et al. 2000, Campos, 2011).
Apresenta elevado teor de proteína bruta (37,9±4,8% na MS) e quase que
totalmente degradável no rúmen (95% da PB) (Valadares Filho et al., 2012; Campos,
2011). Para bovinos em crescimento ou terminação com ganho de peso corporal de até
1,3 kg/dia, a substituição total de fontes proteicas tradicionais (farelo de soja ou farelo
de algodão) pela levedura seca aparentemente não afeta o desempenho produtivo dos
animais (Prado et al., 2000; Campos, 2011; Franco, 2011).
4.4 Coprodutos da destilação de grãos
Grãos de cereais destilados são utilizados na alimentação animal há mais de 100
anos. Todavia, em razão do recente aumento na produção de etanol houve um
expressivo aumento na oferta de coprodutos principalmente nos EUA (milho). No
Brasil, apesar de algumas usinas terem iniciada a produção de etanol de milho, a
disponibilidade deste coproduto ainda é baixa.
O resíduo da destilação de grãos (grãos destilados + frações solúveis, GDS) é o
principal coproduto da destilação do amido para produção de etanol, podendo ser usado
na alimentação nas formas úmida ou seca. Quando o amido do grão é fermentado para
produção de etanol, os teores de proteína, lipídeos e fibra normalmente são triplicados.
É fonte de proteína (acima de 30% de PB na MS) com alta fração não degradável no
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rúmen (55% da PB). Assim como outros coprodutos do milho, são ricos em metionina,
mas limitante em lisina. A concentração intermediária de lipídeos (10% da MS)
associada com a FDN (40% da MS) facilmente digerida contribuem para o alto
conteúdo energético do teor GDS (energia líquida para lactação aproximada de 2,25
Mcal/kg de MS). O expressivo aumento na eficiência na fermentação das novas
gerações de plantas indústrias de etanol tem produzido GDS com melhor valor proteico
e energético (Klopfenstein et al., 2008; Schingoethe et al., 2009).
Metánalises de experimentos sobre uso de GDS na alimentação de bovinos de
corte e de leite foram realizadas recentemente (Klopfenstein et al., 2008; Schingoethe et
al., 2009). Klopfenstein et al. (2008) ao analisar nove experimentos com bovinos de
corte confinados demonstraram que a adição de GDS úmido (normalmente em até 40%
na MS da dieta) incrementa o ganho de peso corporal e a eficiência alimentar, em
comparação a dietas baseadas em milho grão. Resultados similares foram observados
com o GDS na forma seca, mas com aparente menor valor alimentar que o GDS na
forma úmida. Entretanto, as respostas parecem depender do processamento grão da
dieta basal. Quando o GDS foi incluso em dietas com grão de milho moído ou grão de
milho úmido a eficiência alimentar aumentou, mas quando incluído em dietas com grão
de milho floculado, a eficiência alimentar não foi alterada. Os mecanismos do efeito da
interação entre o nível de GDS e processamento do grão ainda não foi totalmente
elucidado. Resultados obtidos de estudos de metabolismo sugerem que os lipídeos do
GDS são parcialmente protegidos da lipólise ruminal, permitindo-se assim aumentar o
fluxo intestinal de ácidos graxos polinsaturados. Entretanto, este benefício sobre a
composição de ácidos graxos nos produtos de origem animal ainda precisa ser
confirmado.
Schingoethe et al. (2009) sumarizaram resultados de 24 experimentos
conduzidos entre os anos de 1982 e 2005, com vacas de leite alimentas com grãos de
milho destilado (úmido e seco) (Tabela 6). Segundo os pesquisadores, embora o GDS
possa constituir em mais de 30% na MS da dieta, o efeito de repleção ruminal pode
limitar o consumo e a produção dos animais com níveis de GDS acima de 20% na MS
da dieta.
Tabela 6 Consumo de matéria seca (CMS), produção e composição do leite de vacas
alimentadas com diferentes níveis de grão de milho destilados (seco ou
úmido) na dieta
Nível de inclusão
(% da MS) CMS
(kg/d) Produção de leite
(kg/d) Teor de
gordura (%) Teor de
proteína (%)
0 22,1b33,0ab 3,39 2,95a
4-10 23,7a33,4a3,43 2,96a
10-20 23,4ab 33,2ab 3,41 2,94a
20-30 22,8ab 33,5a3,33 2,97a
> 30 20,9c32,2b3,47 2,82b
EPM 0,8 1,4 0,08 0,06
Valores na coluna seguidos por letras diferentes são diferentes (P<0,05).
Oriundos de metanálise de 24 experimentos.
Fonte: Schingoethe et al. (2009)
Salienta-se que os dados apresentados referem-se a grãos de milho produzido
nos EUA, que apresentam maior fração endosperma farináceo. Conforme apresentando
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anteriormente, a maior parte do milho produzido utilizado na alimentação animal
apresenta maior fração de endosperma vítreo, de menor degradabilidade ruminal
(Correa et al., 2002). Assim, respostas no desempenho de bovinos alimentos com grãos
destilados produzidos no Brasil podem ser diferentes, o que necessita de investigação
principalmente se houver aumento na oferta deste coproduto.
5. Glicerina bruta de biodiesel
A glicerina é um triol viscoso, resultante, entre outros, do processo de
transformação de um triglicerídeo em éteres de ácidos graxos (biodiesel) a partir de uma
reação de transesterificação, na presença de um catalisador (normalmente básico) e de
um álcool de cadeia curta (metanol ou etanol). O termo glicerina aplica-se aos produtos
comerciais à base de glicerol. O termo glicerol aplica-se normalmente ao componente
químico puro 1,2,3-propanotriol. Vários níveis e designações de glicerina estão
disponíveis comercialmente, que diferem quanto ao conteúdo de glicerol, álcool,
catalizadores, ácidos graxos, sabões, cor e odor (Mota et al., 2009).
5.1 Classificação e composição química
Na indústria do biodiesel podem ser obtidas basicamente quatro tipos de glicerina:
Glicerina bruta: Obtida logo após a separação do biodiesel. Contém baixos níveis
de glicerol (40 a 70%), elevados níveis de catalizadores, álcool, água, ácidos graxos e
sabões. O pH normalmente é elevado (> 12);
Glicerina bruta acidificada (“loira”): É a glicerina bruta após sofrer tratamento
ácido, seguido de remoção dos ácidos graxos e sabões. Possui normalmente 75 a 90%
de glicerol. O restante é formado por água, sais, água e metanol. Valor de pH entre 5 e
6. É o principal tipo de glicerina obtida atualmente ns indústrias de biodiesel;
Glicerina grau famacêutico (grau USP): É a glicerina bruta acidificada após
sofrer bidestilação a vácuo e tratamento com absorventes. Contém mais de 99% de
glicerol. Tem grande aplicação nos setores de cosméticos, higiene pessoal,
medicamentos e fumo;
Glicerina grau alimentício (food grade): Completamente isenta de metanol.
Para cada 90 m3 de biodiesel são gerados 10m3 de glicerina bruta. Assim,
estima-se que no ano de 2012 serão produzidos cerca de 300 mil m3 de glicerina bruta,
valor este que excede a demanda nacional por glicerina bidestilada aplicada
convencionalmente pelas indústrias de cosméticos, higiene pessoal, fármacos e
alimentos. Assim, faz-se necessário desenvolver novas formas de uso da glicerina bruta
a fim de agregar renda e minimizar o passivo ambiental da cadeia produtiva do
biodiesel. Devido à presença de glicerol, a glicerina apresenta potencial de uso na
alimentação animal como fonte energética, notamente em substituição a cereais ricos
em amido.
Em razão do expressivo aumento da oferta de glicerina e do potencial de uso
como macroingrediente na dieta de animais, o Ministério da Agricultura, Abastecimento
e Pecuária (MAPA) autorizou o uso da glicerina bruta do biodiesel em outubro de 2010.
O padrão mínimo de qualidade está descrito na Tabela 7. A glicerina obtida de gordura
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animal ainda não é autorizada na alimentação de ruminantes em razão do risco de
transmissão doenças priônicas. O uso da glicerina oriunda do óleo de mamona e de
pinhão-manso também não foram autorizadas pelo MAPA devido ao potencial risco da
presença de toxinas.
Tabela 7 – Padrão mínimo de qualidade da glicerina bruta para alimentação animal
exigido no Brasil (MAPA, 2010)
Composto Limite Valor
(base na matéria natural)
Glicerol Valor mínimo 800 g/kg
Umidade Valor máximo 130 g/kg
Metanol Valor máximo 150 mg/kg
Sódio Valor máximo garantido pelo
fabricante e pode variar em função
do processo produtivo
Matéria mineral Valor máximo garantido pelo
fabricante e pode variar em função
do processo produtivo
Fonte: Departamento de Fiscalização dos Insumos Pecuários (MAPA)
Data: 05/10/2010
Entretanto, há substanciais evidências que no processo de transesterificação
ocorre destruição de príons (PrPsc) de scrapie (Seidel et al., 2006),) e de gossipol (Qian
et al., 2008), indicando haver potencial de uso seguro de glicerina oriunda de gordura
animal e óleo de algodão na alimentação de ruminantes. Porém ainda faz-se necessário
a confirmação por meio de ensaios de longa duração com animais.
Oliveira et al. (2011b) realizou-se uma compilação de dados sobre a composição
química da glicerina bruta do biodeisel utilizada na alimentação animal (Tabela 8). A
glicerina utilizada foi majoritariamente obtida após a transesterificação do óleo de soja.
O teor de glicerol variou entre 80 a 90% da glicerina. O teor de metanol (principal
álcool utilizado) variou consideravelmente e a maioria apresentou níveis mais elevados
que o limite máximo exigido pelo MAPA.
Tabela 8- Estatística descritiva da composição química (base da matéria natural) da
glicerina bruta oriunda de óleo de soja utilizada em seis experimentos com
animais
Item Média Mínimo Máximo n1
Glicerol, % 84,49 80,00 90,70 7,0
Água, % 7,50 5,00 10,40 5,0
Metanol, mg/kg 13.000 120 86.400 6,0
Extrato etéreo, % 1,26 0,00 6,90 6,0
Mineral, % 7,19 5,50 10,00 6,0
Na, % 2,26 1,30 3,50 6,0
Fonte: Oliveira et al. (2011b)
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A ingestão do metanol pode causar toxidade em animais, notadamente pelo
acúmulo no sangue de ácido fórmico produzido no fígado a partir de reações de
desidrogenação do metanol. O ácido fórmico é excretado na urina, mas o seu excesso no
sangue pode causar depressão do sistema nervoso central, acidose metabólica e lesão
ocular.
Ruminantes provavelmente são mais tolerantes à ingestão de metanol, pois o
mesmo pode ser convertido em metano no rúmen. Pol & Demeyer (1988) verificaram
que a infusão ruminal de metanol não afetou a produção e composição de ácidos graxos
voláteis ,e que 77% do metanol foi convertido à metano (in vitro) no meio de cultivo
com inóculo de ovinos adaptados.
Os níveis elevados de sódio encontrado na glicerina bruta “loira” (1,3 a 3,5%,
base da matéria natural) podem limitar seu uso na dieta. O excesso de sódio na dieta
pode reduzir o consumo e o desempenho animal, além de ampliar a incidência e
severidade de edema de úbere (principalmente em novilhas pré-parto). Segundo o NRC
(2001) níveis de sódio não devem ultrapassar a 1% da dieta (base da matéria seca).
A presença de metais pesados também podem representar um risco da ingestão
de glicerina. Porém, Lage (2009) ao avaliar níveis crescentes de glicerina bruta
(contendo 36,2% de glicerol, 46,48% de ácidos graxos totais, 8,66% de metanol e 6,2%
de água) na dieta (0, 3, 6, 9 e 12% na MS) de ovinos em confinamento da raça Santa
Inês, com peso corporal inicial médio de 20 kg e peso corporal final de 35 kg, concluiu
que o uso de glicerina bruta não promove mudanças que comprometam a qualidade e
segurança alimentar da carne no tocante aos níveis de metais pesados no músculo e
fígado. Os níveis de metais pesados observados na glicerina pelo autor
comparativamente aos níveis máximos tolerados por ruminantes estão descritos na
Tabela 9.
Tabela 9 – Comparativo entre a composição de metais pesados analisados na glicerina
bruta (36,2% de glicerol, 46,48% de ácidos graxos e 8,66 % de metanol) e o
nível máximo tolerável em dietas de ruminantes
Item Glicerina bruta1 Nível máximo tolerável
em dietas por ruminantes2
Cobre (Cu), mg/kg 5,65 15-40
Cromo (Cr3+), mg/kg 1,19 50
Níquel (Ni), mg/kg 5,87 50
Chumbo (Pb), mg/kg 0,33 30
1 Laje (2009)
2 NRC (2001)
5.2 Metabolismo do glicerol e seu efeito
Parcela significativa do glicerol ingerido (39 a 69%) é fermentado até ácidos
graxos voláteis no rúmen em animais adaptados (Rémond et al., 1993). Parte do glicerol
ingerido que escapa da fermentação ruminal é absorvido no trato gastrintestinal e
metabolizado no fígado a gliceraldeído 3-fosfato, que poderá ser degradado via glicólise
para produção de energia ou direcionado para síntese de glicose (gliconeogênese),
dependendo do estado fisiológico do animal (Krehbiel, 2008). Quando a demanda de
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glicose é alta, como o caso de animais em crescimento muscular, o glicerol é usado
preferencialmente para produção de glicose.
Diversos ensaios in vitro foram realizados nos últimos anos visando avaliar os
efeitos da adição de glicerol sobre o metabolismo ruminal (Donkin, 2008; El-Nor et al.,
2010; Krueger et al., 2010; Lee et al., 2011). De maneira geral a adição de até 15% de
glicerol (base da matéria seca) não afetou a digestibilidade da fibra e da matéria
orgânica e a produção; aumentou a produção de propionato e/ou butirato, com pequeno
efeito sobre a produção de acetato; reduziu a produção de metano por unidade de
matéria organica digerida, indicando melhor eficiência de utilização da energia
disponível.
Um efeito interessante do glicerol sobre o metabolismo ruminal de lipídeos foi
observado por Krueger et al. (2010). As adições de 2 e 10% de glicerol no substrato
(base da matéria seca) reduziram em 48 e 77% a lipólise ruminal in vitro. O
comportamento verificado por estes autores sugere que a adição de glicerol pode
ampliar o fluxo intestinal de ácidos graxos insaturados dietéticos, e aumentar o
potencial de deposição dos mesmos na carcaça e de secreção no leite. No entanto, faz-se
necessários estudos confirmatórios com animais.
5.3 Glicerina na alimentação de vacas leiteiras
Em razão do potencial glicogênico do glicerol, a maioria dos estudos científicos
publicados nas últimas décadas sobre o uso da glicerina (bidestilada) limitaram sua
aplicação no tratamento de desordens metabólicas em vacas de leite de alta produção,
utilizando-se baixos níveis na dieta (abaixo de 5%, base da MS) (Johnson et al., 1954;
Fisher et al., 1971; 1973; DeFrain et al., 2004). O uso como macroingredientes, no
entanto, é recente.
Compilação de três resultados de pesquisas sobre uso de glicerina bruta (GB)
(com 42,5 a 99,5% de glicerol) em dietas de vacas leiteiras em lactação é apresentada na
Tabela 10. Verificou-se que a glicerina com alto teor de glicerol (99,8%, bi-destilada)
pode ser utilizada em até 15% (base da matéria seca) em dietas para vacas de alta
produção de leite. Para GB contendo 80% de glicerol o limite de uso para não
comprometer o desempenho produtivo de vacas com produção entre 20 a 30 kg/dia
aparentemente é menor (7% na dieta). Porém, a inclusão de GB com baixo teor de
glicerol (42,5%) reduz a produção de leite e o teor de proteína bruta do leite, indicando
limitações para o uso deste tipo de glicerina. O elevado teor de ésteres e sabões na
glicerina contendo baixo teor de glicerol apresenta-se como um dos fatores que podem
explicar a redução no desempenho animal.
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Tabela 10 – Resumo de resultados de pesquisa sobre utilização da glicerina bruta (GB) de biodiesel na
alimentação de vacas leiteiras em lactação
Autor Dias de
lactação % GB
na
dieta
(base
da MS)
Teor de
glicerol
(%)
Forragem
na dieta
(% MS)
Consumo
de MS
(kg/d)
Produção
de leite
(kg/d)
Eficiência
alimentar
(kg/kg)
Gordura
do leite
(%)
Proteín
a do
leite
(%)
Donkin
et al.
(2009) 173
0
5
10
15
99,8 54
23,8
24,6
24,8
24,0
36,3
37,2
37,9
36,2
1,55
1,52
1,52
1,53
3,70
3,52
3,58
3,58
2,79
2,84
2,86
2,89
Zacaroni
et al.
(2009) 227 0
12,3 ni 33,8 16,7
16,8 23,4a
21,3b 1,40a
1,30b 3,53
3,43 3,24
3,15
San Vito
et al.
(2010) 128
0
7
14
21
80 50,0
21,32
20,46
19,63
20,46
31,14a
29,77a
28,42b
28,14c
1,46
1,52
1,50
1,37
3,55
3,86
3,84
3,49
3,14
3,21
3,24
3,22
Médias seguidas por letras diferentes na mesma coluna e no mesmo trabalho são diferentes (P < 0,05)
ni = não informado.
5.4 Glicerina na alimentação de bovinos em crescimento e terminação
Compilação de resultados de quatro experimentos sobre uso GB em dietas para
bovinos terminados em confinamento de corte é apresentada na Tabela 11. Os níveis de
glicerol variaram de 80 a 86% e metanol de 0,09% a 1,25%. O nível máximo de inclusão de
GB variou entre 12 a 30% na MS da dieta. Todas as glicerinas foram obtidas a partir do óleo
de soja. Em apenas um experimento foi observado efeito da GG sobre o desempenho dos
animais, com valores máximos de consumo de matéria seca, ganho de peso corporal e
eficiência alimentar obtidos com a inclusão de 2% de GB na dieta (Pearson et al., 2009).
Todavia, neste experimento, o desempenho dos animais alimentados com até 12% de GB na
dieta foi semelhante aos animais que não receberam glicerina. O rendimento de carcaça não
foi afetado pela inclusão de GB em três experimentos.
O aumento esperado na deposição de gordura intramusculuar e do rendimento de
carne (área do músculo longissimus dorsi - LD) não foi confimado nestes experimentos. Mach
et al. (2009) verificaram que a adição de até 12,1% de GB na dieta de bovinos da raça
holandesa não afetou área do músculo Longissimus dorsi (LD) e o seu conteúdo de gordura.
Elam et al. (2008) também verificaram que adição de até 15% de GB na dieta de novilhas
cruzadas (racas continentais vs britânicas) não afetou os indicadores de deposição de gordura
intramuscular e de rendimento de carne. Pearson et al. (2009) por sua vez, observaram
redução linear na área do músculo LD e no grau de deposição de gordura intramuscular com o
aumento do nível de GB de 2 para 16% na dieta (base da MS) de novilhas cruzadas (não
definido pelos autores). A deposição de gordura subcutânea não foi afetada pela adição de
GB.
Assim, até o momento não se confirma os benefícios da alta capacidade glicogênica do
glicerol sobre a características de carcaça de bovinos de corte alimentados com GB. Desta
forma, justifica-se o uso da GB em substituição à fontes de concentrados energéticos apenas
por conveniência econômica. Potenciais efeitos sobre a redução de emissão de metano
ruminal ainda necessitam de confirmação por meio estudos in vivo de longa duração.
XI Congresso sobre Manejo e Nutrição de Bovinos
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Tabela 11 – Resumo de resultados de pesquisa sobre utilização da glicerina bruta (GB) de
biodiesel na alimentação de bovinos terminados em confinamento
PCI = peso corporal inicial; GPC = ganho de peso corporal.
Grupo
genético Composição
da GB
%
de
GB
na
dieta
Concentrado
na dieta (%
MS) Número
de
animais
Consumo
de MS Eficiência
PCI
(kg) GPC
(kg/dia) (kg/dia) alimentar
(g/g) Referência
Novilhas
cruzadas
(continental
x britânica)
82,3% de
glicerol
13,9% de
umidade
0
7,5 16
16 375
374 1,64
1,58 9,44
9,23 0,174
0,171
Elam et al.
15 91 16 374 1,55 8,94 0,173
3,32% de
Na 1,25%
de metanol
(2008)
Novilhas
cruzadas Não
informado
1,19Q
1,34
1,29
1,25
1,17
8,84 Q
8,88
8,66
8,61
8,40
0,136Q
0,152
0,150
0,146
0,140
62
62
61
63
63
421,7
421,6
421,4
421,7
421,8
0
2
4
8
12
16
93
62 421,6 1,03 7,80 0,131
Parsons et
al. (2009)
Touros da
raça
Holandesa
85,7% de
glicerol
8,6% de
água
5,5% de sal
12
12
12
336
335
334
333
1,31 8,18
8,19
8,53
0,16
0,17
0,17
0
4
8 1,43
1,40
12
89,5
12 1,29 8,19
0,09% de
metanol
0,16
Mach et
al. (2009)
Machos
não
castrados
Nelore
86% de
glicerol
2,2% de Na
0
70,0
6
6
6
Q = efeito quadrático (P<0,05)
5.5 Efeito da glicerina sobre o desempenho reprodutivo de machos
A espermatogênese pode ser comprometida pelo fornecimento de glicerol na dieta. É
reconhecido que a administração intratesticular de glicerol causa pertubações no citoesqueleto
das células de sertoli e reduz a síntese de lactato nas mesmas, ocasionando défict energético
nas espermátides (Igdoura & Wiebe, 1994; Wiebe, 2000). De fato, Gomes (2009) verificou
que a adição de 15 e 30% de GB (83,1% de glicerol, 0,012% de metanol e 1,3% de sódio) na
dieta de ovinos ocasionou redução de 77 e 74% a concentração de espermatozóides no
ejaculado de ovinos em confinamento.
5.6 Perspectivas e recomendações
A glicerina bruta do biodiesel oriúnda do óleo de soja, com teor de glicerol acima de
80%, pode ser utilizada em até 10% na matéria seca de dietas para bovinos de corte em
terminação, sem afetar o desempenho produtivo, as características da carcaça e a qualidade da
carne. Recomenda-se maior direcionamento para experimentos sobre uso da glicerina em
suplementos para bovinos em pastejo.
7,5
15,0
22.5
30,0 6
6
279,5
280,5
270,5
1,54
1,69
1,75
279,3
278,5 1,70
1,44
8,96
7,81
8,49
0,17
0,22
0,21
8,75
7,79 0,20
0,19
Van Cleef
et al.
(2010)
XI Congresso sobre Manejo e Nutrição de Bovinos
CBNA – 27 e 28 de novembro de 2012 – Campinas, SP
Os ruminantes provavelmente toleram níveis de metanol acima do valor máximo
exigido atualmente pelos orgãos federais de fiscalização, de 150 mg/kg de glicerina. Todavia,
os níveis máximos seguros de metanol na glicerina ainda precisam ser definidos.
Há substanciais evidências que o uso da glicerina como macroingrediente na dieta
reduz a espermatogênese. Todavia, recomenda-se o desenvolvimento de mais estudos
confirmatórios e/ou de estratégias para redução deste efeito.
A segurança do uso de glicerina oriunda da transesterificação de gordura animal, bem
como de óleos vegetais contendo compostos tóxicos ou antinutricionais (ésteres de forbol,
gossipol, glicosinolatos) ainda necessita ser avaliada.
O uso de glicerina na dieta apresenta potencial de reduzir a emissão de metano ruminal
por unidade de matéria orgânica digestível ingerida, mas que ainda necessita de confirmação
por meio estudos in vivo de longa duração.
O uso de glicerina na dieta apresenta potencial ampliar o fluxo intestinal de ácidos
graxos insaturados dietéticos e aumentar a deposição dos mesmos na carcaça e a secreção no
leite. No entanto, também faz-se necessários estudos confirmatórios in vivo.
6. Literatura citada
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... Dried distiller grains are an alternative undegradable protein source, with high methionine but poor lysine. Although DDG has a lower starch concentration than corn or sorghum grains, its high lipid content and highly digestible J o u r n a l P r e -p r o o f insoluble fiber can contribute to sufficient metabolizable energy supply in ruminants diets in comparison to a basal starch source (Oliveira et al. 2012). ...
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Dried distiller grains (DDG) represent a protein source alternative in animal feed, but the variation from sources and dietary inclusion level can affect animal nutrition response. We evaluated the effects of replacing soybean meal (SBM) with corn and sorghum DDG in the diet on intake, digestibility, allantoin urinary excretion, and nitrogen (N) balance in sheep. Ten intact male sheep, with body weight (BW) of 22.3 ± 2.7 kg were blocked by BW in two replicated 5 ×5 Latin squares. Each period lasted 15 d and consisted of 10 d for diet adaptation and 5 d for sampling and data collection. We evaluated five isonitrogenous diets in a factorial arrangement (2 × 2 + 1): two DDG sources (corn or sorghum DDG); two DDG levels in diets (150 and 300 g /kg dry matter (DM) diet), and a control diet (corn grain and soybean meal as concentrate sources). Inclusion of DDG (DDG versus control) did not affect dry or organic matter intake, but it reduced crude protein (CP) and organic matter (OM) apparent total-tract digestibilities, and digestible OM intake. No effects of DDG inclusion were observed on allantoin urinary excretion and N balance. No interactions between DDG source and level were detected in all response variables. Sorghum-DDG diets had lower CP apparent total-tract digestibility than corn-DDG diet, and N body retention efficiency 20% lower. Dried distiller grains level increase of 150 to 300 g/kg DM diet reduced CP and OM apparent total-tract digestibilities, and digestible OM intake. . Sorghum-DDG has protein biology value for ruminant 20% lower than corn-DDG, and 150 g DDG/kg DM seems more appropriate inclusion than 300 g DDG/kg DM diet. Replacing a mixture of SBM and corn with DDG reduces the nutritional value of the diet, but the effect depends on the level and source of DDG.
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Teores de caroço de algodão (CA) foram acrescentados à dieta de vacas holandesas para avaliar o consumo de matéria seca, digestibilidade de nutrientes, degradabilidade ruminar e parâmetros ruminais. Cinco vacas pluríparas com média de 200 dias delactação foram fistuladas no rúmen e duodeno foram usadas em um quadrado latino 5 X 5. Os animais foram alimentados com dietas contendo 40% de concentrado e 60% volumoso. Os tratamentos foram níveis de CA (0, 6, 12,18 e 24% da MS de CA) emdietas contendo silagem de milho. A produção de leite (kg/dia) e de proteína do leite (g/dia) teve um comportamento quadrático, e apenas uma tendência quadrática na produção de leite corrigida para 3.5% de gordura, a porcentagem de gordura doleite aumentou (P<0,05) linearmente. Houve uma tendência linear reduzindo o consumo de matéria seca e matéria orgânica, e uma diminuição linear (P<0,05) da digestibilidade da MS e MO. A digestibilidade aparente de extrato etéreo aumentou(P<0,05) linearmente com a adição de CA à dieta, já a digestibilidade aparente da PB, FDN, FDA, EB não Sofreram alterações. Os parâmetros ruminais (pH, AGVT) não diferiram entres os tratamentos. Os ácidos graxos (C2 e C3) e a proporção C2:C3tiveram um efeito quadrático, o ácido butírico teve uma diminuição linear. A degradabilidade efetiva da matéria seca nas taxas de passagem de 2, 5 e 8%/h, a fração rapidamente solúvel e insolúvel em água não sofreram alterações, já ade. Dissertação (Mestrado).
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The eukaryotic cell is a highly regulated entity, responding to its immediate intracellular environment as well as to external stimuli. Most regulations are mediated, either directly or indirectly, by conformational changes in proteins, and the equilibrium between active and inactive conformational states can be altered by both allosteric and covalent mechanisms. A most common covalent means of regulating protein activity is protein phosphorylation, which is particularly prominent for the role that it serves in signal transduction and is important in many other cellular responses (Edelman et al., 1987). Signals impinging on cells have their effects amplified and distributed by a network of protein phosphorylation and dephosphorylation reactions.
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A high degree of toxicity was found in raw, cooked, or roasted seeds of Jatropha curcas L. All rats fed on diets containing different fractions of this nut which had been submitted to different treatments were killed as follows: raw nuts, within 2-3 days; raw or cooked nut oil, within 6-8 days; roasted nuts, within 14-16 days. Chemical analysis of the seeds revealed a high protein content (26.75%) with a good proportion of essential amino acids and a high lipid content (57.90%).