ArticlePDF AvailableLiterature Review

Abstract and Figures

Introduction: Dengue is configures in recent decades as an important cause of morbidity and mortality in Brazil and around the world reaching the tropical and subtropical areas. Objective: To review the scientific literature on the occurrence of dengue in Brazil and its relationship with meteorological variables. Method: A systematic review of studies published in databases (SciELO, PubMed, MEDLINE, Lilacs) using descriptors related to weather variations and dengue fever in Brazil, published between 1991 to 2010. It was selected 31 articles that had the study area nationwide. Results: Most epidemiological studies use ecological design, the studies make use of entomological trapping, are common also series of studies of the disease and spatial analysis. It is evident relationship between dengue incidence with temperature and rainfall, the association is more significant from the second to fourth months of the year. Comparative studies of drought and rain show seasonal behavior of the disease. There are difficulties in establishing unique pattern of seasonality of disease incidence and weather variables for the country. Conclusion: Dengue is strongly related to meteorological variables. The seasonal variation in temperature and rainfall influences the dynamics of the vector and the incidence of the disease throughout the country, regardless of the climate category.
No caption available
… 
No caption available
… 
Content may be subject to copyright.
240
Rev Bras Epidemiol
2013; 16(2): 240-56
A ocorrência da dengue e
variações meteorológicas no
Brasil: revisão sistemática
The ocurrence of dengue and
weather changes in Brazil: A
systematic review
Dione Viero VianaI,II
Eliane IgnottiI,II
I Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (ISC/
UFMT), Cuiabá, MT.
II Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Cáceres, MT.
Declaramos ausência de conitos de interesse relacionados à publicação deste artigo.
Correspondência: Dione Viero Viana. Rua Brasília, 118 - Bairro Areão, 78010-265 Cuiabá, MT.
E-mail: dionevieronev@gmail.com
Resumo
Introdução: A dengue configura-se nas
últimas décadas como importante causa
de morbidade e mortalidade no Brasil e
no mundo atingindo as zonas tropicais e
subtropicais. Objetivo: Revisar a literatura
científica sobre a ocorrência da dengue
no Brasil e sua relação com variáveis me-
teorológicas. Método: Revisão sistemática
de estudos publicados nas bases de dados
(SciELO, PubMed, MEDLINE, Lilacs) atra-
vés de descritores referentes à dengue e
a variações meteorológicas no Brasil, em
artigos publicados no período de 1991 a
2010. Foram selecionados 31 artigos que
tiveram como área de estudo o território
nacional. Resultados: A maioria dos estudos
epidemiológicos usa desenho ecológico; os
estudos entomológicos fazem uso de captu-
ras com armadilhas; são comuns estudos de
série histórica da doença e análise espacial.
Evidencia-se relação entre incidência da
dengue com a temperatura e pluviosidade;
a associação é mais expressiva a partir do
segundo até o quarto mês do ano. Estudos
comparativos entre períodos de seca e
chuva mostram comportamento sazonal da
doença. Há dificuldades no estabelecimen-
to de padrão único sazonal da incidência da
doença e variáveis meteorológicas para o
país. Conclusão: A dengue está fortemente
relacionada com variáveis meteorológicas.
A variação sazonal da temperatura e da
pluviosidade influenciaram a dinâmica
do vetor e a incidência da doença em todo
o país, independente do compartimento
climático.
Palavras-chave: Dengue. Aedes. Epide-
miologia. Saúde ambiental. Clima. Inci-
dência. Revisão sistemática.
241 Rev Bras Epidemiol
2013; 16(2): 240-56
A ocorrência da dengue e variações meteorológicas no Brasil: revisão sistemática
Viana, D.V. & Ignotti, E.
Abstract
Introduction: Dengue is configures in recent
decades as an important cause of morbidity
and mortality in Brazil and around the world
reaching the tropical and subtropical areas.
Objective: To review the scientific literature
on the occurrence of dengue in Brazil and its
relationship with meteorological variables.
Method: A systematic review of studies
published in databases (SciELO, PubMed,
MEDLINE, Lilacs) using descriptors related
to weather variations and dengue fever in
Brazil, published between 1991 to 2010. It
was selected 31 articles that had the study
area nationwide. Results: Most epidemio-
logical studies use ecological design, the
studies make use of entomological trapping,
are common also series of studies of the
disease and spatial analysis. It is evident re-
lationship between dengue incidence with
temperature and rainfall, the association is
more significant from the second to fourth
months of the year. Comparative studies of
drought and rain show seasonal behavior
of the disease. There are difficulties in es-
tablishing unique pattern of seasonality of
disease incidence and weather variables for
the country. Conclusion: Dengue is strongly
related to meteorological variables. The se-
asonal variation in temperature and rainfall
influences the dynamics of the vector and
the incidence of the disease throughout the
country, regardless of the climate category.
Keywords: Dengue. Aedes. Epidemiology.
Environmental health. Climate. Incidence.
Systematic Review.
Introdução
A dengue é atualmente a arbovirose
mais prevalente no mundo, com cerca de
40% da população em risco1. Circulam
quatro sorotipos do vírus, aumentando
significativamente as formas graves e letais
da doença2,3.
O número de casos da dengue clássi-
ca (DC) e da febre hemorrágica da den-
gue (FHD) vem aumentado anualmente.
Estima-se 550 mil internações com 20 mil
óbitos anuais em um total de aproximada-
mente 2,5 bilhões de pessoas expostas4,5 e
uma média de 80 milhões de casos novos
notificados anualmente2.
Como doença endêmica ou pandêmi-
ca reemergente, ocorre praticamente em
todas as regiões tropicais e subtropicais
do planeta1. Os países localizados nestas
regiões são mais suscetíveis em função
de diversos condicionantes, tais como:
mudanças globais, alterações climáticas,
variabilidade do clima, uso da terra, arma-
zenamento de água e irrigação, crescimen-
to da população humana e urbanização6.
Tais fatores, dentre outros, contribuem
expressivamente para a proliferação e de-
senvolvimento do Aedes aegypti - vetor do
vírus7-9. As alterações climáticas impactam
no aumento de mais de 2 bilhões o número
de pessoas expostas a dengue e as proje-
ções para 2085 sugerem que cerca de 5 a 6
bilhões de pessoas (50 a 60 % da população
global) estarão em risco de transmissão da
doença10.
A dinâmica sazonal do vetor da dengue
está comumente associada às mudanças e
flutuações climáticas9,11, que incluem: au-
mento da temperatura, variações na pluvio-
sidade e umidade relativa do ar, condições
estas que favorecem maior número de cria-
douros disponíveis e consequentemente o
desenvolvimento do vetor. Este último apre-
senta duas fases distintas: aquática, com as
etapas de desenvolvimento de ovo, larva
e pupa, e a terrestre, que corresponde ao
mosquito na forma adulta, estando ambas
as fases sujeitas às alterações ambientais e
meteorológicas12,13.
242
Rev Bras Epidemiol
2013; 16(2): 240-56
A ocorrência da dengue e variações meteorológicas no Brasil: revisão sistemática
Viana, D.V. & Ignotti, E.
No Brasil, a introdução da dengue com
confirmação laboratorial data de meados de
1981 – 1982 na cidade de Boa Vista, Estado
de Roraima - Amazônia brasileira –, onde
foram isolados os sorotipos DEN - 1 e 4,
com 11.000 casos confirmados14. Desde
então o país já passou por diversos surtos
epidêmicos15,16.
Atualmente, a dispersão do Ae. aegypti
atinge as 27 Unidades Federadas, com mais
de 3.587 municípios infestados pelo vetor da
doença. A dengue configura-se nas últimas
décadas como importante causa de morbi-
dade e mortalidade17,18.
O Brasil é considerado um país tropical
por estar situado particularmente em zonas
de latitudes baixas, nas quais prevalecem
os climas quentes e úmidos, com tempe-
raturas médias em torno de 20º C19. Com
uma área de 8.5 milhões de km², é forma-
do por cinco regiões geográficas (Norte,
Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul) e
cinco compartimentos climáticos, definidos
por clima Equatorial, Temperado, Tropical
Brasil Central, Tropical Nordeste Oriental e
Tropical Zona Equatorial20.
A variabilidade climática do Brasil se
deve à dimensão do território, extensão
da faixa litorânea, variação de altitude e,
principalmente, à presença de diferentes
massas de ar que modificam as condições
de temperatura e umidade das cinco re-
giões. Por esta razão, são verificados no
país desde climas super-úmidos quentes,
provenientes das massas de ar equatoriais,
como é o caso de grande parte da região
Amazônica, até climas semiáridos, próprios
do sertão nordestino20,21.
Considerando os diversos estudos
que mostram a relação de determinantes
ambientais e fatores climáticos sob a di-
nâmica das endemias, e conhecendo-se a
pertinência e a magnitude da dengue no
Brasil e no mundo, torna-se relevante o
desenvolvimento de uma revisão. O pre-
sente estudo tem por objetivo apresentar
uma revisão sistemática da literatura
científica brasileira sobre a ocorrência
da dengue e a sua relação com variáveis
meteorológicas.
Metodologia
Desenho do estudo
Estudo de revisão bibliográfica siste-
mática em diferentes bases de dados ele-
trônicas científicas, através de descritores
referentes à dengue e a variáveis meteoro-
lógicas no Brasil. A identificação dos artigos
e inclusão dos mesmos ocorreu no primeiro
semestre de 2010.
Bases de dados eletrônicas
A pesquisa bibliográfica foi conduzida
nas seguintes bases de dados eletrônicas:
(1) Scientific Electronic Library Online -
SciELO; (2) Medical Literature Analysis
and Retrieved System - MEDLINE; e (3)
Literatura Latino-americana e do Caribe em
Ciências da Saúde - Lilacs; (4) U.S. National
Library of Medicine - PubMed.
Informações complementares foram
obtidas a partir de boletins epidemiológi-
cos; relatórios de mudanças climáticas e
ambientais publicados pela Organização
Mundial da Saúde (OMS), Organização Pan-
Americana da Saúde (OPAS) e Ministério da
Saúde (MS); dados geográficos e de clima
através do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE). Realizou-se também
busca manual com base nas referências
listadas nos artigos inclusos na revisão.
Estratégia de busca
As buscas foram conduzidas através de
descritores catalogados no Descritor em
Ciências da Saúde – DeCS e no Medical
Subject Headings – MeSH, em português
e em inglês contidos no título ou nos re-
sumos dos estudos. Utilizou-se o operador
booleano “AND” e “OR, além da utilização
das aspas a fim de facilitar a busca aos
manuscritos.
A combinação de termos utilizados jun-
tos ou separados nas respectivas bases de
dados (SciELO, PubMed, Medline, LILACS)
foram:
· “Dengue (dengue)”;
243 Rev Bras Epidemiol
2013; 16(2): 240-56
A ocorrência da dengue e variações meteorológicas no Brasil: revisão sistemática
Viana, D.V. & Ignotti, E.
· Aedes (Aedes)”;
· “Dengue variáveis meteorológicas (den-
gue meteorological variables)”;
· “Dengue fatores climáticos (dengue
climatic factors)”;
· “Dengue temperatura (dengue tempe-
rature)”;
· “Dengue umidade (dengue humidity)”;
· “Dengue verão (dengue summer)”;
· “Dengue chuva (dengue rain)”;
· “Dengue inverno (dengue winter)”;
· “Dengue pluviosidade (dengue rainfall)”.
Seleção e análise das publicações
Para a seleção dos artigos construiu-se
um formulário com as informações a seguir:
autor e ano, periódico de publicação, título,
período de desenvolvimento do estudo, uni-
dade federativa, cidade e área da pesquisa,
desenho do estudo, indexação, descritor uti-
lizado para localizar a publicação, método
de análise estatística, objetivo e principais
resultados.
Utilizou-se como critério de inclusão ar-
tigos do tipo original, publicados em periódi-
cos internacionais ou nacionais, nos idiomas
inglês, português ou espanhol, independente
do ano de publicação, indexados em uma das
bases anteriormente citadas.
Foram selecionados para revisão so-
mente os artigos que continham análise de
variáveis meteorológicas e a relação com a
ocorrência da dengue ocorridos no Brasil,
e incluídos os estudos que utilizaram como
principal vetor transmissor o Aedes aegypti,
assim como Aedes albopictus, entre outros
de menor prevalência.
Foram identificados 625 artigos cien-
tíficos relacionando a dengue a fatores
ambientais/meteorológicos no Brasil e no
mundo. Do total de 43 artigos produzidos
com dados brasileiros analisados na ínte-
gra, foram removidos 12 trabalhos por não
terem relação com a temática da revisão ou
por estarem duplicados. 31 trabalhos foram
selecionados para a presente revisão de
literatura cientifica. Os resultados obtidos
com a aplicação da estratégia de busca des-
crita estão apresentados no quadro lógico
do estudo.
Os estudos são apresentados em mapas
pelas Unidades da Federação, por regiões
geográficas e conforme o compartimento
climático do país, e em tabela segundo
cronologia de publicação, clima, local de es-
tudo, variáveis meteorológicas e principais
achados. Os resultados e discussão estão
exibidos por pluviosidade, pluviosidade/
temperatura, temperatura/umidade relativa
do ar e defasagem.
Resultados e discussão
Artigos revisados
Da totalidade de 31 (trinta e um) artigos
originais e distintos inclusos na revisão, 12
(doze) publicações referem-se à tempe-
ratura (oC) e pluviosidade (mm); 9 (nove)
abordam pluviosidade; 7 (sete) artigos têm
enfoque em temperatura, pluviosidade,
pressão atmosférica, direção dos ventos
e umidade relativa do ar; 1(um) trabalho
mencionou o fator abiótico temperatura
trimestral e semestral de cada ano; 1 (um)
estudo comparou períodos distintos de
chuva e seca; 1 (uma) publicação referente
a diferenciação sazonal verão/inverno em
relação à incidência da dengue (Figura 1).
Constatou-se que todos os estudos
utilizaram abordagem quantitativa, e os
principais métodos empregados nos estu-
dos compreenderam: captura de mosquitos
através de armadilhas (ovitrampas, mos-
quitraps, aspiradores, iscas, entre outros
métodos); levantamentos entomológicos/
larvais em reservatórios, tanques, tonéis,
vasos, pneus; levantamento entomológico
de imóveis por meio do índice de Breteau
e índice de infestação predial – IIP. Foram
mais frequentes os estudos epidemioló-
gicos transversais e ecológicos descritivos
de série histórica, por meio da utilização
de dados secundários do Sistema Nacional
de Agravos de Notificação – SINAN e de
análise espacial. Entre as análises utiliza-
das destacam-se as correlações e técnicas
de geoprocessamento, especialmente pelo
método de Kernel.
244
Rev Bras Epidemiol
2013; 16(2): 240-56
A ocorrência da dengue e variações meteorológicas no Brasil: revisão sistemática
Viana, D.V. & Ignotti, E.
Distribuição dos estudos
As Figura 2 e 3 ilustram o número de
publicações segundo áreas de estudo
por Unidades da Federação, por regiões
geográficas e conforme o compartimento
climático do país. Na Figura 2 observa-se
que o maior número de estudos foi reali-
zado no Estado de São Paulo, SP, seguido
do Rio de Janeiro, RJ. Foram publicados
estudos para toda a região Sudeste exceto
o Estado do Espírito Santo. Por outro lado,
para a região Sul foi publicado apenas um
estudo realizado em município do Estado
do Paraná. A Figura 3 exibe o número de
estudos publicados por compartimentos
climáticos. Observa-se que foram realiza-
dos estudos em áreas que contemplam os
cinco climas brasileiros. Estudos relacio-
nando dengue e variáveis meteorológicas
foram mais frequentes em área de Clima
Tropical Brasil Central.
Na Tabela 1 são apresentados em ordem
cronológica e por clima os estudos da te-
mática dengue e variações meteorológicas
no Brasil, publicados entre 1992 e 2010.
Figura 1 – Quadro lógico da revisão sistemática, a ocorrência da dengue e variações
meteorológicas no Brasil, publicações de 1992 a 2010.
Figure 1 – Logical framework of the systematic review, the occurrence of dengue in Brazil and
weather variations, publications from 1992 to 2010.
245 Rev Bras Epidemiol
2013; 16(2): 240-56
A ocorrência da dengue e variações meteorológicas no Brasil: revisão sistemática
Viana, D.V. & Ignotti, E.
* Publicação de Câmara et al. em 200730, não inclusa no mapa, analisou concomitantemente as 5 regiões do Brasil.
*A study conducted by Câmara et al. in 200730, not included in the map, analyzed simultaneously the 5 regions of Brazil.
Figura 2 – Distribuição do número de publicações sobre dengue e variáveis meteorológicas
no Brasil, publicadas entre 1992 e 2010, segundo área geográca de estudo – (a) Unidade da
Federação; (b) Região Geográca.
Figure 2 - Distribution of number of publications on dengue and climate variables in Brazil published
between 1992 and 2010, according to the geographic area of study - (a) Unit of the Federation; (b)
Geographic Region.
246
Rev Bras Epidemiol
2013; 16(2): 240-56
A ocorrência da dengue e variações meteorológicas no Brasil: revisão sistemática
Viana, D.V. & Ignotti, E.
Em termos de evolução temporal, maior
número de publicações ocorreu a partir do
ano 2000.
Pluviosidade
O fator abiótico chuva22-29 foi importante
para a produção de larvas, pupas e ocorrên-
cia da dengue. As infestações ocorreram
principalmente entre os meses de maior
índice de precipitação pluviométrica nas
diferentes localidades. Estudos realizados
no Vale do Paraíba (SP)22, em São José do Rio
Preto (SP)23, no Estado do Maranhão (MA)24,
em Vila das Pedrinhas (litoral sul do Estado
de São Paulo)25, Manaus (AM)26, Paraíba
(PB)27, Uberlândia (MG)28 e Boa Vista (RR)29
mostraram que, mesmo havendo diferença
na dinâmica das chuvas nas várias regiões
do país, a maior incidência da doença e ní-
veis de infestação de vetores coincidiu com
os meses chuvosos que também foram os
meses mais quentes do ano no país30.
Estudo realizado em todos os 246 mu-
nicípios do Estado de Goiás31, no período
de janeiro 2001 a dezembro 2005, mostrou
que o índice de infestação predial (IIP) de
Ae. aegypti apresentou importante variabi-
lidade entre os meses, além de associação
significativa dos picos da doença com
épocas de maiores IIP e de pluviosidade
média. A densidade larvária e os casos da
dengue apresentaram incremento durante
os primeiros quatro meses de cada ano
(período de alta pluviosidade) e redução
entre junho e setembro (menor pluviosi-
dade), resultados encontrados também nos
estudos realizados em São José do Rio Preto
(SP)23, Maranhão (MA)24, Vila das Pedrinhas
(SP)25 e Tupã (SP)32.
O Estado de Goiás possui clima Tropical
Brasil Central, com duas estações bem
definidas, extremamente seco no meio do
ano e chuvoso no verão, com um período
de seca com duração de 5 a 6 meses (maio
a setembro) e estação chuvosa (outubro a
Figura 3 – Número de publicações sobre dengue e variáveis meteorológicas no Brasil
publicadas entre 1992 e 2010, segundo o compartimento climático.
Figure 3 – Number of publications of dengue and climate variables in Brazil published between 1992
and 2010, according to climate category.
247 Rev Bras Epidemiol
2013; 16(2): 240-56
A ocorrência da dengue e variações meteorológicas no Brasil: revisão sistemática
Viana, D.V. & Ignotti, E.
Tabela 1 – Estudos sobre dengue e variáveis meteorológicas no Brasil, publicados entre 1992 a 2010.
Table 1 - Studies on dengue and climate variables in Brazil, published between 1992 to 2010.
Referências
Ano de publicação Local e período do estudo Variável Principais achados
Clima Tropical Brasil Central
Gomes et al. 199222
Rev Pública Saúde c
Vale do Paraíba, SP
Junho de 1989 a julho 1990
Temperatura
Pluviosidade
A pluviosidade foi importante para a produção de lar-
vas e pupas, mas o período de chuvas não coincide
com a produção máxima. A abundância ocorreu nas
estações verão-outono, sendo o pico máximo alcan-
çado nos meses de março-abril. Os dados de tempe-
ratura média sugeriram a faixa de 17 a 23° C como
mais favorável ao desenvolvimento larvário do vetor.
Chiaravalloti Neto, 199723
Rev Soc Bras Med Trop c
São José do Rio Preto, SP
Abril a maio de 1985
Pluviosidade Infestações domiciliares pelo Aedes aegypti ocorre-
ram em sua maioria entre novembro e abril, meses de
maior incidência de chuva na região, evidenciando
associação importante com as precipitações pluvio-
métricas.
Marques & Gomes, 199749
Rev Saúde Pública b
Chácara Tremembé, SP
Julho 1989 a junho 1990
Temperatura
Pluviosidade
A abundância de Ae. albopictus fêmeas ocorreu pre-
dominantemente nos meses mais quentes e chuvo-
sos (verão e inicio do outono), principalmente em
janeiro e fevereiro. O comportamento hematofágico
demonstrou predominância diurna, podendo ocorrer
durante todo o ano.
Souza-Santos, 199946
Rev Soc Bras Med Trop c
Bairro do Galeão
Ilha do Governador, RJ
Junho 1992 a julho 1994
Temperatura
Pressão
Umidade relativa
Foram demonstrados valores representativos para
temperatura e umidade relativa do ar; acredita-se
que apenas as temperaturas máximas exerçam forte
inuência sobre a população de larvas. Nos meses
em que ocorreram os maiores índices de umidade re-
lativa do ar foram observadas as maiores médias de
números de criadouros positivos.
Forattini et al. 200025
Rev Saúde Pública b
Vila de Pedrinhas, SP
Outubro 1996 a janeiro 2000
Temperatura
Pluviosidade
Houve maior predomínio de Ae. scapularis em rela-
ção a Ae. albopictus. Nos meses chuvosos de janeiro a
maio o Ae. albopictus atingiu os valores mais expressi-
vos, enquanto de julho a outubro maior produtivida-
de de adultos Ae. scapularis.
Forattini et al. 200138
Rev Saúde Pública c
Vila de Pedrinhas, SP
Novembro 1996 a março 2000
Temperatura
Pluviosidade
Obteve-se um total de 7.825 formas imaturas, 2.397
(30,6%) pertencente a espécie Aedes albopictus. Não
houve correlação signicativa com temperatura mé-
dia e pluviosidade e emergência diária de adultos fê-
meas de Ae. Albopictus, mas a ocorrência de valores
mais elevados nos meses mais quentes e chuvosos
(dezembro – maio).
Favier et al. 200639 Trop Med
Int Healthc
Vila Planalto, DF
Dezembro 1997 a maio 1999
Temperatura
Pluviosidade
Umidade relativa
Os índices entomológicos mostraram valores mais
elevados no período chuvoso; o número de criadou-
ros potenciais segue o padrão da precipitação. O nú-
mero médio de pupas por recipiente positivo aparece
intimamente associado com a temperatura média. A
umidade relativa do ar também favoreceu o número
de recipientes positivos.
da Costa-Ribeiro et al. 200644
Trop Med Int Healthb
Rio de Janeiro, RJ
(14 municípios)
Dezembro de 2002 a dezembro
2003
Pluviosidade Os resultados de coleta das amostras foram mais
elevados no período chuvoso em relação ao período
seco. Foram detectados altos níveis de diferenciação
genética, que tenderam a persistir ao longo do ano; a
diferenciação da estrutura genética foi maior na esta-
ção chuvosa.
Ribeiro et al., 20069 Rev
Saúde Públicaa
São Sebastião, SP
2001 a 2002
Temperatura
Pluviosidade
Evidenciou-se associação entre incidência de dengue
e fatores abióticos (temperatura e pluviosidade) a
partir do segundo mês, estendendo-se até o quarto
mês. Ondas epidêmicas ocorreram de abril a junho.
248
Rev Bras Epidemiol
2013; 16(2): 240-56
A ocorrência da dengue e variações meteorológicas no Brasil: revisão sistemática
Viana, D.V. & Ignotti, E.
Referências
Ano de publicação Local e período do estudo Variável Principais achados
Honório et al. 200637
Mem Inst Oswaldo Cruzc
Ambaí, RJ
Novembro 1997 a outubro 1998
Temperatura
Pluviosidade
Umidade relativa
Ae. albopictus foi a espécie dominante em todos os
pneus, foi mais abundantes na estação chuvosa, e
pupas foram encontradas nos meses mais quentes
quando o volume de água foi maior. A abundância
Ae. aegypti mostrou um padrão sazonal menos evi-
dente.
Urbinatti et al. 200752
Rev Saúde Públicac
Parque Tietê, SP
Abril de 2001 a março de 2002
Temperatura
Pluviosidade
Vericou-se correlação positiva entre: positividade x
precipitação (rs = 0,69; p < 0,001); positividade x tem-
peratura (rs = 0,35; p < 0,001); número de indivíduos
x precipitação (rs = 0,29; p < 0,001) e número de in-
divíduos x temperatura (rs = 0,13; p < 0,05). As corre-
lações sugerem que as chuvas foram mais inuentes
que a temperatura, sendo as maiores frequências ob-
servadas no período quente e chuvoso.
Maciel-de-Freitas et al.
200834
Trop Med Int Healthb, c
2 Bairros do Rio de Janeiro, RJ
(Favela do Amorim e Tubiacanga)
2005
Chuva
Seca
Não houve diferença estatística signicante entre os
dois períodos seco e chuvoso. O efeito da sazonalida-
de foi baixo ou ausente na maioria dos reservatórios
analisados.
Costa et al. 200828
Rev Soc Bras Med Tropb, c
Uberlândia, MG
Março de 2003 a
fevereiro de 2005
Temperatura
Pluviosidade
A temperatura e a pluviosidade inuenciaram signi-
cativamente no aumento do número de criadouros e
na dinâmica populacional de Ae. aegypti. Observou-
-se que 86,5% tornaram-se positivas no período chu-
voso, e apenas 13,5% no período seco.
Dibo et al. 200843
Mem Inst Oswaldo Cruzc
Mirassol, SP
Novembro 2004 e
novembro 2005
Temperatura
Pluviosidade
A proliferação de Ae. aegypti, larvas e positividade
para ovos fêmea foi mais frequente em períodos de
temperaturas mais elevadas e com maior precipita-
ção.
Câmara et al. 200936
Rev Soc Bras Med Tropa
Cidade do Rio de Janeiro, RJ
1986 a 2003
Temperatura
Pluviosidade
Picos das epidemias foram registrados no inicio do
verão de cada ano; observou-se relação da epidemia
com a temperatura. Os índices pluviométricos não
foram signicativos. Considerou-se como período de
maior risco: os verões quentes e secos, temperatura
média mínima acima de 22° C e volume de chuvas
abaixo de 200 mm/mês.
Honório et al. 200935
J Med Entomolb,c
3 bairros do Rio de Janeiro, RJ
(Higienópolis, Tubiacanga e
Palmares)
Setembro 2006 a março2008
Temperatura
Pluviosidade
Os índices entomológicos mostraram associação en-
tre a positividade de ovos e incidência da dengue,
principalmente no período seco (baixa pluviosidade).
Sugere-se que a temperatura média mensal acima de
22-24º C está fortemente associada com abundância
de Ae. aegypti.
Miyazaki et al. 200948
Rev Soc Bras Med Tropb,c
Campus da UFMT Cuiabá, MT
Agosto de 2004 a agosto de 2005
Temperatura
Pluviosidade
Umidade relativa
Relatou-se associação signicativa com a temperatu-
ra (máxima, média e mínima) - valores signicativos
da correlação de Spearman apenas para tempera-
tura máxima. A chuva foi o fator que apresentou in-
uência no nível de infestação do vetor. Não houve
associação signicativa entre o número de ovos e a
umidade relativa do ar.
Dos Reis et al. 201042
Acta Tropb, c
3 bairros do Rio de Janeiro, RJ
(Higienópolis, Tubiacanga e
Palmares)
2007
Verão
Inverno
As capturas não diferiram signicativamente entre as
estações do ano, contudo maior número de ovos foi
obtido durante o verão.
Tabela 1 – Estudos sobre dengue e variáveis meteorológicas no Brasil, publicados entre 1992 a 2010. (cont.)
Table 1 - Studies on dengue and climate variables in Brazil, published between 1992 to 2010. (cont.)
249 Rev Bras Epidemiol
2013; 16(2): 240-56
A ocorrência da dengue e variações meteorológicas no Brasil: revisão sistemática
Viana, D.V. & Ignotti, E.
Referências
Ano de publicação Local e período do estudo Variável Principais achados
Souza et al. 201031
Rev Soc Bras Med Tropa, c
Goiás, GO
(Todos os 246 municípios)
Janeiro 2001 a dezembro 2005
Pluviosidade Constatou-se forte associação com picos da doença
em épocas de maiores Índices de Infestação Predial
- IIP de Ae. aegypti, pluviosidade e incidência da den-
gue. O número de casos da doença foi mais elevado
durante os primeiros quatro meses de cada ano (pe-
ríodo de alta pluviosidade) e menor entre junho e se-
tembro (menor pluviosidade).
Barbosa e Lourenço, 201032
Rev Soc Bras Med Tropa, c
Tupã, SP
Janeiro 2004 a dezembro 2007
Temperatura
Pluviosidade
Evidenciou-se maior infestação no primeiro trimestre
de cada ano, incidência crescente de janeiro a abril,
onde atinge o pico, e o decréscimo em seguida, até o
m da epidemia no mês de junho. Maior número de
recipientes positivos nos meses mais quentes e úmi-
dos do ano.
Clima Tropical Nordeste Oriental
Rebêlo et al. 199924
Cad Saúde Pública a, b
Maranhão, MA
87 dos 136 municípios
1995 a 1996
Pluviosidade Os Índices de Infestação Predial - IIP foram maiores
nos meses de janeiro e maio (período chuvoso), e
novembro (nal do período seco). A incidência da
dengue seguiu padrão similar ao regime pluvial, du-
rante o período seco houve sensível decréscimo na
incidência do dengue.
Gonçalves Neto & Rebêlo,
200451
Cad Saúde Públicaa
São Luiz, MA
1997 a 2002
Temperatura
Pluviosidade
Umidade relativa
Maior frequência de casos foi observado na estação
chuvosa 83,8%. Evidenciou-se correlação positiva ao
longo dos anos com a precipitação (r = 0,84) e umida-
de relativa do ar (r = 0,76), e negativa com a tempera-
tura (r = -0,78).
Monteiro et al. 200940
Epidemiol. Serv. Saúdea
Teresina, PI
2002 a 2006
Temperatura
Pluviosidade
Observou-se correlação positiva forte entre incidên-
cia da dengue com a precipitação e a temperatura,
particularmente no primeiro semestre de cada ano.
Os valores mais elevados do Índice de Infestação Pre-
dial - IIP coincidiram com os maiores índices de plu-
viosidade
Souza et al. 200727
Cad Saúde Públicaa
Paraíba, PB
Janeiro 1998 a junho 2005
Pluviosidade A cada ano observou-se uma curva de incidência do
dengue. Os picos oscilam entre os meses de março a
maio (verão/outono), assemelhando-se à precipita-
ção pluviométrica.
Clima Equatorial
Pinheiro & Tadei, 200226
Rev Inst Med Trop São
Paulo c
Manaus, AM
Janeiro a novembro 1999
Pluviosidade A maior média de positividade de Aedes aegypti,
ocorreu no período de alta pluviosidade, principal-
mente no mês de abril. No período seco houve di-
minuição média de produtividade e positividade das
larvas.
Ríos-Velásquez et al. 200733
Mem Inst Oswaldo Cruzc
3 Bairros de Manaus, AM
(Chapada, Coroado, Flores e
Tancredo Neves)
2004
Pluviosidade Observou-se os menores valores de prevalência na
estação seca (agosto), quando Ae. aegypti foi encon-
trada em 84-90% das casas. Enquanto os maiores va-
lores foram encontrados em novembro (período de
transição), com 94-98% dos domicílios positivos.
Clima Tropical Zona Equatorial
Rosa-Freitas et al. 200653
Rev Panam Salud Publicaa
Boa Vista, RR
Setembro de 1998 a
dezembro 2001
Temperatura
Pressão
Umidade relativa
Direção Vento
As correlações foram de forte a moderada, incidindo
diferenças estatísticas signicativas. Sendo maior a
relação sazonal que as correlações diárias.
Tabela 1 – Estudos sobre dengue e variáveis meteorológicas no Brasil, publicados entre 1992 a 2010. (cont.)
Table 1 - Studies on dengue and climate variables in Brazil, published between 1992 to 2010. (cont.)
250
Rev Bras Epidemiol
2013; 16(2): 240-56
A ocorrência da dengue e variações meteorológicas no Brasil: revisão sistemática
Viana, D.V. & Ignotti, E.
Referências
Ano de publicação Local e período do estudo Variável Principais achados
Zeidler et al. 200829
Rev Saúde Públicaa,c
Boa Vista, RR
Novembro 2006 a maio 2007
Pluviosidade Vericou-se correlação positiva entre o número de
ovos com o índice pluviométrico, sugerindo que as
chuvas contribuíram para o aumento de criadouros,
mas não se correlacionaram com a incidência de den-
gue. Ocorrem picos de incidência da dengue tanto
no período chuvoso quanto seco.
Codeço et al. 200941
Mem Inst Oswaldo Cruzb, c
2 bairros de Boa Vista, RR
(Centro e Tancredo Neves)
Julho de 2005 a julho 2007
Pluviosidade A abundância do vetor apresentou as maiores ta-
xas de infestação durante a estação chuvosa (maio
- agosto), e índices elevados também durante início
da estação seca (novembro), apresentando grande
variabilidade entre os anos.
Clima Temperado
Oliveira et al. 200750
Arq. Ciênc. Saúde Unipara
Toledo, PR
Janeiro de 2001 a
dezembro de 2005
Temperatura
Pluviosidade
Umidade relativa
Os dados da precipitação referentes aos meses de
maior noticação de casos demonstraram pequena
relação entre si. A análise estatística pelo método do
Qui-Quadrado, não demonstrou correlação entre a
infestação do Ae. aegypti e a umidade relativa do ar.
A variação de temperatura contribuiu de forma mais
signicativa, com uma correlação média de 40%.
Todos os climas simultaneamente
Câmara et al. 200730
Rev Soc Bras Med Tropa
(Norte, Nordeste, Centro-Oeste,
Sudeste e Sul)
1986 a2003
Temperatura A maior parte das noticações do agravo incidiu nos
meses mais quentes, correspondendo ao primeiro
semestre do ano. Os valores estão associados aos ele-
vados índices demográcos apresentando diferenças
signicativas entre as regiões.
Objeto principal do estudo: a) Doença/Número de casos; b) Vetor/mosquito; c) Ovos/larva/pupa.
Main object of the study: a) Disease/Number of cases; b) Vector/mosquito; c) Eggs/larvae/pupae.
Tabela 1 – Estudos sobre dengue e variáveis meteorológicas no Brasil, publicados entre 1992 a 2010. (cont.)
Table 1 - Studies on dengue and climate variables in Brazil, published between 1992 to 2010. (cont.)
abril)31. O clima de Goiás se assemelha ao
clima dos outros Estados do Centro-Oeste
e os ciclos de sazonalidade pluviométrica
se assemelham aos do resto do Brasil, ex-
ceto algumas regiões do Nordeste de clima
Tropical Nordeste Oriental, e da Amazônia
setentrional com clima Tropical Zona
Equatorial20,21.
Há estudos que mostram a taxa de
incidência do agravo por estações do ano.
Em Manaus verificou-se menor incidência
da dengue na estação seca, quando o Ae.
aegypti foi encontrado em 84-90% das
casas, enquanto os valores mais elevados
foram verificados em novembro (período
de transição/chuvoso), com 94-98% dos do-
micílios positivos33. Sabe-se que em Manaus
o clima predominante é o Equatorial20, com
a estação chuvosa de janeiro a maio e seca
durante julho a setembro33.
Estudo realizado em 200534 na cidade
do Rio de Janeiro mostrou que não hou-
ve diferença estatística significativa de
infestação entre os dois períodos, sendo o
efeito da sazonalidade descrito como baixo
ou ausente na maioria dos reservatórios
analisados naquela localidade. Honório et
al.35, em estudo realizado também no Rio
de Janeiro sobre a distribuição temporal
do Ae. aegypti entre setembro 2006 a março
2008, verificaram associação importante de
ovitrampas positivas. No verão os índices
médios foram de 70-80%, atingindo picos
expressivos de 90-100%, enquanto no
inverno a infestação sofreu redução, mas
raramente abaixo de 60%, demonstrando
que o mosquito é prevalente o ano todo. A
maior abundância foi verificada no período
mais úmido e quente do ano, indicando
sazonalidade35. O Rio de Janeiro apresenta
clima Tropical Brasil Central20 e temperatura
variando entre 20ºC e 27ºC, os meses mais
quentes ocorrendo entre novembro e abril
e os mais frios, entre maio e outubro. As
chuvas são mais frequentes entre dezembro
e março, sendo janeiro o mês mais chuvoso,
251 Rev Bras Epidemiol
2013; 16(2): 240-56
A ocorrência da dengue e variações meteorológicas no Brasil: revisão sistemática
Viana, D.V. & Ignotti, E.
e o período mais seco ocorre de junho a
setembro36, assemelhando-se à maioria dos
Estados brasileiros.
Diversos estudos empregando levanta-
mentos entomológicos,22,23,26,29,37-39 demons-
traram valores mais elevados de infestação
de ovos, larvas e vetor no período chuvoso;
entretanto, os criadouros positivos persis-
tem no período da seca, fato este favorecido
pela facilidade de adaptação do mosquito
ao ambiente humano, através dos reserva-
tórios naturais e/ou artificiais31,34,40,41.
Pluviosidade e temperatura
Estudo realizado entre março de 2003 a
fevereiro de 2005 em três bairros de alta inci-
dência da dengue na cidade de Uberlândia,
Minas Gerais, região Sudeste, indicou que a
temperatura e a pluviosidade influenciaram
significativamente no aumento do número
de criadouros e na dinâmica populacional
do Ae. Aegypti. No período chuvoso, 86,5%
das armadilhas expostas tornaram-se
positivas e apenas 13,5% no período seco.
Ao analisarem períodos mais frios e secos
do ano (condições menos favoráveis ao
desenvolvimento do mosquito), Costa et
al.28 observaram redução acentuada na
população adulta do vetor e, embora em
menor proporção, o mosquito também se
fez presente nos meses mais frios e secos
do ano. Este fato também é descrito por
Dos Reis et al.42, que utilizaram armadilhas
de oviposição em 3 bairros da cidade do Rio
de Janeiro, no verão (janeiro a março) e no
inverno (junho a setembro) de 2007; embora
as capturas não diferissem foi verificado
maior número de ovos e adultos fêmeas
durante o verão.
Dibo et al.43, por meio de coletas se-
manais de ovos e larvas no município de
Mirassol, SP, Região Sudeste do país, entre
novembro 2004 a novembro 2005, confir-
maram os resultados já descritos sobre a
proliferação do Ae. aegypti, evidenciando
que o número de ovos, larvas e mosquitos
é mais frequente em períodos de tem-
peraturas e índices pluviométricos mais
elevados25,26,37,44.
Como evidenciado nos trabalhos citados
anteriormente, Monteiro el al.40, ao anali-
sarem os indicadores epidemiológicos da
dengue na cidade de Teresina, Piauí, de 2002
a 2006, observaram correlação positiva entre
a incidência da dengue com a precipitação e
a temperatura, particularmente no primeiro
semestre de cada ano, período de maior ín-
dice pluviométrico e de infestação predial,
principalmente nos meses de março a maio
de 2002-2003. Tais achados legitimam com
o estudo de Barbosa e Lourenço32, realizado
no interior de São Paulo, na cidade de Tupã,
no período de janeiro 2004 a dezembro
2007. Notou-se maior infestação no pri-
meiro trimestre de cada ano, decréscimo da
epidemia em junho, incremento do número
de recipientes positivos nos meses mais
quentes e úmidos do ano, correspondendo
aos meses de janeiro a abril.
Na cidade do Rio de Janeiro, entre 1986 a
2003, foi observado que os fatores de maior
risco em relação às epidemias de dengue
foram a temperatura média mínima acima
de 22°C, os verões mais quentes e secos,
sendo mais relevante a temperatura do
primeiro trimestre do período analisado.
Observou-se que nos anos em que as epi-
demias ocorreram as temperaturas foram
significativamente mais elevadas compara-
das aos demais anos. Não houve associação
importante da incidência da doença com
a pluviosidade. As epidemias foram mais
frequentes nos anos em que o volume plu-
viométrico ficou abaixo de 200 mm/mês36.
Câmara et al.30, em estudo de série his-
tórica da dengue realizado entre o período
de 1986 a 2003, referenciando as cinco re-
giões do Brasil, evidenciou que as regiões
Nordeste e Sudeste corresponderam a
cerca de 86% das notificações da doença,
enquanto a região, Centro-Oeste (7,6%),
Norte (5,7%) e Sul (1,2%) obtiveram um
número menor de registros. Em 2003, as
regiões Nordeste e Sudeste apresentavam
70,5% da população brasileira, ou seja, ain-
da que relativizada pela população a doença
foi mais incidente nestas duas regiões. Para
as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul mais
da metade dos casos ocorreu no primeiro
252
Rev Bras Epidemiol
2013; 16(2): 240-56
A ocorrência da dengue e variações meteorológicas no Brasil: revisão sistemática
Viana, D.V. & Ignotti, E.
trimestre, enquanto na região Nordeste
ocorreu no segundo trimestre do ano.
No entanto, os dados epidemiológicos
de 2008 e 2010 mostram uma mudança no
padrão de distribuição da dengue no país.
Em 2010 foi registrado mais de um milhão
de casos prováveis da doença em decor-
rência da recirculação do DENV-1, com
63% dos casos nas regiões Centro-Oeste e
Sudeste, principalmente em municípios
dos Estados do Rio de Janeiro, Mato Grosso
e Mato Grosso do Sul45.
Os picos das notificações analisados
pelos autores30 são concordantes com os
estudos ora analisados. Em suma, con-
centram-se particularmente no primeiro
semestre de cada ano, período este consi-
derado o mais úmido e quente do ano. Nos
meses em que a temperatura decresce na
segunda metade do ano, observou-se que
a incidência sofreu redução, demonstrando
dependência da variação sazonal sobre a
dinâmica do vetor e da doença.
Temperatura e umidade relativa do ar
Análise de levantamento entomológico
durante 82 semanas por meio de ovitrampa
e mosquitrap, de setembro de 2006 a março
de 2008, demonstrou associação importante
entre o número de ovos positivos e incidên-
cia da dengue, principalmente no período
seco (baixa pluviosidade). Os autores35 suge-
rem que a temperatura média mensal acima
de 22-24° C está fortemente associada com
abundância do Ae. aegypti e por consequên-
cia maior risco de transmissão da doença.
Favier et al.39 consideraram que o núme-
ro de criadouros potenciais segue o padrão
da precipitação, mas os valores não se anu-
lam no período da seca. O número médio
de pupas por recipiente positivo aparece
intimamente associado com a tempera-
tura média. Considerou-se que a variável
umidade relativa do ar também favoreceu
o número de recipientes positivos, Vila
Planalto, Brasília. Resultados semelhantes
referenciando São Sebastião, SP9, indicaram
que os valores mais elevados de temperatu-
ra e umidade relativa do ar foram registrados
entre novembro a abril, meses estes também
em que se observaram os maiores índices de
densidade larvária do Ae. Aegypti.
Estudo realizado no Bairro do Galeão
Ilha do Governador, RJ, entre junho 1992
e julho 1994, relatou que provavelmente
apenas os extremos de temperaturas exer-
ceram efeito diferenciado na população de
larvas. Nos meses seguintes ou logo depois
da observação de registros mais elevados
de umidade relativa do ar, foram notadas
as maiores médias de números de cria-
douros positivos e correlações negativas
para a média da pressão atmosférica46. A
temperatura média na faixa de 17 a 23° C
foi relatada como o período mais favorável
ao desenvolvimento larvário22.
Os dados descritos anteriormente são
corroborados por literatura específica de
estudo entomológico laboratorial. Analisou-
se o desenvolvimento embrionário do Ae.
aegypti sob a influência de variação da tem-
peratura e observou-se que a viabilidade
dos ovos entre 16-31°C foi superior a 80% e
entre 22-28 °C foi superior a 90%. Farnesi et
al.47 salientam que estas faixas de tempera-
tura favorecem a presença de Ae. aegypti nas
regiões tropicais e subtropicais do mundo.
Miyazaki et al.48, em estudo de monito-
ramento através de ovitrampas realizado em
Cuiabá, MT, entre agosto de 2004 a agosto
de 2005, uma das capitais mais quentes do
país (média máxima por volta de 31º C),
evidenciaram correlação significativa com
a temperatura máxima, média e mínima.
No entanto, os autores48 consideraram que a
pluviosidade foi o único fator determinante
no nível de infestação. A frequência da cole-
ta dos ovos evidenciou incremento para os
meses de outubro e dezembro, perfazendo
49% e 36,8%, respectivamente. Observou-
se para os meses de julho e agosto maior
presença de fêmeas e não houve associação
entre o número de ovos e a umidade relativa
do ar. O número de coletas não obedeceu a
um padrão de distribuição único ao longo
do período, podendo ocorrer durante todo o
ano, como evidenciado também em outros
estudos28,43,49.
253 Rev Bras Epidemiol
2013; 16(2): 240-56
A ocorrência da dengue e variações meteorológicas no Brasil: revisão sistemática
Viana, D.V. & Ignotti, E.
Defasagem
Apesar das variações meteorológicas se
apresentarem como um importante predi-
tor, sabe-se que na maioria das situações
existe um time lag, ou seja, uma defasagem
na associação entre as variáveis meteo-
rológicas e a ocorrência da dengue ou do
surgimento de novas larvas/mosquitos no
mesmo mês.
Ribeiro et al.9, ao analisarem o intervalo
de tempo (time lag) da associação entre o
número de casos de dengue e fatores abióti-
cos (chuva e temperatura) ocorridos em São
Sebastião, SP, de 2001 a 2002, identificaram
que a defasagem revelou associação signifi-
cativa no segundo, terceiro e quarto meses
de observação, ou seja, a chuva e a tempera-
tura de um determinado mês contribuíram
para explicar o número de casos da dengue
de dois a até quatro meses depois.
A análise de incidência da dengue na
Paraíba, PB, por modelos de defasagem
distribuída verificou que os coeficientes
decrescem até o quarto mês, voltando a
crescer no quinto mês. O início das curvas
de crescimento anual se dá com cinco me-
ses de antecedência, o que corresponde à
defasagem de cinco meses. Sendo assim, a
cada ano ocorreu uma curva de incidência
da dengue, na qual os picos oscilam entre
os meses de março a maio. Por esta razão,
Souza et al.27 afirmaram que a defasagem
cinco corresponde à duração do período ne-
cessário para haver mudança na tendência
da curva anual da incidência da dengue, a
partir do início do verão.
Oliveira et al.50, em estudo realizado em
município de Toledo, PR, no período de no-
vembro de 2001 a julho de 2002, observaram
20,5% de correlação para a influência da
precipitação sobre o número de casos con-
firmados no mês seguinte. Essa correlação
é praticamente inexistente para dois ou três
meses após o período das chuvas.
Considerações nais
Foi evidenciado que os fatores mete-
orológicos como temperatura, umidade
relativa do ar e pluviosidade mencionados
nos diversos estudos influenciaram a dinâ-
mica do vetor, bem como os picos das epi-
demias da dengue no Brasil, independente
do compartimento climático. A ocorrência
do agravo está associada à elevação dos
índices pluviométricos e às variações de
temperatura, principalmente no primeiro
semestre de cada ano. Trata-se do período
de pluviosidade e temperatura mais elevados
na maior parte do Brasil, o que contribuiu
para o aumento do número de criadouros
e, consequentemente, dos casos da dengue.
Mesmo sendo uma doença tipicamente
sazonal são registrados casos da dengue
tanto no período chuvoso quanto no seco,
haja vista que a redução da densidade veto-
rial de adultos nos meses mais frios e secos
não é suficiente para cessar a transmissão
da doença. Há, contudo, inúmeras dificul-
dades no estabelecimento de um padrão
sazonal “chave, da incidência da doença
e das variáveis meteorológicas, em virtude
do padrão hematofágico do vetor ocorrer
predominantemente durante todo ano em
diferentes intensidades.
Há que ser considerada a grande ex-
tensão territorial do Brasil, a fronteira
com os países vizinhos, a diversidade de
biomas, falta de infraestrutura urbana, as
características meteorológicas e ambientais
favoráveis durante praticamente o ano todo
que facilitam a manutenção da doença. Na
maioria dos estudos analisados a maior
densidade vetorial coincide com o período
chuvoso, sugerindo que a pluviosidade é
o fator abiótico mais importante para o
incremento da população do vetor. Nesse
sentido, ressalta-se que o ciclo de chuvas no
país apresenta características peculiares de
acordo com os diferentes compartimentos
climáticos nas distintas regiões geográficas,
não havendo uma distribuição da precipi-
tação pluviométrica de forma homogênea
em todo o território nacional, ainda que a
sazonalidade seja em estações semelhantes.
Outro aspecto relevante é a complexi-
dade genética do vetor e a circulação de
diferentes sorotipos que possivelmente
também influenciam a distribuição da
254
Rev Bras Epidemiol
2013; 16(2): 240-56
A ocorrência da dengue e variações meteorológicas no Brasil: revisão sistemática
Viana, D.V. & Ignotti, E.
ocorrência da dengue, tanto em períodos
seco quanto chuvoso, e sua capacidade de
adaptação ao ambiente humano através de
criadouros. Portanto, o vetor não depende
exclusivamente dos fatores abióticos. Este
sobrevive em baixa densidade durante os
meses menos favoráveis em termos climáti-
cos, apontando a relevância da manutenção
das ações de vigilância e controle do vetor
durante todo o ano.
Por se tratar de revisão de literatura
científica, o presente estudo está potencial-
mente condicionado aos vieses dos estudos
de revisão, ou seja, na dependência dos
achados contidos nas publicações. Outro
viés diz respeito à distribuição dos estudos
que se concentraram particularmente em
alguns Estados. Com base nesta revisão
sistemática observou-se que todos os climas
brasileiros foram representados se consi-
deradas as áreas em estudo. No entanto, o
clima mais bem representado foi o Clima
Tropical Brasil Central, que coincide com a
área mais populosa, bem como com a mais
endêmica do país.
Conclui-se que a dengue está fortemen-
te relacionada com as variáveis meteoroló-
gicas. A variação sazonal da temperatura e
da pluviosidade influenciaram a dinâmica
do vetor e a incidência da doença em todo
o país, independente do compartimento
climático.
Referências
1. da Silva-Voorham JM, Tami A, Juliana AE, Rodenhuis-
Zybert IA, Wilschut JC, Smit JM. Dengue: a growing risk
to travellers to tropical and sub-tropical regions. Ned
Tijdschr Geneeskd 2009; 153: A778.
2. Pinheiro FP, Corber SJ. Global situation of dengue and
dengue haemorrhagic fever, and its emergence in the
Americas. World Health Stat Q 1997; 50(3-4): 161-9.
3. Wilder-Smith A, Chen LH, Massad E, Wilson ME. Threat
of dengue to blood safety in dengue-endemic countries.
Emerg Infect Dis 2009; 15(1): 8-11.
4. World Health Organization. Report of the Scientific
Working Group meeting on Dengue. Geneva; 2006.
5. World Health Organization. WHO report on global
surveillance of epidemic-prone infectious diseases.
Geneva; 2000.
6. Sutherst RW. Global change and human vulnerability to
vector-borne diseases. Clin Microbiol Rev 2004; 17(1):
136-73.
7. Brasil. Ministério da Saúde. Mudanças climáticas e
ambientais e seus efeitos na saúde: cenários e incertezas
para o Brasil. Organização Pan-Americana da Saúde.
Brasília; 2008.
8. Dhiman RC, Pahwa S, Dhillon GP, Dash AP. Climate
change and threat of vector-borne diseases in India: are
we prepared? Parasitol Res 2010; 106(4): 763-73.
9. Ribeiro AF, Marques GR, Voltolini JC, Condino ML.
Associação entre incidência de dengue e variáveis
climáticas. Rev Saúde Pública 2006; 40(4): 671-6.
10. Hales S, de Wet N, Maindonald J, Woodward A. Potential
effect of population and climate changes on global
distribution of dengue fever: an empirical model. Lancet
2002; 36(9336): 830-4.
11. Hemmer CJ, Frimmel S, Kinzelbach R, Gürtler L,
Reisinger EC. Global warming: trailblazer for tropical
infections in Germany? Dtsch Med Wochenschr 2007;
132(48): 2583-9.
12. Campbell-Lendrum D, Corvalán C. Climate Change
and Developing-Country Cities: Implications For
Environmental Health and Equity. J Urban Health 2007;
84(S1): 109-17.
13. Tabachnick WJ. Challenges in predicting climate
and environmental effects on vector-borne disease
episystems in a changing world. J Exp Biol 2010; 213(6):
946-54.
14. Osanai CH, Travassos da Rosa AP, Tang AT, do Amaral
RS, Passos AD, Tauil PL. Surto de dengue em Boa Vista,
Roraima Nota previa. Rev Inst Med Trop Sâo Paulo 1983;
25(1): 53-4.
15. Schatzmayr HG. Dengue situation in Brazil by year 2000.
Mem Inst Oswaldo Cruz 2000; 95 (S1): 179-81.
16. Schatzmayr HG, Nogueira RMR, Travassos da Rosa AP.
An outbreak of dengue virus at Rio de Janeiro - 1986.
Mem Inst Oswaldo Cruz 1986; 81(2): 245-6.
17. Brasil. Fundação Nacional de Saúde. Centro Nacional
de Epidemiologia. Boletim eletrônico epidemiológico.
Brasília; 2001.
18. Brasil. Ministério da Saúde. Informe Epidemiológico da
Dengue/Análise de situação e tendências. Brasília; 2010.
255 Rev Bras Epidemiol
2013; 16(2): 240-56
A ocorrência da dengue e variações meteorológicas no Brasil: revisão sistemática
Viana, D.V. & Ignotti, E.
19. Organização Pan-Americana da Saúde. Mudança
Climática e Saúde: um perfil do Brasil. Brasíli; 2009.
20. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [homepage
na internet]. Brasília: Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão; 2005. Disponível em: http://
mapas.ibge.gov.br/clima/ viewer.htm (Acessado em 28
de fevereiro de 2012).
21. Mendonça FA, Danni-Oliveira IM. Climatologia - Noções
básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de textos;
2007.
22. Gomes Ade C, Forattini OP, Kakitani I, Marques GR,
Marques CC, Marucci D et al. Microhabitats de Aedes
albopictus (Skuse) na região do Vale do Paraíba, Estado
de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publica 1992; 26(2): 108-
18.
23. Chiaravalloti Neto F. Descrição da colonização de Aedes
aegypti na região de São José do Rio Preto, São Paulo.
Rev Soc Bras Med Trop 1997; 30(4): 279-85.
24. Rebêlo JM, Costa JM, Silva FS, Pereira YN, da Silva JM.
Distribuição de Aedes aegypti e do dengue no Estado do
Maranhão, Brasil. Cad Saúde Pública 1999; 15(3): 477-86.
25. Forattini OP, Kakitani I, dos Santos RLC, Kobayashi
KM, Ueno HM, Fernandez Z. Comportamento de Aedes
albopictus e Ae. scapularis adultos (Diptera: Culicidae)
no sudeste do Brasil. Rev Saúde Pública 2000; 34(5): 461-
7.
26. Pinheiro VC, Tadei WP. Frequency, diversity, and
productivity study on the Aedes aegypti most preferred
containers in the city of Manaus, Amazonas, Brazil. Rev
Inst Med Trop Sao Paulo 2002; 44(5): 245-50.
27. Souza IC, Vianna RP, Moraes RM. Modelagem da
incidência do dengue na Paraíba, Brasil, por modelos de
defasagem distribuída. Cad Saúde Pública 2007; 23(11):
2623-30.
28. Costa FS, Silva JJ, Souza CM, Mendes J. Dinâmica
populacional de Aedes aegypti (L) em área urbana de
alta incidência de dengue. Rev Soc Bras Med Trop 2008;
41(3): 309-12.
29. Zeidler JD, Acosta PO, Barrêto PP, Cordeiro Jda D.
Dengue virus in Aedes aegypti larvae and infestation
dynamics in Roraima, Brazil. Rev Saude Publica 2008;
42(6): 986-91.
30. Câmara FP, Theophilo RL, dos Santos GT, Pereira
SR, Câmara DC, de Matos RR. Estudo retrospectivo
(histórico) da dengue no Brasil: características regionais
e dinâmicas. Rev Soc Bras Med Trop 2007; 40(2): 192-6.
31. Souza SS, Silva IG, Silva HHG. Associação entre
incidência de dengue, pluviosidade e densidade larvária
de Aedes aegypti, no Estado de Goiás. Rev Soc Bras Med
Trop 2010; 43(2): 152-5.
32. Barbosa GL, Lourenço RW. Análise da distribuição
espaço-temporal de dengue e da infestação larvária no
município de Tupã, Estado de São Paulo. Rev Soc Bras
Med Trop 2010; 43(2): 145-51.
33. Ríos-Velásquez CM, Codeço CT, Honório NA, Sabroza
PS, Moresco M, Cunha IC et al. Distribution of dengue
vectors in neighborhoods with different urbanization
types of Manaus, state of Amazonas, Brazil. Mem Inst
Oswaldo Cruz 2007; 102(5): 617-23.
34. Maciel-de-Freitas R, Peres RC, Souza-Santos R,
Lourenço-de-Oliveira R. Occurrence, productivity and
spatial distribution of key-premises in two dengue-
endemic areas of Rio de Janeiro and their role in adult
Aedes aegypti spatial infestation pattern. Trop Med Int
Health 2008; 13(12): 1488-94.
35. Honório NA, Codeço CT, Alves FC, Magalhães MA,
Lourenço-De-Oliveira R. Temporal distribution of Aedes
aegypti in different districts of Rio de Janeiro, Brazil,
measured by two types of traps. J Med Entomol 2009;
46(5): 1001-14.
36. Câmara FP, Gomes AF, Santos GT, Câmara DC. Clima e
epidemias de dengue no Estado do Rio de Janeiro. Rev
Soc Bras Med Trop 2009; 42(2): 137-40.
37. Honório NA, Cabello PH, Codeço CT, Lourenço-de-
Oliveira R. Preliminary data on the performance of Aedes
aegypti and Aedes albopictus immatures developing in
water-filled tires in Rio de Janeiro. Mem Inst Oswaldo
Cruz 2006; 101(2): 225-8.
38. Forattini OP, Kakitani I, Ueno HM. Emergência de Aedes
albopictus em recipientes artificiais. Rev Saude Publica
2001; 35(5): 456-60.
39. Favier C, Degallier N, Vilarinhos PT, de Carvalho MS,
Yoshizawa MA, Knox MB. Effects of climate and different
management strategies on Aedes aegypti breeding sites:
a longitudinal survey in Brasília (DF, Brazil). Trop Med
Int Health 2006; 11(7): 1104-18.
40. Monteiro ESC, Coelho ME, da Cunha IS, Cavalcante
MAS, Carvalho FAA. Aspectos epidemiológicos e
vetoriais da dengue na cidade de Teresina, Piauí – Brasil,
2002 a 2006. Epidemiol Serv Saúde 2009; 18(4): 365-74.
41. Codeço CT, Honório NA, Ríos-Velásquez CM, Santos
Mda C, Mattos IV, Luz SB, et al. Seasonal dynamics of
Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) in the northernmost
state of Brazil: a likely port-of-entry for dengue virus 4.
Mem Inst Oswaldo Cruz 2009 Jul; 104(4): 614-20.
42. Dos Reis IC, Honório NA, Codeço CT, Magalhães Mde
A, Lourenço-de-Oliveira R, Barcellos C. Relevance of
differentiating between residential and non-residential
premises for surveillance and control of Aedes aegypti in
Rio de Janeiro, Brazil. Acta Trop 2010; 114(1): 37-43.
43. Dibo MR, Chierotti AP, Ferrari MS, Mendonça AL,
Chiaravalloti Neto F. Study of the relationship between
Aedes (Stego myia) aegypti egg and adult densities,
dengue fever and climate in Mirassol, state of São Paulo,
Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz 2008; 103(6): 554-60.
44. da Costa-Ribeiro MC, Lourenço-de-Oliveira R, Failloux
AB. Geographic and temporal genetic patterns of Aedes
aegypti populations in Rio de Janeiro, Brazil. Trop Med
Int Health 2006; 11(8): 1276-85.
256
Rev Bras Epidemiol
2013; 16(2): 240-56
A ocorrência da dengue e variações meteorológicas no Brasil: revisão sistemática
Viana, D.V. & Ignotti, E.
45. Siqueira JrJB, Vinhal LC, Said RFC, Hoffmann JL, Martins
J, Barbiratto SB et al. Dengue no Brasil: tendências e
mudanças na epidemiologia, com ênfase nas epidemias
de 2008 e 2010. In: Saúde Brasil 2010: uma análise
da situação de saúde e de evidências selecionadas de
impacto de ações de vigilância em saúde. Brasília:
Ministério da Saúde; 2011. pp. 159-171.
46. Souza-Santos R. Fatores associados à ocorrência de
formas imaturas de Aedes aegypti na Ilha do Governador,
Rio de Janeiro, Brasil. Rev Soc Bras Med Trop 1999; 32(4):
373-82.
47. Farnesi LC, Martins AJ, Valle D, Rezende GL. Embryonic
development of Aedes aegypti (Diptera: Culicidae):
influence of different constant temperatures. Mem Inst
Oswaldo Cruz 2009; 104(1): 124-6.
48. Miyazaki RD, Ribeiro AL, Pignatti MG, Campelo JHJr,
Pignati M. Monitoring of Aedes aegypti mosquitoes
(Linnaeus, 1762) (Diptera: Culicidae) by means of
ovitraps at the Universidade Federal de Mato Grosso
Campus, Cuiabá, State of Mato Grosso. Rev Soc Bras Med
Trop 2009; 42(4): 392-97.
49. Marques GR, Gomes Ade C. Comportamento
antropofílico de Aedes albopictus (Skuse) (Diptera:
Culicidae) na região do Vale do Paraíba, Sudeste do
Brasil. Rev Saúde Pública 1997; 31(2): 125-30.
50. Oliveira CL, Bier VA, Maier CR, Rorato GM, Frost KF;
Barbosa MA et al. Incidência da dengue relacionada às
condições climáticas no município de Toledo – PR. Arq
Ciências Saúde UNIPAR 2007; 11(3): 211-6.
51. Gonçalves Neto, VS, Rebêlo, JMM. Epidemiological
characteristics of dengue in the Municipality of São Luís,
Maranhão, Brazil, 1997-2002. Cad Saúde Pública 2004;
20(5): 1424-31.
52. Urbinatti PR, Menezes RM, Natal D. Sazonalidade de
Aedes albopictus em área protegida na cidade de São
Paulo, Brasil. Rev Saúde Pública 2007; 41(3): 478-81.
53. Rosa-Freitas MG, Schreiber KV, Tsouris P, Weimann ET,
Luitgards-Moura JF. Associations between dengue and
combinations of weather factors in a city in the Brazilian
Amazon. Rev Panam Salud Publica 2006; 20(4): 256-267.
Recebido em: 12/03/12
Aprovado em: 10/07/12
... (iii). The average IF of the included 302 studies was 8.546 ± 1.480, whereas 17 papers [24][25][26][27][28][29][30][31][32][33][34][35][36][37][38][39][40] had no impact factor. SRs of air pollution were most frequently published in journals with an IF of 5 to 10 (44.1%), while SRs of temperature were mostly published in journals with an IF < 5 (43.5%). ...
Article
Full-text available
Background An increasing number of systematic reviews (SRs) in the environmental field have been published in recent years as a result of the global concern about the health impacts of air pollution and temperature. However, no study has assessed and compared the methodological and reporting quality of SRs on the health effects of air pollutants and extreme temperatures. This study aims to assess and compare the methodological and reporting quality of SRs on the health effects of ambient air pollutants and extreme temperatures. Methods PubMed, Embase, the Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), Cochrane Library, Web of Science, and Epistemonikos databases were searched. Two researchers screened the literature and extracted information independently. The methodological quality of the SRs was assessed through A Measurement Tool to Assess Systematic Reviews 2 (AMSTAR 2). The reporting quality was assessed through Preferred Reporting Items of Systematic reviews and Meta-Analyses (PRISMA). Results We identified 405 SRs (286 for air pollution, 108 for temperature, and 11 for the synergistic effects). The methodological and reporting quality of the included SRs were suboptimal, with major deficiencies in protocol registration. The methodological quality of SRs of air pollutants was better than that of temperature, especially in terms of satisfactory explanations for any heterogeneity (69.6% v. 45.4%). The reporting quality of SRs of air pollution was better than temperature, however, adherence to the reporting of the assessment results of risk of bias in all SRs (53.5% v. 34.3%) was inadequate. Conclusions Methodological and reporting quality of SRs on the health effect of air pollutants were higher than those of temperatures. However, deficiencies in protocol registration and the assessment of risk of bias remain an issue for both pollutants and temperatures. In addition, developing a risk-of-bias assessment tool applicable to the temperature field may improve the quality of SRs.
... Previous studies in Brazil have shown that dengue cases follow a seasonal pattern with a higher incidence in months of higher rainfall and high temperatures, supporting the mosquitoes' development and, consequently, the increase in dengue transmission [10,[17][18][19][20][21]. On the other hand, the population density of this vector tends to reduce significantly during periods of lower rainfall and lower average temperatures [22], reducing the number of dengue cases. ...
Article
Full-text available
Dengue is a serious infectious disease worldwide and a climate-sensitive disease. Thus, our goals were to (i) evaluate the relationship between dengue incidence and meteorological variables (rainfall and air temperature); (ii) identify the spatiotemporal pattern of dengue incidence in the municipalities of Mato Grosso from 2001 to 2020; and (iii) verify the spatial dependence of dengue incidence in the dry and wet seasons. We used dengue data from 2001 to 2020, monthly rainfall estimates from GPM, and daily air temperature estimates from ERA-5. The municipalities of the Mato Grosso state are included in 16 healthcare territories. The seasonal rainfall pattern indicates that the peak of the dengue endemic occurred in the wet season. However, drier and/or warmer places had a lower incidence of dengue in the dry season. Furthermore, a lagged effect of meteorological variables on dengue incidence has been identified, ranging from 0 to 7 months. Hotspot areas were identified which might have the potential for an intense spreading of dengue in Mato Grosso. They were mainly concentrated in the healthcare territory of Teles Pires (ID 14) in the dry season, while they were concentrated in the healthcare territories of Garças Araguaia (ID 5), Oeste (ID 11), and Teles Pires (ID 14) in the wet season. In addition, they are located in the Am climate and in the Amazon Forest and Brazilian savanna biomes, which have higher dengue incidence values. These results help to highlight which municipalities decision-makers must intervene in the public health system to prevent and control future epidemics.
... 402 studies were excluded after the full-text screening. Ultimately, 23 reviews (Ramesh et al. 2013;Viana and Ignotti 2013;Fan et al. 2015;Philipsborn et al. 2016;Cheng et al. 2018;Ghazani et al. 2018;Lu et al. 2018;Bai et al. 2019;Chen et al. 2019;Coates et al. 2019;Popovic et al. 2019;Asadgol et al. 2020;Copat et al. 2020;Li et al. 2020; Villeneuve and Goldberg 2020; Katoto et al. 2021;Liang et al. 2021;Majumder and Ray 2021;Maleki et al. 2021;Meo et al. 2021;Starke et al. 2021;Xiang et al. 2021;Zang et al. 2022) met the inclusion criteria ( Fig. S1 Flow diagram of literature screening process). 15 systematic reviews evaluated morbidity, 7 reviews evaluated both morbidity and mortality, and mortality was evaluated in only one review. ...
Article
Full-text available
Air pollution and global temperature change are expected to affect infectious diseases. Air pollution usually causes inflammatory response and disrupts immune defense system, while temperature mainly exacerbates the effect of vectors on humans. Yet to date overview of systematic reviews assessing the exposure risk of air pollutants and temperature on infectious diseases is unavailable. This article aims to fill this research gap. PubMed, Embase, the Cochrane Library, Web of Science, and the Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature were searched. Systematic reviews and meta-analyses investigated the exposure risk of pollutants or temperature on infectious diseases were included. Two investigators screened literature, extracted data and performed the risk of bias assessments independently. A total of 23 articles met the inclusion criteria, which 3 (13%) were "low" quality and 20 (87%) were "critically low" quality. COVID-19 morbidity was associated with long-term exposure PM2.5 (RR = 1.056 per 1 μg/m3\documentclass[12pt]{minimal} \usepackage{amsmath} \usepackage{wasysym} \usepackage{amsfonts} \usepackage{amssymb} \usepackage{amsbsy} \usepackage{mathrsfs} \usepackage{upgreek} \setlength{\oddsidemargin}{-69pt} \begin{document}$$\mathrm{\mu g}/\mathrm{m}^3$$\end{document}, 95% CI: 1.039–1.072) and NO2 (RR = 1.042 per 1 μg/m3\documentclass[12pt]{minimal} \usepackage{amsmath} \usepackage{wasysym} \usepackage{amsfonts} \usepackage{amssymb} \usepackage{amsbsy} \usepackage{mathrsfs} \usepackage{upgreek} \setlength{\oddsidemargin}{-69pt} \begin{document}$$\mathrm{\mu g}/\mathrm{m}^3$$\end{document}, 95% CI: 1.017–1.068). In addition, for each 1 °C increase in temperature, the morbidity risk of dengue increased 13% (RR = 1.130 per 1 °C, 95% CI: 1.120–1.150), infectious diarrhea increased 8% (RR = 1.080 per 1 °C, 95% CI: 1.050–1.200), and hand, foot and mouth disease (HFMD) increased 5% (RR = 1.050 per 1 °C, 95% CI: 1.020–1.080). In conclusion, PM2.5 and NO2 increased the risk of COVID-19 and temperatures were associated with dengue, infectious diarrhoea and HFMD morbidity. Moreover, the exposure risk of temperature on COVID-19 was recommended to be further explored. Graphical Abstract
... The abundance patterns of mosquitoes in these peri-urban areas may have also been influenced by rainfall in the days prior to sampling. Aedes species are known to colonize temporary breeding sites [61], and outbreaks of diseases transmitted by these mosquitoes regularly coincide with the rainy seasons [62,63]. The abundance of Ae. aegypti did not differ between the sampled sites, which suggests that during the rainy season, this mosquito increases its densities in urban environments where there is greater availability of human hosts, absence of predators and natural competitors, and the ability to reproduce in artificial containers [64]. ...
Article
Full-text available
Citation: Rosa-Silva, H.; Cardoso, J.G.; Reis-Júnior, R.; Corgosinho, P.H.C.; Faria, M.L.; Ribeiro, S.P.; Abreu, F.V.S.; Cuevas-Reyes, P.; Borges, M.A.Z. Coexistence and Spatial Distribution of Invasive and Sylvatic Container-Breeding Mosquitoes in City-Forest Ecotone within the Brazilian Semi-arid. Diversity 2023, 15, 822. https:// Abstract: Aedes species are vectors of the most significant arboviruses in Brazil with the greatest health and economic impact in the country. However, little is known about the factors that influence the distribution of Aedes, as well as other container-breeding mosquitoes, especially on the border between urban and forest environments. Here, we tested the effect of three phytophysiognomies within the city-forest ecotone in the Brazilian semi-arid region on the spatial distribution of vector mosquitoes. We also investigated the effect of rainfall on the spatial distribution and abundance of mosquitoes and described the interspecific interactions between invasive and native mosquito species. Immatures were sampled during the rainy seasons of). In each sampled location, 30 ovitraps were installed in shaded areas. There was a predominance of the Aedes mosquitoes, especially Ae. albopictus and Ae. aegypti, while three species of Haemagogus (Hg. spegazzinii, Hg. janthinomys and Hg. leucocelaenus) were rarely found. The sylvatic mosquito Ae. terrens was abundant in areas with lower anthropic influence and during higher rainfall regimes with minimal pluviometric variation. This rainfall was also favorable for the presence of the predatory mosquito larvae Toxorhynchites theobaldi. The abundance of invasive Aedes species showed positive correlations with each other and negative correlations with the sylvatic Ae. terrens. Our results demonstrate that human occupation and the rainfall regime affect the interactions between invasive and sylvatic species of container mosquitoes.
... Epidemiological studies have increasingly pursued climate-based statistical and mathematical systems that might elucidate the cycles of dengue occurrence [28]. It is primarily used to assist public health administrators in identifying dengue incidence prediction models with a high degree of accuracy [29]. We collected the dengue data from the Directorate General of Health Services (DGHS) and the temperature, humidity, rainfall, sunshine hour, and wind speed data (2013-2020) from the Bangladesh Meteorological Department (BMD. ...
Article
Full-text available
Background: In Bangladesh, particularly in Dhaka city, dengue fever is a major factor in serious sickness and hospitalization. The weather influences the temporal and geographical spread of the vector-borne disease dengue in Dhaka. As a result, rainfall and ambient temperature are considered macro factors influencing dengue since they have a direct impact on Aedes aegypti population density, which changes seasonally dependent on these critical variables. This study aimed to clarify the relationship between climatic variables and the incidence of dengue disease. Methods: A total of 2253 dengue and climate data were used for this study. Maximum and minimum temperature (°C), humidity (grams of water vapor per kilogram of air g.kg-1), rainfall (mm), sunshine hour (in (average) hours per day), and wind speed (knots (kt)) in Dhaka were considered as the independent variables for this study which trigger the dengue incidence in Dhaka city, Bangladesh. Missing values were imputed using multiple imputation techniques. Descriptive and correlation analyses were performed for each variable and stationary tests were observed using Dicky Fuller test. However, initially, the Poisson model, zero-inflated regression model, and negative binomial model were fitted for this problem. Finally, the negative binomial model is considered the final model for this study based on minimum AIC values. Results: The mean of maximum and minimum temperature, wind speed, sunshine hour, and rainfall showed some fluctuations over the years. However, a mean number of dengue cases reported a higher incidence in recent years. Maximum and minimum temperature, humidity, and wind speed were positively correlated with dengue cases. However, rainfall and sunshine hours were negatively associated with dengue cases. The findings showed that factors such as maximum temperature, minimum temperature, humidity, and windspeed are crucial in the transmission cycles of dengue disease. On the other hand, dengue cases decreased with higher levels of rainfall. Conclusion: The findings of this study will be helpful for policymakers to develop a climate-based warning system in Bangladesh.
Article
Dengue fever is widespread in tropical and subtropical regions, including Saudi Arabia. Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) transmits dengue and many other diseases, including chikungunya and Zika. This study provides an overview of dengue fever in Saudi Arabia since the first case was recorded in the early 1990s. In addition, it focuses on the epidemiological situation in Jeddah as a case study to study the spatial distribution of dengue cases using Geographic Information Systems (GIS) techniques over 5 years, from 2019 to 2023. The first recorded case in Saudi Arabia was in October 1993; however, daily data indicates that 2023 is a major epidemic year. The number of infections has reached 4099 so far during the first half of the year, which indicates a significant increase compared to previous years. GIS analysis has unveiled the locations of high infection rates across multiple municipalities, commonly called hotspots, and identified areas where dengue cases remain relatively low. The Inverse Distance Weighted (IDW) tool was used to determine the severity of infection in different areas of Jeddah. The study concluded that factors such as temperature, rainfall, and septic tanks in areas that lack a proper sanitation network are the most contributing factors to the spread of disease vectors and, thus, dengue. Winter rainfall creates conducive breeding environments for dengue mosquito vectors, increasing transmission rates. On the other hand, summer heat accelerates the mosquito life cycle and enhances viral replication, heightening the risk of dengue transmission.
Article
Full-text available
The spread of arboviruses can be influenced by factors such as climate, socioeconomic and spatial distribution. The identification of populations at highest risk of exposure to arboviruses is an important topic in the public health scenario. Therefore, the present study is a review of the literature, which aimed to identify the association between the spatial distribution of Dengue Virus, Zika Virus and Chikungunya Virus and the social, environmental and economic aspects of individuals affected by arboviruses, the based on the analysis of published literature on the topic. Articles published in Portuguese, Spanish and English between 1997 and 2019 were included; and studies that addressed the clinic, infection, molecular biology, genetics, entomology and microbiology of viruses and mathematical modeling studies and reviews were excluded. The search for articles was carried out in the IBECS databases; CINAHL; MEDLINE; PubMed; Web of Science. After data mapping, PRISMA was used to extract the data. Therefore, of the 32 articles included in the analysis, the results showed that climatic factors such as temperature and precipitation affect the origin, evolution and distribution of vectors; and, consequently, the transmission of related pathogens. Furthermore, when considering socioeconomic aspects, populations from regions with greater social vulnerability are at greater risk of becoming ill from an arbovirus. Therefore, these results suggest that climatic factors and socioeconomic aspects are associated with the spatial distribution of arboviruses, making it essential to develop efficient control and prevention measures for arboviruses, especially in the most vulnerable regions.
Chapter
Introdução: As arboviroses são transmitidas pelos arbovírus através da picada do Aedes aegypti. As duas das arboviroses mais prevalentes na população brasileira são a Dengue e a Zika. O controle de arboviroses dependem da ação das equipes da Estratégia de Saúde da Família. A ESF é um modelo de atenção básica em saúde com objetivo de prevenir doenças e promover a saúde da população. Objetivo: Analisar os casos de Dengue e Zika na população brasileira, no período de 2018 a 2022 para a Dengue e de 2017 a 2021 para a Zika. Material e Métodos: Estudo descritivo, retrospectivo e quantitativo, utilizando a ferramenta TabNet do Departamento de Informática do SUS, em junho de 2023. Resultados: Entre os anos de 2018 e 2022, o Brasil registrou um total de 4.717.333 casos de Dengue. Em termos de distribuição regional desta doença, a região Sudeste foi a mais afetada, com 43,05% dos casos, seguida pela região Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Norte. No Brasil, de 2017 a 2021, foram registrados 123.315 casos de Zika vírus. A região Nordeste registrou a maior quantidade de casos, com 51.995 (42,16%), seguida pelo Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Sul. Conclusão: A falta de informações e notificações dificulta uma compreensão completa do problema. Portanto, é necessário fortalecer a vigilância epidemiológica, com medidas de prevenção e controle, com foco nas regiões mais afetadas, investindo em conscientização, combate ao mosquito transmissor, suporte aos pacientes e coleta de dados adequada.
Article
Dengue is a viral infection transmitted by the Aedes aegypti mosquito. This study aimed to assess the distribution of cases and deaths from dengue and severe dengue, and its relationship with social vulnerability in Belo Horizonte, State of Minas Gerais, Brazil, from 2010 to 2018. The incidence and lethality rates of dengue and their relationship with sex, age, education, skin color, and social vulnerability were studied using chi-square tests, Ordinary Least Squares (OLS), and Geographically Weighted Regression (GWR) analyses. The number of cases of dengue in Belo Horizonte during the study period was 324,044 dengue cases, with 1,334 cases of severe dengue and 88 deaths. During the past few decades, the incidence rate of both dengue and severe cases varied, with an average incidence rate of respectively 1515.5 and 6.2/100,000 inhabitants. The increase in dengue cases was directly related to areas with higher social vulnerability areas and more working-age people. Also, the disease is more severe in people self-declared as black, elderly, and male. The findings of this study might provide relevant information for health services in the organization of control and prevention policies for this problem, emphasizing the most vulnerable urban areas and categories.
Article
Understanding the origins of past and present viral epidemics is critical in preparing for future outbreaks. Many viruses, including SARS-CoV-2, have led to significant consequences not only due to their virulence, but also because we were unprepared for their emergence. We need to learn from large amounts of data accumulated from well-studied, past pandemics and employ modern informatics and therapeutic development technologies to forecast future pandemics and help minimize their potential impacts. While acknowledging the complexity and difficulties associated with establishing reliable outbreak predictions, herein we provide a perspective on the regions of the world that are most likely to be impacted by future outbreaks. We specifically focus on viruses with epidemic potential, namely SARS-CoV-2, MERS-CoV, DENV, ZIKV, MAYV, LASV, noroviruses, influenza, Nipah virus, hantaviruses, Oropouche virus, MARV, and Ebola virus, which all require attention from both the public and scientific community to avoid societal catastrophes like COVID-19. Based on our literature review, data analysis, and outbreak simulations, we posit that these future viral epidemics are unavoidable, but that their societal impacts can be minimized by strategic investment into basic virology research, epidemiological studies of neglected viral diseases, and antiviral drug discovery.
Article
Full-text available
OBJECTIVE: To detect the presence of dengue virus in larval forms of Aedes aegypti and to associate vector presence with rainfall and incidence of disease. METHODS: Eighteen households were randomly selected for egg collection in a neighborhood of the city of Boa Vista, Roraima, in Northern Brazil. Two oviposition traps were installed per home, and removed after one week. This was repeated on a monthly basis between November 2006 and May 2007. Trap positivity rate and egg density were calculated. Following the eclosion of 1,422 eggs, 44 pools of at least 30 larvae each were formed, which were evaluated for presence of dengue virus using RT-PCR and hemi-nested PCR. Dengue incidence rates in the period were correlated with rainfall rates. The association between these two variables and the number of eggs collected was determined using Pearson correlation. RESULTS: None of the pools tested positive for presence of dengue virus, despite the high incidence of dengue in the neighborhood during the studied period. The density of Ae. aegypti increased with rainfall, but was not correlated with incidence of dengue. CONCLUSIONS: The results suggest that transovarial transmission of dengue virus in mosquitoes occurs at a very low frequency, and therefore virus persistence in urban settings may not depend on such transmission. The mosquito population increased during the rainy season due to increased formation of breeding sites; the lack of correlation with incidence of dengue may be due to underestimation of incidence data during epidemics.
Article
Full-text available
O estudo teve por objetivo analisar a sazonalidade de Aedes albopictus e a influência de fatores ambientais em criadouros, em uma área urbana protegida. Foram realizadas coletas de indivíduos imaturos por sucção do líquido de nove ocos de árvores, no Parque Ecológico do Tietê, no Município de São Paulo, SP, de 2001 a 2002 . Os resultados do índice de positividade e do número de indivíduos foram: positividade x precipitação (ro=0,69; p
Article
Full-text available
Existem vários modelos estatísticos na literatura para explicar a incidência do dengue. Porém, há divergências a respeito da real validade de modelos baseados em fatores climáticos e de modelos baseados em variáveis relativas ao combate ao vetor, pois a variabilidade apresentada por estas variáveis não são suficientes para explicar satisfatoriamente o comportamento estatístico da incidência do dengue. Os modelos de defasagem distribuída (MDD) supõem que a variável resposta Y será explicada pela presença de uma variável X no mesmo instante de tempo t e também pelos instantes anteriores (t-1, ...). Este estudo apresenta uma proposta de utilização do MDD na modelagem do dengue. Dentre os vários modelos testados, dois apresentaram resultados aparentemente interessantes. Um modelo MDD usando-se pluviometria não foi validado sob o ponto de vista estatístico. Um outro usando-se o número de municípios com dengue apresentou resultados estatísticos válidos e satisfatórios. Além disso, sob o ponto de vista das Secretarias Estaduais de Saúde, é um modelo viável que permite com uma única fonte de informação estabelecer um modelo com resultados estatísticos interessantes e de boa acurácia.
Article
Full-text available
A dengue no Brasil incide tipicamente nos meses mais quentes do ano, sem diferenças qualitativas para as regiões brasileiras, porém, com diferenças quantitativas importantes, dividindo o país em dois grupos distintos quanto ao número de notificações de casos. O primeiro grupo compreende as regiões Nordeste e Sudeste, que deteve cerca de 86% das notificações, enquanto o segundo (regiões Sul, Centro-Oeste e Norte) é responsável por um número significativamente menor. Os índices vetoriais estavam associados primariamente ao tamanho das populações, sendo mais freqüentes os índices abaixo do valor de risco e ainda assim, nesta condição, ocorreram epidemias. Não foi observada correlação positiva entre epidemias e densidades vetoriais.Dengue epidemics occur typically in the warmest months without qualitative differences for the Brazilian geographic regions. However, this disease has an important quantitative difference. We observe two clusters in the country regarding the number of case notifications: The first cluster is formed by the North-East and South-East regions, that sum about 86% of the all notifications; and the second is formed by the South, North and Center-West regions. Vector index were associated to the population sizes, and most of them were below of the recognized threshold index for epidemic’s risk although epidemic situation were observable in some of these places. Apparently, there was no positive evidence between dengue’s epidemics and vector index.
Article
Full-text available
OBJECTIVE: To describe the occurrence of autochthonous dengue cases according to sex, age, suspected infection site and its relation with climatic variables. METHODS: Autochthonous dengue cases reported in São Sebastião, Southern Brazil, from 2001 to 2002 and confirmed in laboratory were studied. Larval density was verified by three indexes: building, recipients and Breteau. The relationship between rainfall, temperature and number of cases was analyzed through Spearman's correlation using time lag. RESULTS: The annual incidence coefficients for 2001 and 2002 were 80.3 and 211.1 per 10,000 inhabitants, respectively. Most dengue cases (n=1,091; 65%) were reported in the district's central area. Females (n=969; 60%) and the age groups 20 to 29 and 30 to 39 years old of both sexes were mostly affected. Significant associations were not observed between climatic variables and the number of dengue cases in the first month; however, this association became evident in the second month throughout the fourth month. CONCLUSIONS: The association between the number of dengue cases and abiotic factors identified the time lag in which rain and temperature favored the occurrence of new cases. These aspects, associated to tourist vulnerability in the coastal area, promoted conditions for dengue occurrence. The urbanization without sanitary infrastructure possibly affected mosquito density and dengue incidence. Such factors may have contributed to mosquito dispersion and dissemination of different dengue serotypes.
Article
A total of 12,008 cases of dengue were reported from 1997 to 2002, with peaks in 1997 (35.8%) and 1998 (45.8%). The disease predominated in the 15-49-year age group (72.2%) and during the rainy season (83.3%), showing a positive correlation with the amount of rainfall (r = 0.84) and relative humidity (r = 0.76) and a negative correlation with temperature (r = -0.78). There was no significant difference (chi2 = 2.319; p > 0.05) in the number of cases in males (49%) and females (51%). Dengue was detected in all seven health districts: Tirirical (27%), Coroadinho (17%), Bequimao (16%), Cohab (14%), Itaqui-Bacanga (11%), Centro (8%), and Vila Esperanca (7%). The building infestation rate ranged from 1.01 to 7.15, and the Breteau index ranged from 1.10 to 8.18. The most frequent mosquito breeding sites were metal barrels or similar recipients (80.0%), followed by plant vases (4.7%), bottles, cans, and plastics (3.6%), tires (3.3%), water tanks (2.7%), and others (5.7%). In the case of Aedes aegypti, 134,631 positive water deposits were detected, with a predominance of type B (80.0%), followed by types C (4.7%), E (3.6%), and A (3.3%).
Article
This study aims at describing dengue fever epidemiological and vector-related indicators in Teresina, State of Piaui, Brazil from 2002 to 2006. The analysis has included cases registered in the Information System for Notifiable Diseases (Sinan), data on the monitoring of the Aedes aegypti in the Information System for Yellow Fever and Dengue Fever (FAD), and population and environmental data. The relation among notified cases, rainfall and temperature as well as between house infestation rate and pendency rate was analyzed using the Spearman correlation coefficient. In that period, 11,003 dengue fever cases were notified. Incidence rate varied from 592.7/100,000 population in 2002 to 19.5/100,000 population in 2004, with greater incidence in the 15-to 49-year-old group (305.5/100,000 population) and in females (60%). The lowest and highest lethality rate occurred, respectively, in 2003 (6.25%) and 2006 (20%), predominantly in the 20-to 49-year-old group (36.36%). There was a positive correlation among the number of cases, rainfall and temperature and there was no association between house infestation rate and pendency rate by stratum. Water storage reservoirs have predominated as the main breeding site. Each year, dengue fever incidence in the city of Teresina was higher during the first semester, which is the period of both higher rainfall and house infestation rate. The strategies for fighting the Ae. aegypti have not been efficacious, because the measures taken are not producing the expected epidemiological effects. It is necessary to adopt control measures with a special focus on the reduction of artificial breeding sites, mainly those used for house water storage, which lowers domestic risks associated with the proliferation of vectors.
Article
Seit 1850 ist der CO2-Gehalt der Erdatmosphäre von 280 auf 360 ppm, und die Durchschnittstemperatur von 14,6 auf 15,3 ˚C gestiegen. Im 21. Jahrhundert wird ein weiterer Temperaturanstieg um 1,8 bis 4,0 ˚C erwartet. Dies betrifft am stärksten Zonen mit gemäßigtem und kaltem Klima, aber auch tropische Regionen. Gleichzeitig verstärken sich die weltweiten Klimaeffekte der „El Niño Southern Oscillation”. Die Klimaerwärmung begünstigt das Wachstum sowohl von tropischen Krankheitserregern (Malariaplasmodien, Leishmanien, Gelbfieber-, Dengue- und Westnilviren, Vibrio cholerae), als auch von Vektoren (Mücken der Gattungen Anopheles, Phlebotomus, Aedes und Culex, sowie Schildzecken). Die globale Erwärmung kann sowohl zum Auftreten von bisher nicht in Deutschland heimischen Erkrankungen, wie z. B. West-Nil-Fieber, Dengue, oder Leishmaniasen, als auch zur verstärkten Ausbreitung von Borreliose und Frühsommer-Meningoenzephalitis führen. Dagegen ist die Ausbreitung von Malaria und Cholera stärker von sozioökonomischen Faktoren abhängig. Eine verbesserte Surveillance und weitere Untersuchungen über die Zusammenhänge zwischen Klimaveränderungen und Infektionskrankheiten sind erforderlich. Summary Since 1850, the CO2 content of the atmosphere has increased from 280 to 360 ppm, and the average surface temperature has risen from 14.6 to 15.3 ˚C . A further increase between 1.8 and 4.0 ˚C is expected for the 21st century. Temperate and cold climate zones are affected predominantly, but tropical regions are not spared. At the same time, the world wide climate effects of the „El Niño Southern Oscillation” are amplified. Global warming enhances the growth of tropical pathogens (malarial plasmodia, leishmania, yellow fever virus, dengue virus, west nile virus, vibrio cholerae) and vectors (anopheles, aedes, culex, and phlebotomus mosquitos; hard ticks). Global warming may lead to the emergence of diseases which at present are not endemic in Germany, like West Nile fever, Dengue fever, or Leishmaniases, and to enhanced transmission of borreliosis and tick-borne encephalitis. Malaria and cholera, in contrast, are influenced more strongly by socioeconomic factors. Improved surveillance and intensified research on the relationship between climate change and infectious diseases is needed.