“Nenhuma quantidade de sangue ou tesouro americanos podem produzir paz e segurança duradouras no Médio Oriente. É uma região problemática.”, disse o Presidente Donald Trump em 2018, relativamente à Guerra Civil Síria. Mas é assim que se carateriza o Médio Oriente. Apesar de ter apoiado a formação do Estado de Israel em 1948, devido ao apoio que recebia de Estados Árabes conservadores, os Estados Unidos procuraram sempre se afastar deste país recém-nascido de forma a não haver alterações das esferas de
influência nesta região. No entanto, após 1979, a “Superpotência” compreendeu que ter o apoio de Estados conservadores não contrabalançava dar apoio a Israel. Devido a ter surgido uma outra ameaça para os Estados Árabes conservadores, a República Islâmica do Irão, estes começaram a desviar o olhar do apoio que os Estados Unidos concediam a Israel. Com o fim da Guerra Fria, mais uma alteração ocorreu nesta região. As esferas de influência entre comunistas e capitalistas haviam desaparecido e os Estados Unidos eram a única “Superpotência”. A atenção passou para o conflito israelo-palestiniano, bem como para o terrorismo. Com exceção do Egito e da Jordânia, nenhum país árabe normalizou relações com Israel, devido à questão palestiniana. Contudo, com a alteração da embaixada americana de Telavive para Jerusalém por Donald Trump, nenhum país árabe, em especial do Golfo Pérsico, levantou grandes problemáticas, ameaçou com cortes de relações, com a realização de um embargo de Petróleo, nem com suspender o processo de paz entre Israel e Palestina. Consequentemente, perguntamo-nos: Como se caraterizam as relações entre os
Estados Unidos da América, a Arábia Saudita e Israel, desde o fim da Segunda Guerra Mundial até à administração Trump, tendo em conta o impacto das alterações tanto de política externa como sistémicas no Médio Oriente? Este projeto de investigação consiste num estudo de caso único, estudado através de uma abordagem metodológica histórica e por uma abordagem teórica fundamentada na Teoria das Alianças de Walt. Este estudo terá como foco o grande Estado Árabe conservador, a Arábia Saudita, e Israel. Como elo de ligação, teremos os Estados Unidos da América. Procurar-se-á compreender se um relacionamento tático seria possível entre a Arábia Saudita e Israel, tendo em conta estas alterações que ocorreram de política externa e de política regional.