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R. da Educação Física/UEM Maringá, v. 19, n. 2, p. 173-182, 2. trim. 2008
MOTIVAÇÃO E ATRIBUTOS MORAIS NO ESPORTE
MOTIVATION AND MORAL ATRIBUTES IN SPORT
João Ricardo Nickenig Vissoci
∗
Lenamar Fiorese Vieira
**
Leonardo Pestillo Oliveira
*
José Luiz Lopes Vieira
**
RESUMO
O objetivo deste estudo foi analisar a relação entre motivação autodeterminada, orientação da prática esportiva e agressão
atlética em atletas de voleibol. Participaram do estudo 54 atletas entre adultos e juvenis de ambos os gêneros. Como
instrumentos de medida foram utilizados a Escala de Motivação Esportiva (1995), a Escala de Orientação da Esportividade
Multidimensional (1997) e o Inventário de Agressão Atlética de Bredemeier (1985). A coleta de dados foi realizada nos
locais de treinamento, e para sua análise utilizou-se o teste Mann-Whitney, a correlação de Spearman e o coeficiente Alfa de
Cronbach. Concluiu-se que a motivação autodeterminada intrinsecamente se constituiu como fator favorável para atitudes
positivas voltadas às convenções esportivas, regras e juízes, influenciando na preocupação e comprometimento com o
oponente e na tendência a comportar-se agressivamente.
Palavras-chave: Motivação. Agressão. Comportamento social.
∗
Psicólogo. Mestrando em Educação Física pelo Programa Associado de Pós-Graduação UEM/UEL, Departamento de
Educação Física, Universidade Estadual de Maringá-UEM.
**
Professor(a) Doutor(a) do Departamento de Educação Física da Universidade Estadual de Maringá e do Programa
Associado de Pós-Graduação UEM/UEL.
INTRODUÇÃO
O estudo da motivação assume um papel
determinante nas investigações acerca da prática
esportiva, principalmente na compreensão da
influência da motivação sobre o desempenho
esportivo e o bem-estar dos atletas (REINBOTH;
DUDA, 2006). Essa importância é refletida nas
diferentes pesquisas que procuram identificar as
influências da motivação em diferentes aspectos,
como na utilização de substâncias que aumentam o
desempenho (DONAHUE et al., 2006), desempenho
esportivo de atletas de elite (CHANTAL; GUAY;
MARTINOVA, 1996), julgamento sobre
comportamentos agressivos (STEPHENS;
BREDEMEIER, 1996), relacionamento interpessoal
(BENGOECHEA; STREAN, 2007), aderência ao
exercício e bem-estar em obesos (EDMUNDS;
NTOUMANIS; DUDA, 2007).
No contexto da Psicologia do Esporte diferentes
teorias dão suporte ao estudo da motivação, por
exemplo, a teoria da atribuição (WEINER, 1985), a
teoria das metas de realização (DUDA, 1993), a
teoria da motivação através da percepção da
competência (HARTER, 1988) e a teoria da
Autodeterminação de Deci e Ryan (1985).
Com relação à teoria da autodeterminação, o
comportamento é regulado por três necessidades
psicológicas, que atuam de forma interdependente:
competência, autonomia e relacionamento.
Especificamente, a competência refere-se à
capacidade do indivíduo de interagir de maneira
eficaz com o seu ambiente enquanto realiza tarefas
desafiadoras; autonomia concerne ao nível de
independência e controle das escolhas percebidas
pelo indivíduo; e relacionamento está ligado a
quanto alguém percebe um senso de conectividade
com outras pessoas do ambiente (MILNE;
WALLMAN; GUILFOYLE, 2008).
Dessa forma, o comportamento se regula em
função da satisfação dessas necessidades, e facilita
ou dificulta a motivação. Isto resulta em dois
comportamentos reguladores: um comportamento
percebido como independente e próprio do
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indivíduo, com ações iniciadas e reguladas pelo
sujeito (motivação intrínseca); e um comportamento
regulado intensamente por mecanismos externos
(motivação extrínseca) (RYAN; DECI, 2000). Nessa
perspectiva, Vallerand (2001) complementa com o
modelo hierárquico da motivação que propõe sua
variação em graus de autodeterminação, num
continuum que se posiciona entre um nível baixo e
um nível alto de autodeterminação, sendo
classificada em amotivação (nível mais baixo de
autodeterminação), motivação extrínseca e
motivação intrínseca (autodeterminada).
Destarte, a o interesse do indivíduo pode variar
em termos de intensidade e causas. Neste sentido ele
pode ter: pouca motivação para a ação
(amotivação); uma motivação referente à realização
da atividade para satisfação de demandas externas,
por culpa ou vergonha (motivação extrínseca de
regulação externa); uma motivação baseada na
participação em atividades pelo sentimento de
obrigação, coerção e fuga de sensações negativas
(motivação extrínseca de introjeção); ou ainda uma
motivação oriunda de uma atividade que em si não
dá prazer, mas na qual o indivíduo se identifica com
o resultado e este é valorizado (motivação extrínseca
de identificação). O último estágio da motivação é
aquele que diz respeito ao prazer, interesse e
satisfação proporcionados pela própria atividade
(motivação intrínseca) (VALLERAND; LOSIER,
1994).
No Brasil, a Teoria da Autodeterminação tem
sido utilizada como base para estudos no contexto
escolar, evidenciando a orientação motivacional
intrínseca como um elemento positivo para a
aprendizagem e desempenho dos alunos
(GUIMARÃES; BORUCHOVITCH, 2004)
e
enfatizando empiricamente a fidedignidade e
validade para o contexto brasileiro (GUIMARÃES;
BZUNECK; BORUCHOVITCH, 2003;
BZUNECK; GUIMARÃES; 2007). Assim, estudos
validaram o continuum de autodeterminação para o
contexto da Educação Física (FERNANDES;
VASCONCELOS-RAPOSO, 2005) e o questionário
que avalia a motivação na perspectiva da
autodeterminação no contexto esportivo (SERPA;
ALVES; BARREIROS, 2004). Na mesma linha
teórica, a autodeterminação foi utilizada como uma
variável no estudo de desenvolvimento de talentos
esportivos em comparação com talentos da música
(BARREIROS, 2005) e com talentos acadêmicos
(ALVES, 2007).
Nesse sentido, estudar a motivação implica em
investigar o porquê de se realizar uma ação e o modo
como tal ação está relacionada ao estudo do
julgamento do indivíduo sobre o que é certo e o que
é errado, para assim se atribuir um significado moral
à ação e definir a melhor maneira de se comportar
(BREDEMEIER, 1999). Assim esse julgamento é
feito a partir dos conceitos morais que o indivíduo
adquiriu ao longo do seu desenvolvimento,
influenciado pela interação constante com seus pares
sociais (pais, professores, amigos, técnico e outros).
Estudando as atribuições morais, Vieira (1993)
encontrou que a atribuição moral se encontra em um
estágio mais maduro para dilemas morais da vida
esportiva do que da vida diária, tanto para atletas
como para não-atletas, e conclui que o engajamento
na vida esportiva (anos de treinamento e horas por
semana), que é marcada por regras e normas,
favorece a transferência do raciocínio moral de uma
esfera para outra. Entretanto, o significado moral que
o atleta atribuirá à prática esportiva será determinado
pela forma como este é orientado, seja se
comprometendo e respeitando as regras, os
participantes e as convenções sociais, seja adotando
comportamentos ilícitos na busca pela vitória
(VALLERAND; BRIÈRE; BLANCHARD et al.,
1997).
Kohlberg (apud BREDEMEIER; SHIELDS,
1998), defendia que a atribuição moral é mais bem
compreendida quando se consideram as motivações
e razões que influenciam o comportamento, ao invés
de se focar apenas o comportamento e a forma como
o indivíduo pensa suas responsabilidades éticas é um
aspecto importante do seu caráter. Dessa forma,
Stephens (2000), estudando a tendência de atletas a
comportar-se agressivamente, aponta que os fatores
motivacionais são importantes para entender a
atribuição moral (comportamento agressivo) em
atletas juvenis de futebol.
De acordo com o exposto, o objetivo deste
estudo foi investigar as relações existentes entre a
motivação autodeterminada e a atribuição moral de
atletas de voleibol tendo como suporte a teoria da
autodeterminação. Especificamente, identificaremos
os níveis de motivação autodeterminada dos atletas e
as atribuições morais destes em termos da orientação
da prática esportiva e da agressividade atlética.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este estudo se caracterizou como descritivo-
correlacional, e teve como sujeitos 54 atletas de
Motivação e atributos morais no esporte 175
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voleibol (juvenis e adultos de ambos os gêneros) que
participaram de uma competição no Estado do
Paraná em 2006 (31 do sexo masculino e 23 do sexo
feminino), com idade média de 19 anos (± 5,1). A
amostra foi selecionada intencionalmente em função
do nível técnico das equipes, tendo como base as
mais bem classificadas no último campeonato
estadual de voleibol. Todos consentiram em
participar do estudo e assinaram o termo de
consentimento. No caso dos atletas menores de
idade, o termo foi assinado previamente pelos pais
ou responsáveis.
Após a aprovação do comitê de ética (Parecer
n.º 75/2007) procedeu-se ao contato com as equipes
e se iniciou a coleta de dados (realizada de maneira
individual), com a aplicação de questionários auto-
aplicáveis, respondidos durante os treinamentos.
Para análise dos dados utilizou-se a estatística
descritiva, o teste Alpha de Cronbach, o teste de
normalidade Shapiro-Wilk, o teste Mann-Whitney
para comparação de grupos e a correlação de
Spearman para análise da relação entre as variáveis.
Instrumentos
Agressão atlética: Inventário de Agressão
Atlética de Bredemeier (BAAGI – Bredemeier's
Athletic Aggression Inventory), (BREDEMEIER,
1985), adaptado para o português pelo método Back-
Translation (BRISLIN, 1970)
com autorização da
autora. O questionário foi desenvolvido para avaliar
a tendência dos atletas a manifestar dois tipos
específicos de agressão: a hostil e a instrumental. A
agressão hostil é voltada apenas para o dano ao
oponente, enquanto a agressão instrumental é
voltada a um objetivo que não seja o dano apenas. O
inventário consiste de 30 questões, respondidas em
uma escala likert de 4 pontos (14 questões para cada
tipo de agressão e duas questões para um escore de
agressão atlética geral). Para apresentação descritiva
dos resultados foi feita a média das pontuações,
sendo que valores altos (4 pontos) refletem baixa
tendência agressiva e valores baixos (1 ponto)
remetem a alta agressividade.
O valor de consistência interna para as
subescalas agressão hostil e agressão instrumental
foi aceitável (α =.68 e α =.60 respectivamente). As
pesquisas de Bredemeier (1985), Bredemeier e
Shields (1998) e Chantal; Robin; Vernant et al.
(2005) que utilizaram o BAAGI têm comprovado as
qualidades psicométricas do inventário.
Orientação da prática esportiva: Escala
Multidimensional de Orientação da Prática Esportiva
(MSOS – Multidimensional Sportspersonship
Orientations Scale) (VALLERAND; BRIÉRE;
BLANCHARD, et al., 1997), adaptada para o
português pelo método de Back-Translation
(BRISLIN, 1970) com autorização dos autores. A
escala consiste em 5 orientações: preocupação e
respeito por regras e árbitros, preocupação e
respeito pelo oponente, preocupação e respeito
pelas convenções sociais do esporte, preocupação e
respeito pelo comprometimento com o esporte e
abordagem negativa direcionada à participação no
esporte. A escala possui 25 questões, respondidas
em uma escala likert de 5 pontos. Para apresentação
descritiva dos dados foi utilizada a pontuação média
de cada subescala, que varia entre os escores 1
(baixo) e 5 (alto).
O valor de consistência interna médio do teste
foi aceitável (valores α das subescalas variando de
.75 a .90). A validade e aceitabilidade das
propriedades psicométricas do MSOS foram
evidenciadas em trabalhos anteriores
(VALLERAND; LOSIER, 1994; CHANTAL;
ROBIN; VERNAT, 2005; VALLERAND;
BRIÈRE; BLANCHARD et al., 1997).
Motivação esportiva: Escala de Motivação para
o Esporte (SMS – Sport Motivation Scale (BRIÈRE;
VALLERAND; BLAIS et al., 1995) validada para a
língua portuguesa (SERPA; ALVES; BARREIROS,
2004). A escala consiste em 28 questões, divididas
em 7 subescalas avaliadas em uma escala likert de 7
pontos. A Escala de Motivação para o Esporte avalia
a motivação de acordo com a teoria da
autodeterminação (DECI; RYAN, 1985), dividindo-
se a escala em amotivação, motivação extrínseca de
regulação externa, motivação extrínseca de
introjeção, motivação extrínseca de identificação,
motivação intrínseca para atingir objetivos,
motivação intrínseca para experiências estimulantes
e motivação intrínseca para conhecer. Para
apresentação descritiva dos dados foram adotados os
valores médios de cada subescala, os quais variam
entre os escores 1 (baixo) e 7 (alto). O valor de
consistência interna médio foi aceitável para a
pesquisa, com α variando de .60 a .78, resultado
semelhante aos encontrados em pesquisas anteriores
(CHANTAL; ROBIN; VERNANT et al., 2005;
BRIÈRE; VALLERAND; BLAIS et al., 1995;
CHANTAL; GUAY; MARTINOVA, 1996;
DONAHUE; MIQUELON; VALOIS et al., 2006).
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RESULTADOS
A Tabela 1 apresenta os valores médios de
tendências agressivas dos atletas de voleibol quanto
ao gênero e à categoria. Evidencia-se na Tabela 1
diferença estatisticamente significativa entre os
gêneros para a agressividade hostil e a instrumental
(p≤0,001 e p≤0,01, respectivamente) e para a
agressão instrumental entre as categorias (p≤0,01).
Tabela 1. Níveis médios de agressividade para os atletas de voleibol divididos em gênero e categoria.
Gênero Categoria p-valor p-valor
Masculino Feminino Juvenil Adulto
Tendências
Agressivas
sd sd sd sd
Gênero Categoria
A. Hostil 2,91 0,38 2,92 0,42 2,91 0,39 2,91 0,41 .001* .961
A. Instrumental 2,18 0,39 2,43 0,28 2,20 0,35 2,41 0,36 .011* .024*
A. Atlética 2,17 0,70 2,46 0,84 2,18 0,74 2,45 0,80 .095 .403
* diferença significativa para p≤0,05
A Tabela 2 apresenta os escores médios da
orientação para a prática esportiva dos atletas de
voleibol, em razão do gênero e categoria dos
esportistas. Nota-se que os valores médios da
orientação preocupação e respeito ao
comprometimento com o esporte foram maiores
para todos os grupos.
Tabela 2. Escores médios de orientação da esportividade dos atletas de voleibol em razão do gênero e da
categoria.
Gênero Categoria p-valor p-valor
Masculino Feminino Juvenil Adulto
Orientação da
Esportividade
sd
sd
sd
sd
Gênero Categoria
Convenções Sociais 3,73 0,77 3,21 0,67 3,53 0,68 3,47 0,88 .038* .675
Regras e Juízes 3,94 0,71 3,84 0,69 4,09 0,57 3,63 0,78 .986 .067
Comprom. c/ o Esporte 4,31 0,49 4,04 0,47 4,25 0,51 4,13 0,48 .124 .453
Preoc. c/ o Oponente 2,80 0,73 2,50 0,81 2,40 0,60 3,05 0,84 .104 .022*
Abordagem Negativa 2,53 0,49 2,53 0,63 2,43 0,53 2,67 0,56 .819 .138
* diferença significativa para p≤0,05
Observa-se, na Tabela 2, diferença
estatisticamente significativa para a variável
convenções sociais (p≤0,04) no grupo do
gênero, sendo que o gênero masculino priorizou
este tipo de orientação, ao passo que a
preocupação com o oponente foi mais evidente
na categoria adulto (p≤0,02). Os valores médios
de motivação autodeterminada apresentados
pelos atletas de voleibol podem ser evidenciados
na Tabela 3.
Tabela 3: Valores médios de tendência motivacional dos atletas de voleibol de Maringá-PR.
Gênero Categoria p-valor p-valor
Masculino Feminino Juvenil Adulto
Tendências Motivacionais
sd
sd
sd
sd
Gênero Categoria
Amotivação 1,98 1,09 2,57 1,45 1,97 1,09 2,62 1,45 .280 .035 *
ME Reg. Externa 3,00 1,44 2,97 1,02 3,01 1,15 2,95 1,45 .837 .672
ME Introjeção 3,71 1,46 4,27 1,35 3,96 1,25 3,93 1,69 .397 .513
ME Identificação 4,22 1,52 4,36 1,35 4,44 1,46 4,04 1,41 .998 .091
MI At. Objetivos 4,79 1,31 4,76 1,34 4,84 1,30 4,69 1,34 .638 .750
MI Exp. Estimulantes 5,43 1,03 5,60 1,14 5,63 1,10 5,32 1,02 .987 .235
MI Conhecer 4,63 1,41 4,58 1,49 4,85 1,21 4,25 1,68 .577 .268
* diferença significativa para p≤0,05
MI: Motivação Instrínceca; ME: Motivação Extrínceca
×
×
×
×
×
×
×
×
×
×
×
×
Motivação e atributos morais no esporte 177
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Observa-se na Tabela 3 que os valores
médios de tendência motivacional dos atletas de
voleibol foram maiores para a motivação
intrínseca para experiências estimulantes.
Evidencia-se ainda a diferença estatisticamente
significativa para a variável amotivação
(p≤0,05), no que diz respeito às categorias
analisadas, indicando que os atletas juvenis se
percebem menos desmotivados para a prática
esportiva de rendimento do que os atletas
adultos.
A Tabela 4 apresenta os valores de correlação
entre as variáveis motivação autodeterminada e
atribuições morais (orientação para prática
esportiva e agressividade) para os atletas adultos e
para os atletas juvenis. Nota-se que os atletas
adultos evidenciaram: correlações significativas
entre as variáveis motivação extrínseca
(identificação) e preocupação e respeito pelos
juízes e árbitros (r=0,432); motivação extrínseca
(introjeção) com a abordagem negativa ao esporte
(r=0,458); motivação intrínseca para conhecer e
preocupação e respeito pelo oponente (r=0,423); e
correlações negativas entre as variáveis
preocupação e respeito com árbitros e/ou juízes
com a amotivação (r=-0,462) e agressão
instrumental (r=-0,429); ainda a agressão
instrumental se correlacionou com a preocupação
e respeito com o oponente (r=-0,429).
Para os atletas juvenis, a Tabela 4 apresenta
a correlação entre a orientação esportiva voltada
ao comprometimento com o esporte e as
variáveis de motivação intrínseca para
experiências estimulante (r=0,487), para atingir
objetivos (r=0,379) e para conhecer (r=0,439).
Observou-se também correlação entre orientação
negativa do esporte (abordagem negativa do
esporte), motivação extrínseca para regulação
externa (r=0,470) e motivação intrínseca para
atingir objetivos (r=0,361).
Tabela 4. Correlação entre as variáveis motivação autodeterminada, orientação da prática esportiva e
agressividade atlética para os atletas adultos e juvenis.
* p≤0,05 **p≤0,01
A Tabela 5 apresenta os dados de correlação
entre as variáveis motivação autodeterminada e
atribuições morais (orientação para prática
esportiva e agressividade) para ambos os
gêneros. Observa-se que, para as atletas, houve
correlação entre a orientação voltada à
preocupação com regras e juízes e motivação
extrínseca para identificação (r=0,533), e
também com a motivação intrínseca para atingir
objetivos (r=0,542); para experiências
estimulantes (r=0,561) e para conhecer
(r=0,650). Nota-se também correlação da
motivação extrínseca para regulação externa
com as orientações esportivas voltadas para a
preocupação com o oponente (r=0,431) e
abordagem negativa do esporte (r=0,510); a
orientação voltada para preocupação com o
oponente se correlacionou com a motivação
intrínseca para atingir objetivos (r=0,483), e a
orientação voltada para comprometimento com o
esporte se correlacionou com motivação
intrínseca para conhecer (r=0,441).
Adultos
Juvenis
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
1 Amotivação
- -.040 -.068 -.153 .014 -.112 -.048 -.188
.172
-.102
-.462*
-.309
-.076 -.062
2 ME Reg. Externa
.324 -
.651**
.650**
.713**
.285 .377 -.123
-.269
-.068 .147 -.046 .176 .374
3 ME Introjeção
277
.644**
-
.680**
.498* .500*
.190 -.253
.097
-.079 .188 -.093 -.011
.458*
4 ME Identificação
-.065
.573**
.560**
-
.728**
.491* .436*
-.254
.009
-.104
.432*
-.170 .157 .138
5 MI At. Objetivos
.067
.418*
.343 .156
- .606* .705**
-.101
-.221
-.036 .245 -.005 .391 .266
6 MI Exp. Estimu. .414*
.453**
.398*
.220
.470**
- .628**
.161 -.111
-.058 .273 .036 .349 .324
7 MI Conhecer .413*
.371* .440*
.166
.700**
.655*
- .302 -.402
.053 .016 .084 .423*
.095
8 A. Hostil
.034 .006 -.135 .024 -.062 .007 .055 - -.400
.213 -.282 .074 .068 .005
9 A. Instrumental
-.082
-.226 -.188 -.277 -.097 -.299 -.092 -.189
- -.290 -.007
-.429*
-.429*
.039
10 Convenções Sociais
-.116
.002 -.130 -.109 -.044 .068 -.115 .257 -.111
- .148 -.071
.531*
0.95
11 Regras e Juízes
-.132
.126 -.062 .154 .018 -.205 -.160 -.056
-.210
.370*
- .042
.512*
.062
12 Comprometimento
.081 -.080 .007 -.034
.379* .487**
.439*
-.091
-.239
.290 .199 - .128 .073
13 Preoc. c/ Oponente
-.035
.280 .025 .173 .171 .102 .140 .081 .176 .222 .335 .066 - -.005
14 Abordagem Neg.
.037
.470**
.295 .324
.361*
.316 .144 -.043
-.032
.093 -.047 .009
.444*
-
178 Vissoci et al.
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Para os atletas, foram encontradas
correlações entre o comprometimento com o
esporte, a motivação intrínseca para
experiências estimulantes (r=0,445) e a
agressividade instrumental (r=-0,432). A
motivação intrínseca para experiências
estimulantes se correlacionou ainda com a
agressividade instrumental (r=-0,421) e com a
orientação da prática esportiva direcionada para
uma abordagem negativa do esporte (r=0,401).
Observou-se ainda a correlação entre
amotivação e a preocupação e respeito por
juízes e regras (r=-0,423), abordagem negativa
do esporte com a motivação intrínseca para
conhecer (r=0,453) e agressividade hostil com
preocupação com o oponente (r =0,458).
Tabela 5. Correlação entre as variáveis motivação autodeterminada, orientação da prática esportiva e
agressividade atlética para atletas masculinos e femininos.
Masculino
Feminino
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
1 Amotivação
- .246 .181 -.051
.108 .190 .264 -.028
.074 -.257
-.423*
-.081
-.139
.197
2 ME Reg. Externa
.017 -
.742**
.562**
.548**
.461**
.419*
-.246
-.416
-.287
-.072
.088 .011 .329
3 ME Introjeção
.054
.578**
-
.748**
.510**
.584**
.372**
-.389*
-.399*
-.129
-.071
.069 -.066
.254
4 ME Identificação
-.101
.715**
.429*
-
.412*
.329 .266 -.282
-.307
-.276 .083 -.010
-.032
.124
5 MI At. Objetivos
.003
.553**
.340
.422*
-
.527**
.706**
-.200
-.328
-.152
-.068
.297 -.031
.300
6 MI Exp. Estimu.
.072 .281 .339
.426*
.614**
- .552**
-.224
-.421*
.164 -.038
.445*
.080
.401*
7 MI Conhecer
.038 .245 .199 .362
.665**
.757**
- -.003
-.337
-.114
-.269
.232 .067
.453*
8 A. Hostil
.149 .150 -.031
.093 .129 .247 .265 - .120 .194 -.284
-.080
.458**
.299
9 A. Instrumental
.031 .063 .342 -.264
.149 -.082
-.110
-.389
- -.039
-.012
-.432*
.147 -.053
10 Convenções Sociais
.119 .287 .003 .121 .039 -.142
.085 233 -.215
- .160 .239 .290 .095
11 Regras e Juízes
-.132
.127 .139
.523**
.542**
.561**
.650**
-.131
-.158
-.064
- .053 .124 -.196
12 Comprometimento
-.082
-.232
-.011
-.092
.185 .304
.441*
-.121
.219 -.287
.485*
- .135 .033
13 Preoc. c/ Oponente
.188
.431*
.152 .234
.483*
.149 .231 .056 .079
.414*
.072 -.202
-
.578**
14 Abordagem Neg.
-.090
.510*
.413 .329 .293 .120 -.178
-.046
.242 .202 .031 -.007
.225 -
* p≤0,05 **p≤0,01
DISCUSSÃO
A diferença encontrada entre as categorias
juvenil e adulto para a agressão instrumental
mostra que os atletas juvenis têm maior
tendência a comportar-se agressivamente do que
os adultos. Estes resultados vão de encontro à
literatura, onde se encontrou que os níveis de
agressividade aumentavam concomitantemente
com a idade (VISEK; WATSON, 2005). A
diferença pode estar relacionada à forma como
os atletas juvenis encaram a prática esportiva
(orientação da prática esportiva), já que seus
valores de preocupação com o oponente
diferiram significativamente daqueles dos
adultos (Tabela 2), indicando menor
consideração com o adversário e legitimando a
manifestação agressiva na busca pelos objetivos
(agressão instrumental).
Segundo a teoria da significação moral, a
interpretação do contexto esportivo feita pelos
atletas juvenis remete a níveis mais imaturos de
atribuição de significado moral para a ação
agressiva (BREDEMEIER, 1999), sendo que os
meios para se alcançar o objetivo (vitória,
destaque) tendem a ter menor consideração e/ou
respeito pelo oponente.
Os níveis mais baixos de agressividade
apresentados pelas atletas (Tabela 1) são
semelhantes aos encontrados na literatura
(STEPHENS; BREDEMEIER, 1996), podendo
estar vinculados à formação cultural, em que o
homem tem maior liberdade para expressar sua
agressividade que a mulher (CROSSET, 1999).
Constatou-se que todos os atletas
apresentaram predominância na dimensão
comprometimento com o esporte, ou seja, a
preocupação e respeito pelo o esporte, que é
representada por comportamentos como
obediência ao juiz, dedicação ao treinamento e à
equipe (VALLERAND; BRIÈRE;
BLANCHARD et al., 1997).
Motivação e atributos morais no esporte 179
R. da Educação Física/UEM Maringá, v. 19, n. 2, p. 173-182, 2. trim. 2008
A maior orientação de respeito e
preocupação com as convenções sociais por
parte dos atletas masculinos (Tabela 2) indica
uma maior propensão a congratular o adversário,
encorajar os companheiros e saber perder.
Estudos apontam que maiores valores de
autoconfiança e autocontrole dos homens
indicam que estes têm maior controle sobre suas
emoções, conseguindo agir de maneira mais
condizente com as demandas das convenções
sociais do esporte (TAMAYO, 2001).
Os atletas adultos apresentaram maior
tendência a se preocupar com o oponente do que
os atletas juvenis; portanto o desenvolvimento
moral mais maduro dos atletas adultos lhes
permite perceber o oponente como um membro
do esporte necessário para a prática e um meio
para alcançar os objetivos, assim aceita jogar
mesmo que o oponente esteja atrasado, ou
empresta os equipamentos se o outro não os
trouxer (VALLERAND; CURRIER; BRIÈRE et
al., 1996).
Evidenciou-se ainda que a tendência
motivacional para todos os atletas foi maior para
a motivação intrínseca para experiências
estimulantes, indicando que os atletas
consideram o esporte como um ambiente a ser
explorado e sentem prazer na atividade em si.
Vallerand e Losier (1994) afirmam que os
indivíduos precisam sentir-se competentes,
autônomos e auto-regulados no comportamento
do dia-a-dia, e para tanto irão procurar
atividades que promovam a satisfação dessas
necessidades.
Não obstante, quanto maior o nível
competitivo do atleta, maiores são também as
pressões sobre o indivíduo, fazendo com que
regrida no continuum de autodeterminação e
procure outros meios para encontrar a satisfação
das necessidades (BRIÈRE; VALLERAND;
BLAIS et al., 1995; CHANTAL; GUAY;
MATINOVA et al., 1996). A diferença
significativa entre os juvenis e adultos na
dimensão amotivação parece indicar que com o
avançar da categoria de prática esportiva se
torna mais difícil alcançar a satisfação das
necessidades, diminuindo os níveis de
motivação para a prática.
Para os atletas juvenis, o comprometimento
com o esporte estava relacionado com a
motivação intrínseca em todas as dimensões,
indicando que o voleibol é uma atividade que
estimula os atletas, fornecendo meios para obter
conhecimentos e atingir metas. Por outro lado,
uma abordagem negativa do esporte (como
trapacear) esteve relacionada com a motivação
extrínseca com regulação externa, indicando que
esse tipo de atitude poderia ser influenciada pela
regulação feita pelo ambiente (pais, técnico,
torcida, colegas de equipe) para evitar críticas
(VALLERAND; BRIÈRE; BLANCHARD et
al., 1997).
Resultados semelhantes foram encontrados
em estudos que afirmaram que a expectativa e o
objetivo do técnico influenciam na orientação da
prática esportiva do atleta juvenil, de maneira
que seu desenvolvimento moral não está
consolidado para saber julgar corretamente na
situação (STEPHENS, 2000).
Por outro lado, a atitude negativa na prática
do esporte esteve relacionada à motivação
intrínseca para atingir objetivos, contrariamente
à literatura, que atribui atitudes negativas a
motivações extrínsecas (VALLERAND;
LOSIER, 1994; RYAN; DECI, 2000;
VALLERAND, 2001). Esses dados indicam que
o comportamento de trapaça para alcançar a
vitória está sendo percebido como correto na
busca pelos objetivos dentro do esporte. Para os
atletas adultos, quanto mais autodeterminado o
atleta se percebe, mais positiva será sua
orientação para a prática esportiva (Tabela 4); e
ainda, quanto maior o comprometimento com o
esporte e a preocupação com o oponente
(orientações positivas), menor é sua
agressividade.
Mudanças na significação moral no contexto
esportivo em relação ao dia-a-dia são esperadas,
em vista das características próprias do esporte
(VIEIRA, 1993), porém essa moralidade
“alterada” deve possuir um limite, dentro das
regras do esporte (VISEK; WATSON, 2005).
Esses limites devem ser apreendidos pelos
atletas a partir da sua relação com seus pares
significativos (pais, técnicos, torcedores), a qual
irá determinar a interpretação do atleta sobre o
que é certo e o que é errado (BREDEMEIER,
1985; STEPHENS, 2000).
Para os atletas, diferentemente das atletas,
evidenciou-se que quanto maior a agressividade
instrumental, menor será a tendência
motivacional extrínseca para introjeção e
180 Vissoci et al.
R. da Educação Física/UEM Maringá, v. 19, n. 2, p. 173-182, 2. trim. 2008
motivações intrínsecas para experiências
estimulantes, contrariando o proposto pela
literatura: que a agressão instrumental estaria
relacionada positivamente com estilos
motivacionais intrínsecos (CHANTAL; ROBIN;
VARNANT et al., 2005).
As relações entre amotivação e preocupação
com o árbitro e as regras e entre abordagem
negativa do esporte e a motivação intrínseca
(autodeterminada) comprovam os resultados
encontrados: que para a equipe masculina, a
autodeterminação esteve relacionada com uma
orientação negativa da prática esportiva. Assim,
os atletas sentem falta de contingência entre o
respeito por juízes e regras e as conseqüências
desse ato. Por não sentirem motivação a
respeitar as regras, não sentem dificuldade em
burlá-las para alcançar os resultados almejados,
mais uma vez contrariando a literatura, segundo
a qual indivíduos que se sentem intrinsecamente
motivados com o esporte não se preocupam em
alterar as regras para ganhar, a experiência com
o esporte por si só é provedora da satisfação das
necessidades (VALLERAND; LOSIER, 1994).
De acordo com a abordagem da significação
moral, entende-se que o comportamento dos
atletas masculinos está pautado em uma
atribuição moral dentro do contexto esportivo.
As decisões morais de um indivíduo sempre são
tomadas em um contexto de normas grupais e
geralmente ocorrem em função dessas normas,
criando um dilema moral de como agir em
determinadas situações (BREDEMEIER, 1999).
Assim, a atmosfera moral da equipe masculina
permite reconhecer atitudes negativas (contrariar
as regras, desrespeitar juízes) como condizentes
com o esporte para os níveis de motivação
intrínseca.
Em síntese, apesar de os atletas buscarem a
prática do voleibol como uma atividade
estimulante e capaz de promover o
conhecimento, utilizam adaptações morais para
conseguir alcançar o resultado almejado
lançando mão dos meios necessários, sendo
estes aceitos ou não. Dessa forma, a atitude
caracterizada como “vitória a qualquer custo”
(abordagem negativa do esporte) é percebida
como permitida e correta, de acordo com o
significado moral atribuído pelos atletas
masculinos, não caracterizando uma ação
negativa. Finalizando, fazem-se necessários
programas de intervenção junto aos atletas e
seus possíveis agentes sociabilizantes (técnicos,
pai, professores, torcedores, dirigentes) no
sentido de ajudar na formação de valores morais
no desenvolvimento de jovens e no desempenho
de adultos.
CONCLUSÕES
Com base nos resultados encontrados,
tendo-se em vista que o objetivo do estudo foi
analisar a relação entre a motivação
autodeterminada e as atribuições morais de
atletas de voleibol, considerou-se que, em geral,
os atletas apresentam tendência a comportar-se
agressivamente em situações em que haja um
objetivo a ser alcançado, e que a principal
intenção da manifestação agressiva não é causar
dano ao adversário. Percebeu-se também que os
atletas têm maior tendência a ser agressivos do
que as atletas e que os atletas juvenis de voleibol
apresentam maior nível de agressividade do que
os atletas adultos.
A orientação para a prática esportiva foi
considerada positiva para todos os atletas,
independentemente da categoria ou gênero, com
orientações voltadas para o comprometimento
com o esporte. Os atletas evidenciaram ter maior
preocupação com as convenções sociais do
esporte em relação às atletas, enquanto os atletas
juvenis apresentaram menor preocupação com o
oponente do que os atletas adultos. Todos os
atletas demonstraram maior tendência intrínseca
de motivação, sentindo-se estimulados
principalmente com as experiências relativas ao
contexto esportivo.
Para o gênero feminino, quanto maior a
autodeterminação das atletas, mais positiva é a
orientação da prática esportiva e menores são os
níveis de agressividade; no entanto, para os
atletas masculinos, quanto maior a
autodeterminação dos atletas, maior o
comprometimento deles com o esporte e maiores
também as atitudes negativas com o esporte
(tentativas de vencer a qualquer custo).
Considera-se que os dados são indicativos
de considerações acerca das atitudes dos atletas
em relação ao esporte, principalmente porque,
para a categoria juvenil, o esporte tem um
importante papel como catalisador do processo
de desenvolvimento moral. Dados de certo modo
Motivação e atributos morais no esporte 181
R. da Educação Física/UEM Maringá, v. 19, n. 2, p. 173-182, 2. trim. 2008
preocupantes foram encontrados com relação
aos atletas masculinos, que parecem não
considerar as atitudes negativas como imorais no
contexto esportivo.
MOTIVATION AND MORAL ATRIBUTES IN SPORT
ABSTRACT
This research’s aim was to analyze the relation between self-determined motivation, sportspersonship and athletic aggression
in volleyball players. Participated on this study 54 athletes between adults and youths from both genders. As measure
instruments were used: Sport Motivation Scale (1995), Multidimensional Sportspersonship Orientations Scale (1997) and
Bredemeier’s Athletic Aggression Inventory (1985). The data collection was performed during training. For the data analysis
the Mann-Whitney test, Spearman correlation and Cronbach’s Alpha were used. The data evidenced that overall self-
determined motivation was found to be a favorable factor in relation to a positive attitude towards sport’s social conventions,
rules and judges influencing on the worry and compromise with the opponent, being able to interfere over the tendency to
behave aggressively.
Key words: Motivation. Aggression. Social behavior.
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Recebido em 15/04/08
Revisado em 20/06/08
Aceito em 11/07/08
Endereço para correspondência:
João Ricardo Nickenig Vissoci. Rua Bragança, 531, Ap. 103, Zona 7,
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