ArticlePDF Available

O papel de síntese da escola de Copenhague nos estudos de segurança internacional

Authors:

Abstract

O objetivo deste artigo é analisar a contribuição da Escola de Copenhague para os estudos de segurança internacional, por meio do exame de sua relação com as teorias das Relações Internacionais e seus desdobramentos no campo de segurança internacional. Para cumpri-lo, realiza-se uma breve contextualização da literatura acadêmica mainstream dos estudos de segurança desde a gênese do campo, com vistas a melhor se compreender o impacto do construtivismo na área a partir da década de 1990. Posteriormente, procede-se a uma breve revisão dos debates realizados tanto entre racionalistas e construtivistas como entre as variações do construtivismo, com vistas a situar o trabalho do grupo de Copenhague nas discussões da área. Apresenta-se, por fim, um panorama da produção da Escola de Copenhague, sustentado em dois eixos principais: (a) as contribuições que mais se destacaram; e (b) os debates suscitados, com as críticas recebidas e as respostas fornecidas pelos autores. Conclui-se que uma das principais contribuições dos autores de Copenhague para os estudos de segurança internacional diz respeito ao papel de síntese de seu trabalho em relação aos debates mais amplos realizados no campo de teoria das Relações Internacionais e ao debate sobre segurança internacional no pós-Guerra Fria.
... Ao contrário da epistemologia racionalista que tem como objetivo as explicações causais, os construtivistas procuram por explicações tanto causais como constitutivas; em outros termos, interessa a esta corrente não apenas dizer como as coisas são, mas também como se tornaram desta forma. (Duque, 2009) Como consequência, o construtivismo percebe o mundo como projeto em construção, da constituição mútua entre agente e estrutura, e de entendimentos intersubjetivos de contextos sociais (Adler, 2002). E neste mundo, os recursos materiais só adquirem significado através da estrutura de conhecimento intersubjetivo na qual eles estão inseridos (Wendt, 1992). ...
... Como será visto durante a pesquisa, o Conselho de Segurança das Nações Unidas, como uma organização que possui legitimidade e autoridade, pode ser um local de exercício de poder que resulta na formação de identidades e interesses, através dos quais outros Estados podem dar sentido aos seus recursos materiais e políticas externas. os estudos estratégicos, predominantes nos EUA e no mainstream da área de segurança, que se centravam na defesa nacional; e os estudos para a paz, que prevaleciam na Europa e preocupavam-se com concepções de sociedade internacional e segurança internacional (Duque, 2009 Esta conjuntura repleta de mudanças possibilita um alargamento nos estudos de Segurança Internacional. Segundo Tanno (2003), consolida-se então três vertentes teóricas: a tradicionalista, a crítica e a abrangente. ...
... A vertente crítica associada à Escola de Frankfurt, que parte da noção que as ameaças não são objetivas, e sim socialmente construídas. Contudo, essa construção implica na naturalização de relações de poder consolidadas; logo essa linha de pesquisa possui a preocupação de mostrar a possibilidade de construções sociais diferentes, permitindo a emancipação dos indivíduos, através da priorização de valores como igualdade e liberdade na agenda securitária (Duque, 2009). E por fim a perspectiva abrangente, que pode ser considerada como um meio termo entre as outras duas vertentes. ...
Thesis
Full-text available
The objective of the research is to verify a single understanding of the Security Council regarding sanitary issues included in its agenda. In other words, the intention is to conduct a study on the security practice exercised by the body in three specific moments: the approval of the resolution on HIV/AIDS, on Ebola, and on COVID-19. The aim is to determine whether the security nexus resulting from each practice is the same in all three cases. Utilizing a constructivist lens that understands threats are not inherently real but rather political choices, and systematizing through the methodology devised by the Copenhagen School theorists - securitization - the hypothesis is that there exists a constructed understanding within the Council that the inclusion and approval of resolutions on epidemics are aimed at reinforcing the role of the WHO, while simultaneously garnering greater attention for international cooperation when it proves insufficient, and addressing the security issues on its agenda that are significantly affected by these epidemics. In other words, the hypothesis refutes the idea that the Security Council is securitizing global health.
... Dos 12 artigos, 11 foram analisados; um deles, publicado na Contexto Internacional, era uma tradução de um artigo deBuzan (2002).Dos 11 artigos identificados, 8 fizeram aplicação empírica da teoria de securitização. Os artigosde Tanno (2003),Duque (2009) e Bigo (2013, publicados na revista Contexto Internacional, são esforços de sistematização teórica e não de aplicação empírica. Por esse motivo, não foram incluídos na análise.A área de Ciência Política e Relações Internacionais possui 229 periódicos nacionais e internacionais classificados nos estratos do Qualis B. Nesses periódicos, foram encontrados 18 artigos com a palavra-chave securitização, em oito periódicos: Cadernos Adenauer, 1 artigo; Meridiano 47, 5 artigos; REMHU, 1 artigo; Revista de Ciências Militares, 1 artigo; Caderno de Relações Internacionais, 2 artigos; Conjuntura Global, 4 artigos; Mundorama, 3 artigos; Revista da Escola de Guerra Naval, 1 artigo. ...
Article
Full-text available
Introdução: O artigo analisa como a teoria de securitização é aplicada em um conjunto de estudos publicados em periódicos classificados no sistema brasileiro Qualis da CAPES na área de Ciência Política e Relações Internacionais. Securitização pode ser entendida como a possibilidade de um determinado tema passar a ser visto como ameaça à existência do Estado que desencadeará uma ação estatal emergencial, pontual e localizada fora da política comum e quotidiana de governo. Nosso artigo argumenta que esses estudos enfrentam dificuldades na comprovação empírica do processo de securitização. Materiais e Métodos: Realizamos um levantamento sistemático do tema da securitização em 276 periódicos que constavam da relação da área de Ciência Política e Relações Internacionais com conceitos Qualis A e B. Dentro desses 276 periódicos foram identificados 30 artigos. A seleção dos artigos foi feita em função da presença do termo securitização no título, no resumo ou nas palavras-chave de um artigo. Examinamos a estrutura lógica da argumentação de cada artigo selecionado por meio da análise de conteúdo de cada um deles. A leitura do material classificou como cada artigo aplicou o conceito de securitização, utilizando os critérios de categorização baseadas nas etapas do processo de securitização (não politizado, politizado e securitizado), os indicadores previstos para identificar cada uma das etapas, além do agente do processo de securitização. Resultados: Concluímos que esses artigos enfrentam dificuldades para operacionalizar empiricamente a teoria de securitização. Apenas dois desses artigos apresentaram propostas para comprovar empiricamente o processo de securitização. Discussão: São duas as dificuldades mapeadas para sugerir indicadores empíricos: 1) como são adotadas medidas emergenciais para o enfrentamento das ameaças; e 2) como um agente securitizador consegue convencer determinada audiência sobre a necessidade de adoção dessas medidas.
Article
Full-text available
Este artigo explora o processo de securitização e dessecuritização da folha de coca na Amazônia boliviana, com foco na atuação da ONU, em particular do UNODC. A pesquisa analisa como a folha de coca, profundamente enraizada na cultura andina, foi transformada em uma questão de segurança internacional devido à sua associação com a produção de cocaína. O artigo utiliza a teoria da securitização da Escola de Copenhague para entender como a ONU posicionou a folha de coca como uma ameaça e as implicações disso para os países andinos. A metodologia adotada inclui uma revisão bibliográfica e um estudo de caso da Bolívia, com análise qualitativa de conteúdo. Os resultados indicam que, embora a folha de coca tenha sido historicamente securitizada, o monitoramento realizado pelo UNODC tem contribuído para a dessecuritização, ao fornecer dados que desconstroem sua imagem como uma ameaça global. O estudo conclui que, apesar dos avanços, o processo de dessecuritização ainda enfrenta desafios significativos, especialmente no contexto do tráfico de drogas na América do Sul.
Chapter
Full-text available
O presente artigo objetiva avaliar a efetividade dos tratados de direitos humanos e diretrizes para migrantes forçados da União Europeia (UE) na Hungria no espaço temporal correspondente ao governo eurocético de Viktor Orbán (2010-), destacando-se as flagrantes contradições entre as legislações e a práxis europeia e as políticas aplicadas no Estado húngaro no referente período. Constitui pesquisa exploratória, explicativa e descritiva. A análise de dados foi feita por estudo documental a leis, regulamentos, decretos, regras e normas técnicas da UE e do Estado Membro aqui tratado, assim como a revisão bibliográfica de artigos e capítulos de livros que abordam a problemática.
Chapter
Full-text available
O presente artigo tem como objetivo analisar como a securitização dos direitos humanos impacta a formulação de leis migratórias na União Europeia. O artigo aponta, com base na literatura, a particularidade das nações europeias, e a dificuldade, em se portar de modo a conter o fluxo migratório sem ultrapassar as barreiras humanitárias, evitando a precarização da dignidade humana. Para tanto, o artigo está estruturado da seguinte forma: Na primeira seção será abordado a questão da securitização, passando pelo contexto de segurança na interpretação clássica e da migração. Posteriormente, na segunda seção, são desenvolvidos os marcos na trajetória que levam até a presente crise migratória, iniciando-se a partir dos atentados de 11 de Setembro de 2001. Por conseguinte, faz-se presente na terceira seção a análise da política de resultados e o histórico de tratados e proposições por parte da União Europeia no que se refere às políticas migratórias.
Article
Este artigo analisa o binômio brasileiro durante o período da redemocratização:segurança e desenvolvimento. Através da metodologia qualitativa eda pesquisa documental, analisa-se como a agenda de segurança brasileirase relacionou com uma abordagem abrangente de segurança, de modoque o desenvolvimento veio ser uma temática intrínseca. Através da análisedos estudos de segurança, da definição do conceito abrangente desegurança, da análise do Brasil, sua agenda de segurança, seus principaisdocumentos e de abordagem do desenvolvimento, verificou-se como estebinômio foi consequência das transformações tanto no cenário internacional,quanto do quadro doméstico, resultando em diversas mudançasde visão estratégica no período entre os governos de Fernando HenriqueCardoso e Dilma Rousseff (1995-2016).
Article
O presente artigo procura desenvolver a elasticidade do conceito de segurança energética a partir dos cinco setores de análise (militar, político, societal, ambiental e econômico) propostos por Barry Buzan, Ole Wæver e Jaapde Wilde. Para tanto, discutir-se-á, como estudo de caso, o anúncio da descoberta de petróleo na camada do pré-sal brasileira, no ano de 2003 até os dias atuais, e suas implicações para a referida conceituação. Utilizar-se-á, como forma de argumentação e justificativa, documentos oficiais do Estado pátrio, como a Política Nacional de Defesa e a Estratégia Nacional de Defesa, pronunciamentos feitos por autoridades competentes e outros documentos que são de igual importância para a elaboração deste trabalho. O Brasil, pós-descoberta de petróleo no pré-sal, coloca-se como um dos principais países do mundo a contar com a abundante riqueza de recursos energéticos, notadamente o petróleo; não só em termos econômicos, mas também políticos, sociais, etc. Buscar-se-á responder à dúvida de que o pré-sal, além de benefícios, poderá suscitar questões que exigirão meios e instrumentos dissuasórios do Estado brasileiro na possibilidade de ameaça real/potencial à defesa nacional. Objetiva-se, portanto, fazer uma análise do conceito de segurança energética a partir do pré-sal, sendo este embasado nos setores de análise supracitados e, além disso, apresentar tais setores e trazer ao estudo conceitos como o da securitização, bem como o de tratar a matriz energética brasileira com ênfase no pré-sal propriamente dito.
Book
Full-text available
Esta publicação constitui esforço para compreender a natureza, as implicações e os diferentes impactos dessa transformação. Embora muito tenha sido escrito sobre o 11 de Setembro, poucas obras combinam o distanciamento histórico – necessário para uma avaliação objetiva do real significado de eventos marcantes – com o rigor analítico de estudiosos das relações internacionais. Este livro busca fazê-lo a partir de contribuições que investigam diversas dimensões do terrorismo contemporâneo, incluindo a conceitual, a da sua relevância para o Brasil, a do papel da religião como uma de suas motivações essenciais, a dos seus efeitos econômicos, a dos seus desdobramentos regionais, e a das novas tecnologias enquanto instrumento e alvo de suas ações.
Article
Full-text available
A construção histórica e falaciosa do Canadá em torno do mito da “Terra Prometida” leva não só a um entendimento equivocado da maneira como o Governo canadense gerencia suas políticas migratórias, mas obscurece uma outra face não tão solidária dessas políticas e o consequente impacto que elas causam na vida dos migrantes, principalmente daqueles indocumentados. Portanto, este trabalho objetiva descrever, em linhas gerais, as características da imigração no Canadá e os aspectos que envolvem os processos de securitização da migração não-autorizada no país. O método de pesquisa utilizado fora o descritivo-analítico, com auxílio da revisão da literatura temática. O marco teórico utilizado para analisar o conceito de securitização partiu da Escola de Copenhague, e no contexto da securitização e criminalização das migrações irregulares lançamos mão dos postulados de Marinucci (2015), Gerard (2014), Bourbeau (2011) e Watson (2009). As principais conclusões foram que o Canadá - durante boa parte de sua trajetória histórica enquanto Estado - adotou políticas migratórias altamente seletivas: a imigração foi e continua sendo um meio para atingir os objetivos socioeconômicos do Estado canadense. Em adição, foi possível perceber que, após o estopim securitizador no pós-11 de setembro, diversos movimentos securitizadores ganharam espaço no jogo político canadense.
Article
Full-text available
Em 1971, o presidente norte-americano Richard Nixon declarou o abuso de drogas como sendo o inimigo público número um dos Estados Unidos. A partir disso, o discurso e a articulação das políticas norte-americanas contra as drogas basearam-se na divisão do mundo entre dois grupos: os países produtores de ilícitos e os países consumidores. Os Estados Unidos, como pertencentes do grupo de países consumidores, se posicionam como “vítimas”, gerando uma retórica de segurança nacional que mais tarde seria estendida para o continente e militarizada nos governos de Ronald Reagan (1981-1989) e George Bush (1989-1993). A utilização de conceitos como narcodemocracia e narcoguerrilha – este que, inclusive, deslegitimava o caráter político dos movimentos insurgentes latino-americanos – por parte dos agentes do governo norte-americano com relação à Colômbia reforçam o narcotráfico e o conflito interno colombiano como ameaças à segurança nacional, regional e continental e impulsionam a um dever “moral” de ação por parte dos Estados Unidos. O objetivo do presente trabalho, portanto, é analisar a securitização do narcotráfico pelos Estados Unidos e o desenvolvimento do Plano Colômbia, em 2000, como um caso de overlay dos interesses norte-americanos. À luz do conceito de securitização, recorre-se a documentos e discursos oficiais para identificar o alinhamento, por meio do aparato discursivo, das políticas de segurança realizadas entre os países. A combinação entre interdição, erradicação e combate às organizações narcotraficantes, subordinados às diretrizes de política de segurança norte-americana, resultou na criação do Plan Colombia: Plan para la paz, la prosperidade y el fortalecimiento del Estado e na internacionalização do conflito interno colombiano. O Plano securitizou a relação bilateral entre Estados Unidos e Colômbia. O aparato discursivo norte-americano moldou uma estratégia repressiva, o overlay dos interesses norte-americanos garantiu uma política cujo eixo central era o caráter bélico, principalmente, após o 11/9 com a campanha militar conhecida como Plano Patriota e a incorporação da guerra às drogas pela guerra ao terror.
Article
Full-text available
This article seeks to introduce the Copenhagen's School contribution to the area of international security studies. It does so by discussing briefly the metatheoretical debate of the area, as well the historical context in which the School was founded. It will also be necessary to analyse the main concepts and theoretical perspectives developed by the School. Thereafter, the article shall present the criticism made to the School's contribution. At last, it may become clear that the School's contribution has gone beyond the area of security studies since it has also contributed to the area of theory of international relations.
Article
The international relations (IR) discipline is dominated by the American research community. Data about publication patterns in leading journals document this situation as well as a variance in theoretical orientations. IR is conducted differently in different places. The main patterns are explained through a sociology of science model that emphasizes the different nineteenth-century histories of the state, the early format of social science, and the institutionalized delineation among the different social sciences. The internal social and intellectual structure of American IR is two-tiered, with relatively independent subfields and a top layer defined by access to the leading journals (on which IR, in contrast to some social sciences, has a high consensus). The famous successive "great debates'' serve an important function by letting lead theorists focus and structure the whole discipline. IR in France, Germany, and the United Kingdom has historically been structured differently, often with power vested more locally. American IR now moves in a direction that undermines its global hegemony. The widespread turn to rational choice privileges a reintegration (and status-wise rehabilitation) with the rest of political science over attention to IR practices elsewhere. This rationalistic turn is alien to Europeans, both because their IR is generally closer to sociology, philosophy, and anthropology, and because the liberal ontological premises of rational choice are less fitting to European societies. Simultaneously, European IR is beginning to break the local power bastions and establish independent research communities at a national or, increasingly, a European level. As American IR turns from global hegemony to national professionalization, IR becomes more pluralistic.
Article
The term “security” is as ambiguous in content as in format: is it a goal, an issue-area, a concept, a research program, or a discipline? There is no one concept of security; “national security,” “international security,” and “global security” refer to different sets of issues and have their origins in different historical and philosophical contexts. The author argues that the concept of international security might most appropriately describe current security affairs. She challenges the concept of national security as fixated on the nation-state and not taking into account the security of other states. She criticizes the notion of global security as presupposing a world-wide common definition of security and shared sets of values, rules, and principles not yet existing. In the long term, however, the world might be moving in the direction of a global security system if institution-building continues and leads to common practices, rules, and enforcement capabilities. As all concepts yield only limited explanations and are of marginal value for theory-building, the essay identifies some assumptions and questions to be clarified in future research programs. In a closing section the field of international security studies and its relationship to international relations are discussed.
Article
Once upon a time, security specialists focused on elaborate scenarios of superpower nuclear Armageddon. Today, they must try to understand regional conflicts where the weapon of choice is likely to be a machete.
Article
This article examines the evolution of security studies, focusing on recent developments in the field. It provides a survey of the field, a guide to the current research agenda, and some practical lessons for managing the field in the years ahead. Security studies remains an interdisciplinary enterprise, but its earlier preoccupation with nuclear issues has broadened to include topics such as grand strategy, conventional warfare, and the domestic sources of international conflict, among others. Work in the field is increasingly rigorous and theoretically inclined, which reflects the marriage between security studies and social science and its improved standing within the academic world. Because national security will remain a problem for states and because an independent scholarly community contributes to effective public policy in this area, the renaissance of security studies is an important positive development for the field of international relations.
Article
This article critiques Stephen Walt's survey of security studies, published last year in ISQ. It identifies serious flaws in the essay's understanding of security studies--viewed from analytic, normative, and methodological perspectives--and, conversely, argues for a richer conceptual, broader interdisciplinary, theoretically more inclusive, and, not ironically, a more policy-relevant understanding of security studies than the survey presents.
Article
Richard H. Ullman, Professor of International Affairs at Princeton University's Woodrow Wilson School of Public and International Affairs, spent the 1982-83 academic year as a visiting member of the Institute for Advanced Study. 1. The Leviathan (1651), Part I, Ch. XIII. 2. There is no better place to begin that discussion than Robert Jervis, Perception and Misperception in International Politics (Princeton, N.J.: Princeton University Press, 1976), chapter 3. 3. This is not to say that there are not recriminations following wars or military crises. Indeed, the governments that lead nations when war is thrust upon them—or when they initiate war themselves—are often subject to pillory. It may be alleged that their complacence allowed their nations' defenses to atrophy to a point where their military forces no longer deterred attack. Or they may be accused of recklessness that brought on a needless and expensive war. But while the war is still in prospect, or while it is actually underway, there are too seldom any questions of leaders' abilities to command the requisite resources from their perceptibly threatened countrymen. 4. The same is true, it should be noted, about some "ordinary" foreign threats. In 1975 a majority of Senators and members of Congress did not believe that the presence of Soviet-supported Cuban troops in Angola posed a significant threat to U.S. security, and legislated limits on potential American involvement. Three years earlier they imposed a cutoff on U.S. bombing of targets in Cambodia and North Vietnam on the supposition that continued bombing would no longer (if it ever did) promote U.S. security. For a discussion of these Congressional curbs on the President's ability to commit American military resources, see Thomas M. Franck and Edward Weisband, Foreign Policy By Congress (New York: Oxford University Press, 1979), esp. pp. 13-23 and 46-57. 5. For a recent authoritative study, see An Assessment of the Consequences and Preparations for a Catastrophic California Earthquake: Findings and Actions Taken (Washington: Federal Emergency Management Agency, 1980). For a summary of current estimates, see Richard A. Kerr, "California's Shaking Next Time," Science, Vol. 215 (January 22, 1982), pp. 385-387. 6. The Federal Emergency Management Agency's (FEMA) fiscal year 1983 appropriation for civil defense was 147,407,000;for"comprehensiveemergencypreparednessplanning"forearthquakesitwas147,407,000; for "comprehensive emergency preparedness planning" for earthquakes it was 3,120,000. California's total budgeted expenditure for earthquake safety for fiscal year 1983 was 13,391,000.Foradetailedbreakdown,seeStateofCalifornia,SeismicSafetyCommission,AnnualReporttotheGovernorandtheLegislatureforJuly1981June1982(Sacramento:August1982),pp.1621.7.The"classic"appealforalargeU.S.civildefenseprogram,baseduponhypothesizedcomparativeU.S.andSovietrecoveryrates,isT.K.JonesandW.ScottThompson,"CentralWarandCivilDefense,"Orbis,Vol.22,No.3(Fall1978),pp.681712.Foramorerecentdiscussion,seeRobertScheer,WithEnoughShovels:Reagan,BushandNuclearWar(NewYork:RandomHouse,1982),pp.104119.TheenormouscostisoneprincipalargumentagainstalargescaleU.S.civildefenseprogram.Butanotherrelatestostrategicdoctrine.Acivildefenseprogramthatpromisestooffereffectiveprotectionmightinacrisisinviteanenemyfirststrikeattack.Theadversary,sothisreasoningruns,wouldreadlargescalecivildefensesasindicatingthatweourselveswerepreparedtoinitiatenuclearwar.Itwouldthereforestrikeatthefirstsignthatwewerebeginningtomoveourpopulationintoshelters,aswesurelywouldduringasevereinternationalcrisis.Thusweenhancestabilitybynotoptingforcivildefenses:theothersideknowsthatsinceourpopulationisexposed,wewouldnotbelikelytoinitiatenuclearwar,andtheincentivesforthemtostrikepreemptivelyaretherebyreduced.8.TheFEMAstudycitedabove(note5)estimatesthatthelikelydamagefromthemostprobable(butfarfromthemostdestructive)majorearthquakeontheSanAndreasfaultmightbe13,391,000. For a detailed breakdown, see State of California, Seismic Safety Commission, Annual Report to the Governor and the Legislature for July 1981-June 1982 (Sacramento: August 1982), pp. 16-21. 7. The "classic" appeal for a large U.S. civil defense program, based upon hypothesized comparative U.S. and Soviet recovery rates, is T.K. Jones and W. Scott Thompson, "Central War and Civil Defense," Orbis, Vol. 22, No. 3 (Fall 1978), pp. 681-712. For a more recent discussion, see Robert Scheer, With Enough Shovels: Reagan, Bush and Nuclear War (New York: Random House, 1982), pp. 104-119. The enormous cost is one principal argument against a large-scale U.S. civil defense program. But another relates to strategic doctrine. A civil defense program that promises to offer effective protection might in a crisis invite an enemy first-strike attack. The adversary, so this reasoning runs, would read large-scale civil defenses as indicating that we ourselves were prepared to initiate nuclear war. It would therefore strike at the first sign that we were beginning to move our population into shelters, as we surely would during a severe international crisis. Thus we enhance stability by not opting for civil defenses: the other side knows that since our population is exposed, we would not be likely to initiate nuclear war, and the incentives for them to strike preemptively are thereby reduced. 8. The FEMA study cited above (note 5) estimates that the likely damage from the most probable (but far from the most destructive) major earthquake on the San Andreas fault might be 17 billion, but it indicates that the figure might be low by a factor as high as three (p. 22). 9. The most...
Article
In recent years, a great deal has been written about a `constructivist' approach in International Relations, which argues that international reality is socially constructed by cognitive structures that give meaning to the material world. Nevertheless, most of the epistemological, theoretical, empirical and methodological foundations of constructivism remain unclear. Nor are its potential contributions to a better understanding of International Relations widely appreciated. The present article seeks to fill some of these gaps. Constructivism occupies the middle ground between rationalist approaches (whether realist or liberal) and interpretive approaches (mainly postmodernist, poststructuralist and critical), and creates new areas for theoretical and empirical investigation. The bulk of the article lays out the social-epistemological basis of the constructivist approach; juxtaposes constructivism to rationalism and poststructuralism and explains its advantages; presents the concept of cognitive evolution as a way of explaining the social construction of reality; and suggests ways of expanding constructivist research agendas.
Article
Joseph S. Nye, Jr., is Chairman of the Editorial Board and Sean M. Lynn-Jones is Managing Editor of International Security. 1. A 1966 survey found that political scientists formed the largest group in the field. See Roy E. Licklider, The Private Nuclear Strategists (Columbus: Ohio State University Press, 1971), p. 95. Although Licklider predicted that "the study of strategy and disarmament will make the shift from an interdisciplinary field to a specialty area of political science," (p. 117), most observers continue to see the field as interdisciplinary, even if political science is held to occupy a central role. For a discussion of the central role of political science in international security studies, see Robert Jervis, Joshua Lederberg, Robert North, Stephen Rosen, John Steinbruner, and Dina Zinnes, The Field of National Security Studies: Report to the National Research Council (Washington, D.C.: 1986), p. 2. Colin Gray argues that: "strategic studies lacks integrity as a field of study let alone as a discipline, in that it makes no sense considered apart from international relations (another non-discipline) and political science." See Colin Gray, Strategic Studies: A Critical Assessment (Westport, Conn.: Greenwood, 1982), p. 13. 2. See Richard Smoke, "National Security Affairs," in Fred I. Greenstein and Nelson W. Polsby, eds., Handbook of Political Science, Vol. 8, International Politics (Reading, Mass.: Addison-Wesley, 1975), p. 251. 3. On the nonmilitary aspects of international security, see Richard H. Ullman, "Redefining Security," International Security, Vol. 8, No. 1 (Summer 1983), pp. 129-153. An additional term that delineates an area of inquiry but that has not gained wide usage is "military politics." As defined by Samuel P. Huntington, military politics includes the military but not the nonmilitary aspects of security and also extends to the political activities of the military in domestic affairs. See his "Recent Writing in Military Politics—Foci and Corpora," in Samuel P. Huntington, ed., Changing Patterns of Military Politics (Glencoe, Ill.: The Free Press of Glencoe, 1962), p. 237. 4. Arnold Wolfers, Discord and Collaboration (Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 1962), ch. 10. 5. See Smoke, "National Security Affairs," p. 251. See also Barry Buzan, People, States and Fear (Chapel Hill, N.C.: University of North Carolina Press, 1983), pp. 1-9. 6. Colin S. Gray, Strategic Studies and Public Policy (Lexington, Ky.: University Press of Kentucky, 1982), p. 46. In recent years, several histories of thinking about nuclear strategy have appeared. See Lawrence Freedman, The Evolution of Nuclear Strategy (New York: St. Martin's Press, 1981); Gregg Herken, The Counsels of War (New York: Knopf, 1985); and Fred M. Kaplan, The Wizards of Armageddon (New York: Simon and Schuster, 1983). In addition, James E. King has written an unpublished history of nuclear strategy entitled The New Strategy. More works are needed on questions of conventional warfare and theories of international security. 7. The first two civilian efforts to address the issues raised by atomic weapons were William Borden, There Will Be No Time: The Revolution in Strategy (New York: Macmillan, 1946); and Bernard Brodie, ed., The Absolute Weapon: Atomic Power and World Order (New York: Harcourt, Brace, 1946). 8. The classic realist work is Hans J. Morgenthau, Politics Among Nations: The Struggle for Power and Peace (New York: Knopf, 1948 and later editions). See also George F. Kennan, American Diplomacy, 1900-1950 (Chicago: University of Chicago Press, 1951); and Robert Endicott Osgood, Ideals and Self-Interest in America's Foreign Relations (Chicago: University of Chicago Press, 1953). 9. For a discussion of the political dimensions ignored by the realist approach, see K. J. Holsti, The Dividing Discipline: Hegemony and Diversity in International Theory (Winchester, Mass.: Allen and Unwin, 1985), and Joseph S. Nye, Jr., "Neo-realism and Neo-liberalism," World Politics, Vol. 40, No. 2 (January 1988). 10. See Bernard Brodie, Strategy in the Missile Age (Princeton: Princeton University Press, 1959); Albert Wohlstetter, "The Delicate Balance of Terror," Foreign Affairs, Vol. 37, No. 2 (January 1959), pp. 211-234; Herman Kahn, On Thermonuclear War (Princeton: Princeton University Press, 1960); William Kaufmann, ed., Military Policy and National Security (Princeton: Princeton University Press, 1956); Henry A. Kissinger, Nuclear Weapons and...