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Relatamos aqui o caso de um paciente masculino de 30 anos de idade, sexo masculino, com achados clínicos típicos da síndrome de Behçet (SB) e da policondrite recidivante (PR) sem, no entanto, preencher completamente os critérios de classificação para nenhuma das entidades isoladamente. O termo síndrome MAGIC (Mouth And Genital ulcers with Inflamed Cartilage) tem sido usado para classificar pacientes semelhantes. Uma breve revisão dos casos previamente relatados também é apresentada.We describe a 30 years old man with typical features of both Behçet's syndrome and relapsing polychondritis but neither complete classification criteria. The term MAGIC syndrome (Mouth And Genital ulcers with Inflamed Cartilage) has been used to describe similarly affected patients. We present a brief review of previously reported cases.
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relAto de cAso
cAse rePort
RESUMO
Relatamos aqui o caso de um paciente masculino de 30 anos
de idade, sexo masculino, com achados clínicos típicos da síndrome
de Behçet (SB) e da policondrite recidivante (PR) sem, no entanto,
preencher completamente os critérios de classificação para nenhuma
das entidades isoladamente. O termo síndrome
MAGIC (Mouth
And Genital ulcers with Inflamed Cartilage)
tem sido usado para
classificar pacientes semelhantes. Uma breve revisão dos casos
previamente relatados também é apresentada.
Palavras-chave: síndrome de Behçet, policondrite recidivante,
vasculite.
Síndrome de Behçet e Policondrite Recidivante:
Síndrome
MAGIC
Behçet's Syndrome and Relapsing Polychondritis:
MAGIC Syndrome
Fabrício de Souza Neves(1), Deborah Pereira Gonçalves(1), Laís V. Lage(2),
Célio Roberto Gonçalves(2)
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-USP). Recebido em 05/12/05. Aprovado, após revisão, em 28/03/06.
1. Médico Residente da Disciplina de Reumatologia do HC-USP.
2. Médico Assistente da Disciplina de Reumatologia do HC-USP.
Endereço para correspondência: Fabrício de Souza Neves, Av. Dr. Altino Arantes 742, ap 84, Vila Clementino, São Paulo, CEP 04042-003, SP,
e-mail: nevesfab bol.com.br
INtRODUÇÃO
A síndrome de Behçet (SB) e a policondrite recidivante
(PR) são afecções inflamatórias multissistêmicas raras, de
provável natureza auto-imune, que apresentam manifes-
tações clínicas razoavelmente específicas permitindo seu
diagnóstico através de conjuntos de critérios bem defini-
dos. A ocorrência de manifestações das duas entidades no
mesmo paciente foi relatada pela primeira vez por Firestein
et al
(1), em 1985, numa série de cinco casos, propondo a
esta associação a denominação síndrome MAGIC
(Mouth
And Genital ulcers with Inflamed Cartilage)
e sugerindo
a existência de um mecanismo patogênico comum às duas
entidades. Apresentamos nesta comunicação a descrição de
um caso brasileiro desta rara associação.
RELATO DE CASO
Um paciente do sexo masculino, de 30 anos, em
acompanhamento ambulatorial regular desde junho de
2002 com história de úlceras aftosas orais de repetição,
associadas à pseudofoliculite e eritema nodoso em perna
direita, desde fevereiro de 2001. Apresentou orquiepidi-
mite em setembro de 2001 e trombose venosa profunda
em perna direita em outubro de 2001, sendo iniciada an-
ticoagulação com varfarina e encaminhado ao Serviço de
Reumatologia com a hipótese diagnóstica de SB. Negava
úlceras genitais, não foi encontrado acometimento ocular
em avaliação oftalmológica e o teste de patergia foi nega-
tivo. Também não apresentava sintomas gastrintestinais.
Tinha provas de função hepática, renal, hematimetria e
AbStRAct
We describe a 30 years old man with typical features of both
Behçet's syndrome and relapsing polychondritis but neither
complete classification criteria. The term MAGIC syndrome
(Mouth And Genital ulcers with Inflamed Cartilage) has been
used to describe similarly affected patients. We present a brief
review of previously reported cases.
Keywords: Behcet's syndrome, polychondritis, relapsing,
vasculitis.
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eletrólitos normais. Velocidade de hemossedimentação
(VHS) era 28 mm/h (Westergren) e Proteína-C reativa
(PCR) era 36,0 mcg/ml (Nefelometria, normal até 5
mcg/ml). Pesquisa de Fator Antinuclear, anticorpos an-
ticardiolipina e de anticoagulante lúpico foram negativos.
Os níveis das proteínas C, S e de antitrombina III eram
normais. Terapia com prednisona 20 mg por dia e colchi-
cina foi iniciada, sendo também mantida a anticoagulação
com varfarina. Embora tenha evoluído inicialmente com
melhora clínica e normalização de VHS e PCR, persistiu
com surtos recorrentes de atividade caracterizados por
úlceras orais e eritema nodoso. Azatioprina foi iniciada
em outubro de 2002, sendo substituída por ineficácia, em
abril de 2003, por talidomida, e esta por clorambucil, em
janeiro de 2004, ao qual foram associados pentoxifilina e
penicilina benzatina, também com pouca eficácia.
Em agosto de 2005, apresentou-se com novo eritema
nodoso (Figura 1), úlceras aftosas orais, aumento de PCR
(37,4 mcg/ml por nefelometria) e VHS 8 (Westergren),
mas também com dor, eritema e aumento de volume em
pavilhão auricular esquerdo poupando o lóbulo (Figura 2).
Referia que esta sintomatologia ocorrera também na orelha
direita duas semanas antes, com melhora espontânea. A dose
de prednisona foi aumentada para 40 mg por dia, havendo
melhora da inflamação auricular após uma semana.
DIScUSSÃO
A SB pode ser diagnosticada através dos critérios
propostos pelo I
nternational Study Group for Behçet´s
Disease
em 1990(2): (1) ulcerações orais recorrentes devem
obrigatoriamente estar presentes, associadas a quaisquer
dois dos seguintes critérios: (2) ulceração genital recor-
rente; (3) lesões oculares, incluindo uveíte anterior, uveíte
posterior, células no vítreo ou vasculite retiniana; (4) lesões
cutâneas, incluindo eritema nodoso, pseudofoliculite ou
lesões acneiformes; (5) teste positivo de patergia. Já a PR é
diagnosticada pelos critérios propostos por McAdam(3), em
1976, quando três ou mais dos seguintes estão presentes:
(1) condrite auricular bilateral; (2) poliartrite inflamatória
soronegativa não-erosiva; (3) condrite nasal; (4) inflamação
ocular, incluindo conjuntivite, ceratite, esclerite, episclerite
ou uveíte; (5) condrite do trato respiratório; (6) lesão au-
diovestibular. Em 1979, Damiani e Levine(4) sugeriram que
o diagnóstico de PR também poderia ser feito na presença
de ao menos um dos critérios de McAdam com compro-
vação histológica, ou condrite em duas regiões anatômicas
distintas com resposta a corticosteróides ou dapsona.
Firestein
et al
(1) foram os primeiros a observar que mui-
tas manifestações clínicas menos específicas eram comuns
às duas entidades, sendo descritas em um grupo de cinco
pacientes apresentando ambos: úlceras orogenitais e infla-
mação auricular. Para estes autores, condrite é manifestação
altamente sugestiva de PR, enquanto úlceras orogenitais
o são de SB. Eritema nodoso e pseudofoliculite, embora
mais comuns na SB, também ocorrem na PR, enquanto
tromboses, inflamação ocular, aneurismas arteriais, artrites
e lesões de natureza vasculítica em sistema nervoso central
(SNC) e trato gastrintestinal são igualmente freqüentes(1).
Posteriormente, outros autores descreveram casos isolados
semelhantes, empregando o acróstico MAGIC proposto
por Firestein(1) para classificá-los. Nesses casos, úlceras
orogenitais e condrite auricular coexistiam com outras
manifestações típicas, algumas vezes sem necessariamente
preencher os critérios de classificação necessários para SB
ou PR(5-10), assim como no caso aqui apresentado. Uma
breve revisão das características clínicas desses casos é
apresentada na Tabela 1.
No caso apresentado, as opções terapêuticas foram
sendo sucessivamente tentadas baseando-se no diagnóstico
inicial de SB: colchicina e talidomida podem ser usados
na prevenção das recidivas de lesões mucocutâneas (os
dois avaliados em ensaios clínicos controlados), embora
apresentando resultados apenas modestos(11,12). Terapia
imunossupressora foi iniciada com azatioprina, sendo esta
a medicação mais adequadamente estudada na SB. Ela efe-
tivamente demonstrou melhorar o prognóstico da função
ocular em longo prazo(13), com sua eficácia avaliada em
ensaio clínico controlado. Nesse estudo, além da redução
significativa na ocorrência de episódios de uveíte ao longo
de dois anos de seguimento, houve também redução na
freqüência de úlceras orais, genitais e artrites no grupo em
uso de azatioprina(14). Redução na freqüência de episódios
de artrites e lesões mucocutâneas também foi demonstrada
Figura 1 - Eritema nodoso em
atividade na perna direita.
Figura 2 - Inflamação do
pavilhão auricular esquerdo,
poupando lóbulo.
Neves e cols.
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com o uso de penicilina benzatina, num estudo rando-
mizado e controlado que comparou colchicina isolada
contra a associação de colchicina com penicilina benzatina
(antígenos estreptocócicos são considerados potenciais
desencadeadores da SB)(15,16). O uso de agentes biológicos
anti-TNF é descrito com sucesso em séries e relatos de
casos, tanto para SB(17) como para PR(18). A experiência
terapêutica com a síndrome MAGIC se resume aos relatos
de casos, com sucesso descrito para o uso de dapsona(5) e
pentoxifilina(8).
Embora seja relativamente comum a associação da
PR com outras doenças auto-imunes(19), Firestein
et al
(1)
valorizaram a existência de diversas manifestações clínicas
compartilhadas entre SB e PR para sugerir a existência um
mecanismo fisiopatogênico comum às duas entidades que
caracterizaria a nova síndrome. Auto-imunidade contra
a elastina (um componente da cartilagem que também é
encontrado na pele) já foi considerada suspeita, devido a
estudos de microscopia eletrônica que descreveram mate-
riais eletrodensos em torno de fibras elásticas de cartilagens
auriculares de pacientes com PR(20). Tal hipótese, porém,
ainda não foi averiguada. Se a síndrome MAGIC consiste
uma nova entidade isolada, uma associação fortuita entre
duas síndromes raras ou se é uma sobreposição, na qual SB
e PR são pontos diferentes de um mesmo espectro fisiopa-
togênico, ainda é uma questão sem resposta definitiva.
Tabela 1
caracTerísTicas clínicas descriTas na síndrome
magic
Paciente
(Referência)
1
(1)
2
(1)
3
(1)
4
(1)
5
(1)
6
(5)
7
(6)
8
(7)
9
(8)
10
(9)
11
(10)
12
(atual)
Idade e sexo 25, F 10, F 59, M 26, F 39, F 42, M 22, M 25, M 39, F 24, M 38, M 30, M
Tempo evolução 9 5 6 7 14 7 4 1 2 7 10 5
Úlceras orais
Úlceras genitais
Uveíte
Vasculite retina
Eritema nodoso
Pseudofoliculite
Patergia
Cond. Aur.
Poliartrite
Condrite nasal
Ocular - outros
Cond. Resp.
Audiovestibular
Vasc. cutânea
Tromboses
Gastrintestinal
SNC
Orquiepididimite
M = masculino; F = feminino; Cond. Aur. = condrite auricular bilateral; Ocular - outros = esclerite, episclerite, conjuntivite, ceratite; Cond. Resp. = condrite do trato
respiratório; Vasc. Cutânea = vasculite cutânea; SNC = sitema nervoso central. O sinal “+” indica descrição compatível com a característica clínica no caso mencionado.
“Idade”, expressa em anos, refere-se ao início das manifestações clínicas; “tempo de evolução”, expresso em anos, refere-se ao período desde o início dos sintomas até o
estabelecimento da sobreposição caracterizada como MAGIC.
MAGIC: Mouth And Genital ulcers with Inflamed Cartilage.
Síndrome de Behçet e Policondrite Recidivante: Síndrome MAGIC
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Neves e cols.
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... Sulphasalasine at the dose of 2-3 g/day constitutes a treatment option for gastrointestinal lesions and persistent cases of joint manifestations, together with azathioprine and methotrexate [1,45,139]. ...
Article
Behcet's syndrome (BS) is a multisystemic inflammatory disorder characterized by recurrent oral and genital ulcers and ophthalmic alterations, but also involving other systems, including joints, blood vessels, nervous, respiratory and gastrointestinal tracts. Its etiopathogenesis remains unknown, but epidemiologic data suggest an interaction among genetic, immunologic and infectious factors. BS has a worldwide distribution being most frequently seen in the Mediterranean area, Japan and Middle East. In Brazil there are no substantial data regarding its prevalence or incidence. The aim of the present study was to review the main epidemiologic data, clinical features, diagnostic criteria and current treatment of BS.
Article
The Relapsing Polychondritis - RP is a rare systemic affection, of immunological nature, characterize by an inflammatory process that affects cartilaginous structures, upper airway and peripheral articulation. The diagnosis is basically clinical and the otorhinolaryngological complications can be the initial manifestations of the illness. Having in view the rarity of the disease, it was objectified to describe a PR case attended at Hospital das Clínicas of UFG in august of 2006. Therefore, the sequential stages of the attendance had been described since the initial appointment, diagnosis, high treatment until the hospital one. The difficulties lived deeply for the professionals to proceed the treatment, in function of the resistance of the patient, probably collaborated for aggravation of the illness, culminating in its death. The physician must be alert in the presence of the clinical suspicion of Relapsing Polychondritis aiming at its precocious diagnosis and treatment.
Article
Full-text available
The authors present a male 40-year-old patient with established diagnosis of Behçet's disease which had evolved to recurrent bilateral auricular polychondritis crises. MAGIC syndrome (mouth and genital ulcers with inflamed cartilage) is rare and groups together patients with this clinical picture without necessarily fulfilling the clinical criteria for Behçet's disease or relapsing polychondritis, demonstrating an independent disorder.
Article
Recurrent oral and genital ulcers are the most frequent problem in the management of the Behçet syndrome. Uncontrolled experience suggests that thalidomide may help prevent recurrences of these ulcers. To determine the efficacy of two thalidomide dosages in the treatment of mucocutaneous lesions of the Behçet syndrome. Randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Specialist outpatient clinic for the Behçet syndrome in Turkey. 96 male patients with the Behçet syndrome who primarily had mucocutaneous lesions without major organ involvement. Thalidomide, 100 mg/d or 300 mg/d, or placebo for 24 weeks. Sustained absence of any oral and genital ulceration during treatment (complete response) and changes in the number of mucocutaneous lesions. An additional evaluation was done 4 weeks after treatment ended. A complete response occurred in 2 of the 32 patients (6% [95% CI, 0.8% to 20.8%]) receiving thalidomide, 100 mg/d; in 5 of the 31 patients (16% [CI, 5.5% to 33.7%]) receiving thalidomide, 300 mg/d; and in none of the 32 patients (0% [CI, 0% to 10.9%]) receiving placebo (P = 0.031). The suppressive effect of thalidomide with either dosage was evident at 4 weeks for oral ulcers (P < 0.001) and at 8 weeks for genital ulcers (P < 0.001) and follicular lesions (P = 0.008). This effect persisted during treatment but diminished rapidly after treatment was discontinued. Both thalidomide dosages led to significant increases in the number of erythema nodosum lesions during the first 8 weeks of treatment (P = 0.03). Polyneuropathy developed in 4 patients (1 in the 100-mg/d group and 3 in the 300-mg/d group); in 3 of these patients, the condition was diagnosed after the trial had ended. Thalidomide is effective for treating the oral and genital ulcers and follicular lesions of the Behçet syndrome. A dosage of 100 mg/d is as effective as a dosage of 300 mg/day.
Article
Light microscopic and for the first time electron microscopic (EM) studies of involved elastic ear cartilage in a patient with relapsing polychondritis confirm the superficial location of the inflammatory reaction. EM studies of deep cartilage were identical to those on controls except for a rare necrotic cell. Superficial cartilage showed a finely granular electron-dense material. This material, which may be protein, possibly of enzyme or immunoglobulin origin, also surrounded some elastic fibrils. Findings of predominantly superficial changes and the multisystem disease in the present patient and in many others suggest that the cartilage destruction is part of a systemic inflammatory disease.
Article
Relapsing polychondritis is a rare disease of unknown etiology. There are approximately 211 reported cases in the world literature. This is a report of ten cases from the Cleveland Clinic Foundation. McAdam's diagnostic criteria for R.P. were reviewed and modified. For diagnosis, all patients had to have 1. at least three or more diagnostic criteria, histologic confirmation not necessary; 2. one or more of McAdam's signs with positive histologic confirmation; or 3. chondritis in two or more separate anatomic locations with response to steroids and/or Dapsone. Chondritis of the auricles (9/10 patients) and arthropathy (8/10 patients) are the most common presenting signs. Chondritis was also seen in the nose (6/10) and the upper respiratory tract involving the larynx and trachea (4/10). Cochlear and vestibular damage and ocular inflammation were each seen in 5/10 patients. Patients were treated with steroids and/or Dapsone. Both drugs were reliable in abating episodes of activity and in decreasing recurrences. These results further support Dapsone as an alternate form of treatment for RP.
Article
Relapsing polychondritis (RP) is not a totally rare rheumatic disease. We have seen 23 patients from 1960-1975, and there are now a total of 159 reported cases, which form the basis of this study. RP occurs equally in both sexes, and has a maximum frequency in the fourth decade. 2) Empirically defined diagnostic criteria are proposed, to include the most common clinical features: a) Bilateral auricular chondritis b) Nonerosive sero-negative inflammatory polyarthritis c) nasal chondritis d) Ocular inflammation e) Respiratory tract chondritis f) Audiovestibular damage The diagnosis is based primarly upon the unique clinical features, and is quite certain if three or more criteria are present together with histologic confirmation. 3) Fifty percent of patients present with either auricular chondritis or the arthropathy of RP; but with prolonged follow-up, a majority of patients develop four or more of the above mentioned criteria. 4) Approximately 30 percent of patients have a preceding or coexistent rheumatic or autoimmune disease, which can lead to initial diagnostic confusion. 5) Laboratory and radiographic investigations help mainly to rule out other diagnostic possibilities, with no characteristic abnormalities being present in a majority of patients. 6) On follow-up, three-fourths of our patients required chronic corticosteroid therapy with an average dose of 25 mg per day of prednisone. Corticosteroids decrease the frequency, duration, and severity of flares, but do not stop disease progression in severe cases. 7) The mortality rate has been 30 percent in our series and 22 percent in the other 136 reported cases. Of the 29 cases where the cause of death was known, 17 were from respiratory tract involvement and 9 from cardiac valvular or vasculitic involvement, emphasizing the need to search for critical involvement of either of these organ systems in each patient. 8) Detailed reports of selected cases are presented to illustrate the clinical diagnosis and differential diagnosis, and to demonstrate the need for careful prolonged follow-up. 9) Although the etiology remains unknown, there is a frequent association with, and clinical similarity to, other rheumatic diseases. 10) Careful clinicopathological study of our 23 patients leads us to postulate an underying systemic vascultis as an important pathologic mechanism in RP.
Article
We describe a 42-year-old man with features of both Behçet's disease and relapsing polychondritis. The term MAGIC syndrome (mouth and genital ulcers with inflamed cartilage) has previously been used to describe similarly affected patients. We discuss the diagnostic criteria and pathogenetic mechanisms.
Article
Cytotoxic agents have long been used in Behçet's syndrome, especially for eye involvement, but their effectiveness has been uncertain. We conducted a two-year randomized, placebo-controlled, double-blind trial of azathioprine (2.5 mg per kilogram of body weight per day) in Turkish men with Behçet's syndrome without eye disease (group 1; n = 25) or with eye disease (group 2; n = 48). Corticosteroid treatment remained available to all the patients. All six patients withdrawn from the study because of severe eye disease were receiving placebo (P less than 0.001). Azathioprine was superior to placebo in the prevention of new eye disease in group 1 (1 vs. 8 patients; P less than 0.01) and in group 2 among the 14 patients who at entry had disease in only one eye (P less than 0.001). There were fewer episodes of hypopyon uveitis (1 vs. 15; P less than 0.001) among the group 2 patients who took azathioprine. The patients taking azathioprine also had less frequent oral ulcers, genital ulcers, and arthritis. There were no serious side effects attributable to azathioprine. We conclude that azathioprine is effective in controlling the progression of Behçet's syndrome, especially its most serious manifestation, eye disease.
Article
Five patients with features of coexistent relapsing polychondritis and Behçet's disease are described. Review of the literature supports the overlap of the clinical manifestations of these two conditions. A common immunologic abnormality is likely, and elastin is cited as a possible target antigen. The "mouth and genital ulcers with inflamed cartilage (MAGIC) syndrome" is the proposed name for this entity.