ArticlePDF Available

Complicações iniciais do uso de dois microceratótomos automatizados

Authors:

Abstract

Purpose: To describe per- and postoperative complications which occurred with the first use of two automated microkeratomes for the performance of LASIK. Methods: Retrospective study of first surgeries performed with two automated microkeratomes. Seventy eyes from 54 patients using Chiron's® microkeratome, Automated Corneal Shaper (ACS) model, from April 1997 to April 1998 and 100 eyes from 82 patients using automated microkeratome Moria® Carriazo-Barraquer (CB), from February 1999 to June 1999. Refractive ablation was performed with the Summit Apex Plus Excimer Laser (193 nm). We evaluated the per- and postoperative complications up to one month of follow-up. Results: Photoablation was not performed in three cases (4.3%) using ACS microkeratome and in one case (1%) using CB microkeratome. Most frequent complications found with ACS were: failure of automated return of microkeratome (7.1%), partial keratotomy (4.3%), presence of stromal folds (14.3%), central de-epithelialization (4.3%). With CB there were: descentered flap (3%), central desepitheliazation (5%), stromal folds (28%) and Sahara Sands syndrome (6%). Conclusions: Initial use of both microkeratomes was related to important per- and postoperative complications, which did not lead to loss of vision. Clinical knowledge of the alterations which occurred with the use of these instruments and a better experience of their utilization may reduce these complications.
Arq Bras Oftalmol 2001;64:223-7
Complicações iniciais do uso de dois microceratótomos
automatizados
Objetivo: Descrever as complicações per e pós-operatórias ocorridas
durante o uso inicial de dois microceratótomos automatizados na
realização de LASIK. Métodos: Estudo retrospectivo das primeiras
cirurgias realizadas com dois microceratótomos automatizados, sendo
70 olhos de 54 pacientes utilizando o microceratótomo da Chiron
modelo Automated Corneal Shaper (ACS), no período de abril de 1997
a abril de 1998 e 100 olhos de 82 pacientes com o microceratótomo
automatizado Moria Carriazo-Barraquer (CB), durante o período de
fevereiro de 1999 a junho de 1999. A fotoablação foi realizada com
excimer laser de fluoreto de argônio de 193 nm da Summit modelo Apex
Plus. Foram avaliadas as complicações per e pós-operatórias até um
mês de seguimento. Resultados: A fotoablação não foi realizada em 3
casos (4,3%) usando-se o microceratótomo ACS e em 1 caso (1%) usando
o microceratótomo CB. As complicações mais freqüentemente encontra-
das com o ACS foram: falha no retorno automatizado do microceratótomo
(7,1%), ceratectomia parcial (“flap” incompleto): 4,3%, presença de
dobras estromais (14,3%), desepitelização central (4,3%) e crescimento
epitelial na interface (4,3%). Já com o CB, foram encontrados: “flap”
descentralizado (3%), desepitelização central (5%), dobras estromais
(28%) e síndrome das Areias de Sahara (6%). Conclusões: O uso inicial
de ambos microceratótomos foi relacionado a considerável índice de
complicações per e pós-operatórias, não levando necessariamente à
perda de visão. Maior conhecimento clínico das alterações ocorridas
com o uso destes instrumentos, bem como maior experiência na sua
utilização podem diminuir a ocorrência de complicações.
Initial complications of two automated microkeratomes
1Setor de Cirurgia Refrativa do Departamento de Oftal-
mologia da Universidade Federal de São Paulo - Escola
Paulista de Medicina.
2Bioengenharia Ocular do Departamento de Oftalmolo-
gia da Universidade Federal de São Paulo - Escola
Paulista de Medicina.
Cada autor declara que não posui interesse financeiro
no desenvolvimento ou marketing dos instrumentos
referidos no artigo.
Endereço para correspondência: Av. Rio Branco,
4340/700 - Juiz de Fora (MG) CEP 36026-500. E-mail:
mpassos@usa.net
Nota Editorial: Pela análise deste trabalho e por sua
anuência sobre a divulgação desta nota, agradecemos
ao Dr. Ednei G. Nascimento.
Monica do Carmo Passos
1
Ricardo Takahashi
1
Edson S. Mori
1, 2
César K. Suzuki
1
Paulo Schor
1, 2
RESUMO
Descritores: Ceratomileuse assistida por excimer laser in situ/complicações; Ceratectomia
fotorrefrativa por excimer laser; Cirurgia a laser; Microcirurgia
INTRODUÇÃO
A técnica da ceratectomia fotorrefrativa associada à ceratectomia
lamelar pediculada (LASIK) para correção de miopia, astigmatismo e hiper-
metropia tem sido amplamente utilizada e divulgada nos dias de hoje. Este
procedimento é utilizado com uma segurança cada vez maior, não só no que
diz respeito à técnica cirúrgica(1-2) como também à previsibilidade dos resul-
tados, levando a uma melhora da acuidade visual não corrigida no período
pós-operatório(3-4).
A cirurgia refrativa contemporânea teve início com José I. Barraquer em
1964. A partir daí foram desenvolvidos vários instrumentais cirúrgicos até
chegarmos aos aparelhos de fotoablação e microceratótomos disponíveis
no mercado, com previsibilidade e segurança muito maiores.
Arq Bras Oftalmol 2001;64:223-7
224 Complicações iniciais do uso de dois microceratótomos automatizados
Atualmente a técnica cirúrgica do LASIK consiste na reali-
zação de uma ceratectomia lamelar pediculada através de um
microceratótomo, que pode ser manual ou automatizado, reali-
zação da fotoablação corneana através de um aparelho de
excimer laser de fluoreto de argônio emitindo radiação ultra-
violeta e comprimento de onda de 193 nm. O mecanismo de
ablação consiste em remover tecido do estroma corneano por
um mecanismo de fotovaporização(3).
Nesta cirurgia podem ocorrer complicações relacionadas ao
uso dos diversos tipos de microceratótomos utilizados na rea-
lização da ceratectomia lamelar pediculada(5-8), como “flaps”
irregulares, incompletos ou totais, dobras estromais, Síndrome
das Areias de Sahara e infecção.
A rápida recuperação visual, a satisfação dos pacientes, a
previsibilidade nas altas ametropias e a estabilidade refracio-
nal têm sido fatores decisivos na escolha desta técnica cirúr-
gica, pelo cirurgião. No entanto, existe uma curva de aprendi-
zado até que se possa realizar corretamente a ceratotomia
lamelar(1). O treinamento correto é fundamental para a diminui-
ção de complicações(3).
O objetivo deste trabalho é descrever as principais compli-
cações iniciais ocorridas com o uso de dois microceratótomos
automatizados na realização da cirurgia de LASIK em um ser-
viço universitário.
MÉTODOS
Foi realizado um estudo retrospectivo de 70 olhos de 54
pacientes e 100 olhos de 82 pacientes submetidos a LASIK
usando os microceratótomos Automated Corneal Shaper® ou
ACS (Chiron) e Carriazo-Barraquer® ou CB (Moria) de abril de
1997 a abril de 1998 e de fevereiro de 1999 a junho de 1999,
respectivamente. A espessura da ceratotomia nos casos ope-
rados com o microceratótomo modelo ACS foi 130 ou 160 micra
dependendo da paquimetria per-operatória. A foto-ablação foi
realizada com “excimer laser” de fluoreto de argônio de 193 nm
da Summit modelo Apex Plus®.
Foram avaliadas e descritas as principais complicações
ocorridas com o uso destes aparelhos nos períodos intra-
operatório e pós-operatório imediato (15 minutos após a ci-
rurgia) e pós-operatório recente (até um mês).
RESULTADOS
Foram observadas 11 complicações intra-operatórias
(16%) utilizando-se o microceratótomo ACS e 23 (23%) utili-
zando-se o microceratótomo CB, sendo que a fotoablação não
foi realizada em 3 (4,3%) e 1 (1%) casos respectivamente.
Usando o ACS ocorreram 5 casos (7,1%) nos quais houve
falha no retorno automatizado do microceratótomo necessi-
tando retorno manual do mesmo após ceratotomia regular; 1
caso (1,4%) de ceratectomia total, 1 caso (1,4%) de ceratecto-
mia dupla, 3 casos (4,3%) de ceratectomia parcial e 1 caso
(1,4%) de ceratectomia total.
Usando o CB, em 14 casos (14%) houve a necessidade de
realizar-se o retorno manual do microceratótomo após ceratec-
tomia regular. Ocorreram também 3 casos (3%) que apresenta-
ram “flap” descentralizado, 5 casos (5%) com desepitelização
central e 1 caso (1%) de ceratectomia parcial (Gráfico 1).
Até uma semana de pós-operatório foram observadas
dobras com o uso de ambos microceratótomos. Ocorreram 3
casos (4,3%) de dobras com o ACS sendo que em 2 (66,6% dos
casos de dobras) havia sido utilizado “flap” com 130 micra de
espessura, e 28 casos (28%) com o CB. Além das dobras, com
o uso deste microceratótomo (CB) ocorreram também 6 casos
(6%) de Síndrome de Sahara, 1 caso (1%) de deslocamento do
retalho e 1 caso (1%) de infecção. Já com o outro aparelho
(ACS), constatamos neste período 3 casos (4,3%) de desepite-
lização central; conforme exposto no gráfico 2.
Os casos de Síndrome das Areias de Sahara apresentaram
boa evolução após a introdução de corticóide tópico em altas
doses. Esta intercorrência não interferiu na acuidade visual
final destes pacientes.
O paciente que apresentou infecção no pós-operatório
evoluiu com embaçamento visual (acuidade visual = 20/50),
dor, hiperemia conjuntival e epífora no terceiro dia após a
cirurgia. Após instituição do tratamento específico houve me-
lhora significativa do quadro e após 3 meses de cirurgia o
paciente apresentava acuidade visual de 20/25, com refração
sob cicloplegia de +0,50 DE.
Gráfico 1 - Complicações intra-operatórias
Gráfico 2 - Complicações pós-operatório (até 1 semana)
Arq Bras Oftalmol 2001;64:223-7
Complicações iniciais do uso de dois microceratótomos automatizados 225
Com 1 mês de pós-operatório foram observados, nos pa-
cientes operados com o microceratótomo ACS (Chiron), mais 7
casos (10%) de dobras e 3 casos (4,3%) de crescimento
epitelial na interface. Nos pacientes operados com o micro-
ceratótomo CB (Moria), encontramos 2 casos (2%) de cresci-
mento epitelial na interface (Gráfico 3).
O gráfico 4 mostra o total de complicações pós-operatórias
acumuladas até 1 mês, excluindo-se aquelas que ocorreram
durante a cirurgia (intra-operatório).
Com isso, obtivemos um total de 16 complicações (23%
dos pacientes operados) até 1 mês de seguimento utilizando-
se o microceratótomo ACS e 37 (37% dos pacientes operados)
utilizando-se o microceratótomo CB (Gráfico 4).
Além disso, quando analisamos as complicações ocorri-
das durante a cirurgia (intra-operatório) e até o seguimento de
um mês após a intervenção, obtivemos um total de 27 compli-
cações (39%) com o uso do microceratótomo da Chiron (ACS)
e 60 (60%) com o uso do microceratótomo da Moria (CB).
DISCUSSÃO
Neste estudo foi encontrado um índice elevado de compli-
cações intra e pós-operatórias (até um mês de seguimento)
relacionadas aos microceratótomos utilizados. É importante
salientar que foram envolvidos no trabalho vários cirurgiões
em fase inicial de aprendizado tanto da utilização do laser
quanto do microceratótomo, sempre sob supervisão de cirur-
giões mais experientes. Isto pode ter contribuído para au-
mentar o número de intercorrências. A maioria das complica-
ções ocorridas (retorno manual do microceratótomo, desepite-
lização central, dobras estromais que não interferiam na acui-
dade visual) foram facilmente contornadas não levando a pre-
juízo no resultado final da cirurgia. As complicações ocorre-
ram com maior freqüência no início da utilização dos microce-
ratótomos(3) e estudos têm demonstrado que à medida em que
há familiarização do cirurgião com estes instrumentos, o índice
de complicações diminui consideravelmente(1, 6).
As complicações intra-operatórias mais freqüentemente
encontradas com o ACS foram: falha no retorno automatizado
do microceratótomo, ceratectomias total, dupla e parcial. Já
com o CB foram: necessidade de realização de retorno manual
do microceratótomo, retalho descentralizado, desepitelização
central e ceratectomia parcial.
A necessidade de utilização manual do microceratótomo
pode ocorrer pois a integração da oscilação lateral da lâmina e
do deslocamento da cabeça do aparelho é conseguido por
engrenagem interna acionada por motor elétrico. Para adequa-
ção no espaço e ergonomia, tal motor tem potência reduzida e
revoluções na casa das 8 mil rpm. Por essas limitações há uma
fragilidade inerente, que obriga a lubrificação constante e
troca de instrumentos internos regularmente. Tais considera-
ções são exemplificadas na alta freqüência que os motores,
mesmo os novos, apresentaram de falhas em seu funciona-
mento. Outro fator importante é o acoplamento da cabeça ao
trilho guia. Se for muito justo haver atrito demasiado e falha no
avanço. Os problemas de propulsão têm sido minimizados com
o uso de ar ao invés de eletricidade, e tais motores turbinados
são mais potentes e promovem mais rotações. Por outro lado
há nesses casos o desacoplamento do avanço da cabeça e da
oscilação da lâmina (esta automatizada), obrigando o cirurgião
ao avanço manual que carrega consigo outra curva de apren-
dizado.
Em relação aos problemas encontrados no corte, como
cortes duplos ou irregulares, o estado da lâmina pode ser
responsável pelo efeito. Nos microceratótomos disponíveis,
as lâminas encontram-se expostas e sujeitas a toques, que
mesmo sutis, podem danificar seu corte, e levar a imperfeições.
A proteção das lâminas deveria ser motivo de preocupação,
fabricantes.
As ceratectomias totais (retalhos livres) ocorrem quando
as córneas são demasiadamente planas, e a área de aplana-
mento muito pequena. Aparelhos com anéis de ajuste, como o
CB, tendem a diminuir tal risco.
As ceratectomias parciais se diferenciam das irregulares,
pois na última houve o corte até a parada do aparelho (até o
fim do avanço), e nas primeiras não houve o avanço pleno.
Isso ocorre quer pela inexperiência do cirurgião que julga já
haver acabado o avanço e inicia o retrocesso antes de seu
final, ou por obstruções no trajeto, que mecanicamente impe-
Gráfico 4 - Complicações pós-operatórias acumuladas (até 1 mês)
Gráfico 3 - Complicações pós-operatórias adicionais (até 1 mês)
Arq Bras Oftalmol 2001;64:223-7
226 Complicações iniciais do uso de dois microceratótomos automatizados
dem o avanço total. Em ambos os casos a intervenção humana
diminui os riscos, quer seja aguardando até que o aparelho
chegue até o final do curso, ou se assegurando que o trilho
esteja desimpedido de cílios, blefarostato, pálpebras ou “ste-
rildrape” antes do início do corte.
As descentralizações são evitadas com o deslocamento
ligeiramente superior (nos microceratótomos verticais), e na-
sal (em todos os casos). Isso porque a pupila em geral se
apresenta mais nasal. As desepitelizações centrais são
causadas por fraca aderência do epitélio à membrana basal, ou
por demasiado atrito durante a passagem do aplanador sobre
a córnea. Nas duas situações, a diminuição do atrito com
lubrificação prévia ao corte minimiza riscos, e o até o uso de
medicamentos fluidos como o colírio Alfagan® foram preconi-
zados. Nossa rotina é a de irrigar a superfície da córnea com
soro fisiológico imediatamente antes do corte.
Na primeira semana de pós-operatório ocorreram compli-
cações como: presença de dobras com ambos os microcerató-
tomos, desepitelização central com o uso do ACS, Síndrome
das Areias do Sahara, deslocamento do retalho e infecção com
o uso do CB.
Síndrome das Areias do Sahara foi encontrado em 6 casos
(6%) operados com o microceratótomo CB e em nenhum caso
operado com o microceratótomo ACS. Tal complicação tem
sido descrita como uma inflamação da interface que pode estar
relacionada a diversos fatores como maior dificuldade na lim-
peza da lâmina e da cabeça do microceratótomo, diâmetro e
espessura lamelares maiores, cabeça vertical, instrumental
novo com uma menor familiarização no seu manuseio(8).
A presença de infecção foi evidenciada e confirmada em
apenas 1 caso (1%) operado com o microceratótomo da Moria,
de toda a série estudada. O microorganismo evidenciado no
exame microbiológico foi o S. Aureus. O diagnóstico e trata-
mento precoces contribuiram para uma boa evolução do pro-
cesso. Outros casos de ceratite infecciosa pós LASIK descri-
tos na literatura que tiveram diagnóstico e tratamento preco-
ces também tiveram evolução satisfatória(9-10).
Até o primeiro mês de pós-operatório evidenciamos um
aumento de 10% (7 casos) no número de dobras encontradas
nos pacientes que haviam sido operados com o microcerató-
tomo da Chiron, bem como a presença de crescimento epitelial
na interface em 3 pacientes (4,3%) operados com o microcera-
tótomo da Chiron (ACS ®) e em 2 pacientes (2%) operados com
o microceratótomo da Moria (CB®). Tal fato pode ser devido à
diminuição do edema existente no pós-operatório imediato,
permitindo então a melhor observação de detalhes, como as
dobras. A epitelização de interface tem sido pouco descrita na
literatura e se relaciona a manipulação excessiva do retalho no
ato operatório, com eventual contato direto (por toque) ou
indireto (por células soltas) do epitélio com o estroma subja-
cente. O levantamento do “flap” e a limpeza da interface deve
ser realizada quando há sofrimento do estroma anterior, ou
alteração na topografia corneana com conseqüências ópticas.
Outros trabalhos também demonstraram complicações se-
melhantes àquelas encontradas no nosso estudo porém com
índices menores, como é o caso dos trabalhos realizados por
Gimbel e al.(1) e por Lin e al.(6) em que foram analisados 1000 e
1019 casos operados, respectivamente, por um único cirurgião
pela técnica de LASIK. Tal diferença provavelmente ocorreu
pois o número de pacientes avaliados bem como o de cirur-
giões em aprendizado envolvidos nas amostras foram dife-
rentes.
A comparação da eficácia de diferentes microceratótomos
tem sido realizada em vários estudos, como o realizado por
Binder e col. publicado em 1997(5) que compara os microcera-
tótomos ACS (Chiron) e MicroPrecision (Eye Technology) em
olhos modelos de Bancos de Olhos. Neste trabalho os autores
concluem que diferentes microceratótomos produzem carac-
terísticas morfológicas e dimensões do “flap” corneano dife-
rentes daquelas esperadas.
No nosso trabalho podemos dizer que independente do
modelo do microceratótomo, as complicações ocorridas são
semelhantes.
CONCLUSÃO
O uso inicial dos microceratótomos automatizados Auto-
mated Corneal Shaper® (Chiron) e Carriazo-Barraquer® (Moria)
foi relacionado a considerável índice de complicações per e
pós-operatórias. Características específicas de cada instru-
mento ou da técnica cirúrgica estão relacionadas a complica-
ções como Síndrome das Areias do Sahara ou problemas
mecânicos do motor do aparelho. Sendo assim, o conhecimen-
to destas alterações e o uso continuado destes instrumentos
torna-se necessário para diminuir tais complicações e melho-
rar o índice de sucesso das cirurgias refrativas.
ABSTRACT
Purpose: To describe per- and postoperative complications
which occurred with the first use of two automated microke-
ratomes for the performance of LASIK. Methods: Retrospec-
tive study of first surgeries performed with two automated
microkeratomes. Seventy eyes from 54 patients using Chiron’s
microkeratome, Automated Corneal Shaper (ACS) model, from
April 1997 to April 1998 and 100 eyes from 82 patients using
automated microkeratome MoriaCarriazo-Barraquer (CB),
from February 1999 to June 1999. Refractive ablation was
performed with the Summit Apex Plus Excimer Laser (193 nm).
We evaluated the per- and postoperative complications up to
one month of follow-up. Results: Photoablation was not per-
formed in three cases (4.3%) using ACS microkeratome and in
one case (1%) using CB microkeratome. Most frequent com-
plications found with ACS were: failure of automated return of
microkeratome (7.1%), partial keratotomy (4.3%), presence of
stromal folds (14.3%), central de-epithelialization (4.3%). With
CB there were: descentered flap (3%), central desepitheliaza-
Arq Bras Oftalmol 2001;64:223-7
Complicações iniciais do uso de dois microceratótomos automatizados 227
tion (5%), stromal folds (28%) and Sahara Sands syndrome
(6%). Conclusions: Initial use of both microkeratomes was
related to important per- and postoperative complications,
which did not lead to loss of vision. Clinical knowledge of the
alterations which occurred with the use of these instruments
and a better experience of their utilization may reduce these
complications.
Keywords: Keratomileusis, laser in situ/complications; Kera-
tectomy, photorefractive,excimer laser; Laser surgery; Micro-
surgery
REFERÊNCIAS
1. Gimbel HV, Penno EE, van Westenbrugge JA, Ferensowicz M, Furlong MT.
Incidence and management of intraoperative and early postoperative
complications in 1000 consecutive laser in situ keratomileusis cases.
Ophthalmology 1998;105:1839-4, discussion 1847-8.
2. Hayashi S, Braz A, Vasques M, Plut R, Sartori M, Chamon W, et al.
Ceratectomia fotorrefrativa com excimer laser de fluoreto de argônio de 193
nm para a correção da mmiopia: estudo clínico. Arq Bras Oftalmol
1997;60:147-51.
3. Mori E, Suzuki CK, Allemann N, Schor P, Campos M, Chamon W.
Ceratectomia fotorrefrativa associada à ceratotomia lamelar pediculada
(LASIK) para correção de miopia e astigmatismo moderados e altos em um
serviço universitário. Arq Bras Oftalmol 1998;61:585-9.
4. Carvalho M, Nascimento E, Chamon W, Allemann N, Campos M, Scarpi
MJ. LASIK na correção da alta miopia. Arq Bras Oftalmol 1997;60:570-5.
5. Binder PS, Moore M, Lambert RW, Seagrist DM. Comparison of two
microkeratome system. J Refract Surg 1997;13:142-53.
6. Lin RT, Maloney RK. Flap complications associated with lamellar refractive
surgery. Am J Ophthalmol 1999;127:129-36.
7. Velasco-Martinelli EJ, Tarcha FA. Superior hinge laser in situ keratomileu-
sis. J Refract Surg 1999;15(2 Suppl):S209-11.
8. Kaufman SC, Maitchouk DY, Chiou AG, Beuerman RW. Interface inflamma-
tion after laser in situ keratomileusis. Sands of the Sahara syndrome. J
Cataract Refract Surg 1998;24:1589-93.
9. Kim HM, Song JS, Han HS, Jung HR. Streptococcal keratitis after myopic
laser in situ keratomileusis. Korean J Ophthalmol 1998;12:108-11.
10. Al Reefy M. Bacterial keratitis following laser in situ keratomileusis for
hyperopia. J Refract Surg 1999;15(2 Suppl):S216-7.
Encontro da Academia Americana
de Oftalmologia
11 a 14 de Novembro de 2001
New Orleans - Louisiania - EUA
INFORMAÇÕES: Meetings & Exhibits Division
POBox 7424
San Francisco, CA 94120-7424
e-mail: meetings@aao.org
home page: www.eyenet.org (pode ser acessada
à partir da home page do CBO: www.cbo.com.br)
ResearchGate has not been able to resolve any citations for this publication.
Article
Full-text available
Objetivo: avaliar a ceratectomia fotorrefrativa de zona única com excimer laser na correção de miopias. Métodos: utilizou-se o excimer laser Summit OmniMed para o tratamento da miopia em 167 olhos divididos segundo o equivalente esférico em três grupos: miopia leve (até -5,0 D), miopia moderada (entre -5,25 D e -7,0 D) e miopia alta (acima de -7,0 D). Resultados: Após um mês do tratamento, 100% dos olhos no grupo da miopia leve, 60% no da miopia moderada e 57% no da miopia alta apresentavam-se dentro de uma dioptria de emetropia. A acuidade visual sem correção de 0,8 ou mais foi atingida por 93%, 80% e 28,6% destes olhos respectivamente após nove meses. A principal complicação pós-operatória foi o desenvolvimento de opacidade corneana na frequência de 3,06%, 10,5% e 29,0% nos três grupos. Conclusão: Baseado nos resultados obtidos nesta série, ceratectomia fotorrefrativa por excimer laser é um procedimento seguro e eficaz para o tratamento de miopias leves e moderadas.
Article
Full-text available
Developed since 1991, laser intrastromal keratomileusis (LAS1K) is a new surgical choice for high myopic patients. This study was conducted with 12 eyes of 9 high myopic patients (4 men and 5 women), submitted to intra stromal refractive photokeratectomy. A microkeratotomo (Clear corneal molder®) and a 193 nm ArF excimer laser OmniMED (Summit Technology, Walthan, MA, EUA), with a radiant exposure of 160 to 180 mJ/cm2, a repetition rate of 10 Hz and maximum ablation diameter of 5 mm, was used. The mean spherical equivalent preoperative refraction reduced from -13.39 to +0.89 on the sixth month of postoperative follow up. The mean pre operative visual acuity of O. 65 changed to O. 64, which was not a significant difference. It was observed a significant variation of 6. 91 between the keratometric means pre and post opera tive follow up of 6 months and a relationship of 0.50, between the mean keratometric and the mean spherical equivalent refraction variations. The following complications were observed: disc loss in one patient (8. 33%), disc dislocation in 2 patients (16. 66%), interface metallic deposit in 7 patients (58.33%), folds in the cap in 8 patients (66. 64%), epithelial cysts in 4 patients (33.32%), infection in one patient (8.16%) and ocular hipertension in two patients (16. 66%). Based on the results, laser intrastromal keratomileusis (LASIK) have shown to be a promissing procedure for its efficiency in improving the visual acuity without correction and reducing the myopic spherical equivalent. However, it doesn't offer much safety due to the high incidence of complications observed and the loss of the best corrected visual acuity line.
Article
Full-text available
Objetivo: Avaliar os resultados clínicos e complicações da ceratectomia fotorrefrativa, associada à ceratotomia lamelar pediculada (LASIK), para graus moderados e altos de miopia e astigmatismo miópico composto em serviço universitário. Pacientes e Métodos: Análise prospectiva de 70 olhos de 54 pacientes submetidos a LASIK, durante o período de abril de 1996 a abril de 1997. Após ceratotomia lamelar pediculada corneana com um microcerátomo motorizado (Chiron Corneal Shaper®), foi realizada a foto-ablação com excimer laser de fluoreto de argônio de 193 nm da Summit modelo Apex Plus®. Em 3 olhos, a foto-ablação não foi realizada, devido complicações durante a ceratotomia lamelar. Dos 67 olhos submetidos à foto-ablação, 60 apresentaram um seguimento mínimo de 1 mês e foram avaliados clinicamente. Em 36 olhos (60,0%) o tratamento foi programado para correção do equivalente esférico (Grupo I) e em 24 olhos (40,0%), o tratamento objetivou a correção do astigmatismo miópico composto (Grupo II). Resultados: O tempo médio de seguimento pós-operatório foi de 4,5 meses. O equivalente esférico pré-operatório foi de -10,33 D (± 3,29). As médias das variações dos equivalentes esféricos em relação ao tratamento desejado nos meses 1, 3 e 6 foram, respectivamente, +0,06 D (± 1,74), -0,38 D (± 1,78) e -0,58 D (± 1,75). Ocorreram 12 complicações intra-operatórias, sendo 11 relacionadas ao microcerátomo. Não houve mudança da acuidade visual melhor corrigida, dentro de 1 linha da tabela de Snellen, em 43 olhos (71,7%), dentre os 60 analisados clinicamente. Houve perda de 2 ou mais linhas em 10 olhos (16,7%), e ganho de 2 ou mais linhas em 7 casos (11,7%). Foram observados 21 casos (35,0%) de hipocorreção acima de -1,00 D, sendo 20 olhos pertencentes ao Grupo I. Conclusão: O LASIK apresentou-se como uma boa opção de tratamento para miopias moderadas e altas, porém apresentou uma alta incidência de complicações durante o seu aprendizado.
Article
Full-text available
BACKGROUND: Microkeratomes are currently used for keratomiluesis in situ (automated lamellar keratoplasty) for myopia and hyperopia and for laser in situ keratomileusis (LASIK). Visual and refractive complications have been reported with these refractive surgical procedures. We compared two microkeratomes in their ability to resect corneal lamellae to gain insight into possible mechanism(s) of refractive and visual complications following lamellar refractive procedures. METHODS: Using an eyebank eye model, we performed automated lamellar keratoplasty to theoretically correct 10.00 diopters (D) of myopia using the Automated Corneal Shaper, manufactured by Chiron, Inc. and the MicroPrecision microkeratome, manufactured by Eye Technology, Inc. Diameters before (wet) and after fixation, thicknesses of excised tissue, and scanning electron microscopy were measured in a masked evaluation to compare instruments. Ultrasonic corneal pachymetry and a mechanical tissue compression gauge were also used to assess thickness of excised tissue. RESULTS: The Chiron automated corneal shaper created blade chatter marks at the edges of all excisions, smaller than anticipated excision diameters, and a wide range of tissue thicknesses. In contrast, the MicroPrecision microkeratome created smoother resections of all tissues without creating blade marks; tissue diameters and thicknesses were closer to the intended dimensions compared to the Chiron automated corneal shaper. CONCLUSION: Different microkeratomes create different morphologic features as they excise corneal tissue. Differences in instrument design, mechanics of the tissue excision and blade oscillation, and instrument traverse combined with surgical skill influence the configuration of lamellar keratotomies. [J Refract Surg 1997;13:142-153]
Article
Full-text available
A 42-year-old Bahraini man had uneventful laser in situ keratomileusis for hyperopia (OD: +3.00 +0.75 x 155°; OS: +2.00 +0.50 x 155°). Three weeks later, he presented with localized keratitis in his right eye, with localized keratitis at the flap margin with stromal edema. Uncorrected visual acuity was 20/80 OD with no improvement with pinhole, and was 20/20 OS. Corneal smear culture showed a positive growth of Staphylococcus aureus. The patient was immediately treated with subconjunctival gentamicin and intensive topical ofloxacin 0.3% with systemic cephalosporin. The patient recovered from keratitis within 2 weeks and his uncorrected visual acuity OD improved to 20/20. Keratitis following LASJX should be treated promptly so that it does not lead to permanent reduction in visual acuity. [J Refract Surg 1999il5(suppl):S216-S217]
Article
Purpose: Corneal lamellar refractive surgery for myopia reduces the risk of corneal haze but adds to the risk of flap complications. We retrospectively determined the incidence of flap complications in the initial series of eyes undergoing lamellar refractive surgery by one surgeon. We assessed the incidence of flap complications overall, the trend in these complications during the surgeon's learning curve, and the impact of the complications on best spectacle-corrected visual acuity. Methods: Charts of the first 1,019 eyes that underwent myopic keratomileusis in situ or laser in situ keratomileusis were reviewed for flap complications and visual outcome. Results: Of the 1,019 eyes, 490 eyes underwent myopic keratomileusis in situ, and 529 eyes underwent laser in situ keratomileusis. Eighty-eight (8.6%) of 1,019 eyes had flap-related complications. Six eyes had two complications. Intraoperative complications included irregular keratectomy in nine eyes (0.9%), incomplete keratectomy in three eyes (0.3%), and a free cap in 10 eyes (1.0%). The incidence of intraoperative complications was six (6.0%) in the first 100 consecutive eyes, 14 (2.3%) in the next 600 consecutive eyes (P = .04, chi-square test), and one (0.3%) in the last 300 eyes (P = .03, chi-square test). Postoperative complications included displaced flaps that required repositioning in 20 eyes (2.0%), folds in the flap that required repositioning in 11 eyes (1.1%), diffuse lamellar keratitis in 18 eyes (1.8%), infectious keratitis in one eye (0.1%), and epithelial ingrowth that required removal in 22 eyes (2.2%). The incidence of flap displacement and folds in 200 eyes in which we irrigated under the flap and allowed it to settle without further manipulation averaged 8.5%, whereas the incidence in other groups of 100 consecutive eyes averaged 0.8% (P < .00001, chi-square test). The incidence of diffuse lamellar keratitis was 0.2% in eyes that had undergone myopic keratomileusis in situ and 3.2% in eyes treated by laser in situ keratomileusis (P = .0003, chi-square test). No eye lost 2 or more lines of best spectacle-corrected visual acuity because of flap complications. Conclusion: Flap complications after lamellar refractive surgery are relatively common but rarely lead to a permanent decrease in visual acuity. Physician experience with the microkeratome and with the handling of the corneal flap decreases the incidence of flap complications.
Article
To identify intraoperative and early postoperative complications of laser in situ keratomileusis (LASIK) surgery learning curve and to offer recommendations on prevention and management. Retrospective noncomparative case series. The first 1000 consecutive myopic LASIK eyes (April 1995-February 1997) operated on by one surgeon (HVG) were examined. Myopic LASIK surgery was performed with the Chiron Corneal Shaper and NIDEK EC-5000 excimer laser. The preoperative and 6-month postoperative spherical equivalent, best-corrected visual acuity, and corneal status were recorded, as was the incidence of intraoperative and early postoperative complications. The rate of retreatments was also recorded. There were 32 (3.2%) intraoperative complications and surgical events recorded, including 19 (1.9%) microkeratome-related flap complications and 13 (1.3%) nonmicrokeratome-related surgical events such as inability to obtain sufficient suction. There were 18 (1.8%) postoperative complications requiring repositioning of microwrinkled or shifted flaps. Six-month spherical equivalent was -0.52 diopter [D] +/- 1.19 D for eyes with microkeratome complications, -0.56 D +/- 1.07 D for the group with nonmicrokeratome-related intraoperative events, and -0.78 D +/- 0.92 for eyes requiring postoperative flap repositioning. None of the 32 eyes with intraoperative complications and surgical events lost 2 or more lines of vision. One eye in the postoperative complications group lost two lines of vision. The rate of microkeratome complications related to surgical technique and the overall surgery times decreased over the course of the first 1000 myopic LASIK cases. The complications encountered during the early learning curve of LASIK surgery have not in this series resulted in a significant loss of best-corrected visual acuity. With increasing surgical experience, the incidence of complications, along with surgical times, has decreased.
Article
To determine the source of the interface debris that causes the interface inflammation known as "sands of the Sahara" after laser in situ keratomileusis (LASIK). Department of Ophthalmology, LSU Eye Center, Louisiana State University Medical Center School of Medicine, New Orleans, USA. A microkeratome (Automated Corneal Shaper) was used to make a LASIK flap in 8 eyes of 4 rabbits. In 4 eyes, the blade was used directly from the sterile pack; in the contralateral 4 eyes, the blade was cleaned prior to use. In vivo confocal microscopy of the corneas was performed 1 day after surgery. An unused, cleaned blade and an unused, uncleaned blade, as well as blades used in the rabbit eyes, were examined by scanning electron microscopy. Confocal microscopy revealed numerous fragments of debris surrounded by inflammatory cells in the LASIK flap interfaces created by blades taken directly from the sterile package. Interfaces created by the cleaned blades showed only rare, scattered bits of debris. Scanning electron microscopy of the unused blades showed debris on the uncleaned blade removed directly from the sterile package. Post-LASIK interface inflammation may be caused by debris on the microkeratome blade, although other sources are possible. The interface debris and inflammation can be reduced or eliminated by cleaning the microkeratome blade before use.
Article
Corneal lamellar refractive surgery for myopia reduces the risk of corneal haze but adds to the risk of flap complications. We retrospectively determined the incidence of flap complications in the initial series of eyes undergoing lamellar refractive surgery by one surgeon. We assessed the incidence of flap complications overall, the trend in these complications during the surgeon's learning curve, and the impact of the complications on best spectacle-corrected visual acuity. Charts of the first 1,019 eyes that underwent myopic keratomileusis in situ or laser in situ keratomileusis were reviewed for flap complications and visual outcome. Of the 1,019 eyes, 490 eyes underwent myopic keratomileusis in situ, and 529 eyes underwent laser in situ keratomileusis. Eighty-eight (8.6%) of 1,019 eyes had flap-related complications. Six eyes had two complications. Intraoperative complications included irregular keratectomy in nine eyes (0.9%), incomplete keratectomy in three eyes (0.3%), and a free cap in 10 eyes (1.0%). The incidence of intraoperative complications was six (6.0%) in the first 100 consecutive eyes, 14 (2.3%) in the next 600 consecutive eyes (P = .04, chi-square test), and one (0.3%) in the last 300 eyes (P = .03, chi-square test). Postoperative complications included displaced flaps that required repositioning in 20 eyes (2.0%), folds in the flap that required repositioning in 11 eyes (1.1%), diffuse lamellar keratitis in 18 eyes (1.8%), infectious keratitis in one eye (0.1%), and epithelial ingrowth that required removal in 22 eyes (2.2%). The incidence of flap displacement and folds in 200 eyes in which we irrigated under the flap and allowed it to settle without further manipulation averaged 8.5%, whereas the incidence in other groups of 100 consecutive eyes averaged 0.8% (P < .00001, chi-square test). The incidence of diffuse lamellar keratitis was 0.2% in eyes that had undergone myopic keratomileusis in situ and 3.2% in eyes treated by laser in situ keratomileusis (P = .0003, chi-square test). No eye lost 2 or more lines of best spectacle-corrected visual acuity because of flap complications. Flap complications after lamellar refractive surgery are relatively common but rarely lead to a permanent decrease in visual acuity. Physician experience with the microkeratome and with the handling of the corneal flap decreases the incidence of flap complications.
Article
A 24-year-old healthy male underwent uncomplicated laser in situ keratomileusis (LASIK) in left eye. One day after the surgery, he complained of ocular pain and multiple corneal stromal infiltrates had developed in left eye. Immediately, the corneal interface and stromal bed were cleared, and maximal antibiotic treatments with fortified tobramycin (1.2%) and cefazolin (5%) were given topically. The causative organism was identified as 'Streptococcus viridans' both on smear and culture. Two days after antibiotic therapy was initiated, the ocular inflammation and corneal infiltrates had regressed and ocular pain was relieved. One month later, the patient's best corrected visual acuity had returned to 20/20 with -0.75 -1.00 x 10 degrees, however minimal stromal scarring still remained. This case demonstrates that microbial keratitis after LASIK, if treated promptly, does not lead to a permanent reduction in visual acuity.