ArticlePDF Available

Abstract

Estudaram-se a morfologia externa, a topografia e a biometria do aparelho reprodutor (ovários, útero, vagina e as tubas uterinas) de seis fêmeas adultas de bugio marrom (Alouatta guariba clamitans). Notou-se que os ovários apresentaram-se grandes e elipsóides, com superfície lisa ou irregular. As tubas uterinas mostraram-se longas, convolutas e com fimbrias bem desenvolvidas e abundantes. O útero é simples e marcado por uma cérvix longa, bem desenvolvida e um fundo globoso. A vagina mostra-se como um canal alongado, de paredes finas e revestido por uma mucosa com pregas longitudinais; o orifício externo da uretra é marcado por uma papila uretral bilobada.
A preview of the PDF is not available
... O seu habitat está sendo cada vez mais degradado por ações naturais ou por ações antrópicas o que leva a uma escassez de alimentos, obrigando-o explorar novos territórios e os deixando mais indefesos a caça predatória além de ficarem mais susceptíveis a acidentes (MACE et al., 2008). Dessa forma, o entendimento detalhado do sistema urogenital feminino de Eira barbara emerge como crucial para a perpetuação da espécie, como corroborado por pesquisas promissoras conduzidas por outros autores em outras espécies domésticas e selvagens, tais como Sapajus apella (LIMA et al., 2016), Eira barbara (GONÇALVES et al., 2022), Cuniculus paca (REIS et al., 2011), Alouatta guariba clamitans (VERAS et al., 2007), e Leopardus pardalis (MACHADO et al., 2020), cujos estudos contribuem significativamente para o avanço do conhecimento nessa área. ...
... O ovário de Eira barbara era um órgão par, fixado pelo ligamento próprio do ovário, o mesovário e mesossalpinge, de formato elipsoide e achatado e superfície lisa, envolto pela bolsa ovárica, sendo o direito mais cranial em relação ao esquerdo ( Figura 1A e B), semelhante ao observado na maioria das espécies domésticas (DYCE et al., 2019), além de espécies silvestres, como Alouatta guariba clamitans (VERAS et al., 2007). Apesar de ser esperada a presença de bolsa ovárica nas espécies aqui reportadas, existe uma espécie de roedor, o ratão-do-banhado (Myocastor coypus), que não possui bolsa ovárica (FELIPE; CABODEVILA; CALLEJAS, 1999). ...
... As tubas uterinas de Eira barbaram eram estruturas bilaterais, tortuosas e localizadas próximas aos ovários. Na macroscopia, não foi possível distinguir as três regiões distintas: infundíbulo, ampola e istmo, bem como relatado por Veras et al. (2007) para A. guariba clamitans. Na microscopia, a mucosa era revestida por epitélio pseudoestratificado ciliado, intensamente pregueada, com glândulas, sobre uma submucosa composta por tecido conjuntivo, vasos e nervos. ...
Article
Full-text available
Eira barbara popularmente conhecida como irara, é um carnívoro membro da Família Mustelidae com uma ampla distribuição geográfica e com grande importância ecológica. Dessa forma, a fim de fornecer mais estudo acerca da morfologia do trato urinário e reprodutivo desta espécie, este trabalho visa fornecer compreensão mais ampla do aparelho urogenital feminino de Eira barbara. Nos mamíferos, o trato urinário inclui um par de rins, um par de ureteres, uma vesícula urinária e uma uretra que se abre na região entre vagina e vestíbulo. O sistema genital feminino consiste em um par de gônadas, um par de tubas uterinas, útero, vagina e vestíbulo da vagina e como genitália externa temos a vulva. Os órgãos de interesse foram dissecados, fotografados e coletados para processamento de rotina histológica, corados pelo método de hematoxilina-eosina e tricrômico de Gomori. Os órgãos apresentaram certo grau de autólise, porém foi possível sugerir a fisiologia correlacionando as estruturas anatômicas de Eira barbara com animais domésticos e selvagens.
... Da mesma forma que nas fêmeas de Alouatta guariba clamitans (bugio marrom) e de Leontopithecus a vagina das fêmeas de S. sciureus apresenta-se como um tubo muscular alongado e achatado dorsoventralmente, fazendo comunicação com o vestíbulo caudalmente e com a cérvix cranialmente, porém, nos Leontopithecus a mucosa vaginal apresenta um pregueamento disposto transversalmente por toda sua extensão, enquanto que tanto nas S. sciureus quanto nas Alouatta guariba clamitans esse pregueamento é mediano longitudinal no qual é possível perceber uma depressão na altura do óstio uretral externo, com diferença entre essas duas espécies de que nas fêmeas de bugio marrom, o óstio uretral externo abre-se em uma papila distinta, proeminente e bilobada, componente não encontrado na vagina das S. sciureus (Claver et al., 1984;Veras et al., 2007;Pissinatti et al., 2008). ...
... Ao contrário do que foi registrado por Veras et al. (2007) e, corroborando as afirmativas de Colborn et al. (1967), a cérvix uterina do S. sciureus é curta mas, da mesma forma que na fêmea do bugio marrom, apresenta uma projeção em direção à vagina, ressaltando um sulco circular ao seu redor (fórnice vaginal), assim como relatado em Ateles e Cebus (Wislocki, 1932). ...
... O padrão retilíneo das tubas uterinas do Saimiri vai de encontro ao que foi relatado para algumas espécies de Callithrix e Lagothrix (Beattie, 1927;Hill, 1957;Cui e Matthews, 1994), diferindo do grupo dos Platyrrhini e outros calitricídeos, como os Leontopithecus, que apresentam tubas uterinas convolutas; porém, assim como no S. sciureus, em nenhuma destas espécies supramencionadas é possível distinguir macroscopicamente as regiões da tuba uterina (Veras et al., 2007;Pissinatti et al., 2008). ...
... Da mesma forma que nas fêmeas de Alouatta guariba clamitans (bugio marrom) e de Leontopithecus a vagina das fêmeas de S. sciureus apresenta-se como um tubo muscular alongado e achatado dorsoventralmente, fazendo comunicação com o vestíbulo caudalmente e com a cérvix cranialmente, porém, nos Leontopithecus a mucosa vaginal apresenta um pregueamento disposto transversalmente por toda sua extensão, enquanto que tanto nas S. sciureus quanto nas Alouatta guariba clamitans esse pregueamento é mediano longitudinal no qual é possível perceber uma depressão na altura do óstio uretral externo, com diferença entre essas duas espécies de que nas fêmeas de bugio marrom, o óstio uretral externo abre-se em uma papila distinta, proeminente e bilobada, componente não encontrado na vagina das S. sciureus (Claver et al., 1984;Veras et al., 2007;Pissinatti et al., 2008). ...
... Ao contrário do que foi registrado por Veras et al. (2007) e, corroborando as afirmativas de Colborn et al. (1967), a cérvix uterina do S. sciureus é curta mas, da mesma forma que na fêmea do bugio marrom, apresenta uma projeção em direção à vagina, ressaltando um sulco circular ao seu redor (fórnice vaginal), assim como relatado em Ateles e Cebus (Wislocki, 1932). ...
... O padrão retilíneo das tubas uterinas do Saimiri vai de encontro ao que foi relatado para algumas espécies de Callithrix e Lagothrix (Beattie, 1927;Hill, 1957;Cui e Matthews, 1994), diferindo do grupo dos Platyrrhini e outros calitricídeos, como os Leontopithecus, que apresentam tubas uterinas convolutas; porém, assim como no S. sciureus, em nenhuma destas espécies supramencionadas é possível distinguir macroscopicamente as regiões da tuba uterina (Veras et al., 2007;Pissinatti et al., 2008). ...
Article
Full-text available
http://dx.doi.org/10.5007/2175-7925.2010v23n1p197 Descrevem-se macroscopicamente o aparelho urogenital em quatro animais da espécie Saimiri sciureus, jovens, nascidos em cativeiro junto ao Centro Nacional de Primatas. A vulva delimitou-se pelos lábios vulvares, apresentando um clitóris bem desenvolvido com aspecto fálico. O vestíbulo vaginal é bastante curto, com espessa parede muscular, estendendo-se da rima da vulva até o óstio da vagina. A vagina vem logo na sequência do vestíbulo, sendo constituída por um tubo muscular com aspecto alongado e achatado dorsoventralmente, com paredes finas, estando disposta entre o vestíbulo vaginal e a cérvix, sendo esta última relativamente curta, porém, com musculatura bem desenvolvida. O útero é simples, com fundo globoso, estando localizado na porção caudal da cavidade abdominal. As tubas uterinas mostraram-se longas e retilíneas, ligando-se aos ovários, que são grandes e elipsóides, com superfície lisa.
... No que se refere aos primatas neotropicais, estudos a respeito do comportamento reprodutivo (Carosi & Visalberghi, 2002, Fedigan et al., 2008, Fedigan & Jack, 2011, anatomia do sistema reprodutor (Veras et al., 2007, Pissinatti et al., 2008, Branco et al., 2010, entre outros aspectos ligados à biologia reprodutiva, tem sido realizados. No entanto, poucos são os estudos relativos à reprodução que abordam especificamente a espécie Sapajus libidinosus, se resumindo à relação de aplicação hormonal com o status hierárquico e a reprodução de machos adultos (Edaes, 2012); ciclo reprodutivo de animais criados em cativeiro (Rodrigues, 2010) e relação entre a aplicação de hormônios e o ciclo menstrual de fêmeas cativas (Rodrigues, 2016). ...
Article
Full-text available
Os macacos-prego da espécie Sapajus libidinosus são conhecidos como os macacos mais robustos e inteligentes do Novo Mundo, e dentre as espécies neotropicais, é a que apresenta maior distribuição geográfica. Devido a isso e também pelo fácil manuseio e a facilidade de reprodução em cativeiro, o gênero vem sendo utilizado em diversas pesquisas, dada a sua proximidade filogenética com a espécie humana, servindo de modelo biológico em experimentos aplicados a essa espécie, com ampla variedade de pesquisas biomédicas. É uma espécie considerada quase ameaçada no Brasil segundo critérios de avaliação do ICMBio (2012-2014) e o estudo do comportamento animal surge como um meio de pesquisa científica que tem proporcionado importantes contribuições além do estudo do comportamento humano, neurociências, meio ambiente e bem-estar animal, também com a preservação de espécies. Considerando a relevância que a pesquisa do comportamento e biologia animal vem tomando dentro da comunidade científica, esse estudo tem por objetivo uma revisão de literatura acerca da espécie Sapajus libidinosus enfatizando, dentro do tema em questão, sua taxonomia, distribuição geográfica e população, características gerais e adaptações, vida social, alimentação e reprodução.
Article
Full-text available
Knowledge of the anatomy of any wild animal is of fundamental importance for its preservation and protection. In this context the present study aimed to describe the morphology of the female reproductive system of A. belzebul. We used 6 specimens of A. belzebul, female, adult and free of lesions. It was macroscopically observed that the ovaries are ovoid with smooth surface and the histological analysis in cortical region showed ovarian follicles in different stages of development. The fallopian tubes are anatomically thin and curvilinear, with one mucous layer, one muscular and one serous layer. The uterus was presented in a simple format with a globular fundus, with a highly vascularized myometrium, being organized in bundles of smooth muscle fibers. The anatomical structure of the vagina presented itself as a long thin-walled muscular tube where in the vestibular region the external orifice of the urethra is marked by a bilobed urethral papilla and in the caudal portion in its caudal portion a well-developed clitoris. Regarding the histological analysis of the vagina, a basal extract composed of atrophic non-keratinized stratified squamous epithelium was found in the vaginal mucosa region. The morphological descriptions provide important information regarding the macroscopic and microscopic anatomy of the female reproductive system of this species in an unprecedented way.
Article
Background The classification of Saguinus ursulus as a new taxon and the vulnerability of this species highlighted the need for data on its specific morphophysiological attributes. This study used ultrasound to determine the typical characteristics of pelvic‐abdominal structures and organs. Methods Nine healthy primates of the species S. ursulus were evaluated, through ultrasound tests, to determine the morphometry of the organs of the pelvic‐abdominal cavity and the levels of ovarian activity. Results Topography, morphology, and biometrics of the organs were described. It was observed that organs of S. ursulus are similar to those of other Neotropical primate species. However, the kidney morphology is different,the left is triangular and the right is elliptical, while the gallbladder is bilobed. Conclusion Ultrasonography has proven to be efficient and effective for organ evaluation. The ultrasound findings are a first step toward understanding the physiology of a less‐known species.
Article
This study was done with two groups of brown howler monkeys in captivity, at the Centro de Acolhimento de Primatas e Aves (PRIMAVES). The aim was to identify hierarchy and dominance behaviors through quantification and duration of conducts, comparing the data with information already described for Alouatta genus. A total of 172 hours of observations were carried out, and from the quantification of grooming (non-agonistic social category), roaring (agonistic social category), vigilance (alert category) and eating (feeding category), both groups showed an evident dominance between the individuals, with the youthful males performing a certain degree of spatial centralization, showed through roaring and vigilance behaviors. The females are active in vigilance and grooming, showing an important role in the maintenance of social stability, providing to the group that lives in captivity an appeasing relation between the individuals.
Article
Full-text available
Ocorrência de Allouata guariba clamitans em remanescentes de Floresta Ombrófila Mista no sul paranaense
Article
In this article, the reproductive system's morphology of three young animals of the species Saguinus midas, from the bauxite mine in Paragominas, is described. The specimens were fixed and preserved in a solution of 10% aqueous formaldehyde, followed by dissection, measurement of the genital organs (uterus, vagina, ovaries, and uterine tubes), and histological processing. The vulva is delimited by the labia, with a clitoris. It is lined by keratinized stratified squamous epithelium with sebaceous glands of holocrine secretion. The vagina is an elongated tube with an average length of 26 mm and diameter of 1 mm, presenting a non-keratinized squamous epithelium, disposed between the vestibule of the vagina and cervix, the latter being relatively short. The uterus is simple, has globular shape and is located in the caudal portion of the abdominal cavity, with an average length of 14 mm and average width of 7 mm. It is formed by vascular and serous layers of muscles, and undergoes a bifurcation to form two structures on the bottom of blind sac. The uterine tubes are long and convoluted with an average length of 35 mm (right) and 36 mm (left), consisting of loose connective tissue and muscle layer lined by simple ciliated columnar epithelium. The ovaries are large and ellipsoid with smooth surface. Histologically, one animal showed ovulation fosse.
ResearchGate has not been able to resolve any references for this publication.