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Níveis de prática de atividade física habitual em adolescentes

Authors:
  • State University of Northern Parana
  • State University of Londrina

Abstract and Figures

ABSTRACT Levels of regular physical activity in adolescents The benefits of physical activity to the health and well- being of the general population and the risks of inactivity are now well documented. However, evidence concerning physical activity levels has focused largely on adults. Rel- atively little is known,about the physical activity patterns ofadolescents. The purpose of this study was to analyze levels of regular ,physical activity in representative sam- ples of adolescents ,selected from a secondary ,school in
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Rev Bras Med Esporte
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ARTIGO
ORIGINAL
Níveis de prática de atividade física habitual em adolescentes
*
Dartagnan Pinto Guedes
1
, Joana Elisabete Ribeiro Pinto Guedes
1
,
Decio Sabbatini Barbosa
1
e Jair Aparecido de Oliveira
1
Universidade Estadual de Londrina
Apoio do MCT/CNPq.
1. Universidade Estadual de Londrina.
Recebido em: 2/6/01
Aceito em: 26/9/01
Endereço para correspondência:
Rua Maringá, 725, sala 304
86060-000 – Londrina, PR
E-mail: darta@sercomtel.com.br
ativos fisicamente que seus pares de classe socioeconômi-
ca familiar mais privilegiada. A maioria dos adolescentes
(97% das moças e 74% dos rapazes) não atende às reco-
mendações quanto à prática de atividade física que possa
alcançar impacto satisfatório à saúde. Como conclusão, a
elevada incidência de sedentarismo observada na amostra
analisada sugere ações intervencionistas que venham in-
centivar a prática adequada de atividade física na popula-
ção jovem.
Palavras-chave: Atividade física. Estilo de vida. Promoção da saú-
de. Adolescência.
ABSTRACT
Levels of regular physical activity in adolescents
The benefits of physical activity to the health and well-
being of the general population and the risks of inactivity
are now well documented. However, evidence concerning
physical activity levels has focused largely on adults. Rel-
atively little is known about the physical activity patterns
of adolescents. The purpose of this study was to analyze
levels of regular physical activity in representative sam-
ples of adolescents selected from a secondary school in
the city of Londrina, Paraná, in the southern region of Bra-
zil. A total of 281 adolescents (157 girls and 124 boys)
ages ranging from 15 to 18 years were included in the study.
The levels of regular physical activity were determined by
means of a self-report instrument which provided an esti-
mate of energy expenditure and of the time spent in differ-
ent activities. Results showed that boys were consistently
more active than girls. A percentage of 54% of the boys
was considered active or moderately active based on their
estimated daily average energy expenditure (kcal/kg/day),
while approximately 65% of the girls were found to be in-
active or very inactive. Boys spent a significantly longer
time in physical exercise and in sports than girls (3:20 vs
0:48 hours/week). Levels of regular physical activity de-
creased significantly with age, and the decline was greater
in girls. Girls spent less time watching
TV than boys (3.3 vs
4.0 hours/days). Boys, but not girls, from lower socioeco-
nomic families performed less physical activity than boys
RESUMO
Benefícios da prática de atividade física e riscos do se-
dentarismo associados à saúde e ao bem-estar são ampla-
mente documentados na literatura. No entanto, maior nú-
mero de estudos procura envolver sujeitos adultos. Pouco
se conhece com relação aos hábitos de prática de atividade
física de adolescentes. O objetivo do estudo foi analisar
níveis de prática de atividade física habitual em amostra
representativa de adolescentes matriculados em escola de
ensino médio do município de Londrina, Paraná. A amos-
tra foi constituída por 281 adolescentes (157 moças e 124
rapazes) com idade entre 15 e 18 anos. Informações acerca
da atividade física habitualmente realizada foram obtidas
mediante instrumento retrospectivo de auto-recordação das
atividades diárias. Estabeleceram-se estimativas quanto à
demanda energética (kcal/kg/dia) com base no custo caló-
rico associado ao tipo e à duração das atividades registra-
das pelos adolescentes. Os resultados revelam que rapazes
foram consistentemente mais ativos fisicamente que mo-
ças. Por volta de 54% dos rapazes envolvidos no estudo
foram classificados como ativos ou moderadamente ativos,
enquanto aproximadamente 65% das moças analisadas
mostraram ser inativas ou muito inativas. Os rapazes de-
monstraram significativamente maior envolvimento na prá-
tica de exercícios físicos e de esportes que moças (3:20 vs.
0:48 horas/semana). Os níveis de prática de atividade físi-
ca habitual tenderam a reduzir-se com a idade, sobretudo
entre moças. As moças permaneceram menor tempo em
frente da
TV e do vídeo que rapazes (3:30 vs. 4:00 horas/
dia). Rapazes, porém não moças, pertencentes a classe so-
cioeconômica familiar mais baixa mostraram ser menos
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from higher socioeconomic families. Most adolescents
(girls 97%; boys 74%) did not practice sufficient physical
exercise so as to achieve the health benefits suggested by
current guidelines and recommendations for young peo-
ple. In conclusion, the levels of physical inactivity report-
ed constitute an important issue for social agencies and
organizations involved in the promotion of health-enhanc-
ing physical activity.
Key words: Physical activity. Lifestyle. Health promotion. Adoles-
cence.
INTRODUÇÃO
Benefícios da prática de atividade física associados à
saúde e ao bem-estar, assim como riscos predisponentes
ao aparecimento e ao desenvolvimento de disfunções or-
gânicas relacionados ao sedentarismo, são amplamente
apresentados e discutidos na literatura
1,2
. Apesar de o maior
número de estudos envolver adultos, parece não haver difi-
culdade em selecionar evidências de cunho biológico
3-7
e
psicoemocionais
8
quanto às vantagens de os adolescentes
tornarem-se adequadamente ativos fisicamente.
Importantes estudos têm procurado destacar que hábitos
de prática da atividade física, incorporados na infância e
na adolescência, possivelmente possam transferir-se para
idades adultas
9-11
. Acompanhamentos longitudinais suge-
rem que adolescentes menos ativos fisicamente apresen-
tam maior predisposição a tornarem-se adultos sedentá-
rios
12,13
.
A despeito de sua importância na proposição de progra-
mas de saúde pública, caracterizando-se como elemento
essencial no estabelecimento de situação ideal de saúde,
pouco se conhece com relação aos níveis de prática de ati-
vidade física habitual de adolescentes. No contexto brasi-
leiro, os raros estudos localizados procuraram envolver
amostras pouco representativas do segmento populacional
envolvido, além do que, em seus delineamentos, optou-se
por estabelecer níveis de prática de atividade física me-
diante estratégias comparativas entre os pares e por inter-
médio de autoclassificação
14
. Apesar da contribuição para
a área de estudo, em razão dos problemas metodológicos
apresentados, inferências provenientes de seus resultados
podem ficar comprometidas. Não foi possível localizar
nenhum outro estudo que procurasse abordar aspectos com-
portamentais associados ao tipo, à intensidade, à duração e
à freqüência das atividades físicas habitualmente realiza-
das e estimativas quanto à demanda energética/dia.
O objetivo do estudo foi analisar níveis de prática de
atividade física habitual, mediante registro de informações
relacionadas às atividades do cotidiano e estimativas da
demanda energética/dia, de adolescentes matriculados em
escola da rede estadual de ensino médio do município de
Londrina, Paraná.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para elaboração do estudo foram utilizadas informações
contidas no banco de dados construído a partir do projeto
de pesquisa “Atividade Física, Composição da Dieta e Fa-
tores de Risco Predisponentes às Doenças Cardiovascula-
res em Adolescentes”, desenvolvido entre agosto e novem-
bro/1998, que inclui adolescentes entre 15 e 18 anos de
idade de ambos os sexos.
O projeto de pesquisa teve como alvo escolares regular-
mente matriculados no ensino médio do Colégio de Apli-
cação ligado à Universidade Estadual de Londrina. Optou-
se por envolver sujeitos que freqüentavam unicamente essa
escola, por conta das características longitudinais do estu-
do (experimentação de programas de educação para saúde
mediante intervenções dietéticas e de prática de exercícios
físicos) e por sua representatividade no universo de esco-
lares de ensino médio do município de Londrina, Paraná.
Os protocolos de intervenção no estudo foram aprova-
dos pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Estadual de Londrina e acompanham normas da Resolu-
ção 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesqui-
sa envolvendo seres humanos. A inclusão dos sujeitos no
estudo ocorreu por desejo em participar do experimento e
mediante autorização dos pais ou responsáveis. Para tanto,
todos os escolares matriculados no ano letivo de 1998, jun-
tamente com seus pais ou responsáveis, foram contatados
e informados quanto à natureza e aos objetivos do estudo.
Dos 313 escolares matriculados, 281 (90%) concordaram
em participar do estudo (tabela 1).
Além das variáveis de controle sexo e idade cronológi-
ca, para o presente estudo, houve preocupação em reunir
informações quanto à classificação socioeconômica das
famílias dos escolares envolvidos no projeto de pesquisa.
Para tanto, recorreu-se às diretrizes propostas pela Abipe-
TABELA 1
Número de sujeitos analisados no projeto
“Atividade Física, Composição da Dieta e
Fatores de Risco Predisponentes às Doenças
Cardiovasculares em Adolescentes”
Idade Moças Rapazes Total
15 anos 33 25 58
16 anos 48 37 85
17 anos 41 34 75
18 anos 35 28 63
15-18 anos 157 124 281
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mi, com base no nível de escolaridade do chefe da família,
condições de moradia, posse de utensílios domésticos, au-
tomóveis e número de empregados domésticos
15
. Median-
te pontuações computadas em cada um dos itens conside-
rados foi definida classe socioeconômica familiar catego-
rizada do menor nível (classe A) para o maior nível (classe
C).
Informações acerca dos níveis de prática de atividade
física habitual foram obtidas por intermédio de instrumen-
to retrospectivo de auto-recordação das atividades diárias,
preconizado por Bouchard et al
16
. Nesse caso, as ativida-
des do cotidiano são classificadas em um continuum en-
volvendo nove categorias, de acordo com estimativas quan-
to ao custo calórico médio das atividades realizadas por
humanos. Em um extremo do continuum, a categoria 1 abri-
ga atividades de menor custo calórico, como sono e repou-
so na cama, e, no outro extremo, a categoria 9 reúne ativi-
dades de mais elevado custo calórico, como trabalho ma-
nual intenso e prática de esportes competitivos.
Participantes do estudo receberam instrumento com ins-
truções e recomendações no sentido de identificar o tipo
de atividade realizada em cada período de 15 minutos ao
longo das 24 horas do dia. Registro das informações foi
realizado pelos adolescentes em quatro dias da mesma se-
mana, dois no meio (entre segunda e sexta-feira) e dois no
final de semana (sábado e domingo).
De posse dessas informações, estabeleceu-se tempo des-
pendido nas diferentes categorias de atividade física e esti-
mativas quanto à demanda energética, por quilograma de
peso corporal, das atividades realizadas ao longo de cada
dia (kcal/kg/dia). Para efeito de cálculo, utilizou-se média
ponderada envolvendo os dois dias do meio e do final de
semana.
Com relação à qualidade dos dados, réplicas quanto ao
registro das informações com intervalo de duas semanas
foram realizadas em 36 sujeitos que participaram da amos-
tra definitiva do estudo. Coeficientes de correlação momen-
to-produto de Pearson apresentaram valores entre 0,74 e
0,79. Esses achados estão de acordo com resultados en-
contrados em estudos anteriores
17,18
e confirmam evidên-
cias no sentido de que instrumentos de auto-recordação das
atividades do cotidiano podem produzir informações, quan-
to ao nível habitual de prática da atividade física em ado-
lescentes, com reprodutibilidade aceitável.
Na tentativa de estabelecer classificações com relação
ao nível de prática de atividade física habitual recorreu-se
à proposta idealizada por Cale
19
: a) ativo: > 40kcal/kg/dia;
b) moderadamente ativo: 37 a 39,9kcal/kg/dia; c) inativo:
33 a 36,9kcal/kg/dia; e d) muito inativo:
< 32,9kcal/kg/
dia. A presente classificação originou-se de estudos desen-
volvidos inicialmente por Blair
20
e mais recentemente vem
sendo empregada por outros pesquisadores
21,22
.
O tratamento estatístico das informações foi realizado
mediante o pacote computadorizado Statistical Package for
the Social Science (
SPSS), versão 7.51. Para análise das
variáveis quantitativas recorreu-se aos procedimentos da
estatística descritiva e, posteriormente, à análise de variân-
cia do tipo two-way com interação envolvendo três crité-
rios de classificação: sexo, idade e classe socioeconômica.
Empregou-se teste de comparações múltiplas de Scheffe
para identificação de eventuais diferenças específicas. As
variáveis qualitativas foram analisadas mediante tabelas de
contingência, envolvendo testes de qui-quadrado (
χ
2
) para
identificação de diferenças estatísticas entre os critérios de
classificação.
RESULTADOS
Informações estatísticas quanto às estimativas de deman-
da energética por quilograma de peso corporal, equivalen-
te às atividades do cotidiano, são mostradas na tabela 2.
Ao estudar valores de F, produzidos pela análise de variân-
cia envolvendo ambos os sexos, verificam-se diferenças
estatísticas favoráveis aos rapazes. Em média, moças e ra-
pazes apresentaram estimativas de demanda energética
entre 35 e 40kcal/kg/dia. Quando das comparações entre
idade e classe socioeconômica familiar, não se encontra-
ram diferenças estatística importantes. Em vista disso, a
fim de elevar o poder de interpretação estatística das infor-
mações, para análise das classificações quanto ao nível de
prática de atividade física habitual, optou-se por conside-
rar um único grupo para cada sexo, independente da idade
e da classe socioeconômica familiar.
Resultados encontrados com relação aos níveis de práti-
ca de atividade física habitual revelam que 54% dos rapa-
zes envolvidos no estudo são classificados como ativos ou
moderadamente ativos. Entre as moças, apenas 35% delas
são classificadas como tais. A proporção de adolescentes
classificados como inativos ou muito inativos foi de 65%
entre moças e de 46% entre rapazes (figura 1). Com base
nessas informações, comprova-se que os rapazes demons-
traram ser consistentemente mais ativos que as moças, in-
dependentemente da idade e da classe socioeconômica fa-
miliar considerada (
χ
2
= 8,796; p = 0,034).
Na tabela 3 são apresentadas informações quanto ao tem-
po médio de envolvimento dos adolescentes selecionados
para estudo nas diferentes categorias de atividades do coti-
diano. Mediante análise dos resultados verifica-se que, em
atividades que solicitam menor demanda energética, am-
bos os sexos apresentaram comportamentos bastante simi-
lares. Em média, por volta de 20 horas/dia, os adolescen-
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30
40
50
60
70
Moças
Rapazes
9,7
23,8
25,8
30,3
61,7
44,3
2,8
1,6
%
Ativo Moderadamente
ativo
Inativo Muito
inativo
Fig. 1 – Níveis de prática de atividade física habitual em amostras de
adolescentes do município de Londrina, PR
TABELA 2
Valores médios e estatística F quanto às estimativas de demanda energética
por quilograma de peso corporal (kcal/kg/min) equivalente às atividades do
cotidiano em amostras de adolescentes do município de Londrina, PR
Classe socioeconômica familiar
Idade Classe A Classe B Classe C Classes A, B, C
(anos)
Moças Rapazes Moças Rapazes Moças Rapazes Moças Rapazes
15 35,94 34,82 37,17 35,98 37,60 36,83 37,05 36,55
16 36,87 37,42 36,80 37,35 35,75 38,94 36,71 37,61
17 35,51 37,57 36,78 37,77 36,34 38,22 36,28 37,61
18 37,58 38,51 36,89 39,98 36,57 39,63 37,03 39,35
15-18 36,27 37,49 36,90 37,43 36,25 38,81 36,63 37,70
F
idade
: 1,645 (p = 0,179) F
idade x sexo
: 1,061 (p = 0,366)
F
sexo
: 10,191 (p = 0,002) F
idade x socioeconômico
: 0,408 (p = 0,843)
F
socioeconômico
: 0,784 (p = 0,457) F
sexo x socioeconômico
: 1,055 (p = 0,350)
tes desempenharam atividades em posição deitada e senta-
da. Em atividades de maior exigência quanto à demanda
energética, constatam-se diferenças significativas em lin-
guagem estatística entre os dois sexos. Moças e rapazes
participaram de atividades envolvendo esforços físicos mais
intensos em aproximadamente 8 e 41 minutos/dia, respec-
tivamente.
Em ambos os sexos, tempo médio de envolvimento em
atividades de maior ou menor demanda energética apre-
senta modificações significativas com a idade. Moças e
rapazes mais jovens tenderam a permanecer significativa-
mente menos tempo em posição deitada/sentada e mais tem-
po em atividades envolvendo esforços físicos mais inten-
sos, em comparação com seus pares de mais idade.
Ao levar em conta informações associadas à classe so-
cioeconômica familiar, percebem-se comportamentos di-
ferenciados entre ambos os sexos. Moças pertencentes à
classe socioeconômica familiar menos abastada, em todas
as idades consideradas, demonstraram dedicar maior tem-
po ao longo do dia a atividades mais intensas que seus pa-
res privilegiados no campo socioeconômico. Entre rapa-
zes, constata-se tendência inversa. Rapazes pertencentes à
classe socioeconômica familiar mais elevada demonstra-
ram envolver-se maior tempo em atividades mais intensas
que rapazes de classe socioeconômica familiar mais baixa.
Esses resultados sugerem que, apesar das similaridades
observadas entre idade e classe socioeconômica familiar
quanto às estimativas de demanda energética por quilogra-
ma de peso corporal, ao considerar categorias particulares
de atividades do cotidiano, entre as moças, verificam-se
tendências de modificações com a idade no tipo de ativi-
dade física realizada, sobretudo ao considerar a classe so-
cioeconômica mais privilegiada.
Com alguma freqüência, estudos na área têm procurado
utilizar o tempo de assistência à
TV e ao vídeo e a prática
de exercícios físicos e de esportes em crianças e adoles-
centes como indicadores do nível de inatividade e de ativi-
dade física, respectivamente
23-26
. Resultados encontrados
entre adolescentes analisados no estudo acerca do tempo
de assistência à
TV e ao vídeo e da prática de exercícios
físicos e de esportes são apresentados na tabela 4. Em mé-
dia, rapazes permaneceram tempo significativamente maior
em frente da
TV e do vídeo que moças (4,06 versus 3,25
horas/dia). No entanto, à medida que os adolescentes apre-
sentavam idade mais avançada, o tempo médio de assis-
tência à
TV e ao vídeo diminuiu de maneira significativa
em ambos os sexos. Ao estabelecer comparações em rela-
ção à classe socioeconômica familiar, moças e rapazes per-
tencentes à classe menos privilegiada dedicaram tempo sig-
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TABELA 3
Tempo médio (horas, minutos/dia) e estatística F com relação ao envolvimento em categorias
de atividades do cotidiano em amostras de adolescentes do município de Londrina, PR
Classe socioeconômica familiar
Idades Classe A Classe B Classe C Classes A, B, C
(anos)
Moças Rapazes Moças Rapazes Moças Rapazes Moças Rapazes
Posição deitada
15 7,38 9,13 7,54 7,28 7,53 8,12 7,48 8,21
16 8,29 8,28 8,29 8,16 8,19 7,54 8,26 8,14
17 8,42 8,36 8,37 8,37 7,51 7,32 8,23 8,27
18 8,11 8,45 8,20 8,27 8,11 8,32 8,15 8,29
15-18 8,27 8,41 8,19 8,23 8,04 7,52 8,18 8,23
F
idade
: 3,035 (p = 0,030) F
idade x sexo
: 1,279 (p = 0,282)
F
sexo
: 0,546 (p = 0,460) F
idade x socioeconômico
: 0,353 (p = 0,880)
F
socioeconômico
: 4,950 (p = 0,008) F
sexo x socioeconômico
: 0,772 (p = 0,463)
Posição sentada
15 11,55 9,53 11,00 12,17 11,32 10,35 11,29 10,48
16 12,05 11,25 11,31 12,07 12,23 12,00 12,00 11,58
17 11,11 11,12 11,37 11,47 12,37 11,14 11,48 11,34
18 11,25 13,19 11,38 12,06 12,47 11,58 11,56 12,17
15-18 11,39 11,11 11,25 12,00 12,20 11,23 11,48 11,39
F
idade
: 5,121 (p = 0,002) F
idade x sexo
: 0,614 (p = 0,606)
F
sexo
: 0,119 (p = 0,731) F
idade x socioeconômico
: 1,302 (p = 0,263)
F
socioeconômico
: 3,530 (p = 0,038) F
sexo x socioeconômico
: 3,030 (p = 0,050)
Posição em pé suave
15 2,10 1,23 2,49 1,44 2,43 3,01 2,34 2,08
16 1,10 2,14 2,22 1,48 2,18 2,03 1,57 1,55
17 2,00 1,46 2,15 1,40 2,22 2,14 2,12 1,46
18 2,26 0,49 2,18 1,48 2,12 1,52 2,19 1,40
15-18 1,57 1,59 2,24 1,44 2,24 2,21 2,15 1,52
F
idade
: 2,200 (p = 0,088) F
idade x sexo
: 0,643 (p = 0,588)
F
sexo
: 7,232 (p = 0,008) F
idade x socioeconômico
: 0,651 (p = 0,661)
F
socioeconômico
: 4,021 (p = 0,009) F
sexo x socioeconômico
: 0,172 (p = 0,842)
Caminhada leve e trabalho manual suave
15 1,57 2,58 1,43 1,08 1,47 1,07 1,49 1,44
16 2,04 1,18 1,34 1,12 1,00 1,19 1,36 1,13
17 2,05 2,03 1,46 1,16 1,10 2,44 1,40 1,40
18 1,47 0,50 1,39 1,08 0,54 1,11 1,27 1,05
15-18 1,59 1,41 1,42 1,12 1,14 1,42 1,39 1,26
F
idade
: 1,437 (p = 0,232) F
idade x sexo
: 0,714 (p = 0,547)
F
sexo
: 0,415 (p = 0,520) F
idade x socioeconômico
: 2,262 (p = 0,049)
F
socioeconômico
: 5,163 (p = 0,004) F
sexo x socioeconômico
: 3,037 (p = 0,050)
Lazer ativo, prática de esporte e trabalho manual moderado
15 0,20 0,31 0,17 1,20 0,00 1,03 0,18 0,59
16 0,08 0,34 0,04 0,36 0,00 0,43 0,06 0,40
17 0,10 0,22 0,06 0,39 0,00 0,18 0,05 0,33
18 0,11 0,16 0,11 0,30 0,00 0,29 0,09 0,29
15-18 0,13 0,28 0,10 0,40 0,00 0,41 0,08 0,41
F
idade
: 4,928 (p = 0,021) F
idade x sexo
: 1,376 (p = 0,251)
F
sexo
: 35,437 (p = 0,000) F
idade x socioeconômico
: 0,360 (p = 0,875)
F
socioeconômico
: 4,776 (p = 0,003) F
sexo x socioeconômico
: 1,106 (p = 0,332)
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nificativamente maior em frente da TV e do vídeo que seus
pares melhor classificados socioeconomicamente.
Com relação à participação dos adolescentes na prática
de exercícios físicos e de esportes, verificou-se que não
mais de 13,4% das moças e 36,3% dos rapazes se identifi-
caram com essas atividades. Com o avanço da idade, as
moças que optaram pela prática de exercícios físicos e de
esportes apresentaram redução significativa no tempo mé-
dio dedicado a essa prática. Aos 15 anos de idade, em mé-
dia, as moças dedicaram 1,28 horas/semana à prática de
exercícios físicos e de esportes. Aos 18 anos, o tempo mé-
dio se reduziu a 30 minutos/semana (tabela 4). Entre rapa-
zes, além de o tempo de prática de exercícios físicos e de
esportes ser significativamente maior em comparação com
o das moças, não se constataram variações entre as idades
analisadas que se possam apontar em linguagem estatísti-
ca. Em média, os rapazes dedicaram-se à prática de exercí-
cios físicos e de esportes 3,20 horas/semana, comparativa-
mente com os 48 minutos/semana observados entre mo-
ças. Em ambos os sexos, o tempo de participação em práti-
ca de exercícios físicos e de esportes entre as classes so-
cioeconômicas familiares apresentou diferença estatistica-
mente significante. Adolescentes pertencentes à classe so-
cioeconômica familiar intermediária foram os que demons-
traram maior envolvimento com a prática de exercícios fí-
sicos e de esportes. Fato que chama atenção: nenhuma das
moças analisadas no estudo pertencente à classe socioeco-
nômica familiar mais elevada se envolveu com prática de
exercícios físicos e de esportes.
DISCUSSÃO
Níveis de prática de atividade física habitual em seg-
mentos da população jovem têm-se tornado importante tema
de interesse e preocupação constante entre especialistas da
área, em razão de sua estreita associação com aspectos re-
lacionados à saúde. Apesar da disponibilidade de vários
indicadores voltados à monitoração da prática de atividade
física – calorimetria, água duplamente marcada, sensores
de movimentos, freqüência cardíaca, observação direta e
registros de auto-recordação – a opção pela utilização de
um deles deverá estar relacionada às vantagens e às limita-
ções de cada método diante do delineamento do estudo
27
.
Por conta do baixo custo e da possibilidade de analisar
maior número de sujeitos em curto espaço de tempo, ins-
TABELA 4
Tempo médio e estatística F com relação à assistência à TV e ao vídeo e de prática de exercícios
físicos e de esportes em amostras de adolescentes do município de Londrina, PR
Classe socioeconômica familiar
Idade Classe A Classe B Classe C Classes A, B, C
(anos)
Moças Rapazes Moças Rapazes Moças Rapazes Moças Rapazes
Tempo de assistência à TV e ao vídeo (horas, minutos/dia)
15 6,25 6,03 4,49 4,52 3,02 4,55 4,45 4,56
16 3,54 4,30 3,10 4,36 2,49 3,42 3,14 4,16
17 3,12 4,11 3,02 3,41 2,50 3,17 2,59 3,43
18 2,50 4,11 2,55 3,31 2,27 2,39 2,45 3,27
15-18 3,43 4,22 3,19 4,10 2,47 3,50 3,25 4,06
F
idade
: 7,479 (p = 0,000) F
idade x sexo
: 0,960 (p = 0,442)
F
sexo
: 12,454 (p = 0,000) F
idade x socioeconômico
: 0,610 (p = 0,692)
F
socioeconômico
: 3,285 (p = 0,021) F
sexo x socioeconômico
: 0,023 (p = 0,977)
Prática de exercícios físicos e de esportes (horas, minutos/semana)
15 2,20 3,57 2,06 4,50 0,00 2,34 1,28 3,40
16 0,28 3,50 1,17 4,43 0,00 2,27 0,35 3,35
17 0,35 2,37 1,17 4,33 0,00 2,10 0,35 3,06
18 0,56 2,12 0,35 4,10 0,00 1,59 0,30 2,49
15-18 1,05 3,09 1,18 4,34 0,00 2,18 0,48 3,20
F
idade
: 4,205 (p = 0,005) F
idade x sexo
: 1,737 (p = 0,160)
F
sexo
: 30,148 (p = 0,000) F
idade x socioeconômico
: 0,333 (p = 0,892)
F
socioeconômico
: 1,233 (p = 0,293) F
sexo x socioeconômico
: 0,903 (p = 0,407)
Rev Bras Med Esporte
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Vol. 7, Nº 6 – Nov/Dez, 2001 193
trumentos de auto-recordação têm sido o método mais co-
mumente utilizado como indicador dos níveis de atividade
física habitual. Contudo, informações produzidas por esse
método podem ser contaminadas pela capacidade dos su-
jeitos em recordar os eventos realizados no período
28
. Na
tentativa de minimizar essa limitação, recomenda-se que o
instrumento seja estruturado para prover tempo relativa-
mente curto de recordação
29
. No presente estudo, o instru-
mento de auto-recordação das atividades do cotidiano
acompanhou procedimentos de dia segmentado, ou seja,
os adolescentes foram instruídos a registrar os eventos rea-
lizados a cada período de oito horas.
A principal vantagem dos instrumentos de auto-recor-
dação das atividades do cotidiano, como indicador dos ní-
veis de prática de atividade física habitual, refere-se ao fato
de ser possível identificar o contexto em que o evento foi
realizado. Alguns estudos têm procurado demonstrar ele-
vada associação entre atributos socioculturais e ambien-
tais na prática habitual de atividade física
30,31
. Assim, ins-
trumentos de auto-recordação tornam-se especialmente
úteis à medida que procuram identificar em que condições
os eventos de atividade física foram realizados.
Outra vantagem dos instrumentos de auto-recordação é
sua capacidade de estabelecer tipo, intensidade, duração e
freqüência de cada evento específico de atividade física.
Outros métodos apresentam dificuldades na identificação
simultânea desses quatro indicadores da atividade física.
Por exemplo, sensores de movimento podem ser utilizados
para oferecer informações quanto à intensidade das ativi-
dades físicas, porém desconsideram informações quanto à
duração. Monitores de freqüência cardíaca, por outro lado,
podem ser empregados para estabelecer duração e intensi-
dade das atividades físicas; no entanto, não apresentam in-
formações quanto ao tipo de evento que induziu as respos-
tas fisiológicas
32
. Portanto, estudiosos da área reconhecem
que instrumentos de auto-recordação podem oferecer in-
formações seguras quanto aos níveis de prática de ativida-
de física habitual, mediante indicações com relação ao tipo,
à intensidade, à duração e à freqüência das atividades do
cotidiano
28
.
Ao analisar informações relacionadas às estimativas da
demanda energética por quilograma do peso corporal, re-
sultados encontrados na amostra de adolescentes do muni-
cípio de Londrina-PR corroboram dados apresentados em
outros estudos
22,33-35
, apontando rapazes como sendo habi-
tualmente mais ativos que moças. Segundo indicações su-
geridas na literatura quanto à classificação do nível de prá-
tica de atividade física habitual
19,20
, aproximadamente me-
tade dos rapazes (46%) e dois terços das moças (65%) ana-
lisados no presente estudo são considerados como inativos
ou muito inativos fisicamente. Levantamentos realizados
envolvendo amostras provenientes de outros países tam-
bém revelam importantes níveis de inatividade física em
adolescentes, sobretudo entre moças
33,34
. Comparativamente
com estudos europeus, se, por um lado, menor proporção
de rapazes londrinenses foram classificados como inativos
ou muito inativos, por outro, as moças de Londrina-PR fo-
ram as que apresentaram maior comprometimento quanto
aos níveis habituais de prática de atividade física
21,35
.
Apesar de alguns estudos apontarem tendência de de-
créscimo nos níveis de prática de atividade física habitual
durante a adolescência
36,37
, resultados encontrados no pre-
sente estudo sugerem que tanto as moças como os rapazes
apresentaram estimativas quanto à demanda energética por
quilograma de peso corporal similares dos 15 aos 18 anos
de idade. Nesse particular, convém destacar que os estu-
dos disponíveis na literatura que observaram reduções sig-
nificativas em indicadores de prática da atividade física pro-
curaram recorrer apenas às informações quanto ao tempo
dedicado ao lazer ativo e à prática de esportes, ao passo
que, no presente estudo, estimativas quanto à demanda
energética por quilograma de peso corporal envolveram
todas as atividades do cotidiano realizadas pelos adoles-
centes. Dessa forma, neste momento, comparações quanto
aos níveis de prática de atividade física habitual entre es-
ses estudos ficam prejudicadas.
Ao analisar o envolvimento dos adolescentes considera-
dos no presente estudo nas diferentes categorias de ativi-
dades do cotidiano, constata-se que moças e rapazes com
mais idade apresentaram reduções quanto ao tempo de par-
ticipação naqueles envolvendo esforços físicos mais inten-
sos, como lazer ativo, prática de esportes e trabalho ma-
nual moderado, compensando com maior tempo de parti-
cipação em atividades realizadas em posição sentada. A
esse respeito, estudos sugerem que, com o avanço da ida-
de, pelas circunstâncias socioculturais impostas aos ado-
lescentes, estes tendem a substituir atividades do cotidiano
mais vigorosas por atividades menos intensas fisicamente,
como maior quantidade de horas de estudo, convívio so-
cial com amigos e entrada no mercado de trabalho envol-
vendo menor participação de esforços físicos
30,31,38
.
No que se refere à classe socioeconômica familiar, idên-
tico aos resultados apresentados por alguns estudos
39,40
, e
diferentemente do que foi observado por outros
17
, foram
identificadas participações significativas desse componente
na variação dos níveis de prática de atividade física habi-
tual dos adolescentes selecionados no estudo. Provavelmen-
te, divergências quanto à metodologia adotada na classifi-
cação socioeconômica familiar e nos indicadores associa-
dos à identificação dos níveis de prática de atividade física
possam contribuir para os desencontros observados nos
resultados dos estudos considerados. Atenção especial deve
194 Rev Bras Med Esporte
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Vol. 7, Nº 6 – Nov/Dez, 2001
ser direcionada às diferenças de comportamento entre am-
bos os sexos. Se, por um lado, moças pertencentes à classe
socioeconômica familiar menos privilegiada demonstraram
maior envolvimento em atividades físicas mais intensas,
por outro, rapazes pertencentes à classe socioeconômica
familiar mais elevada foram os que se envolveram mais
proximamente com atividades de maior demanda energé-
tica.
Nesse caso, intuitivamente, pode-se especular que rapa-
zes de classe socioeconômica familiar mais baixa são le-
vados ao mercado de trabalho mais precocemente, mediante
atividades laborais que envolvem menor esforço físico, re-
duzindo, portanto, disponibilidade de tempo para ativida-
des direcionadas ao lazer ativo e à prática de esportes. Pelo
contrário, mais elevada proporção de rapazes pertencentes
à classe socioeconômica familiar privilegiada, em regra,
freqüentam clubes esportivos e academias de ginástica, o
que permite maior participação em atividades fisicamente
mais intensas. Entre moças, aquelas pertencentes à classe
socioeconômica familiar mais baixa são levadas freqüen-
temente a assumir tarefas domésticas que envolvem por
vezes trabalho manual de moderada intensidade, enquanto
moças pertencentes à classe socioeconômica familiar mais
elevada estariam desobrigadas dessas atividades.
Tempo médio de assistência à
TV e ao vídeo observado
na amostra de adolescentes londrinenses foi aproximada-
mente o mesmo dedicado à escola, 3:30 e 4:00 horas/dia,
para moças e rapazes, respectivamente. Em jovens norte-
americanos e europeus, estudos relatam tempo médio por
volta de 2-3 horas/dia
24,33
. Comparações com dados de jo-
vens brasileiros ficam prejudicadas por conta das diferen-
ças quanto à faixa etária considerada. Não foi possível lo-
calizar outros estudos envolvendo adolescentes brasileiros
entre 15 e 18 anos de idade. Contudo, em amostras de moças
e rapazes da Grande São Paulo, com 13 anos de idade, tem-
po médio de assistência à
TV também se aproximou de 3-4
horas/dia
41
.
O fato de os aparelhos de
TV serem um bem de consumo
presente na maioria dos lares das famílias brasileiras, cons-
tituirem opção de lazer de baixíssimo custo e que oferece
segurança que nem sempre pode ser encontrada em ativi-
dades fora de casa, talvez possa justificar significativo maior
tempo de assistência à televisão e ao vídeo entre adoles-
centes mais jovens e de classe socioeconômica familiar me-
nos privilegiada. Nessa idade, as opções de lazer ofereci-
das aos adolescentes apresentam custo financeiro que nem
sempre pode ser atendido pelas famílias de menor poder
aquisitivo; ainda, para os mais jovens, são disponibiliza-
das menores oportunidades de lazer, além da
TV e do ví-
deo. No caso das moças, provável justificativa para menor
período de assistência à
TV e ao vídeo possa estar associa-
do às limitações de tempo por conta das obrigações do-
mésticas tipicamente atribuídas ao sexo feminino.
Mediante evidências apresentadas por outros estudos,
excessivo tempo de assistência à
TV e ao vídeo pode con-
tribuir para que os jovens venham a incorporar comporta-
mentos indesejáveis, reduzindo a prática de outras ativida-
des que envolvem maior participação física
24,33
. No pre-
sente estudo, rapazes e moças dedicaram, respectivamen-
te, 8 e 30 vezes mais tempo em frente da
TV e do vídeo que
a prática de exercícios físicos e esportes.
Além de outras considerações de cunho psicossocial,
existem fortes evidências no sentido de que algum tempo
em frente da
TV e do vídeo condiciona hábitos dietéticos e
adaptações biológicas que podem induzir o aparecimento
e o desenvolvimento de fatores de risco predisponentes a
inúmeras disfunções metabólicas
42
. Parece existir relação
significativa entre tempo de assistência à TV e ao vídeo e
utilização de guloseimas entre refeições, propiciando con-
sumo excessivo de produtos açucarados e de maior aporte
calórico, o que favorece a aquisição de hábitos alimentares
direcionados ao desenvolvimento da obesidade
43
. Além
disso, longo período em frente da
TV e do vídeo implica
permanecer em estado de repouso por mais tempo, redu-
zindo a síntese energética proveniente dos alimentos inge-
ridos em excesso e conduzindo os jovens à redução na prá-
tica de atividades mais intensas fisicamente
44
.
Estudos envolvendo jovens entre 6 e 17 anos de idade
sugerem que cada hora por dia de assistência à
TV e ao
vídeo pode explicar variações por volta de 2% na quanti-
dade de gordura corporal a médio prazo
45
.
Maior tempo dedicado pelos rapazes à prática de exercí-
cios físicos e de esportes pode explicar-se pela distribui-
ção de papéis na sociedade, tradicionalmente atribuídos a
um e outro sexo. Entre moças, parece existir menor refor-
ço social para a prática de exercícios físicos e de esportes e
maior dependência para atividades menos intensas fisica-
mente vinculadas às tarefas domésticas
46
. Essa situação
implica que moças e rapazes devem ser direcionados a as-
sumir diferentes funções e, desde muito jovens, a partici-
pação dos rapazes em atividades esportivas e em esforços
físicos mais intensos é valorizada mais positivamente que
a das moças. Ainda, na adolescência, por conta de valores
sociais deturpados, algumas moças podem adotar postura
de que a prática de exercícios físicos e de esportes é proi-
bitiva à sua condição de mulher. Esse estereótipo social,
claramente identificado na sociedade atual, vem apresen-
tando enorme resistência a mudanças.
No campo biológico, a prática de exercícios físicos e de
esportes entre os rapazes pode ser facilitada por adapta-
ções morfológicas e fisiológicas com predomínio dos sis-
temas músculo-esquelético e de fornecimento de energia
Rev Bras Med Esporte
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Vol. 7, Nº 6 – Nov/Dez, 2001 195
para trabalho muscular. A biologia feminina na adolescên-
cia parece ser mais adaptada a esforços físicos menos in-
tensos
47
.
A prática habitual de atividades físicas caracteriza-se
como componente essencial para o estabelecimento de si-
tuação ideal de saúde. Em adultos, observam-se claras in-
dicações no sentido de que menores níveis de prática de
atividade física estão diretamente associados à elevada in-
cidência de cardiopatias, diabetes, hipertensão, obesidade,
osteoporose e alguns tipos de câncer
1,2
. Metanálise envol-
vendo mais de 40 estudos sugere que as doenças cardio-
vasculares são 1,9 vez mais provavelmente desenvolvidas
em sujeitos menos ativos que nos mais ativos fisicamen-
te
48
. Entre portadores de fatores de risco predisponentes às
disfunções crônico-degenerativas, a proporção de sujeitos
classificados habitualmente como sedentários é significa-
tivamente maior que a de sujeitos ativos fisicamente
49
.
Embora menor número de adolescentes possa vir a apre-
sentar disfunções crônico-degenerativas, estudos recentes
apontam comprometimentos em indicadores de pressão
arterial
3
, lipídio-lipoproteínas plasmáticas
4
e gordura cor-
poral
5
nessa idade, em conseqüência de menores níveis de
prática de atividade física, e que, na seqüência, induzem
importantes limitações metabólicas e funcionais na idade
adulta
47,50
. No campo psicoemocional, níveis mais eleva-
dos de prática de atividade física habitual estão associados
à conservação da auto-estima e do autoconceito e melho-
ria do relacionamento interpessoal que pode ser projetado
para a idade adulta
31,38
.
Por outro lado, mesmo admitindo que a potencial con-
tribuição da prática de atividade física habitual em relação
à proteção e à melhoria do estado de saúde é extremamen-
te mais difícil de identificar durante a adolescência, exis-
tem fortes suspeitas de que comportamentos indesejáveis
que podem afetar melhor estado de saúde na idade adulta,
como uso abusivo de bebidas alcoólicas, consumo de taba-
co, hábitos alimentares e prática inadequada de atividade
física, podem ser estabelecidos em idades jovens
46,50
.
Provavelmente, em razão das dificuldades no estabele-
cimento de delineamentos de pesquisa seguros e confiá-
veis, estudos definitivos quanto à transferência desses com-
portamentos indesejáveis da adolescência para a idade adul-
ta ainda não estão disponíveis na literatura. Porém, evi-
dências de que experiências bem-sucedidas com relação à
prática de atividade física em idades jovens podem contri-
buir para uma vida adulta mais ativa fisicamente tornam-
se cada vez mais claras
9,30,46
.
Estudos longitudinais, envolvendo amostras representa-
tivas da população adulta na Inglaterra, mostraram que 25%
dos sujeitos considerados ativos fisicamente dos 14 aos 19
anos de idade foram classificados como muito ativos na
idade adulta, comparados com somente 2% dos classifica-
dos como ativos na idade adulta que eram inativos na ado-
lescência. Por volta de 30% dos sujeitos analisados na ado-
lescência, ao ser observados novamente aos 35-39 anos,
foram consistentemente classificados em idêntico nível
habitual de prática de atividade física, o que reforça hipó-
tese no sentido de que hábitos associados à prática da ati-
vidade física podem ter origem em comportamentos vi-
venciados e incorporados na adolescência
37
.
Dessa forma, parece ser possível assumir que possam
existir evidências suficientemente convincentes no sentido
de que a prática de atividade física habitual deve ser incen-
tivada na adolescência, não apenas por conta da busca de
melhor estado de saúde no presente, mas também na tenta-
tiva de preparar os jovens para a prática regular de ativida-
de física na idade adulta. Conseqüência a longo prazo da
prática de atividade física habitual na adolescência poten-
cializa sua importância no campo da saúde pública.
Em idades infantis parece que a prática de atividades
físicas caracteriza-se como tendência inata. Contudo, na
seqüência, pode tornar-se suscetível a modificações de acor-
do com os estímulos recebidos durante o processo de de-
senvolvimento
51
. O meio sociocultural em que a criança se
desenvolve nem sempre fomenta suficiente e adequadamen-
te a prática de atividades físicas, de tal maneira que esta
passa a identificar-se com atitudes sedentárias. Por exem-
plo, longo tempo de assistência à
TV e ao vídeo, por não
serem apresentadas outras opções de lazer, brinquedos ele-
trônicos em substituição a outros que exigem esforços físi-
cos mais intensos e prática esportiva excessivamente for-
mal em prejuízo do caráter lúdico das atividades recreativas.
Nessa linha de raciocínio, estudos mostram que, em ida-
des jovens, a motivação para a prática de atividade física
está orientada para aspectos intrínsecos do próprio desfru-
te da atividade, evoluindo com o passar dos anos para as-
pectos mais proximamente relacionados à saúde e ao bem-
estar
52
. Considerando o processo de aprendizagem como
capaz de gerar atitudes positivas nos jovens, pode-se supor
que, na escola e, mais diretamente, nas aulas de educação
física, os adolescentes escolares tenham oportunidades de
modificar e consolidar suas atitudes diante da prática de
atividade física habitual. Logo, destacam-se os programas
de educação física escolar como sendo de extrema impor-
tância no estabelecimento dos níveis habituais de prática
de atividade física para toda a vida.
Essa posição encontra-se em consonância com resulta-
dos encontrados nos estudos desenvolvidos por Garcia
Montes
53
, segundo os quais existe estreita relação positiva
entre prática de lazer ativo durante o tempo livre na idade
adulta e percepção favorável quanto às aulas de educação
física recebidas nos anos de escolarização.
196 Rev Bras Med Esporte
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Vol. 7, Nº 6 – Nov/Dez, 2001
No que se refere aos fatores que podem atuar como me-
diadores nos níveis de prática de atividade física habitual,
destacam-se aspectos associados aos atributos pessoais, so-
ciais e ambientais. Quanto aos atributos pessoais, quanti-
dades de gordura corporal vêm merecendo maior atenção
dos estudiosos da área. Embora possam existir indicações
contraditórias, jovens com excesso de gordura corporal ten-
dem a envolver-se mais tempo do cotidiano em atividades
físicas de menor intensidade que seus pares magros
30
. Nesse
particular, especula-se que a relação atividade física habi-
tual-excesso de gordura corporal possa assumir posição de
reciprocidade: menores níveis de prática de atividade físi-
ca induzem aumento da gordura corporal e, à medida que
se eleva a quantidade de gordura corporal, deverá ocorrer
menor participação em eventos de atividades físicas.
Sobre informações associadas à aptidão física, às atitu-
des e às percepções que podem apresentar relação com ní-
veis de prática de atividade física habitual entre jovens,
estudos mostram que melhores índices de aptidão física
apresentam relação de causa-efeito com a prática de ativi-
dades físicas, sobretudo naquelas que envolvem esforços
físicos mais intensos
23,30
. Contudo, não é o caso das atitu-
des e percepções para a prática de atividade física e o pró-
prio conhecimento de seus benefícios
54
. Nesse particular,
argumenta-se que conhecimento associado a como ser fisi-
camente ativo talvez seja mais importante que conhecimen-
to referente ao por que ser ativo
55
. Reforçando essa hipóte-
se, Sallis
56
apresenta quatro razões que podem favorecer a
participação dos jovens quanto à prática de atividade físi-
ca: a) conhecimento prático referente à prática regular de
atividades físicas; b) disponibilidade de espaço físico; c)
intenção de praticar; e d) capacidade percebida pelo pró-
prio jovem para realizar as atividades físicas.
Aspectos que se identificam com componentes genéti-
cos também podem apresentar influência no nível de práti-
ca de atividade física habitual. Estudos nessa direção apon-
tam que por volta de 29% da variabilidade de indicadores
associados aos níveis de prática de atividade física habitual
podem ser devidos aos componentes genéticos. Ainda, os
71% restantes tornam-se resultantes da interação entre ca-
racterísticas apresentadas pelo sujeito e elementos do meio
externo
57
.
Tipo de personalidade supõe questão que, apesar de even-
tualmente vir a interferir nos níveis de prática de atividade
física habitual, não tem sido investigado entre jovens. De
qualquer forma, em adultos, parecem existir indícios no
sentido de que sujeitos que demonstram traços de persona-
lidade que os tornam excessivamente perfeccionistas, exi-
gentes, competitivos e agressivos ficam menos ativos fisi-
camente no cotidiano que sujeitos com padrão de compor-
tamento menos obsessivo
58
.
Com relação aos atributos sociais, assume-se que níveis
de prática de atividade física habitual podem sofrer inter-
ferência de condutas e valores demonstrados pelas pessoas
que participam do universo social do jovem, como mem-
bros da família, amigos e, possivelmente, professores. No
que se refere à participação dos membros da família, evi-
dências sugerem que os pais podem atuar como importan-
te modelo a ser imitado pelos filhos
57,59
. Nesse particular,
consideram-se os níveis de prática de atividade física ha-
bitual das mães como uma das variáveis preditoras com
maior incidência sobre o perfil de prática de atividade físi-
ca dos filhos, independentemente do sexo
60
.
Considerando a preferência dos jovens em participar de
atividades em grupo, especula-se que esses deverão ser in-
fluenciados por aquilo que realizam os amigos. Mediante
estudos que procuraram enfocar o envolvimento de jovens
na prática regular de exercícios físicos e de esportes, ob-
servou-se que maior aderência aos programas apresenta
estreita relação com número de amigos que também estão
envolvidos nos programas
61
.
Com relação à eventual influência que os professores,
especialmente os da disciplina de educação física, possam
exercer na prática de atividade física habitual dos jovens,
pouco tem sido estudado sobre o assunto. Contudo, consi-
derando sua identificação com o tema, parece que os pro-
fessores de educação física possam vir a constituir modelo
extremamente importante para os jovens na aquisição e na
permanência dos hábitos de prática de atividade física.
Quanto aos atributos ambientais com possíveis incidên-
cias negativas sobre os níveis de prática de atividade física
habitual dos jovens, estudos procuram destacar dificulda-
des de acesso a espaços físicos apropriados, como parques,
praças e instalações esportivas, falta de segurança em de-
terminadas circunstâncias para atividades ao ar livre e con-
dições climáticas adversas
55
.
Com relação aos pressupostos associados à prática de
atividade física que possa conferir algum benefício à saú-
de do adolescente ou do adulto, a abordagem tradicional
de que são necessários esforços físicos contínuos, vigoro-
sos e que repercutam em ganhos significativos nos compo-
nentes da aptidão física vem sendo modificada
62-64
. Parti-
cipação regular em esforços físicos moderados pode ofe-
recer muitos dos benefícios à saúde que advêm de esforços
físicos mais vigorosos. Ainda, no caso dos adolescentes,
existem fortes indícios de que programas de exercícios fí-
sicos que envolvem esforços físicos moderados têm maior
probabilidade de ser adotados e mantidos ao longo de toda
a vida que exercícios físicos que solicitam esforços físicos
vigorosos
65
. Em vista disso, supõe-se que a participação
dos jovens em determinados tipos de esportes, mediante
níveis de exigências quanto à realização de esforços físi-
Rev Bras Med Esporte
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Vol. 7, Nº 6 – Nov/Dez, 2001 197
cos mais elevados, não garante necessariamente substan-
cial contribuição para o desenvolvimento de hábitos dire-
cionados à prática permanente de atividade física voltada
à saúde.
Com base nos novos paradigmas associados às caracte-
rísticas dos esforços físicos e seus benefícios à saúde, gru-
pos de pesquisadores, juntamente com instituições volta-
das à saúde pública, têm procurado idealizar recomenda-
ções básicas para a prática da atividade física
62,63
. Essas
recomendações procuram oferecer indicações norteadoras
quanto à prática de atividade física considerada suficiente
para alcançar benefícios à saúde. No caso de adolescentes,
referência especial vem sendo apresentada às recomenda-
ções propostas por ocasião da realização da International
Consensus Conference on Physical Activity Guidelines for
Adolescents
62
:
Recomendação 1: Todos os adolescentes deverão praticar
atividades físicas diariamente ou quase to-
dos os dias, mediante jogos, brincadeiras,
esportes, trabalho, transportação, recrea-
ção, educação física ou programas de
exercícios físicos, no contexto familiar,
escolar e atividades comunitárias.
Recomendação 2: Em adição às atividades físicas do cotidia-
no, os adolescentes deverão participar de
três ou mais sessões por semana de exer-
cícios físicos, com duração de pelo menos
20 minutos ou mais, e que requerem es-
forços físicos moderados a vigorosos.
Em se tratando de recomendações direcionadas à pres-
crição e à orientação de programas de exercícios físicos,
evidências apontam que a realização de esforços físicos
está relacionada com melhor estado de saúde, independen-
temente dos componentes: tipo, intensidade, duração e fre-
qüência. Portanto, em assim sendo, para estabelecer efei-
tos positivos para a saúde, o que importa é a demanda ener-
gética proveniente dos esforços físicos induzidos pela prá-
tica de exercícios físicos
64
. A esse respeito, Blair e Connel-
ly
66
sugerem que equivalência energética por volta de 3kcal/
kg/dia parece ser suficiente para alcançar benefícios à saú-
de tanto em adultos como em adolescentes.
Na amostra analisada no presente estudo, constatou-se
que não mais de 3,2% das moças e 25,8% dos rapazes aten-
deram a essa proposição, confirmando indícios quanto à
significativa proporção de adolescentes que apresentaram
envolvimento insuficiente em programas de exercícios fí-
sicos orientados para a saúde.
CONCLUSÕES
O presente estudo procurou analisar níveis de prática de
atividade física habitual em amostra representativa de es-
colares adolescentes, entre 15 e 18 anos de idade, do mu-
nicípio de Londrina, Paraná. Mediante resultados encon-
trados, pode-se inferir que rapazes demonstraram ser fisi-
camente mais ativos que moças, sobretudo em eventos as-
sociados à prática de exercícios físicos e de esportes. Com
a idade, níveis de prática de atividade física habitual ten-
deram a reduzir-se, de forma mais expressiva, entre mo-
ças. Rapazes de mais elevada classe socioeconômica fami-
liar mostraram ser mais ativos fisicamente, ao passo que,
entre moças, observa-se situação inversa: as mais ativas
fisicamente pertenciam à classe socioeconômica menos pri-
vilegiada.
Baseando-se nas estimativas de demanda energética
(kcal/kg/dia) e nas recomendações apresentadas na litera-
tura quanto à prática de atividade física, constatou-se preo-
cupante incidência de sedentarismo. Acentuada proporção
dos adolescentes analisados no estudo não apresentou ní-
veis suficientes de prática de atividade física que possam
alcançar maior impacto à saúde. Moças demonstraram mais
elevado comprometimento que rapazes.
Embora possam apresentar limitações por tratar-se de
amostragem regional, evidências acumuladas mediante de-
senvolvimento do presente estudo sugerem que os adoles-
centes não estão sendo estimulados de maneira adequada
quanto à prática de atividade física que venha a repercutir
favoravelmente na saúde. Ainda, considerando a possibili-
dade de transferência de hábitos incorporados na adoles-
cência para a idade adulta, parece, também, que os adoles-
centes não estão sendo preparados para assumir atitudes
que lhes permitam no futuro adotar estilo de vida ativo fi-
sicamente.
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... Segundo estudo de Moares et al. (2009) os resultados nos mostram que adolescentes de escolas privadas apresentaram menor probabilidade de serem inativos fisicamente. Já em outra pesquisa que comparou os sexos com base nas classes sociais, foi destacado que adolescentes do sexo feminino que pertencem à classe socioeconômica menos privilegiada e o sexo masculino pertencentes à classe socioeconômica mais elevada teriam maior envolvimento em atividades físicas mais intensas (Guedes et al., 2001). ...
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Este trabalho verificou a qualidade de vida de estudantes do ensino médio através do nível de atividade física e da prática esportiva continuada. O estudo é de caráter quantitativo, descritivo, comparativo e correlacional. A amostra foi constituída por 733 alunos, frequentes em quatro instituições de ensino médio, sendo duas públicas do estado, uma privada e uma federal. A idade desses alunos varia entre 15 e 20 anos, e, 349 eram do sexo masculino e 384 do feminino. Os dados foram obtidos através de três questionários: IPAQ, WHOQOL-Bref, e o IMPRAF-54. Os domínios da qualidade de vida que tiveram os maiores resultados foram: Físico e Social em ambos os sexos. As dimensões mais motivantes para todos os participantes foram a Saúde e o Prazer. As correlações entre o nível de atividade física e as dimensões da percepção de qualidade de vida foram negativas e extremamente baixas, assim como entre os fatores motivacionais e o nível de atividade física. O domínio psicológico obteve as mais altas correlações junto as dimensões de Sociabilidade e Competição quando correlacionou a qualidade de vida com os fatores motivacionais. Conclui-se que um alto nível de atividade física não influenciou positivamente para uma melhor percepção de qualidade de vida nos estudantes de ensino médio, nem tanto para a motivação à prática continuada de atividade física. Assim sendo, recomendamos que sejam realizadas mais pesquisas nesse campo, para que possamos melhor compreender o quanto o exercício físico pode, de fato, influenciar na percepção de qualidade de vida do indivíduo e na sua motivação a prática continuada. Palavras-chave: Educação Física Escolar. Saúde. Ensino Médio. Abstract This work verified the quality of life of high school students through the level of physical activity and continued sports practice. The study is quantitative, descriptive, comparative and correlational in nature. The sample consisted of 733 students, attending four secondary education institutions, two of which were public in the state, one private and one federal. The age of these students varies between 15 and 20 years old, and 349 were male and 384 female. Data were obtained through three questionnaires: IPAQ, WHOQOL-Bref, and IMPRAF-54. The quality of life domains that had the highest results were: Physical and Social in both sexes. The most motivating dimensions for all participants were Health and Pleasure. The correlations between the level of physical activity and the dimensions of perceived quality of life were negative and extremely low, as were the correlations between motivational factors and the level of physical activity. The psychological domain obtained the highest correlations with the dimensions of Sociability and Competition when correlating quality of life with motivational factors. It is concluded that a high level of physical activity did not positively influence a better perception of quality of life in high school students, nor did it influence motivation to continue practicing physical activity. Therefore, we recommend that more research be carried out in this field, so that we can better understand how much physical exercise can, in fact, influence an individual's perception of quality of life and their motivation for continued practice. Keywords: School Physical Education. Health. High School.
... Para os quilombolas que trabalhavam, especificamente, os níveis semanais de atividades no domínio lazer foram maiores quando comparados aos quilombolas que não trabalhavam. O aumento do poder aquisitivo entre aqueles que trabalham pode favorecer a uma maior participação desses adolescentes em atividades físicas variadas de lazer 26 . ...
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Resumo Introdução: A prática de atividade física (AF) tende a declinar ao longo da vida, especialmente a partir da adolescência. Incentivar a AF durante essa fase pode promover um estilo de vida mais saudável, com vulnerabilidades, agravadas pela discriminação, o que pode afetar negativamente suas perspectivas e comportamentos de saúde. Objetivo: Descrever a prática de atividade física e os fatores associados entre adolescentes residentes em comunidades rurais quilombolas e não quilombolas de um município do sudoeste da Bahia. Método: A prática de atividade física foi descrita por meio da mediana e amplitude interquartil, e para avaliar sua diferença foram realizados métodos não paramétricos. Resultados: 45,3% dos não quilombolas e 46,7% dos quilombolas estavam ativos, e os domínios que mais contribuíram foram o lazer e deslocamento. Para os dois estratos, a atividade física foi maior entre os meninos, os que trabalhavam, e que relataram a existência de lugares públicos. Foi maior entre os não quilombolas que frequentavam a escola e que conheciam programas públicos. Conclusão: Menos da metade dos adolescentes rurais investigados estavam ativos. Evidenciou-se a importância dos locais e programas públicos de incentivo à prática de atividade física e a necessidade de estratégias de intervenção direcionadas para as meninas. Nesse contexto, a escola apresenta-se como um ambiente que pode incentivar comportamentos saudáveis, como a prática regular de atividade física.
... Em estudo semelhante, Ceschini e outros (2009) observaram mais 62% dos estudantes do ensino médio como sedentários. Nessas duas últimas décadas, diversos estudos têm demonstrado uma prevalência preocupante de inatividade física na população em idade escolar (CARDOSO, 2012;FARIAS JÚNIOR, 2006;GUEDES et al., 2001;MESQUITA JÚNIOR;SANTOS et al., 2010;SOUZA et al., 2010). ...
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O presente artigo tem como objetivo apresentar um ponto de vista sobre o protagonismo da Educação Física Escolar no combate a obesidade. A revisão apresenta alguns fatores que contribuem para essa problemática multifatorial, dentre eles se encontram a atividade física reduzida, o excesso de tempo frente aos aparelhos tecnológicos, distúrbios psicológicos e alimentação irregular, elementos que são adquiridos já na infância e que a Educação Física, por meio da conscientização para a saúde, pode contribuir na minimização desse processo. Portanto embora as aulas de Educação Física não sejam suficientes em termos do combate direto à obesidade, seu protagonismo se apresenta em termos conceituais e atitudinais, na medida em que cria espaço dentro das aulas para debater a temática da obesidade e motivar a consciência crítica para que as crianças e adolescentes repensem os hábitos de atividade física.
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Fungos briófilos são conhecidos por exibirem pelo menos uma fase de seu ciclo de vida associada a briófitas. Esses organismos desempenham um papel crucial em ecossistemas tropicais na ciclagem de nutrientes. Entretanto ainda existem poucos estudos sobre as suas interações parasitárias e de outros tipos com briófitas. Além disso, no Brasil, estudos utilizando microscopia para evidenciar como ocorre a associação e mecanismos envolvidos entre esses organismos são praticamente inexistentes. Desta maneira descrevemos, por meio de análises macroscópicas e microscópicas, a associação entre o fungo Rimbachia bryophila (Fungi, Basidiomycota) e Dicranella riograndensis, Neesioscyphus argillaceus e Jungermannia decolor (Bryophyta). Além disso, fornecemos registro de nova ocorrência de R. bryophila registrada para o Brasil. A coleta dos espécimes ocorreu na Floresta Nacional de São Francisco de Paula, no estado do Rio Grande do Sul, sul do Brasil. As análises macro e microscópicas revelaram poucos sinais de necrose, mas não evidenciaram a presença de haustórios ou apressórios nas espécies de briófitas estudadas, como frequentemente relatado em relações parasitárias. No entanto, hifas de R. bryophila foram amplamente observadas nos tecidos vegetativos das três espécies de briófitas, sugerindo um tipo de relação não prejudicial. Assim, este trabalho contribui para o entendimento da ecologia dessas espécies e suas associações, destacando a importância desses estudos emergentes no Brasil.
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Cardiovascular parameters and cardiorespiratory fitness in adolescents may be influenced by eating habits. The aim was to evaluate the association between the levels of some nutrients and micronutrients with blood pressure and VO 2max in adolescents. A total of 60 adolescents (15.77 ± 0.96 years old) participated in the study, of whom 35 were girls and 25 were boys. Eating habits were assessed frequency questionnaire (FFQ). Before and after a cardiorespiratory fitness test (YOYO TEST), systolic blood pressure (SBP) and diastolic blood pressure (DBP) were collected. A backward elimination method of multiple regression was performed to analyse the data. A positive association was found between VO 2max and the intake of iron ( ), vitamin D ( ), vitamin B6 ( ) and vitamin B12 ( ) for girls. Additionally, no significant associations were found between sugar, fibre and fat intake and VO 2max . There was a positive association between SBP and sugar intake ( ) for girls and negative association between DBP after exertion and fibre intake ( ) and body mass index ( ) for boys. There is a positive association between the intake of iron, vitamins and VO 2max in girls and intake of sugar with SBP for girls and negative association between fibres and DBP after exertion for boys.
Chapter
A coletânea abrange diversos temas, entre eles: as concepções da imagem corporal entre praticantes e instrutores de musculação, fisiculturistas e estudantes de Educação Física na região metropolitana de Salvador; a atividade física como fator de proteção para co-morbidades cardiovasculares em mulheres obesas; prevalência e fatores associados à inatividade física em adultos na cidade de Lauro de Freitas-BA, entre outros.
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Introdução: O estudo tem por objetivo comparar a composição corporal e a prevalência de indicador de crescimento de estudantes do 1º ao 3º ano do Ensino Médio, participantes das aulas de Educação Física. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, dados primários, quantitativo, numa amostra de 200 alunos (16,31 ± 1,19 anos), dos 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio do IFCE/Campus Juazeiro do Norte-CE, regularmente matriculados, a partir da listagem de 227 estudantes, selecionados aleatoriamente das aulas de Educação Física e submetidos aos testes de massa corporal (MC) em kg, estatura (EST) m, equacionou-se o índice de massa corporal (IMC) e classificou-se conforme PROESP-BR (GAYA et al., 2007), perimetria de coxa proximal (PCP) (cm) para cálculo de massa corporal magra (MCM) (kg), peso de gordura armazenada (PGA) (kg) e % de gordura (%G) conforme protocolo de Yonamine (SOUSA, 2008). Utilizou-se o programa SPSS 17 para estatística descritiva, teste de Qui-quadrado de Pearson, teste de Kruskal Wallis (distribuição não normal apresentada em teste de Shapiro-Wilk), Mann-Whitney para amostra independentes na variável gênero e Multiple Comparisons, teste de Hochberg para “n” desigual. Foi adotado nível de significância de 5%. Resultados: Não foram encontradas diferenças significativas na prevalência de classificação de IMC (p=0,134) e nem entre séries (p>0,05) sendo encontradas diferenças significativas entre os gêneros para IMC, MCM, e %G (todos com p=0,001). Conclusão: Os níveis de crescimento estão normais, para rapazes e moças, e quando comparadas, diferem-se e são mais elevadas para os meninos o IMC e o MCM, enquanto para as meninas o %G, indicando que o gênero pode ser um discriminador destes componentes de fragmentação de composição corporal.
Research
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Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento de Treino Desportivo e Performance Humana Faculdade de Educação Física e Desporto para a obtenção do grau de Mestrado em Actividade Física e Saúde no ano 2021.
Article
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Esse estudo teve como objetivo analisar a motivação dos adolescentes no ensino médio de uma escola particular de Vitória/ES e sua relação com a prática de musculação. Trata-se de um estudo de caso com alunos praticantes, não praticantes de musculação e o professor de Educação Física. Foi realizado uma revisão da literatura pertinente e um questionário investigativo aprovado no CEP 99919618.2.0000.5542. As motivações desses estudantes para a prática de musculação referem-se à estética e posteriormente saúde, mesmos orientados quanto sua importância. Conclui-se que um aprofundamento maior sobre esse assunto faz-se necessário por parte da escola, pois os diversos benefícios dessa prática pode contribuir de maneira satisfatória na formação do aluno.
Article
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Due to the health crisis imposed by the new coronavirus, it has become necessary to adapt the teaching methodologies, making the student’s teaching and learning process even more challenging. In this context, the objective of this work is to introduce interactive activities as a way to personalize the teaching of chemistry during the period of remote classes. To this end, the digital platforms Wordwall and Google Forms were used. It was observed that with the use of didactic and interactive tools, freely available on the internet, it became possible to give na innovative character to exercises with the creation of quizzes and games during the remote classroom moments. The use of interactive tools in remote classes has enabled a better diagnosis of the student’s knowledge. These respective tools are capable of replicating graphics that not only bring correct or wrong answers, but that make it possible to analyze the level of knowledge of the classes about the studied content, thus inducing corrective measures to be taken by the teachers.
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Identifying social and psychological influences affecting children’s attitudes about physical activity is an important step in understanding individual differences in children’s activity involvement. This study examined the influence of parental socialization and children’s psychological characteristics upon attraction to physical activity. Fourth-grade children (N=81) completed questionnaires assessing perceived physical competence and attraction to physical activity. Parents also completed questionnaires assessing their physical activity orientations and level of encouragement of their child’s physical activity. A proposed model linking four sets of social and psychological variables was tested through path analysis. The results generally supported the hypothesized model and suggested that parental physical activity orientations, parental encouragement levels, children’s gender, and children’s perceived physical competence are important influences upon children’s attraction to physical activity.
Article
The association of television viewing and obesity in data collected during cycles II and III of the National Health Examination Survey was examined. Cycle II examined 6,965 children aged 6 to 11 years and cycle III examined 6,671 children aged 12 to 17 years. Included in the cycle III sample were 2,153 subjects previously studied during cycle II. These surveys, therefore, provided two cross-sectional samples and one prospective sample. In all three samples, significant associations of the time spent watching television and the prevalence of obesity were observed. In 12- to 17-year-old adolescents, the prevalence of obesity increased by 2% for each additional hour of television viewed. The associations persisted when controlled for prior obesity, region, season, population density, race, socioeconomic class, and a variety of other family variables. The consistency, temporal sequence, strength, and specificity of the associations suggest that television viewing may cause obesity in at least some children and adolescents. The potential effects of obesity on activity and the consumption of calorically dense foods are consistent with this hypothesis.
Article
In order to quantify genetic and environmental determinants of physical activity level, 1,610 subjects from 375 families who lived in the greater Québec city area completed a three-day activity record in 1978–1981. Level of habitual physical activity, which includes all the usual activities of life, and exercise participation, which includes activities requiring at least five times the resting oxygen consumption and more, were derived from this record. Familial correlations were computed in several pairs of biologic relatives and relatives by adoption after adjustment for the effects of age, sex, physical fitness, body mass index, and socioeconomic status, and analyzed with a model of path analysis that allows the separation of the transmissible effect between generations (t²) into genetic (h²) and cultural (b²) components of inheritance. The transmission was found to be statistically significant, but was accounted for by genetic factors for level of habitual physical activity (t² = h² = 29%), and by cultural factors for exercise participation (t² = b² = 12%). Although non-transmissible environmental factors remain the major determinants of these two physical activity indicators in this population, the results suggest that children can acquire from their parents certain customs regarding exercise behavior and that the propensity toward being spontaneously active could be partly influenced by the genotype.
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This paper reviewed the available research literature to determine the role of exercise training in reducing resting blood pressure in adolescents. Similar to the adult population, there is little evidence to support the efficacy of exercise training for reducing resting blood pressure in normotensive adolescents, although several studies reported small decreases in either or both systolic and diastolic pressure. In hypertensive adolescents, aerobic-type exercise training consistently reduced both systolic and diastolic pressure, but seldom to completely normal levels. Resistance training has not been studied as extensively, but may be of some benefit. It is recommended that chronic aerobic and strength activities be part of an overall health maintenance program.
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To identify the most consistent relationships among psychological variables and physical activity in youth (ages 11-21 years), 20 articles on depression, anxiety, stress, self-esteem, self-concept, hostility, anger, intellectual functioning, and psychiatric disorders were reviewed. Physical activity was consistently related to improvements in self-esteem, self-concept, depressive symptoms, and anxiety/stress. The effect sizes were +.12, -.15, and -.38 for self-esteem/self-concept, stress/anxiety, and depression, respectively. The evidence for hostility/anger and academic achievement was inconclusive. No negative effects of physical activity were reported. The literature suggests that physical activity in youth is psychologically beneficial. More research is needed to confirm previous findings. Adolescents should engage in moderate or vigorous aerobic activity approximately three times per week for a total of at least 60 minutes per week.
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The International Consensus Conference on Physical Activity Guidelines for Adolescents convened to review the effects of physical activity on the health of adolescents, to establish age-appropriate physical activity guidelines, and to consider how these guidelines might be implemented in primary health care settings. Thirty-four invited experts and representatives of scientific, medical, and governmental organizations established two main guidelines. First, all adolescents should be physically active daily or nearly every day as part of their lifestyles. Second, adolescents should engage in three or more sessions per week of activities that last 20 min or more and that require moderate to vigorous levels of exertion. Available data suggest that the vast majority of U.S. adolescents meet the first guideline, but only about two thirds of boys and one half of girls meet the second guideline. Physical activity has important effects on the health of adolescents, and the promotion of regular physical activity should be a priority for physicians and other health professionals.
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This paper reviews the descriptive epidemiology of physical activity in adolescents. Large population-based studies were reviewed, along with smaller studies using objective monitoring of physical activity. Estimates showed that adolescents engage in physical activity of any intensity for a mean of one hour per day. Approximately two thirds of males and one quarter of females participate in moderate to vigorous activity for 20 min 3 or more days per week. Activity levels decline with increasing age across adolescence, and this decrease is more marked in females than in males. Comparison of these data to physical activity guidelines for adolescents suggests the vast majority are meeting the guideline of accumulating physical activity. However, a substantial number of males, and the majority of females, are not meeting the guideline for moderate to vigorous physical activity.
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This review examines the evidence that the level of physical activity (PA) or total energy expenditure during adolescence affects body adiposity in the obese and nonobese adolescent population. Several cross-sectional studies suggested that obese children were less physically active than their nonobese peers, but there was no consistent difference in the total energy expenditure. The likelihood that infants of obese mothers become obese at age 1 year is greater if their total energy expenditure (using the doubly labeled water technique) is lower at age 3 months. Many interventional studies in the general adolescent population show a small (1-3% body fat) reduction in adiposity as a result of physical training. It appears, though, that programs longer than one year are more efficacious than shorter programs. Lifestyle activities (e.g., walking to and from school) appear to have a more lasting effect than regimented activities (e.g., calisthenics or jogging).
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This study examined the tracking of selected measures of physical activity, inactivity, and fitness in a cohort of rural youth. Students (N = 181, 54.7% female, 63.5% African American) completed test batteries during their fifth-(age = 10.7 +/- 0.7 years), sixth-, and seventh-grade years. The Previous Day Physical Activity Recall (PDPAR) was used to assess 30-min blocks of vigorous physical activity (VPA), moderate-to-vigorous physical activity (MVPA), TV watching and other sedentary activities, and estimated energy expenditure (EE). Fitness measures included the PWC 170 cycle ergometer test, strength tests, triceps skinfold thickness, and BMI. Intraclass correlation coefficients (ICCs) for VPA, MVPA, and after-school EE ranged from 0.63 to 0.78. ICCs ranged from 0.49 to 0.71 for measures of inactivity and from 0.78 to 0.82 for the fitness measures. These results indicate that measures of physical activity, inactivity, and physical fitness tend to track during the transition from elementary to middle school.