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Título: La vocation scolaire de la chapelle de maître Pierre de

Authors:
La vocation scolaire de la chapelle de maître Pierre de Lisbonne au XIVe siècle Mário Farelo
Medievalista online ano 5 número 7 2009 © IEM - Instituto de Estudos Medievais 1
www2.fcsh.unl.pt/iem/medievalista
Revista ISSN 1646-740X
online ano 5 número 7 2009
Título: La vocation scolaire de la chapelle de maître Pierre de
Lisbonne au XIVe siècle
Autor(es): Mário Farelo
Enquadramento Institucional: IEM, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas,
Universidade Nova de Lisboa
Contacto: mario.farelo@netcabo.pt
Fonte: Medievalista [Em linha]. Nº7, (Dezembro 2009). Direc. José Mattoso. Lisboa: IEM.
Disponível em: http://www2.fcsh.unl.pt/iem/medievalista/
ISSN: 1646-740X
Resumo
Associadas a elementos de memorização familiar e votiva, as capelas podem igualmente
definir-se em função de uma vocação escolar como demonstra as fundões efectuadas,
ao longo do século XIV, em torno da capela de Santa Ana estabelecida na igreja de S.
Lourenço de Lisboa por Mestre Pedro. Tais instituições visam garantir ou coadjuvar a
aprendizagem formal dos membros da família deste último a nível elementar e a nível
superior, a qual se tornará uma parte importante da projecção do grupo familiar na
sociedade política do Portugal de Trezentos.
Associated to the memorization of the family, the chantries can also be defined through
a scholarly purpose as shown by the Fourteenth-Century foundations made at Saint-
Annes chapel founded in the church of Saint-Lawrence of Lisbon by Master Peter.
Such institutions pretend to assure and to help the acquisition by certain members of his
family of a formal education at elementary and superior levels. We will see that this
formal learning will be an important part of the preeminence of his family in the
political society of Fourteenth-Century Portugal.
F I C H A T É C N I C A
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La vocation scolaire de la chapelle de maître Pierre de
Lisbonne au XIVe siècle1
u contraire de lhistoire de luniversité de Lisbonne-Coimbra qui rut
dimportantes contributions dans cette dernière décennie e demie2, létude
parallèle des institutions médiévales denseignement non-universitaire na
guère bénéficié de la même attention. En effet, les travaux récents qui touchent à
question, portés très souvent vers une approche de synthèse3, reposent presque
entièrement sur les études datées mais néanmoins fondateurs dauteurs comme Artur
1 Cet article fut élaboré dans le cadre des groupes d’investigation sur l’Histoire de Lisbonne et sur la
Noblesse, Elites urbaines et ordres militaires appartenants à IEM-FCSH.
2 Maria Helena da Cruz COELHO Coimbra Trecentista A Cidade e o Estudo. in A Universidade de
Coimbra no seu Centerio. Homenagem aos Professores Doutores António de Vasconcelos, Manuel
Lopes de Almeida, Guilherme Braga da Cruz e Mário Brandão. Lisbonne: Academia Portuguesa da
História, 1993. p. 71-100; ead. “Les relations du Savoir et du Pouvoir dans le Portugal médiéval (XIVe
et XVe siècles). in R. AVERORN, W. EBERHARD, R. HAAS e B. SCHMIES Europa und die Welt in
der Geschichte. Festschrift für Dieter Berg zu seinem 60. Geburtstag. Bochum: Verlag Dr. Dieter
Winkler, 2004. p. 313-334; ead. Coimbra et luniversité: complémentarités et oppositions. in Patrick
GILLI, Jacques VERGER e Daniel LE BLÉVEC Les universités et la ville au Moyen Âge. Cohabitation
et tension, Leuven New York Köln: E. J. Brill, 2007. p. 309-326; José ANTUNES A cultura erudita
portuguesa nos séculos XIII e XIV (Juristas e Teólogos). Coimbra, [s.n.], 1995. Thèse de doctorat
présentée à la Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra; id. As comunicações como suporte
institucional das instituições universitárias. in Maria Helena da Cruz COELHO As Comunicações na
Idade Média. Lisbonne: Fundação Portuguesa das Comunicações, 2002. p. 146-168; Antonio GARA Y
GARA Universidad y Sociedad en el medievo portugués. Revista Portuguesa de História.
Coimbra. t. XXXI, 1 (1996) p. 209-224; História da Universidade em Portugal, vol. I: 1290-1536.
Coimbra-Lisbonne: Universidade de Coimbra-Fundação Calouste Gulbenkian, 1997; Saul António
GOMES Escolares e Universidade na Coimbra Medieval. in Estudos em homenagem a Jo
Francisco Marques, vol. I. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2001. p. 510-531. Voir
aussi la bibliographie de Manuel Augusto RODRIGUES
(http://www.humanismolatino.online.pt/v1/index.php?tp=invest&stp=cvm [consult. 20 juin 2009]). La
publication du chartularium de lUniversité Portugaise est aussi terminée: Chartularium Universitatis
Portugalensis. Ed. Artur Moreira de , Francisco da Gama CAEIRO e Pe. António Domingues de
Sousa COSTA, vol. I: 1290-1377; vol. II: 1377-1408; vol. III: 1409-1430; vol. IV: 1431-1445; vol. V:
1446-1455; vol. VI: 1456-1470; vol. VII: 1471-1481; vol. VIII: 1481-1490; vol. IX: 1491-1500; vol. X:
1501-1510; vol. XI: 1511-1520; vol. XII: 1521-1525; vol. XIII: 1526-1529; vol. XIV: 1530-1537; vol.
XV: 1533-1537; vol. XVI: Índice analítico geral abreviado. Lisbonne: Instituto da Alta Cultura, Instituto
Nacional de Investigação Científica e Fundação para a Ciência e a Tecnologia, 1966-2004. 16 vols.
3 Les auteurs de ces travaux lient lexistence de ces instituts à la question des méthodes d’enseignement et
des livres, puisque le manque de sources inviabilise nimporte quelle approche visant létude sociale et le
recrutement de leurs mtres et étudiants. António Resende de OLIVEIRA As Instituições de Ensino.
in Joel SERRÃO et A. H. de Oliveira MARQUES Nova História de Portugal, vol. III: Maria Helena da
Cruz COELHO et Armando Luís de Carvalho HOMEM Portugal em definição de Fronteiras (1096-
1325). Do Condado portucalense à Crise do Séc. XIV. Lisbonne: Editorial Presença, 1996. p. 635-659;
José ANTUNES ENSINO: I. Época medieval. in Carlos Moreira AZEVEDO Dicionário de
História Religiosa de Portugal, vol. II: Ana Maria C. M. JORGE et alii C.-I. Lisbonne: Círculo dos
Leitores, 2000. p. 110-118 entre autres.
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Moreira de Sá, Francisco da Gama Caeiro, Isaías da Rosa Pereira et Fr. Fernando Félix
Lopes 4.
Ce piètre degré dinnovation dans la connaissance des institutions scolaires médiévales
autres que luniversité ne se justifie ni par le manque dun effort historiographique ni
par des insuffisances heuristiques. Cest bien une conséquence classique dune
conjoncture documentaire ponctuée par une absence chronique de sources5 qui
inviabilise lébauche de létude sur les encadrements institutionnelles ou les méthodes
denseignement qui cheminaient les jeunes vers lapprentissage des premières lettres.
Cette faiblesse historiographique, présente également dans dautres historiographies
européennes6, fait quil ne soit guère possible dépasser les considérations générales,
sacceptant le principe que ces écoles fournissaient un enseignement dirigé vers
lacquisition de compétences de lecture par le biais de la mémorisation do psautier
(saltério) et du chant.
Le système scolaire pré-universitaire se distinguait par le biais de son implantation en
milieu rurale ou en milieu urbain, ce qui veut dire quil existerait en principe une
gradation de la qualité des instituts scolaires à la disposition de clientèles en fonction
des vivences et de la relation que celles-ci maintenait avec lespace environnant.
À la campagne, les écoles se caractérisaient par la liaison au milieu ecclésiastique, soit à
travers lexistence décoles monastiques tournées vers un enseignement apparemment
4 Les quatre premiers se sont dediés aux écoles cathédrales, tandis que le dernier sest penché sur les
studia franciscains dont les notices remontent au début do XIVe siècle. Artur Moreira de
Primórdios da cultura portuguesa I. Arquivo de História da Cultura Portuguesa. Lisbonne. vol. I, 1
(1967) p. 1-112; id. Primórdios da cultura portuguesa II. Arquivo de História da Cultura Portuguesa.
Lisbonne. vol. I, 2 (1968) p. 1-129; Francisco da Gama CAEIRO As Escolas Capitulares no primeiro
século da Nacionalidade Portuguesa. Arquivos de Historia da Cultura Portuguesa. Lisbonne. Vol. I, 2
(1966) p. 3-48; id. Santo António de Lisboa, vol. I: Introdução ao estudo da obra antoniana. Lisbonne:
Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1995; id. A organização do ensino em Portugal no período anterior
à fundação da universidade”. Arquivos de Historia da Cultura Portuguesa. Lisbonne. Vol. II, 3 (1968) p.
3-23; Isaías da Rosa PEREIRA Santo António na Escola capitular de Lisboa”. in Colóquio Antoniano.
Lisbonne: Câmara Municipal de Lisboa, 1982. p. 13-24; id. Para a história da cultura na Idade Média.
Escolas e livrarias. Lisbonne, [s.n.], 1987. Leçon dagrégation dactilographiée presentée à la Faculdade
de Letras da Universidade de Lisbonne; Fernando Félix LOPES Escolas blicas dos Franciscanos em
Portugal antes de 1308. Colectânea de Estudo. Braga. 2 (1947) p. 83-108; id. As escolas franciscanas
portuguesas de 1308 a 1515. Colectânea de Estudos. Braga. 4 (1948) p. 79-98 et publiés posterieurement
dans id. Colectânea de Estudos de História e Literatura. Vol. II: A Ordem Franciscana na História e
Cultura Portuguesa. Lisbonne: Academia Portuguesa da História, 1997. p. 353-370 et 371-384.
5 Nicholas ORME Medieval Schools: From Roman Britain to Renaissance England. New Haven,
Connecticut: Yale University Press, 2006. p. 189.
6 Jacques VERGER Tendances actuelles de la recherche sur lhistoire de léducation en France au
Moyen Âge (XIIe-XVe siècles). Histoire de lEducation. Paris. 6 (1980) p. 22.
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de «consommation interne», notamment dans le cas des cisterciens7, soit à travers un
accompagnement scolaire dans le cadre de structures denseignement au niveau
paroissiale. Il est sûr que certaines de ces paroisses rurales détenaient cette capacité,
dépendant son opérationnalité des capacités intellectuelles du prêtre et de la
disponibilité financière pour sa manutention, comme en témoigne le testament de
larchevêque de Braga Silvestre Godinho. Dans ce document, rédigé en 1244 et maintes
fois évoquée para lhistoriographie spécialisée, le prélat justifie le légat dune propriété
à léglise de Saint-Pelage de Pousada par le fait quil y eut été absorbé pendant trois ans
dans létude du psautier8. Cet exemple, le seul dont nous connaissons lexistence pour
caractériser ce type denseignement, permet en outre de prouver lexistence dun groupe
dindividus avec le potentiel nécessaire pour pénétrer lélite intellectuel du temps issu
dune société rurale connotée moins avec lécole quavec une transmission culturelle de
base orale et par des occupations professionnelles liées à lagriculture et à lélevage.
Bien entendu, cétait en ville que loffre dun enseignement élémentaire était la plus
étendue. Dune part, avec les écoles cathédrales dont les fondations accompagnent le
processus dintégration dans la mouvance chrétienne des civitates conquises à al-Gharb
Al Andaluz. Cest ainsi que rapidement sétablit un groupe de allumni autour de
larchevêque de Braga (1072)9, de la même sorte que lévêque de Coimbra organise
une école au sein de sa cathédrale (1086)10. Ces deux instituts sont encore connus par
les inventaires qui sont parvenus jusquà nous de leurs bibliothèques11. En ce qui
concerne son homologue lisbonnaise, celle-ci est reconnue notamment à travers les
7 Les monastères fondés dans le nord du Portugal au long des IXe au XIe siècle eurent une certaine
vocation éducatrice comme normalement se déduit de lexistence de bibliothèques et de donations de
livres. Ce furent toutefois les Cisterciens qui ont apparemment pris la relève, même si lécole «publique»
fondée en 1269 à Alcobaça ne relève que d’une invention des chronistes modernes de lOrdre, lorsque
véritablement il sagissait d’une école exclusive pour les moines, comme prouva jadis Mário Brandão.
Sur cette dernière question voir Manuel Vieira NATIVIDADE D. Fr. Estevam Martins e as escolas
públicas do mosteiro de Alcobaça. Tire-à-part de Trabalhos da Academia de Sciências de Portugal. 1915;
Maur COCHERIL “Les Cisterciens portugais et les études. in Los Monjes y los estudios. IV Semana de
estudios monasticos, Poblet 1961. Poblet: Abadia de Poblet, 1963. p. 235-239 ; Mário BRANDÃO A
escola blica de Alcobaça. Um embuste da historiografia alcobacense. in id. Estudos vários. Vol. II.
Coimbra: Por Ordem da Universidade, 1974. p. 269-288.
8 António Domingues de Sousa COSTA Mestre Silvestre e Mestre Vicente, juristas da contenda entre
D. Afonso II e suas irmãs. Braga: Editorial Franciscana, 1963. p. 15.
9 Artur Moreira de Primórdios da cultura portuguesa I. p. 11, doc. 1.
10 Ib., p. 12-14, doc. 2
11 Avelino de Jesus da COSTA A Biblioteca e o Tesouro da Sé de Coimbra nos Séculos XI a XVI.
Coimbra: Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, 1983; id. A Biblioteca e o Tesouro da Sé de
Braga nos séculos XV a XVIII”. Theologica. Braga. 18 (1983) p. 107-170; id. A biblioteca do cabido da
Sé de Braga nos fins do século XV e o seu tesouro em 1589, Lisbonne: Academia das Ciências, 1984.
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données retirés des parcours danciens élèves que dévirent des intellectuels dexception
au XIIIe siècle, cas de saint Antoine de Padoue/Lisbonne et de Pierre dEspagne (papa
Jean XXI). Il est probable que les six autres cathédrales du royaume auraient des
préoccupations semblables, malgré leurs moindres disponibilités financières12.
Néanmoins, cest à travers la constitution des dignités normalement associées à la
culture (scolasticus, magister scholarum) dans les chapitres cathédraux du royaume que
lexistence de ce type décoles, à lombre de la cathédrale, est normalement supposée13.
Il reste que, au contraire du cas castillan14, il subsiste encore de très nombreuses lacunes
dans la connaissance de ces écoles, surtout en ce qui concerne le type de recrutement,
les méthodes et létendue de leur enseignement.
En outre, lhistoriographie suppose que ce type denseignement était adopté par
certaines collégiales. Pour cette question, le raisonnement historiographique semble
fonctionner sur la base de leur importante institutionnelle, puisque ces écoles sont
normalement placées dans les collégiales les plus importantes do royaumes, comme
celles de Sainte-Marie de Guimarães et de Sainte-Marie de Santarém15. La réalité serait
certainement beaucoup plus diverse16.
12 Vers le milieu du XIVe siècle la cathédrale de Silves était désservie de forme coutumière par un mtre
qui enseignait les pauvres et qui était rémunéré par les fruits gérés par la dignité de maître-école (Antonio
Domingues de Sousa COSTA Monumenta Portugaliae Vaticana. Roma-Braga: Editorial Franciscana,
1968, p. 504, n. 240 (1366). La comparaison entre les rendements des cathédrales portugaises est
normalement effectuée à partir des données contenues dans la taxatio des bénéfices ecclesiastiques
portugais ordonnée en 1320 par Jean XXII, dont la récente edition par Stéphane Boissellier doit être
préférée à celle de Fortunato de Almeida (Stéphane BOISSELLIER Registres fiscaux et administratifs
de bénéfices ecclésiastiques du royaume portugais, XIIIe-XIVe siècles (édition et présentation).
Contribution à létude du phénomène administratif, Mémoire inédit (I) présenté pour lHabilitation à
diriger les Recherches à lUniversité Paris I Sorbonne, 2002, p. 79-174; Fortunato de ALMEIDA
História da Igreja em Portugal. Edition préparée et dirigée par Damião PERES. Vol. IV. Porto:
Portucalense Editora, 1971. p. 91-144.
13 Cet argument est justifiable par lun des chapitres do concile Latran III de 1179 qui décrète
lobligation de la création dans les chapitres de la dignité de maître-école, de fon à instruire
religieusement les clercs et les écoliers pauvres. Francisco da Gama Caeiro As Escolas Capitulares no
primeiro século da Nacionalidade Portuguesa”. p. 12. Le fait que cette détermination était respectée deux
siècles plus tard peut être déduit de lexemple mentionné dans la note précédente.
14 Susana GUIJARRO GONZÁLEZ La transmisión social de la cultura en la Edad Media castellana
(siglos XI-XV). Cantabria: Universidad de Cantabria, 1992; ead. Maestros, Escuelas y Libros. El
Universo Cultural de las Catedrales en la Castilla Medieval. Madrid : Universidad Carlos III Dykinson,
2004.
15 Il est vrai que les évidences d’une école dans ces églises sont très minces et que celles dont nous
disposons remettent surtout vers ces mêmes institutions. Ainsi, par exemple, la détermination de 1229 du
légat Jean de Abbeville qui ordonne que les chanoines de la collégiale de Guimarães devaient engager un
maître-école pour enseigner (Artur Moreira de Primórdios da cultura portuguesa I. p. 39-41, doc.
25). Sur la vocation éducatrice de la collégiale, voir le classique article dAntónio Alberto Banha de
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Lévêque partageait loffre scolaire urbaine avec les nombreuses écoles conventuelles
de chanoines séculiers de saint-Augustin qui se développèrent à partir de la seconde
moitié du XIIe siècle et les studia mendiants dans centurie suivante. A ce niveau, il
semble être de mise insister sur la prééminence de lécole des chanoines de Saint-
Augustin à Sainte-Croix de Coimbra, ainsi que celle à Saint-Vincent de Lisbonne. Il est
vrai que cette prééminence résulte surtout de lanalyse des inventaires et des livres à but
scolaire qui subsistèrent de ces monastères17, bien plus que de lactivité pratique de ces
écoles, dont lexistence est difficilement reconnue dans les sources au-delà de la
présence dans ces deux écoles de saint Antoine de Padoue/Lisbonne18. Dans le même
sens saligne linvestigation sur les studia mendiants. Nayant pas détudes spécifiques
sur les frères mineurs, nous savons de leur existence dans les couvents dominicains
portugais dès le début du XIVe siècle, notamment à travers le va-et-vient soutenu de
lecteurs dans le couvent à Lisbonne19 et de la liaison de celui-ci (comme de celui de
Coimbra) avec luniversité. Nous parlons ici dun enseignement théologique que sera
intégré dans luniversité de Lisbonne-Coimbra au milieu du XVe siècle20. Un mot enfin
sur lenseignement dispensé dans les monastères de lordre de Saint-Jacques,
ANDRADE Colegiadas sua função, em especial a do ensinoin Actas do Congresso Histórico de
Guimarães e a sua colegiada, vol. V. Guimarães: Câmara Municipal de Guimarães, 1982. p. 9-15.
16 En effet, il est possible de verifier également loperationnalité d’un ensegnement élémentaire dans des
collégiales urbaines moins importantes, à linstar de celle de Saint-Christophe de Coimbra ou de Saint-
Jacques de Óbidos, où il fut détecté lexistance d’un mtre-école (Manuela Santos SILVA Igrejas-
Colegiadas na Idade Média : uma linha de investigação a ser (pros)seguida. in Maria do Rosário
Themudo BARATA e Luís KRUS, dirs. ; Amélia Aguiar ANDRADE; Hermenegildo FERNANDES e
João Luís FONTES, coords. Olhares sobre a História. Estudos oferecidos a Iria Gonçalves. Lisbonne:
Caleidoscópio, 2009. p. 588.
17 Aires Augusto do NASCIMENTO Livros e claustros no séc. XIII em Portugal. O Invenrio da
Livraria de S. Vicente de Fora, em Lisboa”. Didaskalia. Lisbonne. Vol. XV, 1 (1985) p. 231-242;
António CRUZ Santa Cruz de Coimbra na cultura portuguesa da Idade Média. Porto: Biblioteca
Pública Municipal, 1964.
18 Après son passage par lécole cathédrale de Lisbonne, le futur saint Antoine entra à lécole de Saint-
Vincent avant de passer à Coimbra, où il trouve dans le monastère de Sainte-Croix les conditions pour
parfaire sont éducation. Isaías da Rosa PEREIRA - Santo António na Escola capitular de Lisboa”. p. 13-
24.
19 António do RORIO Frades pregadores em intercâmbio peninsularin Actas das 2.as Jornadas
Luso-Espanholas de História Medieval. Vol. 4. Porto: Centro de História da Universidade do Porto, 1990.
p. 1251-1272.
20 Le studium franciscain de Lisbonne fut élevé au statut de studium generale de lordre lors du chapitre
d’Assis de 1340, datant de 1453 son intégration dans luniversité portugaise. Fernando Félix LOPES
As escolas franciscanas portuguesas de 1308 a 1515. p. 89-90.
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notamment dans celui de Santos, près de Lisbonne, où Luís Filipe Oliveira décerna
lexistence dun enseignement destiné aux filles quy séjournaient21.
En ce qui concerne les écoles urbaines laïques, les responsabilités éducatrices des
municipes portugais se détectent de forme généralisée seulement à partir de la deuxième
moitié du XVe siècle, lorsque les documents montrent la préoccupation des oligarchies
municipales avec la formation de leurs membres22. Antérieurement, ces dernières sont
détectables seulement à Porto et à Lisbonne, surtout lorsque ces deux dernières
institutions sont mandatées par le roi dans le but de pourvoir à la formation à létranger
des clercs, notamment de mendiants23. Toutefois, nous ne savons pas si cet appui se
concrétisait par létablissement dune école en due forme ou, comme il paraît être le cas,
uniquement dans lengagement dun spécialiste en grammaire pour pourvoir à cet
enseignement.
En ce sens, ce dernier type denseignement pouvait se rattacher à lenseignement
privé dont nous allons essayer de détailler lencadrement et les acteurs, étant donné sa
liaison avec lenseignement dispensé à la chapelle de maître Pierre de Lisbonne.
21 Archives Nationales Torre do Tombo [dorénavant ANTT], Mosteiro da Conscncia e Ordens.
Mosteiro de Santos, liasse 64, n. 1303 cité dans [Luís Filipe OLIVEIRA] «Convento de Santos». in
Bernardo de Vasconcelos e SOUSA, dir. et Isabel Castro PINA, Maria Filomena ANDRADE et Maria
Leonor Ferraz de Oliveira Silva SANTOS, Ordens Religiosas em Portugal: das Origens a Trento. Guia
Histórico. Lisbonne: Livros Horizonte, 2006. p. 454.
22 Armindo de SOUSA Cortes Medievais Portuguesas, vol. I. Porto: INCM-Centro de História da
Universidade do Porto, 1999. p. 219-220; António Domingues de Sousa COSTA Estudos superiores e
universirios em Portugal no reinado de D. João II. Biblos. Coimbra. LXIII (1987) p. 255; Maria Ângela
BEIRANTE Évora na Idade Média. Lisbonne: Fundação Calouste Gulbenkian, 1988. p. 699; José
MATTOSO A Universidade e a Sociedade. in História da Universidade em Portugal, vol. 1, tomo 1:
1290-1536. Coimbra-Lisbonne: Universidade de Coimbra Fundação Calouste Gulbenkian, 1997 p. 326;
Maria Helena da Cruz COELHO “Les relations du Savoir et du Pouvoir dans le Portugal médiéval
(XIVe et XVe siècles). p. 333. Antérieurement, il fut possible décerner la stratégie dune partie de
loligarchie municipale de Lisbonne en faire envoyer leur progéniture en Italie à partir de la fin du XIVe
siècle pour parfaire leur étudier et pour obtenir des grades académiques. Mário FARELO A oligarquia
camarária de Lisboa (1325-1433). Lisbonne, [s.n.], 2008. Thèse de doctorat presentée à la Faculdade de
Letras da Universidade de Lisboa. p. 202-204.
23 Monumenta Portugaliae Vaticana, vol. III/1. p. 751; Mário FARELO La peregrinatio academica
portugaise vers l’Alma mater parisienne, XIIe-XVe scles. Montréal: [s.n.], 1999. Mémoire de maître en
Histoire médiévale présentée à la Faculté d’Arts et Sciences de lUniversité de Montréal. p. 128-130; José
MARQUES Os Corpos Académicos e os servidores. in História da Universidade em Portugal, vol. 1,
tomo 1: 1290-1536. Coimbra-Lisbonne: Universidade de Coimbra Fundação Calouste Gulbenkian,
1997. p. 103.
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Lenseignement privé
Ce type denseignement demeure le plus diversifié et lun des plus difficiles à saisir,
non seulement parce quil dépend de motivations et dactes individuelles dont très
souvent nous navons pas de moyen de savoir de leur efficacité mais aussi parce que
son opérationnalisation suppose des degrés dencadrement institutionnel qui peuvent
être variables.
Lorsque nous y pensons, très souvent nous vient à la mémoire lenseignement formel
dispensé par un lettré à titre privé. La documentation médiévale lisbonnaise reconnait
lexistence de ce type dinstruction par le biais dun préceptorat dun bachelier24 ayant
la charge dinstruire la descendance de familles biens fournies, cas de groupes familiaux
liés au commerce ou au service royale25. Bien entendu, il est très probable que cette
instruction ait eu lieu dans les palais (paços) que ces familles avaient en ville26 et non
pas dans les écoles que ces maîtres auraient pu maintenir en milieu urbain. Sur cette
dernière question, les indices très minces que nous avons pu recueillir ne permettent que
perspectiver leur éventuelle existence avant la fin du XVe siècle27.
24 Nous navons pas de certitude sur lextraction sociale de ces bacheliers. Il reste que l un des chapitres
des cors de 1433 se refère aux citations abusives dans le tribunal ecclesstique par le clerc qui fut
engagé pour enseigner le fils d’un lc Senhor, a vossa jurisdão é ususrpada per esta guisa; se algum
leigo a ensinar algum filho a clérigo e lhe não paga o ensino, [le clerc] cita-o perante o juiz
eclesiástico»). Armindo de SOUSA 1325-1480 . in José MATTOSO, dir. História de Portugal. Vol.
II: A Monarquia Feudal (1096-1480). Coord. de José MATTOSO. Lisbonne, Círculo de Leitores, 1992.
p. 540
25 Miguel Gomes MARTINS A família Palhavã (1253-1357). Elementos para o estudo das elites
dirigentes da Lisboa medieval”. Revista Portuguesa de História. Coimbra. t. XXXII (1997-1998). p. 59.
26 Sur les paços existantes à Lisbonne au Moyen âge, voir Mário FARELO A elite camarária de Lisboa
(1325-1433). p. 174.
27 Les écoles laïques où senseignaient les premières lettres sont documentées au Portugal seulement
depuis la fin du XVe et du XVIe siècles (A. H. de Oliveira MARQUES As instituições de cultura. in
Joel SERRÃO et A. H. de Oliveira MARQUES Nova História de Portugal, vol. V: João José Alves
DIAS Portugal. Do Renascimento à Crise Distica. Lisbonne: Editorial Presença, 1998. p. 468-469).
Les deux arguments que nous pouvons agencer pour prouver leur existence avant cette période demeurent
très circonstanciels. Le premier se rapporte à laffirmation par le maître-école du chapitre de Lisbonne à
la fin du XIIIe siècle de son juridiction sur toutes les écoles du diocèse lisbonnaise (Isaías da Rosa
PEREIRA Santo António na Escola capitular de Lisboa”. p. 17), se qui peut laisser entendre que cette
mainmise juridictionnelle pouvait toucher, non seulement toutes les autres écoles collégiales et régulières
du diose, comme aussi ces éventuelles écoles particulaires. En outre, il est question en 1322 dune
référence à un loyer payé à lévêque de Lisbonne par un «Vaasco Perez o que ensinaua os moços [celui
qui enseignait les béjaunes, ce qui peut laisser entendre la présence d’une de ces écoles alors à
Santarém (Saul António GOMES O arcediagado de Santarém em 1332. in Santarém na Idade Média.
Actas do Colóquio. Santarém : Câmara Municipal, 2007. p. 188).
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Bien sûr, cet enseignement privé ministré au niveau de la famille dépendait de
limportance que léducation avait dans son sein. Le plus souvent, très certainement,
serait faire dépendre linstruction de la maisonnée dun membre de la famille chargé de
léducation des plus jeunes. Pensons ainsi aux références aux allumni dun certain
clerc28 et aux légats de livres effectués par les oncles à leurs neveux29. Ces légats
pouvaient être accompagnés de transferts de fonds, comme celle effectuée avant 1407
par le doyen dÉvora Mem Peres de Oliveira en ordonnant que soient soutenus causa
discendi son alupno Gomes ou des étudiants nobles de la ville dÉvora en état de
pauvre30.
Nous écartons de cette analyse lenseignement visant lacquisition dun ensemble de
compétences servant à lapprentissage dun métier, car il ne subsiste aucun élément que
nous permet daffirmer que cet apprentissage était réglée de façon contractuelle comme
dans dautres royaumes31 ou quelle était une des charges des corporations de métiers
respectives. Bien entendu, la reconnaissance de la fonction éducative de ces dernières
auraient permis faire preuve de linstitutionnalisation de lapprentissage professionnelle,
une chose que les médiévistes portugais recherchent dans les sources encore sans
succès.
Ceci ne veut pas dire que lenseignement privé ne sest pas institutionnalisé dans la
société urbaine portugaise. Autre les éventuelles écoles de magistri situés en ville,
lencadrement institutionnelle de lactivité educatrice formelle passait aussi par le biais
du collège et de la chapelle.
Dune part, il faut constater la faible tradition du premier dans le système scolaire
portugais avant le XVIe siècle et la fixation de luniversité à Coimbra à partir de 1536-
28 Sur cette question voir la synthèse de José Luis MARTÍN MARTÍN Alfabetización y poder del clero
secular de la Península Ibérica en la Edad Media. in Angel VACA LORENZO Educación y
transmisión de conocimientos en la Historia. Salamanca : Ediciones Universidad Salamanca, 2001. p. 95-
132.
29 Comme Afonso Pais, doyen du chapitre cathédral de Lamego en 1264. António Domingues de Sousa
COSTA Um Mestre Português em Bolonha no Século XIII, João de Deus. Vida e Obra. Braga: Editorial
Franciscana, 1957. p. 184; Francisco da Gama CAEIRO As Escolas Capitulares no primeiro século da
Nacionalidade Portuguesa. p. 10).
30 Isaías da Rosa PEREIRA “Livros de Direito na Idade Média. Lusitania Sacra. Lisbonne, VII (1964-
1966) p. 31-41.
31 José María Cruselles réfère le cas des notaires à Valence dont lentraînement passait par la rédaction
de contracts dapprentissage (José María CRUSELLES Familia y promoción social: Los Lopiç de
Valencia (1448-1493). Estudis Castellonencs. Castellò. 3 (1986) p. 360).
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153732. Cette situation découle probablement dune série de conditions économiques de
difficile considération. De plus, il faut tenir compte de la véritable fonction de ces
institutions, où la vocation scolaire semble se subordonner à des intentions pieuses. En
effet, il faut insérer ces collèges dans la lignée des institutions analogues créées à Paris
pendant le Moyen Âge33. Celles-ci comme celles-là, fondées généralement à la suite du
testament dun officier royale appartenant au clergé, fonctionnaient dans un but pieux,
servant à fournir gîte, couvert et vêtements à des personnes dont une partie étaient des
étudiants pendant un nombre dannées spécifiques. Lexemple le plus probant et le
plus précoce de cette fon de faire demeure linstitution de lhôpital de Saint-Paul,
Saint-Clément et Saint-Eloi par lévêque Domingos Eanes Jardo en 1291, dont la
vocation assistentielle de cette institution passait par la manutention de six étudiants
pauvres34. Les deux autres institutions de collèges connues par la documentation, à
32 Cette fixation dicta une modification de paradigme. Voulue déjà par linfant Pierre, frère du roi
Édouard Ier, que proposa vers de milieu du XVe siècle létablissement à Lisbonne de dix collèges «à la
manière de ceux de Paris et de Oxfor pour les étudiantes riches et pauvres, afin d’encadrer la
population scolaire (Chartularium Universitatis Portugalensis. Vol. III. p. 311-319, doc. 856 et Artur
Moreira de A carta de Bruges do Infante D. Pedro. Biblos. Coimbra. 28 (1952) p. 33-54), elle
serait effective seulement après de transfert de lUniversité à Coimbra en 1537 et létablissement de
dizaines de collèges dans la ville du Mondego. Sur cette question, voir António de VASCONCELOS
Os Colégios universitários de Coimbra. Coimbra: Coimbra Editora, 1938 et História da Universidade em
Portugal. Vol. II: 1537-1771. Coimbra-Lisbonne: Universidade de Coimbra-Fundação Calouste
Gulbenkian, 1997.
33 Thierry KOUAME “Lapprentissage de la sociabilité dans les collèges parisiens à la fin du Moyen
Âge. Hypothèses 1997. Paris. http://www.cairn.info/revue-hypotheses-1997-1-page-133.htm [consult. 16
juin 2009]; Id. “Le détournement d’une œuvre charitable à la fin du Moyen Âge : lexécution de la
fondation Oudard de Moulins par le collège d’Autun à Paris (1398-1417) ». in J. DUFOUR, H.
PLATELLE Fondations et oeuvres charitables au Moyen Âge. Paris : CTHS, 1999. p. 143-157.
34 La fondation de cet hôpital doit se placer entre les années 1284 et 1286, cest-à-dire, entre les
autorisations royales pour son établissement (1284, septembre 8), pour lachat de biens immobiliers
(1285, juin 25) ; la concession du droit de patronage de léglise de Saint-Barthélemy de Lisbonne (1286,
mars 10) ; lexemption du paiement d’un droit au roi sur la construction et l’utilisation d’un moulin
dans la rivière de Agualva (1286, août 29), ainsi que lautorisation délivrée par le chapitre de Lisbonne
pour son érection (1286, mars 11) (voir ANTT, Chancelaria de D. Dinis, liv. 1, fl. 110-110v, 139v, 161,
175; D. Rodrigo da CUNHA História Ecclesiastica da Igreia de Lisboa. Vida, e aoens de sevs
prelados & varões eminentes em santidade, que nella florecerão. Lisbonne: Manoel da Sylva, 1642. fl.
202; Portugaliae Monumenta Misericordiarum. Coord. de José Pedro PAIVA - Vol. II : Antes da
fundação das Misericórdias. Lisbonne: Uno das Misericórdias Portuguesas, 2003. p. 201, 134). C’est
seulement après la fondation de l’université à Lisbonne, vers 1288-1290, que les références aux étudiants
surgissent dans la documentation, à savoir lors létablissement des rétributions aux pauvres et aux six
étudiants qui sont maintenus par les rendements de lhôpital (1291, avril) et lors testament de son
fondateur (1291, décembre 19) entre autres (Chartularium Universitatis Portugalensis. Vol. I. p. 16-20,
doc. 8; Portugaliae Monumenta Misericordiarum. Vol. II. p. 421-424; D. Rodrigo da CUNHA História
Ecclesiastica da Igreia de Lisboa. Vida, e acçoens de sevs prelados & varões eminentes em santidade,
que nella florecerão. fl. 206v-208). Tout ceci semble montrer que la preoccupation «scolaire» du
fondateur débuta seulement après la fondation de lUniversité à Lisbonne. À la fin de la décennie sa
possession tombera sous la main de labbé d’Alcobaça, qui nommera Afonso Eanes, lun des exécuteurs
testamentaires de D. Domingos pour ladministration de lhôpital. Pour la biographie de ce neveu de D.
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savoir le collège dAfonso Correia (1383) e de D. Diogo Mangancha (1447) sont plus
tardives et il ny a pas de certitude sur leur fonctionnement effectif35.
Dautre part, il faut constater que la vocation éducatrice des chapelles destinées
au culte funéraire et mémorial dun ou de plusieurs individus (normalement liés par les
liens familiaux) demeure une question qui na pas été lobjet de lattention des
médiévistes portugais36. Cela est dautant surprenant que ce phénomène est connu dans
dautres royaumes, notamment en Angleterre, où les fondations des chantries à partir du
final du XIVe siècle prévoient des attributions éducatrices aux chapelains respectifs37,
tandis quen France cette attestation passe notamment par la mise en contribution
dindices artistiques38. Au Portugal, les minces indications documentaires peuvent le
suggérer39. Lopportunité que nous avons eue de consulter un ensemble de documents
Domingos et futur évêque de Silves, voir Mário FARELO; Filipa ROLDÃO et André Evangelista
MARQUES Les clercs dans ladministration dionysienne (1279-1325). in Carreiras eclesiásticas no
Ocidente Cristão. Lisbonne: Centro de Estudos de História Religiosa de lUniversidade Católica
Portuguesa, 2007. p. 293, n. 2.
35 Le collège d’Afonso Correia est connu par lautorisation que le roi octroya visant la fondation de douze
scolaires en 1383 (Chartularium Universitatis Portugalensis. Vol. II. p. 111), tandis que Diogo
Mangancha établit dans son testament (1447) un collège pour douze étudiants âgés de seize ans. Le
patrimoine destiné à cette institution fut incorporée à lUniversité vers 1459 (Ib. Vol. V. p. 46-49, n.
1413, p. 53-54, n. 1417).
36 Lexcellent travail de Maria de Lurdes Rosa sur les chapelles votives lisbonnaises entre 1400 et 1521
ne recense aucun élément de cette vocation éducatrice au-de du cas de Maître Pierre ici traité (Maria de
Lurdes ROSA «As almas herdeiras». Fundação de capelas fúnebres e afirmação da alma como sujeito
de direito (Portugal, 1400-1521). Lisbonne: [s.n.], 2005. Thèse de doctorat présentée à lÉcole des
Hautes Études en Sciences Sociales et à lUniversidade Nova de Lisboa.
37 G. M. DRAPER “There hath not bene any gramar scole kepte, preacher maytened or pore people
releved, other then by the same chauntreye»: Educational Provision and Piety in Kent, c. 1400–1640”
in Robert LUTTON, Elisabeth SALTER Pieties in transition: religious practices and experiences,
c.1400-1640. Aldershot: Ashgate, 2007. p. 77-79; Jo Ann Hoeppner Moran CRUZ England: Education
and Society. in Stephen Henry RIGBY A companion to Britain in the later Middle Ages. Oxford:
Blackwell, 2002. p. 451-452. Pour une appréciation historiographique du rôle educational des chantries,
voir Rachel Elizabeth WARD The Foundation and Functions of Perpetual Chantries in the Siocese of
Norwich c. 1250-1547. Cambridge, 1998. Thèse de doctorat en Histoire, Jesus College. p. 76-78. Je
remercie vivement Maria de Lurdes Rosa pour laccès à la bibliographie spécialisée sur ces fondations,
dont les plus importantes furent justement des collèges (Christine CARPENTER Religion”. in Raluca
RADULESCU et Alison TRUELOVE, eds. Gentry Culture in Late Medieval England. Manchester :
Manchester University Press, 2005. p. 136.
38 Il se registre en France lexistence d’alphabets peints dans les murs des chapelles, ce qui suggère
lobservance d’un enseignement scolaire dans ces institutions (Danièle ALEXANDRE-BIDON et Marie-
Thérèse LORCIN Sysme éducatif et cultures dans lOccident Médiéval. Paris : Ophrys, 1998. p. 66).
Tant que lon sache, ces éléments physiques nont pas été détectés dans les chapelles médiévales qui ont
survécu au Portugal.
39 Dans le compte-rendu de la visitation à la chapelle de Bartolomeu Joanes, située dans la cathédrale de
Lisbonne en 1386, il est dit que larchidiacre de Covilhã devait engager un bachelier pour enseigner la
grammaire et le chant aux écoliers avec les rendements appartenant au maître-école. Cabido da Sé.
Sumários de Lousada. Apontamentos dos Brandões. Livro dos bens próprios dos Reis e Rainhas.
Documentos para a história da Cidade de Lisboa. Lisbonne: Câmara Municipal de Lisboa, 1954. p. 31.
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sur la fondation dun majorat où cette vocation scolaire est référée fournit loccasion
détudier de plus près cette importante question pour lhistoire de léducation portugaise
au Moyen Âge.
La chapelle de maître Pierre de Lisbonne
La chapelle de Sainte-Anne a été instituée dans léglise de Saint-Laurent de
Lisbonne par Maître Pierre, un clerc lisbonnais que poursuivit simultanément une
carrière comme médecin du roi Denis (1279-1325) et un trajet ecclésiastique en tant que
chanoine de Porto, de Guarda et recteur de Saint-Jacques de Óbidos, comme lénonce
lui-même dans son testament daté de 129640. Fondée avant cette date sur un espace
ecclésiale déjà garni dautres institutions semblables41, cet important document établit
ces fonctionnalités et les modalités de sa manutention.
En premier lieu, cette chapelle servirait de gardien de la mémoire ad aeternum de son
fondateur, puisquil y devrait être exhumé, même sil trépassait à létranger. Son âme,
comme celles des membres de sa famille ascendante et collatérale, du roi et de ses
bienfaisants serait sufragée para un chapelain. Celui-ci devrait se démarquer par sa
probité intellectuelle, dans la mesure où, selon le même maître Pierre, il devait être «de
bons coutumes et de bonne science», devant « savoir bien lire loffice divi42. Bien
sûr, une autre question nucléaire qui se détache de lanalyse de ce document ce sont les
40 Voir le document transcrit ci-dessous. Cette famille fût lobjet d’une étude spécifique ayant pour
objective létablissement des biographies de ces membres au XIVe siècle, à laquelle remettons pour des
informations détaillées. Mário FARELO Ao serviço da Coroa no século XIV. O percurso de uma
família de Lisboa, os «Nogueiras». in Luís KRUS, Luís Filipe OLIVEIRA et João Luís FONTES
Lisboa Medieval. Os rostos da Cidade. Lisbonne: Livros Horizonte, 2007. p. 145-168.
41 Notamment la chapelle de Sainte-Victoire fondée en 1271, dont la pierre évocatrice de sa construction
par Vicente Martins, vicaire du roi et juge de Lisbonne, fût retrouvée il y a qualques années (José
Custódio Vieira da SILVA Da galilé à capela-mor: o percurso do espaço funerário na arquitectura
gótica portuguesa. in id. O Fasnio do Fim. Viagens pelo Final da Idade Média. Lisbonne: Livros
Horizonte, 1997. p. 49, 58, note 10). Sur les travaux archéologiques effectués pendant la dernière
décennie à léglise de Saint-Laurent de Lisbonne, voir Clementino AMARO Arqueologia Islâmica em
Lisboa : um percurso possível”. in Portugal Islâmico Os últimos sinais do Mediterrâneo. Lisbonne :
Museu Nacional de Arqueologia, 1998. p. 66-68; Teresa de Campos COELHO “Trabalhos de
recuperação da Igreja de S. Lourenço de Lisboa”. Revista Pedra & Cal. Lisbonne. 0 (Out.-Dez. 1998) p.
38-41.
42 Voir le document transcrit ci-dessous.
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moyens de manutention de linstitution. A cet effet, il fit bénéficier ladministration de
sa chapelle en faveur de son frère Lourenço Peres durant les seize ans suivant sa mort43.
Cette fon de faire résulte certainement du manque de descendance directe de maître
Pierre, ce qui marque une certaine innovation face aux majorats établis sensiblement au
même temps par des clercs la plupart du temps des évêques qui les laissent quasi
invariablement à leur progéniture44. La suite des événements montre que la transmission
établie par maître Pierre fût suivie et quelle a demeurée plus proche des canons de
transmission fondés sur la progéniture et la masculini45. Ladministration de la
chapelle passa de Lourenço Peres à son fils homonyme qui à son trépas sans
descendance la laissa à un autre frère Filipe Lourenço, appartenant à létat
ecclésiastique. Il faut noter quen vertu du manque de descendance de ce dernier, la
transmission se poursuivra par voie collatéral, bien que, contre toute attente, ce ne sont
pas les fils illégitimes Afonso Dinis46 ou Lourenço Dinis47 plus âgés qui vont hériter
43 Postérieurement, lenchaînement de son administration était supposé passer à laîné de ce dernier et
jamais par la voie féminine, ce qui arriva en réalité. La durée de seize ans peut-être entendue comme une
fon de faire profiter son neveu né des biens du majorat même avant la fin la mort de son frère
Lourenço Peres.
44 Voir entre autres les conditions de fondation des majorats établis par les évêques Geraldo Domingues et
João Martins de Soalhães au début du XIVe siècle. Maria de Lurdes ROSA O Morgadio em Portugal,
séculos XIV-XV. Modelos e práticas de comportamento linhagístico. Lisbonne: Editorial Estampa, 1995.
p. 119, 185-186 entre autres.
45 Maria de Lurdes ROSA «As almas herdeiras». p. 444.
46 Sur ce fils naturel de Lourenço Peres, ancien étudiant en Arts, Médicine et Théologie à Paris dont les
mêlées avec les régents de la Faculté de Médecine sont bien connues, voir respectivement António
Domingues de Sousa COSTA Mestre Afonso Dinis, médico e secretário de D. Afonso IV, Professor na
Universidade de Paris. Itinerarium. Braga. vol. III, 15 (Maio-Junho 1957) p. 370-417 et 16-17 (Julho-
Agosto 1957) p. 510-607; José Maria da Cruz PONTES Afonso Dinis de Lisboa”. in A. A. Banha de
ANDRADE Dicionário de História da Igreja em Portugal. Vol. I. Lisbonne: Editora Resistência, 1981.
p. 54-56; Carlos STEEL et Guy GULDENTOPS An Unknown Treatise of Averroes Against the
Avicennians on the First Cause. Edition and Translation. Recherches de Théologie ancienne et
médiévale. Leuven. 64 (1997) p. 86-135; Manuel Cadafaz de MATOS Contributo para o estudo da
recepção dos textos de Averróis (1126-1198) na Península Ibérica entre os séculos XIII e XV numa
perspectiva da história do Livro. Hvmanitas. Coimbra. L (1998) p. 450-452; Mário FARELO La
peregrinatio academica portugaise vers l’Alma mater parisienne, XIIe-XVe siècles. p. 222-223; Mário A.
Santiago de CARVALHO Dois casos de translação da filosofia de expressão árabe no Portugal
medieval: João de Sevilha e de Lima e Afonso Dinis de Lisboa (no oitavo Centenário de Averróis).
Humanistica e Teologia. Porto. vol. XX, 2-3 (1999) p. 259-271; José F. MEIRINHOS Afonso de Dinis
de Lisboa: percurso de um filósofo, médico, teológo, traductor e eclesstico do século XIV. Península.
Revista de Estudos Ibéricos. Porto. 4 (2007) p. 47-64 (pour son parcours intellectuel et ecclésiastique);
Mário FARELO Ao serviço da Coroa no século XIV. O percurso de uma família de Lisboa, os
«Nogueiras». p. 150 (sur son insertion familiale).
47 Mário FARELO Ao servo da Coroa no século XIV. O percurso de uma família de Lisboa, os
«Nogueiras». p. 150-151 et José Augusto da Cunha Freitas de OLIVEIRA Na Península de Setúbal,
em finais da Idade Média: organização do espaço, aproveitamento dos recursos e exercício do poder.
Lisbonne: [s.n.], 2008. Thèse de doctorat en Histoire Médiévale présentée à la Faculdade de Ciências
Sociais e Humanas de lUniversidade Nova de Lisboa. p. 103-104, 113, 403, 444. Lappartenance à ce
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cette administration48, mais bien le fils cadet, lui aussi illégitime, de son nom maître
Jean des Lois (das Leis). Celui-ci portera sur ses épaules le futur de la famille49. Cette
exemple est dailleurs lun des premiers cas que nous registrons au Portugal dune
forme de transmission des administrations de chapelles au sein de la famille qui
annoncera léclosion des chapelles-majorats, où les chapelles les plus riches sont
annexées aux majorats familiaux, gardant le chef du lignage simultanément les
fonctions de «chef du majorat» et dadministrateur de la chapelle50.
En plus, maître Pierre perspective lencadrement institutionnel de cette fondation, quil
fait dépendre de la surveillance de ces dispositions par les vicaires de la cathédrale de
Lisbonne, le recteur de léglise de Saint-Laurent et de son frère lors des visites annuelles
à Noël51. Larrangement de cette manutention ad aeternum aux mains de son groupe
familial était complété par sa soustraction de juridiction face au recteur et des
portionnaires de léglise de Saint-Laurent, où la chapelle était implantée
physiquement52.
groupe familial est déduite de sa condition de frère d’Afonso Dinis. Ce que nous connaissons de
limplantation géographique de ce dernier remet surtout pour une place importante dans le village
d’Azeitão, insérée dans la péninsule de Setubal, où il construisit une chapelle.
48 Ne sont pas clairs les arguments pour lexpliquer. Il est possible qu’Afonso Dinis fût empêché de
succéder à son frère par une détermination de maître Pierre qui ordonna que les éventuels évêques et
archevêques de sa famille ne pouvaient pas administrer la chapelle. En fait, Afonso Dinis est évêque de
Guarda à lépoque de la transmission de ladministration des mains de Filipe Lourenço. Il faut souligner
aussi le raisonnement de maître Pierre, lequel perspectivait, dès 1296, que des membres de sa famille
pourraient un jour atteindre lépiscopat et larchiépiscopat (voir le document transcrit ci-dessous). Nous
croyons que celui-ci peut constituer un autre argument de preuve de la stratégie daffirmation socio
fonctionnelle par le Savoir que maître Pierre dénonce lors de cette fondation.
49 Cette succession fut planifiée d’avance. En effet, le processus débuta par la légitimation de mtre Jean,
dont le défaut de natalité avait le pouvoir d’empêcher cette succession de ladministration de la chapelle
ou du majorat de maître Pierre. Cette légitimation fut obtenue des mains du roi Alphonse IV avec la
respective autorisation des descendants de Maître Pierre par lettre datée du 28 août 1340. Lhabilitation à
cette succession fut octroyée, six ans plus tard, par lautorité pontificale dont nous connaissons les lettres
apostoliques de commission à lévêque de Coimbra pour quil enquête de la justesse de largumentation
de maître Jean et lui fournisse la respective habilitation (ANTT, Arquivo da Casa dos Viscondes de Vila
Nova de Cerveira, boîte 7, n. 1, fl. 188v (indication de lexistance de cette lettre dans un inventaire
moderne de larchive de la famille; ib., boîte 1, n. 15 (copie authéntique de la lettre apostolique de
commission).
50 Ib. p. 16, 446-459.
51 Ces visiteurs devraient recevoir annuellement pour cette charge la somme de cent sous. Ils étaient
obligés d’amener avec eux le testament dudit fondateur, certainement dans le but d’éviter des divergences
d’interprétation sur les dispositions y contenues. Cette exigence peut aider à expliquer pourquoi une
copie de son testament se retrouvait dans les cartulaires de larchive capitulaire de Lisbonne (Cabido da
Sé. Sumários de Lousada. Apontamentos dos Brandões. Livro dos bens próprios dos Reis e Rainhas.
Documentos para a história da Cidade de Lisboa. Lisbonne : Câmara Municipal de Lisboa, 1954. p. 45).
52 En réalité, le cours des événements au long du siècle dicta la croissante subordination de la collégiale à
la famille de maître Pierre de Lisbonne et de Lourenço Peres, futurement désigné par le nom de famille
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Bien que les éléments de la famille aient pu mimétiser laction de maître Pierre par
dautres fondations de majorats et de chapelles à Saint-Laurent de Lisbonne53, il nest
demeure pas moins que le groupe familiale entendit cette chapelle-majorat comme lune
des sources les plus importantes de leur pouvoir symbolique et de leur présence
dominatrice au sein de la paroisse laurentienne. Étant donné le degré de destruction et
de modifications souffertes par le bâtiment ecclésial où sencadre la chapelle, il nest
guère possible de concevoir aujourdhui avec certitude le degré de son utilisation en tant
que panthéon familiale au-delà de cet emploi par cette génération primordiale formé par
les frères maître Pierre et Lourenço Peres Senior54. Il est sûr, néanmoins, que lattention
portée sur linstitution pouvait être entachée par les abus ou les déficiences montrées par
certains administrateurs à pourvoir suffisamment à la manutention du culte ou à la
gestion de leur patrimoine. Ainsi, il est pertinent de noter que les membres de la famille
furent sensibles à ces faiblisses et aux aléas conjoncturelles (guerres, mauvaises années
agricoles) que rendait plus difficile la perception de largent nécessaire pour satisfaire
les obligations liturgiques et autres jointes à la chapelle. En ce sens, nous observons que
la chapelle a ru diverses dotations de propriétés ou dargent pour faire son achat55, des
«Nogueira». Fruit de la relation très proche que ces membres maintinrent avec le roi Alphonse IV (1325-
1357), la famille a pu acquérir le droit de patronage sur léglise et retourner une partie de ces rendements
vers une institution à but scolaire sur laquelle nous reviendrons ci-dessous. Il faut ajouter que ces deux
actions furent inspirées par Miguel Vivas, un neveu de maître Pierre, qui fut chancelier d’Alphonse IV e
évêque-élu de Viseu. Sur celui-ci voir Mário FARELO, A elite camarária de Lisboa (1325- 1433). p. 533
(et bibliographie y recensée), ainsi que, très prochainement, la thèse de doctorat de Anísio Saraiva sur le
diose de Viseu à lépoque médiévale.
53 Lourenço Peres y fonda avec sa femme la chapelle intitulée de Sainte-Catherine, à laquelle il adjoint un
chapelain pour prier à son âme et de son frère (ANTT, Arquivo da Casa dos Viscondes de Vila Nova de
Cerveira, boîte 5, n. 30, fl. 1-4 ; n. 31 (document daté de 1296 en cópies modernes). Sa femme Constança
Eanes Palhavã indique dans son testament en 1327 que cest elle qui fonda la chapelle (ANTT, Arquivo
do Hospital de S. José, liv. 62, fl. 96-97; Registo do Arquivo, liv. 7, fl. 95-96).
54 Comme lon a vu, mtre Pierre y voulait être exhumé, tout comme Lourenço Peres qui ordonna à être
enseveli près de son frère lors de son testament en 1296 (ANTT, Arquivo da Casa dos Viscondes de Vila
Nova de Cerveira, boîte 5, n. 30, fl. 1-4 ; n. 31. Plus tard, il veut être enterré dans la chapelle de Sainte-
Catherine. Significativement, si le chapelain qu’il y a institué ne pouvait pas prier dans cette chapelle, il
permit que ce dernier le fasse à la chapelle de mtre Pierre ou dans le grand-autel. Son fils homonyme
veut être enterré à Saint-Laurent de Lisbonne, «où repose son père» (ib., boîte 1, n. 19 [avant 1325, Set.
15, Arronches]).
55 Lune des actions les plus importantes de ce genre ce fut laccord obtenu entre ladministrateur de la
chapelle de maître Pierre et des exécuteurs testamentaires de Lourenço Peres Junior, dont la composition
fut confirmée par Alphonse IV le 18 novembre 1335. En vertu de cet accord, la chapelle de maître Pierre
a ru divers propriétés à Mafra (ANTT, Arquivo da Casa dos Viscondes de Vila Nova de Cerveira, boîte
7, n. 1, fl. 88v). Plus tard, maître João Coelhinho, chanoine de Lisbonne et neveu de mtre Jean, laissa
cent dobras d’or à la chapelle. Finalement, maître Jean fit donation de 2000 dobras d’or à cette institution
en 1383 pour lachat de patrimoine immobilier afin de maintenir les fondations liées à la chapelle (ANTT,
Arquivo da Casa dos Viscondes de Vila Nova de Cerveira, boîte 1, n. 38 ; ib., boîte 5, n. 35).
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actions que nous pouvons lier à dautres éléments «daide à sa manutention» comme
linstitution dautres chapelains56 et de légats de livres.
À part sa vocation funéraire et de lieu de mémoire de la famille, la chapelle de
maître Pierre fut aussi conçue en tant que fondation pieuse dans la lignée de la praxis du
temps, puisque cest elle que fournira lencadrement institutionnel et le siège pour les
huit hommes vieux e pauvres appartenant à la lignée de maître Pierre que son frère
Lourenço Peres57 établit comme œuvre de miséricorde lors de son testament58. Cet
encadrement se définit en plus par lutilisation des immeubles appartenant à la chapelle
pour la rétribution journalière des pauvres («le palais des maisons de la chapelle») et
lhébergement de ladministrateur de cette fondation, qui doit habiter «les maisons de
maître Pierre laissées à la chapell59. Cette relation à lespace se complétait avec
lobligation à lécoute par ces hommes pauvres de loffice divin à Saint-Laurent sous
peine de leurs rations60.
Les institutions à but scolaire dans le cadre de la chapelle
Cest sûrement létablissement de luniversité au Portugal en 1288-1290 qui
mobilisa la fondation dinstitutions à but scolaire pendant la dernière décennie du XIIIe
siècle à Lisbonne. La plus spectaculaire demeure celle concernant lhôpital que
Domingos Eanes Jardo, évêque dÉvora et puis de Lisbonne, y établit au début de la
décennie pour six étudiants pauvres61 et dont ladministration passera plus tard aux
56 Ce chapelain fut établi par le testament de Rui Nogueira, petit-fils de maître Jean des Lois (ib., boîte 5,
nº 37 [1432, Juillet 3]. Nous ne savons pas si jamais il fut institué de facto.
57 Ces personnes devraient venir préférablement de la région de Lisbonne et de Mafra (petit village situé à
louest de celle-). Cette dernière référence peut indiquer le lieu d’origine des ascendants de maître
Pierre, même si le fameux Livro das Linhagens do século XVI remet lorigine de celle-ci vers le nord
(Livro de Linhagens do século XVI, ed. António Machado de FARIA. Lisbonne: Academia Portuguesa de
História, 1957. p. 353-354). Nous navons pas pu confirmer la généalogie des ascendants de maître Pierre
indiquée dans cette source.
58 Cette institution est soutenue à nouveau lors de lordination de Miguel Vivas e mtre Jean des Lois
leur laisse douze livres annuelles lors de son testament en 1383.
59 ANTT, Arquivo da Casa dos Viscondes de Vila Nova de Cerveira, boîte 5, n. 30, fl. 1-4 ; n. 31
(document daté de 1296 en copies modernes)
60 Voir le document publié ci-dessous.
61 Voir la note 34 de ce travail.
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mains des réguliers62. Cette dernière fondation partage des ressemblances avec
linstitution que maître Pierre idéalise en 1296 lorsquil ordonne que trois enfants de sa
famille chacune devant avoir sept ans doivent être instruits par le chapelain de sa
chapelle dans le psautier et dans le chant, avant de passer à létude de la Grammaire
sous lorientation dun bachelier. Ces trois garçons bénéficiaient de gîte et couvert
pendant une période maximale de huit ans pendant laquelle ce trio devrait être habillé et
nourri par les rendements de la chapelle63.
Ces deux institutions partagent plus que leur moment très proche de fondation,
surtout parce que ces institutions à but scolaire demeurent secondarisés par rapport à
lœuvre de piété que ces fondateurs respectifs veulent imprimer à celles-ci64. Par
ailleurs, il existe des différences. La plus frappant est le niveau détudes demandé aux
pensionnaires. Tandis que les étudiants de lhôpital devraient étudier en Droit, en
Médecine et en Théologie, toutes des matières «universitaires», aux enfants de la
famille de maître Pierre serait dispensé une instruction au niveau élémentaire. Ceci
laisse entendre que lhorizon éducatif de maître Pierre ne semble pas se situer au niveau
des études supérieures, puisque cet encadrement terminerait lorsque les béjaunes
seraient en âge dingresser à luniversi65.
Celle-ci serait certainement une lacune dans la stratégie visant à former, dans le cadre
de la famille et à moyen terme, des futurs lettrés, prélats et officiers royaux qui
devraient assurer la croissante projection familiale dans le cadre de la société de cours et
dans la société lisbonnaise du XIVe siècle. Or, le frère de maître Pierre va rapidement
adresser cette situation en créant les conditions, lors de son testament aussi de 1296,
pour quun autre enfant de leur famille, agé de sept ans et maintenu par les rendements
laissés par celui-ci, puisse accompagner lenseignement dans les mêmes termes établis
62 Tout dabord de labbé d’Alcobaça à la fin de 1297 (ANTT, Mosteiro de Alcobaça, 1a inc., Documents
Particuliers, boîte 20, n. 9, 32, 33, 34; Livro 2o dos Dourados, fl. 59v-60; 86, 86-86v) et, un siècle et demi
plus tard, aux mains des chanoines séculiers de Saint-Jean lEvangéliste (voir la thèse prochainement
d’Isabel Castro Pina sur cet ordre religieux).
63 Voir le document publié ci-dessous.
64 Aucune de ces fondations sont proprement à parler des collèges. L’une est un hôpital, tandis que lautre
demeure une chapelle, surtout que les étudiants de cette dernière demeurent hébergés dans un autre local
que le propre édifice eccsiastique.
65 La période maximale de séjour de huit ans remet pour un âge à la sortie vers les quinze ans, cest-à-dire
lâge pendant laquelle de nombreux étudiants débutaient leur fréquence universitaire. Sur lâge d’entrée à
luniversité médiévale, voir entre autres Alain B. COBBAN The Medieval Universities: Their
Development and Organization. London: Methuen & Company, Ltd., 1975. p. 207-209.
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par maître Pierre. Limportant ici demeure que ce même Lourenço Peres Senior permet
que les huit ans ordonnés dans le testament de son frère puissent être dépassés. Dans le
cas où ces quatre enfants ne voulaient pas continuer aux études, ceux-ci devraient être
remplacés dautres, lesquels devraient être des jeunes ou des hommes légitimes
appartenant au lignage de maître Pierre et naturels de Lisbonne ou de Mafra. Ils
devraient témoigner au recteur de Saint-Laurent de Lisbonne la disposition dapprendre,
lequel assumirait la charge de conseiller lors du processus de leur sélection66. Les
montants de «bourse» accordés témoignent la gradation dimportance que le lignage
condait aux matières. Ainsi, ceux qui étudieraient la Théologie, le Droit ou la
Physique devaient recevoir annuellement cinquante livres à la Saint-Michel de
septembre, lorsque ceux qui voulaient sadonner à dautres sciences ne recevaient que la
moitié de cette somme67.
Bien sûr il sagit ici dune forme de subvention aux études supérieures des membres du
groupe, comme en témoigne ne serait-ce que pour le confirmer le fait que le
nouveaux recteur de léglise de Saint-Laurent nommé en 1349 cest précisément un
étudiant dans le studium de Lisbonne maintenu par les biens de la chapelle dudit maître
Pierre (procuratum in Vlixbonen. studio per bona Capelle dicti Magistri Petri
studantem)68.
La troisième grande institution «scolaire» liée à la chapelle de Sainte-Anne demeure
létablissement de prestamos69 pour les étudiants de la chapelle moyennant une
redistribution en douze parties des rendements de la collégiale de Saint-Laurent
élaborée par Miguel Vivas vers les années 133070. En destinant le permier quart pour le
66 Le titulaire de ce bénéfice aurait également la charge de conder à ces étudiants, sous caution, les
livres qui furent de maître Pierre, les livres qui furent de Lourenço Peres Senior et les livres de la propre
chapelle.
67 En effet, les membres les plus distingués du lignage au XIVe siècle furent des médecins (Afonso Dinis)
et des légistes (maître Jean des Lois).
68 ANTT, Arquivo da Casa dos Viscondes de Vila Nova de Cerveira, boîte 5, n. 29.
69 Ce mot désigne une fraction de la somme afféce par linstituteur d’un bénéfice au pourvoir d’un
ecclésiastique, dont la nomination demeure un droit exclusif du patron. Joaquim de Santa Rosa de
VITERBO Elucirio das palavras, termos e frases que em Portugal antigamente se usaram e que hoje
regularmente se ignoram. Edition crítique de Mário FIÚZA. Vol. I. Porto: Edições Civilização, 1983. p.
536 sub verbis «aprestamo».
70 Un inventaire de la documentation des archives de la famille date cette réorganisation des rendements
de la collégiale du 1er décembre 1332 (ANTT, Arquivo da Casa dos Viscondes de Vila Nova de Cerveira,
boîte 7, n. 1, fl. 180). Celle-ci fut effectuée par Miguel Vivas sous autorisation pontificale et par la
commission de lévêque et du chapitre de Lisbonne. Cette responsabilité est compréhensible puisquil
était cousin du fondateur de la chapelle et lun des exécuteurs testamentaires de Lourenço Peres Sénior.
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payement de toutes les dépenses de la collégiale, le second pour le prieur de celle-ci, le
troisième pour les portionnaires de la même (les trois quy séjournaient plus un
quatrième que le prieur y établit pour laugmentation du culte dans cet établissement),
ce prélat ordonne que le dernier quart servit à maintenir aux études quatre pauvres
étudiants en théologie, droit ou en médicine71. Miguel Vivas institutionnalise ainsi la
promotion des études universitaires par les membres du lignage dont Lourenço Peres
Senior avait perspectivé la possibilité. De plus, il faut ajouter que cette nouvelle
fondation seffective à coup dun détournement de fonds qui fait dommage en premier
lieu à institution ecclésiastique elle-même, puisque ce quart nest pas doté par les
membres de la famille, mais bien par les ressources provenant de la collégiale72.
La conservation dune partie de larchive de cette famille permet de cerner quelques
unes des caractéristiques de ces prestamos par le biais de certaines chartes de
concession. Ainsi, ils étaient condés par le recteur laurentien avec lassentiment et le
conseil du possésseur du droit de patronage de la collégiale73 et avaient la durée de huit
ans74, rappelant bien-sûr la durée initiale des bourses determinés par maître Pierre.
Des liens de proximité avec le roi Alphonse IV lui valurent lobtention du droit de patronage sur la
collégiale laurentienne vers 1338 (voir la note 72). Nous savons en outre que cette réorganisation a été
confirmée vers le milieu des années 1340, puisquil existe une supplique pontificale et une lettre de
Clément VI datées les deux du 6 août 1345 commissionnant larchevêque de Braga à faire lenquête
sur la question et lui donnant le pouvoir de la confirmer par lautorité apostolique. Monumenta
Portugaliae Vaticana. Vol. I. p. 63-64, n. 105; s.a. Fructos da egreja de S. Lourenço (Lisboa). Revista
Archeologica. Lisbonne. Vol. III (1889) p. 111-112.
71 Ib. La même volonté se detecte une trentaine d’années plus tard, lorsque le chanoine de Coimbra et
Évora Vasco Gonçalves s’oblige à maintenir douze pauvres comme condition pour acumuler ces
bénéfices avec léglise paroissiale de Saint Sauveur de Arraiolos. Ces douze étudiants, mantenues par
largent de ces bénéficies, devraient être tous des bacheliers en droit canon ou civil et la moitié devrait
frequenter luniversité (Monumenta Portugaliae Vaticana, vol. I, p. 493, n. 222 (1365).
72 Il faut dire que pendant cette décennie ce même Miguel Vivas obtient d’Alphonse IV le droit de
patronage sur cette collégiale. Nous navons pas le document de donation. Toutefois, un sommaire de
quelques chartes de ce roi date cet instrument de lannée 1338 (ANTT, Gaveta XIX, liasse 14, n. 5, fl. 26
et Armando Luís de Carvalho HOMEM O Desembargo gio (1320-1433). Porto: INIC-Centro de
História da Universidade do Porto, 1990. p. 370). Loriginal ou une copie de cette donation fut amené à
Avignon vers 1345, certainement comme un appui à la confirmation de la réorganisation des rendements
de la collégiale sollicitée à Clément VI par maître Jean des Lois, lors de son ambassade à la Curie
pontificale cette même année (Archivo Segreto Vaticano, Registra Avenionensis 91, fl. 312).
73 ANTT, Arquivo da Casa dos Viscondes de Vila Nova de Cerveira, boîte 1, n. 24 [1356, décembre 10];
ib., boîte 1, n. 38 [1363, novembre 5].
74 Cette durée est énoncée lors de la concession en 1363 à Fernão Gonçalves, fils de Gonçalo Eanes de
Torres Vedras, lequel avait été élevé dans la chapelle de maître Pierre (ANTT, Arquivo da Casa dos
Viscondes de Vila Nova de Cerveira, boîte 1, n. 38 [1363, novembre 5]). Ceci démontre que dans la
chapelle existaient alors les deux types d’enseignement soutenus: le pré-universitaire déterminé par
maître Pierre et l’universitaire appuyé par Lourenço Peres et Miguel Vivas.
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Linvestiture rappelle nimporte quelle intronisation dans un bénéfice ecclésiastique par
lapposition du chapeau (capeirote) sur le chef 75.
Finalement, limportance de lenseignement dans la promotion social du lignage ne
pouvait être oubliée par maître Jean das Leis, lun de ceux qui a le plus bénéficié de ces
institutions76. Son action à ce chapitre apparaît comme double. Dune part, il suit la
stratégie de ces ascendants en fournissant les conditions pour la manutention de deux
autres étudiants agés de sept ans pour une durée maximale dappui de huit ans. Ces
dispositions ne suivent pas celles de maître Pierre que dans le sens où lune de ces
enfants devrait être de son lignage, tandis que lautre devrait être originaire du lignage
de Maria Afonso, sa défunte77. Cette fondation, apparemment ratée78, semble être la
dernière action de la famille pour constituer des nouvelles fondations de la sorte. Sans
doute les difficultés économiques de la dernière moitié du XIVe siècle et les problèmes
de gestion patrimoniale très fréquemment associés à la manutention de ce genre
dinstitutions dictèrent une voie conservatrice de protection de létabli. Cest dans ce
sens quil faudrait lire les dernières volontés de maître Jean en termes du renforcement
monétaire de fondations antérieures, à savoir les quatre écoliers instruits à la chapelle et
les quatre scolaires «majeurs» qui faisaient leurs parcours à lUniversi79.
Il faut dire que ces institutions demeurent les faces les plus spectaculaires de la vocation
scolaire de la chapelle de maître Pierre. Toutefois, elles ne sont pas les seules, étant
donné limportance que le groupe familiale a donnée au livre en tant que ressource
intellectuelle visant cette même projection lettrée des futurs «Nogueiras».
75 ANTT, Arquivo da Casa dos Viscondes de Vila Nova de Cerveira, boîte 1, n. 38 [1363, novembre 5];
ib., boîte 5, n. 29 [1349, avril 29].
76 Nous savons qu’il fut crée par son frère Lourenço Peres Junior et quil profita des ressources de la
chapelle pour ses études.
77 C’est lui qui nous linforme dans sons testament de 1383 en disant que cette institution fut effectué
après la mort de Maria Afonso et avant son mariage avec Constança Afonso, ce qui nous donne une date
critique aux alentours de 1348 (voir Mário FARELO Ao serviço da Coroa no século XIV. O percurso
de uma família de Lisboa, os «Nogueiras» . p. 151).
78 Cette institution na pas survécue, selon la documentation plus tardive qui lui fait allusion. António
Domingues de Sousa COSTA Hospitais e albergarias na documentação pontifícia da segunda metade
do século XV. in A pobreza e a assistência aos pobres na Península Ibérica durante a Idade Média.
actas das 1as. Jornadas Luso-Espanholas de História Medieval. Vol. I. Lisbonne: Instituto da Alta
Cultura, 1973. p. 265, 319-325.
79 ANTT, Arquivo da Casa dos Viscondes de Vila Nova de Cerveira, boîte 1, n. 38 [1363, novembre 5];
ib., boîte 5, n. 35 [1383, mars 17].
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Limportance des livres
Les livres permettaient que lactivité lective puisse se dérouler au sein de la chapelle. Ils
étaient passibles de prêt moyennant une caution80, à la bonne praxis médiévale81. Il reste
quil nest guère possible de reconstituer les titres des livres qui devraient constituer le
contenu de bibliothèque de la chapelle de Sainte-Anne82. Nous savons quelle a été
constituée par les livres laissés par le fondateur et par ceux qui en faisaient des
donations à la chapelle, certain dentre eux danciens élèves que reconnaissaient ainsi le
rôle que cette institution eut dans leur formation et dans leur promotion83. La donation
de maître Jean des Lois peut illustrer alors les thématiques des livres conservés par la
chapelle. Sans que lon sache ce qui en est des livres servant à enseigner à lire et à
écrire, celle-ci énonce des livres de droit civil (Corps de Lois entier)84 et de droit canon
(Décrétales, Sexte, Clementines, «Joanina85, Décret)86, ainsi que des livres de
logique, de poesie, de médicine et de théologie87.
Étant leur vocation scolaire, ce nest pas une surprise que maître Jean des Lois,
en tant que chef de ce groupe familiale, ait mobilisé ces ressources libraires afin de faire
profiter lui-même et les membres du groupe par la voie du prêt. À nouveau larchive
familiale registre des diverses transactions de ce genre. La première notice concerne les
la preuve du prêt de certains livres que Filipe Lourenço, administrateur de la chapelle
fait à ce même maître Jean des Lois à une date entre 1326 et 132988. Une trentaine
80 Voir le document transcrit ci-dessous.
81 Une loi de Ferdinand Ier de 1379 énonce que les prêts de livres à courte écheance entre étudiants,
destinés à la correction de leurs exemplaires, ne donnait pas lieu à la rédaction d’un document écrit.
Ordenações Afonsinas, note de présentation de Mário Júlio de Almeida COSTA; note textologique
d’Eduardo Borges NUNES. Livre III. Lisbonne: Fundação Calouste Gulbenkian, 1984. p. 228.
82 Un inventaire de cette bibliothèque était rédigé à lépoque à la fin du livre de la messe de chapelle où se
recensaient aussi les biens de cette même chapelle comme laffirme maître Jean des Lois dans son
testament. ANTT, Arquivo do Hospital de S. José, liv. 62, fl. 57 [1383, mar. 20].
83 Comme la donation de maître Jean des Lois. Cette fon de faire se reconnaît dans dautres chapelles
du groupe entretenues à Saint-Laurent, comme celle de lévêque Afonso Dinis, à qui Gonçalo Miguéis,
neveu de ce dernier, laisse des Clementines, un Archidiacre, un livre de reportationes et des livres de
l’ordre de avocacia. ANTT, Arquivo da Casa dos Viscondes de Vila Nova de Cerveira, boîte 4, n. 11
[1391, avril 10].
84 ANTT, Arquivo do Hospital de S. José, liv. 62, fl. 56v [1383, mar. 20].
85 Certainement les Extravagantes de Jean XXII.
86 Ib.
87 Ib. Les livres de ces dernières quatre matières, au nombre de 25-26 volumes, furent achetés par maître
Jean des Lois à maître Afonso, médecin de la reine [on ne sait laquelle] et ont couté 102 livres.
88 ANTT, Arquivo da Casa dos Viscondes de Vila Nova de Cerveira, boîte 7, n. 1, fl. 26v.
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dannées plus tard, cest ce dernier lettré qui fait une reconnaissance publique du prêt
quil fit dunes Décrétales et dun Sexte à Afonso Eanes de Mafra89. Il se suit en 1363
dautres Décrétales prêtées à Domingos Rodrigues, scolaire à Coimbra90 et, en 1379,
des volumes de Logique vieille à João Fernandes91. Cette même année, Geraldo Martins
reconnaît avoir ru de Jean des Lois unes Décrétales pour lesquelles il a promis de
payer 300 livres en cas de non-dévolution92.
La scolarité : un élément de promotion du lignage des «Nogueiras»
Les fondations analysées ci-dessus symbolisent beaucoup plus quune simple
volonté dune fratrie à donner à leur groupe familier laccès aux lettres. Elles
représentent lun des plus importants piliers dune stratégie bien dessinée daffirmation
socioéconomique initiée par un clerc de Denis I
er et poursuivi par sa descendance
collatérale. Une stratégie que se décline en premier lieu à fournir aux plus jeunes les
outils nécessaires au décodage dun message que saffirme de plus en plus par la voie de
lécrit. Mais aussi une stratégie qui promut les études avancées par lacs aux études
supérieures. En ce sens, il est possible remarquer la préférence des membres plus
éloignés de maître Pierre pour luniversité portugaise, tandis que la descendance de son
frère Lourenço Pères sengage dans des aventures in terra aliena en France
septentrionale93. Il reste à savoir le degré dinfluence que la famille a pu avoir dans
lintérêt quAlphonse IV semble avoir nourri pour les centres scolaires de la France du
89 Ib.,fl. 16v.
90 Ib., fl. 7
91 Ib. fl. 7.
92 Ib.,fl. 6v. Cette vocation de prêt ne sarrête pas avec la mort de Jean des Lois, puisque sa femme
Constança Afonso arriva à prêter de nombreux livres de médicine en 1395. Ib., fl. 7.
93 C’est connue la présence d’Afonso Dinis à deux reprises à Paris, tandis que quelques décennies plus
tard, cest au tour de Fernão Gonçalves, neveu de Jean des Lois, obtenir la licence en Lois à luniversité
d’Orléans. Bien sûr, nous ne savons pas le lieu de formation supérieure dautres membres importants du
lignage comme Miguel Vivas ou Jean des Lois. Il reste que les Nogueiras, eux aussi, iront à partir de la
fin du XIVe siècle suivre la tendance croissance et diriger leur peregrinatio academica vers lItalie (Mário
FARELO La peregrinatio academica portugaise vers l’Alma mater parisienne, XIIe-XVe siècles. p. 131,
note 490 ; id. A oligarquia camarária de Lisboa (1325-1433). p. 408).
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nord, au point dordonner à deux de ces ambassadeurs daller recruter des docteurs
orléanais en droit pour enseigner à luniversité de Lisbonne-Coimbra94.
Cet exemple suggère que lascension de la famille dépendait en dernier lieu des
liaisons étroites quelle entretenait avec la royauté et les relations personnelles nouées
avec Denis Ier et ensuite avec Alphonse IV95. Cette constatation est indéniable. Il reste
cependant que le Savoir fut important pour que les membres de la famille aient pu avoir
les «habilitations» requises pour intégrer le cercle restreint des privats royaux. En ce
sens, il est symptomatique quune vingtaine dannées après les fondations de maître
Pierre et de Lourenço Peres Senior, des anciens étudiants quavaient été formés à la
chapelle commencent leur ascension. Ce furent les cas de Miguel Vivas et dAlphonse
Dinis que réussirent des carrières de succès à lépiscopat et près du roi en tant
quhommes de sa confiance96. Avec la disparition de nombre de ces membres durant la
première décennie du règne alphonsin (Lourenço Peres Senior, Lourenço Peres Junior
et, très probablement, Miguel Vivas) ce sera au tour de Jean des Lois, lui qui avait été
nutritus par son frère et étudié à la chapelle, de prendre la relève. Il noubliera pas la
94 Cet ordre demeurée inconnue jusqu’à présent se trouve expresse dans deux lettres non-datées
contenues dans une arche de documents royaux que, très probablement, lévêque d’Évora Martim Afonso
de Brito maintenait vers 1346 à Avignon et dont linventaire dit le suivant «Item outra con esse meesmo
seelo em que fazia procuradores Lopo ffernandes e pero do sen pera obligarem doctores. Eu fernam
martijnz»; «Item outra carta com o seelo do cavalo pendente em que fazia procurador Martim Affonso e
ffernam rodriguiz pera obligarem doctores en Orleens pera leerem en Coymbra. Eu fernam martijnz
(Archivo Segreto Vaticano, Registra Avenionensis 91, fl. 312v-313). Nous ne sommes pas en mesure de
dater de façon critique ses lettres pour linstant. Toutefois, le fait que Pierre de Corbigny, docteur en droit
par luniversité d’Orléans, fait son entrée dans la documentation portugaise en 1330 (sous le nom plus
traditionnelle de mtre Pierre des Lois) nous fait penser que leur mission fut un succès et qu’ils réussirent
à recruter ce dit Pierre. En fait il est dit professeur à lUniversité de Coimbra dans une supplique au pape
en 1350. Sur ce personnage et pour les références aux faits avans ci-dessus, voir Mário FARELO A
oligarquia camarária de Lisboa (1325-1433). p. 575-576. Dautre part, cest connu tout leffort mis par
ce roi pour lobtention de la mtrise en Medicine à lUniversité de Paris en faveur d’Afonso Dinis
(António Domingues de Sousa COSTA Mestre Afonso Dinis, médico e secretário de D. Afonso IV,
Professor na Universidade de Paris. p. 383).
95 Dans la génération primordiale de maître Pierre-Lourenço Peres Senior, un élément promotionnel
également important fût linsertion dans le pouvoir municipal de Lisbonne à la fin du XIIIe siècle, soit par
le truchement des offices de juge ou de procureur, soit par des mariages avec les familles appartenant à
cette même élite, ce qui avait leffet de resserrement des liens endogamiques. La famille suivra plus tard
la même voie avec d’autres familles participant à lofficialité centrale du roi, une fois que la famille ait
changé le cadre d’intervention local pour le cadre central à partir de la fin du règne dAlphonse IV.
96 Miguel Vivas était dans loffice de chancelier ou vedor da chancelaria, lorsqu’Afonso Dinis sintitula
dans une supplique au pape dans la qualité de secretario du roi. Mário FARELO Ao serviço da Coroa
no século XIV. O percurso de uma família de Lisboa, os «Nogueiras». p. 151.
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source doù faisait surface lune des sources de leur prééminence, puisque divers
membres de sa famille trouveront prenant dans la burocratie centrale de la Couronne97.
Ce lien structurel avec la vocation scolaire de maître Pierre ne sera attendri
quavec les générations suivantes de maître Jean. Désormais nobles, fruit de laide
prêtée à la nouvelle dynastie, ils sinscrivent dans un nouveau palier. Biens insérés à la
cour, ménageant des bons mariages, ils accèdent à des fonctions plus importantes :
lalcaidaria de Lisbonne avec le fils aîné de maître Jean, dénommé Afonso Eanes
Nogueira (1400-1425) et son fils Rui Nogueira (1426-1432) ou larchevêché de
Lisbonne avec Afonso Nogueira, frère de ce dernier98. Cette période de prééminence
social et administrative ce sera paradoxalement le début de la fin. Par le manque de
descendance ou de mâles, les Nogueiras termineront pour laisser place aux Brito, aux
Valentes ou aux Sem, lignages auxquelles les Nogueiras sassocieront dorénavant.
La chapelle de maître Pierre, avec toute sa charge symbolique de mémoires, se
maintiendra ainsi un repositoire de gloires passées, de gloires que la clairvoyance dun
clerc de Denis Ier a prédites.
97 Mário FARELO A oligarquia camarária de Lisboa (1325-1433). p. 368- 370 (Gonçalo Miguéis); p.
407-409 (Fernão Gonçalves).
98 Sur la projection de la famille au XVe siècle, voir les importantes remarques de Rita Costa Gomes. Rita
Costa GOMES A Corte dos Reis de Portugal no final da Idade Média. Lisbonne: Difel, 1995. p. 135-
136.
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Tableau des légats et des instituitions dans la chapelle de maître Pierre
(XIIIe-XVe siècles)
Nom gats
Institutions
Chapel
ain
Bourses
Pauvres
1
Trois enfants agés
de sept ans pendant
8 ans
Lourenço Peres
Sénior (13)
600 livres
1
Un enfant age de
set ans de la famille
de mâitre Pierre
Les quatre enfants
[trois de Maître
Pierre et lun de
Lourenço Peres]
seraient maintenus
à lUniversité
8 hommes
vieux et
pauvres du
lignage de
maître Pierre
Miguel Vivas (avant
1342)
Um quart des
rendements de
léglise de Saint-
Laurent pour
létablissement de 4
prestamos pour 4
étudiants pauvres
durant 8 ans.
8 hommes
vieux et
pauvres du
lignage de
maître Pierre
Mestre João das Leis
(testament de 1349)
Indetermi
1
Mestre João
das Leis
(testament de 1383)
1
Trois pauvres qui
doivent apprendre à
lire, la grammaire,
la logique et autre
science durant 8
ans.
Trois pauvres
maintenus
durant 8 ans.
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Mestre João das Leis
(donation à la
chapelle de 1383)
2000
dobras en
or pour
acheter des
immeubles
João Coelhinho
(1367)
100 dobras
Gonçalo Miguéis
(1391)
1
Rui Nogueira (1432)
1
DOCUMENT 1
1296, février 21, Lisbonne Testament de maître Pierre de Lisbonne99
ANTT, Arquivo do Hospital de S. José, liv. 62, fl. 63v-67v (publique-forme de 1310,
juillet 20, Lisbonne en copie moderne datée de 1751, mai. 4, Lisbonne)
Référence: Cabido da Sé. Sumários de Lousada. Apontamentos dos Brandões. Livro dos
Bens próprios, p. 45 (à partir dune autre copie conservée dane larchive du chapitre
cathédrale de Lisbonne)
In Dei Nomine. Amen. Noverint universi, quod (fl. 64) sub era milesima tresentesima
quadragesima octava, vigesima die Julii in praesentia mei Fernandi publici Tabelionis
Civitatis Vlisbonensis, et testium subscriptorum Vincentius Petri Rector Ecclesiae
Sancti Laurentii ejusdem Civitatis ostendit, et fecit legi per mé dictum Tabellionem
quodam instromentum delegatum factum per manum Joanis Petri quodam Tabelionis
99 Étant donné la qualité du texte (copie du XVIIIe siècle d’un document de la fin du XIIIe siècle), nous
avons décidé de respecter lorthographie et ponctuation présentes dans celui-ci. En ce sens furent
corrigés uniquement les erreurs de transcription les plus évidents er les plus significatifs pour la
compréhension du texte.
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praedictae Civitatis, et signatum doubus signis ejusdem, sicut in praedicto instromento
aparuit, cujus tenor talis erat //
In Nomine Patris, et Filii, et Spiritus Sancti. Amen. Quoniam summa philosophia est
assidua mortis cogitatio, quia juxta sententiam sapientis, certum est, quod morieris, sed
incertum quando, quomodo, aut usquam, usque, mors nos expectat, quia morte nihil
certius, et nihil incertius hora mortis, et temerarium sit hominibus in tali statu
conversari, in quo non audent mori, et propter hoc quilibet dies vitae nostrae sic, ut
quasi ultimus ordinandus: ideo noverint universi praesentis testamenti omnium bonorum
nostrorum immobilium seriem inspecturi, quod ego Magister [Petrus] de Civitate
Vlysbona oriundus Canonicus Egitaniensis, et Portuensis, et Rector Ecclesiae Sancti
Jacobi de Obidos in meo pleno sensu, et in mea salute, et ex mea libera voluntate timens
Deum, et horam mortis, et dubitans de utrisque in mea plenaria potestate in hunc
modum meum facio, et ordino Testamentum: In primis comendo animam meam Deo,
gloriosissima Virgini Matris ejus, et Universae Curiae Superiorum, et ubicunque mori
me contingerit, siue in Regno, siue extra Regnum in Ecclesia Sancti Laurentii Civitatis
Vlysbonensis in quadam mea Capella, meam (fl. 64v) eligo sepulturam de omnibus
nostris immobilibus, scilicet domibus, casalibus, vineis, et apotecas cum cupis, et aliis,
talem que facio ordinationem in perpetuum valituram volo, et mando, quod omnia ista,
quae habeo immobilia, et forte sum ad huc in postesum habiturus, remaneant fratri
nostro Laurentio Petri post mortem meam per sexdecim annos tali ordinatione, et
condicione opposita, et sibi aliis in perpetuum observanda, ipse vero Laurentius Petri
manu teneat, et possideat omnia bona ista, et procuret sic fideliter, quod quotidie de
bono in melius aumententur, et de fructibus et de dictibus praedictorum bonurum unum
bonum in scientia, moribus, atque vita in praedicta Ecclesiae habeat Capellanum qui
sciat bene offitium Ecclesiasticum legere, et cantare, qui Capellanus serviat praedicta
Ecclesia pro anima mea, et parentum meorum cum Comemoratione de Beata Virgine
glorioza, et cum commemoratione pro Rege, et benefactoribus, et pro patre, et matre
mea, et pro fratibus nostris vivis similiter, et defuntis eandem missam, qualibet die
celebret exceptis festivitatibus Virginis gloriosae, et filii Domini Jesu Christi, et
Apostollorum, et a siquibus aliis solemnitatibus, quae in terra solemniter celebrantur, in
quibus vero solemnitatibus, atque festis missa de die celebretur cum commemoratione
de Martiriis, et aliis commemorationibus supradictis, post praedictam vero missam, siue
de Requiem, siue de festo infine ejusdem semper missa votiva dicatur Beatae Mariae
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Virginis Gloriosae, eidem vero Capellano pro tanto, et tali labore dentur quolibet anno
per (fl. 65) tertias anni sexaginta liberae (sic) in principio anni viginti liberaes (sic), et
in Mediatate anni, duo, et in mediatate anni viginti librae et in fine vero anni viginti
librae aliae tribuantur, et si forte aliquo tempore pro tanto pretio non posset in veniri
talis, ut preadicti, aliquis Capellanus, mando, et volo, quod ei de mayori pretio
provideatur taliter, quod Capella nostra semper habeat Capellanum, et si forte pro
mayori praetio similiter potuerit inveniri salvo semprer hoc, quod propter hoc praedictus
Capellanus non deficiat, nec minuat de praedictis pro minori similiter habeantur, volo
tamen, et ordino, quod si dictus Capellanum fuit de genere nostro, semprer istas
sexagintas libras habeat, supradictas ad hoc, ut per eas meluis, et honorabilius
sustentetur, et obligetur idem Capelanus recitare horas die quolibet defuntorum,
exceptis diebus, et solemnitatibus, in quibus missa de Requiem non cantatur, et teneatur
eidem Capellano, provideatur de pecunia supradicta de bonis fructibus, et reditibus
su[b] penis nuncupatis, et post praedictos sexdecim annos omnia bona ista cum
condictionibus supradictis remaneant filio suo mayori, et semper legitimo, et similiter
mortuo isto remaneant alii filio, si ibi fuerit, et similiter mortuo isto remaneant alii filio
mayori, et nunquam feminae per lineam descendendo, et sic in perpetuo sucessivé, et
mortuis filiis omnibus filius Prioris filius, si filium habuerit, vel filius alterius filii
similiter per gradus, et lineam descendendo qui censentur naturaliter jam nepotes ipsius
Laurentii Petri bona ista omnia possideant, manu teneant, et habeant cum conditionibus
predictis, adendo tamen, quod si aliquis istorum filiorum, vel nepotum (fl. 65v) clericus
fuerit, non propter hoc inse retineat, et hoc offitium Capella, quamvis sic, et sacerdos,
sed semper de sacerdote alio eidem Capella provideatur, qui sit edoneus cum
conditionibus, ut praedicti, de quo sit bona edifficatio, et exemplum in populo, et in
clero, et ille talis, qui tenuerit bona nostra, siue sit clericus, siue laicus, su invenerit
aliquem sacerdotem de genere nostro ponat ipsam in dicta Capella, et eam teneat in vita
sua, se laudabiliter fecerit supradicta, et eidem provideatur, ut superius est jam dictum,
et mortuo isto, sic sucessivé in aliis procedatur eidem si Novo alio, quam filios, vel
nepos istius Laurentius Petri, etatis non fuit legitimé, et pro fecto tutore sui bona ista
custodiant, et pro eo faciunt ista omnia ad impleri, sicut ipse facere et si fiesset, et
tantum habere discretum, et de jure, et testamentum mandato facere tenebatur, er
suscipere, as aetatem per veniat legitimam, et completam, volo, e mando, quod si aliquis
istorum, qui ista bona habuerit, ut praedicti as Episcopalem, vel Archiepiscopalem
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dignitatem fuerit sublimatus, quod istam jurisdictionem, et bona non habeant, sed aliis
eis sucedat per gradus, et lineam descendendo, mortuiis numero filiis, et nepotibus
ipsius Laurentii Petri, vel si forte ibi non fuerit, aliis de genere, et sanguine nostro tam
ex parte Patris, quam ex parte matris et specialiter ex parte patris, si taliter ibi fuerit
inventus, et specialiter, si fuerit clericus, qui ad minus habeat viginti annos, si tales
potiuntur inveniri, qui propitior fuerit, habeat ista bona cum conditionibus superius jam
nihilominus nuncupatis, et (fl. 66) si forte talis dispositio genere non fuerit inventus
assumatur alius, qui propinquor, et melior fuerit in ipso genere judicatis; volo in super,
mando, et ordino, quod assumantur tres pueri de genere nostro, quorum quilibet habeat
septem annos, et dentur ad instruendum et addiscendum, dico, et ad adiscendum in
psalterio, et cantum ipsi nostro Capellano, qui eos moribus, et scientia instruat legem, et
cantare, et pro eorum labore abeo, qui ista bona nostra tenuerit de praedictis fructibus, et
reditibus quolibet anno recipiat quinque libras, post quam vero scriverit per Psalterium,
atque cantum ponatur ad grammaticam, et bachalarius, que eos docuerit pro suo labore,
similiter quolibet anno de predictis fructibus recipiat quinque libras, isti vero pueri tam
in psalterio, quam in cantu, quam in Grammaticali studio occupati, et instructi, non
teneantur, nisi per octos annos, et eis de istis bonis nostris provideantur per istos annos
in cibo, et in potu, in camassiis, et se moralibus, et in garda cossiis100, et in caputiis de
pano, qui dicitur stamen vel et stam forte, et si tempore mortis meae aliquis periti
fuerunt, tales in domo mea eisdem omnibus provideatur, et supereditus jam praedixi,
quibus aliis complectis isti dimitantur, et alii assumantur, et eisdem semper fiat, dico,
eisdem sic fiat, et provideatur sicut justis praemiis provideri, et fiere consuevit, Mando,
volo, et ordino, quod quicunque ista bona nostra suceperit, et tenuerit ex parte nostra,
quod non possit (fl. 66v) ea vendere, pignorare, alienare, nec in aliud comutare, nisi de
bono in melius, et sic hoc attentare praesumpserit careat dictis bonis, et ego ea sibi
revoco, et dictos alii meo magis propinquo cum conditionibus supradictis per meos
testamentarios istius Testamenti, qui super hoc casu plenariam habeat potestatem in
super mando, et volo, et ordino, quod Rector ipsius Ecclesiae Sancti Laurentii, et clericii
eiusdem super meam Capellam, et super bona ipsius Capellae nullam jurisdictionem
habeant, nec possunt eidem aliquid dare, nec in aliud comutare, sed omnia fiant, ut in
isto meo Testamento ordinari continetur. Facio executorem istius mei Testamenti
100 Mots incomprehensibles.
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Vicarius, vel Vicarium Ecclesiae Cathedralis Vlysbonensis, quicumque fuerit, vel
quicumque fuerint, tunc, vel post pro tempore sucessive, et Rectorem ipsius Ecclesiae
Sancti Laurentii, qui est, et qui prius fuerit sucessivé fratrem meum Laurentium Petri, et
de ipsis executoribus plenariam potestatem, et mando, et volo, quod quilibet anno pro
festo Nativitatis Domini visitentur Capellanum, et eum corrigant, si fuerit corrigendus,
et si llocens101 fuerit, eum amoveant, et ut superius continetur de alio Capellae
providenant Capellano. Volo in super, et mando, quod praedicti vicarii, qui pro tempore
fuerint, vel fuerit eum amoveant, quando visitaverint, vel visitarint Capellanum, statim
videant, et visitent bona ista, et eum, qui ea tenet, si bene fideliter, et utiliter
procurantur, et in suis usibus expenduntur, ut in isto meo Testamento ordinavi, quo soi
malé viderint (fl. 67) procurata, ac etiam conservata trina amonitione praemissa malé
procuranti auferent ipsa bona authoritate mea sine aliquo juditio, et sine sententia, et
contenda, et dent ea, atque assignent alii de genere nostro magis propinquo, ut est
dictum, qui dicta bona bene, et fideliter, et utiliter procuret, et faciat procurari, dicti vero
Vicarii, vel Vicarius pro tali labore, et tali visitatione fideliter exequenda in quolibet
anno, quando visitaverint de dictis bonis percipiant, et alia, dico, et habeant centum
solidos, et ducant secum transumptum istius Testamenti, per quod se regeant, et per
quod videant, et studeant, qui emmendare, et corrigere debeant in praedictis, alias si
transumptum non habuerint, et secum non duxerint, non habeant illos centum solidos
supradictos. In super mando, et ordino, quod si aliquis qui tenuerit praedicta bona, ea
daminificaverint, vel alienaverint, et voluerint dictos vicarios impedire, nec dicta bona
dent alii personae dicti Vicarii omnino sibi auferant dicta bona, et compelant eum, ut
restituatur eis, quidquid inde recepit et ad satisfaciendum de damnis datis in dictos
bonis, et sua negligentia sic productis, et distructis dictum fuit hoc Ulysbonae,
vigessima una die die Februarii jam transacta in era millesima trigentessima trigesima
quarta, qui praesentes fuerint Laurentius Petri, germanus suus, Sthefanus Martini de
Sancto Nicollao, Magister Martinus Munionis advocatus (fl. 67v) Ulysbonensis,
Franciscus Dominici de Maffora, mercador Vlysbonensis, Joannes Bernaldi Santarenus
qui moratur in Azambuja, Petrus Dominici Tabellio Vlysbonensis, et Ego Joannes Petri,
publicus Tabellio Vlysbonensis huic facto, et Testamento interfui et illud manu propria
scripsi, et in eo meum signum aposuit in testimonium veritatis,
101 Mot incomprehensible.
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quod tale est, quo praedicto Laurentius Petri quondam Tribuno Domini Regis petivit a
mé dito Tabellione tenorem supradicti instrumenti, et ego dedi eum sibi scriptum manu
mea, et signo meo signato, quod tale est, testes qui praesentes fuerunt Martinus
Alffonsi, Sthefanus Gonsalves, Porcionarii dicta Ecclesia Joannes Petri Capellanum,
Gomesius Pallagii
DOCUMENT 2
1296, février 21, Lisbonne Traduction du testament de maître Pierre de Lisbonne
ANTT, Arquivo do Hospital de S. José, liv. 62, fl. 72-76v (publique-forme de 1310,
juillet 28, Lisbonne en copie moderne datée de 1751, mai. 4, Lisbonne)
Em nome de Deos Amen// Saibam todos que na era de mil trezentos e corenta e outto
em vinte e outto dias do mês de Julho em prezença de mim Fernando; Tabaliam (fl.
72v) publico da Cidade de Lisboa, e das testemunhas abaxa escriptas, Vicente Pedro
Reitor da Igreja de Sam Lourenço da mesma Cidade mostrou e ler fez por mim tabaliam
hum instrumento de legado feito por mão de Joanne Pedro Tabaliam em outro tempo, da
ditta Cidade, e asignado de dous signais do mesmo, e asim como no ditto instromento se
continha do qual o seu theor hera o seguinte //
Em nome do Padre e do Filho e do Spirito Santo Amen, como hé a melhor filloçofia a
continua concideram da mortte porque conforme a Sentença do sabio hé certa a
morte, mas incerto quando, o como, o aonde a mesma morte nos espera, porque nenhua
couza hé mais certo que a morte, e nada mais duvidozo que a ora da morte, e seja
temeridade andarem os homens naquelle estado em que senão atrevem a acabar, e por
isso qualquer dia de nossa vida se há de ordenar como se fosse o ultimo: Por isso
saibam todos os que a serié do prezente testamento de todos nossos bens de raiz virem
que eu Mestre [Pedro] natural de Lisboa, Conego da guarda e do Portto, e Rejtor da
Igreja de Santhiago de Obbidos em meu inteiro juizo, e em minha saude, e de minha
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livre vontade temendo a Deos, e a ora da mortte dividando de huma e outra couza em
meu cumprido poder faço e ordeno meu (fl. 73) testamento nesta maneira //
Primejramente emcommendo minha alma a Deos, e a Virgem glorizicima sua May (sic)
e a toda a Corte do Ceo, e em qualquer parte que suseda a minha mortte, ou dentro do
Reino, ou fora delle escolho a minha sepultura em huma minha Capella que tenho na
Igreja de Sam Lourenço desta Cidade de Lisboa, e isto de todos os nossos bens de rais,
assim cazas, como cazais, vinhas, e outros, e fo esta despoziçam para que valha para
sempre. Quero, e mando que todos estes bens de rais que tenho, e possa ter para o foturo
fiquem a nosso Irmão Lourenço Pedro depois de minha mortte, por espo de dezaseis
annos com tal ordem e condiçam que se haja de observar por elle, e pelos demais para
sempre. Porem o mesmo Lourenço Pedro tenha, e possua todos estes bens e procure de
tal sortte cram que passe todos os dias de bom para melhor, e dos frutos, e rendas dos
dittos bens sustente hum capellam na ditta Igreja de boa vida, siencia, e costumes o qual
saiba bem ler, e cantar o officio Ecleziastico o qual capellam sirva na ditta Igreja por
minha alma e de meus parentes com commmeração (sic) de bem aventurada Virgem
glorioza, e com commumeração pello Rey e bemfeitores, que por meu Pay, e minha
May, e por nossos Irmãos asim vivos como defuntos, e celebre em qualquer dia a
mesma missa exetto as Festividades da glorioza virgem, e de seu filho Nosso Senhor
Jezus Christo, e dos Apostolos, e algumas outras solemnidades (fl. 73v) exetto, digo
solemnidades que na terra solemnemente se selebram, porem naquellas solemnidades e
Festas a missa do dia se celebre com commumeração dos Martires e outras
commumeroens sobredittas; porem despois da ditta missa ou de requiem, ou de Festa
no fim da mesma sempre se diga a missa votiva da bem aventurada glorioza Virgem
Maria, e se dem ao mesmo capellam em cada hum anno por semelhante e tal trabalho
pellas terças do anno sesenta libras no principio do anno, vinte libras, e no meyo do
anno, outras vinte libras, e no fim do anno outras vinte; e se acazo em algum tempo se
não achar capellam por semelhante pro mando e quero que se proveja ao ditto
capellam com mayor pro de tal sortte que a nossa capella sempre tenha capellam; e se
acazo pello mayor pro poder acharce a mesma sortte, salvo sempre que por amor disto
o capellam não falte nem diminua a cerca das dittas missas sejam porem sempre dittas
pello menor pro; quero contudo e ordeno, que se o ditto capellam for da nossa
geram sempre tenha as dittas sesenta libras de tal sorte que com ellas melhor, e mais
decorozamente se sustente, e seja obrigado rezar as oras em qualquer dia dos defuntos
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exettos aquelles dias, e solemnidades em que a missa de requiem se não cante, e seja
obrigado o ditto Lourenço Pedro a dar ao mesmo Capellam o dinheiro sobreditto dos
bens (fl. 74) fructos e rendas asima nomeados, e despois dos dittos dezaseis annos todos
estes bens e o mas dittas condiçoens fiquem a seu filho mais velho, e sempre legittimo,
e morto este fiquem a outro filho se ahy ouver, e da mesma sorte morto este fiquem ao
outro filho mais, (sic) e nunca femea descendo pella linha, e asim para sempre
susecivamente, e mortos todos os filhos, o filho do primeiro filho, se tiver filho, ou o
filho, de outro filho semilhantemente descendo pellos graos, e pella linha que
naturalmente sam reputados por nettos do mesmo Lourenço Pedro posua todos estes
bens tenha, e haja com as condiçoens já dittas acrecentando porem que se algum destes
filhos, ou nettos for clerigo por esta Caza, digo cauza não concerve em sy este oficio da
Capellania posto que assim hé saçardotte mas sempre se dé a outro sacardotte (sic) a
mesma capella que seja edonio, com as condiçoens que dice de quem haja boa,
edeficaçam, e emxemplo entre o povo, e o clero, e aquelle tal que pesuir nossos bensl ou
seja clerigo, ou leigo se achar algum sacardotte de nossa geram o ponha na ditta
Capella, e a pesua na sua vida se louvavelmente fizer o sobreditto, e lhe dará ao mesmo
como asima ditto hé, e mortto este se proceda como mesmo asima como susecivamente
nos outros; porem se de alguma sortte o filho, ou netto desse Lourenço Pedro não for de
legitima Idade, e na verdade (fl. 74v) os seus tutores goardem estes bens; e facam (sic)
por elle que todas estas couzas se cumpram como elle fizera se prezente fosse, e se
chegar a Idade legitima de ter desqueriçam que seja obrigado a fazer Testamento, ou de
direito, ou de mandatto possa receber esses bens; quero e mando que se algum destes,
que estes bens tiver, como já dice for elevado a Dignidade de Bispo, ou Arcebispo, que
com esta jurisdiçam não gozem dos seus bens, mas outro lhe suseda descendo pellos
graos, e linha, mortos, porem os filhos e nettos do mesmo Lourenço Pedro, ou se acazo
ahy não houver algum da nossa geram e sangue, assim da parte do Pay, como da parte
da May, especialmente da parte do Pay se tal ahu for achado, e especialmente se for
clerigo que menos tenha vinte annos se tal se poder achar que for mais favoravel haja
estes bens com as condiçoens já muitas vezes repetidas, e se acazo se não achar pessoa
da mesma garaçam tome se outro que for julgado por mais proximo, e melhor na mesma
geram; alem disso quero, mando, e ordeno, que se tomem tres meninos de nossa
geram de Idade de sette annos cada hum, e se emtreguem ao mesmo Nosso Capellam
para os instruir, e aprenderem no Salterio, e canto, o qual alem delles ensinar o canto os
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instruhira nos costumes, e na ciencia emsinando lhes a lej, e pello trabalho delles (fl. 75)
receberá daquelle que tiver estes nossos bens em cada hum anno dos dittos frutos e
rendas delles sinco libras; porem depois que souberem o Salpterio, e o Canto o
apliquem á gramatica, e o Bacharel que os emsinar pello seu trabalho da mesma sortte
em cada hum anno receberá sinco libras dos dittos frutos; porem estes meninos
ocupados, e instroidos assim no Salpterio, como no Canto, como no estudo da gramatica
não sejam obrigados senão por espo de outto annos os pessuidores de nossos bens a
provelos senão por estes annos de comer e beber, e do mais presizo, e vestir, e se ao
tempo da minha mortte forem achados alguns tais com capacidade em minha caza se
proveja de remedio a esses, contudo, como asima já dico (sic) e acabados os dittos outto
annos os dittos meninos sejam deichados, e se tomem outros, e fam e provejace a
estes asim como aos primejros se costumou fazer, e prover. Mando, quero, e ord[e]no
que qual que tiver e pessuir estes nossos bens de nossa parte que não possa vendelhos
empinhalos, alianalos, nem commutalos senão de bom para melhor, e se alguem
prezumir isto atentar seja privado dos dittos bens; e eu lhos revogo, e mando que se dem
a outro meu mais chegado parente com as condiçoens sobredittas. E isto por via dos
meus TestamenteJros (fl. 75v) deste testamento que sobre este cazo tenho plenario
poder alem disto mando, quero, e ordeno que o Rejtor da mesma Igreja de Sam
Lourenço, e os mesmos clerigos não tenham sobre a minha Capella, e sobre os bens
delles jurisdiçam alguma, nem lhe possam dar ao mesmo Reitor alguma couza, nem
commutar lha, em outra, mas tudo isto se faça como se contem, e hé ordenado neste
meu Testamento// Fo meus testamentejros ao vigario, ou vigarios da Igreja da Sée de
Lisboa qualquer, ou quaisquer quer forem antam, e pello tempo adiante susecivamente,
E ao Reytor da mesma Igreja de Sam Lourenço que hé, ou for susecivamente a meu
Irmão Lourenço Pedro, lhes dou poder amplo para a ditta execuçam e mando e quero
que em qualquer anno pella Festa do Nacimento (sic) do Senhor vezitem o Capellam, e
os Reprehendam se o merecer, e se o acharem culpado o dispam e como asima se
contem, provejam outro em sua lugar. Alem disto quero e mando que os dittos vigarios
que pello tempo forem quando vezitarem esse Capellam se o dispedirem merecendoo
logo vejam e vezitem estes bens; e saibam quem os pessuem se bem e fielmente, e com
utilidade sam procurados, e convertidos em uzos pios como neste Testamente (sic)
ordenej; porem se virem que os dittos bens sam mal adeministrados e concervados (fl.
76) feitas as tres ademostaçoens canonicas logo se lhe tirem a quem os adeministrar por
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minha autoridade sem algum juizo, ou sentença, ou contenda, e se dem a outro parente
nosso mais chegado como está ditto que procure e faça procurar os dittos bens bem fiel
e utilmente; porem o ditto vigario ou vigarios por este trabalho, e vezita que se há de
executar com fedelidade cada anno que vezitarem recebam, e partecipem dos dittos bens
cem soldos, e tragam comsigo o Treslado deste Testamento por onde se governem, e
por onde vejam e estudem o que devem correger, e mandar no sobreditto, alias senão
tiverem o Treslado do ditto Testamento e comsigo não trouverem não teram aquelles
cem soldos sobredittos, alem disto mando e ordeno que se algum que pessuir os dittos
bens os damnificar, ou alhear, e quizerem pedir aos dittos vigarios que não dem os
dittos bens a outras pessoas os dittos vigarios lhe tirem a esse os dittos bens e o obrigem
que lhos restituá e tudo o que recebeo desses bens; e lhes satisfaça o damno,
negligencia, e destruiçam que lhe fez em elles. Foi feito em Lisboa a vinte e hum dias
de Fevereiro era de mil e trezentos e trinta e quatro. Testemunhas prezentes Lourenço
Pedro seu Irmão; Estevam Martins de Sam Nicolao; Mestre Martinho Monis Adevocado
de Lisboa, Francisco Domingues (fl. 76v) de Mafra mercador de Lisboa, João Bernardes
de Santarem, que mora na Azambuja, Pedro Domingues, Tabaliam de Lisboa. E eu
Joam Pedro publico Tabaliam de Lisboa asesty a este facto, e Testamento, e o escrevj
por minha mão e nelle meu signal fiz// Em testemunho de verdade de que tal hé. O qual
Testamento lido o ditto Lourenço Pedro em outro tempo Sennador do senhor Rei me
pedio a mim ditto Tabalião o theor do sobreditto instrumento, e em lho dej Escripto por
minha mão e por mim asignado que tal hé. Testemunhas que prezentes foram Martim
Affonço, Estevam Gonçalves Roeiros da ditta Igreja, Joam Pedro, Capellam, Gomes
Pellagio
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Como citar este artigo: FARELO, Mário La vocation scolaire de la chapelle de
maître Pierre de Lisbonne au XIVe siècle”. Medievalista [Em linha]. Nº7, (Dezembro de
2009). [Consultado dd.mm.aaaa]. Disponível em
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There is very little information available on most of the medieval Portuguese academic masters. Their itinerancy through European universities and even through the sciences is one of their most distinctive features. This article collects the available data on Afonso de Dinis of Lisbon († 1352), with particular emphasis on: 1) his academic career as a master of the Arts, Medicine and Theology in Paris; 2) the works that are attributed to him; 3) the characteristics of his translations and his particular interest in the work and thought of Averroës.
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