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Planejamento e monitoramento da carga de treinamento durante o período competitivo no Basquetebol

Authors:

Abstract

This study aimed to examine the relationships between the difficulty of the matches (difficulty scheduled at the beginning of the season [DBS] and the in-season match difficulty [DIS]) and the weekly internal training load (ITL) in twelve professional male basketball players (25.3 ± 4.8 years, 97.6 ± 14.9 kg, and 195.8 ± 10.2 cm) during a in-season period. DBS was determined before the commencement of the competitive season, and DIS due to reassessing DBS on a weekly basis. ITL was determined by means of session-RPE method. Significant correlations (p < 0.05) were verified between DBS and DIS (r = 0.86), DBS and ITL (- 0.59), and DIS and ITL (- 0.65). The greater coefficient of relationship between DIS and ITL suggest a key role of reassessing the difficulty of the matches on a weekly basis to provide appropriate information to coaches regard planning and monitoring in-season training loads.
Rev Andal Med Deporte. 2013;6(2):85-89
Revista Andaluza de
Medicina del Deporte
Rev Andal Med Deporte. 2013;6(2):85-89
www.elsevier.es/ramd
Revista Andaluza de
Medicina del Deporte
Revista Andaluza de Medicina del Deporte
C
ENTRO
A
NDALUZ
DE
M
EDICINA
DEL
D
EPORTE
Volumen. 6 Número. 2 Junio 2013
Volumen. 6 Número. 2 Junio 2013
ISSN: 1888-7546
RAMD
Originales
Aerobic training and lipid prole of hypothyroid rats
Incidencia del ejercicio físico y el entrenamiento vibratorio sobre la amplitud
de movimiento de mujeres con bromialgia
Inuencia de la capacidad funcional sobre el perl lipídico, daño muscular y
perl biquímico en personas mayores no institucionalizadas
Estudio del crecimiento físico de escolares a moderada altitud usando el área
muscular del brazo por estatura y edad
Força muscular respiratória e pico de uxoexpiratório de pacientes com
bronquiectasia submetidos à reabilitaçãorespiratória
Revisión
Tecido adiposo, hormônios metabólicos e exercício físico
Artículo especial
Planejamento e monitoramento da carga de treinamento durante o período
competitivo no basquetebol
Indexada y Reconocida por: IME, IBECS
ABSTRACT
Planning and monitoring training loads during an in-season basketball period
This study aimed to examine the relationships between the difficulty of the matches (difficulty scheduled
at the beginning of the season [DBS] and the in-season match difficulty [DIS]) and the weekly internal
training load (ITL) in twelve professional male basketball players (25.3 ± 4.8 years, 97.6 ± 14.9 kg, and 195.8
± 10.2 cm) during a in-season period. DBS was determined before the commencement of the competitive
season, and DIS due to reassessing DBS on a weekly basis. ITL was determined by means of session-RPE
method. Significant correlations (p < 0.05) were verified between DBS and DIS (r = 0.86), DBS and ITL
(- 0.59), and DIS and ITL (- 0.65). The greater coefficient of relationship between DIS and ITL suggest a key
role of reassessing the difficulty of the matches on a weekly basis to provide appropriate information to
coaches regard planning and monitoring in-season training loads.
© 2013 Revista Andaluza de Medicina del Deporte.
Correspondência:
Prof. Dr. A. Moreira
E-mail: alemoreira@usp.br
Key words:
Session-RPE.
Basketball.
Sports training.
Internal training load.
Historia del artículo:
Recibido el 11 de febrero de 2013
Aceptado el 26 de marzo de 2013
Palabras clave:
Deportes colectivos.
Percepción subjetiva del esfuerzo. Planificación.
Entrenamiento.
Planificación y monitorización del entrenamiento durante un periodo de competición
de baloncesto
El estudio tuvo como objetivo examinar las correlaciones entre la dificultad de partidos (dificultad prevista
al principio de la temporada [DP] y la dificultad actualizada a cada partido [DA]) y la carga interna de en-
trenamiento en microciclo anterior al partido (CIT-A) de 12 jugadores profesionales de baloncesto (25,3 ±
4,8, masa corporal 97,6 ± 14,9 kg, altura de 195,8 ± 10,2 cm) durante una temporada de competición. CIT-A
se determinó por el método de la PSE del sesión. La relación entre DP, DA y CIT-A se analizó mediante el
coeficiente de correlación de Pearson. Se encontró fuerte correlación (r = 0,86) entre DA y PD (p <0,05), así
como entre la DP y CIT-A (r = -0,59) y DA y CIT-A (r = -0.65). El coeficiente más alto de correlación entre DA
y CIT-A sugiere que la dificultad prevista al comienzo de la temporada (DP) debe actualizarse durante la
temporada de competición, y por lo tanto puede proporcionar información valiosa para la planificación y
control de las cargas de entrenamiento en microciclos que preceden a los partidos oficiales.
© 2013 Revista Andaluza de Medicina del Deporte.
Artículo especial
Planejamento e monitoramento da carga de treinamento durante
o período competitivo no basquetebol
A. F. S. Arruda a, M. S. Aoki b, C. G. Freitas a, A. Coutts c e A. Moreira a
a Departamento de Esporte. Escola de Educação Física e Esporte. Universidade de São Paulo. São Paulo. Brasil.
b Grupo de Pesquisa em Adaptações Biológicas ao Exercício Físico. Escola de Artes, Ciências e Humanidades. Universidade de São Paulo. São Paulo. Brasil.
c School of Leisure, Tourism and Sport. University of Technology Sydney. Lindfield. Australia.
ARTÍCULO EN PORTUGUÉS
A. F. S. Arruda et al. / Rev Andal Med Deporte. 2013;6(2):85-8986
INTRODUÇÃO
Um dos principais desafios da periodização do treinamento esportivo é
promover o equilíbrio entre a carga de treinamento e recuperação, obje-
tivando o incremento do desempenho competitivo1. Com relação às ati-
vidades de endurance, notadamente aquelas que contemplam os espor-
tes caracterizados por movimento cíclicos e contínuos, o desempenho
competitivo parece estar intimamente determinado por uma relação do
tipo dose-resposta2. Entretanto, no esporte coletivo essa relação entre a
carga de treinamento e o desempenho competitivo ainda carece de elu-
cidação, principalmente, no que se refere à organização das cargas de
treinamento durante o período competitivo.
O período competitivo, para a grande maioria dos esportes coletivos,
apresenta elevada frequência de participação em jogos oficiais e longa
duração, dificultando a organização do treinamento, tanto no que se re-
fere à preparação física, quanto no que tange às sessões de treinamento
técnico e tático. Outra particularidade do período competitivo que me-
rece destaque é o fato das equipes se confrontarem com diferentes e
complexas situações que podem, por sua vez, influenciar o desempenho.
Entre estas situações destacam-se: o nível do adversário, o número de
dias de treinamento entre as partidas oficiais e o local no qual são reali-
zadas essas partidas (“em casa”, “fora de casa” ou “fora de casa com via-
gem longa”).
Considerando essas variáveis, Kelly e Coutts3 propuseram um siste-
ma de classificação do nível de dificuldade das partidas, que leva em
consideração o grau de dificuldade estimado para cada uma dessas par-
tidas, podendo assim, ser utilizado para planejar a carga de treinamento
do microciclo que precede a partida (microciclo pré-jogo). Segundo o
sistema proposto por Kelly & Coutts3, quando a próxima partida tem alta
pontuação (maior dificuldade), as cargas de treinamento do microciclo
que a precede, deveriam apresentar magnitude classificada como baixa
à moderada. Esse planejamento das cargas de treinamento poderia pro-
piciar uma adequada recuperação, favorecendo as adaptações fisiológi-
cas positivas, que em última instancia levaria ao aumento do desempe-
nho competitivo.
No que diz respeito às sessões de treinamento desenvolvidas ante-
riormente às partidas classificadas como de baixa dificuldade, estas de-
veriam ser utilizadas para o desenvolvimento das denominadas sessões
de desenvolvimento, ou seja, aquelas que têm como objetivo estimular
o aumento das capacidades condicionais, incluindo os treinamentos físi-
cos, técnicos e táticos, mediante a aplicação de estímulos severos; ou
seja, deveriam ser aplicadas cargas de magnitude moderada à alta.
No sistema proposto por Kelly e Coutts3, a utilização do método da
percepção subjetiva de esforço da sessão (PSE da sessão; Foster4) tam-
bém é sugerido. O intuito da aplicação deste método é monitorar as car-
gas de treinamento ao longo do processo. Além de ser um método váli-
do5-8, não demanda custo adicional, podendo ser utilizado por
treinadores e técnicos no dia a dia do treinamento. Esse método consiste
em quantificar a carga interna de treinamento (CIT) através do produto
da duração total da sessão de treinamento (em minutos) pela percepção
do atleta em relação ao esforço global da sessão realizada9.
A partir do resultado da CIT de cada sessão, o técnico ou preparador
físico podem determinar se a carga está de acordo com o planejado5-8. A
partir dessa informação, estes profissionais podem realizar ajustes a
cada sessão de treinamento, podendo aumentar a magnitude dos estí-
mulos ou, ao contrário, incrementar tempo de recuperação.
Apesar da aparente utilidade do monitoramento do processo de trei-
namento e competição, através do sistema proposto por Kelly e Coutts3,
esse parece não ter sido alvo de investigação, notadamente, no que se
refere a sua aplicação em ambiente real de atletas de basquetebol. As-
sim, o presente estudo teve como objetivo verificar as relações entre a
dificuldade das partidas prevista no início da temporada (DP), a dificul-
dade atualizada das partidas (DA) e a carga interna de treinamento acu-
mulada em cada microciclo pré-jogo (CIT-A). Foi levantada a hipótese de
que haveria uma relação de moderada à alta entre a dificuldade prevista
no início do campeonato (DP) e a dificuldade atualizada a cada partida
(DA). Outra hipótese adicional é que poderia haver uma relação inversa
entre a dificuldade da partida (DP e DA) e a carga interna de treinamen-
to acumulada em cada microciclo pré-jogo (CIT-A), ou seja, a realização
de baixas cargas de treinamento nos microciclos pré-jogo que antece-
diam partidas classificadas como difíceis e cargas mais elevadas para
partidas definidas como fáceis.
MÉTODOS
Sujeitos
Foram avaliados 12 jogadores de basquetebol, profissionais, do sexo
masculino (idade: 25,3 ± 4,8; massa corporal 97,6 ± 14,9 kg; estatura
195,8 ± 10,2 cm) participantes de uma equipe da divisão A1 (divisão
principal) do Campeonato do Estado de São Paulo, Brasil. Todos os parti-
cipantes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido,
aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da instituição de origem dos
pesquisadores (N.o 2008/21), após receberem todas as explicações sobre
os objetivos e procedimentos do estudo. Os jogadores estavam ampla-
mente familiarizados com o método da PSE da sessão, sendo este utili-
zado habitualmente pela comissão técnica da equipe investigada.
Cálculo da dificuldade das partidas
O estudo foi realizado durante a participação da equipe avaliada em uma
competição oficial organizada pela Federação Paulista de Basketball
(FPB). A equipe investigada disputou 14 jogos oficiais durante 12 sema-
nas de competição.
A fim de calcular a dificuldade de cada partida, três aspectos e seus
pressupostos foram considerados:
1) Nível do oponente – o grau de dificuldade do oponente é determi-
nante para a exigência física dos atletas durante a partida.
2) Dias entre partidas – este fator interfere significativamente na pro-
gramação dos treinos a serem realizados no microciclo, levando em con-
sideração a recuperação da última partida e a preparação para a seguin-
te.
3) Local – o local onde a partida será realizada interfere diretamente
no número de sessões que podem ser realizadas. Para cada um destes
fatores de influência, foi atribuída uma pontuação de acordo com a tabe-
la 1. A dificuldade de cada partida foi determinada pela soma da pontu-
ação atribuída a cada fator de influência.
A pontuação dos itens “Dias entre partidas” e “Local” foi realizada a
partir das datas e locais das partidas, divulgados pela federação respon-
sável pela organização do campeonato, tanto para a dificuldade prevista
(DP), quanto para a dificuldade atualizada (DA). A DA poderia variar, caso
houvesse mudanças de data e/ou local da partida ao longo do campeo-
nato.
Para o fator “Nível do adversário”, a dificuldade prevista no início do
campeonato (DP) foi realizada com base na expectativa de integrantes
A. F. S. Arruda et al. / Rev Andal Med Deporte. 2013;6(2):85-89 87
RESULTADOS
Na figura 1 são expostas a dificuldade prevista no início do campeonato
(DP) e a dificuldade atualizada a cada partida (DA). Foi detectada forte
correlação (r = 0,86; p = 0,001) entre a DP e a DA. Na figura 2 é possível
observar a dinâmica entre a dificuldade prevista (DP) e a revisão siste-
mática da dificuldade, atualizada ao longo da temporada (dificuldade
atualizada – DA), e a carga interna de treinamento acumulada a cada
microciclo pré-jogo (CIT-A). Correlações significantes foram verificadas
entre a DP e a CIT-A (r = – 0,59; grande; p = 0,026) e a DA e a CIT-A (r =
– 0,65; grande; p = 0,011).
DISCUSSÃO
O objetivo do presente estudo foi investigar as relações entre a dificulda-
de prevista das partidas (DP e DA) e a carga interna de treinamento acu-
mulada em cada microciclo pré-jogo (CIT-A) durante um período com-
petitivo de 12 semanas (14 jogos) de uma equipe profissional de
basquetebol. A investigação teve como principais resultados: a) forte
correlação negativa entre a carga de treinamento e a DP; b) forte corre-
lação negativa entre a carga de treinamento e a DA, e c) forte correlação
positiva entre a DP e a DA.
No presente estudo número de dias entre os jogos foi maior do que
na proposta original. Essa maior disponibilidade de tempo pode possibi-
da comissão técnica em relação ao nível de cada adversário; para a difi-
culdade atualizada (DA), foi considerada a posição de cada oponente na
tabela de classificação imediatamente antes da realização de cada parti-
da.
Os três fatores de influência que fazem parte da proposta inicial de
Kelly e Coutt s3 sofreram adaptações quanto à pontuação, para atender
as especificidades do campeonato no qual a equipe investigada partici-
pou. Como o número de equipes participantes da competição no pre-
sente estudo era menor em relação à proposta original3, esse ajuste
fez-se necessário. Portanto, a maior adaptação realizada foi em relação
ao número de dias entre jogos; quando precedidos por microciclos
pré-jogo com mais de uma semana (8 ou mais dias), foi subtraída da
dificuldade da partida referente a uma pontuação média-baixa para
esta mesma tabela (3 pontos), já que com um maior intervalo entre os
jogos, existe uma maior disponibilidade de tempo para uma melhor
preparação e recuperação dos atletas até a realização da próxima par-
tida.
Percepção subjetiva de esforço da sessão
A carga interna de treinamento (CIT) foi quantificada através do cálculo
do produto da duração da sessão, em minutos, pelo score da PSE da ses-
são (CR-10), registrada 30 minutos após o término da sessão de treina-
mento, conforme procedimento proposto por Foster4. A CIT mensurada
é apresentada em unidades arbitrárias (UA)9.
Análise estatística
Inicialmente, verificou-se a normalidade dos dados através do teste de
Shapiro-Wilk. Os resultados são apresentados como média e desvio pa-
drão. Para a análise da relação entre a dificuldade prevista no início do
campeonato (DP) e a dificuldade atualizada (DA), assim como entre DP e
CIT-A, e DA e CIT-A, foi utilizado o coeficiente de correlação de Pearson.
O nível de significância estabelecido foi de 5% (p < 0,05). Para analisar a
correlação entre as variáveis, foi utilizado o coeficiente de correlação de
Pearson. Foi considerado entre 0 e 0,1 = trivial; entre 0,1 e 0,3 = pequena;
entre 0,3 e 0,5 = moderada; entre 0,5 e 0,7 = grande; entre 0,7 e 0,9 =
muito grande e entre 0,9 e 1 = quase perfeito10.
Tabela 1
Pontuação para os fatores de influência da dificuldade dos jogos
Nível do adversário Pontuação
110
2 9
3 8
4 7
5 6
6 5
7 4
8 3
Dias entre jogos Pontuação
2 7
3 6
4 5
5 3
6 2
7 1
8 –3
Localização Pontuação
Casa 1
Fora 2
Viagem 3
20
15
10
5
01234567
Jogo
DP
DA
8910 11 12 13 14
Pontuaçao
Fig. 1. Comparativo entre a dificuldade prevista no início do campeonato (DP)
e a dificuldade atualizada a cada jogo (DA).
20
15
10
5
0
8000
6000
4000
2000
0
1234567
Jogo
8910 11 12 13 14
Pontuaçao
Unidades Arbitrárias (UA)
DP DA CIT- A
Fig. 2. Gráfico da dinâmica da dificuldade dos jogos (prevista e atualizada) e
sua relação com a carga interna acumulada.
A. F. S. Arruda et al. / Rev Andal Med Deporte. 2013;6(2):85-8988
litar uma melhor preparação e recuperação dos atletas até a realização
da próxima partida. Portanto, o maior intervalo entre a realização das
partidas poderia ser utilizado para intensificar as cargas de treinamento
e, conseqüentemente, maximizar o desempenho, pois haveria maior
tempo para a recuperação dos atletas dentro desse microciclo pré-jogo.
Essa manipulação é baseada em constatações como a realizada por
Manzi et al.7. Estes autores mostram que a carga de treinamento em uma
semana sem partidas é maior em relação às semanas em que as partidas
estão presentes. Ainda segundo os autores7, isso ocorre por haver redu-
ção da carga de treinamento com a aproximação de partidas oficiais.
Essa estratégia também faz parte do sistema proposto por Kelly e
Coutts3, que sugere o emprego de cargas de treinamento elevadas quan-
do a dificuldade da partida seguinte for considerada menor. Já em um
microciclo que antecede um jogo classificado como difícil, a carga deve
ser reduzida, para que os atletas estejam com o menor nível de fadiga
residual possível e, portanto, em melhores condições de jogo3.
O monitoramento das cargas de treinamento foi realizado através da
percepção subjetiva de esforço da sessão (PSE da sessão)4. Este método
tem sido amplamente utilizado na literatura em diversas modalida-
des2,6,7,11,12. Estudos recentes com atletas de diferentes modalidades es-
portivas têm mostrado associações entre a carga interna de treinamento
e outras respostas decorrentes do processo de treinamento, como res-
postas imuno-endócrinas8,13, episódios de infecções do trato respiratório
superior e capacidade de tolerância ao estresse14,15.
Apesar da validade e utilidade da aplicação do método da PSE da ses-
são para o monitoramento da carga de treinamento6-8,11-13, é importante
destacar que outros parâmetros tem sido utilizados para avaliar a carga
interna, por exemplo, o perfil hormonal (cortisol, testosterona, GH etc.),
a concentração de metabólitos (lactato e amônia) o comportamento da
frequência cardíaca (FC)16, através de monitores de FC, ou ainda, a carga
externa através de GPS (Global Positioning Satellite) e acelerômetros17,18 .
Embora estes métodos possam fornecer informações detalhadas sobre o
estresse de treinamento dos atletas, e, portanto a ausência de métodos
adicionais de determinação da carga de treinamento (interna ou exter-
na) no presente estudo possa ser considerada como uma possível limi-
tação, eles têm vários fatores limitantes que impossibilitam a ampla
utilização, pois podem demandar um alto custo, um determinado nível
de expertise para a operacionalização, e ainda, a análise dos dados pode
ser extremamente demorada e, portanto, pouco útil para um controle
real e efetivo na prática esportiva.
Interessantemente, no presente estudo, a CIT-A dos microciclos pré-
-jogo apresentou forte correlação negativa tanto com a DP como com a
DA durante o período competitivo (- 0,59 e – 0,65, respectivamente).
Esta relação negativa indica que nos microciclos que precediam partidas
com baixa dificuldade, a carga acumulada foi elevada, por outro lado,
nos microciclos que precediam partidas classificadas como mais difíceis,
as cargas acumuladas apresentaram menor magnitude. Esses achados
reforçam a utilidade e confiabilidade do sistema proposto por Kelly e
Coutts3. Os resultados verificados no presente estudo sustentam a pro-
posta dos autores e indicam que esse instrumento pode ser utilizado por
treinadores e preparadores físicos, a fim de incrementar a precisão do
planejamento e monitoramento do processo de preparação, particular-
mente, durante a etapa competitiva.
Os achados do presente estudo indicam que houve pouca variação
entre a dificuldade prevista no início da temporada (DP) e a dificuldade
atualizada jogo-a-jogo (DA); tal fato é demonstrado pela correlação
muito grande entre DP e DA (0,86) (fig. 1). Esse resultado, possivelmente,
pode ser explicado pelo conhecimento dos adversários por parte da co-
missão técnica. Diante disto, é razoável admitir que a confiabilidade da
utilização deste sistema, proposto para o monitoramento, dependa, em
parte, do bom conhecimento dos adversários por parte dos integrantes
da comissão técnica. Esse conhecimento, por sua vez, é fundamental na
direção do processo de preparação e constitui-se em uma tarefa essen-
cial no esporte moderno. Assim, é possível afirmar que com o conheci-
mento do potencial dos atletas de cada equipe adversária e, da equipe de
modo geral, é viável fazer uma boa estimativa da classificação/desempe-
nho das equipes no decorrer da temporada (no basquetebol) e, assim,
organizar apropriadamente uma periodização de treinamento eficaz.
Apesar da forte correlação entre a DA e a DP (0,86), a correlação entre
a DA e a CIT-A (– 0,65) foi maior e mais forte do que a correlação entre a
DP e a CIT-A (- 0,59). Esses resultados sugerem que a atualização do mo-
delo é essencial e tem papel fundamental na diminuição dos riscos de
subestimar ou superestimar a dificuldade de determinadas partidas e,
em consequência, prejudicar uma mais eficiente organização dos estí-
mulos de treinamento no microciclo.
Durante a temporada, pode haver modificações no nível das equipes
adversárias, tanto em função do próprio desenvolvimento destas duran-
te a etapa competitiva, quanto, por exemplo, pela contratação de novos
jogadores; ou ainda, uma diminuição do nível, para aquelas equipes que
perdem atletas por fim de contrato, suspensão ou lesão.
Esse cenário reforça a validade da proposta de Kelly e Coutts3, suge-
rindo uma apropriada sensibilidade e utilidade do modelo, o que o torna
bastante útil na prática para o planejamento das cargas de treinamento
dos microciclos pré-jogo, levando em conta a dificuldade que será en-
contrada a cada partida durante o período competitivo.
Em conclusão, o modelo utilizado nesse estudo, adaptado do propos-
to por Kelly e Coutts3, pode ser considerado uma ferramenta prática e
acessível, podendo auxiliar na periodização das cargas de treinamento,
particularmente no decorrer da temporada competitiva. Os resultados
dessa investigação permitem afirmar a utilidade do modelo, contribuin-
do com importantes informações que, por sua vez, auxiliam na distribui-
ção apropriada das cargas de treinamento nos microciclos que antece-
dem as partidas oficiais.
A elaboração apropriada do conteúdo e magnitude das cargas de trei-
namento no microciclo depende em grande parte do conhecimento da
“dificuldade do jogo”. Nesse sentido, é possível, por exemplo, intensifi-
car as cargas de treinamento, com o objetivo de propiciar estímulos fi-
siológicos adequados para o desenvolvimento dos atletas, precedendo
um jogo considerado como “fácil”. Por outro lado, um maior número de
sessões de treinamento com cargas leves, dias de recuperação e treina-
mento técnico/tático de baixa intensidade poderia ser realizado em um
microciclo que antecede uma partida considerada mais difícil.
Vale lembrar que o monitoramento das cargas de treinamento atra-
vés do método da PSE da sessão também se faz importante para o mo-
delo, uma vez que esse método avalia o resultado global do esforço rea-
lizado pelo atleta, tanto em treinos físicos quanto em sessões de
treinamento técnico e tático. A utilização do modelo de cálculo da difi-
culdade da partida fornece informações adicionais que podem auxiliar
técnicos e preparadores físicos na estruturação, planejamento e monito-
ramento das cargas de treinamento no período competitivo.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos atletas e participantes da comissão técnica (Fernando
Marques da Costa – in memoriam –, Julio Malfi e Marcel de Souza) envol-
vidos neste estudo.
A. F. S. Arruda et al. / Rev Andal Med Deporte. 2013;6(2):85-89 89
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RESUMO
O estudo teve como objetivo examinar as correlações entre a dificuldade das
partidas (dificuldade prevista no início da temporada [DP] e a dificuldade atua-
lizada jogo-a-jogo [DA]) e a carga interna de treinamento acumulada no micro-
ciclo que precede uma partida (CIT-A) em 12 jogadores profissionais de bas-
quetebol (25,3 ± 4,8; massa corporal 97,6 ± 14,9 kg; estatura 195,8 ± 10,2 cm)
durante uma temporada competitiva. A CIT-A foi determinada através do méto-
do da PSE da sessão. As relações entre DP, DA e CIT-A foram analisadas através
do coeficiente de correlação de Pearson. Foi detectada forte correlação (r =
0,86) entre a DA e a DP (p < 0,05), assim como entre a DP e CIT-A (r = –0,59) e
DA e CIT-A (r = –0,65). O maior coeficiente de correlação entre DA e CIT-A suge-
re que a dificuldade prevista no início da temporada (DP) deve ser atualizada
durante a temporada competitiva, podendo, assim, fornecer informações valio-
sas para o planejamento e monitoramento das cargas de treinamento nos mi-
crociclos que antecedem as partidas oficiais.
Palavras-chave:
PSE da sessão.
Basquetebol.
Treinamento esportivo.
Carga interna de treinamento.
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4. Foster C. Monitoring training in athletes with reference to overtraining
syndrome. Med Sci Sports Exerc. 1998;30:1164-8.
... O incremento na condição física dos atletas pode ser obtido ao se promover um equilíbrio sensível e devidamente ajustado das cargas de treinamento com a sua recuperação, diante da presença constante da fadiga (Viru & Viru, 2003;Arruda et al., 2013). ...
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Resumo: Introdução: Controlar adequadamente as cargas de treinamento é parte fundamental do complexo processo de preparação física para que se consiga atingir a desejada otimização no desempenho. Portanto, o objetivo deste estudo é discutir sobre o controle das cargas de treinamento no basquetebol através da ureia por meio de uma revisão narrativa da literatura. Revisão: Nas cinco bases de dados científicas consultadas (Google Scholar, Scielo, PuMed, LILACS e MEDLINE) foram encontradas 33 publicações sobre o uso da ureia como marcador biológico no controle das cargas de treinamento e, 05 livros texto sobre teoria do treinamento desportivo. Discussão: A ureia permite identificar o catabolismo proteíco durante o exercício, servindo como marcador bioquímico das cargas de treinamento. Esse controle sistemático das cargas de treinamento se for bem efetuado, conduz a uma distribuição racional dos estímulos, proporciona um equilíbrio entre fadiga e recuperação, otimizando o rendimento atlético. Porém, as pesquisas que analisaram a ureia no basquetebol empregaram protocolos de intervenção, marcadores biológicos e unidades de medida distintos, com jogadores de variadas categorias, dificultando comparações aprofundadas entre estudos. Nesta perspectiva, entre os marcadores biológicos analisados conjuntamente com a ureia, somente alguns indicadores hormonais e bioquímicos possibilitam traçar correlações para entender a cinética da ureia. Em adição, devido a complexidade comportamental da ureia no exercício e sua respectiva excreção, seria interessante um acompanhamento longitudinal da mesma. Considerações Finais: Existe uma escassez de pesquisas utilizando a ureia no controle das cargas de treinamento voltadas aos basquetebolistas, necessitando com isso, de mais investigações sobre esta temática. Por último, devido a falta de diretrizes no uso da ureia para monitoramento das cargas no basquetebol, são feitas determinadas recomendações práticas. Palavras-chave: basquetebol, ureia, exercício físico, carga de trabalho, fadiga.
... La utilidad de esta herramienta se comprobó en jugadores de élite de ACB y en baloncesto femenino demostrando la eficacia para controlar las cargas y, por ende, mantener altos niveles de forma deportiva prolongados en el tiempo. Arruda et al. (2013) proponen la propia competición como medio de control del entrenamiento. No se basan en los resultados, sino en tres aspectos: nivel del adversario, juego en casa o visitante y días entre partidos. ...
... Os resultados encontrados no estudo de Arruda et al. 13 ...
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O objetivo do presente estudo foi quantificar a intensidade dos esforcos utilizando o metodo da PSE em partidas oficiais de futsal. A amostra foi constituida por 10 atletas do sexo masculino (16,5±2 anos) que participaram da etapa estadual dos Jogos Escolares da Juventude. Foi avaliado o comportamento da percepcao subjetiva de esforco (PSE) em resposta a cinco jogos oficiais de futsal na categoria sub-17, sendo dois pela fase classificatoria e tres pela fase final da competicao. A quantificacao da carga interna foi determinada atraves do metodo da PSE da sessao (FOSTER et, al., 2001). Foram encontrados valores medios de 7,5 e 7,4 para as partidas da 1a fase e 8,2, 8,7 e 8,9 para os jogos da fase final. Os resultados indicam cargas crescentes ao longo da competicao, demonstrando que os jogos foram realizados com intensidades elevadas, compativeis com intensidades de partidas de futsal analisadas utilizando outros indicadores, como frequencia cardiaca e lactato. Pode-se concluir que a PSE e um metodo confiavel para mensurar a intensidade dos esforcos em partidas oficiais de futsal.
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O esporte de alto rendimento proporciona mudanças de intensidades e causa oscilações na temperatura do atleta, bem como sensações diferentes de percepção de esforço, face às cargas externas aplicadas nos treinamentos e nas competições. O objetivo foi avaliar as variações de temperatura e da percepção subjetiva de esforço durante os treinamentos preparatórios para a Liga Gaúcha de Futsal, na temporada de 2020. A amostra foi composta por 19 jogadores de futsal do sexo masculino. Neste estudo, para se verificar o impacto das cargas externas de treino, foi mensurada a temperatura corporal e coletada a percepção subjetiva de esforço dos indivíduos da amostra, durante 15 sessões de treinamento. Observou-se uma variação, tanto na temperatura corporal dos atletas (35,78°C e 36,25°C), nos diferentes momentos do treinamento, quanto na percepção subjetiva de esforço. No início, obteve-se valores médios de 3,12 ± 0,43, passando para 4,79 ± 0,28 e, no final, para 4,87 ± 0,33. Esses resultados estatísticos apresentaram uma correlação significativa moderada entre a temperatura corporal e a percepção subjetiva de esforço durante o aquecimento. Diante desses achados, verificou-se uma relação diretamente proporcional entre essas variáveis, de modo que o aumento da temperatura corporal eleva a percepção subjetiva de esforço. Face aos resultados dessa investigação, inferimos que a mensuração da percepção subjetiva de esforço se apresenta como uma ótima ferramenta para se quantificar e controlar as cargas de uma sessão de treino da modalidade futsal.
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The objective of the study was to detect a type of interval – active or passive, that reduces more the subjective perception (SP) of the muscle soreness. The sample was composed by a double female volleyball that competed in three competitions of the Brazilian Circuit 2015/2016. The face scale of the SP of the muscle soreness of the physical effort of the volleyball was presented before and after the games. The face scale of SP effort adapted of Foster and SP difficulty scale of the opponent were presented after the game. The protocol of the active aerobic interval used in the qualifying and in the 4th phase followed the following guidelines: intermittent effort (light run and walk) in the distance of 10 meters with a stimulus of 3 minutes. The intensity of the active interval was monitored by the talk test (level 1 = comfortable speak). But in the 5th phase of the Brazilian Circuit occurred the passive interval. Friedman Anova did not detect significant difference in the internal load of the game of each championship, X2 (2) = 6, p = 0,06. Friedman Anova did not detect significant difference SP difficulty scale difference of the opponent of each championship, X2 (2) = 6,1, p = 0,06. Friedman Anova did not detect significant difference SP of the muscle soreness various moments of the different competitions, X2 (18) = 28,14, p = 0,06. In conclusion, the active aerobic interval seems to decrease the SP of the muscle soreness.
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Observa-se a necessidade de estudos sobre o controle da intensidade dos esforços nos treinamentos de jovens atletas no ambiente escolar. Assim, o objetivo do presente estudo foi monitorar a percepção subjetiva do esforço de jovens atletas durante a aplicação de um programa de treinamento periodizado no futsal. A amostra foi composta por 13 sujeitos (16,5±2 anos, 168±7 cm, 61,1± 9,5 kg), do sexo masculino, da categoria sub-17, pertencentes a uma escola de ensino médio da cidade de Boa Vista/RR, que participaram de um programa de treinamento de 28 semanas, utilizando o modelo em blocos proposto por Verkhoshansky (1990). Para quantificar a distribuição da intensidade dos treinamento foi utilizado o método PSE da sessão (FOSTER, 1998). Foram encontrados valores médios de 3,4 ± 1,79 no Bloco A; 6,9 ± 0,75 no Bloco B e 7,7 ± 2,8 no Bloco C. As cargas de treinamento apresentaram características crescentes, com maiores valores sendo encontrados no período competitivo. Os resultados do presente estudo indicam que
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The aim of the study was to evaluate the possible relationships between stress tolerance, training load, banal infections and salivary parameters during 4 weeks of regular training in fifteen basketball players. The Daily Analysis of Life Demands for Athletes' questionnaire (sources and symptoms of stress) and the Wisconsin Upper Respiratory Symptom Survey were used on a weekly basis. Salivary cortisol and salivary immunoglobulin A (SIgA) were collected at the beginning (before) and after the study, and measured by enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA). Ratings of perceived exertion (training load) were also obtained. The results from ANOVA with repeated measures showed greater training loads, number of upper respiratory tract infection episodes and negative sensation to both symptoms and sources of stress, at week 2 (p < 0.05). Significant increases in cortisol levels and decreases in SIgA secretion rate were noted (before to after). Negative sensations to symptoms of stress at week 4 were inversely and significantly correlated with SIgA secretion rate. A positive and significant relationship between sources and symptoms of stress at week 4 and cortisol levels were verified. In summary, an approach incorporating in conjunction psychometric tools and salivary biomarkers could be an efficient means of monitoring reaction to stress in sport. Copyright © 2010 John Wiley & Sons, Ltd.
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The present study investigated the effect of training load distribution on the perceived sources and symptoms of stress during 6 weeks of sports training in young athletes. The session RPE method and the DALDA questionnaire were used to assess internal training load and stress tolerance. Twenty young men athletes participated in this study. Repeated measures ANOVA revealed higher training loads in the first and second weeks of training (p<0.05). Interestingly, increased symptoms of stress were also observed in the first two weeks of training, with a similar tendency for sources of stress when the group was analyzed as a whole. A significant increase in the "worse than normal" answers in part B of the DALDA questionnaire (symptoms of stress) was observed for the subgroup submitted to a higher training load (>400 AU) (two-way ANOVA, p<0.05). The present findings support the hypothesis that the internal training load (session RPE) affects stress tolerance. These results emphasize the importance of regular training monitoring in order to reduce the occurrence of deleterious adaptations and to optimize desired adaptive responses.
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RESUMO O objetivo principal do treinador esportivo é maximizar o desempenho atlético. A fim de atingir este objetivo, o treinador deve prescrever cargas de treinamento adequadas, com períodos de recuperação apropriados, visando atingir o maior nível de adaptação possível antes da competição. Neste contexto, o monitoramento das cargas de treinamento será extremamente útil, uma vez que, o treinador poderá utilizar as informações obtidas para avaliar a magnitude das cargas implementadas e a partir disto, ajustar, sistematicamente, a periodização das cargas futuras. Atualmente, existe um grande interesse no desenvolvimento de métodos válidos e confiáveis para o monitoramento das cargas de treinamento. Este acompanhamento pode ser realizado de muitas formas, no entanto, um método bastante simples foi proposto, recentemente, por Carl Foster: o método de PSE da sessão. Nesta revisão, nós investigamos o mérito científico do método de PSE da sessão. Os dados disponíveis sugerem que o método proposto por Foster é um instrumento confiável para quantificar a magnitude da carga de treinamento. Em diversos estudos, o comportamento da PSE da sessão apresentou forte relação com outros indicadores internos de intensidade do exercício, como, por exemplo, o consumo de oxigênio, a frequência cardíaca e a concentração de lactato. Entretanto, é importante ressaltar que ainda são necessários estudos adicionais para validar o método de PSE da sessão, sob a perspectiva ecológica, em diferentes esportes. Palavras-chave: Treinamento esportivo.
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The present study compared the ratings of perceived exertion (RPE) and immune-endocrine (IgA and cortisol) responses to simulated training matches (TM) and official matches (OM) in elite young male basketball players (N.=10). Saliva samples were collected from each player before and after three TM and two OM and subsequently tested for cortisol and IgA concentrations by immunoassay. The perceived intensity of each match was rated using a RPE scale (CR-10). The training match and official match data were pooled to provide an aggregate value for each setting. The session RPE scores from the OM were significantly (P<0.05) greater than the simulated TM. Pre- and postcortisol concentrations assessed during the OM were also found to be significantly higher than the TM (P<0.05). No significant changes in salivary IgA concentrations were observed across either the simulated or official match settings. In summary, the OM induced greater RPE and salivary cortisol responses than the simulated TM, probably due to the additional stressors associated with real competition. The data also suggests that acute changes in cortisol concentrations do not play a role in the regulation of salivary IgA under the current testing conditions.
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To assess the reliability of triaxial accelerometers as a measure of physical activity in team sports. Eight accelerometers (MinimaxX 2.0, Catapult, Australia) were attached to a hydraulic universal testing machine (Instron 8501) and oscillated over two protocols (0.5 g and 3.0 g) to assess within- and between device reliability. A static assessment was also conducted. Secondly, 10 players were instrumented with two accelerometers during Australian football matches. The vector magnitude was calculated, expressed as Player load and assessed for reliability using typical error (TE) ± 90% confidence intervals (CI), and expressed as a coefficient of variation (CV%). The smallest worthwhile difference (SWD) in Player load was calculated to determine if the device was capable of detecting differences in physical activity. Laboratory: Within- (Dynamic: CV 0.91 to 1.05%; Static: CV 1.01%) and between-device (Dynamic: CV 1.02 to 1.04%; Static: CV 1.10%) reliability was acceptable across each test. Field: The between-device reliability of accelerometers during Australian football matches was also acceptable (CV 1.9%). The SWD was 5.88%. The reliability of the MinimaxX accelerometer is acceptable both within and between devices under controlled laboratory conditions, and between devices during field testing. MinimaxX accelerometers can be confidently utilized as a reliable tool to measure physical activity in team sports across multiple players and repeated bouts of activity. The noise (CV%) of Player load was lower than the signal (SWD), suggesting that accelerometers can detect changes or differences in physical activity during Australian football.
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The aim of this study was to examine the training load (TL) profile of professional elite level basketball players during the crucial parts of the competitive season (pre-play-off finals). Subjects were 8 full-time professional basketball players (age 28 +/- 3.6 years, height 199 +/-7.2 cm, body mass 102 +/- 11.5 kg, and body fat 10.4 +/- 1.5%) whose heart rate (HR) was recorded during each training session and their individual response to TL monitored using the session-rate of perceived exertion (RPE) method (200 training sessions). The association between the session-RPE method and training HR was used to assess the population validity of the session-RPE method. Significant relationships were observed between individual session-RPE and all individual HR-based TL (r values from 0.69 to 0.85; p < 0.001). Coaches spontaneously provided a tapering phase during the competitive weeks irrespective of the number of games played during it (i.e., 1 or 2 games). The individual weekly players' TL resulted in being not significantly different from each other (p > 0.05). Elite male professional basketball imposes great physiological and psychological stress on players through training sessions and official competitions (1-2 per week). Consequently, the importance of a practical and valid method to assess individual TL is warranted. In this research, we demonstrated that session-RPE may be considered as a viable method to asses TL without the use of more sophisticated tools (i.e., HR monitors). The session-RPE method enabled the detection of periodization patterns in weekly planning in elite professional basketball during the crucial part of the competitive season (1 vs. 2 weekly fixtures model).
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The purpose of this study was to compare the internal load responses (session rating of perceived exertion [RPE] and salivary cortisol) between simulated and official matches (SM and OM). Ten professional basketball players participated in 2 OMs and 2 SMs during the competition season. Subjects provided saliva samples 30 minutes before the prematch warm-up (PRE) and 10 minutes after the end of the match. Session RPE (CR-10 scale) was assessed 30 minutes after each match. The results from the 2-way analysis of variance showed significant differences for post-OM salivary cortisol as compared with pre-OM values (p < 0.05). No changes were observed for cortisol during the SM. Before the OM, a significant difference in salivary cortisol was observed as compared with pre-SM values (p < 0.05). Moreover, the OM session RPE was significantly greater than that of SM. There was a significant correlation between session RPE and cortisol changes (r = 0.75). In summary, the results of this study showed a greater magnitude of cortisol and session RPE responses after OM as compared with that after SM confirming the hypothesis that a real competition generates a greater stress response than a simulated condition does. The anticipatory effect was also observed in the OM. In addition, the results indicate that session RPE seems to be a viable tool in monitoring internal loads, and the results are useful in providing a better understanding of internal loads imposed by basketball training and competitions. The precise monitoring of these responses might help the coaches to plan appropriate loads maximizing recovery and performance.
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The training and match demands in the competition phase in team sport can vary dramatically depending on the quality of opposition, the number of days between games, and match location. The simple model described in this article can be used to predict the match difficulty and guide the prescription of future training loads during the in-season training phase in team sports.
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There is limited information regarding the validity and reliability of global positioning system (GPS) devices for measuring movement during team sports. The aim of this study was to assess the validity and intra-model reliability of different GPS devices for quantifying high-intensity, intermittent exercise performance. Two moderately trained males each completed eight bouts of a standard circuit that consisted of six laps around a 128.5-m course involving intermittent exercise. Distance and speed were collected concurrently at 1-Hz using six GPS devices (2 SPI-10, 2 SPI Elite and 2 WiSPI, GPSports, Canberra, Australia). Performance measures were: (1) total distance covered for each bout and each lap; (2) high-intensity running distance (>14.4 km h(-1), HIR); very high-intensity running distance (>20 km h(-1), VHIR) during each bout. Peak speed was also measured during a 20-m sprint at the start of each lap of the circuit (N=192). Actual distance was measured using a measuring tape. Mean (+/-SD) circuit total distance was significantly different between each of the GPS devices (P<0.001); however, all devices were within 5m of the actual lap distance and had a good level of reliability (coefficient of variation (CV) <5%). The CV for total distance (3.6-7.1%) and peak speed (2.3-5.8%) was good-to-moderate, but poor for HIR (11.2-32.4%) and VHIR (11.5-30.4%) for all GPS devices. These results show that the GPS devices have an acceptable level of accuracy and reliability for total distance and peak speeds during high-intensity, intermittent exercise, but may not be provide reliable measures for higher intensity activities.