ArticlePDF Available

Diagnóstico de doença de Alzheimer no Brasil: avaliação cognitiva e funcional. Recomendações do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia

Georg Thieme Verlag KG
Arquivos de Neuro-Psiquiatria
Authors:

Abstract

As heterogeneidades educacional e cultural da população brasileira condicionam características peculiares ao diagnóstico da doença de Alzheimer (DA) no Brasil. Este consenso teve o objetivo de recomendar condutas baseadas em evidências para este diagnóstico. Foram avaliados sistematicamente artigos sobre o diagnóstico de DA no Brasil disponíveis no PUBMED ou LILACS. Para a avaliação cognitiva global recomendou-se o Mini-Exame do Estado Mental; avaliação da memória: recordação tardia do CERAD ou de objetos apresentados como figuras; atenção: teste de trilhas ou extensão de dígitos; linguagem: testes de nomeação de Boston, do ADAS-Cog ou do NEUROPSI; funções executivas: fluência verbal ou desenho do relógio; conceituação e abstração: semelhanças do CAMDEX ou do NEUROPSI; habilidades construtivas: desenhos do CERAD. Para avaliação funcional recomendou-se o IQCODE , o questionário de Pfeffer ou a escala Bayer de atividades da vida diária. Recomendou-se a utilização combinada de instrumentos de avaliação cognitiva e de escalas de avaliação funcional.
Arq Neuropsiquiatr 2005;63(3-A):720-727
*Em nome do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia.
Recebido 14 Fevereiro 2005. Aceito 19 Abril 2005.
Dr. Ricardo Nitrini - Rua Bartolomeu Feio 560 - 04580-001 São Paulo SP - Brasil. E-mail: nitrini@uol.com.br
DIAGNÓSTICO DE DOENÇA DE ALZHEIMER
NO BRASIL
AVALIAÇÃO COGNITIVA E FUNCIONAL
Recomendações do Departamento Científico de
Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da
Academia Brasileira de Neurologia
Ricardo Nitrini, Paulo Caramelli, Cássio Machado de Campos Bottino,
Benito Pereira Damasceno, Sonia Maria Dozzi Brucki, Renato Anghinah*
RESUMO - As heterogeneidades educacional e cultural da população brasileira condicionam características
p e c u l i a r e s a o d i a g n ó s t i c o d a d o e n ç a d e A l z h e i m e r ( D A ) n o B r a s i l . E s t e c o n s e n s o t e v e o o b j e t i v o d e
recomendar condutas baseadas em evidências para este diagnóstico. Foram avaliados sistematicamente
artigos sobre o diagnóstico de DA no Brasil disponíveis no PUBMED ou LILACS. Para a avaliação cognitiva
global recomendou-se o Mini-Exame do Estado Mental; avaliação da memória: re c o rdação tardia do CERAD
ou de objetos apresentados como figuras; atenção: teste de trilhas ou extensão de dígitos; linguagem:
testes de nomeação de Boston, do ADAS-Cog ou do NEUROPSI; funções executivas: fluência verbal ou
desenho do relógio; conceituação e abstração: semelhanças do CAMDEX ou do NEUROPSI; habilidades
construtivas: desenhos do CERAD. Para avaliação funcional recomendou-se o IQCODE , o questionário de
P f e ffer ou a escala Bayer de atividades da vida diária. Recomendou-se a utilização combinada de instru m e n t o s
de avaliação cognitiva e de escalas de avaliação funcional.
PALAVRAS-CHAVE: consenso, diretrizes, normas, diagnóstico, doença de Alzheimer, demência, Brasil.
Diagnosis of Alzheimer’s disease in Brazil: cognitive and functional evaluation. Recommendations
of the Scientifc Department of Cognitive Neurology and Aging of the Brazilian Academy of
Neurology
ABSTRACT - The educational and cultural heterogeneity of the Brazilian population leads to peculiar
characteristics re g a rdi ng the diagnosis of Alzheimer’s disea se (AD). This consensus had the objective of
recommending evidence-based guidelines for the clinical diagnosis of AD in Brazil. Studies on the diagnosis
of AD published in Brazil were systematically evaluated in a thorough re s e a rch of PUBMED and LILACS
databases. For globa l cognitive evaluation, the Mini-Mental State Examination was recommended; for
m e m o ry evaluation: delayed recall subtest of CERAD or of objects presented as drawings; attention: trail-
making or digit-span; language: Boston naming, naming test from ADAS-Cog or NEUROPSI; executive
functions: verbal fluency or clock-drawing; conceptualization and abstraction: similarities from CAMDEX
or N EUROP SI; co nstruc tion: draw ings f rom C ERAD. For func tiona l e valuat ion, I QCODE, or Pfef f e r
Q u e s t i o n n a i reor Bayer Scale for Activities of Daily Living was recommended. The panel concl uded t hat
the combined use of cognitive and functional evaluation based on interview with informant is re c o m m e n d e d .
KEY WORDS: consensus, guidelines, norms, diagnosis, Alzheimer’s disease, dementia, Brazil.
Devido às características de heterogeneidade educa-
cional de nossa população, testes neuro p s i c o l ó g i c o s
elaborados para avaliar indivíduos de escolaridade alta
e de cultura distinta podem não ser indicados para uso
em nosso meio. Este fato tende a dar origem a adapta-
ções que podem produzir formas diferentes de aplicação
do mesmo teste, situação a ser evitada. Além disso, as
condições de atendimento médico em nosso meio ainda
Arq Neuropsiquiatr 2005;63(3-A) 721
não são as ideais, de modo que o tempo de avaliação e
os custos dos procedimentos devem também ser contem-
plados para se obter a melhor acurácia, com o menor
custo e economia de tempo.
O objetivo principal deste consenso foi o de estabe-
lecer condutas padronizadas, normas, re c o m e n d a ç õ e s
ou sugestões para o diagnóstico clínico de DA em nosso
meio que permitam a melhor relação possível entre acu-
rácia e tempo de avaliação.
MÉTODO
Os métodos foram descritos pormenorizadamente
e m c o m u n i c a ç ã o p r e c e d e n t e 1. Resumidamente, pesquisa-
d o res reunidos sob os auspícios do Departamento Cien-
tífico de Neurologia de Cognitiva e do Envelhecimento
da Academia Brasileira de Neurologia realizaram pes-
quisa bibliográfica incluindo sempre o PUBMED e o
LILACS. Cada recomendação baseou-se na qualidade da
evidência (classes I a IV) e seguiu as recomendações prá-
ticas na classificação de evidência1,2.
Buscou-se encontrar questionários, escalas e testes
que jáhaviam sido aplicados no Brasil para o diagnóstico
de DA. Obedeceu-se ao princípio de que este diagnóstico
pode ser feito, na maioria das vezes, pelo exame clínico
(com a exclusão de outras possibilidades diagnósticas
mediante exames complementares), e que este exame
deve ser de aplicação simples e breve. Quando o exame
do médico for insuficiente para estabelecer o diagnós-
tico, deve ser complementado por avaliação neuro p s i c o-
lógica especializada.
RESULTADOS
Avaliação das funções cognitivas
Os critérios de McKhan et al. (NINCDS-ADRDA)3, r e c o -
mendados para uso em nosso meio1, estabelecem que
o diagnóstico de demência deve ser estabelecida por
exame clínico, documentada pelo Mini-Exame do Estado
Mental ou exames similares e confirmada por avaliação
neuropsicológica, havendo a necessidade de déficit pro-
g ressivo de memória e de pelo menos uma outra função
cognitiva.
Mini-exame do estado mental
(MEEM) e similares
Estudos publicados que forneceram dados suficientes
s o b re o ME EM, verificand o pri ncipalmente os escore s
médios e/ou medianos por escolaridade em nossa po-
pulação, estão na Tabela 1. Como podemos observar as
médias e medianas são semelhantes entre os estudos,
porém os níveis de corte foram diferentes, principalmen-
te para os analfabetos, com valores entre 13 e 194 - 6 ; já
e n t re os de escolaridade alta, os escores de corte foram
mais próximos nos diversos estudos (26 para 8 anos4 - 7 ) ;
para níveis de escolaridade intermedrios, tanto os
e s c o res como as classificações utilizadas foram distintos.
Os estudos mesclam amostras diferentes e pacientes
com diagnósticos heterogêneos, o que deve ter contri-
buído para as diferenças nos níveis de corte. Em casuís-
tica de sujeitos vivendo em domicílio, foram observ a d a s
médias ligeiramente inferiores para analfabetos do que
nos demais estudos (17,08± 4,42) e, para indivíduos alfa-
betizados, a média de 22,348.
O consenso sugere o uso de uma única versão do
MEEM em nosso país para uniformizar as avaliações, di-
minuindo possíveis diferenças e possibilitando a com-
paração entre estudos e até a união de dados para estu-
dos multicêntricos7. Esta versão mostrou-se adequada
tanto para uso institucional (hospital, ambulatório)
quanto para uso em estudo populacional (visita domi-
ciliar). O uso do MEEM para avaliação cognitiva é bem
Tabela 1. Mini-Exame do estado mental no diagnóstico de demência no Brasil.
Bertolucci et al. 1994 530 controles/ 94 pacientes
medianas por escolaridade (analfabetos: 18; 1 a 3 anos: 24; 4 a 7 anos: 28; 8 anos: 29)
níveis de corte por escolaridade (analfabetos: 13; 1 a 7 anos: 18; 8 anos: 26)
Brucki et al. 1997 336 controles/ 65 pacientes
medianas e médias por escolaridade (analfabetos: 21 e 20.7 (3.1); 1 a 3 anos: 25 e 24.3 (3.2);
4 a 7 anos: 26 e 25.5 (2.8); 8 anos: 28 e 27.9 (1.5)
Almeida 1998 211 avaliados (>60 anos)
corte por escolaridade (analfabetos: 19; escolarizados: 23)
Caramelli et al. 1999 570 analfabetos analisados (65 anos)
nível de corte: 18
Bertolucci et al. 2001 85 idosos (idade média 75,1) e 31 pacientes com DA escolaridade média de 7,9 anos
nível de corte: 26
Laks et al. 2003 341 controles (65 anos)
médias por escolaridade (analfabetos: 17.08 (4.42); alfabetizados: 22.34 (4.94))
Brucki et al. 2003 433 controles
médias e medianas por escolaridade (analfabetos: 19.5 (2.8) e 20; 1 a 4 anos: 24.8 (3) e 25;
5 a 8 anos: 26.2 (2.3) e 26.5; 9 a 11 anos: 27.7 (1.8) e 28; 12 anos: 28.3 (2) e 29 )
722 Arq Neuropsiquiatr 2005;63(3-A)
estabelecido, em outros países (nível I de evidência),
porém em nosso meio tem nível IV de evidência.
O MEE M é um i nstrum ento de ra streio, por t a n t o
sugerimos o uso de outro(s) instrumento(s) a posteriori
para confirmação de perda cognitiva em indivíduos com
e s c o r e s a b a i x o d a s m é d i a s e / o u m e d i a n a s o b t i d a s n a
adaptação publicada em 2003. Podem-se considerar
níveis de corte mais elevados quando tencionamos am-
pliar a amostra, que será posteriormente avaliada por
o u t ros te stes, como o Teste de I nform a ç ã o - M e m ó r i a -
Concentração (IMC) de Blessed9e o CASI-S (The Cognitive
Abilities Screening Instru m e n t - S h o rt Form1 0), que já fo-
ram utilizados em estudos em nosso meio11-15.
Recomendação prática: O consenso recomenda o uso
de MEEM (Norma) ou outro teste similar, como o IMC
de Blessed ou o CASI-S (Sugestão Opcional). Quanto aos
e s c o res de corte, deve-se levar em conta que o MEEM
é um instrumento de rastreio e, por esta razão, o con-
senso recomenda a utilização dos escores de corte mais
elevados entre aqueles constantes da Tabela 1.
Avaliação da memória
A presença de comprometimento da memória é
essencial para o diagnóstico de DA pro v á v e l3. Testes de
recordação tardia (delayed recall) apresentam elevada
acurácia diagnóstica na DA1 6. O T e st e d e A p r e n d i z a g e m
Auditivo Verbal de Rey17,18 ou o de Memória Lógica da
Escala de Memória de Weschler1 9 incluem-se entre os
mais eficazes, mas consomem mais de 30 minutos e de-
ve m se r a pl i c a d os p o r p r of is s io na i s qu e te n h am re c e b i d o
t reinamento especial, sendo então recomendados para
inclusão em avaliação neuropsicológica abrangente.
Te s t e s m a i s s i mp l e s , q u e n ã o e x i ge m tre i n a m e n t o
especial e que têm sido utilizados em pacientes com DA
no Brasil, incluem a bateria do CERAD2 0 , 2 1, na qual a re-
cordação tardia de uma lista de 10 palavras é solicitada
c e rca de cin co mi nutos depois da fa se de re g i s t ro. Na
versão brasileira, clínicos que desconheciam o diagnós-
tico obtiveram sensibilidade relativamente baixa (74,2%)
e especificidade de 82,4% ao avaliarem pacientes e
controles (classe de evidência II)20. O u tro te s te d e r e c o r-
dação tardia que utiliza 10 objetos (ou figuras concre t a s )
a p resentados como desenhos simples, também é de
aplicação rápida e apresentou sensibilidade de 93,3%
e especificidade de 96,6%, mas os examinadores não
desconheciam o diagnóstico (classe de evidência IV)1 2 .
Este teste pode ser interessante em estudos de popula-
ções com porcentagem elevada de analfabetos ou com
escolaridade muito baixa2 2. Na bateria NEUROPSI, a re-
c o rdação tardia de uma lista de seis palavras é re a l i z a d a
20 minutos depois do re g i s t ro
2 3 , 2 4 . Na versão brasileira2 4,
pacientes com DA e controles apresentaram desempe-
nhos bem diferentes, mas a sensibilidade e a especifi-
cidade não foram calculadas (classe de evidência IV).
O u t ro s t e s te s d e re c o rd a ç ão t ar d ia q u e t ê m s ido ap l i -
cados, embora sem acurácia diagnóstica determinada e m
nosso meio, incluem os das baterias FOME2 5 , CAMCOG1 3 , 2 6
e Mattis-DRS2 7 , 2 8. Na versão brasileira do ADAS-cog, foi
sugerida a inclusão da avaliação da memória tardia que
revelou boa acurácia diagnóstica29,30.
Recomendação prática: Os testes de re c o rdação tar-
dia do CERAD2 0 ou o de desenhos simples1 2 , 2 2 ( O p ç ã o
Prática) podem ser utilizados pelo médico para avaliar,
de modo rápido, a presença de comprometimento de
memória na DA.
Avaliação da atenção
Alterações globais do sistema atencional (ou da vi-
gília) não costumam ocorrer na DA e assim sua identifi-
cação pode apontar para diagnóstico alternativo, espe-
cialmente quadros de delirium. Entretanto, sabe-se que
a atenção se altera precocemente na DA, fato que pode
ser responsável por parte das alterações funcionais que
ocorrem na doença31.
Três tipos de atenção são descritos: seletiva, dividida,
e s u s te nt a da - q u e d e p en d em de e s tr u tu r as ne u r o a n a t ô-
micas distintas. Na DA podem ocorrer déficits nos do-
mínios da atenção seletiva e dividida, além de signifi-
cativo alentecimento global do processamento cognitivo.
Testes de atenção úteis na DA e de aplicação simples
e rápida incluem o Teste de letra randômica, Extensão
de dígitos e o Teste de Trilhas. No teste de letra randô-
mica, o examinador solicita ao paciente que, para toda
letra A pronunciada, seja dada uma batida na mesa3 2 .
O teste avalia vigilância. Na extensão de dígitos o pa-
ciente repete uma seqüência crescente de dígitos imedia-
tamente após o examinador, inicialmente na ordem de
a p resentação (orde m d ireta-DOD) e, posteri orm e n t e ,
na ordem inversa (DOI)3 3 , 3 4. Este teste avalia atenção
verbal e memória operacional (ordem inversa). O Te s t e
de Trilhas consiste em conectar com lápis, no menor tem-
po possível e em ordem crescente, 25 números (form a
A) e números alternados com letras (forma B), avaliando
atenção seletiva, velocidade de processamento perc e p-
tual e flexibilidade mental33,34.
Poucos estudos avaliaram o desempenho de pacien-
tes brasileiros em testes de atenção. Os testes DOD, DOI
e o Teste das Trilhas (Forma A) foram aplicados a 30
pacientes com demência leve a moderada (22 com DA)
e a 30 controles, com prévio conhecimento dos diagnós-
ticos (classe de evidência IV)1 2 . Escores abaixo de 5 no
DOD e de 3 no DOI apresentaram sensibilidade de 60%
e especificidade de 80% e 96,7%, respectivamente. Já
para o Teste das Trilhas, tempos de realização acima de
120 segundos determinaram uma sensibilidade de 90%
e especificidade de 86,7%.
Em outro estudo, avaliando 88 pacientes com DA
leve e 125 controles, verificou-se que o desempenho dos
pacientes no Teste das Trilhas e no teste de Extensão de
Dígitos foi inferior ao dos controles. A forma A do Te s t e
da Trilhas revelou boa acurácia diagnóstica (classe de
evidência IV)34.
Arq Neuropsiquiatr 2005;63(3-A) 723
Recomendação prática: Testes de atenção seletiva
como o Teste das Trilhas (forma A) ou o de extensão de
dígitos podem ser utilizados para avaliar a atenção (Op-
ção Prática). São necessários estudos para avaliar o teste
de letra randômica no Brasil.
Avaliação da linguagem
Em seus estágios iniciais, a DA, embora conserv a n d o
o conhecimento do vocabulário e o processamento sin-
tático, acompanha-se de: (1) problemas semântico-lexi-
cais similares aos de uma afasia semântica3 5 , 3 6; e (2) difi-
culdades semântico-discursivas na interpretação de me-
táforas, provérbios, moral de estórias e material humo-
rístico36-39. Nos estágios intermediários, há piora destas
alterações, aparecendo então violação de leis conver-
sacionais, perda da função epilinguística (autocorre t i v a )
e início de alterações fonológicas e sintáticas36-39, e
então podem ocorrer alterações similares às da afasia
de Wernicke ou afasia transcortical sensorial.
De modo geral, a linguagem do idoso normal e do
paciente com demência tem sido avaliada com as mes-
mas baterias confeccionadas para o diagnóstico de
afasia, principalmente a Bateria de Diagnóstico de Afasia
de Boston4 0 , a We s t e rnAphasia Battery ”4 1 , o “ T o k e n
Test”42 e o Teste de Nomeação de Boston (TNB)43. Estas
baterias têm pelo menos duas limitações: (1) serem cons-
t ruídas e adequadas para o diagnóstico de afasia (re s u l-
tantes de lesões focais) e não para as alterações lingüís-
ticas encontradas nas dem ências; e (2) se re s t r i n g i re m
aos aspectos metalingüísticos. Entretanto, estas baterias
p e rmit em um diag nóstico qu alitativo e quant itativo,
mostrando o perfil do distúrbio lingüístico (tipo de afa-
sia) e estabelecendo uma linha de base para compa-
rações futuras.
O u t r o s i n s t r u m e n t o s d e a v a l i a ç ã o d a l i n g u a g e m ,
mais breves e mais específicos para as síndromes demen-
ciais, podem ser encontrados no CERAD, com a nomea-
ção de 15 figuras em preto e branco2 0 , 2 1 ,CAMDEX
1 3 , 2 6 ,
ADAS-Cog, com a nomeação de objetos re a i s 2 9 , 3 0 e
NEUROPSI, cuja tarefa também é nomeação de oito fi-
guras23,24.
Recomendação prática: OTestedeNomeaçãode
Boston (15 itens do CERAD), o de nomeação de objetos
reais do ADAS-Cog ou o de nomeação de oito figuras
do NEUROPSI são recomendados para avaliação da
linguagem no diagnóstico de DA (Opção Prática).
Avaliação das funções executivas
O conceito “funções executivas” designa um conjun-
to de habilidades cognitivas e princípios de org a n i z a ç ã o
necessários para lidar com as situações mutantes e am-
bíguas do relacionamento humano e que garantem uma
conduta adequada, responsável e efetiva. Estas habili-
dades incluem planejamento, auto-regulação e de coor-
denação motora fina, sendo dependentes do funcio-
namento de áreas pré-frontais e da circuitaria fro n t o -
e s t r i a t a l 4 4 , 4 5 . D é f i c i t s e x e c u t i v o s s ã o f re q ü e n t e m e n t e
observados na DA, já em fases iniciais45.
D e n t re os testes de avaliação do funcionamento exe-
cutivo, os mais investigados em nosso meio foram os
testes do desenho do relógio (TDR) e de fluência verbal
(FV). O TDR apresenta diversas versões, tanto em re l a ç ã o
às instruções para sua realização quanto às normas de
avaliação. Essencialmente o que se solicita ao indivíduo
é o desenh o espon tâneo de um mostrado r de re l ó g i o
com todos os números e com os ponteiros mostrando
horário previamente estabelecido.
Ts estudos avaliaram diferentes aspectos deste teste.
Em um primeiro estudo realizado com idosos da comu-
nidade, a confiabilidade inter e intra-examinador do TDR
(método de Shulman) mostrou-se de boa a excelente,
embora constatando que os escores propostos não sejam
totalmente adequados para populações de escolaridade
muito baixa4 6. Em outra pesquisa, o TDR (desenho espon-
tâneo e cópia; versão com 15 pontos) foi administrado
a 50 pacientes com DA e a 43 controles. A nota de cort e
de 11 pontos foi a que melhor discriminou os dois gru p o s
(classe de evidência II)4 7 . Outra versão do TDR (escore
máximo de 10 pontos) foi aplicada a 30 pacientes com
demência leve a moderada (22 com DA) e a 30 contro l e s .
E s c o res abaix o de 5 p o n tos di sc r i mi naram o primei ro gru-
po do segundo com 90% de sensibilidade e 83,3% de
especificidade (classe de evidência IV)1 2 , 4 8.
A grande limitação do TDR diz respeito à forte in-
fluência da baixa escolaridade sobre o desempenho,
c o n f o rme demonst rou est udo co mparand o o desem-
penho de idosos analfabetos e alfabetizados sem de-
mência vivendo na comunidade22.
O teste de FV mais empregado em estudos brasileiro s
é o de categoria semântica (animais/minuto). Neste teste
solicita-se ao indivíduo que diga o maior número de ani-
mais no menor tempo possível. O escore é definido como
o número de itens (excluindo-se as repetições) em um
minuto.
Em estudo que avaliou 336 indivíduos sem demência
e 65 pacientes com comprometimento cognitivo, os
a u t o res não observaram diferenças de desempenho em
função da idade, mas sim da escolaridade. As notas de
corte que melhor discriminaram pacientes de controles
foram 9 para escolaridade <8 anos e 13 para escola-
ridade mais alta (classe de evidência IV). A sensibilidade
e a especificidade do teste em analfabetos foram baixas
(75% e 79%, re s p e c t i v a m e n t e )4 8. O teste de FV também
foi utilizado em outros estudos, que também demons-
traram o valor deste teste no diagnóstico de demên-
cia12,34.
Recomendação prática: O teste de FV tem como van-
tagem a sua brevidade e a disponibilidade de notas de
c o rte definidas em função da escolaridade (Opção Prá-
tica). Quanto ao TDR, diferentes formas de aplicação
foram empregadas, não havendo definição precisa das
melhores notas de corte. Os participantes do consenso
724 Arq Neuropsiquiatr 2005;63(3-A)
recomendaram o emprego deste teste apenas para indi-
víduos com escolaridade superior a quatro anos (Opção
Prática).
Avaliação das funções vísuo-perceptivas
Déficits vísuo-perceptivos não são habitualmente
encontrados nas fases iniciais da DA, exceto em casos
com apresentação clínica atípica, onde a avaliação das
funções vísuo-perceptivas é importante. À medida que
a doença evolui, alterações nesta esfera, causando for-
mas de agnosia visual (especialmente associativa), podem
ocorrer.
Não foram encontradas publicações brasileiras utili-
zando testes de avaliação vísuo-perceptiva em pacientes
com DA.
Recomendação prática: Na ausência de estudos brasi-
leiros na área, os participantes do consenso sugerem o
e m p rego da descrição de figuras temáticas (ex. prancha
do roubo do biscoito do Teste Diagnóstico de Afasia de
Boston) ou do teste de percepção de figuras superpos-
tas49 (Sugestão Opcional).
Habilidades construtivas
Com os unitermos “Alzheimer’s disease”, “Clock Dra-
wing Test” (TDR) e os nomes de nove testes de habilida-
des construtivas, foram encontrados oito artigos no
PUBMED. No LILACS, com os unitermos Avaliação Neuro-
psicológica, Relógio e/ou Alzheimer, foram encontrados
seis artigos ou teses de autores brasileiros que utilizaram
testes de habilidades construtivas em pacientes com DA.
Em revisão sobre resultados do teste do TDR em pa-
cientes com demência, Schulman5 0 concluiu que a sensi-
bilidade e especificidade médias deste teste (85%), são
elevadas, assim como sua correlação com outros testes
cognitivos. Em nosso meio, foram publicados re s u l t a d o s
com o TDR1 2 , 4 7 (classe de evidência IV), teste de praxia
c o n s t ru t i v a 3 7 (classe de evidência IV), desenho de quatro
figuras geométricas do CERAD2 0 (classe de evidência II),
e sub-escala construção da escala de Mattis28 (classe de
evidência IV).
A figura complexa de Rey pode ajudar a discriminar
pacientes com DA de controles51-53, mas não foram en-
contrados estudos brasileiros sobre este teste no diag-
nóstico de DA.
Recomendação prática: Os desenhos de figuras geo-
métricas (CERAD) são os testes de habilidades constru-
tivas recomendados como Norma para utilização no Bra-
sil. O TDR e os desenhos de figuras geométricas da escala
de Mattis podem ser considerados como Opção Prática.
Os resultados obtidos com pacientes brasileiros sugere m
que um bom desempenho no TDR poderia suprimir a
aplicação de um teste adicional de habilidade constru t i v a
(Sugestão Opcional).
Conceituação e abstração
Pacientes com DA leve mostram desempenho inferior
aos de sujeitos normais em testes de formação de con-
ceitos e raciocínio verbal, como o subteste de semelhan-
ças do WAIS-R e a interpretação de metáforas e pro v é r-
b i o s 5 4 - 5 7 . Déficit significativo no subteste de semelhanças
é considerado como um dos preditores mais precoces
de declínio cognitivo anormal em indivíduos de meia-
i d a d e 3 4 , 5 7 . Outros testes usados em pacientes com de-
mência são o Teste de Sorteio de Cartas de Wi s c o n s i n5 8,
o Teste de Categorias de Halstead5 9 e o Te s t e d e A r r a n j o
d e F i g u r a s d o W A I S - R 6 0. Subtestes de conceituação e
abstração são também encontrados no CAMDEX1 3 , 2 6 e
N E U R O P S I 2 4 ,amplamenteusadosnaavaliaçãodas
demências. No NEUROPSI, é solicitado ao entre v i s t a d o
que diga a semelhança entre três pares de substantivos
(laranja e pêra, cachorro e cavalo, olho e nariz).
Recomendação prática: Os subtestes de Semelhanças
do CAMDEX ou NEUROPSI (Opção Prática) e o subteste
de Arranjo de Figuras do WAIS-R (Sugestão Opcional)
são recomendados para uso em nosso meio.
Avaliação das praxias
Apraxia não é usualmente encontrada nos estágios
iniciais da DA. Nos casos em que déficits apráxicos estão
presentes esta avaliação ganha maior relevância.
Apenas um estudo brasileiro avaliando funciona-
mento práxico na DA foi encontrado no levantamento
bibliográfico realizado, em que o teste das três posições
da mão de Luria foi aplicado a pacientes com demência
e a contro l e s4 9. Obteve-se sensibilidade e especificidade
diagnósticas de 66,6% e 86,6%, re s p e c t i v a m e n t e6 1 .Há
grande influência da escolaridade sobre o desempenho
no teste.
Em outro estudo recente foi avaliado o impacto da
idade, gênero e escolaridade sobre a produção de gestos
sob comando verbal e imitação em 96 idosos sem com-
p rometimento cognitivo. Três gestos transitivos (“usar
uma chave para abrir uma porta”, “colocar os óculos”
e “colocar uma aliança”) e dois gestos convencionais
(“jogar um beijo” e “rezar”) foram executados de form a
adequada por mais de 80% dos indivíduos, tanto sob
comando verbal quanto à imitação, sem influências
significativas das variáveis sócio-demográficas analisadas
sobre a performance62.
Recomendação prática: Os participantes sugere m
que sejam realizados estudos com os gestos menciona-
dos previamente em pacientes com DA de forma a
investigar seu possível valor diagnóstico.
Questionários, entrevistas semi-estruturadas
sobre declínio cognitivo e escalas de
alteração significativa na atividade social
ou profissional
Os critérios diagnósticos de demência estabelecem
que os transtornos cognitivos devem ser suficientemente
graves para interferir de modo significativo com as ativi-
dades profissionais ou sociais do indivíduo, caracterizan-
Arq Neuropsiquiatr 2005;63(3-A) 725
do declínio funcional. Estas alterações podem ser inves-
tigadas com entrevistas feitas com o paciente e com o
i n f o rmante. Todos os consensos consultados sugerem o
uso de escalas de avaliação de atividades da vida diária
para o diagnóstico.
Nas bases de dados PUBMED e LILACS, com as pala-
vras-chave “atividades da vida diária” e “Brasil”, foram
encontrados nove artigos sobre demência ou idosos,
dos quais os mais relevantes serão comentados a seguir.
Escala de atividades de vida diária (AVDs) básica e
i n s t rumental (15 itens) foi aplicada a 964 idosos no muni-
cípio de São Paulo6 3 . Algumas variáveis como analfabe-
tismo, ser “caso” no rastreamento de saúde mental, ter
história de “derrame” e ter avaliação pessimista da saú-
de estavam associadas à dependência moderada a grave
(incapacidade/dificuldade em quatro ou mais atividades).
Em uma amostra de seis pacientes com DA leve sub-
metidos a tratamento medicamentoso e à reabilitação
cognitiva, as AVDs básicas6 4 e instru m e n t a i s6 5 foram ava-
liadas com os cuidadores. Somando-se as duas escalas,
os pacientes apresentaram médias de 9,8 a 10,8 pontos
durante os cinco meses de acompanhamento66.
Em um estudo epidemiológico conduzido na cidade
de Catanduva, aplicou-se o questionário de atividades
funcionais de Pfeff e r6 7 associado ao MEEM a 1.656 ido-
sos, para selecionar os possíveis casos de demência6 8 .
Este instrumento avalia os sujeitos em 10 atividades da
vida diária (com escores variando de 0 a 30), com escore s
acima de 5 indicando prejuízo funcional (mínimo=0, má-
ximo=30).
Em 30 pacientes com demência, segundo a CID-10 e
o DSM-III-R, e 46 controles idosos, comparou-se o desem-
penho do MEEM e de escalas aplicadas aos inform a n t e s ,
o “Informant Questionnaire of Cognitive Decline in the
Elderly” (IQCODE)6 9 , e a Escala Bayer de “Activities of
Daily Living” (B-ADL)7 0 , para identificar possíveis casos
de demência7 1 . Com o IQCODE (escores >3,41), a sen-
sibilidade foi de 83,3% e a especificidade, 97,5%, e com
a B-ADL (escores >2,59), a sensibilidade foi 83,3% e a
especificidade, 97,8%. Combinando os instrumentos, os
resultados obtidos foram: MEEM + IQCODE – acurácia
= 92,1% (sensibilidade 83,3% e especificidade 97,8%);
MEEM + B-ADL – acurácia = 92,1% (sensibilidade 86,7%
e especificidade 95,7%). Os resultados sugerem que a
combinação de um teste cognitivo a escalas funcionais
pode melhorar a detecção de demência (classe de evi-
dência II).
Recomendação prática: As escalas de avaliação fun-
cional e cognitiva aplicadas a informantes, como o ques-
tionári o de Pfeff e r, a B-ADL ou o IQCODE , pod em ser
recomendados como Norma para aplicação no Brasil.
O u t ra s es ca l a s, co m o a s de AV D s bá si c a s e i ns t ru m e n t a i s ,
aparecem como Opções Práticas. Os resultados obtidos
sugerem que a combinação de instrumentos aplicados
ao informante e de testes cognitivos pode melhorar a
detecção de demência em nosso meio (Sugestão Op-
cional).
Outras escalas
Além das avaliações diagnósticas, existem escalas
que avaliam a intensidade da síndrome demencial e as
alterações de comportamento na DA.
Em 24 trabalhos revisados, as escalas de gravidade
da demência mais empregadas foram a do CDR ( C l i n i c a l
Dementia Rating)72,73, seguida pela CGI (Clinical Global
I m p re s s i o n ) 7 4. A escala CDR deve ser aplicada na dispen-
sação de medicamentos aos pacientes com DA pelos
centros de referência, e merece mais estudos no Brasil.
A quantificação das alterações comportamento tem
sido realizada em nosso meio com a utilização do Inven-
tário Neuropsiquiátrico (NPI)7 5 e da BEHAV E - A D7 6 , para
as quais existem versões para uso no Brasil.
A qualidade de vida é outra variável de import â n c i a
na avaliação do impacto da DA. Há ainda poucas escalas
disponíveis e devidamente validadas com esta finalidade.
Uma delas foi submetida à tradução e adaptação trans-
cultural para uso no Brasil, atualmente em fase final do
p rocesso de validação. Esta escala mostrou-se de fácil e
rápida aplicação, incluindo versões para avaliação da
qualidade de vida do paciente e também do cuida-
dor77,78.
Em conclusão a análise dos estudos realizados no
Brasil sobre o diagnóstico de DA permitiu verificar que
é possível estabelecer algumas normas e opções práticas
de conduta clínica, mas que há necessidade de incre m e n-
tar as pesquisas clínicos para avaliar testes de algumas
funções que têm sido pouco exploradas e de continuar
a definir escores de corte por faixa de escolaridade. Com
a finalidade de tornar mais prático este conjunto de
recomendações, apresentamos o roteiro que se segue.
Roteiro para o diagnóstico clínico de DA
O diagnóstico de demência deve basear-se principal-
mente nos critérios da Associação Psiquiátrica Americana
(DSM) e o de DA, nos critérios do NINCDS-ADRDA1.
Os testes sugeridos para avaliação cognitiva estão
na Tabela 2. Para avaliação funcional recomendou-se o
IQCODE, o questionário de Pfeffer ou a escala Bayer de
atividades da vida diária. Recomendou-se a utilização
combinada de instrumentos de avaliação cognitiva e de
escalas de avaliação funcional.
O diagnóstico de DA inclui a necessidade de compro-
metimento de pelo menos uma função cognitiva além
da memória. Usualmente, as funções executivas ou a
linguagem ou a atenção seletiva e dividida são as mais
precocemente acometidas depois da memória. Quando
já se comprovou que duas ou mais funções cognitivas
foram afetadas, a verificação do comprometimento de
outras funções permitirá avaliar a intensidade da síndro-
me demencial e realizar orientações concernentes à re a-
bilitação. Para esta última finalidade, avaliação neuro-
726 Arq Neuropsiquiatr 2005;63(3-A)
psicológica abrangente, aplicada por profissional habili-
tado, é a ideal. Esta também está indicada para os casos
em que a avaliação realizada pelo médico tenha sido
insuficiente para o diagnóstico, quer porque a intensi-
dade dos transtornos seja muito leve ou porque um
distúrbio de linguagem, de comportamento ou algum
outro distúrbio tenha interferido na interpretação dos
resultados da avaliação das funções cognitivas. Nas de-
mências moderadas ou graves, a indicação de avaliação
neuropsicológica abrangente é mais restrita. O consenso
não procurou estabelecer recomendações práticas con-
c e rnentes à avaliação neuropsicológica abrangente para
o diagnóstico de DA em nosso meio, embora considere
muito útil que tais recomendações sejam motivo de ou-
tra publicação.
Agradecimentos – Deixamos consignado nosso
reconhecimento aos colegas (em ordem alfabética) Eliasz
E n g e l h a r d t , E s t e v ã o D e m é t r i o N a s c i m e n t o , F l o r i n d o
Stella, Gislaine Gil, Jacqueline Abrisqueta Gomes, Maria
del Pilar Quintero Moreno e Rogério Gomes Beato que
auxiliaram na fase de pesquisa bibliográfica ou enviaram
críticas e sugestões que contribuíram para aprimoramen-
to do manuscrito.
REFERÊNCIAS
1. Nitrini R, Cara melli P, Bottino CM C, Dama sceno BP, Brucki SMD,
Anghinah R. Critérios diagnósticos e exames complementares. Reco-
mendações do Departamento de Neurologia Cognitiva e do Envelheci-
mento da Academi a Bras ilei ra de Ne urologi a. A rq Neu ro p s i q u i a t r
2005;63:713-719.
2. Knopman DS, DeKosky ST, Cummings JL, et al . Practice parameter:
diagnosis of dementia (an evidence-based review): report of the Quality
S t a n d a rds Subco mmittee of the Americ an Aca demy of Neuro l o g y.
Neurology 2001;56:1143-1153.
3. McKhann G, Drac hman D, Folstein M, et al. Clin ical diagnosis of
A l z h e i m e r ’s disease: report of the NINCDS-ADRDA work group under
the auspices of department of health and human services task force on
Alzheimer’s disease. Neurology 1984;34:939-944.
4. Bertolucci PHF, Brucki SMD, Campacci S, Juliano Y. O Mini-Exame do
Estado Mental em uma população geral. Impacto da escolaridade. A rq
Neuropsiquiatr 1994;52:1-7.
5. Caramelli P, Herrera E Jr, Nitrini R. O Mini-Exame do Estado Mental
no diagnóstico de demência em idosos analfabetos.A rq Neuro p s i q u i a t r
1999;57(Supl 1):S7.
6. Almeida O. Mini-Exame do Estado Mental e o diagnóstico de demência
no Brasil. Arq Neuropsiquiatr 1998;56:605-612.
7. B rucki SMD, Ni trini R, Caram elli P, B ertol ucci PHF, Ok amoto IH.
Sugestões para o uso do Mini-Exame do Estado Mental no Brasil. A rq
Neuropsiquiatr 2003;61:777-781.
8. Lak s J, Batista EMR , Guilherme ERL, et al. O Mini Exame do Estado
Mental em idosos de uma comunidade: dados parciais de SantoA n t o n i o
de Pádua, Rio de Janeiro. Arq Neuropsiquiatr 2003;61:782-785.
9. B lesse d Demen tia Scale (incorporatin g the In formation-Memory
Concentration (ICM) Test and the Dementia Scale. In Burns A, Lawlor
Brian, Craig S (eds.) Assessment scales in old age psychiatry. London
Martin Dunitz, 1999:40-41.
10. Cognitive Abilities Screening Instrument (CASI). In: Burns A, Lawlor
Brian, Craig S (eds.) Assessment scales in old age psychiatry. London:
Martin Dunitz, 1999:63.
11. Viana GSB, Bruin VMS, Leitão MCA, Rouquayrol MZ. Adaptação de
um teste de "screening" para a detecção de demência. J Bras Psiquiatr
1988;37:29-31.
12. Nitrini R, Lefèvre BH, Mathias SC, et al. Testes neuropsicológicos de
aplicação simples para o diagnóstico de demência. A rq Neuro p s i q u i a t r
1994;52:457-465.
13. Roth M, Tym E, Mou ntjoy C Q, et a l. CAMDEX - A s t a n d a rd i z e d
i n s t rume nt fo r th e diag nosis of menta l disord er in th e elderl y with
special re f e rence to th e early detecti on of dementi a. Br J Ps ychiatry
1986;149:698-709.
14. Ng RT Y, Damasceno A, Delicio AM, et al. Validation of Mini-Test CASI-
S in a sample of Brazilian population. J Int Neuropsychol Soc 2002;7:420.
15. Damasceno A, Mazo DFC, Ng RT Y, et al. Validation of mini-test CASI-
S in a sample of Brazilian population. A rq Neuropsiquiatr 2005;63:416-
421.
16. Welsh K, Butters N, Hughes J, Mohs R. Heyman A. Detection of abnor-
mal memory decline in mild cases of A l z h e i m e r’s disease using CERAD
neuropsychological measures. Arch Neurol 1991;48:278-281.
17. Rey A. L' exam clinique en psychologie. Paris: Presses Universitaire de
France, 1964.
18. Diniz L FM, Cruz MF, To r res VM, Cosen za RM. O teste de apre n d i-
zagem auditivo-verbal de Rey: normas para uma população brasileira.
Rev Bras Neurol 2000;36:79-83.
19. Weschler D. Weschler Mem ory Sc ale - revised manu al. New Yo r k :
Psychological Corporation, 1987.
20. Bertolucci PH, Okamoto IH, Brucki SM, Siviero MO, Toniolo J Neto,
Ramos LR. Applicability of the CERAD neuropsychological battery to
Brazilian elderly. Arq Neuropsiquiatr 2001;59:532-536.
21. Morris JC, Heyman A, Mohs RC, et al. The Consortium to Establish a
Registry for A l z h e i m e r’s disease (CERAD): Part 1. Clinical and neuro-
psychological assessment of Alzheimer’s disease. Neurology 1989;39:
1159-1165.
22. Nitrini R, Caramelli P, Herrera E Jr, at al. Performance of illiterate and
literate nondemented elderly subjects in two tests of long-term memory.
J Int Neuropsychol Soc 2004;10:634-638.
23. O s t rosky-Solis, A rdila-Roselli M. NEUROPSI: a brief neuro p s y c h o o g i c a l
test battery in Spanish with norms by age and educational level. J Int
Neuropsychol Soc 1999;5:413-433.
24. Abrisqueta-Gomes J. Avaliação neuropsicológica nas fases inicial e
moderada da demência do tipo A l z h e i m e r. Tese de Doutorado. Escola
Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo. São Paulo,
1999.
Tabela 2. Testes sugeridos para a avaliação cognitiva na diagnóstico de doença de Alzheimer.
Função cognitiva Testes
Global Mini-exame do Estado Mental; Informação-Memória-Concentração de Blessed; CASI-S
Memória Recordação tardia do CERAD ou de objetos apresentados como figuras
Atenção Teste de trilhas; extensão de dígitos
Linguagem Testes de nomeação de Boston, do ADAS-Cog ou do NEUROPSI
Funções executivas Fluência Verbal; Desenho do relógio
Conceituação e abstração Semelhanças do CAMDEX ou do NEUROPSI ; arranjo de figuras do WAIS-R
Habilidades construtivas Desenhos do CERAD; desenho do relógio
ADAS-Cog, Alzheimer’s Disease Assessment Scale-Cognitive Section; CAMDEX, Cambridge Mental Disorders of the Elderly Examination; CASI-S, Cognitive
Abilities Screening Instrument- short form; CERAD, Consortium to Establish a Registry for Alzheimer’s Disease; WAIS-R, Weschler Adult Intelligence
Scale-Revised.
Arq Neuropsiquiatr 2005;63(3-A) 727
25. Fuld P, Masur DM, Blau A, Howard C, A ronson M. Object memory
evaluation for prospective detection of dementia in normal functioning
elder ly: pred ictive an d n ormativ e data. J Cl in E xp Neuro p s y c h o l
1990;12:520-528.
26. Bottino CMC, StoppeA J r, Scalco AZ, Ferreira RCR, Hototian SR, Scalco
MZ. Validade e confiabilidade da versão brasileira do CAMDEX. Arq
Neuropsiquiatr 2001;59(Suppl 3):S20.
27. Matti s S. Dem entia Rating Scale: professional manu al. Florida:
Psychological Assessment Resources, 1988.
28. Porto SC, Charchat-Fichman H, Ca ramel li P, Bahia VA, Nitrini R.
Dementia Rating Scale - DRS - in the diagnosis of patients with A l z h e i-
mer´s dementia. Arq Neuropsiquiatr 2003;61:339-345.
29. Rosen WG, Mohs RC, Davis KL. A new rati ng scal e for A l z h e i m e r ’ s
disease. Am J Psychiatry, 1984;141:1356-1364.
30. Schultz RR. Desempenho de uma população brasileira na sub-escala
cognitiva da Escala de Avaliação da Doença deAlzheimer (ADAS-Cog).
Dissertação de Mestrado. Escola Paulista de Medicina da Universidade
Federal de São Paulo, São Paulo, 1999.
31. Perry RJ, H odges JR. Attention and executive deficits in A l z h e i m e r ' s
disease: a critical review. Brain 1999;122:383-404.
32. S t rub RL, Black FW. The mental status examination in neuro l o g y, 2n d
Ed. Philadelphia: F.A. Davis Company, 1985.
33. Lezak MD. Neuropsychological as sessment. New York: Oxfo rd
University Press, 1995.
34. C h a rchat-Fichman H. Heterogeneidade neuropsicológica no pro c e s s o
de envelhecimento: transição do normal aos estágios iniciais da doença
deA l z h e i m e r. Tese de Doutorado. Instituto de Psicologia da Univer-
sidade de São Paulo São Paulo, 2003.
35. Irigaray L. Le langage des déments. The Hague: Mouton, 1973.
36. Bayles KA, Kaszniak AW. Communication and cognition in normal
aging and dementia. Boston: Little Brown, 1987.
37. Damasceno BP. Envelhecimento cerebral: o problema dos limites entre
o normal e o patológico. Arq Neuropsiquiatr 1999;57:78-83.
38. Caramelli P, Mansur LL, Nitrini R. Language and communication disor-
ders in dementia of the Alzheimer type. In Stemmer B, Whytaker H
(eds .) Handbo ok of neuro lingui stics . Sa n Diego : Acad emic Pre s s ,
1998:463-473.
39. Coudry MIH, Morato E. Alterações neurolinguísticas na demência do
tipo A l z h e i m e r. Texto apres entad o no II Congre sso daA s s o c i a ç ã o
Brasileira de Psiquiatria Biológica, 1990.
40. Goodg lass H, Kaplan E. Boston Di agnostic Apha sia E xamination
(BDAE). Philadelphia: Lea and Febiger, 1983.
41. KerteszA. Western Aphasia Battery. SanAntonio, TX: The Psychological
Corporation, 1982.
42. De Renzi E, Faglioni P. Normative data and screening p ower o f a
shortened version of the token test. Cortex 1978;14:41-49.
43. Kaplan E, Goodglass H, Weintraub S, Segal H. Boston Naming Te s t .
Philadelphia: Lea & Febiger, 1983.
44. Magila MC, Caramelli P. Funçõesexecutivas no idoso. In: Forlenza OV,
Caramelli P. Neuropsiquiatria Geriátrica. São Paulo: Editora A t h e n e u ,
2000;517-526.
45. Perry RJ, H odges JR. Attention and executive deficits in A l z h e i m e r ' s
disease: a critical review. Brain 1999;122:383-404.
46. Fuzikawa C, Lima-Costa MF, Uc hoa E, Barreto SM, Shulman K A
population based study on the intra an d inter-rater reliability of the
clock drawing test in Brazil: the Bambui Health and Ageing Study. Int
J Geriatr Psychiatry 2003;18:450-456.
47. Okamoto, IH. Aspectos cognitivos da doença de Alzheimer no teste do
relógio: avaliaçäo de amostra da populaçäo brasileira. Tese de Douto-
rado. Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de Säo Paulo
São Paulo, 2001.
48. B rucki SMD , Mal heiro s SMF, Ok amoto IH, Berto lucci PHF. D ados
normativos para o uso do teste de fluência verbal categoria animais
em nosso meio. Arq Neuropsiquiatr 1997;55:56-61.
49. L e f è v re BH, Nitrini R. Semiologia neuropsicológica.A rq Neuro p s i q u i a t r
1985;43:119-132.
50. Schulman KI. Clock-drawing: is it the ideal cognitive screening test?
Int J Geriatr Psychiatry 2000;15:548-561.
51. Cherrier MM, Mendez MF, Dave M, Perryman KM. Performance on
the R ey-Osterrieth complex f igure te st in Alzhe imer disease and
vasc ular de mentia . N europsyc hiatry Neuro psychol Beha v N euro l
1999;12:95-101.
52. Freeman RQ, Giovannetti T, Lamar M, et al. Visuoconstructional pro-
blems in dementia: contribution of executive systems functions. Neuro-
psychology 2000;14:415-426.
53. Rascovsky K, Salmo n DP, Ho GJ, et al. Cognitive prof iles differ in
autopsy-confirmed frontotemporal dementia andAD. Neurology 2002;
58:1801-1818.
54. Erkinjuntti T, Laaksonen R, Sulkava R, Syrjalainen R, Palo J. Neuro-
psychological diff e rentiation between normal aging,A l z h e i m e r’s disea-
se and vascular dementia. Acta Neurol Scand 1986;74:393-403.
55. Jakobs DM, Sano M, Dooneief G, Marder K, Bell KL, Stern Y. Neuro p s y-
chological de tection and characteri zation of preclinical A l z h e i m e r’ s
disease. Neurology 1995;45:957-962.
56. S i v i e ro, MO. Capacidade de abstração e o teste de provérbios. Disser-
tação de Mestrado. Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal
de São Paulo, São Paulo;1997.
57. La Rue A, Jarvik LR. Cognitive function and prediction of dementia in
old age. Int J Aging Hum Dev 1987;25:79-89.
58. Nelson HE. Amodified card sorting test sensitive to frontal lobe defects.
Cortex 1976;12:313-324.
59. Halstead WC. Brain and Intelligence. Chicago: University of Chicago
Press, 1947.
60. Wechsler D. Wechsler Adult Intelligence Scale- Revised. San Antonio:
Psychological Corporation, 1981.
61. Nitrini R. Diagnóstico de demência: avaliação clínica, neuro p s i c o l ó g i c a
e através da tomografia computadorizada por emissão de fóton único.
Tese de Livre-Docência, Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo. São Paulo, 1993.
62. Cavalcante KR. Avaliação do desempenho de idosos normais em um
p rotocolo de produção e reconhecimento de gestos: influência do sexo,
da idade e escolaridade no perfil de normalidade. Dissertação de Mes-
trado Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. São Paulo,
2004.
63. Rosa TE, Benicio MH, Latorre Mdo R, Ramos LR. Determinant factors
of func tional status among the elderly. Rev Saude Publica 2003;37:
40-48.
64. Katz S, Downs TD, Cash HR, Grotz RC. Progress in the development
of the index of ADL. Gerontologist 1970;10:20-30.
65. Lawton MP, Brody EM. Assessment of olde r people: self-monitoring
and instrumental ac tivities of dai ly living. Gerontologist 19 69;9:
179-186.
66. Bottino CM, Carvalho IA, A l v a rez AM, et al. Cognitive re h a b i l i t a t i o n
in Alzheimer' s disease pati ents: multidisciplinary team report. A rq
Neuropsiquiatr 2002;60:70-79.
67. P f e ffer RI, Kurosaki TT, Harrah CH Jr, Chance JM, Filos S. Measure m e n t
of func tional acti vities in older adul ts in th e communi ty. J Ge ro n t o l
1982;37:323-329.
68. H e r rera E Jr, Caramelli P, Silveira AS, Nitrini R. Epidemiologic survey
of dementia in a community-dwelling Brazilian population. A l z h e i m e r
Dis Assoc Disord 2002;16:103-108.
69. Jorm A F, Jacomb PA. The Informant Questionnaire on Cognitive Decline
in the Elde rly (IQCODE): soci o- demographi c correlates , re l i a b i l i t y,
validity and some norms. Psychol Med 1989;19:1015-1022.
70. H i n d m a rch I, Lehfeld H, de Jongh P, Erzigkeit H. The Bayer A c t i v i t i e s
of Daily Living Scale (B-ADL ). Dement Geriat r Cogn Disord 1998;
9(Suppl 2):S20-S26.
71. Bustamante SE, Bottino CM, Lopes MA, et al. Combined instruments
on the evaluation of dementia in the elderly: preliminary results. Arq
Neuropsiquiatr 2003;61:601-606.
72. Hughes CP, Berg L, Danziger WL, Coben LA, Martin RL.A new clinical
scale for the staging of dementia. Br J Psychiatry 1982;140:566-572.
73. Monta ño MBMM. Prevalência de demência em uma p opulaç ão de
idosos residentes na comunidade. Tese de Doutorado. Escola Paulista
de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2001.
74. Guy W. Clinic al Glo bal Im pression s (CG I). In ECDE UA s s e s s m e n t
Manual for Psychop harma cology. US Departme nt of Health and
Human Serv ices, Public Hea lth Service, Alcohol Dru g Abuse and
Mental HealthAdministration, NIMH Psychopharmacology Researc h
branch, 1976:218-222.
75. Cummings JL, Mega M, Gray K, Rosenberg-Thompson S, Carusi DA,
Gornbein J. The neuropsychiatric inventory: comprehensive assessment
of psychopathology in dementia. Neurology 1994;44:2308-2314.
76. R e i s b e rg B. Behavi oral path ology i n A l z h e i m e r ’s d iseas e rat ing
(BEHAVE AD). J Clin Psychiatry 1987;48(Suppl):S9-S15.
77. Logsdon RG, Gibbons LE, Mc Curry SM, Teri L. Quality of life in A l z h e i-
mer's disease: patient and caregiver reports. J Ment Health Aging 1999;
5:21-32.
78. Novelli MMPC. Avaliação transcultural da escala de avaliação da escala
de avaliação de qualidade de vida na doença de A l z h e i m e r. Dissertação
de Mestrado, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
São Paulo, 2003.
... Alterações genéticas podem contribuir para o aumento do risco de Alzheimer. Também há uma prevalência em pessoas do sexo feminino, com baixa escolaridade, histórico de depressão e portadoras de doenças vasculares [6,7]. ...
Thesis
Full-text available
With the drop in birth rates and the increase in life expectancy in Brazil over the past decades, we observe significant changes in the demographic profile. A related phenomenon is the rise in the elderly population, which is associated with the growing incidence of age-related diseases such as osteoporosis, hypertension, and dementia. Noteworthy among the latter are Alzheimer’s disease and cerebrovascular ischemia as primary causes. Studies indicate that music therapy has the potential to slow the progression of dementia through musical stimuli and music education, promoting the activation of memory-related brain areas mediated by emotions. However, the effectiveness of music therapy is closely related to the recognition and correct stimulation of emotions in the patient by the therapist. Recent advances in artificial intelligence and signal processing have facilitated the application of deep artificial neural networks to solve complex problems, minimizing the need for preprocessing. This project focused on building a deep artificial neural network architecture for recognizing emotions in electroencephalographic (EEG) and voice signals. An approach was proposed that employs the Wavelet Transform to convert signals into images, used as input for a hybrid architecture based on pretrained convolutional networks for feature extraction through transfer learning. Classical algorithms were then employed for the classification of emotional states in these data. To assess the method’s ability to interpret emotional data from elderly individuals, especially those with dementia, we built a multimodal database, including EEG, voice, facial expression, demographic data, and diagnosis from 39 participants. Of this sample, 21 belong to the cognitively healthy group, while 18 are from the group with mild to moderate dementia. Computational experiments were conducted for the automatic recognition of positive, negative, and neutral emotional states from simultaneous EEG and voice signals, as well as categorical data on age, gender, and diagnosis. The application of the proposed method resulted in accuracies around 71% and 73% when using a pretrained LeNet architecture with MNIST for feature extraction, combined with a Random Forest with 450 trees for classification. The developed architecture will serve as the core for a human-machine musical interface for biofeedback, capable of investigating emotions evoked by specific musical stimuli. This technology can be employed to support the personalization of music therapy and other therapeutic approaches.
... para a Memória e a Fluência. Assim, pudemos constatar que ao nível da comunicação, a pessoa com DA apresenta deficits no raciocínio linguístico e dificuldade em dizer a palavra correta ou lembrar-se de nomes de objetos ou pessoas (Nitrini et al., 2005). ...
Article
Full-text available
This study focuses on the impact of Alzheimer’s Disease on language, namely the impact in the context of the use of the null subject. We analysed the productions of a group of twelve Alzheimer’s patients and a control group with the same dimension, when reading three types of sentences: One clause with simple tense; one clause with complex tense; two-clause sentences. The sentences, translated from a previous study of Italian and English, were repeated over three days by each of the participants and audio recorded for later data processing. Alzheimer’s patients underperformed when compared to the control group, but some results showed non-significant differences. When the data obtained in the study in Portugal was compared to that from the study conducted in England, it was concluded that the Alzheimer patients tended to produce more null subjects and that these were more prevalent in longer and complex sentences. The Portuguese participants also presented a tendency for the production of less null subjects than the Italians. Keywords: Alzheimer; null subject; language and dementia
... Participants were submitted to the Addenbrooke's Cognitive Examination-Revised (ACE-R) and Mini-Mental State Examination (MMSE). Cutoff values of 58, 76 and 83 points were used for patients with < 4, 4-8 and > 8 years of education, respectively, in the ACE-R [18,19]. For the MMSE, cutoffs of 19 for illiterate patients and 24 for literate patients were used [20,21]. ...
Article
Full-text available
Introduction Long-onset COVID syndrome has been described in patients with COVID-19 infection with persistence of symptoms or development of sequelae beyond 4 weeks after the onset of acute symptoms, a medium- and long-term consequence of COVID-19. This syndrome can affect up to 32% of affected individuals, with symptoms of fatigue, dyspnea, chest pain, cognitive disorders, insomnia, and psychiatric disorders. The present study aimed to characterize and evaluate the prevalence of sleep symptoms in patients with long COVID syndrome. Methodology A total of 207 patients with post-COVID symptoms were evaluated through clinical evaluation with a neurologist and specific exams in the subgroup complaining of excessive sleepiness. Results Among 189 patients included in the long COVID sample, 48 (25.3%) had sleep-related symptoms. Insomnia was reported by 42 patients (22.2%), and excessive sleepiness (ES) was reported by 6 patients (3.17%). Four patients with ES were evaluated with polysomnography and test, multiple sleep latencies test, and actigraphic data. Two patients had a diagnosis of central hypersomnia, and one had narcolepsy. A history of steroid use was related to sleep complaints (insomnia and excessive sleepiness), whereas depression was related to excessive sleepiness. We observed a high prevalence of cognitive complaints in these patients. Conclusion Complaints related to sleep, such as insomnia and excessive sleepiness, seem to be part of the clinical post-acute syndrome (long COVID syndrome), composing part of its clinical spectrum, relating to some clinical data.
... It is estimated that the number of elderly people in Brazil will reach 32 million in 2020 (Veras, & Oliveira, 2018) and that, in 2040, this amount will represent 23.8% of the Brazilian population and a ratio of almost 153 elderly people for every 100 young people (Miranda et al, 2016). Middle and low-income countries are projected to have more alarming increases in the number of dementia cases compared to developed countries (Nitrini et al, 2009), as illiteracy and low educational attainment seem to be associated with greater cognitive decline in the elderly population (Livingston, 2017;Nitrini, 2005). ...
Article
Full-text available
Accelerated population aging has led to a progressive increase in dementia, particularly Alzheimer’s Disease (AD). The study’s objective was to perform a cost-utility analysis on the use of memantine in the severe stage of AD in Brazil compared to no specific pharmacological treatment from the perspective of the Brazilian Unified Health System (SUS). A Markov model was designed to simulate the progression of AD through five finite stages of health that considered cognitive function and a time horizon of five years. Progression probabilities were derived from clinical trials and population-based studies. Direct costs included hospitalization, medical consultation, use of additional medications, as well as laboratory tests. The measures for Quality Adjusted Life Year (QALY) were derived from the international literature. Costs and benefits were discounted by 5%. Compared to no specific pharmacological treatment, memantine was associated with gains in QALY and additional costs. The model showed that memantine resulted in a gain of 0.00308 QALY over the simulated 5 years and an increase in costs of R351.50perpatientinalreadydiscountedvalues,resultinginanincrementalcosteffectivenessratio(ICER)ofR351.50 per patient in already discounted values, resulting in an incremental cost-effectiveness ratio (ICER) of R114,123.38 per QALY. The cost and effect of memantine on AD progression were the variables under the most uncertainty. Although memantine represents gains in QALY, its ICER is considered high for the Brazilian context considering its high costs and its small and limited benefit in time.
Article
Full-text available
Objective: Amyotrophic lateral sclerosis (ALS) is often shown to cause episodic memory deficits. Here, we investigated whether such memory deficits are differentially expressed according to the emotional valence of stimuli and whether they are similarly reproduced in both individuals with sporadic ALS (sALS) and familial Type 8 ALS (ALS8). Method: Twenty individuals with sALS, 18 individuals with ALS8, and 19 healthy controls were recruited for the study. After a neuropsychological and psychopathological assessment, all participants responded to a recognition memory test wherein images varying in terms of valence were initially shown. After a short interval, the images were shown again intermixed with new images, and the participants’ task was to indicate whether each image was “old” or “new” and to estimate the confidence in their responses. Results: Both the sALS and the ALS8 groups showed significantly lower recognition of positive relative to negative valence images (d = 0.92 and d = 0.74, respectively), an effect that was completely absent for healthy controls (d = 0.17). These effects were qualified by a significant interaction involving the factors of valence and group (ηp² = 0.12). Conclusions: The current findings demonstrate that sALS and ALS8 are associated with decreased recognition of emotional information, an effect that is nonetheless restricted to positive valence stimuli.
Article
Objective Decompressive craniectomy is part of the acute management of several neurosurgical illnesses, and is commonly followed by cranioplasty. Data are still scarce on the functional and cognitive outcomes following cranioplasty. We aim to evaluate these outcomes in patients who underwent cranioplasty following traumatic brain injury (TBI) or stroke. Methods In this prospective cohort, we assessed 1-month and 6-month neuropsychological and functional outcomes in TBI and stroke patients who underwent cranioplasty at a Brazilian tertiary center. The primary outcome was the change in the Digits Test at 1 and 6 months after cranioplasty. Repeated measures general linear models were employed to assess the patients' evolution and interactions with baseline characteristics. Effect size was estimated by the partial η ² . Results A total of 20 TBI and 14 stroke patients were included (mean age 42 ± 14 years; 52.9% male; average schooling 9.5 ± 3.8 years; 91.2% right-handed). We found significant improvements in the Digits Tests up to 6 months after cranioplasty ( p = 0.004, partial η ² = 0.183), as well as in attention, episodic memory, verbal fluency, working memory, inhibitory control, visuoconstructive and visuospatial abilities (partial η ² 0.106–0.305). We found no interaction between the cranioplasty effect and age, sex or schooling. Patients submitted to cranioplasty earlier (<1 year) after injury had better outcomes. Conclusion Cognitive and functional outcomes improved after cranioplasty following decompressive craniectomy for stroke or TBI. This effect was consistent regardless of age, sex, or education level and persisted after 6 months. Some degree of spontaneous improvement might have contributed to the results.
Article
Context: There is a high prevalence of vitamin D deficiency and impaired cognitive function in people with type 2 diabetes mellitus (T2DM). Objective: To critically and systematically review the literature on the association between vitamin D status and cognitive performance in people with type 2 diabetes. Data sources: This review was conducted according to PRISMA recommendations. MEDLINE, SCOPUS, the Cochrane Library, and Web of Science databases were searched using the terms "Diabetes Mellitus, Type 2", "Cognitive Function", and "Vitamin D". Data extraction: Eight observational and 1 randomized study were included, containing data of 14 648 adult and elderly individuals (19-74 y). All extracted data were compiled, compared, and critically analyzed. Data analysis: There is no strong evidence that lower serum concentrations of vitamin D and vitamin D-binding protein are associated with worsening cognitive function in individuals with T2DM. Vitamin D supplementation (12 wk) improved the scores of some executive functioning tests, although there was no difference between low doses (5000 IU/wk) and high doses (50 000 IU/wk). Conclusions: There is no high-quality evidence demonstrating an association between vitamin D status and cognitive function, or clinical benefits on cognition from vitamin D supplementation in individuals with T2DM. Future studies are needed. Systematic Review Registration: PROSPERO registration no. CRD42021261520.
Preprint
Full-text available
Com este estudo pretendemos conhecer melhor o impacto da Doença de Alzheimer (DA) na linguagem, mais concretamente o impacto no contexto da utilização do sujeito nulo. Analisamos as produções de doze pessoas com DA e de um grupo de controlo com a mesma dimensão, em tarefas de leitura de três tipos de frases: Simples com verbo em tempo simples; simples com verbo conjugado num tempo composto; complexas formadas por duas orações. As frases, traduzidas de um estudo prévio em italiano e inglês, foram repetidas ao longo de três dias por cada um dos participantes e gravadas para posterior tratamento de dados. As pessoas com DA apresentaram um desempenho inferior em relação ao grupo de controlo, sendo, no entanto, algumas diferenças entre os dois grupos, não significativas. Os dados recolhidos em Portugal quando comparados com os do estudo efetuado em Inglaterra, permitiram concluir que as pessoas com DA têm uma maior tendência para a produção de sujeitos nulos, tendência que se verifica com maior predominância nas frases mais longas e mais complexas. Os participantes portugueses apresentaram também uma menor tendência para a produção de sujeitos nulos do que os italianos.
Article
Objectives This study aims to assess whether having religious beliefs, attending religious services and using spiritual-religious coping (SRC) are longitudinally associated with cognitive decline in community-dwelling older adults. Methods A 4-year longitudinal study of 261 Brazilian older adults was conducted. Hierarchical adjusted linear regression models and logistic regression models were performed to evaluate the longitudinal effects of religious beliefs, church attendance and positive and negative SRC on cognitive decline. Results The findings revealed that spiritual and religious beliefs at baseline could affect cognitive function in two different ways. When older adults use religiosity and spirituality (RS) in a functional positive manner, it results in better cognitive outcomes and a slower rate of decline. However, when used in a negative manner, it results in worse cognitive outcomes. Conclusion These results could help health care professionals address SRC among older adults, particularly those at a higher risk of cognitive decline. Considering that RS is very important for older adults, health care professionals should be aware of the beliefs of their patients and address RS in clinical practice.
Article
Full-text available
Os autores apresentam versão simplificada da investigação neuropsicológica segundo Luria, baseando-se naquela de Christensen. É feita "qualificação" dos sintomas que são associados e correlacionados a estrutura anatômicas cerebrais, segundo o conceito de sistemas funcionais.
Article
In this review we summarize the progress that has been made in the research on attentional and executive deficits in Alzheimer's disease. Like memory, attention is now recognized as consisting of subtypes that differ in their function and anatomical basis. We base our review upon a classification of three subtypes of attention: selective, sustained and divided. This model derives from lesion studies, animal electrophysiological recordings and functional imaging. We examine how these sub-components of attention can be reconciled with neuropsychological models of attentional control, particularly the Supervisory Attentional System and the Central Executive System of Shallice and Baddeley, respectively. We also discuss the relationship of attention to the concept of executive function. Current evidence suggests that after an initial amnesic stage in Alzheimer's disease, attention is the first non-memory domain to be affected, before deficits in language and visuospatial functions. This is consistent with the possibility that
Chapter
Language disturbances may appear early in the course of dementia of the Alzheimer type (DAT) and become frequent as the disease progresses. Moreover, the presence of language impairment seems to be associated with a faster cognitive and functional decline. The profile of the linguistic changes depends on the stage of the disease, with anomia and impairment in verbal fluency tests being early and prominent features. In the initial and intermediate phases of the disease there is a marked lexical and discourse deficit, characterizing a semantic impairment, with preservation of syntactic and phonological abilities. This semantic deficit is probably secondary to pathological involvement of the temporal neocortex, an anatomical region related to lexical retrieval. In later stages, all language components become involved.
Article
RESUMO -Os desempenhos em testes neuropsicológicos de trinta pacientes, com diagnóstico de demência leve ou moderada baseado nos critérios do DSM-III-R, com escore no Mini-exame do Estado Mental inferior a 24 pontos e escolaridade mínima de 4 anos, foram comparados aos de trinta voluntários normais equiparados quanto a idade, escolaridade e sexo. Foram calculadas as sensibilidades e especificidades dos testes na distinção entre doentes e controles normais Dentre os testes empregados, o que demonstrou maior acurácia nesta distinção, calculada através de curva ROC, foi o de informação-memória-concentração de Blessed, seguido em ordem decrescente de acurácia, pelos de construção (cópias de figuras simples), memória verbal tardia (após 5 minutos), reconhecimento de 10 figuras e fluencia verbal (animais). Seis testes de aplicação e interpretação simples (fluencia verbal, percepção visual, memória visual incidental, cálculo, desenho de um relógio e memória tardia após 5 minutos) permitiram definir função linear discriminante que revelou elevada capacidade de discriminação entre pacientes e controles, na amostra. Esta função deve ser submetida à comprovação em outra casuística. Em virtude da simplicidade e rapidez de aplicação, poderá ser associada ao MEM para identificar indivíduos com demência e indivíduos sadios em estudos epidemiológicos. PALAVRAS-CHAVE: demência, avaliação, testes neuropsicológicos. Brief and easy-to-administer neuropsychological tests in the diagnosis of dementia SUMMARY -Thirty patients with dementia defined by DSM-III-R criteria (Alzheimer's disease (22), vascular dementia (3), Parkinson's disease, frontal lobe dementia, possible diffuse Lewy body dementia, normal pressure hydrocephalus and uncertain diagnosis), with scores below 24 points in the Mini-Mental Status Examination and more than 4 years of education were submitted to a neuropsychological evaluation. The scores in the neuropsychological tests were compared to those obtained by thirty normal volunteers paired for age, sex and education. Sensivity, specificity and accuracy of the tests in the distinction of demented and normal volunteers were determined. The accuracies were calculated using ROC curves. Blessed's information-memory-concentration test showed greatest accuracy, followed by copy of simple figures, delayed memory of 10 figures (after 5 minutes), recognition of 10 figures and verbal fluency test (animals). A linear discriminant function, composed by 6 tests: visual perception, incidental memory, delayed memory (after 5 minutes), drawing of a clock, verbal fluency (animals) and calculation tests, was able to discriminate all controls from patients and only one patient was wrongly classified as normal control. These tests were chosen because they can be applied in less than 10 minutes and are very easy to interpret. This discriminant function must be applied in another group of patients and controls in order to demonstrate its value. When associated to the MMSE it may be useful to discriminate patients with dementia from normal people in epidemiological studies.