ArticlePDF Available

Bromatological composition of soybean hulls ammoniated with urea / Composição bromatológica da casca de soja amonizada com uréia (in Portuguese with abstract in English)

Authors:

Abstract and Figures

The ruminant feed, as an important economic component within the production process, seeking alternatives that reflect the cost savings. The treatment of bulky low nutritional value, using sources of ammonia, can improve the quality of these products, significantly increasing its nutritional value. Aims of this study was to evaluate the effects of doses of urea (0, 4, 8 and 12% natural matter) on the chemical composition of soybean hulls. The experiment utilized a completely randomized desing, with 4 treatments and five repetitions, been directed by Estate University of Bahia (UNEB) on Barreiras – BA. The soybean hull was moisturized adding 25% of water, in relation with the natural matter. The urea was dissolved in water and mixed with 4 kg of soybean hull in polyethylene bags. The results of dry matter showed a quadratic response, with an upward trend until the addition of 9.2% urea. The values of ash showed a linear increase with the addition of urea. CP, NDF, ADF and Hemicellulose were affected (p<0.05) by the urea application, being increasing doses resulted in higher CP, and lesser NDF, ADF and Hemicellulose. The utilization of urea improves the quality of the forage, mainly since the increase of protein and reduction of fibers, being a viable alternative to the feeding of ruminants.
Content may be subject to copyright.
Disponible en: http://www.redalyc.org/src/inicio/ArtPdfRed.jsp?iCve=50021097004
Redalyc
Sistema de Información Científica
Red de Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal
Pereira Andrade, Alexandro; Gusmão de Quadros, Danilo
Composição bromatológica da casca de soja amonizada com uréia
Revista de Biologia e Ciencias da Terra, vol. 11, núm. 1, 2011, pp. 38-46
Universidade Estadual da Paraíba
Paraíba, Brasil
¿Cómo citar? Número completo Más información del artículo Página de la revista
Revista de Biologia e Ciencias da Terra
ISSN (Versión impresa): 1519-5228
revbiocieter@yahoo.com.br
Universidade Estadual da Paraíba
Brasil
www.redalyc.org
Proyecto académico sin fines de lucro, desarrollado bajo la iniciativa de acceso abierto
38
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
Volume 11 - Número 1 - 1º Semestre 2011
Composição bromatológica da casca de soja amonizada com uréia
Alexandro Pereira Andrade1, Danilo Gusmão de Quadros2
RESUMO
A alimentação de ruminantes, como importante componente econômico dentro do processo
produtivo, busca alternativas que reflitam na redução de custos. O tratamento de volumosos de
baixo valor nutritivo, utilizando fontes de amônia, pode melhorar a qualidade desses produtos,
elevando significamente seu valor nutricional. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos de
doses de uréia (0, 4, 8 e 12 % da matéria natural) sobre a composição bromatológica da casca de
soja. O experimento utilizou delineamento inteiramente casualizado, com 4 tratamentos e cinco
repetições, sendo conduzido na Universidade do Estado da Bahia (UNEB) Barreiras - BA. A casca
de soja foi umedecida adicionando-se 25% de água, em relação à matéria natural. A uréia foi
dissolvida na água e misturada com 4 kg de casca de soja em sacos de polietileno. Os resultados de
matéria seca apresentaram um comportamento quadrático, com tendência de aumento até a adição
de 9,2% de uréia. Os valores da matéria mineral apresentaram um aumento linear com a adição de
uréia. Os teores de PB, FDN, FDA e Hemicelulose foram afetados (p < 0,05) pela aplicação de
uréia, sendo que o aumento da dose resultou em maiores teores de PB e menores de FDN, FDA e
Hemicelulose. A utilização da uréia melhorou a qualidade nutricional do alimento, principalmente
pelo aumento da proteína e redução de fibras, sendo uma alternativa viável para a alimentação de
ruminantes.
Palavras–chave: amonização, conservação, fibra.
Bromatological composition of soybean hulls ammoniated with urea
ABSTRACT
The ruminant feed, as an important economic component within the production process, seeking
alternatives that reflect the cost savings. The treatment of bulky low nutritional value, using sources
of ammonia, can improve the quality of these products, significantly increasing its nutritional value.
Aims of this study was to evaluate the effects of doses of urea (0, 4, 8 and 12% natural matter) on
the chemical composition of soybean hulls. The experiment utilized a completely randomized
desing, with 4 treatments and five repetitions, been directed by Estate University of Bahia (UNEB)
on Barreiras – BA. The soybean hull was moisturized adding 25% of water, in relation with the
natural matter. The urea was dissolved in water and mixed with 4 kg of soybean hull in
polyethylene bags. The results of dry matter showed a quadratic response, with an upward trend
until the addition of 9.2% urea. The values of ash showed a linear increase with the addition of urea.
CP, NDF, ADF and Hemicellulose were affected (p<0.05) by the urea application, being increasing
doses resulted in higher CP, and lesser NDF, ADF and Hemicellulose. The utilization of urea
improves the quality of the forage, mainly since the increase of protein and reduction of fibers,
being a viable alternative to the feeding of ruminants.
Keywords: ammonization, conservation, fiber.
39
1 INTRODUÇÃO
A soja (Glycine max (L.) Merrill) é uma
das principais fontes de proteína e óleo vegetal
do mundo. Ela tem sido cultivada
comercialmente e utilizada nas alimentações
humana e animal por milênios, sem nenhum
registro de danos causados aos consumidores ou
ao meio ambiente. O Brasil, por ser um dos
principais produtores agrícolas mundiais, gera
anualmente uma grande variedade de
quantidade de resíduos agroindustriais. Estes
resíduos podem assumir importância
considerável na alimentação de ruminantes,
principalmente em períodos, onde a escassez de
forragens torna-se o fator preponderante que
limita a produtividade desses animais.
A alimentação de ruminantes, como
importante componente econômico dentro do
processo produtivo, busca alternativas que
reflitam na diminuição de custos. Têm sido
utilizados como alternativa de volumosos, as
palhadas de culturas anuais de verão e de
inverno, os fenos de baixa qualidade resultante
do processo de fenação ou do armazenamento
inadequado, as silagens de capins passados ou
os resíduos da colheita de sementes de plantas
forrageiras e do beneficiamento de grãos (Rosa
& Fadel, 2001).
Deve-se considerar, todavia, que os
volumosos citados anteriormente são de baixa
qualidade, pois apresentam alto conteúdo de
parede celular (valores acima de 60%) e de fibra
em detergente ácido (FDA) acima de 40%, e
baixos teores de proteína bruta (PB), de
minerais e de vitaminas, sendo a digestibilidade
da matéria seca (MS) baixa (40 a 50%), o que
resulta em baixos níveis de consumo (Reis &
Rodrigues, 1993).
Abordando as tendências e as
perspectivas da produção de bovinos sob pastejo
(Corsi et al., 2000) afirmaram que a terminação
de animais em confinamento deverá aumentar
sensivelmente no futuro, em virtude da
necessidade de maior produção bovina,
conseqüência do incremento da população nos
centros urbanos, do comércio de exportações e
da crescente demanda por esse produto, devido
à melhora na renda per capta. Considerando que
a alimentação é o item que representa a maior
parcela do custo de produção de animais
confinados, pode-se inferir que a preferência da
localização dos confinamentos será por áreas de
elevada disponibilidade de resíduos agro-
industriais e de grãos, capazes de garantir o
desempenho satisfatório dos animais de maneira
econômica.
Diversas pesquisas têm indicado que o
tratamento de volumosos de baixo valor
nutritivo, utilizando fontes de amônia, pode
melhorar a qualidade desses produtos, elevando
significativamente seu valor nutritivo, consumo
e conseqüentemente, aproveitamento pelos
animais, por promover alterações acentuadas
nos componentes das frações fibrosas e
compostos nitrogenados (Reis et al., 2001).
Os efeitos da amonização sobre a
estrutura da fibra dos volumosos incluem a
solubilização da hemicelulose, o aumento da
digestão da celulose e da hemicelulose em razão
da expansão da fração fibrosa (Jackson, 1977 e
Klopfenstein, 1978). A celulose se expande
quando tratada com agentes alcalinos, o que
reduz as ligações intermoleculares das pontes de
hidrogênio, que ligam moléculas de celulose.
Parte da lignina e sílica é dissolvida durante a
amonização e as ligações intermoleculares do
tipo éster entre o ácido urônico da hemicelulose
e da celulose são também rompidos (Van Soest,
1994). Uma alternativa viável para melhorar o
valor nutritivo de volumosos de baixa qualidade
é o tratamento com produtos químicos, sendo
mais utilizados os hidróxidos de sódio, potássio,
cálcio e amônio, a amônia anidra e a uréia,
como fonte de amônia (Sundstol & Coxworth,
1984). Este tratamento químico, também
conhecido como amonização de forragens, vem
utilizando principalmente a amônia anidra,
amônia líquida e a uréia (Reis et al., 2001).
A uréia é um produto químico que se
apresenta em estado sólido, na cor branca, sendo
higroscópica e solúvel em água, álcool e
benzina, tendo sua forma química CH4N2O. A
uréia tem sido uma das principais alternativas
em razão de ser de fácil aplicação, não poluir o
ambiente, fornecer nitrogênio não protéico,
provocar decréscimo no conteúdo de fibra em
detergente neutro (FDN), favorecer a
solubilização parcial da hemicelulose, aumentar
40
o consumo e a digestibilidade, além de
conservar as forragens com alto teor de umidade
(Rosa & Fadel, 2001). A casca de soja (CS) é
um resíduo obtido no processamento de
extração do óleo do grão dessa oleaginosa. A
cada tonelada de soja que entra para ser
processado, cerca de 2% é transformado em
casca de soja, essa porcentagem pode variar de
0% a 3%, de acordo com os objetivos de
produção de farelo de soja. Quando se necessita
de farelo de soja com maior concentração de
proteína, há necessidade de retirar mais a casca
de soja do farelo, ocorrendo maior
disponibilidade de casca de soja (Zambom et al.,
2001). A CS tem alto valor energético, devido à
curva de degradação da pectina no rúmen;
portanto, um incremento na proteína do
alimento e redução da fração fibrosa com taxa
de passagem mais lenta a deixaria mais
completa, haja vista que as exigências
nutricionais dos bovinos de bom potencial
genético em produção são acima dos 13%
oferecido por esse alimento (Quadros et al.,
2010). A CS é um resíduo de alto valor
nutricional e, apesar de apresentar altos teores
de FDN e FDA, estes são de alta digestibilidade
(Zambom et al., 2001). Devido ao padrão de
fermentação ruminal, a CS pode ser classificada
como fibra rapidamente degradada no rúmen,
podendo ser utilizada tanto como fonte de
energia quanto para manter ideal o teor de fibra
da dieta, sem baixar a concentração do acetato
ruminal ou da gordura do leite (Cunnigham et
al., 1993). Devido ao tamanho da partícula da
CS, o aumento da taxa de passagem pode ser
responsável pela digestibilidade da fibra e da
MS observada em animais recebendo esse
alimento (Há e Kennelly, 1984).
Desse modo, objetivou-se avaliar os
efeitos de doses crescentes de uréia (0, 4, 8 e 12
% da matéria natural) sobre a composição
bromatológica da casca de soja.
2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na
Universidade do Estado da Bahia - UNEB -
Campus IX de Barreiras - BA, localizada entre
as coordenadas; Latitude Sul: 12º09’11’’ e
Longitude Oeste 44º 59’24’’, em janeiro de
2010. Foi utilizado um delineamento
inteiramente casualizado (DIC), com quatro
tratamentos (0, 4, 8 e 12% de uréia) e cinco
repetições.
A casca de soja foi adquirida de uma
agroindústria do município. No laboratório
foram pesados 4 kg de casca de soja e
umedecidos para chegar à 25% da massa de
matéria natural.
As quantidades de uréia relativas a cada
dose foram pesadas em balança de precisão,
dissolvidas em 1 litro de água e misturadas com
a casca de soja em baldes com capacidade de
100L, sendo acondicionadas em sacos de
polietileno com capacidade de 50L. Em seguida,
os sacos foram fechados, permanecendo em
tratamento durante 40 dias.
Após o período de tratamentos, os sacos
foram abertos, permanecendo por 72 horas com
as bocas abertas permitindo a saída do excesso
de amônia. Em seguida, foi coletadas amostras
com cerca de 300 g de cada saco, colocadas em
sacos plásticos, identificados e encaminhadas ao
Laboratório de Análise de Alimentos da UFPB,
Areia-PB, para análises realização das análises
bromatológicas.
Foram determinados os percentuais de
matéria seca (MS), material mineral (MM),
proteína bruta (PB), seguindo a metodologia de
Silva & Queiroz (2002). Para determinação
fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em
detergente ácido (FDA), foi utilizada a
metodologia proposta por Van Soest (1967). Os
resultados de hemicelulose foram calculados
pela diferença entre FDN e FDA.
Os dados foram submetidos à análise de
variância por regressão utilizando-se o
programa GENES (Cruz, 2006)para estimar o
efeito de cada dose sobre as variáveis-resposta,
considerando como significativo o nível de 5%
de probabilidade.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
41
O efeito da amonização da casca de soja
com uréia proporcionou um efeito quadrático no
teor de matéria seca (MS). A adição de até 9,2%
de uréia propiciou aumento progressivo no teor
de MS (Figura 1), sendo que, a partir desta dose
de uréia, o teor de MS reduz novamente, o que
pode ser explicado pelo elevado poder
higroscópico da uréia e da amônia, fazendo com
que o material absorva umidade do ambiente
(Cândido et al., 1999).
Figura 1 – Percentual de Matéria Seca (MS) da casca de soja amonizada com doses de uréia. Barreiras – BA, 2010.
Estes resultados foram divergentes aos
encontrados na literatura, nos quais sempre
possuem uma tendência de redução da MS com
aumento das doses de uréia, possivelmente isso
ocorreu pelo fato da casca de soja possuir
elevado teor de MS (90%), contribuindo assim
para a elevação do teor total de MS dos
referidos tratamentos.
Cândido et al. (1999) avaliando níveis
crescentes de uréia na amonização no bagaço de
cana-de-açúcar, observaram comportamento
quadrático da equação, obtendo o maior valor
na dose próxima de 6% de uréia. Entretanto,
Sarmento et al. (1999) trabalhando com
diferentes níveis de uréia não encontraram
efeitos sobre o valor de MS. Já Zanine et al.,
(2007) avaliando diferentes doses de uréia na
amonização do feno do capim Tanzânia,
observaram um efeito linear negativo, obtendo-
se na dose mais elevada de uréia (3,0%) o
menor valor de MS (39,40%).
A uréia na amonização da casca de soja
promoveu aumento nos teores de proteína bruta
(P<0,05), sendo apresentado um efeito linear
positivo, com um aumento de 0,6 unidades
percentuais de PB para cada dose de uréia
adicionada (Figura 2). De maneira geral, os
valores de N podem ser aumentados de 0,6 a 1,0
unidade percentual pela amonização com uréia
(Berger et al., 1994). O aumento nos teores de
PB pode ser explicado pela adição de nitrogênio
não-protéico (NNP), em doses crescentes, via
amonização.
Figura 2 – Percentual de Proteína Bruta (PB) da casca de soja amonizada com doses de uréia. Barreira –
BA, 2010.
42
Reis (1997), avaliando o efeito da
amônia anidra e da uréia para tratamento de
volumosos de baixo valor nutritivo, observou a
elevação dos teores dos compostos
nitrogenados, fato explicado pelo aumento do
nitrogênio total (Nt) dos produtos usados.
Fadel et al. (2003) avaliando efeito de
uréia e água em palha de arroz, encontraram um
aumento no teor de PB, tendo maior teor médio
de PB no tratamento em que se utilizaram 6%
de uréia e 20% de água (19,8% de PB),
atribuindo que possivelmente, conseqüência da
baixa atividade da urease ou do baixo teor de
umidade da palha, resultou em alto teor de
nitrogênio não-protéico vindo da uréia, em
virtude da pequena perda de N na forma de
amônia. Resultados semelhantes foram
observados por Ramana & Krishna (1990),
avaliando doses crescentes de água e de uréia na
amonização de volumosos de baixa qualidade.
Zanine et al. (2007), ao amonizar feno de
capim - Tanzânia, com doses crescentes de uréia
até 3 %, observaram um aumento linear nos
teores de PB com o tratamento. Avaliando a
adição de 2, 4 e 6% de uréia na MS e de água
para corrigir os teores de umidade para 20, 30 e
40% em feno de B. brizantha cv. Marandu,
Rosa et al. (2000) verificaram que a adição de
4% de uréia e a correção do teor de umidade
para 20% foi a combinação que apresentou
melhor resultado em relação à composição do
feno amonizado.
Souza et al. (2002) avaliando valor
nutritivo da casca de café com amônia anidra,
apresentou um aumento linear positivo com as
doses de 0; 2,2; 3,2 e 4,2 %, chegando ao teor
máximo de 30,3 com a dose de 4,2 e 16% de
umidade.
Os valores da matéria mineral (MM) da
casca de soja amonizada apresentaram um efeito
linear positivo, com um aumento de 0,15
unidades percentuais de minerais para aumento
de cada dose de uréia (Figura 3). Os efeitos na
MM averiguadas neste trabalho estão em
consonância com as observações de Rosa et al.
(2000).
Lopes et al. (2005) ao amonizar palma
forrageira com uréia encontraram um efeito
quadrático para a MM, obtendo-se o valor de
máxima estimado por derivação de regressão
próximo de 7% de uréia.
Figura 3 – Valores da matéria mineral (MM) da casca de soja amonizada com doses de uréia. Barreiras-
BA, 2010.
A adição de uréia proporcionou redução
do teor de FDN, FDA e Hemicelulose de forma
linear negativa (P<0,05) (Figuras 4, 5 e 6). Os
resultados de FDN apresentam uma redução de
0,46 unidades percentuais para cada dose de
uréia acrescentada, enquanto que o FDA
apresenta uma redução de 0,32 unidades
percentuais, evidenciando a celulose e lignina
são mais difíceis de romperem suas ligações.
43
Figura 4 – Teores de Fibra em Detergente Neutro (FDN) em casca de soja amonizada com uréia.
Barreiras – BA, 2010.
Resultados de trabalhos evidenciam que
uma das principais modificações na composição
química da fração fibrosa de volumosos
amonizados é a diminuição nos teores de FDN,
devido à solubilização da hemicelulose
(Sundstol & Coxworth, 1984).
Segundo Reis et al. (1991) a utilização
de uréia no tratamento de volumosos promove
alterações na fração fibrosa com solubilização
parcial da hemicelulose, resultando em
diminuição no conteúdo de FDN.
A elevação dos conteúdos de FDN da
dieta tem efeito negativo no consumo de
forragem, de modo que o aumento de 70 para 80
% pode reduzir a ingestão diária de MS de 70
para 50 g/kg PV0,75, ao mesmo que tempo na
nutrição de ruminantes, há correlação negativa
entre o conteúdo de FDA e a digestibilidade
(Van Soest, 1994).
Reis et al. (2001), Fernandes et al.
(2002) e Granzin e Dryden (2003) trabalharam
com amonização de fenos de capim-Braquiária
e capim-de-Rhodes, respectivamente, e também
observaram redução nos teores de FDN
decorrente do tratamento dos volumosos com
uréia.
Figura 5 – Teores de Fibra em Detergente Ácido (FDA) em casca de soja amonizada com uréia.
Barreiras-BA, 2010.
De acordo com Van Soest (1994), esta
redução nos teores da fibra pode ser atribuída à
solubilização parcial da fração da hemicelulose,
celulose ou lignina da parede celular. Essas
suposições baseiam-se no fato de que a maioria
das forragens submetidas a esse tipo de
tratamento não apresentam diminuição dos
outros constituintes da parede celular e, quando
isso ocorre, é, proporcionalmente, em menor
escala (Klopfenstein, 1978; Van Soest et al.,
1984; Van Soest et al., 1991; Rosa & Fadel,
2001). Os resultados de Hemicelulose,
demonstraram uma redução de 0,15 unidades
percentuais para cada doses de uréia tratada na
casca de soja.
44
Figura 6 – Teores de Hemicelulose em casca de soja amonizada com uréia. Barreiras-BA, 2010.
Gobbi et al. (2005) utilizando diferentes
níveis de uréia observaram redução no teor de
FDA de forma linear negativa, registrando valor
médio de 5% no nível mais elevado em relação
à testemunha.
Segundo Klopfenstein (1978), a redução
no conteúdo de FDA nos materiais amonizados
está associada à solubilização de lignina e
celulose, presumidamente como um resultado
da redução da cristalinidade da celulose e
também em razão de sua expansão e da
saponificação das ligações éster entre lignina e
hemicelulose.
Fadel et al. (2003), ao amonizar palha de
arroz observaram que houve uma redução nos
teores de FDN de FDA, tendo maior redução de
FDN quando combinou-se 4 e 6% de uréia para
20 e 30% de umidade, enquanto que para
reduzir o FDA foi suficiente a utilização de 6%
de uréia com umidade de 20 e 30%.
É importante lembrar que a FDA está
diretamente relacionada com a digestibilidade
da MS, na qual a lignina limita a digestão da
parede celular. Assim, alimentos com altos
teores de FDA possuem baixa digestibilidade, e
alimentos com altos teores de FDN limitam o
consumo.
Naturalmente, a casquinha de soja
apresentou baixos teores de FDN, em
comparação com volumosos tradicionais como
gramíneas tropicais, silagens, fenos e cana-de-
açúcar. Contudo, a alta proporção da FDN
constituída pela FDA (70%) indicou que as
alterações na constituição dos componentes da
parede celular com a amonização podem
resultar em benefícios nutricionais.
4 CONCLUSÕES
A amonização da casquinha de soja com
uréia promoveu melhorias no valor nutricional,
em virtude da elevação do teor protéico,
redução da fração fibrosa e aumento dos teores
de matéria seca. Portanto, a utilização da técnica
é viável para alimentação de ruminantes,
principalmente no período seco do ano.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERGER, L.L.; FAHEY JÚNIORR., G.C.;
BOURQUIM, L.O. Modification of forage
quality after harvest. In: FAHEY, J. R.;
GEORGE, C. (Eds.). Forage quality, evaluation
e utilization. Madison: American Society of
Agronomy, 1994. p.922-966.
CÂNDIDO, M.J.D.; NEIVA, J.N.M.;
PIMENTEL, J.C.M. et al. Avaliação do valor
nutritivo do bagaço de cana-de-açúcar
amonizada com uréia. Revista Brasileira de
Zootecnia, Viçosa, v. 28, n. 5, p. 938-935, 1999.
CORSI, M.; MARTA JR., G.B.;
BALSALOBRE, M.A.A. et al. Tendências e
perspectivas da produção de bovinos sob
pastejo. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA
45
PASTAGEM, 17., Piracicaba, 2000. Anais...
Piracicaba:SBZ, 2000. 68p.
CRUZ, C.D. Programa Genes: Estatística
experimental e matrizes. Editora UFV. Viçosa
(MG). 2006.
CUNNIGHAM, K.D. et al. Nutrient digestion,
nitrogen and amino acid flows in lactating cows
fed soybean hulls in polace of forage or
concentrate. Journal Dairy Science, v.76, p
3523, 1993.
FADEL, R.; ROSA, B.; OLIVEIRA, I.P. et al.
Avaliação de diferentes proporções de água e de
uréia sobre a composição bromatológica da
palha de arroz. Ciência Animal Brasileira, v. 4,
n. 2, p. 101-107, 2003.
FERNANDES, L.O.; REIS, R.A.;
RODRIGUES, L.R.A. et al. Qualidade do feno
de Brachiaria decumbens Stapf. submetido ao
tratamento com amônia anidra ou uréia. Revista
Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 31, n. 3, p.
1325-1332, 2002.
GOBBI, K.F.; GARCIA,R.; GARCEZ NETO,
A.F. et al. Composição química e
digestibilidade In Vitro do feno de Brachiaria
decumbens Stapf. tratado com uréia. Revista
Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.34, n.3,
p.720-725, 2005.
GRANZIN, B. C.; DRYDEN, G. M. Effects of
alkalis, oxidants and urea on the nutritive value
of rhodes grass (Chloris gayana cv. Callide).
Animal Feed Science and Technology,
Amsterdam, v.103, n.1/4, p.113-122, 2003.
HÁ, J. K.; KENNELLY, J. J. Effect of protein
on nutrient digestion and milk production by
Holstein cows. Journal Dairy Science, v.67, p
2302-2307, 1984.
JACKSON, M.G. Review article: the alkali
treatment of straws. Animal Feed Science and
Technology, v.2, n.2, p.105-130, 1977.
KLOPFENSTEIN, T. J. Chemical treatment of
crop residues. Journal of Animal Science, v.46,
n.3, p.841-848, 1978.
LOPES, J.S.; JAEGER, S.M.P.L.; TAVARES,
J.T.Q. et al. Composição Bromatológica de
Palma Forrageira (Nopalea Coccinellifera Salm
Dyck) Amonizada. Magistra, v.17, n.3, p.107-
113, 2005.
QUADROS, D.G.; ANDRADE, A.P.;
SIQUEIRA, N. et al. Composição
bromatológica da casquinha de soja amonizada
com doses crescentes de uréia. In: 47ª
REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE
BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 47., 2010,
Salvador-BA. Anais... Salvador: Sociedade
Brasileira de Zootecnia, 2010, CD-ROM.
RAMANA, J.V.; KRISHNA, N. Chemical
composition of pearl millet straw during
ammonization. Indian Journal of Animal
Sciences, v.60, n.4, p.496-497, 1990.
REIS, R. A. Avaliação da amônia anidra e da
uréia para tratamento de volumosos de baixo
valor nutritivo. 1997, 81p. Tese (Livre-
Docência) – Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinária UNESP, Jaboticabal.
REIS, R. A.; RODRIGUES, L. R. A.;
RESENDE, K. T. Avaliação de fontes de
amônia para o tratamento de fenos de gramíneas
tropicais. 1. Constituintes da parede celular,
poder tampão e atividade ureática. Revista
Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.30, n.3,
p.682-686, 2001.
REIS, R. A.; RODRIGUES, R. de A.
Amonização de volumosos. Jaboticabal: FCAV-
UNESP/FUNEP, 1993. 22p.
REIS, R.A., GARCIA, R.; QUEIROZ, A.C. et
al. Efeitos da amonização sobre a qualidade do
feno de gramíneas tropicais. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, v.26, n.8, p.1183-
1191, 1991.
REIS, R.A.; RODRIGUES, L.R.A.; PEREIRA,
J.R.A. et al. Composição química e
digestibilidade de fenos tratados com amônia
anidra ou uréia. Revista Brasileira de Zootecnia,
v.30, n.3, p.666-673, 2001.
ROSA, B.; FADEL, R. Uso de amônia anidra e
de uréia para melhorar o valor alimentício de
forragens conservadas. In: SIMPÓSIO SOBRE
PRODUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE
FORRAGENS CONSERVADAS, 2001,
Maringá. Anais.... Maringá: UEM, 2001. p.41-
63.
46
ROSA, B.; SOUZA, H.; RODRIGUES, K.F.
Composição química do feno de Brachiaria
brizantha cv. Marandu tratado com diferentes
proporções de uréia e de água. Ciência Animal
Brasileira, v.1, n.2, p.107-113, 2000.
SARMENTO, P.; GARCIA, R.; PIRES, A. J. V.
et al. Tratamento do bagaço de cana-de-açúcar
com uréia. Revista Brasileira de Zootecnia,
v.28, n.6, p.1203-1208, 1999.
SILVA, D. J.; QUEIROZ, A. C. Análise de
alimentos: métodos químicos e biológicos. 3.ed.
Viçosa: UFV Universitária, 2002.
SOUZA, A.L.; GARCIA, R.; PEREIRA, O.G.
et al. Valor nutritivo da casca de café tratada
com amônia anidra. Revista Ceres, v.49, n.286,
p.669-681, 2002.
SUNDSTOL, F.; COXWORTH, E. M.
Ammonia treatment. In: SUNDSTOL, F.;
OWEN, E. Straw and others fibrous by-
products as feed. Amsterdam: Elsevier Press,
1984. p.196-247.
VAN SOEST, P. J., FERREIRA, A. M.,
HARTLEY, R. D. Chemical properties of fibre
in relation to nutritive quality of ammonia-
treated forages. Animal Feed Science
Technology, v.10, p.155-164, 1984.
VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of the
ruminant. 2. ed. Ithaca: Cornell University
Press, 1994. 476p.
VAN SOEST, P.J.; MASON, V.C. The
influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds. Animal Feed Science and
Technology, v.32, n.3, p.45-53, 1991.
ZAMBOM, M. A. et al. Valor nutricional da
casca do grão de soja, farelo de soja, milho
moído e farelo de trigo para bovinos. Acta
Scientiarum, v.23, n.4, p. 937-943, 2001.
ZANINE, A.M; SANTOS, E.M., FERREIRA,
D.J. et al. Efeito de níveis de uréia sobre o valor
nutricional do feno de capim - Tanzânia.
Semina: Ciências Agrárias, v.28, n.2, p.333-
340, 2007.
______________________________________
1 - Doutorando em Zootecnia, Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia – Itapetinga/BA. E-mail:
agronem@hotmail.com
2 - Professor da UNEB – Universidade do Estado da
Bahia / NEPPA – Núcleo de Estudos e Pesquisas em
Produção Animal – Faculdade de Agronomia, Campus
IX, BR 242, km 04, s.n. Lot. Flamengo. Barreiras. Bahia.
47800-000. www.neppa.uneb.br. E-mail:
uneb_neppa@yahoo.com.br
... Diversos autores têm estudado aditivos que melhorem a qualidade do processo fermentativo, bem como do material obtido do processo de ensilagem (Rezende,et al. 2008). Dentre os aditivos estudados e mais utilizados podemos destacar a polpa cítrica (Carvalho, 1994), fubá de milho (Silva et al. 2007), casca de soja (Andrade & Quadros, 2011). Esses aditivos são utilizados com a principal finalidade de melhorar os valores de Matéria Seca no momento da ensilagem, garantindo um melhor padrão fermentativo e consequentemente melhorando a qualidade da silagem produzida. ...
Article
Full-text available
The objective of this work was to evaluate the effect of the use of the coffee husk as an absorbent additive on the production of sunflower silage. The experiment was conducted at the IFRO, Campus Colorado do Oeste, was used the Helio 250 hybrid. Each plot consisted of experimental silos composed of 3.0 L. It was adopted a completely randomized design with four treatments and six replicates, being the treatments adding CC (0%, 8%, 16% and 24%). For statistical analysis, the SISVAR software was used. Dry matter and forage buffer capacity were determined and effluent losses, gas losses, dry matter recovery, silage pH, crude protein, ammoniacal nitrogen, neutral detergent fiber (NDF) and acid detergent fiber (DFA) and total digestible nutrient (TDN). The addition of coffee husks provided an increase in forage DM values. Losses decreased and the values of crude protein increased and those of ammoniacal nitrogen decreased with the use of the additive. There was a positive effect of the addition of CC at pH values. NDF values decreased and those of FDA increased as a result of the addition of the tested additive, however, FDA elevation is not a desirable feature as it decreases feed digestibility.
... A amonização contribuiu para incremento (P<0,05) dos teores de PB nas alturas de corte, com elevação média de 20% no teor proteico a cada aumento na doses de ureia, em virtude da incorporação de nitrogênio não proteico (NNP) ao material, e para menores (P<0,05) teores de NIDN e NIDA (Tabela 1), efeitos constatados por Bezerra et al. (15) para feno de capim Buffel e Andrade et al. (16), com incrementos de 17 e 22% na PB com adição de 8% de ureia, respectivamente. Não houve desvio da linearidade para os compostos nitrogenados, nem interação significativa para estes entre as alturas de corte e doses de ureia. ...
Article
Full-text available
Resumo Objetivou-se com esta pesquisa avaliar a composição química e a degradação in situ do feno de pindoba de babaçu submetido à amonização com três doses de ureia na matéria seca (MS) (2, 4 e 6%) nas alturas de 0 - 1,5 e 1,6 - 3,0 metros. Para avaliação da degradação, pesou-se 4 g de amostra em sacos de náilon, incubados no rúmen de dois bovinos fistulados, nos tempos 6, 24 e 72 h com 5 repetições por tratamento. A amonização com ureia elevou (P<0,05) os teores de proteína bruta (PB) do feno de pindoba de babaçu, porém não influenciou os teores de fibra em detergente neutro (FDNcp) e ácido (FDAcp) livres de nitrogênio, com aumento dessas frações quanto mais alta a forrageira. A degradação potencial da MS foi elevada, com destaque para o tratamento com 4% na MS e altura de 0 - 1,5m (28,45%). A amonização reduziu o tempo de colonização (lag) da FDN (00 h 48 min para altura de 0 - 1,5m) e elevou a fração degradável (Bp). O feno de pindoba de babaçu apresenta melhor degradação potencial e efetiva da MS, PB e FDN quando obtido em altura até 1,5 m e submetido à amonização com doses acima de 4% de ureia, sendo indicados essa altura e esse nível de alcalinização para se obter um feno de melhor qualidade.
... A casca de soja apresenta um custo relativamente baixo principalmente em locais próximos às empresas processadoras de soja. De cada tonelada de soja que entra para ser processada, cerca de 2% é transformado em casca, essa porcentagem pode variar de 0% a 3%, de acordo com os objetivos de produção de farelo de soja (Andrade & Quadros, 2011). ...
Article
Full-text available
The use of soy by-products in poultry feed has proven to be an important sustainable alternative, being capable of minimizing the environmental damage caused by the disposal of these residues and at the same time reducing the cost of production. However, for the use of these by-products in poultry feeding, it is necessary to know their chemical composition, antinutritional factors and also necessary measures to reduce these factors, as well as the best levels of inclusion that must meet the nutritional requirements of the animals in each production phase. In this context, the purpose of this review is to demonstrate the potential use of soy by-products (soy husk, soy acid oil, glycerin, soybean chopsticks, soy gum and okara) in the feeding of broilers, laying hens and cutting and laying quails, as well as the adverse effects that each can cause on animal performance. To carry out this review, analysis was carried out in several scientific studies that used soy by-products in the feeding of broilers and laying hens. It can be concluded that the potential for using soy by-products in Brazil is enormous, which expands the alternative ingredients that can replace soybean meals in poultry feed, without causing damage to performance, intestinal health, biochemical and hematological parameters, in addition to reduce the environmental pollution generated by the inappropriate disposal of these residues, as these ingredients could be a way to reduce the costs of diets.
... Soybean (Glycine max (L.) Merr.) hulls are a by-product of grain processing. Approximately 2% of processed grain results in soybeans hulls which ranges from 0% to 3% according to Andrade and Quadros (2011). ...
Article
Full-text available
The goal was to evaluate the chemical composition and fermentation pattern of elephant grass (Pennisetum purpureum Schum. cv. Roxo) silage with different levels of soybean hulls or rice bran. Two trials were conducted, comprising of a completely randomized design, with four replicates each. Treatments consisted on the addition of 0%, 5%, 10%, and 15% of soybean hulls or rice bran to unwilted green elephant grass forage. Large PVC silos were used adopting a density of 600 kg of green mass m-3. The silos were opened 40 days after ensiling. The results revealed that the inclusion of 10% soybean hulls increased elephant grass forage dry matter (DM) content to 31%, but did not alter the water soluble carbohydrate (WSC) content or buffering capacity. The resultant silages exhibited good fermentation patterns in terms of pH (less than 3.97) and NH3-N (4.07% total N) levels. The inclusion of rice bran increased both DM and WSC content in the forage, improving the fermentation pattern of silages (P < 0.05). This too was verified by a pH lower than 3.92 and a maximum NH3-N of 4.23% of the total N. The inclusion of 10% rice bran to the elephant grass improved the nutritional value of the forage to be ensiled and, hence, of the produced silage.
Article
Full-text available
This study aimed to evaluate the dry matter, crude protein and neutral detergent fiber ruminal degradability of shell pods of lima bean (Phaseolus lunatus L.) ammoniated with four levels of urea (0; 2; 4 and 6% in dry matter basis). Three adult cattle Girolando breed, with 400±5,3kg of body weight fistulated with ruminal cannula were utilized. Ammoniation of shell of pods of the lima bean as 6% urea resulted in higher crude protein content (15.7%) of shell pods and degradability of crude protein (91.7%). Potential degradation of dry matter increased (P<0.05) with the incubation time, reaching 85.1% at 48 h of incubation, although the ammoniation not promoted significant changes in ruminal degradation kinetics of this constituent. Regarding the kinetics of ruminal degradation of neutral detergent fiber, ammoniation with 6% urea decreased by approximately 1 h in the lag time, although no influence has verified to other parameters of neutral detergent fiber degradation, with degradation rate compatible with the characteristics of fibrous feeds (about 3% h−1). The lima bean shell pods of presents high degradation rate, consisting in a bulky feed of good quality, although considered a waste of culture. Ammoniation of shell pods of lima bean with urea does not promote improvement in dry matter degradability, although result in improvement of total nitrogen available to microrganisms in the rumen, with improve the neutral detergent fiber degradability, and the level of 6% more suitable for treatment in this bulky.
Article
Full-text available
The objective of this study was to evaluate the effects of corn meal and soybean hulls in silage Pennisetum purpureum cv. Roxo Botucatu. The experiment has adopted a completely randomized design in a split-plot, with seven treatments (elephant grass pure soy cone (5 and 10%) and corn meal (5 and 10%) alone or in joint same proportions totaling 5 to 10%), three open times and three replications. We used a randomized design in a split-plot, with seven treatments (elephant grass pure, soybean hulls (5 and 10%) and corn meal (5 and 10%) of isolated form or together in the same proportions totalizing 5 and 10%, three open times and three replications. There were used experimental silos made of bucket of 20 L. Silos were opened at 7, 14 and 28 days after ensiling, and evaluated the effluent losses, dry matter, pH, total titratable acidity (TTA) and aerobic stability of silage. The use of additives in ensiling reduced the effluent losses. Dry matter varied with the use of additives, obtaining higher values for the silage with 10% soybean hulls or corn meal, in relation to elephant grass pure silage. The results of pH present interaction between treatment and time of opening, with the desired values 7 days after ensiling.The breaking of aerobic stability occurred 48 hours after opening the silo for the treatments containing corn meal alone or together with soybean hulls for both levels. The use of corn meal, either individually or in combination with soybean hulls, was effective in improving the standard of silage fermentation elephant grass, however, additional care should be taken about management after opening the silo.
Article
Full-text available
This experiment was developed to evaluate the effect of the urea addition on the nutritional value of the Tanzânia-grass hay (Panicum maximum, Jacq cv. Tanzânia). The experimental design was entirely randomized, with four treatments: T1 – only hay, T2 – hay with 1.0% of urea, T3 – hay with 2.0% of urea and T4 – hay with 3.0% of urea, with base in the dry matter, and ten replicates per treatment. There was positive linear effect of the urea levels on the crude protein (CP), being the largest level providing increases of four percentile points in relation to the control treatment. This treatment provided, also, reduction in neutral detergent fiber (NDF), acid detergent fiber (ADF) and hemicelulose (HEM), through a negative lineal effect. The values obtained by the regression equation in the highest dose were 62.37, 38.74 and 23.66%, to NDF, ADF and HEM values, respectively. There was positive linear effect for the digestibility with the addition of the urea levels providing medium increases of 53.93% in the control to 63.96% in the dose of 3.0%. The urea use is efficient in promoting increment in the quality of the Tanzânia-grass hay.O experimento foi desenvolvido objetivando-se avaliar o efeito da adição de uréia em doses crescentes, sobre o valor nutritivo do feno de capim-Tanzânia (Panicum maximum, Jacq cv. Tanzânia). O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com quatro tratamentos: T1 – somente feno, T2 – feno mais 1,0% de uréia, T3 – feno mais 2,0% de uréia e T4 – feno mais 3,0% de uréia, com base na matéria seca, e dez repetições por tratamento. Houve efeito linear positivo dos níveis de uréia sobre o teor de proteína bruta (PB), com o maior nível proporcionando aumentos de quatro pontos percentuais em relação ao tratamento testemunha. O tratamento com uréia proporcionou, também, redução no teor da fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e hemicelulose (HEM), por meio de um comportamento linear negativo. Os valores obtidos pela equação de regressão na dose mais elevada foram 62,37, 38,74 e 23,66%, para os valores de FDN, FDA e HEM, respectivamente. Houve efeito linear positivo para a digestibilidade com a adição dos níveis de uréia proporcionando aumentos médios de 53,93% na testemunha para 63,96%, na dose de 3,0%. O uso de uréia é eficiente em promover melhorarias na qualidade do feno de capim-Tanzânia.
Article
Heating forages and feeds will generate Maillard products of low digestibility which are signalled by a rise in the nitrogen (N) content of acid-detergent fibre (ADIN). Two sets of data from digestion trials with sheep were mathematically examined by the methods of Lucas. The first set, taken from studies of distillers grains, exhibited some digestibility of ADIN, but showed a high positive correlation between fecal N and ADIN and a negative one with nitrogen digestibility and ADIN. Earlier conclusions as to the ineffectiveness of ADIN as a method of evaluation are refuted. The second set of data referred to ammoniated forages with their untreated controls. The treated forages are shown to contain soluble indigestible organic matter and nitrogen in the ratio of 8.83:1 ± 0.11, agreeing with the expected composition of Maillard polymers. With these forages the fecal N loss considerably exceeds the ADIN estimate, in contrast to the distillers grains. The excess is due in part to the presence of indigestible soluble non-ammonia nitrogen (SNAN) that is associated with a soluble indigestible organic fraction. The existence of indigestible soluble N and organic matter constitutes the basis for severe criticism of gravimetric laboratory procedures, including nylon bags, used in evaluating treated forages and feeds, as these procedures will fail to recover the soluble indigestible components and thus over-value treated forages. The use of ADIN as a marker for heat damage and the Maillard reaction is validated, but in treated forages an additional examination for absorbances at 280 and 320 nm, and SNAN is recommended.
Article
Eight straws and forages (two ryegrasses, cocksfoot, fescue and timothy from Britain, wheat and rye straw from Portugal and the OECD standard straw) and their ammoniaor alkali-treated products were evaluated by laboratory procedures involving saponification and determination of optical density (OD) of alkaline extracts. Saponification values were better correlated with digestibility in vitro in treated than in untreated materials. Saponification values appear to be a good measure of efficiency of treatment and are equally applicable to alkali- and NH3 -treated materials. On the other hand, OD of extracts was better correlated with digestibility in untreated forages, reflecting other factors influencing saponification values besides phenolics. High nitrogen content of acid-detergent fibre occurred in some heated materials, and was associated with somewhat lower digestibility in vitro, and probably also with availability of nitrogen. Digestion in vitro probably overvalues treated straws, since the cleaved phenolic products are soluble but probably indigestible.
Article
Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar os efeitos da adição de diferentes quantidades de uréia e de água em feno de Brachiaria brizantha cv. Marandu, colhido após a queda das sementes. O feno foi confeccionado em junho de 1997 e amonizado em setembro de 1997. Utilizou-se um delineamento inteiramente casualizado, com três repetições, em esquema fatorial 3x3, sendo os fatores 20, 30 e 40% de água adicionada e 2, 4 e 6% de uréia na base da matéria seca. Não se verificou consistência para os tratamentos quanto aos teores médios de matéria orgânica. Observou-se que o conteúdo médio de nitrogênio total aumentou com doses crescentes de uréia e decresceu com o aumento da quantidade de água adicionada no feno. Não se verificaram diferenças significativas entre os teores médios de FDN e de hemicelulose em todos os tratamentos. Por outro lado, as doses de 4 e 6% de uréia com 40 % de água adicionada permitiram os menores teores médios de FDA. Nas condições do presente trabalho, pode-se recomendar adição de 4% de uréia e de 20% de água. PALAVRAS-CHAVE: Amonização, FDA, FDN, MO e PB.
Valor nutritivo da casca de café tratada com amônia anidra
  • A L Souza
  • R Garcia
  • O G Pereira
SOUZA, A.L.; GARCIA, R.; PEREIRA, O.G. et al. Valor nutritivo da casca de café tratada com amônia anidra. Revista Ceres, v.49, n.286, p.669-681, 2002.
Tratamento do bagaço de cana-de-açúcar com uréia
  • P Garcia
  • R Pires
SARMENTO, P.; GARCIA, R.; PIRES, A. J. V. et al. Tratamento do bagaço de cana-de-açúcar com uréia. Revista Brasileira de Zootecnia, v.28, n.6, p.1203-1208, 1999.
Análise de alimentos: métodos químicos e biológicos. 3
  • D J Queiroz
SILVA, D. J.; QUEIROZ, A. C. Análise de alimentos: métodos químicos e biológicos. 3.ed. Viçosa: UFV Universitária, 2002.
1 -Doutorando em Zootecnia, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – Itapetinga/BA. E-mail: agronem@hotmail.com 2 -Professor da
Semina: Ciências Agrárias, v.28, n.2, p.333- 340, 2007. ______________________________________ 1 -Doutorando em Zootecnia, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – Itapetinga/BA. E-mail: agronem@hotmail.com 2 -Professor da UNEB – Universidade do Estado da Bahia / NEPPA – Núcleo de Estudos e Pesquisas em Produção Animal – Faculdade de Agronomia, Campus IX, BR 242, km 04, s.n. Lot. Flamengo. Barreiras. Bahia. 47800-000. www.neppa.uneb.br. E-mail: uneb_neppa@yahoo.com.br