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Investigando as paisagens tipográficas urbanas
Investigating letters in the urban environment
Finizola, Fátima; Doutoranda; Universidade Federal de Pernambuco
fatima.finizola@gmail.com
Coutinho, Solange G.; PhD; Universidade Federal de Pernambuco
solangecoutinho@globo.com
Resumo
Este artigo apresenta a metodologia desenvolvida durante um semestre pelo grupo de estudo
da Graduação em Design da Universidade Federal de Pernambuco, intitulado ‘Memória
Gráfica Pernambucana: manifestações vernaculares’. O objetivo principal do grupo foi a
investigação e discussão acerca das paisagens visuais das ruas, bairros e cidades, com ênfase
na tipografia vernacular. Com base numa pesquisa de campo, os alunos desenvolveram, em
grupo, um projeto tipográfico inspirado nos artefatos registrados e um artigo relatando as
principais impressões de cada objeto estudado.
Palavras Chave: letreiramentos populares; memória gráfica; projeto tipográfico.
Abstract
This paper introduces the methodology developed over a semester, by a study group on the
under-graduate design course, at the Universidade Federal de Pernambuco, entitled ‘The
Graphic Memory of Pernambuco: a study focused on vernacular design’. The main objective
of the group was to investigate and discuss the visual environment of the cities and districts
where the students live, paying particular attention to vernacular typography and sign
lettering on the streets. Based on the field research, the students developed a font project and
also a report concerning the main impressions related to each specific artefact studied.
Keywords: popular lettering; graphic memory; type design.
10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA).
Introdução
Com a instituição da atividade profissional do Desenho Industrial - ou Design – no
Brasil, muitos artífices ficaram a margem do mercado profissional ou continuaram atuando de
maneira informal até os dias de hoje. Desde então, há um constante diálogo no mercado entre
a produção do Design Formal, proveniente daqueles profissionais que geralmente passaram
por treinamento especializado ou formação acadêmica na área; e a produção do que
denominamos Design Vernacular, ou seja, aquele design espontâneo produzido à margem do
Design mainstream, fruto da inventividade e criatividade popular, geralmente relacionado à
cultura e hábitos locais. Nesta categoria podemos incluir as invenções de origem popular
como objetos utilitários, embalagens e expositores do mercado ambulante, moradias, bem
como artefatos da comunicação popular – faixas, placas, murais, entre outros.
A tipografia vernacular particularmente nos chama atenção por registrar na paisagem
urbana as vozes reprimidas de uma periferia que sutilmente avança nos espaços públicos do
centro, revelando hábitos e costumes de um povo. Geralmente desenvolvida por cidadãos
comuns, em sua maioria por meio de processos artesanais, a tipografia vernacular urbana
caracteriza-se como um instrumento de comunicação alternativo que ocupa de forma aleatória
os espaços públicos, disputando-os com a publicidade, propaganda e placas de sinalização
regulamentadas pelos órgãos oficiais.
A motivação maior que orienta a elaboração destes artefatos, quase sempre é
determinada pela urgência em resolver um problema, ou de se comunicar com o outro, vender
um produto ou ideia. O planejamento que norteia sua criação é um planejamento intuitivo,
geralmente mental, consolidado pela prática. As soluções são as mais inusitadas possíveis,
muitas valorizam materiais locais, comuns a região onde seu autor está inserido, ou
reaproveitam, reciclam sobras e materiais descartados.
Elaborados a partir de processos manuais, os letreiramentos populares geralmente
apresentam certo grau de irregularidade e imprecisão, deixando transparecer a ferramenta de
trabalho utilizada pelos artífices. Nota-se uma tendência à mistura entre vários estilos de letras
em um mesmo artefato, e mesmo identificando dois ou três padrões tipográficos, estes podem
apresentar variações de estilo, como no peso, largura ou inclinação. Do ponto de vista gráfico,
observam-se três caminhos principais utilizados como base para a sua construção: alguns
partem de referências a outras tipografias já existentes; outros utilizam referências caligráficas
que, em alguns casos, podem remeter à própria grafia do pintor letrista; e ainda há aqueles que
são planejados a partir do livre desenho.
Hoje, notamos um movimento de apropriação e tradução destes elementos da cultura
popular para a cultura mainstream que pode ser percebido em diversas áreas, como a
arquitetura, música, artes visuais, teatro e dança, bem como no design. Neste sentido, o
universo popular vem se tornando uma referência importante para a indústria criativa que
reprocessa essas influências talvez na busca do fortalecimento de uma identidade nacional.
A atual produção tipográfica brasileira e de vários outros países da América Latina,
também se inspira nesta tendência e com frequência passa a explorar formas vernaculares
visando o projeto de novas fontes tipográficas. Farias (2011) observa que:
No design de tipos, a incorporação de formas vernaculares significa frequentemente, a valorização de
modelos anteriores à instituição dos critérios modernos de limpeza e legibilidade. Dessa forma, na
Europa ou nos Estados Unidos, a apropriação de formas vernaculares para o design de tipos pode ser
interpretada como um desafio ou uma rebelião contra o status quo de uma tradição tipográfica. (...)
Contudo, em países onde o design de tipos floresceu como resultado da popularização das tecnologias
digitais, como os da América Latina, ela adquire um significado diferente, uma vez que é
contemporânea ao próprio nascimento de alguma forma de tradição tipográfica. (FARIAS, 2011:168)
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Nesse sentido, resgatar a tipografia vernacular urbana por meio de processos digitais
torna-se não só uma importante alternativa para revalorizar o ofício do pintor letrista que se
encontra marginalizado no mercado, como uma forma de contribuir para a construção da
memória gráfica brasileira, sem discriminações ou preconceitos, de forma democrática onde
as manifestações culturais de origens diversas caminham lado a lado, conscientes de seu
valor.
Objetivos Gerais | Portanto, o objetivo geral do grupo de estudo ‘Memória Gráfica
Pernambucana: manifestações vernaculares’ ministrado na Graduação em Design da
Universidade Federal de Pernambuco pelas professoras Fátima Finizola e Solange Coutinho
foi investigar as paisagens visuais das ruas e bairros da Região Metropolitana do Recife, com
ênfase na tipografia vernacular. Com base numa pesquisa de campo nas imediações dos
bairros inseridos no trajeto cotidiano de cada aluno, foi desenvolvido, em grupo, um projeto
tipográfico inspirado nos artefatos registrados e um artigo relatando as principais impressões
de cada objeto estudado sob o ponto de vista do design gráfico e da tipografia.
Objetivos Específicos | Entre os objetivos específicos do grupo de estudo,
destacamos:
• Registro e catalogação dos letreiramentos populares de bairros e cidades pertencentes à
Região Metropolitana do Recife aplicando os procedimentos metodológicos
desenvolvidos por Finizola (2010) no projeto de pesquisa ‘Panorama Tipográfico dos
Letreiramentos Populares – um estudo de caso na cidade do Recife.
• Criação de um banco de imagens coletivo para análise e discussão sobre os artefatos
coletados.
• Registro de métodos, ferramentas e referências formais utilizadas no processo criativo de
letristas através de entrevistas com esses indivíduos, assim como visitas ao seu local de
trabalho.
• Desenvolvimento de um projeto tipográfico com referência aos objetos estudados;
• Elaboração de um ensaio registrando as principais impressões de cada artefato analisado
bem como a experiência de cada grupo.
Objeto de Estudo | o objeto de estudo principal da disciplina foram artefatos do
design vernacular, desenvolvidos por não designers – os letreiramentos populares. Neste
universo dos letreiramentos comerciais confeccionados de forma manual, no entanto,
percebemos a existência de dois grandes grupos: o primeiro compreende aqueles artefatos de
comunicação desenvolvidos de forma espontânea por pessoas comuns, geralmente os donos
dos próprios estabelecimentos comerciais, aqui denominados de letristas não especialistas,
sem aparentemente utilizar nenhuma técnica mais refinada; e o segundo abrange aqueles
artefatos desenvolvidos por artífices profissionais, considerados Letristas Especialistas.
Ambos os grupos foram contemplados no grupo de estudo, e ainda aqueles letreiramentos
manuais também desenvolvidos de forma mais autoral, que se encontram no limiar entre o
popular, vernacular ou artístico.
É importante destacar que no ambiente específico deste grupo de estudo o termo
‘vernacular’ foi aplicado à tipografia para descrever os artefatos informais da comunicação
popular desenvolvidos por não designers, localizados em espaços públicos, e em sua grande
maioria produzida por meio de técnicas manuais ou artesanais por pintores letristas
especialistas ou não especialistas.
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Métodos e instrumentos do grupo de estudo
Na primeira fase da disciplina, alunos registraram, em grupo, letreiramentos
encontrados nas cidades de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, por meio de
fotografias. Cada grupo elaborou um mapa com as rotas percorridas durante a pesquisa de
campo, e catalogou todos os artefatos coletados de acordo com uma ficha de registro
específica. Este instrumento de pesquisa procurou documentar informações acerca do lugar
onde cada artefato foi registrado, bem como as primeiras impressões de cada pesquisador ao
observar cada letreiramento.
As melhores imagens de cada coleção compuseram uma extensa base de dados, que
foi compartilhada por todos os alunos da disciplina por meio de um documento online,
disponibilizado através da ferramenta Google Docs. A planilha elaborada, além de acomodar
as imagens fotográficas registradas pelos alunos, foi utilizada como instrumento de análise
para os artefatos, de acordo com a metodologia desenvolvida por Finizola (2010) para
classificar os letreiramentos populares da cidade do Recife. Os dez critérios utilizados na
planilha adaptados a partir de Finizola, foram os seguintes:
1. Forma de expressão da Linguagem Gráfica | verbal, pictórica ou esquemática.
2. Autoria | especialista, não-especialista ou autoral.
3. Referências Visuais do letreiramento | tipografia, caligrafia ou desenho.
4. Atributos formais da linguagem gráfica verbal | amadores, quadrados, serifados,
caligráficos, cursivos, grotescos, gordos, fantasia ou expressivos.
5. Atributos formais da linguagem gráfica pictórica | realista, icônica, abstrata, etc.
6. Atributos formais da linguagem gráfica esquemática | fios, balões, asteriscos, etc.
7. Propósito da mensagem | comércio, serviço, informativa, outros.
8. Técnica | pintura, recorte, estêncil, outros.
9. Gênero ou suporte | mural, placa, faixa, vitrine, outros.
10. Observações Gerais
Após a conclusão das fases de pesquisa de campo e análise gráfica, foram promovidos
seminários em sala de aula com a finalidade de discutir as peculiaridades da tipografia
vernacular nas cidades e bairros visitados pelo grupo. Observamos que o conjunto de imagens
coletadas poderia ser agrupado em conjuntos menores, de acordo com temáticas específicas,
descritas a seguir:
a. Tipografia Vernacular | Especialista
b. Tipografia Vernacular | Não especialista
c. Elementos pictóricos da tipografia vernacular
d. Tipografia vernacular artística
e. Tipografia vernacular do litoral
f. Tipografia vernacular comercial
Os artefatos identificados como ‘Tipografia Vernacular | especialista’ correspondem
àqueles produzidos por pintores letristas profissionais, por meio de técnicas mais precisas
proporcionando um maior refinamento no seu acabamento. Aqueles agrupados como
‘Tipografia Vernacular | não especialista’ caracterizam-se como manuscritos populares
produzidos de forma mais espontânea por letristas não-especialistas ou cidadãos comuns de
forma esporádica. A categoria ‘Elementos pictóricos da tipografia vernacular’ observou
particularmente os elementos icônicos ou ilustrações utilizadas para dar suporte ou enfatizar
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as informações de texto. O grupo ‘Tipografia vernacular artística’ analisou aqueles
letreiramentos manuais que compõem a paisagem urbana que se encontram na linha tênue
entre a tradição popular manual e o fazer artístico mais autoral que se utiliza dos muros da
cidade para dar voz a uma expressão pessoal. Aqueles artefatos catalogados como ‘Tipografia
vernacular do litoral’ agrupam toda a produção de letreiramentos inserida particularmente no
ambiente das praias do litoral pernambucano, tais como os que figuram nas carrocinhas e
bancas do comércio ambulante típico desta área, bem como os letreiros presentes nas
pequenas embarcações de pescadores. Por fim, a categoria ‘Tipografia vernacular comercial’
investigou a tradição local das pequenas bancas de serviços e comércio informal presente
desde os bairros mais populares às ruas mais nobres da cidade do Recife, e aqueles
letreiramentos utilizados para este fim.
Mais adiante, estes temas foram utilizados como base para definir as linhas de
pesquisa de cada artigo elaborado no grupo de estudo e o conceito criativo que orientaria o
projeto tipográfico das fontes digitais de cada equipe.
Resultados
Após a definição do objeto de estudo de cada grupo foram ministradas aulas teóricas
com orientações para desenvolvimento dos projetos tipográficos, bem como aulas sobre
metodologia científica para estruturar os artigos a serem elaborados.
Entre os principais temas abordados durante as aulas teóricas sobre introdução ao
projeto tipográfico, destacamos: evolução das técnicas de impressão, breve panorama da
tipografia digital no Brasil e no mundo, formatos de fontes e softwares utilizados para gerar
fontes, anatomia tipográfica (Rocha, 2002), espécies de caracteres, variações estruturais do
tipo (Buggy, 2007), atributos formais do tipo (Dixon, 2002), tipografia vernacular digital e
classificações tipográficas para os letreiramentos populares (Finizola, 2010), métodos
criativos para o desenvolvimento de fontes digitais, gráficos de derivação, entre outros.
Diante do período relativamente curto de duração do grupo de estudo (4 meses) e da
intensa dinâmica de atividades em sala de aula e pesquisas de campo, não foi exigida a
implementação dos alfabetos desenvolvidos pelas equipes em formato de arquivo de fonte
digital. Os resultados da experiência desenvolvida em sala de aula foram nove fontes
vernaculares digitais e ensaios relacionados a cada estudo de caso específico.
Entre os trabalhos desenvolvidos pelos grupos exemplificamos o projeto da fonte
‘Vitamina’, elaborada a partir de um letreiramento com fortes características caligráficas
registrado nas imediações da feira de Casa Amarela. Para resgatar os rastros e texturas
características do uso do pincel na elaboração das letras, a equipe partiu de um processo de
experimentação manual com base na caligrafia para a produção dos caracteres da fonte e em
seguida fez os retoques e refinamentos dos vetores após a digitalização do material.
A fonte foi finalizada em dois estilos, o regular, onde os caracteres são totalmente
preenchidos e a versão decorada, onde foi trabalhado o efeito ‘letra bicolor’ nos caracteres,
também bastante peculiar ao universo dos letreiramentos populares (Figuras 1 a 3).
10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA).
Figura 1: Fonte Vitamina – letreiramento original e primeiros esboços.
Figura 2: Fonte Vitamina – estilo regular.
Autores: Guilherme Lira, Luciana Bacelar, Marcos Lima e Joana Velozo
Figura 3: Fonte Vitamina – estilo decorado.
Autores: Guilherme Lira, Luciana Bacelar, Marcos Lima e Joana Velozo
10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA)
Outro projeto tipográfico desenvolvido em sala, abordando desta vez a estética dos
letreiramentos populares elaborados por letristas não especialistas foi a fonte ‘Nice’ (Figura
4), cujo nome faz referência a própria autora do artefato – a costureira Nice da comunidade
Lemos Torres. Após pesquisa de campo a região e entrevista com a letrista a equipe iniciou o
projeto tipográfico a partir dos registros fotográficos realizados no local. O grupo explorou a
inconsistência de formas e irregularidade de padrões encontrada na placa - como a alternância
da caixa alta e baixa, irregularidade na espessura das hastes e variedade de terminais -, como
características mais marcantes do projeto tipográfico. O processo criativo, no entanto, foi
realizado totalmente de forma digital, simulando as formas manuais originais.
Figura 4: Fonte Nice – letreiramento original e primeiros estudos formais.
Autores: Amanda Marques, André Menezes, Luciana Hazin e Luiza Cunha.
Ao final do grupo de estudo foram produzidos 9 artigos e 9 fontes tipográficas: a fonte
Fone, LanHouse, Nice, Raspa-Raspa, Vitamina, EmGeral, Barbosa, Rei do Bar e Rizoma.
Considerações Finais
De forma geral, todas as equipes desenvolveram trabalhos que se destacaram ora pelo
detalhamento e refinamento do projeto tipográfico, ora pela investigação e aprofundamento da
pesquisa em um recorte específico dentro do tema geral proposto pelo grupo de estudo. A
dinâmica proposta pela disciplina estimulando a iniciação à pesquisa científica por meio de
pesquisas de campo, catalogação e análise de artefatos, combinada com as orientações
metodológicas para desenvolvimento dos projetos tipográficos se mostrou eficaz, no
momento em que colaborou mutuamente para a produção de trabalhos práticos com uma
fundamentação sólida baseada em dados coletados em pesquisa. A proposta inicial do grupo
foi atingida e a metodologia adotada se mostrou como uma interessante ferramenta para a
iniciação ao projeto tipográfico ao mesmo tempo em que despertou em sala de aula o olhar do
grupo às manifestações informais de design que fazem parte do contexto urbano e da cultura
onde se encontram inseridos.
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Referências
BUGGY. Mecotipo, O - Metodo de Ensino de Desenho Coletiv. Recife: 2007.
DIXON, C. Describing typeforms: a designer’s response. InfoDesign – Revista Brasileira de
Design da Informação. v5. n2. São Paulo: Sociedade Brasileira de Design da Informação,
2008.
FARIAS, Priscila L. (2011). Aprendendo com as Ruas: a tipografia e o vernacular. In: O
Papel Social do Design Gráfico. São Paulo: Editora Senac São Paulo.
FINIZOLA, F. Panorama Tipográfico dos Letreiramentos Populares – um estudo de caso
na cidade do Recife. Dissertação (Mestrado em Design). UFPE, Recife, 2010.
ROCHA, C. Projeto tipográfico: análise e produção de fontes digitais. São Paulo : Ed.
Rosari, 2002.