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Em busca de uma classificação para os letreiramentos populares | Towards a typographical classification for popular letterings

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Abstract and Figures

A diversidade da paisagem tipográfica dos centros urbanos nos proporciona uma série de experiências visuais e informacionais. Nesse universo, encontramos o trabalho manual dos letristas populares, que resiste ao tempo, apesar das intensas inovações tecnológicas na área da comunicação visual e torna-se um valioso objeto de estudo como forma de expressão da cultura material de um povo e parte constituinte da história do design brasileiro informal. Desta forma, este artigo procura registrar a diversidade do trabalho dos letristas populares, assim como investigar as influências estéticas dos mesmos, a fim de compreender melhor o imaginário popular aproximando-o da prática profissional do design. Para isso, apresentamos o processo de construção de uma classificação tipológica para os letreiramentos populares, que procurou sistematizar a produção destes artefatos de acordo com três aspectos: autoria, forma de representação visual da linguagem verbal e atributos formais. Como resultado, apresentamos seis categorias iniciais de letreiramentos oriundos da análise e observação de 50 artefatos. The diversity of the urban typographical environment provokes a series of visual and informational experiences. Within this universe, we encounter the hand-written signs with popular lettering, which, despite the innumerable technological innovations in the area of visual communication, manage to stand the test of time. Such artifacts are valuable sources of information of the cultural expression a particular social group and have become a constitutive part of the history of Brazilian informal graphic design. This article seeks to register the diversity of work created by these popular lettering sign writers, as well as to investigate their aesthetic influences, so as to understand popular imaginary more fully, and thus bring it towards the professional practice of design. We therefore, present the process of creating a classification for popular lettering typology, with the intention of systematizing the production of these artifacts in accordance to the following aspects: authorship, the forms of visually representing verbal language and formal attributes. As a result, six categories of popular lettering are herein presented, which have been identified and established through the observation of fifty artifacts.
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InfoDesign Revista Brasileira de Design da Informação 6 – 2 [2009] 16-29
ISSN 1808-5377
Em busca de uma classificação para os letreiramentos populares
Towards a typographical classification for popular letterings
Fátima Finizola, Solange G. Coutinho
letreiramentos populares, classificação tipográfica, linguagem gráfica verbal
A diversidade da paisagem tipográfica dos centros urbanos nos proporciona uma série de experiências
visuais e informacionais. Nesse universo, encontramos o trabalho manual dos letristas populares, que resiste
ao tempo, apesar das intensas inovações tecnológicas na área da comunicação visual e torna-se um valioso
objeto de estudo como forma de expressão da cultura material de um povo e parte constituinte da história do
design brasileiro informal. Desta forma, este artigo procura registrar a diversidade do trabalho dos letristas
populares, assim como investigar as influências estéticas dos mesmos, a fim de compreender melhor o
imaginário popular aproximando-o da prática profissional do design. Para isso, apresentamos o processo de
construção de uma classificação tipológica para os letreiramentos populares, que procurou sistematizar a
produção destes artefatos de acordo com três aspectos: autoria, forma de representação visual da linguagem
verbal e atributos formais. Como resultado, apresentamos seis categorias iniciais de letreiramentos oriundos
da análise e observação de 50 artefatos.
popular lettering, typeface classification, graphic verbal language
The diversity of the urban typographical environment provokes a series of visual and informational
experiences. Within this universe, we encounter the hand-written signs with popular lettering, which, despite
the innumerable technological innovations in the area of visual communication, manage to stand the test of
time. Such artifacts are valuable sources of information of the cultural expression a particular social group and
have become a constitutive part of the history of Brazilian informal graphic design. This article seeks to
register the diversity of work created by these popular lettering sign writers, as well as to investigate their
aesthetic influences, so as to understand popular imaginary more fully, and thus bring it towards the
professional practice of design. We therefore, present the process of creating a classification for popular
lettering typology, with the intention of systematizing the production of these artifacts in accordance to the
following aspects: authorship, the forms of visually representing verbal language and formal attributes. As a
result, six categories of popular lettering are herein presented, which have been identified and established
through the observation of fifty artifacts.
1. Introdução
O início das atividades de ensino do design no Brasil é datado da década de 60, com o surgimento
da Escola Superior de Desenho Industrial – ESDI/UERJ no Rio de Janeiro em 1963. Foi neste
momento que a sociedade reconheceu oficialmente o design (então denominado de desenho
industrial) como uma nova profissão. No entanto, segundo Cardoso (2005:8), antes da fundação
da primeira escola de design já existiam uma série de atividades profissionais ‘aplicadas à
fabricação, distribuição e consumo de produtos industriais’.
As referências de mestres e processos criativos utilizados nas primeiras escolas de design do
Brasil possuíam, na maioria das vezes, uma matriz modernista, importada da Europa. O
interessante é que ao observarmos a produção informal de design no Brasil, antes da década de
60, percebemos a existência, segundo Cardoso (2005:11), de ‘soluções projetuais que não
derivaram ostensivamente de uma matriz estrangeira reconhecida’, muitas vezes trazendo traços
do que poderíamos identificar como um design brasileiro mais autêntico, com bases criativas mais
próximas da cultura e hábitos locais.
Alguns desses ofícios desapareceram, outros, no entanto ainda coexistem com as atividades
do design formal. O trabalho de letreiramento dos letristas populares nos muros e placas
espalhadas principalmente nas periferias das grandes cidades, ou em pequenas cidades do
interior do Brasil é um forte exemplo disso.
A evolução das novas tecnologias de impressão digital talvez coloque em risco a
existência por mais alguns anos do ofício do letrista popular. Num breve passeio pelos bairros do
centro da cidade do Recife notamos que cada vez mais os letreiramentos populares pintados à
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mão disputam espaço com placas confeccionadas em vinil adesivo recortado ou impressões
digitais. Até mesmo muitos dos trabalhos de letreiramento já perderam um pouco da sua
“manualidade”, na medida em que também partem de layouts gerados no computador (Figura1).
Figura 1: Letreiramentos manuais e digitais disputam espaço nas fachadas do Recife.
Por outro lado, a era digital e as novas tecnologias trouxeram consigo também uma tendência
para o desenvolvimento de projetos baseados em transposições estéticas, do passado para o
presente, do concreto para o virtual. Uma verdadeira onda de revisitações e resgates históricos se
instaura. Linguagens visuais de movimentos das artes gráficas que marcaram época no passado
ou linguagens espontâneas encontradas nas ruas são mescladas às linguagens gráficas do
presente, sendo utilizadas e reutilizadas, reconstruídas pelos atuais processos criativos digitais.
Segundo Dones:
O livre acesso a esses programas possibilitou ainda a recuperação do vernacular que transita ‘ao lado’ do
design gráfico oficial, encontrando um espaço no campo da comunicação gráfica da cultura
contemporânea como forma de enquadramento e de inclusão, sem preconceitos e sem hierarquias.
(Dones, 2004).
Esta tendência é também notada na produção tipográfica contemporânea no Brasil. O rico
universo popular brasileiro passa por um processo de deslocamento e tradução para a linguagem
digital, onde observamos uma tendência ao desenvolvimento de projetos tipográficos com
inspiração na linguagem gráfica vernacular1.
Se observarmos o acervo de fontes2 produzidas pela fonthouse pernambucana Tipos do Acaso,
notamos que muitas delas inspiram-se em elementos da cultura do Estado e do Nordeste. A fonte
Cordel de Buggy inspira-se no traço rústico das xilogravuras que estampam as capas das
literaturas de cordel; a fonte dingbat Cabra-da-Peste de Diego Credidio, também utiliza a
linguagem visual da xilogravura, no entanto, retrata figuras do imaginário fantástico das lendas e
mitos regionais; a fonte Toinho de Renata Faccenda apresenta também a irregularidade do
traçado das letras estampadas em placas populares; entre muitos outros exemplos (Figura 2).
1 De acordo com Vera Lúcia Dones (2004) ‘o termo vernacular sugere a existência de linguagens visuais e idiomas locais
que remetem a diferentes culturas. Na comunicação gráfica, corresponde às soluções gráficas, publicações e sinalizações
ligadas aos costumes locais produzidos fora do discurso oficial.’
2 O termo fonte (ou fonte tipográfica) é empregado para definir ‘um conjunto de caracteres em estilo específico, sendo,
neste sentido, um sinônimo de tipografia, tipo ou face. (...) Em sentido mais estrito, o termo fonte deveria ser reservado a
conjuntos de caracteres para os quais foram determinados não apenas os desenhos de suas faces, mas também as
características métricas e de espaçamento que determinam a relação entre estes e outros glifos’. (Farias, 2004: 3).
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Figura 2: Fontes digitais desenvolvidas pela fonthouse Tipos do Acaso.
No âmbito nacional, também notamos uma grande parcela das novas produções dos designers
de tipos brasileiros, com grandes referências simbólicas na cultura local. Na 2ª edição da mostra
Tipografia Brasilis, realizada em São Paulo em 2001, observamos uma forte tendência a releituras
de linguagens gráficas vernaculares, a exemplo da fonte Seu Juca de Priscila Farias inspirada nas
placas populares pintadas pelo letrista pernambucano “Seu Juca” que faleceu em 2006. A fonte
Ghentileza de Luciano Cardinali também registra a escrita característica dos versos pintados, pelo
poeta popular Gentileza, nos muros do Rio de Janeiro e, finalmente a fonte Brasilero de Crystian
Cruz, provavelmente a fonte digital de inspiração popular mais utilizada pelos designers
brasileiros, retrata a estética dos letreiramentos populares (Figura 3).
Figura 3: Fontes Seu Juca, Ghentileza e Brasilero. (Tipografia Brasilis, 2001).
Desde 2004, o coletivo Tipos Populares do Brasil, coordenado pelo tipógrafo carioca Pedro
Moura, reúne designers de tipos brasileiros que têm como inspiração comum a gráfica popular do
Brasil, dentre eles Fernando PJ, Fernando Rocha, Fátima Finizola, entre outros (Figura 4). Esse
movimento continua crescendo no nosso país, contrariando a globalização do design e assumindo
cada vez mais as suas raízes culturais vernaculares.
Figura 4: Fontes Bonocô, Thereza Miranda e Marvada. (Tipos Populares do Brasil).
Foi observando essa tendência à releitura do repertório visual popular na prática diária das
atividades projetuais do design formal, não só no segmento da tipografia, mas de uma maneira
mais ampla, que recentemente, a 9a Bienal de Design Gráfico da Associação dos Designers
Gráficos do Brasil - ADG/Brasil, também inseriu entre as nove categorias do evento, uma categoria
intitulada ‘Popular, Vernacular e Regional’, que procura contemplar aqueles projetos inspirados
nesse universo.
Portanto, diante da riqueza de experiências visuais proporcionadas pelos letreiramentos
populares, tanto como parte integrante da cultura material de um povo assim como da história do
design brasileiro antes mesmo da oficialização da profissão, e também levando em consideração o
rico manancial de inspirações para a prática do design formal, o intuito deste trabalho é resguardar
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e registrar alguns destes artefatos, antes que venham a desaparecer quase ou por completo dos
centros urbanos.
Por fim, além de preservar a memória gráfica do design brasileiro, a sistematização da
produção de letreiramentos populares torna-se relevante também como referência para facilitar o
processo de desenvolvimento de futuras fontes populares digitais por designers de tipos.
O objetivo geral desta pesquisa é identificar quais os tipos de letreiramentos populares que
existem na cidade do Recife (Pernambuco) de forma a construir uma classificação tipológica que
permita a análise dos mesmos. Também destacamos os seguintes objetivos específicos:
Compreender quais as influências estéticas expressas no trabalho dos letristas populares,
a partir da observação de seus aspectos tipográficos intrínsecos e extrínsecos;
Observar as técnicas e suportes utilizados no desenvolvimento de novos alfabetos pelos
letristas de Pernambuco.
2. Os letreiramentos populares
Ao caminharmos por nossa cidade percebemos que existem uma série de interferências
tipográficas urbanas que convivem conosco no nosso dia-a-dia. Fachadas de estabelecimentos,
placas indicativas de ruas, propagandas em muros e faixas, pichações, grafites, entre outras
(Figura 5). As cidades estão submersas em letras, numa disputa acirrada pelos espaços de
comunicação.
Figura 5: Elementos visuais que compõem a paisagem urbana: grafite, pichação, placas de sinalização e letreiramentos.
Neste contexto encontramos muitos artefatos de comunicação que ainda são confeccionados à
mão, através de técnicas primitivas - como a pintura -, provavelmente transmitidas de geração em
geração, por artífices muitas vezes anônimos que não passaram por nenhum curso técnico ou
especializado no ofício de desenhar letreiros. Este universo é o que chamaremos de
letreiramentos populares.
As letras pintadas nos muros de cada cidade revelam um pouco dos hábitos e costumes de
cada povo e de cada região, bem como sua cultura visual. Baron (apud Walker) aponta que:
As características da linguagem escrita são sempre moldadas por variáveis sociais, econômicas,
educacionais ou tecnológicas, de acordo com determinada sociedade, linguagem ou tempo. (Baron apud
Walker, 2007:10).
Apesar de identificarmos seus produtores como designers não-especialistas, notamos que
existe certa hierarquia entre os letristas populares. Da mesma forma que ocorre na profissão do
design, existem aqueles letristas considerados especialistas, que possuem um elevado domínio
técnico do ofício de pintar letras, bem como fazem deste a sua profissão; por outro lado, também
há aqueles letristas não-especialistas, que pintam no improviso, com o objetivo de suprir uma
necessidade comunicacional emergente, de forma rápida e objetiva.
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Ao analisar a linguagem gráfica popular expressa em placas e letreiros notamos que há certos
padrões de semelhança, apesar de manifestar-se em diferentes países e culturas, executada por
indivíduos distantes pelo tempo ou contexto (Figura 6). Será o improviso, o aspecto artesanal,
intuitivo, e sua quase sempre finalidade comercial que as une? Quais são as referências formais
utilizadas pelos letristas populares ao confeccionar seus artefatos? Estas são algumas questões
que pretendemos analisar neste artigo.
Figura 6: Letreiramentos populares do Brasil, Chile e Estados Unidos. (Fonte: Proyeto Cartele | Baeder, J.).
Walker (2001) percebe algumas das características recorrentes na articulação da linguagem
gráfica destes artefatos de comunicação. Dentre elas destacamos:
Uso predominante de letras maiúsculas;
Mistura de estilos tipográficos e artifícios gráficos para articular a linguagem;
Preferência por alinhamento centralizado;
Uso quase total da área de trabalho disponível para configurar o layout;
Variação de tamanho de letras;
Uso de sublinhados e cor para destacar informações;
Uso de informações na diagonal;
Uso de boxes e balões, etc.
Assim, diante da variedade de diferentes estilos de letras reproduzidos no trabalho dos letristas
populares, partimos da hipótese que é possível agrupá-los em conjuntos de acordo com suas
similaridades formais, de autoria ou quanto à forma de representação da linguagem gráfica verbal,
delineando assim uma classificação tipológica preliminar para estes artefatos.
3. Definindo alguns conceitos
É importante, inicialmente, esclarecermos a definição de alguns termos que utilizaremos no
decorrer deste artigo:
Compreendemos tipografia como,
O conjunto de práticas subjacentes à criação e utilização de símbolos visíveis relacionados aos
caracteres ortográficos (letras) e para-ortográficos (tais como números e sinais de pontuação) para fins de
reprodução, independentemente do modo como foram criados (a mão livre, por meios mecânicos) ou
reproduzidos (impressos em papel, gravados em um documento digital). (Farias, 2004:2).
É fundamental identificarmos também outros processos que também servem como base para a
prática da tipografia: a caligrafia, ‘prática manual de desenho de letras a partir de traçados
contínuos à mão livre’; e o letreiramento, ‘técnica manual para obtenção de letras únicas a partir
do desenho’. (Farias, 2004:2).
Elementos formais do desenho tipográfico
Para desenvolvermos a análise dos letreiramentos populares, identificaremos os principais
aspectos intrínsecos e extrínsecos formais do desenho tipográfico de cada artefato catalogado,
fazendo-se necessário definirmos a abrangência destes termos.
De acordo com Twyman (1986) podemos dividir as características da linguagem gráfica em
duas categorias: os aspectos intrínsecos e os extrínsecos. Os aspectos intrínsecos se referem aos
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elementos que definem a forma particular de cada letra, caracterizando assim um conjunto
específico de caracteres (alfabeto, fonte ou tipo) definindo o seu estilo. Dentre eles, podemos citar
como exemplo, a inclinação, espessura e largura de cada caractere.
Já os aspectos extrínsecos se referem à relação entre os caracteres e o suporte, a maneira
como são configuradas e organizadas as informações num layout desde seu nível micro ao macro,
influenciando diretamente a diagramação e a hierarquia das informações. O alinhamento, as
entrelinhas e a malha construtiva da diagramação são alguns deles.
Para observar os aspectos intrínsecos de cada letreiramento popular estudado selecionamos
oito atributos formais definidos por Dixon (apud Baines e Haslam, 2002:50-52):
Construção | Um tipo tende a ter sua construção orientada a partir das seguintes derivações
formais: contínua, quando não existem pontos enfáticos de transição nas hastes e conexões de
um caractere; descontínua, quando há presença de pontos enfáticos de transição ou rupturas nas
conexões das letras, como nas letras góticas e estêncil; modulares, quando são compostas pela
repetição de elementos individuais idênticos ou por um número limitado de elementos que se
combinam entre si; irregulares, quando suas curvas, hastes e partes do caractere tendem a ser
anômalas, como as fontes grunges; e finalmente as que apresentam referências a ferramentas de
trabalho como a pena ou o pincel.
Forma | Curvas e retas são componentes formais de todos os desenhos dos tipos. A partir das
combinações entre estas, assim como do tratamento gráfico específico dado a estes elementos
podemos obter as mais variadas formas tipográficas.
Proporção | A proporção é a relação das partes – largura, altura-x, altura ascendente e
descendente – dos caracteres proporcionando ordem e ritmo à fonte.
Modulação | A modulação se caracteriza pela presença, ou não, de contraste de forma, ou seja, a
diferença de espessura entre as hastes de uma letra. Por exemplo, a fonte Bodoni apresenta
modulação enquanto que a fonte sem serifa, Futura, não apresenta.
Peso | Nas famílias tipográficas o atributo do peso define a espessuras das hastes de uma família
tipográfica, afetando a sua cor, sua tonalidade na mancha gráfica de um layout. Como exemplo
temos as variações de peso light, regular, bold, semibold, extrabold.
Serifas/Terminais | As serifas são remates presentes em alguns estilos de letras. Farias (2004)
também as define como ‘pequenas projeções de um ou ambos os lados da extremidade dos
traços das letras de uma fonte’. Já os terminais são a continuação final de cada haste, podendo as
vezes assumir a forma de bola, lágrima ou bico.
Caracteres-chave | Numa família há letras que facilitam a identificação por apresentarem
características peculiares, a exemplo do ‘g’ ou ‘Q’ da Garamond. Estas particularidades irão
facilitar a distinção entre tipografias.
Decoração | Recursos ornamentais utilizados na construção do tipo, como sombra, contornos,
adereços, etc.
Os aspectos extrínsecos considerados na nossa análise foram os seguintes: Entreletra -
espaços vazios entre as letras; Entrelinhas - distância entre as linhas de base de uma fonte num
texto corrido; Tamanho do corpo e uso da cor - como elemento de ênfase visual das informações;
Alinhamento - justificado, centralizado, à esquerda ou à direita; Suportes e Ferramentas -
diversidade de materiais e instrumentos utilizados pelos letristas.
Nesta investigação, a observação dos aspectos extrínsecos dos letreiramentos populares terá
um peso menor no processo de categorização dos artefatos, visto que eles não interferem
diretamente no aspecto formal dos caracteres. No entanto, sua análise será relevante para um
segundo momento da pesquisa onde podemos estudar a articulação das mensagens através da
configuração das informações nestes artefatos comunicacionais.
4. Metodologia de pesquisa
Para investigarmos as origens dos letreiramentos populares de Pernambuco, bem como suas
fontes de inspiração, adotaremos uma metodologia de pesquisa de natureza exploratória com
caráter histórico. Para efetuarmos a análise dos letreiramentos populares, adotamos o seguinte
procedimento:
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Etapa 1 | Pesquisa de campo exploratória. Registro fotográfico de uma amostra dos
letreiramentos populares da cidade do Recife, compreendendo 50 exemplares, coletados
nos bairros da Madalena, Várzea, Aflitos, São José e Santo Antônio.
Etapa 2 | Análise preliminar do universo de pesquisa. Análise dos artefatos coletados
buscando construir agrupamentos de letreiramentos populares de acordo com
características formais semelhantes, utilizando o método de card sorting.
Etapa 3 | Classificação dos letreiramentos populares. Desenvolvimento de uma
classificação preliminar para os mesmos de acordo com seus atributos formais, autoria e
forma de representação da Linguagem Gráfica Verbal (LGV).
Etapa 4 | Seleção e análise dos letreiramentos de acordo com instrumento próprio.
Seleção final dos artefatos que formam o universo de pesquisa, bem como análise gráfica
de aspectos tipográficos intrínsecos e extrínsecos de cada artefato a partir de uma ficha
de análise. Possíveis ajustes e acréscimos na classificação tipográfica para os
letreiramentos populares desenvolvida anteriormente.
Etapa 5 | Discussão dos Resultados e construção final da classificação.
O método de Card Sorting
O método de card sorting é uma ferramenta largamente utilizada na área de Arquitetura da
Informação para ajudar a estruturação e organização de conteúdo informacional dos meios de
comunicação digitais, principalmente softwares e sites.
De acordo com Rocha:
O funcionamento básico desse método consiste em levantar as informações essenciais que podem ser
usadas pelo usuário em um determinado contexto, distribuir essas informações em cartões e propor para
os usuários que organizem esses dados conforme seu entendimento. Esses dados podem ser agrupados
por critérios de similaridade ou contexto de uso. (Rocha, 2009: 1).
Neste projeto adotamos os princípios desta ferramenta com a finalidade de organizar o
universo de análise coletado na Etapa 1 em agrupamentos visuais de artefatos que possuam
características similares quanto à sua forma e construção tipográfica.
Foram impressos uma série aproximada de 60 cartões contendo imagens de vários
letreiramentos populares e dispostos sobre uma mesa. Na seqüência foi solicitado a uma equipe
de apoio de cinco designers que agrupassem as imagens de acordo com as semelhanças visuais
dos artefatos, levando em consideração aspectos tipográficos intrínsecos de cada letreiramento,
tais como forma, inclinação, peso, espessura e contraste das hastes, entre outros.
Ao final foram geradas seis categorias tipográficas para letreiramentos populares que
detalharemos no tópico a seguir: as amadoras, quadradas, toscanas, cursivas, gordas e serifadas.
Construção do Instrumento de Análise
Realizada uma primeira análise global do universo de pesquisa, passamos para a etapa de
catalogação dos artefatos bem como sua análise gráfica individual a partir de fichas de análise gráfica
dos letreiramentos, explorando seus aspectos tipográficos intrínsecos e extrínsecos (Figura 7).
Figura 7: Fichas de Análise.
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Catalogação de dados | Para facilitar a posterior consulta de informações sobre os artefatos
catalogados nesta pesquisa, a fim de contribuir para outros projetos similares, a primeira parte da
ficha de análise registra informações gerais sobre cada letreiramento, de acordo com o modelo de
análise de Valadares & Coutinho (2006), inspirado no sistema de catalogação do Museu Nacional
de Belas Artes, SIMBA/Donato.
Assim o item ‘identificação’ registra-se os seguintes dados: autor, grau técnico do autor
(especialista/não especialista), gênero do artefato (mural, placa, cartaz, faixa, banner, outro),
localização, conteúdo, suporte, ferramenta, informações sobre a captura (modo de cores e
captura), nome do arquivo digital, responsável pela catalogação, local e data. Além disso, foi
definido um campo para registrar a própria imagem de cada artefato, e outro para as observações
gerais percebidas em cada primeira impressão de observação. Também identificamos os modos
de simbolização utilizados em cada peça, de acordo com Twyman: verbal, verbal pictórico, verbal
e esquemático e verbal, esquemático e pictórico.
Aspectos Formais - Elementos Intrínsecos | Para analisar os aspectos formais intrínsecos aos
letreiramentos, distingue-se em primeiro lugar se a configuração visual da linguagem verbal deriva
de uma caligrafia, de um letreiramento ou de algum estilo tipográfico. Para os letreiros inspirados
em fontes tipográficas utilizamos a classificação tipográfica Vox/AtypI para especificar a classe ao
qual pertence. Em seguida, todas as características visuais de cada letreiramento foram
analisadas de acordo com os atributos formais definidos por Dixon (apud Baines e Haslam,
2002:50-52), conforme descrito anteriormente.
Aspectos Formais - Elementos Extrínsecos | Os aspectos extrínsecos aos letreiramentos populares
são observados de acordo com os elementos abordados na ficha de análise desenvolvida por Aragão
et al (2008) para estudar rótulos de aguardente, entre eles: uso da cor no letreiramento, alinhamento
do bloco de texto (à esquerda, à direita, centralizado ou justificado) e disposição das letras na
composição das informações (horizontal, vertical, diagonal, curvilíneo, etc).
5. Discussão dos resultados
Ao final da dinâmica do card sorting foi gerada uma classificação preliminar para os letreiramentos
populares, com o intuito de facilitar o estudo destes artefatos, na medida em que compreendemos
melhor os processos construtivos que norteiam a produção destes letreiros agrupando-os por suas
similaridades, podendo assim confrontar estas informações com os dados que serão coletados na
próxima fase desta pesquisa - entrevistas com os letristas.
Observamos inicialmente uma dificuldade em elaborar uma classificação tipográfica popular a partir
da correlação com os modelos já utilizados na Tipografia Clássica, tais como a Classificação Vox/AtypI,
British Standard, entre outras, devido à diversidade e originalidade dos letreiramentos populares,
fazendo-se necessário o desenvolvimento de uma classificação tipológica própria maleável. Desta
forma elaboramos um método de classificação cruzada que analisa os letreiros de acordo com três
aspectos: autoria, forma de representação visual da linguagem verbal e atributos formais.
Critério 1 | Quanto à autoria
De uma maneira geral observamos que existem três classes de letreiramentos populares: aqueles
feitos por especialistas, neste caso os letristas de profissão que desenvolvem os letreiramentos
como uma atividade regular, e aqueles feitos por não especialistas, que podem ser elaborados por
qualquer pessoa que possua uma necessidade comunicacional, mesmo que não domine a técnica
com precisão. Ainda podemos distinguir uma terceira classe – os autorais - composta por aqueles
letreiramentos que são desenvolvidos como um artefato particular de expressão pessoal (Figura 8).
Figura 8: Tipos de letreiramentos populares quanto à sua autoria: não-especialista, especialista e autoral (ex. Tábuas do
Profeta Gentileza | RJ).
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Critério 2 | Quanto à forma de representação da linguagem gráfica verbal
Observamos que a linguagem verbal pode se expressar visualmente a partir de três técnicas: a
caligrafia, o letreiramento e a tipografia. Assim este critério observa qual destes caminhos o letrista
utilizou como base para sua construção. Salientamos que o termo tipografia se refere não àqueles
letreiramentos confeccionados pela técnica de impressão tipográfica ou impressão digital, mas que
mantém uma forte relação com o universo tipográfico, se caracterizando como transposições da
tipografia “digital” para as pinceladas “analógicas”. Suas características são muito próximas dos
modelos tipográficos originais (Figura 9).
Figura 9: Tipos de letreiramentos populares quanto à sua forma de representação da linguagem gráfica: caligráficos,
letreiramentos ou tipográficos.
Critério 3 | Quanto aos Atributos Formais
Durante a fase de análise global dos letreiramentos populares conseguimos distinguir e
sistematizar seis categorias (Figura 10) de letreiramentos de acordo com sua semelhança de
construção formal. Foram registradas as primeiras impressões gerais de cada classe para em
seguida descrevermos o comportamento dos aspectos intrínsecos predominantes em cada uma
delas de acordo com os atributos considerados por Dixon (apud Baines e Haslam, 2002).
Figura 10: Tipos de letreiramentos populares quanto à sua forma: amadoras, quadradas, toscanas, cursivas, gordas e
serifadas.
Amadoras | O grupo das Amadoras é produzido por letristas não especialistas, geralmente com o
objetivo de solucionar um problema imediato de comunicação. São placas realizadas sem
planejamento e nem sempre produzidas com as ferramentas de trabalho mais adequadas. Em
decorrência desse fato, em sua grande maioria possuem acabamento rude e aspecto irregular
sem relação de uniformidade entre letras, entre linhas, assim como linha de base, eixo e
espessuras irregulares (Tabela 1).
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Tabela 1: Atributos formais da classe das Amadoras.
Quadradas | As quadradas compreendem as letras baseadas numa construção com um módulo
quadrado. A partir deste elemento básico são feitas combinações diversas para a geração de
todos os caracteres. Apresentam irregularidade no acabamento das formas, no entanto, não
prejudica a uniformidade no desenho das letras, como ocorre com as amadoras. Apresentam um
baixo nível de complexidade formal e uma maior incidência do uso quase exclusivo de caracteres
em caixa alta (Tabela 2).
Tabela 2: Atributos formais da classe das Quadradas.
Toscanas | As toscanas constituem uma das classes mais exuberantes dos letreiramentos
populares. Apresentam como principais características visuais as serifas bifurcadas (denominadas
toscanas), inclinação de seu eixo e decorações como sombras e ornamentos nas suas hastes
verticais. Podem ser encontradas tanto na forma de caixas altas e baixas. Devido a seu desenho
ser mais elaborado e complexo, observa-se que em sua grande maioria, são traçadas por letristas
especialistas e por isso mantém um desenho uniforme, demonstrando ritmo e harmonia no traçado
de suas hastes, curvas, serifas e espaços em brancos (Tabela 3).
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Tabela 3: Atributos formais da classe das Toscanas
Cursivas | No universo da tipografia popular as cursivas se apresentam em grande diversidade.
Esta classe manifesta características de traço e construção semelhantes às letras manuscritas, no
entanto cada especialista pode conferir características particulares a cada estilo. Possuem eixo
inclinado e se apresentam em caixa alta e baixa. Outra característica é a presença de
ascendentes e/ou descentes mais pronunciadas em algumas letras (Tabela 4).
Tabela 4: Atributos formais da classe das Cursivas.
Gordas | Sua principal característica são as terminações arredondadas/curvas. Seus espaços
internos geralmente são pequenos, o que lhes confere peso, muitas vezes extrabold. É frequente
o uso de sombras, como elemento de ênfase na hierarquia das informações. Apresentam-se tanto
na forma de caixas altas como baixas, com eixo de construção horizontal e largura geralmente
condensada. De acordo com cada peça gráfica apresentam também características inclinadas ou
itálicas com a finalidade de destacar informações (Tabela 5).
Fátima Finizola, Solange G. Coutinho | Em busca de uma classificação para os letreiramentos populares
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Tabela 5: Atributos formais da classe das Gordas.
Serifadas | Os letreiramentos populares serifados formaram um grande grupo unificado, já que a
freqüência com que foram encontradas não foi muito expressiva. Geralmente a forma das letras é
reta com um eixo vertical uniforme. Sua decoração se resume ao uso de sombras e ornamentos.
As serifas geralmente são triangulares e as letras em caixa alta (Tabela 6).
Tabela 6: Atributos formais da classe das Serifadas.
Nota-se que aqueles letreiramentos que buscaram referências em fontes tipográficas, não se
enquadrariam nas classes anteriores, visto que os mesmos obedecem às classificações
tipográficas já consagradas como a Vox/AtypI.
Com relação especificamente aos aspectos extrínsecos observados, notamos um uso bastante
diversificado de entre letras e entrelinhas, regular ou irregular; apertado ou expandido, muitas
vezes definido pelo próprio espaço do suporte usado como base para o letreiramento. A variação
do tamanho do corpo das letras e o uso de cores inusitadas cumprem realmente a função de
destacar informações importantes nas mensagens. Por fim observamos uma diversidade de
materiais de suporte, tais como alvenaria (paredes), madeira, tecido (faixas), plástico, vidro
(vitrines, pára-brisas), papel e metal. Quanto aos instrumentos de trabalho utilizados pelos
letristas, a observação das placas sugere que em sua grande maioria seja utilizado apenas o
pincel.
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6. Considerações finais
É possível afirmar que esta classificação proposta não é definitiva, pois acreditamos que ao
expandir ainda mais o universo de análise na fase seguinte desta pesquisa poderemos
estabelecer novas correlações entre os atributos formais catalogados, gerando novas categorias.
É importante destacar que a criação deste sistema inicial de classificação tipológica cruzada para
os letreiramentos populares torna-se uma ferramenta versátil para a descrição e catalogação dos
mesmos, que pode ser complementada por novos pesquisadores a partir de novas pesquisas
sobre este tema.
Agradecimento
À Damião Santana, Oriana Dupont e Juliane Miranda pelas fotografias durante a pesquisa de
campo e à Matheus Barbosa pelas discussões e reflexões sobre o tema.
Referências
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Sobre os autores
Fátima Finizola é mestranda em Design pela Universidade Federal de Pernambuco, sócia-diretora
do estúdio Corisco Design e colaboradora do projeto Crimes Tipográficos. Também foi curadora
da categoria Popular, Vernacular e Regional 9ª Bienal da ADG Brasil e atualmente integra a
equipe do projeto de pesquisa Memória Gráfica Brasileira. ff@corisco.net
Solange G. Coutinho, Ph.D, UFPE. Doutora pela Universidade de Reading, Inglaterra (1998).
Professora adjunta da UFPE, membro associado do CRICC - Centre de Recherche Image,
Cultures et Cognition, Paris 1 - Pantheon Sorbonne; Pró-Reitora de Extensão da UFPE; Líder do
Grupo de Pesquisa em Design da Informação/CNPq desde 2001. solangecoutinho@globo.com
Article
O objetivo deste artigo é descrever um estudo sobre o ensino de tipografia para pessoas com deficiência visual. A pesquisa propõe o desenvolvimento de um material didático que tem como objetivo permitir que os deficientes visuais conheçam mais sobre a tipografia através do tato. O artigo apresenta os estudos feitos com os deficientes visuais para o desenvolvimento deste material. Os estudos demonstram que o kit Tipo Tátil pode auxiliarno ensino de tipografia a deficientes visuais.+++++The purpose of this article is to describe a study on the teaching of typography for visually impaired people. The research proposes the development of a didactic material that aims to enable the visually impaired to know more about typography through touch. The article presents the studies done with the visually impaired for the development of this material. The studies show that the ‘Tactile Type’ kit can aid in the teaching of typography to the visually impaired.
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