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Análise de Percepções e Ações de Cuidados Bucais Realizados por Equipes de Enfermagem em Unidades de Tratamento Intensivo

Authors:

Abstract and Figures

Objetivos: Buscando estabelecer um perfil da percepção e realização dos cuida-dos em saúde bucal prestados a pacientes internados em unidades de tratamento intensivo por equipes de enfermagem, realizou-se um estudo com entrevistas orientadas por um questionário. Métodos:A população de estudo foi constituída de profissionais de en-fermagem divididos em três categorias de formação: enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem que atuam em instituições hospitalares públicas e particulares prestando serviços em unidades de tratamento intensivo na cidade de Belém - PA. Resultados:A pesquisa desenvolvida neste trabalho retornou com resultados, os quais sugerem que os cuidados de higiene bucal realizados nos pacientes hospitaliza-dos em unidades de terapia intensiva são escassos e inadequados, sendo necessárias modificações nos cuidados dispensados atu-almente, especialmente no ambiente noso-cômial da equipe de atenção ao paciente. Conclusão: A presença de cirurgião dentista, a difusão dos conhecimentos de odontologia preventiva e o uso de recursos específicos de higiene bucal são medidas sugeridas como tentativas de solucionar as dificuldades apresentadas na manutenção da saúde bucal e no tratamento das doenças bucais, que afetam a saúde geral dos pa-cientes hospitalizados. A atuação interdis-ciplinar no atendimento a estes indivíduos é defendida visando à obtenção de uma melhor qualidade de vida prevenindo ou minimizando patologias orais presentes.
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Rev Bras Ter Intensiva. 2009; 21(1):38-44
Análise de percepções e ações de cuidados bucais
realizados por equipes de enfermagem em
unidades de tratamento intensivo
Perceptions and actions of oral care performed by nursing teams
in intensive care units
INTRODUÇÃO
As unidades de terapia intensiva (UTIs) foram criadas a partir da necessida-
de de atendimento do cliente cujo estado crítico exigia assistência e observação
contínua de médicos e enfermeiros e da necessidade de aperfeiçoamento e con-
centração de recursos materiais e humanos para o atendimento a pacientes graves,
mas tidos ainda como recuperáveis, e da necessidade de observação constante,
centralizando os pacientes em um núcleo especializado.(1)
Equipes interdisciplinares (profissionais de áreas afins entre si) e multidiscipli-
nares (em conjunto com profissionais de áreas especializadas fazem parte do dia a
dia destas unidades.
O paciente internado na UTI necessita de cuidados de excelência, dirigidos
não apenas para os problemas fisiopatológicos, mas também para as questões psi-
cossociais, ambientais e familiares que se tornam intimamente interligadas à doen-
ça física. A essência da multidisciplinaridade, profissionais de diferentes áreas atu-
ando sobre um mesmo paciente, em cuidados intensivos não está nos ambientes
Rodolfo José Gomes de Araújo1,
Layla Cristine Gomes de Oliveira2,
Leila Maués Oliveira Hanna3,
Adriano Maia Corrêa4, Liliane
Helena Vilar Carvalho5, Nair
Carolina Ferreira Alvares6
1. Mestre, Professor de Periodontia da
Universidade Federal do Pará - UFPA
Belém (PA), Brasil.
2. Pós-graduanda em Biologia dos
Agentes Infecciosos e Parasitários da
Universidade Federal do Pará e Professora
de Periodontia da Universidade Federal
do Pará - UFPA - Belém (PA), Brasil.
3. Pós-graduanda em Odontologia da
Universidade Federal do Pará - UFPA
-Belém (PA), Brasil.
4. Doutor, Professor de Periodontia da
Universidade Federal do Pará - UFPA
Belém (PA), Brasil.
5. Acadêmica do Curso de Graduação em
Odontologia do Centro Universitário do
Pará - CESUPA – Belém (PA), Brasil.
6. Acadêmica do Curso de Graduação em
Odontologia da Universidade Federal do
Pará - UFPA - Belém (PA), Brasil.
RESUMO
Objetivos: Buscando estabelecer um
perfil da percepção e realização dos cuida-
dos em saúde bucal prestados a pacientes
internados em unidades de tratamento
intensivo por equipes de enfermagem,
realizou-se um estudo com entrevistas
orientadas por um questionário.
Métodos: A população de estudo
foi constituída de profissionais de en-
fermagem divididos em três categorias
de formação: enfermeiros, técnicos de
enfermagem e auxiliares de enfermagem
que atuam em instituições hospitalares
públicas e particulares prestando serviços
em unidades de tratamento intensivo na
cidade de Belém - PA.
Resultados: A pesquisa desenvolvida
neste trabalho retornou com resultados, os
quais sugerem que os cuidados de higiene
bucal realizados nos pacientes hospitaliza-
dos em unidades de terapia intensiva o
escassos e inadequados, sendo necessárias
modificações nos cuidados dispensados atu-
almente, especialmente no ambiente noso-
cômial da equipe de atenção ao paciente.
Conclusão: A presença de cirurgião
dentista, a difusão dos conhecimentos de
odontologia preventiva e o uso de recursos
específicos de higiene bucal são medidas
sugeridas como tentativas de solucionar as
dificuldades apresentadas na manutenção
da saúde bucal e no tratamento das doen-
ças bucais, que afetam a saúde geral dos pa-
cientes hospitalizados. A atuação interdis-
ciplinar no atendimento a estes indivíduos
é defendida visando à obtenção de uma
melhor qualidade de vida prevenindo ou
minimizando patologias orais presentes.
Descritores: Equipe de assistência
ao paciente; Higiene bucal/enfermagem;
Unidades de terapia intensiva
Recebido da Universidade Federal do
Pará - UFPA – Belém (PA), Brasil.
Trabalho apresentado na 25ª Reunião
Anual da Sociedade Brasileira de
Pesquisa Odontológica, 2008, Águas de
Lindóia. [ Gomes de Araújo RJ, Gomes
de Oliveira LC Hanna LMO, Corrêa
AM. Análise de ações e percepções
sobre cuidados bucais realizados por
equipes de enfermagem em unidades de
tratamento intensivo. In: 25ª Reunião
Anual da Sociedade Brasileira de
Pesquisa Odontológica, 2008, Águas de
Lindóia. Brazilian Oral Research. São
Paulo, 2008. v. 22. p. 27-27].
Submetido em 26 de Junho de 2008
Aceito em 21 de Fevereiro de 2009
Autor para correspondência:
Rodolfo José Gomes de Araújo
Tv. Rui Barbosa 1533 / 302 - Nazaré
CEP: 66035-220 – Belém (PA), Brasil.
Fone: (91) 3225-3130 / (91) 8142-0444
E-mail: rodolfogomesaraujo@uol.com.br
ARTIGO ORIGINAL
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ou nos equipamentos especiais, mas no processo de tomada
de decisões, baseado na sólida compreensão das condições
fisiológicas, psicológicas do pacientes e novas terapias.
É essencial que pacientes de UTIs tenham cuidados de
higiene oral suficientes durante sua internação com o obje-
tivo de prevenir a instalação de patologias orais e possíveis
complicações de doenças bucais já existentes.(2)
Em pacientes hospitalizados, patógenos comumente
responsáveis pela pneumonia nosocomial são encontrados
colonizando placa dental e mucosa bucal destes pacientes.
Porém, boas técnicas de higiene bucal são capazes de pre-
venir o avanço da infecção da cavidade bucal para o trato
respiratório.(3)
Em aproximadamente 24 horas sem limpeza da cavida-
de oral é possível detectar clinicamente uma camada de pla-
ca dental. E a ausência ou a técnica de higiene bucal adotada
será intimamente ligada ao número e à espécie de microor-
ganismo encontrado na cavidade oral.(4)
Observou-se a rota de colonização traqueal no desenvol-
vimento da pneumonia associada à ventilação e constatou
que 80 de 100 pacientes tiveram colonização durante o pri-
meiro dia de ventilação endotraqueal. E a cavidade oral é a
primeira fonte de organismos patogênicos que causam esta
patologia.(5)
Vários estudos têm documentado que indivíduos hospi-
talizados tendem a apresentar higiene bucal deficiente, em
comparação com os pacientes ambulatoriais e os pacien-
tes controles da sociedade. Essa ausência de atenção com
a higiene bucal resulta no aumento da quantidade e com-
plexidade da placa dental, que pode favorecer a interação
bacteriana entre bactérias indígenas da placa e patógenos
respiratórios conhecidos, como Pseudomonas aeruginosa e
bacilos entéricos.(6)
Foram realizados estudos que avalia a prevalência de pa-
tógenos respiratórios colonizando a boca em um grupo de
pacientes internados em UTI, com uma atenção especial à
placa dental e à mucosa. Os autores observaram que 65% dos
pacientes examinados, a placa e a mucosa bucal apresentavam
patógenos respiratórios, entre eles Staphylococcus aureus, Pseu-
domonas aeruginosa e 10 gêneros de bacilos gram-negativos.
Esses pacientes apresentavam higiene oral deficiente, o que
pode, segundo o autor, influenciar na colonização da orofa-
ringe por microorganismos respiratórios e também há a hipó-
tese de que a flora normal da boca é alterada devido à algumas
enzimas que presentes na superfície da mucosa, deixando-a
mais favorável à aderência desses patógenos.(7)
Foram analisados os cuidados com a orofaringe 16 pa-
cientes internados em UTIs que faziam uso de ventilação
mecânica. Dados clínicos e demográficos eram registrados
a cada dia de internação através de coletas de microorganis-
mos com swabs, secreção traqueal e exames clínicos orais até
os aparelhos de ventilação fossem retirados. Sete pacientes
apresentaram xerostomia; dez lesões de lábios foram identi-
ficadas em nove pacientes; oito lesões de língua foram diag-
nosticadas em nove pacientes; e oito lesões de mucosa foram
registradas em nove pacientes. Quarenta e quatro por cento
dos pacientes demonstraram radiograficamente evidencias
consistentes com pneumonia. Microorganismos gram ne-
gativos foram evidenciados na orofaringe e na secreção tra-
queal simultaneamente. Embora a higiene da cavidade oral
seja considerada um procedimento com alto grau de dificul-
dade para ser realizado em pacientes entubados, sabe-se que
o mal estado da orofaringe pode ser relacionado com a aqui-
sição de organismos nosocomiais e a esta relação deveria ser
dada maior atenção. Portanto a análise sistemática e clinica
da orofaringe pode prevenir o surgimento e agravamento de
muitas infecções.(8)
O tratamento da orofaringe e a manutenção de uma hi-
giene favorável são procedimentos difíceis de serem realizados
em pacientes sob cuidados intensivos, principalmente naque-
les que fazem uso de ventilação mecânica devido ao difícil
acesso na cavidade oral.(9) O paciente intubado possui maiores
riscos de serem vitimas de colonizações de microorganismos,
pois a cavidade oral está em contato com outros instrumentais
como: fitas, afastadores bucais, tubos entre outros.(8) A função
do tubo oral endotraqueal é propiciar ventilação e proteção
para passagem de ar. A posição do tubo e de outros materiais
de suporte pode obstruir a visualização da cavidade oral e li-
mitar o acesso influenciando negativamente no processo de
higiene.(10) Desta forma, profissionais de enfermagem se sen-
tem relutantes a manipular o aparato necessário a respiração
do pacientes para realizar procedimentos de higiene. Por sua
vez, as fitas de fixação presentes muito próximas da cavidade
oral rapidamente se tornam fortemente contaminadas por
patógenos quando moléculas de saliva são manipuladas na
tentativa de realização de técnicas de higiene.(11)
Apesar da existência de importantes recursos como saliva
artificial, sugadores, antissépticos, escovas dentais elétricas e
raspadores de língua que podem ser utilizados para tratamen-
to oral em UTIs, estes raramente são usados. Dentre as razões
discutidas pela não utilização de tais ferramentas, a falta de
tempo disponível ou conhecimento do profissional responsá-
vel, e a falta de assistência de profissionais especializados em
saúde bucal dentro da UTI, são as mais relatadas.(12) Intera-
ções com técnicos de higiene dental poderiam aprimorar o
conhecimento e habilidade da equipe de enfermagem em
relação a cuidados orais.(1)
Higiene oral em UTIs é considerada um procedimento
básico, indispensável de enfermagem cujo objetivo é manter
a cavidade do pacientes saudável. Tais procedimentos são
40 Araújo RJG, Oliveira LCG, Hanna LMO,
Corrêa AM, Carvalho LHV, Alvares NCF
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necessários para: obter e manter limpeza; prevenir infecções
/ estomatites; manter a mucosa oral úmida; promover con-
forto ao paciente.(13,14)
Em estudos com enfermeiras, diretores de hospitais e
enfermeiras domiciliares, constataram vários conceitos in-
corretos sobre práticas de cuidados dentais em pacientes
hospitalizados. A falta de conhecimento sobre patologias
odontológicas foi considerada ampla, abrangendo inúme-
ros aspectos como o exame da cavidade oral. As dificuldades
de locomoção e outras limitações físicas dos pacientes o
encaradas como as maiores dificuldades ou impossibilidades
para o cuidado odontológico. Foi estimado que 48% dos
profissionais que participaram da pesquisa não tinham tido
acesso a esses conhecimentos e 30% da amostra demons-
trou que estes não eram assuntos prioritários em suas fun-
ções.(15) Foi verificado que 83% do corpo de enfermagem
não recebeu treinamentos básicos acerca de saúde oral. Os
pesquisadores atentam para a necessidade de melhoria da
qualidade dos cuidados orais de pacientes geriátricos e con-
cluem que treinamentos apropriados e a presença do den-
tista no ambiente hospitalar contribuem para o aperfeiçoa-
mento dos conhecimentos e para melhor desempenho da
enfermagem em relação à saúde bucal dos pacientes.(16)
O presente trabalho teve como objetivo avaliar as per-
cepções e ações da equipe de enfermagem, quanto aos cui-
dados de saúde bucal prestados aos pacientes internados em
unidades de tratamento intensivo durante o processo de hi-
gienização bucal diário ao qual têm sido submetidos.
MÉTODOS
Visando à obtenção de um perfil da percepção dos cui-
dados bucais por equipes de enfermagem, fez-se uma pes-
quisa com abordagem estatística de análise de dados, envol-
vendo como população alvo profissionais de enfermagem
que atuavam em UTIs de hospitais públicos e particulares
localizados na cidade de Belém - PA, durante o período de
junho a novembro de 2007. É lícito esclarecer que foram
consideradas instituições destinadas a pacientes adultos com
o mínimo de oito leitos disponíveis para utilização.
Optou-se por não dividirem grupos distintos que a
comparação entre hospitais públicos e particulares não ca-
racterizava objetivo do trabalho e a divisão entre grupos
comprometeria a exatidão e a coerência dos resultados.
Após submissão e registro da aprovação do comitê de
ética em pesquisa em seres humanos do centro de ciências
da saúde da Universidade Federal do Pará, a pesquisa foi,
então, desenvolvida por meio de entrevista realizada por
único entrevistador, cirurgião-dentista, utilizando questio-
nário estruturado.
Foram entrevistados profissionais de enfermagem, de
ambos os sexos, sem limites quanto idade, que atuavam em
23 unidades de tratamento intensivo pertencentes a 12 ins-
tituições públicas e privadas de saúde em Belém, capital do
estado do Pará.
O questionário foi formulado com 18 questões de múl-
tipla escolha. Este número foi determinado procurando-
se fazer menção aos assuntos mais significativos uma vez
que os profissionais estariam em seu horário de trabalho e
não disponibilizariam muito tempo para responder ao do-
cumento em questão. O tempo médio das entrevistas foi
cronometrado previamente e registrou-se que aproximada-
mente quatro minutos e trinta segundos seriam necessários
para a participação de cada membro escolhido.
A primeira parte do questionário, representada pelas
questões de 01 a 07, teve como objetivo avaliar o perfil do
corpo de enfermagem entrevistado quanto à categoria pro-
fissional, faixa etária, gênero, rendimentos, tipo de institui-
ção em que trabalha e formação do profissional.
As questões seguintes, de 8 a 11, fizeram referência à
participação em equipe multidisciplinar, ao contato ou não
com um cirurgião dentista e ao nível de conhecimento da
equipe de enfermagem no que diz respeito à odontologia e
sua relação com a saúde geral do indivíduo.
Foram avaliados, a partir da questão 12 a 17, os conhe-
cimentos e os cuidados que são realizados rotineiramente no
ambiente das UTIs ou orientados aos pacientes durante a per-
manência no hospital. Finalmente, avaliamos com a questão
18 o nível de interesse pelo corpo de enfermagem em receber
orientações sobre saúde bucal e aplicá-las clinicamente.
Para a aplicação do questionário, o entrevistador visi-
tou as instituições hospitalares portando uma carta elabo-
rada pelo orientador do projeto de pesquisa, propondo-se
a demonstrar os objetivos do estudo. Após divulgação do
parecer positivo da diretoria do hospital registrando a au-
torização para a realização das entrevistas, os questionários
eram entregues individualmente aos membros da equipe de
enfermagem. Aguardava-se que o profissional respondesse
às questões e as eventuais dúvidas eram solucionadas pelo
entrevistador, assegurando respostas conscientes e seguras
dos entrevistados. Importante mencionar que as visitas aos
hospitais ocorreram em todos os turnos (manhã, tarde e
noite), seguindo escalas de trabalho estabelecidas por cada
instituição hospitalar. Retornos às instituições eram neces-
sários quando se notava que não estavam presentes todos os
profissionais em atividade naquele período, objetivando-se
abordar as equipes de enfermagem em sua totalidade. Pro-
fissionais que estavam em períodos de férias ou em uso de
licenças profissionais não constaram em nossos relatórios
como parte do público-alvo do estudo. Os entrevistados
Análise de percepções e ações de cuidados bucais 41
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foram orientados e informados, por meio do termo de con-
sentimento livre e esclarecido, quanto à não-obrigatorieda-
de de sua participação, assim como quanto à garantia de
sigilo absoluto em relação a sua identidade e nome do local
de trabalho em que atuavam.
RESULTADOS
Foram realizadas 402 entrevistas com membros da equi-
pe de enfermagem, sendo 73 enfermeiros, 284 técnicos e 45
auxiliares de enfermagem. As respostas foram tabuladas e
submetidas à análise estatística conforme descrevemos abai-
xo. Verificamos que, em todas as categorias, a maioria dos
profissionais atua em equipes interdisciplinares conforme as-
sinala a tabela 1.
Com relação à presença de um cirurgião dentista efetivo
na equipe interdisciplinar que quase a totalidade dos entre-
vistados respondeu que as equipes das quais faziam parte não
dispunham de cirurgião-dentista. E, ainda, 86% dos entre-
vistados consideram necessária a presença deste profissional
na equipe, que poderia atuar, assim, nos casos onde houvesse
envolvimento odontológico.
No que diz respeito ao conhecimento da relação saúde-
bucal/saúde-geral, 99% dos entrevistados concordaram com
a afirmativa de que uma infecção na boca pode fazer com
que a saúde do resto do corpo seja prejudicada. Além dis-
so, 99,2% dos entrevistados acreditam que a higienização da
boca é importante durante a estada no hospital.
Podemos observar que a realização do exame da cavidade
bucal e/ou orientação para procurar um profissional da odon-
tologia para realizá-lo não é executada de acordo com as res-
postas fornecidas por 37% dos profissionais. Para um grupo,
que representa um percentual de aproximadamente 63% dos
entrevistados, o exame oral e/ou orientação é realizado.
Os profissionais entrevistados também responderam à
questões em relação ao fato de realizarem e orientarem seus
pacientes segundo os seguintes procedimentos: escovação
dental normal (sem auxílio de pessoas ou recursos especiais);
uso de cuba para escovação no leito. Verificou-se que 58% dos
entrevistados afirmaram realizar e/ou orientar seus pacientes
em relação a escovação dental normal. Quando solicitado aos
entrevistados, em questão aberta, que nomeassem a marca de
colutórios mais utilizada, obtivemos o índice de 100,00% de
resposta para cloreto de cetilpiridínio.
Recursos sob a forma de gel, spray, creme dental, enxa-
guatório e até chicletes, que atuam sobre os tecidos bucais
suavizando os efeitos da boca seca, são pouco divulgados na
classe de enfermagem: aproximadamente 90% dos entrevis-
tados relatam nunca terem ouvido falar desses produtos e,
quanto ao uso em hospitais, nenhum deles narrou alguma
experiência isolada de contato com esses recursos.
Avaliando o conhecimento dos profissionais de enferma-
gem a respeito de diversos temas odontológicos, aproximada-
mente 30% dos entrevistados responderam que têm conhe-
cimento sobre técnicas de escovação dentária. Aproximada-
mente 76% afirmam reconhecer os aspectos normais da cavi-
dade bucal e quando o assunto é as doenças mais comuns da
cavidade bucal, como rie dental, gengivite, periodontite e
candidíase, 29% desconhecem. Dentre os entrevistados, 30%
julgam saber sobre higienização das próteses e interrupção do
uso destas e 29% afirmam ter conhecimentos sobre higiene
das mucosas. Quanto à limpeza da língua, aproximadamente
40% dizem conhecer bem o assunto e afirmam sua capacida-
de em orientar os pacientes, caso sejam questionados.
Foi questionada a realização de treinamentos específi-
cos sobre higiene bucal durante a formação profissional dos
membros da equipe de enfermagem. Observamos que apro-
ximadamente 42% dos profissionais receberam algum certo
conhecimento a respeito do assunto.
Em todas as categorias a classificação quanto à eficácia do
treinamento realizado é apontada como insuficiente por 74%
da amostra. O interesse por conhecimentos sobre saúde bucal
foi de 98%.
DISCUSSÃO
No que diz respeito ao cuidado direto do paciente, a maio-
ria dos estabelecimentos conta, em seu quadro de profissio-
nais, com médicos em diversas especialidades, enfermeiros,
técnicos e auxiliares de enfermagem. Outros profissionais são
encontrados em menor freqüência, tais como fisioterapeutas,
Tabela 1 - Você atua em equipe multi/interdisciplinar?
Sim Não Total
Frequência % Frequência % Frequência %
Enfermeira 72 17,9 1 0,2 73 18,2
Técnico de enfermagem 277 68,9 7 1,7 284 70,6
Auxiliar de enfermagem 45 11,2 0 0,0 45 11,2
Total 394 98,0 8 2,0 402 100,0
42 Araújo RJG, Oliveira LCG, Hanna LMO,
Corrêa AM, Carvalho LHV, Alvares NCF
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nutricionistas e psicólogos.
A partir do questionamento da presença de um cirurgião-
dentista efetivo, que seria o responsável direto por casos rela-
tivos ao envolvimento odontológico consideramos, primei-
ramente, que os hospitais deveriam rever seus conceitos de
equipe interdisciplinar, para que o ingresso de um cirurgião-
dentista no ambiente hospitalar possa ser justificado.(1,2)
Podemos notar, por meio da análise estatística deste tra-
balho, que, mesmo não tendo suas atenções voltadas para a
prevenção e cuidados de higiene bucal, quando ressalta que
os cirurgiões dentistas, de certa forma, com o conhecimento
das enfermeiras.(17) A presença de um cirurgião-dentista nas
equipes hospitalares é necessária para 86% dos entrevistados
que reconhecem que o dentista poderia atuar nos casos onde
houvesse envolvimento odontológico. A literatura sobre a
odontologia na prática interdisciplinar, especificamente em
UTIs, é recente no Brasil, havendo poucas menções de den-
tistas atuando nesse setor antes da década de 90, em contra-
dição com muitos outros países. Entretanto, em virtude do
crescimento do mero de pesquisas científicas no ramo da
odontologia relacionando alterações bucais com tantas outras
alterações orgânicas, ocorre um concomitante aumento de
interesse pela chamada “odontologia hospitalar”.
Durante as visitas que foram realizadas nas UTIs, obser-
vou-se que alguns pacientes podem não necessitar do uso de
ventilação mecânica e estarem aptos a realizar seus próprios
cuidados de higiene básica, requerendo ajuda por parte da
enfermagem É importante avaliar, portanto, o grau de inde-
pendência dos pacientes, pois o autocuidado deve ser esti-
mulado e a independência do paciente encorajada, não com
o intuito de se reduzir as obrigações da enfermagem, mas de
estimular a recuperação do paciente. Ressalta-se a importân-
cia da verificação do uso de próteses, as quais no momen-
to da internação e identificação o estão sendo utilizadas.
Nesses casos, recomenda-se que sejam mantidas em copos
etiquetados. Os dados obtidos nesta pesquisa demonstraram
que aproximadamente 100% dos pacientes não utilizam suas
próteses, ainda que não necessitem de ventilação mecânica.(18)
Na maioria dos casos verificou-se que as próteses eram entre-
gues a família ou acompanhantes no momento da internação
nas emergências e UTIs devido aos procedimentos de emer-
gência, contrariando pesquisadores que chamaram a atenção
para a importância do uso destes utensílios sempre que possí-
vel no ambiente hospitalar para prevenção de uma variedade
de alterações que podem ser provocadas, como modificações
na mucosa, diminuição da dimensão vertical de oclusão e re-
absorção de osso alveolar.
O paciente deverá ter uma higiene bucal adequada mes-
mo na ausência de dentes. Os autores sugerem massagens
para fortalecer as gengivas e a lavagem das próteses para re-
moção dos detritos alimentares que podem ferir o paciente e
incomodá-lo. Acrescenta-se, ainda, que seja de responsabili-
dade da enfermeira a observação do estado bucal do paciente,
constatando se ele usa próteses, se pode alimentar-se sozinho
e se tem capacidade mastigatória.(14) Os dados obtidos nesta
pesquisa auxiliarão a avaliação sobre a importância do profis-
sional de odontologia no ambiente das UTIs. A formação de
suas perguntas foi direcionada para o conhecimento das opi-
niões dos profissionais de enfermagem sobre sua capacidade
em realizar procedimentos de higiene oral em seus pacientes
da importância de um odontólogo que os orientasse ou rea-
lizasse tais práticas.
As orientações sobre os cuidados bucais deverão ser ade-
quadas às habilidades motoras e capacidade cognitiva do
paciente. Desse modo, os propósitos preventivos devem ser
compreendidos pelo paciente e por seu grupo de apoio (fami-
liares e/ou enfermagem). Muitas vezes, causas físicas ou men-
tais impedem uma higiene bucal satisfatória, sendo necessá-
rio o auxílio de alguém devidamente treinado. Um guia que
pode também ser sugerido à equipe de enfermagem sobre a
relação entre a necessidade de procedimentos adequados de
higiene bucal e diferentes níveis de dependência dos pacientes
encontra-se no quadro 1.
A prevenção e a promoção de saúde bucal em UTI é des-
tacada por meio de protocolos elaborados de acordo com as
necessidades individuais dos pacientes internados em UTIs,
recomendando a remoção mecânica da placa nos indivíduos
dentados utilizando, para esse fim, escovas dentais correta-
mente indicadas. Porém nenhuma das equipes observadas
obedecia algum tipo de protocolo individual referente à hi-
Quadro 1 – Procedimentos adequados de higiene oral e nível de dependência
Paciente
independente
Paciente que pode deambular Deslocar-se até uma pia e realizar a própria higiene
Estimular e orientar quanto às técnicas corretas
Paciente
Parcialmente
dependente
Pacientes que não podem se deslocar Oferecer uma cuba para higiene no leito
Pacientes com dificuldades motoras Recursos auxiliares como escovas com cabo adaptado, escovas elé-
tricas...
Paciente dependente Pacientes com impossibilidades motoras Higiene realizada por um cuidador ou pela enfermagem com esco-
vas comuns ou escovas elétricas
Paciente intubado Escovação e higiene com gaze e anti-séptico do tipo clorexidina 0,12%
Análise de percepções e ações de cuidados bucais 43
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gienização bucal. O mesmo procedimento era realizado para
todos os pacientes. Raramente, escovas dentais eram usadas
pelos próprios indivíduos, os quais se encontravam totalmen-
te independentes de cuidados especiais, sem orientação ou
incentivo de membros da equipe que os assistia.(19-21)
Com base em nossa pesquisa foi possível perceber que a
equipe de enfermagem responsável pelos cuidados de higiene
dos pacientes hospitalizados recebeu poucas informações a res-
peito dos métodos de controle de placa responsáveis pela ori-
gem das principais patologias bucais e que, ainda, desconhece
vários recursos de higiene bucal que poderiam ser utilizados
no ambiente hospitalar com significativas melhorias na ma-
nutenção e recuperação da saúde bucal desses indivíduos.(14-16)
Quanto à freqüência com que são realizados os cuidados espe-
cíficos de higiene bucal, são variadas as opiniões encontradas
por diferentes autores pesquisados.(1,3,14) A escovação utilizando
escova e pasta dental deve ser preconizada como cuidado básico
essencial, para que possa ser estendida a todos os pacientes que
precisam receber esse tipo de atenção. Observamos que proce-
dimentos de higiene bucal eram realizados apenas duas vezes ao
dia, nas UTIs escolhidas para nosso estudo, coincidindo com o
horário do banho pouco antes de iniciar o intervalo de tempo
destinado às visitas da família e acompanhantes.
Alguns autores afirmam que a melhor prevenção é a remo-
ção mecânica da placa pela escovação, pelo uso do fio dental e
por outros meios de higiene. São descritas na literatura diver-
sas técnicas de escovação dentária e, se compararmos o efeito
da limpeza dentária, nenhum método mostra-se superior a
outro, como descreve.(4,5,7) Estes autores afirmam que a dis-
posição e a capacidade do paciente, bem como os resultados
obtidos, independentemente da técnica de escovação utiliza-
da, são fatores mais importantes do que a seleção do método
de escovação dentária. Em 100% das UTIs visitadas a única
técnica de higienização bucal utilizada por equipes de enfer-
magem era com o uso de bastões envoltos por gaze embebida
em cloreto de cetilpiridínio. Nossa pesquisa reconheceu que,
de fato a higienização com escova para pacientes total ou par-
cialmente dependentes exige maiores habilidades e consome
maior espaço de tempo. Esta parece ser uma das razões para
a aplicação dos cuidados que vêm acontecendo nos hospitais
visitados. Recomenda-se que os cuidados efetuados em UTIs
sejam revistos, em benefício dos pacientes.
CONCLUSÃO
Com base nos resultados obtidos, chegou-se a algumas
conclusões:
Para manter a saúde oral em níveis satisfatórios, são ne-
cessárias modificações nos cuidados dispensados, atualmen-
te, no ambiente hospitalar pelas equipes de enfermagem;
As equipes de enfermagem estudadas pouco conhecem
a respeito dos métodos de controle de placa responsável pe-
las principais patologias bucais e dos diversos produtos que
podem ser utilizados na higiene bucal;
Os recursos disponíveis nos hospitais visitados são escassos
e impróprios, impossibilitando a manutenção da saúde oral e
dificultando o controle de infecções bucais já instaladas;
De acordo com as respostas recebidas, os profissionais
entrevistados não receberam formação adequada para reali-
zar procedimentos de cuidados bucais. Dessa forma, sugeri-
mos que os currículos de enfermagem sejam revistos e que
os conhecimentos em odontologia preventiva sejam mais
bem difundidos nessa classe de profissionais;
A presença de um cirurgião-dentista é sugerida como
uma tentativa de solucionar as dificuldades apresentadas na
manutenção da saúde oral e no tratamento de doenças bu-
cais que afetam a saúde geral dos indivíduos hospitalizados
em UTIs;
A interdisciplinaridade, no atendimento em UTIs, deve-
ria contemplar a presença de cirurgiões-dentistas integrados
aos princípios das equipes envolvidas. Os conhecimentos
difundidos no ambiente hospitalar seriam proveitosos, in-
clusive após a alta hospitalar, visando à obtenção da quali-
dade de vida para estes pacientes.
ABSTRACT
Objectives: A study was carried out, by means of a ques-
tionnaire for guided interviews seeking to establish a profile of
perceptions and oral care given by ICU nursing team to patients
in intensive care units.
Methods: e target population consisted of nursing prac-
titioners divided in three education categories: nurses, nursing
technicians and auxiliary nurses working at public and private
hospital institutions providing for intensive care unit patients
in Belem-PA. Dentistry experience has developed in this field
reporting scientific findings and practical applications on pre-
vention and reestablishment of the oral health in question.
Results: is survey disclosed results suggesting that oral
hygiene care given to intensive care units patients is insufficient
and inadequate requiring changes be made in the care now pro-
vided in the nosocomial environment by the nursing team.
Conclusion: Presence of a dentist, knowledge of preventive
dentistry, dissemination and use of oral hygiene specific resources
are means suggested in an attempt to resolve difficulties found in
oral health maintenance and treatment of oral diseases that affect
the general health of hospitalized individuals. Interdisciplinary
action for these individuals is advocated to achieve a better quality
of life by preventing or minimizing oral pathologies.
Keywords: Patient care team; Oral hygiene/nursing; Inten-
sive care units
44 Araújo RJG, Oliveira LCG, Hanna LMO,
Corrêa AM, Carvalho LHV, Alvares NCF
Rev Bras Ter Intensiva. 2009; 21(1):38-44
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... É consenso entre os autores revisados, que o cirurgião-dentista não faz parte das equipes intensivistas, mas se faz necessária a sua integração em benefício do paciente crítico (MORAIS et al., 2006;(ARAÚJO;VINAGRE;SAMPAIO, 2009;ARAÚJO et al., 2009). Neste estudo, 93% dos entrevistados estavam inseridos nas equipes multi/interdisciplinares em UTI, mas nenhuma destas equipes possuía um cirurgião dentista. ...
... Estes achados corroboram com os de outros autores que obtiveram concordância de 99% e 80% respectivamente. (ARAÚJO et al., 2009;CHAN;NG, 2011). Divergindo de outra pesquisa, na qual 100% dos profissionais relacionaram higiene bucal apenas com possíveis complicações na cavidade bucal. ...
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Objetivo: A higiene bucal adequada pode, efetivamente,minimizar as complicações locais e sistêmicas dos pacientes internadosem unidade de terapia intensiva (UTI). O objetivo deste estudo foi avaliaro conhecimento da saúde bucal e as técnicas de higienização bucaladotadas pelas equipes de saúde de UTI, bem como o grau de motivaçãoe a prioridade de inserção do cirurgião-dentista nesta equipe. Métodos:Estudo transversal realizado com a aplicação de um questionário em 64profissionais de saúde inseridos nas UTIs da cidade de Ilhéus-BA noperíodo de março a julho de 2011. Resultados: Verificou-se,principalmente, que 93% dos entrevistados não receberam orientação deum cirurgião-dentista sobre como realizar a higienização oral nospacientes internados em UTIs e que 84% admitiram ser necessária apresença deste profissional na equipe intensivista. Conclusão: As equipesde terapia intensiva necessitam de uma melhor capacitação sobre higienebucal. É imprescindível a integração entre o cirurgião dentista e a equipemultiprofissional da UTI, a fim de promover avanços qualitativos nareabilitação do paciente.
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Introdução: A odontologia hospitalar é uma especialidade que trata alterações bucais e realiza cuidados em pacientes hospitalizados. A assistência odontológica em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) tem a finalidade de evitar infecções bucais, que podem prejudicar na melhora dos pacientes críticos. A educação em saúde bucal ainda se implementa de forma reduzida e pouco valorizada, ainda assim é designada a equipe de enfermagem, a função de realizar o protocolo de higiene oral dos pacientes hospitalizados. Objetivo: este estudo visa avaliar o conhecimento sobre Odontologia Hospitalar dos acadêmicos dos cursos de graduação em Odontologia, Enfermagem e Medicina das instituições do Distrito Federal. Metodologia: Foi aplicado por meio de entrevista um questionário adaptado aos acadêmicos do último ano dos cursos mencionados com a utilização da ferramenta Google Forms e os dados foram submetidos à análise estatística. Resultado: A amostra foi composta por 195 participantes, com predomínio do sexo feminino 78,5%. Com relação ao conhecimento sobre a função de executar os protocolos de higiene oral em pacientes internados, apenas 16,9% responderam o técnico de enfermagem, e 52,8% dos participantes relataram não ter conhecimento sobre Odontologia Hospitalar (OH). Conclusão: Os achados demonstraram que os estudantes apresentam dúvidas sobre a aspectos relacionados a OH sendo necessária a implementação na grade curricular dos acadêmicos dos cursos de saúde o conhecimento sobre a saúde bucal dos pacientes hospitalizados e a importância do cirurgião-dentista na equipe multidisciplinar em UTIs.
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Objetivo: sumarizar o conhecimento sobre as barreiras para a prática da higiene bucal em unidades de terapia intensiva. Método: trata-se de uma revisão integrativa realizada em 2023, a partir da questão norteadora: "Quais as barreiras para a prática da higiene bucal em unidade de terapia intensiva?’’. Foram realizadas buscas em bases de dados e biblioteca virtual: Scientific Electronic Library Online (ScieLo), Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), MEDLINE via Pubmed, Scopus, Web of Science e Science Direct. Os artigos foram analisados independentemente por dois avaliadores na plataforma Rayyan. A amostra final foi composta por 21 artigos. Resultados: identificaram-se nove problemas relacionados às barreiras para a prática da higiene bucal na unidade de terapia intensiva: escassez de materiais; escassez de recursos humanos; falta de formação adequada/educação continuada; não priorização do cuidado (cuidado secundário); ausência de protocolos institucionais; tarefa difícil e desagradável; falta de prescrição de Enfermagem e registros em prontuários; muitas atribuições profissionais e obstrução mecânica pelo tubo endotraqueal. Conclusão: conclui-se que a higienização bucal perpassa, principalmente, pelas mãos da equipe de Enfermagem, que é diretamente influenciada por diversos contextos. Urge a necessidade de educação continuada com treinamentos práticos para a equipe de Enfermagem.
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O atendimento odontológico nas Unidades de Terapias Intensivas – UTI´s – ainda não é uma realidade em todos os hospitais, embora seja comprovada sua eficácia na prevenção de infecções bucais e na forma como esse atendimento pode interferir na evolução das doenças dos pacientes acamados, podendo inclusive, agilizar a recuperação do paciente e assim diminuir o tempo de internação, uma vez que o profissional da área tem todos os conhecimentos para agir em cada situação diferenciada. Utilizando um estudo de caráter bibliográfico por meio de livros, revistas, sites e outros artigos, realizou-se uma pesquisa com o objetivo de mostrar quão valiosa é a participação do cirurgião dentista na equipe multiprofissional hospitalar e o quanto ele faz a diferença nessa equipe. Através desse profissional é que um levantamento das condições do paciente é feito e, com essas informações, ele é quem orienta a equipe de enfermagem e técnicos da saúde bucal para que a higienização bucal seja feita adequadamente. A partir desse levantamento é possível aplicar um protocolo de higienização bucal personalizado conforme cada caso e assim não só combater as doenças pré-existentes, mas também as prevenir.
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Objetivo: Este trabalho objetivou investigar as manifestações bucais apresentadas por pacientes internados em UTI, visando compreender a prevalência, os tipos de lesões, fatores de risco associados e possíveis intervenções preventivas e terapêuticas. Metodologia: A revisão de literatura foi conduzida por meio de pesquisa bibliográfica em bases de dados como PubMed e Lilacs, utilizando descritores cadastrados no DeCS como "Cavidade oral", "Equipe Hospitalar de Odontologia" e "Unidade de Terapia Intensiva", com filtros de 2014 a 2024. Adotou-se critérios de inclusão para estudos em português e inglês que abordassem manifestações orais em UTIs, excluindo-se pesquisas in vitro e não relacionadas ao tema. A metodologia envolveu a seleção, coleta e análise analítica dos dados para sintetizar as informações relevantes ao tema investigado. Resultados: Inicialmente, foram encontrados 4 artigos. No entanto, 1 desses artigos foi excluído, pois não se enquadrava dentro do tema estabelecido. Os outros 3 artigos foram selecionados para a análise detalhada. Além disso, a partir das referências citadas nesses 3 artigos, foram encontrados e incluídos outros estudos relevantes que contribuíram significativamente para a fundamentação teórica do trabalho. A análise dos estudos revelou uma alta prevalência de manifestações orais, incluindo biofilme dental, gengivite, xerostomia e candidíase oral, e os possíveis fatores de risco associados a essas complicações incluem ventilação mecânica, uso prolongado de antibióticos e falta de higiene oral adequada. A presença de herpes vírus na orofaringe foi associada a prognósticos desfavoráveis para pneumonia associada à ventilação mecânica. A revisão destaca a importância da integração da assistência odontológica como parte essencial do cuidado multidisciplinar em UTIs, visando prevenir complicações respiratórias e melhorar os resultados clínicos. Conclusão: A implementação de práticas de higiene oral regulares demonstrou reduzir significativamente a incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica e o tempo de internação. Este estudo ressalta a necessidade de políticas hospitalares que incorporem rotinas de cuidados bucais efetivas e enfatiza o papel central do cirurgião-dentista na promoção da saúde bucal e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes internados em UTIs. DESCRITORES: Cavidade oral, Equipe Hospitalar de Odontologia, Unidade de Terapia Intensiva.
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O atendimento odontológico nas Unidades de Terapias Intensivas – UTI´s – ainda não é uma realidade em todos os hospitais, embora seja comprovada sua eficácia na prevenção de infecções bucais e na forma como esse atendimento pode interferir na evolução das doenças dos pacientes acamados, podendo inclusive, agilizar a recuperação do paciente e assim diminuir o tempo de internação, uma vez que o profissional da área tem todos os conhecimentos para agir em cada situação diferenciada. Utilizando um estudo de caráter bibliográfico por meio de livros, revistas, sites e outros artigos, realizou-se uma pesquisa com o objetivo de mostrar quão valiosa é a participação do cirurgião dentista na equipe multiprofissional hospitalar e o quanto ele faz a diferença nessa equipe. Através desse profissional é que um levantamento das condições do paciente é feito e, com essas informações, ele é quem orienta a equipe de enfermagem e técnicos da saúde bucal para que a higienização bucal seja feita adequadamente. A partir desse levantamento é possível aplicar um protocolo de higienização bucal personalizado conforme cada caso e assim não só combater as doenças pré-existentes, mas também as prevenir.
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Avaliar a condição de saúde bucal e as necessidades de intervenção odontológica de pacientes internados deveriam ser preocupações constantes da equipe de saúde hospitalar, já que uma infecção oral pode causar uma série de complicações na saúde geral de indivíduos debilitados sistemicamente e a saúde bucal desse paciente é muito importante para a sua recuperação. Objetivo: o presente estudo teve como objetivo avaliar as práticas e conhecimentos da equipe hospitalar em relação aos cuidados com a higiene bucal dos pacientes internados. Métodos: trata-se de um estudo descritivo e exploratório, aplicado em forma de questionários auto-aplicáveis de forma on-line e presencial, realizado no segundo semestre do ano de 2020, com perguntas sobre o conhecimento e cuidados da equipe hospitalar em relação à saúde bucal de pacientes internados, onde participaram 76 profissionais da saúde, enfermeiros (as) e técnicos (as) de enfermagem que trabalham e lidam diretamente com pacientes internados e em UTIs no Hospital de Clínicas em Passo Fundo – RS. Resultados: os resultados demonstram que os profissionais, enfermeiros e técnicos de enfermagem, consideram as práticas de higienização bucal importantes nos pacientes internados, mas que muitas vezes não são realizadas da maneira correta. Conclusão: ao final deste estudo podemos concluir que a saúde bucal é fundamental para a qualidade de vida e saúde geral de pacientes internados. É preciso analizar o paciente de um modo geral, sem separar a boca do restante do corpo, considerando que, as infecções bucais são grandes fontes de agravamento de doenças sistêmicas.
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Introdução: O cuidado com o paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva abrange variadas esferas, incluindo a da higiene oral, frequentemente praticada por profissionais da equipe de enfermagem. Estes pacientes são constantemente expostos a fatores de risco que podem levar a complicações sistêmicas, como a pneumonia associada à ventilação mecânica. A execução diária da higienização oral contribui para a redução de patógenos da cavidade oral, trazendo segurança ao paciente. Sua prática adequada demanda conhecimento e padronização, e, para tanto, protocolos e treinamentos eficazes são necessários. Métodos: Foi realizado estudo diagnóstico situacional de caráter observacional, descritivo e transversal, com aplicação de questionário a equipe de enfermagem das Unidades de Terapia Intensiva de um hospital público de cardiologia do Estado de São Paulo. Resultados: Foram obtidos 103 questionários respondidos, sendo 49 técnicos de enfermagem, 29 enfermeiros, 20 auxiliares de enfermagem e 5 enfermeiros residentes. Do total de participantes, 39,8% afirmaram não realizar a higienização do tubo orotraqueal e 58,3% não recebeu treinamento em higienização oral. A consideração de que a higienização oral é adequada foi de 73,8% e demonstrou-se independente estatisticamente de fatores como a higienização do tubo orotraqueal, e recebimento de treinamento. Conclusão: O papel da equipe de enfermagem é essencial para a sistematização da prática da higiene oral, colaborando para a prevenção de infecções. A presença de protocolo sistematizado e treinamentos eficazes favorecem as boas práticas assistenciais e beneficia o tratamento do paciente. O cirurgiãodentista inserido na equipe multidisciplinar possibilita enriquecimento para o atendimento do paciente crítico.
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Objective: To evaluate the prevalence and clinical aspects of oral candidiasis in patients hospitalised in the intensive care unit. Methods: This is a longitudinal and prospective study that included 48 participants hospitalised in the intensive care unit. Sociodemographic data, presence of systemic disorders, use of medications, laboratory tests, cause of hospital admission, type of breathing, and length of hospital stay were obtained from medical records. Oral clinical inspection and cytopathological examinations were performed on all participants. The diagnosis of clinical candidiasis was based on the presence of clinical alterations together with positive cytopathological examination results. The diagnosis of subclinical candidiasis was based on the absence of clinical lesions and a positive cytopathological examination. The absence of oral candidiasis was considered when the participant did not present oral lesions and had a negative cytopathological examination. Results: Clinical candidiasis was present in 18.8% of the 48 participants, and 45.8% of them had the subclinical form. Levels of urea (P = 0.005), creatinine (P = 0.009), haemoglobin (P = 0.009), haematocrit (P = 0.011), bands (P = 0.024), international normalised ratio (INR; P = 0.034), types of breathing (P = 0.017), length of hospital stay (P = 0.037), and outcome (P = 0.014) demonstrated statistically significant differences between the groups with and without oral candidiasis. Conclusions: Clinical and subclinical forms of oral candidiasis are frequent in intensive care unit patients. Levels of urea, creatinine, haemoglobin, haematocrit, bands, INR, type of breathing, length of hospital stay, and outcome can be associated with the presence of candidiasis.
Book
Neste livro intitulado “Contribuições científicas em Odontologia – Vol. II”, você encontrará temas relevantes para a sua prática clínica, que superam os limites do conhecimento técnico tradicional, oportunizando reflexões sobre os avanços nas pesquisas científicas odontológicas, com uma gama de estudos desenvolvidos por profissionais e acadêmicos de diversas regiões do Brasil. A partir de revisões da literatura e estudos observacionais descritivos, como relatos de caso, os autores abordam temas relevantes para a prática clínica como o uso de tecnologias na saúde e procedimentos complementares, estratégias para o diagnóstico e reabilitação oral, o manejo odontológico de pacientes sistemicamente comprometidos e das doenças odontológicas mais prevalentes, além do impacto da pandemia da COVID-19 na saúde bucal e na biossegurança. Espero que os textos científicos aqui apresentados intensifiquem a construção de novos conhecimentos, ajudem a aprimorar a prática clínica e contribuam com o ensino da Odontologia. Que você aproveite ao máximo a experiência desta leitura!
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JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Em unidade de terapia intensiva (UTI), a pneumonia nosocomial é responsável por altas taxas de morbidade, mortalidade e aumento expressivo dos custos hospitalares, sendo que seu estabelecimento se dá mais comumente pela aspiração do conteúdo presente na boca e faringe. O objetivo deste estudo foi buscar dados na literatura sobre a participação da condição bucal no estabelecimento da pneumonia nosocomial. CONTEÚDO: A higiene bucal deficiente é comum em pacientes internados em UTI, o que propicia a colonização do biofilme bucal por microrganismos patogênicos, especialmente por patógenos respiratórios. Os estudos mostram claramente que a quantidade de biofilme bucal em pacientes de UTI aumenta com o tempo de internação, paralelamente também ocorre aumento de patógenos respiratórios que colonizam o biofilme bucal, sendo esse um reservatório importante de patógenos. CONCLUSÕES: Apesar de hipóteses bem fundamentadas que estreitam as relações entre infecções pulmonares e a condição bucal, os estudos ainda não estão completamente definidos. Diante de fortes possibilidades de que estas hipóteses sejam verdadeiras, se faz necessário à aquisição e manutenção da saúde bucal, além de maior integração da Odontologia e da Medicina, visando o tratamento global dos pacientes, a prevenção de doenças e maior humanização dos pacientes internados em UTI.
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Research has shown that oral care involving toothbrushes and topical antimicrobials improves the oral health of medically compromised patients and may reduce the incidence of nosocomial infections including pneumonia. This survey research was undertaken to determine the type and frequency of oral care in intensive care units (ICUs) in the United States and the attitudes, beliefs, and knowledge of health care workers.MethodsA randomly selected survey of 102 ICUs within the continental United States participated with 556 respondents; 97% of respondents were registered nurses.MeasurementsFrequency and type of oral care provided, attitudes and beliefs, and knowledge and training in oral care were measured.ResultsNinety-two percent of respondents perceived oral care to be a high priority. The primary methods of oral care involved the use of foam swabs, moisturizers, and mouthwash. Toothbrushes and toothpaste were used infrequently by almost 80% of respondents. The majority of nurses indicated a need for research-proven oral care standards and desired to learn more.Conclusions In this random sample of ICUs, oral care methods were not consistent with current research and oral care protocols. The translation of oral care research into practice in the ICU may improve the quality of care and decrease the incidence of ventilator-associated pneumonia.
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A survey of nurses, director-supervisors, and nursing home health aides who provide home care in Iowa showed that many misconceptions exist about what constitutes appropriate oral and dental care practices for the older adult. Despite differences in formal education among these nursing personnel, several misunderstandings about dental problems among older adults were common to all three employment groups. These misconceptions represented a broad range of topics from the characteristics of orai cancer lesions to the appropriate use of denture adhesives; two dealt specifically with the recognition of potential oral cancer lesions. This paper describes attitudes and misinformation held by the respondents, and suggests ways to correct these fallacies through in-service training programs. As a part of this funded project, a complete package for presenting a 3 1/2 hour continuing education program about oral health in the elderly was produced. This set entitled “Oral Health in the Elderly: A Workshop Curriculum and Teacher's Guide” includes color slides, 2 video tapes, teaching instructions, and a script and is available at cost. Other materials specifically designed for in-service training of nursing home personnel are also available. For more information, please write the senior author.
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This study assessed the overall effect of oral hygiene in patients in an intensive care unit and compared the results when different solutions were used. Forty orally intubated subjects were studied. Ultrafresh (Faulding) was used as mouth care agent for half the subjects and normal saline was used for the other half. The condition of all subjects' mouths was assessed daily while oral endotracheal tubes were in situ. No localised changes occurred in the oral tissues of 72% of subjects and none developed gingivitis or overt oral candidiasis.
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Patients with cystic fibrosis (CF) are often hosts to colonies of both mucoid and nonmucoid strains of Pseudomonas aeruginosa. The major pathogens for chronic and recurrent pulmonary infection in these patients are the mucoid variants of P. aeruginosa. Of the 31 CF patients studied, 14 patients yielded both mucoid and nonmucoid strains of P. aeruginosa from the various oral ecologic sites and saliva. Of the sites tested, the dorsum of the tongue gave the highest yield of P. aeruginosa (27 strains), followed by the buccal mucosa (17 strains), saliva (15 strains), and dental plaques (6 strains). Eleven patients had P. aeruginosa in the oral cavity and sputum simultaneously. Antibiotic susceptibility tests on these multiple isolates suggest that CF patients may be cocolonized or coinfected by two or more strains of P. aeruginosa. Therefore, it may be important to identify multiple isolates of P. aeruginosa, not only from sputum cultures but also from oral cultures, for antibiotic-susceptibility testing. Oral colonization by the mucoid variants of P. aeruginosa may lead to further colonization in the lower respiratory tract and subsequent pulmonary infection in CF patients.
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Although oral hygiene is difficult to perform in orally intubated, critically ill patients, oropharyngeal status may be related to acquisition of nosocomial organisms and should therefore be addressed. To develop a clinical tool for assessment of the mouth in orally intubated patients. Sixteen orally intubated patients from one surgical and one medical intensive care unit were subjects. Demographic, clinical, and baseline oropharyngeal assessment data, including sputum and mouth cultures, were obtained on patient admission to the study and every other day. Oropharyngeal cultures of four subjects grew nosocomial bacterial organisms and of two subjects, fungal species. These same organisms were cultured from sputum specimens. Seven patients displayed severe xerostomia; 10 lip lesions were identified in nine subjects, 8 tongue lesions in nine subjects, and 8 mucosal lesions in nine subjects. Systemic oropharyngeal assessment in critically ill orally intubated patients may prevent more serious oropharyngeal infections.
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Mouth care is a commonly performed nursing procedure in which the aim is to ensure that patients' mouths are cared for. However, there is evidence that unless dental plaque is removed from the tooth surfaces and the gingival margin, the mouth is in danger of becoming unhealthy and, therefore, uncared for. It appears from the dental literature that the use of a toothbrush is one of the best and most widely used tools in the Western world for removing dental plaque (Addy, Slayne & Wade 1992), other methods being ineffective, dangerous, or poorly researched (Trenter-Roth & Creason 1986). However, a review of the nursing literature indicates that toothbrushes are not the tools of choice for mouth care by nurses (Howarth 1977, Harris 1980). Thus, there appears to be a gulf between the knowledge base from the dental literature and the reality of nursing practice resulting in 'mouth care' becoming a misleading misnomer. The aim in this paper is to present a rationale for mouth care based upon the dental literature and to apply such knowledge to nursing practice, especially in intensive therapy units (ITUs), so that nurses may be in a better position to provide 'mouth care' which lives up to its name.
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The purpose of this study was to determine the effect of nurses' background on their accuracy in determining oral health status and treatment need of newly admitted nursing home residents before and after tutoring. Eighteen nurses examined 50 nursing home residents before and after an In-service training lecture. Examinations performed by a dentist served as reference. Background items evaluated were: regularity of each nurse's own dental visits; years since graduation from nursing school; length of experience in an LTC facility; and training received in oral health care. At the second evaluation, nurses greatly improved the % agreement on all items. The results of this study indicate that, regardless of background characteristics, the combination of training, the presence of the dentist, and knowledge that they were in a study appeared to improve nurses' performance on the assessment. Before training, more experienced nurses were better able to determine hard tissue abnormalities than their less experienced counterparts; before training, neither group performed well in assessing soft tissue lesions. Therefore, improvements in basic nursing training in this area appear to be necessary.