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Self-Perception in children with attention-deficit/hyperactivity disorder

Authors:
  • University of Porto - FCNAUP

Abstract and Figures

The Attention-Deficit/ Hyperactivity Disorder (ADHD) is a disorder reflected by significant deficits in multiple domains, interfering with the self-perception and self-esteem of children. However, international studies that assess the relationship between ADHD and self-perception have come to contradictory results, and, in Portugal, this is still a little investigated subject. The present work aims to assess the self-perception in different areas (scholastic competence, athletic competence, physical appearance, behaviour and social acceptance) in children with ADHD, comparing them with a control group. This study also tries to analyze whether the subtype of ADHD could interfere differently with the self-perception. We studied 43 children who had a clinical diagnosis of ADHD and 59 children without this diagnosis. Children with ADHD were divided into different subtypes in view of the revised Conners Scales (Portuguese version). The children completed the Self-Perception Profile for Children. From the analysis of averages comparison, it was found that the group of children with ADHD showed lower values in the different domains of self-perception, with a statistically significant difference in scholastic and behaviour self-perceptions. Regarding the different subtypes of ADHD, the results were not statistically significant, but indicated that children perceive themselves differently depending on the subtype. This discrepancy was most evident in scholastic competence where children predominantly inattentive considered themselves less able than the others. In this study, as in the international literature, children with ADHD have an scholastic and behavioural self-perception statistically inferior to other children of the same age, needing every possible support for a healthy emotional development.
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ARTIGO ORIGINAL
Acta Med Port 2011; 24(S2): 493-502
AUTO-CONCEITO EM CRIANÇAS
Com Hiperactividade e Déce de Atenção
A Perturbação de Hiperactividade com Déce de Atenção (PHDA) é um distúrbio que se
caracteriza por déces signicativos em múltiplos domínios da vida das crianças afectadas
e interfere com o seu auto-conceito e auto-estima. No entanto, os estudos internacionais que
avaliam a relação entre PHDA e auto-conceito têm chegado a resultados contraditórios e em
Portugal este é um tema ainda pouco aprofundado.
O presente trabalho teve como objectivos avaliar o auto-conceito global e em diferentes domínios
(competência escolar, atlética, aparência física, comportamento e aceitação social) em crianças
com PHDA, em comparação com um grupo controlo, e analisar qual a inuência do subtipo
de PHDA no auto-conceito.
Foram estudadas 43 crianças seguidas na consulta de desenvolvimento de um hospital distrital
universitário que apresentavam diagnóstico clínico de PHDA, e 59 crianças sem este diagnóstico.
As crianças com PHDA foram divididas nos diferentes subtipos (predominantemente desatento,
predominantemente hiperactivo/impulsivo e combinado) tendo em conta as Escalas de Conners
Revistas, forma reduzida (versão portuguesa). A cada criança foi administrado o Self-Perception
Prole for Children (SPPC).
Na análise comparativa, vericou-se que o grupo de crianças com PHDA apresentava valores
inferiores nos diferentes domínios de auto-conceito e no auto-conceito global, com uma diferença
estatisticamente signicativa a nível escolar e comportamental. Em relação aos diferentes
subtipos de PHDA, apesar de os resultados não serem estatisticamente signicativos, sugerem
que as crianças se auto-percepcionam de maneira diferente consoante o subtipo. Tal discrepância
foi mais evidente na competência escolar, em relação à qual as crianças predominantemente
desatentas se consideraram menos capazes que as dos restantes subtipos.
Neste estudo, tal como na bibliograa internacional, as crianças com PHDA estudadas apresentam
um auto-conceito escolar e comportamental estatisticamente inferior ao das outras crianças da
mesma idade, necessitando de todo o apoio para um desenvolvimento emocional saudável.
R E S U M O
C.M., M.G., V.V., J.P.A., M.J.G.:
Serviço de Pediatria Médica.
Centro Hospital de S. João/
Faculdade de Medicina da
Universidade do Porto. Porto.
Portugal
Catarina MAIA, Micaela GUARDIANO, Victor VIANA,
J. Paulo ALMEIDA, Maria Júlia GUIMARÃES
Self-Perception in Children with Attention-Decit/Hyperactivity Disorder
The Attention-Decit/ Hyperactivity Disorder (ADHD) is a disorder reected by signicant
decits in multiple domains, interfering with the self-perception and self-esteem of
children. However, international studies that assess the relationship between ADHD and
self-perception have come to contradictory results, and, in Portugal, this is still a little
investigated subject.
The present work aims to assess the self-percetion in different areas (scholastic competence,
athletic competence, physical appearance, behaviour and social acceptance) in children
with ADHD, comparing them with a control group. This study also tries to analyze whether
the subtype of ADHD could interfere differently with the self-perception.
We studied 43 children who had a clinical diagnosis of ADHD and 59 children
without this diagnosis. Children with ADHD were divided into different subtypes in
view of the revised Conners Scales (Portuguese version). The children completed the
Self-Perception Prole for Children.
S U M M A R Y
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Catarina MAIA et al, Crianças com hiperactividade e déce de atenção, Acta Med Port. 2011;
24(S2): 493-502
INTRODUÇÃO
A Perturbação de Hiperactividade com Déce de
Atenção (PHDA) é um distúrbio neurocomportamental
que afecta sobretudo crianças em idade escolar, mas pode
persistir na adolescência e na idade adulta1. Está associada
a uma tríade de sintomas: déce de atenção, hiperactividade
e impulsividade. Afecta aproximadamente três a sete por
cento das crianças em idade escolar e é mais frequente
no sexo masculino2. Não existe, até ao momento, uma
etiologia conhecida para este distúrbio, mas acredita-se que
a mesma seja multifactorial, com a contribuição de factores
genéticos, ambientais e psicossociais1. Sabe-se também
que estas crianças apresentam déces signicativos em
múltiplos domínios da vida com possível repercussão na
sua auto-estima, auto-conceito e desenvolvimento futuro2.
Existem na literatura diversas denições para auto-
estima3 e auto-conceito. Segundo Harter, o auto-conceito
resulta da competência percebida e da aprovação pelos
outros4. Harter desenvolveu um modelo multidimensional
em que enfatiza o auto-conceito global e em vários
domínios, ou seja, a competência e adequação percebidas
a nível escolar, atlético, social, comportamental e da
aparência física. Seguindo este modelo, que arma que
as crianças que experienciam fracassos frequentes estão
mais sujeitas a desenvolver baixos níveis de auto-conceito5,
seria lógico que as crianças com PHDA apresentassem uma
percepção negativa das suas competências, em especial nos
domínios de maior diculdade. Esta consciencialização
diminuiria assim a motivação, o esforço, o empenho e a
persistência em actividades futuras5.
No entanto, os estudos existentes têm chegado a
resultados contraditórios. Alguns apoiam a hipótese de
Harter ao encontrarem baixo auto-conceito nas crianças
com PHDA relativamente aos controlos6,7,8,9. Segundo esses
estudos o auto-conceito negativo motivado, muitas vezes,
pelo isolamento social é devastador pois é nesta idade que
as crianças desenvolvem o conceito de si próprias, podendo
traduzir-se, por exemplo, em victimização, depressão,
abandono escolar e comportamentos antissociais 10,11.
Por outro lado, há outros estudos que sugerem que
as crianças com PHDA tendem a sobrestimar as suas
próprias competências, processo denominado de viés
ilusório positivo. Segundo esta perspectiva, estas crianças
apresentam um auto-conceito nos diferentes domínios
que não é signicativamente diferente ou é até melhor
do que aquele das crianças sem este diagnóstico , apesar
de uma história marcada por dificuldades12,13,14. Este
auto-conceito positivo e desajustado seria mais elevado
nas áreas de maior diculdade, podendo ser explicado
por imaturidade cognitiva, déces neuropsicológicos,
ignorância da incompetência ou como um mecanismo de
auto-protecção15.
Com os novos avanços na área da Perturbação de
Hiperactividade e Déce de Atenção e a consciencialização
que as crianças com PHDA poderiam ser classicadas em
subtipos consoante os sintomas dominantes, diferindo
umas das outras em vários aspectos2, surge a hipótese
de que elas também possam diferir em relação ao auto-
conceito. Os dados a este nível são escassos, mas fazem
supor que crianças com o subtipo predominantemente
desatento (PHDA-D) apresentam um auto-conceito escolar/
académico inferior às com o subtipo predominantemente
hiperactivo (PHDA-H) ou combinado (PHDA-C) 16.
As dúvidas sobre este tema são ainda muitas e só
recentemente no nosso país se começou a despertar para
a problemática da PHDA e para as suas consequências.
Os estudos realizados em Portugal são escassos e é
fundamental que os profissionais de saúde tenham
informação sobre o impacto que o fracasso repetido tem
no auto-conceito das crianças e quais as áreas especícas
que poderão estar afectadas. Tal ajudará a fornecer-lhes o
apoio necessário para o desenvolvimento de um equilíbrio
emocional e a orientar as estratégias terapêuticas,
nomeadamente a terapia comportamental, eventualmente
diferente nos diferentes subtipos de PHDA.
Neste trabalho, pretendeu-se avaliar o auto-conceito
global e em diferentes domínios em crianças com PHDA,
comparando-as com um grupo controlo. Tentou-se ainda
vericar as diferenças no auto-conceito nos três subtipos
de PHDA.
From the analysis of averages comparison, it was found that the group of children with
ADHD showed lower values in the different domains of self-perception, with a statistically
signicant difference in scholastic and behaviour self-percetions. Regarding the different
subtypes of ADHD, the results were not statistically signicant, but indicated that children
perceive themselves differently depending on the subtype. This discrepancy was most
evident in scholastic competence where children predominantly inattentive considered
themselves less able than the others.
In this study, as in the international literature, children with ADHD have an scholastic and
behavioural self-percetion statistically inferior to other children of the same age, needing
every possible suport for a healthy emocional development.
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POPUlAÇÃO E MéTODOS
Amostra
Com consentimento informado dos pais ou
representantes das crianças e autorização do Conselho
de Administração do Hospital, após parecer positivo da
Comissão de Ética, foram estudadas 43 crianças seguidas
na consulta de desenvolvimento de um hospital distrital
universitário que apresentavam diagnóstico clínico de
PHDA e 59 crianças, sem este diagnóstico, a frequentar o
4º ano de escolaridade numa escola do 1º ciclo do distrito
do Porto. Foram excluídas do grupo com PHDA as crianças
que apresentavam atraso cognitivo. Em relação ao grupo
controlo, foram estabelecidos como critérios de exclusão
o seguimento em consulta de psicologia, psiquiatria ou
neurodesenvolvimento ou a presença de comportamentos
compatíveis com PHDA. Os dois grupos eram homogéneos
em termos de idade, idade e escolaridade dos pais, estrutura
familiar e classe de Graffar.
Procedimento
Todas as crianças com diagnóstico de PHDA que se
dirigiram à consulta de desenvolvimento do Serviço de
Pediatria, durante o tempo de realização da investigação,
foram convidadas a participar no estudo. O procedimento
foi explicado a cada criança e aos pais, pedindo-lhes o seu
consentimento informado. A cada criança foi administrado
o Self-Perception Prole for Children (SPPC) traduzido por
Victor Viana17. Também se aplicou aos pais um questionário
sociodemográco. De cada criança, foram ainda registados
factores de risco (FR) para PHDA, comorbilidades,
Quociente de Inteligência (QI), medido pela Escala de
Inteligência de Wechsler para crianças18, terapêutica que
realizavam e sua data de início. Os resultados das Escalas
de Conners19, previamente aplicadas, foram obtidos através
do processo clínico e, com base neles, as crianças foram
divididas em subtipos.
Em relação ao grupo controlo, inicialmente foi
obtida autorização do Director do Agrupamento e da
Coordenadora da Escola para a realização do estudo.
Em seguida foi dado conhecimento do objectivo do
estudo aos pais dos alunos, com obtenção do respectivo
consentimento informado. Foram ainda recolhidas
informações sociodemográcas e clínicas de cada aluno,
nomeadamente se estariam a ser seguidos em consulta
de Psicologia, Psiquiatria ou Neurodesenvolvimento ou
se os seus pais sofriam de alguma doença psiquiátrica.
Posteriormente, na sala de aula, cada criança foi convidada
a participar no estudo, sendo-lhe explicado o procedimento
e aplicado o SPPC17. Foi também solicitado ao professor
informação sobre o nível de sucesso académico de cada
criança, o seu comportamento e o facto de estar ou não a
ter apoio escolar individualizado.
INSTRUMENTOS
 Questionário sociodemográco – pretende classicar
os participantes em termos de idade, género e número de
retenções de ano. Também visa obter informações sobre
idade, prossão e nível de escolaridade dos pais, estrutura
familiar, quanticação do rendimento familiar e tipo de
habitação, de forma a realizar a classicação social.
 Self-Perception Profile for Children17 (SPPC)
questionário com 36 questões, composto de seis subescalas
utilizadas para medir o auto-conceito global das crianças
e em vários domínios especícos: competência escolar,
social, atlética, aparência física e comportamento. Em cada
questão, as crianças têm de optar, entre duas frases, por
aquela que melhor as descreve (ex. algumas crianças não
gostam da forma como se comportam mas outras crianças
habitualmente gostam da forma como se comportam)
e, posteriormente, indicar o grau de concordância (ex.
é mesmo assim comigo ou é mais ou menos assim
comigo). A pontuação em cada subescala varia de um a
quatro e é obtida pela média dos valores dos seis itens de
cada subescala. Classicações elevadas indicam níveis
elevados de auto-conceito. Neste trabalho foi utilizado
o SPPC traduzido por Victor Viana. Esta escala também
foi adaptada para a população portuguesa por Faria e
Fontaine20 e Martins et al21.
 Escala de Conners para pais e professores (versão
revista/forma reduzida)19 ambas as escalas são
subdivididas em quatro subescalas: A)Comportamentos
de oposição; B)Problemas cognitivos/desatenção; C)
Excesso de actividade motora; D)Índice de Déce de
Atenção e Hiperactividade. As crianças foram classicadas
no subtipo PHDA-D se apresentavam um score padrão
≥ 60 na subescala B das escalas para pais e professores,
mas não na C; no subtipo PHDA-H se tinham um score
≥ 60 na subescala C de ambas as escalas, mas não na B;
e no subtipo PHDA-C, se tanto a subescala B como a C
nas escalas para pais e professores eram classicados com
score ≥ 60. Utilizou-se este cut off porque um score de 60
corresponde a um desvio padrão acima da média e para as
crianças que não preencham este critério é improvável que
cumpram os critérios do DSM-IV-TR 22.
ANÁlISE ESTATÍSTICA
Os resultados serão apresentados como média e desvio
padrão (DP) para as variáveis quantitativas e número e
percentagem para as variáveis categóricas. Na comparação
das características demográcas por grupos, utilizou-se o
teste exacto de Fisher para as variáveis categóricas, e o teste
t para as quantitativas. Na comparação de médias entre os
grupos principais (grupo controlo e grupo com PHDA),
foi usado o teste t. O teste t é um teste paramétrico que
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Fig. 1 – Tempo de realização da terapêutica farmacológica (metilfenidato) pelas crianças com PHDA até à data do estudo
serve para testar hipóteses sobre médias de uma variável
quantitativa. Para comparar várias amostras (subtipos
de PHDA), foi utilizado o teste de Kruskal Wallis. Este
é um teste não paramétrico usado para comparar várias
variáveis independentes. Foram consideradas diferenças
estatisticamente signicativas para valores de p<0.05. A
análise estatística foi realizada com o software SPSS.
RESUlTADOS
Este estudo incluiu 102 crianças, das quais 43
apresentavam diagnóstico clínico de PHDA e 59
foram recrutadas de uma escola do ensino básico, não
apresentando este diagnóstico. As crianças com PHDA
tinham idades compreendidas entre os sete e os 14
anos (média de 9,67 ± 2.15), sendo 39 (90.7%) do sexo
masculino e quatro (9.3%) do sexo feminino. O grupo
controlo incluiu crianças com idades entre os oito e os 11
anos (média de 9.12 ± 0.65), do qual 30 (50.8%) eram do
sexo masculino e 29 (49.2%) do sexo feminino.
Como evidenciado no quadro 1, os dois grupos eram
homogéneos em termos de idade, idade e escolaridade
dos pais, estrutura familiar e classe de Graffar, não se
registando diferenças estatisticamente significativas
entre eles no que se refere a estas variáveis. Em relação
ao género, o grupo de crianças com PHDA era diferente
de forma estatisticamente signicativa dos controlos,
apresentando um maior número de rapazes. Quando
comparadas as variáveis psicossociais, nomeadamente
a existência de psicopatologia parental, os resultados
encontrados não são estatisticamente signicativos, apesar
da maior prevalência no grupo com PHDA.
Das 43 crianças com PHDA, 83,7% estavam a
fazer medicação, mais concretamente metilfenidato,
e 53.5% encontravam-se a ter apoio pedagógico,
nomeadamente consulta de psicologia (32.6%), apoio
escolar individualizado (11.6%) ou ambos (9.3%).
Aproximadamente 44% das crianças realizavam terapia
múltipla, ou seja, terapêutica farmacológica e pedagógica.
Como mostra a figura 1, cerca de 50% das crianças
estudadas já tomavam metilfenidato mais de um ano. O
tempo de terapêutica farmacológica variou de dois meses ou
menos para seis crianças até mais de 36 meses para apenas
uma delas. Duas destas crianças haviam sido tratadas
para depressão; sete tinham história de comportamentos
agressivos e aproximadamente metade havia revelado
comportamentos de oposição. Relativamente ao QI,
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Quadro 1. Características dos participantes
Características PHDA, n = 43 Controlo, n = 59 P
Idade, Média (DP) 9.67 (2.15) 9.12 (0.65) 0.107*
Idade da mãe, Média (DP) 35.86 (6.10) 37.68 (4.81) 0.096*
Idade do pai, Média (DP) 38.74 (5.39) 40.64 (7.09) 0.146*
Sexo masculino, n (%) 39 (90.7) 30 (50.8) <0.001**
Estrutura familiar, n (%) 0.866**
Uniparental 4 (9.3) 6 (10.2)
Nuclear 34 (79.1) 48 (81.4)
Alargada/Reconstruída 5 (11.6) 5 (8.5)
Escolaridade mãe, n (%) 0.336**
≥ 9 anos 13 (30.2) 14 (23.7)
< 9 anos 27 (62.8) 45 (76.3)
Não sabe 2 (7.0) 0 (0.0)
Escolaridade pai, n (%) 0.760**
≥ 9 anos 11 (25.6) 15 (25.4)
< 9 anos 28 (65.1) 44 (74.6)
Não sabe 3 (9.3) 0 (0.0)
Escala de Graffar, n (%) 0.620**
≤ III 19 (44.2) 29 (49.2)
> III 24 (55.8) 30 (50.8)
Retenção de ano, n (% sim) 12 (27.9) 9 (15.3) 0.119**
Medicação, n (% sim) 36 (83.7) 0 (0) NA
Psicoterapia, n (% sim) 14 (32.6) 0 (0) NA
Apoio escolar, n (% sim) 5 (11.6) 0 (0) NA
Psicoterapia + apoio, n (% sim) 4 (9.3) 0 (0) NA
Psicopatologia parental, n (% sim) 6 (14.0) 3 (5.08) 0.162**
PHDA: Perturbação de Hiperactividade com Déce de Atenção; NA: Não se aplica por metodologia do estudo; * Teste t; ** Teste exacto de Fisher
aproximadamente 2/3 das crianças com PHDA apresentava
valores compreendidos entre 85 e 115; uma tinha valores
superiores a 115 e 11 apresentavam QI entre 70 e 85.
Quatro das crianças estudadas não tinham realizado este
teste. Nenhuma das crianças do grupo controlo estava
a receber apoio escolar especial ou apresentava alguma
das comorbilidades estudadas. O grupo controlo não foi
estudado no que se refere ao QI. Em termos de retenção de
ano, as diferenças não são estatisticamente signicativas,
apesar das crianças com PHDA apresentarem maior
número de reprovações. Em ambos os grupos, apenas uma
das crianças estudadas tinha reprovado mais de uma vez.
No quadro 2, estão discriminados alguns dos FR das
crianças com PHDA que são comumente associados a esta
patologia. De notar que 30.2% apresentava algum dos FR
pessoais estudados e 27.9% algum dos FR psicossociais. Os
três casos de complicações durante a gravidez reportados
consistem em trombocitopenia idiopática, placenta prévia
e pré-eclâmpsia. Relativamente à psicopatologia parental,
foram descritos quatro casos de patologia depressiva
materna, um de atraso cognitivo e acompanhamento
psiquiátrico paterno e um de doença bipolar paterna e
patologia depressiva materna. Contudo, 53.5% destas
crianças não apresentava nenhum dos factores de risco
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considerados.
Da análise comparativa (quadro 3), vericou-se uma
diferença estatisticamente signicativa no auto-conceito
relativo à competência escolar e ao comportamento, com
uma média inferior no grupo de crianças com PHDA.
Estas crianças também apresentavam médias inferiores
em todos os outros domínios analisados, mas não de forma
estatisticamente signicativa. Tendo em conta as diferenças
encontradas entre os dois grupos relativamente ao género,
procedeu-se à análise estatística incluindo apenas rapazes
(quadro 4). Os resultados encontrados foram semelhantes.
Não foi possível comparar apenas raparigas devido ao
reduzido número de raparigas com PHDA estudadas.
As crianças com PHDA, como referido, foram
divididas em três grupos, tendo em conta a Escala
de Conners: 11 pertenciam ao subtipo PHDA-D, 12
ao PHDA-H e 15 ao PHDA-C. Na figura 2, estão
discriminadas algumas características e comorbilidades
destas crianças. O subtipo PHDA-D concentrava a maioria
das crianças com QI inferior a 85, assim como aquelas que
apresentaram maior taxa de reprovações. Pelo contrário,
os comportamentos agressivos e de oposição foram mais
vezes reportados nas crianças PHDA-H e PHDA-C.
Na comparação entre médias de auto-conceito por
subtipos (quadro 5), os resultados encontrados não foram
estatisticamente signicativos, mas convém realçar alguns
aspectos. As crianças PHDA-D apresentavam um auto-
conceito menor do que as PHDA-H em todos os domínios,
excepto no comportamento e na aparência física. Quando
se compararam as crianças PHDA-H e PHDA-C com os
controlos, as diferenças apenas foram signicativas no
que se refere ao comportamento (p <0.001 e p=0.014
respectivamente). Em relação ao grupo com PHDA-D, este
apresentou um menor auto-conceito do que os controlos a
nível do comportamento (p=0.005), da competência atlética
(p=0.014) e escolar (p=0.005), de forma estatisticamente
signicativa.
DISCUSSÃO
A importância do estudo da PHDA é determinada, em
parte, pela sua elevada prevalência e pela possibilidade de
repercussão no desenvolvimento futuro das crianças. Em
Portugal, só recentemente se começou a despertar para esta
problemática e novos estudos são necessários de forma a
melhor orientar estas crianças que são, frequentemente,
Quadro 2: Comorbilidades e Factores de Risco das crianças com PHDA
PHDA – D,
n =11 N (%)
PHDA – H,
n = 12 N (%)
PHDA – C,
n = 15 N (%)
PHDA,
n = 43 N (%)
Comorbilidades
História de depressão 1 (9.1) 0 (0) 0 (0) 2 (4.7)
Comportamentos agressivos 0 (0) 0 (0) 6 (40) 7 (16.3)
Comportamentos de oposição 2 (28.6 a)6 (54.5 a)8 (66.7 a)16 (53.3 a)
Factores de Risco
Pessoais
Tabagismo na gravidez 3 (27.3) 01 (6.7) 4 (9.3)
Complicações na gravidez 2 (18.1) 1 (8.3) 03 (6.9)
Prematuridade 1 (9.1) 1 (8.3) 02 (4.7)
RCIU 1 (9.1) 02 (13.3) 3 (7.0)
Sílis congénita +
consumo de droga na gravidez 0 0 1 (6.7) 1 (2.3)
Nenhum 5 (45.4) 10 (83.3) 11 (73.3) 30 (69.8)
Psicossociais
Família conituosa 1 (9.1) 1 (8.3) 1 (6.7) 3 (6.9)
Psicopatologia parental 3 (27.3) 2 (16.7) 1 (6.7) 6 (13.9)
Progenitor com mesmo Dx 3 (27.3) 1 (8.3) 1 (6.7) 5 (11.6)
Nenhum 6 (54.5) 8 (66.7) 12 (80) 31 (72.1)
Nenhum Factor de Risco 3 (27.3) 6 (50.0) 9 (60.0) 23 (53.5)
PHDA – D: Perturbação de Hiperactividade com Déce de Atenção, Subtipo predominantemente Desatento; PHDAH: Perturbação de Hiperactividade
com Déce de Atenção, Subtipo predominantemente Hiperactivo/ Impulsivo; PHDA – C: Perturbação de Hiperactividade com Déce de Atenção, Subtipo
Combinado; PHDA: Perturbação de Hiperactividade com Déce de Atenção; Dx: Diagnóstico; a o número estudado é inferior ao do subgrupo inicial.
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Fig. 2 – Retenção de ano, QI e comportamento nas crianças com PHDA, consoante os subtipos
Quadro 3. Auto-conceito em crianças com PHDA e grupo controlo, teste t
Domínio Crianças com PHDA,
n = 43 Média (DP)
Grupo Controlo,
n = 59 Média (DP) P
Competência escolar 2.56 (0.57) 2.84 (0.66) 0.028*
Competência social 3.04 (0.58) 3.07 (0.62) 0.800
Competência atlética 2.72 (0.68) 2.77 (0.49) 0.658
Aparência física 3.24 (0.70) 3.25 (0.69) 0.947
Comportamento 2.09 (0.74) 2.81 (0.64) <0.001*
Auto-estima global 3.17 (0.59) 3.23 (0.62) 0.622
PHDA – Perturbação de Hiperactividade com Déce de Atenção; * p <0.05
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Quadro 4. Auto-conceito em rapazes com PHDA e rapazes sem este diagnóstico, teste t
Domínio Crianças com PHDA,
n = 39 Média (DP)
Grupo Controlo,
n = 30 Média (DP) P
Competência escolar 2,56 (0,59) 2,96 (0,62) 0,008*
Competência social 3,07 (0,60) 3,08 (0,55) 0,915
Competência atlética 2,75 (0,70) 2,86 (0,45) 0,419
Aparência física 3,25 (0,69) 3,36 (0,63) 0,485
Comportamento 2,06 (0,75) 2,92 (0,54) <0,001*
Auto-estima global 3,19 (0,61) 3,32 (0,60) 0,387
PHDA – Perturbação de Hiperactividade com Déce de Atenção; * p <0.05
Quadro 5. Auto-conceito em crianças com PHDA consoante o subtipo, teste Kruskal Wallis
Domínio PHDA – D,
n=11 Média (DP)
PHDA – H,
n = 12 Média (DP)
PHDA – C,
n=15 Média (DP) P
Competência escolar 2.23 (0.56) 2.81 (0.51) 2.53 (0.62) 0.082
Competência social 2.95 (0.46) 3.07 (0.82) 3.06 (0.45) 0.591
Competência atlética 2.33 (0.70) 2.82 (0.65) 2.69 (0.60) 0.196
Aparência física 3.26 (0.84) 3.08 (0.93) 3.24 (0.44) 0.714
Comportamento 2.21 (0.57) 1.85 (0.63) 2.17 (0.87) 0.325
Auto-estima global 3.15 (0.56) 3.36 (0.59) 2.93 (0.59) 0.117
PHDA – D: Perturbação de Hiperactividade com Déce de Atenção, Subtipo predominantemente desatento; PHDA – H: Perturbação de Hiperactividade
com Déce de Atenção, Subtipo predominantemente Hiperactivo/ Impulsivo; PHDA – C: Perturbação de Hiperactividade com Déce de Atenção,
Subtipo Combinado;
a atenção. Nas restantes subescalas, apesar das crianças
com PHDA se auto-percepcionarem de forma inferior às
sem esta patologia, os resultados não são estatisticamente
significativos. Também no auto-conceito global não
parecem diferir das restantes, o que indica, que apesar de
reconhecerem as suas diculdades, elas acabam, de alguma
maneira, por não se considerarem piores, nem desejarem
ser diferentes. Tal poderá ser explicado pelo viés ilusório
positivo, que muitas vezes é associado à auto-percepção
destas crianças, segundo o qual, apesar das constantes
diculdades e críticas, o seu auto-conceito global não é
afectado.
Sendo assim, os nossos resultados vão parcialmente
ao encontro de outros estudos realizados. Dumas9
e Evangelista23 referiram que as crianças com PHDA
apresentam um auto-conceito mais negativo de forma
estatisticamente signicativa no que se refere à competência
escolar, social e ao comportamento. Também Barber7
e Hoza14 encontraram diferenças estatisticamente
signicativas na subescala comportamento entre os dois
grupos, sendo menor nas crianças com PHDA.
O motivo pelo qual o nosso estudo não encontrou
diferenças estatisticamente signicativas entre os grupos
na competência social pode residir no facto deste estudo
praticamente só incluir rapazes no grupo de crianças com
encaradas como mal-educadas, preguiçosas e arrogantes.
O seu comportamento turbulento atrai, muitas vezes,
sentimentos negativos e punições. São o aluno que não
quer aprender ou o lho que não se consegue educar.
Mas será que estas crianças estão contentes com o
seu comportamento e o seu percurso escolar? Ou pelo
contrário, têm consciência das suas dificuldades e
insucessos? Considerar-se-ão superiores aos outros, como
muitos pensam ou, no fundo, só desejariam ser iguais?
Os resultados encontrados sugerem que as crianças com
PHDA se auto-percepcionam de forma diferente das outras
da mesma idade, sendo a percepção da sua competência
escolar e principalmente do seu comportamento o que mais
as diferencia. A diferença estatisticamente signicativa a
nível da competência escolar, com as crianças com PHDA
a apresentarem um auto-conceito mais negativo, indica
que elas reconhecem as suas diculdades na sala de aula e
sentem que não são tão inteligentes, nem tão capazes como
os seus pares. Além disso, elas também percebem que o
seu comportamento não é o mais adequado, agindo, muitas
vezes, de maneira diferente daquilo que se espera delas.
Um baixo nível na subescala comportamento e o facto
de ser aquele em que os resultados são estatisticamente
mais signicativos vai, assim, ao encontro do facto de
ser o seu comportamento errático que mais vezes chama
Catarina MAIA et al, Crianças com hiperactividade e déce de atenção, Acta Med Port. 2011;
24(S2): 493-502
501 www.actamedicaportuguesa.com
PHDA e os problemas sociais serem mais frequentes
nas raparigas24 ou ainda na dimensão da amostra. Além
disso, algumas das crianças com PHDA já usufruíam
de apoio psicopedagógico o que as ajuda a desenvolver
competências sociais e a ter relações satisfatórias com
os pares e familiares25. O auto-conceito superior na
competência atlética nas crianças com PHDA evidenciada
em alguns estudos7,9,14,23 também não vai ao encontro
do que encontrámos. Contudo, em ambos os estudos os
resultados não são estatisticamente signicativos o que
indica que, provavelmente, esta não é uma área em que
os grupos sejam diferentes. Assim, o facto destas crianças
aparentemente não se sentirem inferiorizadas a este nível
poderá ser usado como reforço positivo, levando-as a
participar em actividades desportivas de equipa, onde são
tão boas como os companheiros25.
No que concerne ao estudo dos diferentes subtipos,
não é possível fazer grandes generalizações, na medida em
que a amostra é reduzida, e a escala de Conners não está
inteiramente de acordo com o DSM-IV-TR. Contudo,
estudos que sugerem que ambos podem ser utilizados com
este propósito22,26
.
Relativamente à comparação das comorbilidades, as
crianças PHDA-H e PHDA-C concentram a maioria dos
casos de comportamentos agressivos e de oposição (este
último evidenciado em cerca de 50%) e as do subtipo
PHDA-D manifestam maiores diculdades cognitivas,
o que está de acordo com o DSM-IV-TR2. Tal poderá
sugerir que o subtipo PHDA-D é aquele que tem maior
repercussão no futuro académico e prossional, enquanto
as crianças marcadas pela hiperactividade apresentarão
uma maior tendência para comportamentos disruptivos e
problemas sociais.
Em relação à comparação de médias de auto-conceito
por subtipos, os resultados encontrados, apesar de não
serem estatisticamente signicativos, vão ao encontro do
referido por Owens16. Também no presente estudo, é na
competência escolar que as diferenças entre os subtipos
são mais evidentes, sendo consistente com a ideia que as
crianças PHDA-D têm mais diculdade que as com os
outros subtipos neste domínio2,27. Ainda de acordo com este
estudo, está o facto das crianças PHDA-D apresentarem
níveis mais baixos de auto-conceito, estatisticamente
signicativos relativamente aos controlos, na competência
escolar e comportamento, enquanto as com os outros
subtipos têm níveis mais baixos apenas no comportamento.
Tal enfatiza que é no comportamento que as crianças
marcadas pela hiperactividade sentem as maiores
diculdades, enquanto aquelas onde a desatenção é mais
evidente se sentem inferiores a nível académico/escolar.
Este estudo apresenta algumas limitações. Uma delas
é o grupo com PHDA praticamente só incluir rapazes e
o grupo controlo ter rapazes e raparigas em proporções
semelhantes. Contudo, ao comparar separadamente apenas
os rapazes, os resultados permanecem estatisticamente
signicativos. Outra limitação prende-se com o facto
do grupo controlo não ter sido avaliado objectivamente
quanto ao QI e à presença de PHDA. No entanto, nenhuma
criança estava a ser seguida em consulta de psicologia
ou de psiquiatria ou tinha comportamentos compatíveis
com PHDA, o que torna pouco provável este diagnóstico.
Além disso, segundo as professoras, nenhuma criança
apresentava dificuldades cognitivas ou precisava de
acompanhamento, situando a maioria delas num nível
académico satisfatório, apesar de existirem casos de
reprovações. O grupo com PHDA também não foi avaliado
objectivamente no que respeita a sintomas depressivos
ou agressivos, que poderiam ser factores confundidores.
Contudo, tendo em conta que estas crianças estão a ser
acompanhadas em consulta multidisciplinar, estes seriam
facilmente perceptíveis e o número reportado foi reduzido,
não parecendo suciente para alterar os resultados. De
referir ainda que a maioria das crianças com PHDA já se
encontrava a fazer medicação, o que poderá ter inuenciado
os resultados, pois há estudos que armam que a terapia
farmacológica melhora a sintomatologia28, o que poderá
aumentar os sentimentos de competência. Outros estudos,
no entanto, põem em causa esta melhoria no auto-conceito
consequente à medicação29. Por m, de referir, o reduzido
número da amostra.
Serão pois importantes estudos longitudinais e com
amostras maiores, de forma a melhor compreender o
impacto das terapias farmacológica e pedagógica.
CONClUSõES
Este estudo fornece uma melhor compreensão
sobre o auto-conceito das crianças com PHDA e o
modo como a severidade dos sintomas de desatenção
ou hiperactividade/impulsividade poderá alterar as suas
percepções. Tal como descrito na bibliograa internacional,
as nossas crianças com PHDA sentem-se inferiorizadas,
principalmente em relação às suas competências escolares
e de comportamento, sendo importante identicá-las e
iniciar intervenções que lhes devolvam a conança em si
próprias e promovam comportamentos socialmente mais
aceites. Os pais, médicos, psicólogos e professores devem
ter consciência que estas crianças têm noção das suas
limitações, e necessitam de todo o suporte possível para
desenvolver as suas competências e se tornarem adultos
saudáveis.
AGRADECIMENTOS
A Armando Teixeira-Pinto pela ajuda na análise
estatística. Serviço de Bioestatística e Informática Médica.
Catarina MAIA et al, Crianças com hiperactividade e déce de atenção, Acta Med Port. 2011;
24(S2): 493-502
502
www.actamedicaportuguesa.com
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Conito de interesses:
Os autores declaram não ter nenhum conito de interesses relativamente
ao presente artigo.
Fontes de nanciamento:
Não existiram fontes externas de nanciamento para a realização deste
artigo.
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Catarina MAIA et al, Crianças com hiperactividade e déce de atenção, Acta Med Port. 2011;
24(S2): 493-502
... Some of them, similarly to the studies conducted with typically developing children, concluded that academic competence self-perception is a strong predictor of students' self-esteem (Barber et al., 2005;Burden, 2008;Chapman and Tunmer, 2003;Frederickson and Jacobs, 2001;Dyslexia: Gibby-Leversuch et al., 2019;Gibson and Kendall, 2010;Heyman, 1990;SLI: Lindsay et al., 2002;Polychroni et al., 2006;Redmond and Rice, 1998;LD: Rhodes, 2015;ADHD: Scholtens et al., 2013;Terras et al., 2009), while others (also) found an association between academic competence self-perception and school behavior self-perception (Dyslexia: Gibby-Leversuch et al., 2019;Gibson and Kendall, 2010;SLI: Lindsay et al., 2002;Maia et al., 2011;Polychroni et al., 2006;Redmond and Rice, 1998;LD: Rhodes, 2015, ADHD: Scholtens et al., 2013. ...
... Arens et al., 2013;Barber et al., 2005;Burden, 2008;Chapman and Tunmer, 2003;Granleese and Joseph, 1994;Lindsay and Dockrell, 2000;Lindsay et al., 2002;Michaels et al., 2007;Trautwein et al., 2006) and (d) at least one of the other self-perception components (e.g. Chan, 2002;Eapen et al., 2000;Gibson and Kendall, 2010;Gibby-Leversuch et al., 2019;Granleese and Joseph, 1994;Maia et al., 2011;Lindsay et al., 2002). ...
Article
Objective: The aim of the present study was to investigate the five different components of self-perception (academic competence, social acceptance, athletic competence, physical appearance and school behavior), and to identify the dimensions that affect self-esteem in children with Childhood onset Fluency Disorder (CoFD). Material and Methods: The study sample consisted of thirty children with CoFD and, as controls, thirty children without CoFD, aged from 9 to 11;7 years old. The following instruments were used: (1) the Greek version of Self-Perception Profile for Children (SPPC), (2) the “Children’s Phonetic and Phonological development assessment” and, (3) a demographic characteristics form. Results: Results revealed that while children with CoFD did report lower perceived academic competence than did those of the control group, and their academic competence self-perception shaped both their self-esteem and their school behavior self-perception. Moreover, academic competence self-perception was found to mediate in the relationship between CoFD, self-esteem and school behavior self-perception. Conclusions: Perceived academic competence in children with CoFD is linked to self-esteem and perceived school behavior, and this may impact on their relationships, emotional health and overall well-being. Health professionals should become able to estimate coexisting psychological difficulties and negative behaviors of parents or teachers that may affect the children's self-esteem. Furthermore, they should be able to suggest targeted psychological interventions for children and parents, while in the same frame teachers need to be properly trained about the management of stuttering in the classroom. The role of the speech therapist in the school context for in-service provision of information is therefore considered to be of paramount importance.
... Part of this multimodal network also controlled the postural stability (specifically the cerebellum), which could explain why we previously found a postural instability in children with RD (4). Additionally, earlier findings reported that the ability for gravitational reference, as well as self-representation in space around the vertical axis, depends on postural stability (30,31). ...
Article
Full-text available
Purpose: Preliminary evidence indicated that children with a reading disorder (RD) may have deviance in their ability to perform high demanding cognitive tasks, such as reading, depending on somatosensory inputs. Until now, only anecdotical reports suggested that improving somatosensory inputs may influence their ability to maintain a stable perception of the visual world despite continuous movements of our eyes, head, and body. Here, we investigated whether changes in upright perception, the subjective visual vertical (SVV), were modulated by somatosensory inputs in a group of children with RD. Method: The SVV task was used under two distinct conditions, i.e., with or without somatosensory inputs from the foot. We enrolled a group of 20 children with reading disorders and 20 sex-, age-, IQ- matched children with neurotypical development. Results: Responses to the SVV task were found to be significantly less accurate in children with RD than in children with neurotypical development (p < 0.001). In the latter, SVV response did not depend on somatosensory inputs from the foot. In contrast, in children with RD somatosensory inputs, either improved or worsen their SVV depending on the tilt direction (p < 0.01). Conclusion: Our results suggested that SVV responses in children with RD could be related to an immaturity for heteromodal sensory integration, including somatosensory inputs.
... Part of this multimodal network also controlled the postural stability (specifically the cerebellum), which could explain why we previously found a postural instability in children with RD (4). Additionally, earlier findings reported that the ability for gravitational reference, as well as self-representation in space around the vertical axis, depends on postural stability (30,31). ...
Article
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Purpose: We explored the perception of subjective visual vertical (SVV) in dyslexic and non-dyslexic age, sex and QImatched.Method: The SVV was evaluated with a laser and with or without foam under the feet. We performed an analysis ofvariance. Post hoc comparisons were made with the Fisher’s least significant differences test (LSD).Results: Our results showed two significant effects for groups and for tilt condition: counterclockwise or clockwisedirection and a significant interaction between group, tilt and somesthesic condition: without and with foam underthe feet. More precisely, SVV response in the tilt counterclockwise condition with foam was found to be significantlyless accurate for the dyslexic group than for the non-dyslexic group. Also, SVV response in the tilt counterclockwisedirection was found to be significantly less accurate for both groups compared to clockwise direction. Moreover, inclockwise direction SVV process was found to be significantly less accurate in dyslexic than in non-dyslexic group.Conclusion: These results suggest that the somesthesic information from foot sole affect SVV perception; such poorSVV responses could be due to an immaturity for heteromodal sensory integration needed in SVV perception.
... It could be argued, therefore, that by asking such developmental and cognitive questions, new diagnostic pathways were unveiled and that what counts as the disorder of ADHD in this clinic included other neurobiological and psychological dimensions. Likewise, ADHD has been described by other clinicians and researchers as a specific yet complex disorder in which other neurocognitive 'deficits' (Cabral 2006), relational difficulties (Lopes et al. 2007), and self-esteem problems (Maia et al. 2011) are more often the rule rather than the exception. Accordingly, what this case illustrates is that ADHD is explicitly defined by the local medical community as a condition that expresses and signals 'more than what the DSM says.' ...
Article
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Drawing on medical anthropology and science and technology studies, I present a case study of the diagnosis of attention-deficit and hyperactivity disorder (ADHD) in Portugal. In a country where ADHD is a relatively recent medical category, still undergoing validation, the diagnosis is not primarily bound to an evidence-making role and its epidemiology remains largely unknown. Notwithstanding, the diagnosis has been carried out by child psychiatrists and developmental clinicians who describe it as the most prevalent disorder that affects school-aged children and adolescents. In this article, I examine the global data, local diagnostic protocols, and clinical practices that are adapted and selectively mobilized in the making of the diagnosis, in a context in which making ADHD evident is at stake. The findings show that what counts as ADHD and what it means in each setting varies and that the diagnosis may be understood as a situated process.
... Considerando finalmente al TDAH, se ha observado asociado con elevada BN, baja P, baja AD y baja C11, y en adultos también se ha objetivado un patrón de temperamento con elevada BN y elevada ED 12,23,24 . A su vez, los niños con este trastorno parecen tener una peor autopercepción de las propias capacidades (intelectuales, deportivas, aspecto físico y aceptación social) con respecto a los niños de la misma edad 25 . La severidad del TDAH así como una baja AD también se vinculan con un perfil disregulador objetivado según el cuestionario de evaluación del comportamiento del niño (CBCL) 26 . ...
Article
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Aim: The study of children’s personality, as well as its constitution and development, has spawned the emergence of different physiological theoretical models. Despite discrepancies among them, it’s understood that certain central dimensions exist that are shared in every theoretical frame. Knowing whether certain personality traits that are characteristic of children who are diagnosed as having ADHD exist, and whether there are differences among its different subtypes might contribute to superior therapeutic detection and guidance. Method: Personality traits are compared (temperament and character) through Cloniger’s Junior Temperament and Character Inventory (JTCI) in a sample of 37 children diagnosed as having ADHD (acording to the diagnostic criteria of DSM-IV) with a sample of 32 nonattended controls in mental health. The age of the population range from 9 to 13 years. Results: The children suffering ADHD are more impulsive and lest persistent in the temperament dimensions than those not diagnosed as having ADHD, obtaining a higher novelty seeking (NS), and a lower persistence (P). Likewise, in the dimensions of character, they have a lower self-esteem and they feel less integrated than the children diagnosed as having ADHD, with lower selfdirectedness (SD) and cooperativeness (C). Albeit differences among subtipes of ADHD were sought, no one was found. Conclusion: Children diagnosed as having ADHD share distinct personality traits from the control population, without differences among ADHD subtypes. The JTCI can contribute to a better detection of children with ADHD.
... Among the characteristics of children, self-esteem scores significantly predicted all Conners scores except for Conners HD scores. In contrast to these results, Maia and colleagues 57 reported that there were no significant relationships between selfperception and subtypes of ADHD. However, children with ADHD are shown to have lower levels of self-esteem 58 and are known to experience problems in many domains of their lives, such as academic performance and social relationships 59,60 . ...
Article
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SUMMARY: Evinç ŞG, Gençöz T, Foto-Özdemir D, Akdemir D, Karadağ F, Ünal F. Child maltreatment and associated factors among children with ADHD: a comparative study. Turk J Pediatr 2014; 56: 11-22. This study aimed to compare the mothers of children diagnosed with Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD) and the mothers of children with no psychiatric diagnosis with respect to abusive discipline attitudes. One hundred children with ADHD, 25 children with no psychiatric diagnosis, and their mothers answered the questionnaires and open-ended standard questions about the type and frequency of parental abusive discipline. Conners scores of the children were associated with characteristics of the children, maternal characteristics, and maternal use of verbal discipline. Maternal approval scores on verbally abusive disciplinary acts were predicted by maternal past experiences, maternal characteristics and Conners scores of children. Similarly, characteristics of the children and the mothers predicted maternal approval scores on physical disciplinary acts. ADHD symptoms increase the risk of parental verbally and physically abusive discipline. Vice versa, verbal discipline also predicts increased ADHD symptoms. Understanding the risk factors may help in developing more effective intervention and prevention programs. Key words: attention deficit hyperactivity disorder, child abuse, discipline.
Article
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Symptoms of inattention (IA), hyperactivity, and impulsivity present in school‐aged children are important indications of developmental problems. The assessment of these symptoms largely relies on questionnaires completed by parents, teachers, and the children themselves. However, inherent perceptual biases may lead to inaccuracies in these evaluations. This study investigates the biases among different respondents for 41 elementary‐aged students (19 male and 22 female) by analyzing their responses on the attention‐deficit/hyperactivity disorder‐rating scale (ADHD‐RS) through a novel virtual reality‐based objective measure (AttnKare‐D). Correlation analysis reveals higher agreement between parents and students compared to other informant pairs. Nevertheless, when compared with the objective measure, parents and students do not exhibit distinct separation between high and low‐scoring samples, whereas teachers demonstrate significant separation on various objective measure factors. This discrepancy suggests that teachers may possess a more accurate baseline for peer‐related measurements, leading to a more objective evaluation of ADHD symptoms. However, it is essential to acknowledge that teachers are not entirely exempt from biases. Gender‐specific comparisons reveal notable differences, with male children showing the largest separation in distractibility and female children in movement. In conclusion, this study emphasizes the significance of recognizing and addressing potential biases when interpreting questionnaires assessing symptoms of IA, hyperactivity, and impulsivity in children.
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Background: Previous studies have demonstrated the short-term efficacy of pharmacotherapy and behavior therapy for attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD), but no longer-term tie, >4 months) investigations have compared these 2 treatments or their combination. Methods: A group of 579 children with ADHD Combined Type, aged 7 to 9.9 years, were assigned to 13 months of medication management (titration followed by monthly visits); intensive behavioral treatment (parent, school, and child components, with therapist involvement gradually reduced over time); the two combined; or standard community care (treatments by community providers). Outcomes were assessed in multiple domains before and during treatment and at treatment end point (with the combined treatment and medication management groups continuing medication at all assessment points). Data were analyzed through intent to-treat random-effects regression procedures. Results: All 4 groups showed sizable reductions in symptoms over time, with significant differences among them in degrees of change. For most ADHD symptoms, children in the combined treatment and medication management groups showed significantly greater improvement than those given intensive behavioral treatment and community care. Combined and medication management treatments did not differ significantly on any direct comparisons, but in several instances (oppositional/aggressive symptoms, internalizing symptoms, teacher-rated social skills, parent-child relations, and reading achievement) combined treatment proved superior to intensive behavioral treatment and/or community care while medication management did not. Study medication strategies were superior to community care treatments, despite the fact that two thirds of community-treated subjects received medication during the study period. Conclusions: For ADHD symptoms, our carefully crafted medication management was superior to behavioral treatment and to routine community care that included medication. Our combined treatment did not yield significantly greater benefits than medication management for core ADHD symptoms, but may have provided modest advantages for non-ADHD symptom and positive functioning outcomes.
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The purpose of this paper was to examine and present attention deficit hyperactivity disorder (ADHD) as a social disability. The overall outcomes from the literature indicate how children with ADHD and social disability display similar behavior patterns (e.g., conduct disorders, attention problems, and difficulties in family functioning). Other difficulties found with ADHD children were low self-esteem, bad reputations among peers, conflicts in friendships, problems in social skills, and difficulty in overcoming self-centeredness in social skills. Early identification of social disability, however, may result in provision of preventative services, such as suggested parent and mentor methods, and maximization of the chances for positive experiences in school, extracurricular activities, and the neighborhood. These services are recommended, and success depends on effort and consistent implementation of procedures.
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Differential diagnosis and treatment of children with Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder (ADHD) remains difficult and controversial, particularly when children present with concomitant academic and behavior problems. Describing a sample of 184 chil-dren referred for evaluation in a university-affiliated outpatient pediatric clinic, this study subsequently examined the discriminant validity of the Conners’ parent and teacher rating scales for ADHD subtypes with and without comorbid conditions. Although discriminant analyses suggest several Conners’ subscales help differentiate subtypes, multimethod evaluations using a variety of data sources are necessary for accurate identification and classification of the disorder with and without comorbid conditions.
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Two hypotheses were tested. The first was that low self-regard contributes over time to victimization by peers. The second was that behavioral vulnerabilities (e.g., physical weakness, manifest anxiety, poor social skills) are more likely to lead to victimization over time when children have low self-regard than when they are "self-protected" by healthy self-regard. Participants were 189 third-through 7th-grade boys and girls; data were collected in the fall and the spring of the school year. Both hypotheses were supported, especially when self-regard was assessed in terms of self-perceived peer social competence. In addition, the experience of being victimized led to diminished self-regard over time. Poor self-concept may play a central role in a vicious cycle that perpetuates and solidifies a child's status as a victim of peer abuse.
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One hundred ninety-five boys with attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD) were compared with 73 comparison boys (M = 9.83 years, SD = 1.30) on self-perceptions relative to a teacher-rated criterion, Emphasis was placed on ADHD subgroup comparisons according to level of aggression, academic achievement, and depression compared with control boys. Consistent with the authors' prediction, ADHD boys overestimated relative to teacher report, more than did controls, in the scholastic competence, social acceptance, and behavioral conduct domains. Examination of discrepancy scores (child rating - teacher rating) by comorbidity subgroups suggested that aggressive and low-achieving ADHD boys tended to overestimate their competence the most in the domains in which they were the most impaired, Results are discussed in terms of prior literature on "positive illusions" in ADHD children.
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It was tested whether boys with attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD), subgrouped by aggressive status, would show higher rates of depressive symptomatology and lower levels of self-esteem than would comparison boys and, in a subsample, explored attributional mechanisms that may be related to such internalizing features. Study 1 utilized 114 boys with ADHD (all prior recipients of stimulant medication) and 87 comparison boys, aged 7–12 years. Aggressive boys with ADHD reported more symptoms of depression than did nonaggressive boys with ADHD, who, in turn, reported more depression than did comparison boys. Effect sizes were moderate to large and did not vary with a depression rating scale uncontaminated by ADHD-related items. For self-esteem, the most pronounced effect was that aggressive boys with ADHD showed lower levels than did nonaggressive ADHD or comparison boys; effects were again moderate to large. Study 2 participants were a subsample of boys with ADHD from Study 1 (N = 27). We probed causal attributions in ADHD-related domains through responses to hypothetical vignettes, in which the protagonist's medication status (medicated, not medicated) was crossed with type of outcome (good, bad). Medication-related attributions were frequent. In describing the protagonist's success in relation to medication treatment, the sample showed significant associations between (a) medication-related attributions and (b) increased depressive symptomatology as well as decreased self-esteem. We discuss attributional processes that may help to explain the variation in internalizing symptoms among children with ADHD.