Proposta: Mentes, Máquinas e Música: Considerações interdisciplinares sobre a ciência, a tecnologia e a arte da comunicação expressiva musical Título: Mentes, Máquinas e Música: Considerações interdisciplinares sobre a ciência, a tecnologia e a arte da comunicação expressiva musical Perfil da obra: Divulgação científica ou cultural Resumo do livro: Mentes, Máquinas e Música é um livro que traz considerações embasadas na trajetória acadêmica do autor sobre a interveniência, a intersecção e a interação entre estas três grandes áreas do conhecimento e atuação humana; a mente humana, a tecnologia e a expressão musical. Como estes são vastos campos, seria praticamente impossível cobrir tamanha extensão numa única obra. Precisaríamos de infindáveis ensaios sobre cada aspecto destas relações interdisciplinares para sequer arranhar a superfície desta inter-relação, onde sempre seria possível seguir trilhando por novas veredas, nas fronteiras entre as infindáveis e portanto sempre pouco conhecidas correspondências entre estas áreas do conhecimento e da expressão humana. Por isso, este trabalho tem a pretensão de apenas apresentar algumas possíveis questões e conjecturas dentro desta problemática, embasadas em referências acadêmicas. A ordenação destas considerações, conforme apresentadas neste trabalho, não é casual. Esta expressa a sequência natural de suas origens e desenvolvimentos, iniciando pelos processos mentais, enveredando pelo ferramental tecnológico e culminando na expressividade artística, em especial a da música. De fato, tudo parece iniciar na mente, ainda que esta seja inefável, não se sabendo ao certo o que é de fato a mente humana, onde esta se localiza e como surgem seus insights. Por simplicidade, entende-se, neste trabalho, o termo "mente" como se tratando do processamento informacional do cérebro que transpõe o próprio indivíduo; a atividade imaterial e dinâmica que se expressa na forma de consciência, pensamentos e emoções, fundamentalmente dependente da interação social que molda a experiência objetiva e subjetiva de cada indivíduo e assim orienta o desenvolvimento da sociedade humana. É nesse fluxo informacional entre mentes que as máquinas são concebidas como extensões das capacidades humanas. É através das máquinas que a mente ganha maior alcance para a sua criação e expressão, tanto através da linguagem quanto através da música, estendendo-se das ciências às artes. Máquinas são aqui entendidas como sendo os artefatos das nossas mentes, que ampliam nossa capacidade de observação, ação e expressão. De modo bastante reducionista, a primeira e mais fundamental "máquina" da mente é o "cérebro"; o incrível processador adaptativo que, por sua vez, controla a "máquina" monumental que é o nosso corpo. Quando se pergunta a uma criança onde está o seu "eu", esta normalmente aponta para a sua cabeça ou para a sua barriga. É nesses lugares que se encontram duas grandes concentrações de processamento neural (e portanto mental): o encéfalo, na cabeça, e o sistema nervoso entérico, conhecido como o nosso "segundo cérebro", localizado do sistema gástrico. São nesses locais que sentimos a todo momento estar localizada a nossa sensação e noção de expressão, vontade e individualidade. Curiosamente, também podemos dizer "a minha mente" referindo-se aos processos informacionais que constituem as miríades de pensamentos que nos ocorrem mas que não nos identificam; similar aos objetos e processos que podemos observar a distância. Do mesmo modo que observamos os nossos braços, podemos observar nossos pensamentos e emoções, como pertencentes a nós mas não exatamente parte do que vem a ser o nosso conceito ou sensação de "eu". Nos acostumamos a colocar sobre o nosso corpo camadas de artefatos; as roupas, os calçados e eventuais adornos, que cumprem e mesclam propósitos pragmáticos, sociais e estéticos. Também nos valemos de equipamentos funcionais, como óculos, celulares e veículos, os quais, com a prática de sua utilização frequente, passam a ser percebidos por nós como se fossem extensões do nosso próprio corpo.