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Habilidades sociais: Conceitos e campo teórico-prático

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Abstract

Texto online. Dispon'ivel em:< http://www. rihs. ufscar. br/pdf/sobre_hs. pdf> Acesso em
Del Prette, A. & Del Prette, Z. A. P. Habilidades sociais: Conceitos e
campo teórico-prático. Texto online, disponibilizado em
http://www.rihs.ufscar.br, em dezembro de 2006.
O campo teórico-prático das Habilidades Sociais teve origem na Psicologia
Clínica e do Trabalho, porém os programas de Treinamento de Habilidades Sociais são
atualmente aplicados a diversos campos da Psicologia.
Na base do desenvolvimento desse campo encontram-se os conceitos de
habilidades sociais e competência social que qualificam um tipo especial de
desempenho social. Conforme destacamos em A. Del Prette e Del Prette (2001, p 31):
O desempenho social refere-se à emissão de um comportamento ou
seqüência de comportamentos em uma situação social qualquer. Já o
termo habilidades sociais aplica-se à noção de existência de diferentes
classes de comportamentos sociais no repertório do indivíduo para lidar
com as demandas das situações interpessoais. A competência social tem
sentido a avaliativo que remete aos efeitos do desempenho das
habilidades nas situações vividas pelo indivíduo.
Muitos estudos vêm demonstrando que indivíduos com bom relacionamento
interpessoal são mais saudáveis, menos propensos a doenças e também mais produtivos
no trabalho. O desempenho profissional em diversas áreas, especialmente de gerentes,
supervisores, líderes e demais profissionais (cuja atuação se dá por meio de relações
interpessoais), depende, criticamente, de um conjunto de competências e habilidades de
relacionamento. Quando socialmente habilidosos, esses profissionais contribuem
significativamente para a melhoria do clima organizacional bem como para a qualidade
das relações intra e inter-setores e para a relação com fornecedores, clientes e público
em geral.
O conjunto de habilidades sociais relevantes pode ser organizado em classes e
subclasses de maior ou menor abrangência. Entre as principais classes, destacamos (A.
Del Prette & Del Prette, 2001) as habilidades de comunicação (fazer e responder
perguntas, dar e pedir feedback, elogiar, iniciar, manter e encerrar conversação), as
habilidades de civilidade (dizer por favor, agradecer, apresentar-se, cumprimentar), as
habilidades assertivas de enfrentamento ou defesa de direitos e de cidadania (expressar
opinião, discordar, fazer e recusar pedidos, interagir com autoridades, lidar com críticas,
expressar desagrado, lidar com a raiva do outro, pedir mudança de comportamento etc.),
as habilidades empáticas e de expressão de sentimento positivo e outras duas mais
abrangentes que nomeamos como habilidades sociais profissionais ou de trabalho
(coordenação de grupo, falar em público), as habilidades sociais educativas de pais,
professores e outros agentes envolvidos na educação ou treinamento. Na base de
qualquer desempenho socialmente competente, destacamos a automonitoria, enquanto
habilidade geral de observar, descrever, interpretar e regular pensamentos, sentimentos
e comportamentos em situações sociais.
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Em nosso primeiro livro (Del Prette & Del Prette, 1999), dedicamos um capítulo
à comunicação não verbal (contato visual, sorriso, expressão facial, gestualidade,
postura, contato físico etc.) que garante a qualidade dos desempenhos que definem as
habilidades sociais e a competência social. Também nesta obra, é dada atenção especial
aos componentes cognitivo-afetivos da competência social, tais como os conhecimentos
prévios (a respeito da cultura, do ambiente e dos papéis sociais, o autoconhecimento), as
expectativas, crenças e estratégias de processamento e leitura do ambiente social.
Na análise das principais classes de habilidades sociais na infância (Z. Del Prette
& Del Prette, 2005), propomos um sistema de sete classes gerais que deveriam ser
promovidas para garantir o bem estar e o desenvolvimento socioemocional satisfatório
da criança: autocontrole/expressividade emocional, civilidade, empatia, assertividade,
fazer amizade, solução de problemas interpessoais e habilidades sociais acadêmicas.
Também nesse caso, destacamos o peso das habilidades sociais educativas de pais e
educadores em geral na promoção do repertório social da criança e dos adolescentes.
O campo teórico-prático atualmente designado por Treinamento de Habilidades
Sociais ou, simplesmente Habilidades Sociais possui algumas premissas básicas,
importantes para a sua compreensão e, também, para a aplicabilidade de algumas de
suas tecnologias de avaliação e de intervenção. Uma síntese de alguns aspectos
fundamentais na compreensão das habilidades sociais inclui as premissas abaixo:
(a) As habilidades sociais são aprendidas e contemplam as dimensões pessoal,
situacional e cultural (Del Prette & Del Prette, 1999);
(b) Possuir um bom repertório de habilidades sociais não garante, por si só, um
desempenho socialmente competente.
(c) Os conceitos sobre habilidades sociais e competência social não se
equivalem. O termo “habilidades sociais refere-se à existência de diferentes
classes de comportamentos sociais no repertório do indivíduo para lidar de
maneira adequada com as demandas das situações interpessoais” (A. Del
Prette & Del Prette, 2001, p. 31). Por outro lado, a competência social tem
um sentido avaliativo e, portanto, qualifica “a proficiência de um
desempenho e se refere à capacidade do indivíduo de organizar pensamentos,
sentimentos e ações em função de seus objetivos e valores articulando-os às
demandas imediatas e mediatas do ambiente” (A. Del Prette & Del Prette,
2001, p. 31).
(d) A competência social, como construto avaliativo, implica em instrumentos
de avaliação, especificidade da situação onde o desempenho ocorre e
critérios de avaliação. Os principais critérios, conforme A. Del Prette e Del
Prette (2001, p. 34) são: consecução dos objetivos da interação; manutenção
ou melhora da auto-estima; manutenção ou melhora da qualidade da relação;
maior equilíbrio entre ganhos e perdas entre os parceiros da relação; respeito
e ampliação dos direitos humanos básicos.
(e) O Treinamento de Habilidades Sociais foi constituído em termos de escopo e
definições conceituais anteriormente ao Treinamento Assertivo. Ambos,
historicamente, são movimentos independentes, o primeiro iniciado na
Inglaterra e o segundo nos Estados Unidos. Atualmente, alguns autores (Del
Prette & Del Prette, 1999; A. Del Prette & Del Prette, 2005) incluem a
assertividade como uma subárea do Treinamento de Habilidades Sociais.
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(f) Diferentes abordagens sobre o relacionamento interpessoal compõem o
sistema teórico amplo que forma o campo do Treinamento de Habilidades
Sociais, entre elas as teorias de aprendizagem derivada do modelo de Skinner
e de Bandura têm uma posição de destaque.
Embora usualmente as habilidades sociais sejam aprendidas ao longo do ciclo
vital, quando as condições não favorecem essa aquisição, o processo pode ser
recuperado por meio de treinamento sistemático, em contextos estruturados e por meio
de estratégias grupais bem conduzidas. Temos defendido o contexto grupal para a
promoção de habilidades sociais, especialmente por que facilita o uso de procedimentos
vivenciais, entendendo-se vivência (Z. Del Prette & Del Prette, 2005, p.101) como:
(...) uma atividade de grupo, estruturada de modo análogo ou simbólico
a situações cotidianas, que cria oportunidade para desempenhos
específicos, permitindo que o facilitador avalie os comportamentos
observados e utilize as contingências pertinentes para fortalecer e/ou
ampliar o repertório de habilidades sociais dos participantes.
É interessante notar o interesse pelo campo teórico-prático das Habilidades
Sociais vem se ampliando, especialmente junto aos alunos em formação, não apenas de
Psicologia, mas também das áreas exatas (Del Prette & Del Prette, 2003). Observa-se
um aumento crescente na divulgação de pesquisa em forma de artigos e, além disso, o
tema vem sendo abordado em capítulos de livros como os da coleção Comportamento e
Cognição, organizada anualmente pela ABPMC e em livros especificamente dedicados
a essa temática, com a consolidação de grupos de pesquisa em diferentes partes do país.
Outro critério que permite inferir sobre o desenvolvimento da área é o interesse
dos estudiosos na investigação do que se poderia designar como o estado da arte. A
primeira tentativa foi realizada por Del Prette e Del Prette (2000), com o estudo
Treinamento em Habilidades Sociais: Panorama geral da área, com foco nas
publicações em periódicos até o ano de 1999. Posteriormente, Mitsi, Silveira e Costa
(2004) e Murta (2005) empreenderam novas análises das publicações. O estudo de
Mitsi, Silveira e Costa estava interessado nos relatos de intervenção em habilidades
sociais no atendimento de transtorno obsessivo compulsivo. Murta (2005) realizou uma
análise sobre o Treinamento de Habilidades Sociais como programa de intervenção.
Recentemente, um grupo de pesquisadores do GT ANPEPP (Bolsoni-Silva e
colaboradores, 2006) fez uma análise mais completa dos artigos publicados em
periódicos indexados até 2004, especificando a natureza do trabalho (teórico ou
intervenção), o delineamento utilizado (experimental, pré-experimental, correlacional,
descritivo) e mapeando o tipo de população (jovem, adulto e criança), os procedimentos
de coleta de dados, as regiões do país etc.
O crescimento de interesse, exemplificado anteriormente, revela também alguns
problemas inerentes à área. O primeiro é o de considerar o Treinamento de habilidades
Sociais como uma panacéia. Reiteradamente temos alertado para a necessidade de
bastante cautela quanto a essa possibilidade, porque, como já referimos anteriormente
(Del Prette & Del Prette, 1999), em muitos casos o Treinamento de Habilidades Sociais
pode ser usado como coadjuvante da metodologia principal de tratamento e, em
segundo lugar, existem casos, especialmente com crianças, de resistência à mudança.
Para atendimentos com pessoas com essas características possivelmente outras formas
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de intervenção possam ser mais indicadas. Um outro problema refere-se à excessiva
liberdade conceitual de alguns profissionais para descrever o que fizeram. Somente um
relato objetivo e minucioso pode, de fato, possibilitar uma real compreensão do
programa de atendimento e então classifica-lo ou não como Treinamento de Habilidades
Sociais.
O que se observa, ainda, é que há muito por fazer na temática das relações
interpessoais e habilidades sociais. Dada a sua potencial amplitude, a avaliação e
promoção de habilidades sociais junto a pessoas com diferentes tipos de transtornos
psicológicos e estudos experimentais sobre a efetividade dos programas realizados, com
descrição minuciosa dos procedimentos, constituem ainda uma necessidade. No entanto,
é alentador destacar a repercussão das atividades e produtos do Grupo RIHS, o que tem
ocorrido principalmente em termos de: (a) divulgação do campo teórico-aplicado das
Habilidades Sociais no Brasil, por meio de publicações de livros, artigos em periódicos,
apresentações em reuniões científicas nacionais e internacionais e cursos de extensão à
comunidade; (b) Formação de recursos humanos para a pesquisa e a atuação
profissional na área das Habilidades Sociais, por meio de orientação a projetos de
alunos de graduação e pós-graduação e também da prestação de serviços à comunidade;
(c) Intercâmbio com pesquisadores de outras instituições do Brasil (destacando-se o
Grupo de Trabalho na Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em
Psicologia, ANPEPP) e do exterior (por meio de projetos que integram pesquisadores de
Portugal, Espanha, México e Estados Unidos).
REFERÊNCIAS
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estudos publicados em periódicos. Em: M. Bandeira, Z. A. P. Del Prette & A. Del
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Del Prette, A. & Del Prette, Z. A. P. (2003). No contexto da travessia para o ambiente
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Del Prette, Z. A. P. & A. Del Prette (2002). Psicología de las habilidades sociales:
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Del Prette, Z. A. P. & Del Prette, A. (2005). Habilidades Sociais na Infância: Teoria e
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Del Prette, Z. A. P. & Del Prette, A. (2005). Sistema Multimídia de Habilidades Sociais
para Crianças. São Paulo: Casa do Psicólogo (Acompanhado de Manual, CDs do
software, Cadernos de Aplicação, Fichas etc.).
Del Prette, Z. A. P., Del Prette, A., & Barreto, M. C. M. (2006). Treinamento de
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programa de intervenção (pp.217-234). Em: M. Bandeira, Z. A. P. Del Prette & A.
Del Prette (Orgs.), (2006). Estudos sobre habilidades sociais e relacionamento
interpessoal (pp.217-234). Paulo: Casa do Psicólogo.
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no tratamento do transtorno obsessivo compulsivo: Um levantamento
bibliográfico. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 6(1),
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Pacheco, P. & Rangé, B. (2006). Desenvolvimento de habilidades sociais em
graduandos de Psicologia intervenção Em: M. Bandeira, Z. A. P. Del Prette & A.
Del Prette (Orgs.), (2006). Estudos sobre habilidades sociais e relacionamento
interpessoal (pp. 199-216). São Paulo: Casa do Psicólogo.
... essoal é um grande influenciador no desenvolvimento social do sujeito. Nesse sentido, o Treinamento de Habilidades Sociais (THS) se apresenta como um instrumento que possibilita qualificar suas ações aprimorando fatores que se relacionam com áreas de formação, tais como, as habilidades de expressão de afeto, de comunicação, de empatia e educativas (A. Del Prette & Del Prette, 2006). Nas últimas décadas, a psicologia tem buscado construir uma analogia entre relações interpessoais, desenvolvimento socioemocional e saúde. Praticamente todas as teorias de desenvolvimento interpessoal enfocam questões como a socialização e a importância das interações sociais (Z. A. P. Del Prette & Del Prette, 1996;Mariano & Bolsoni-Si ...
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RESUMO A literatura descreve que as habilidades sociais são reconhecidas como fator de proteção ao desenvolvimento humano. Por consequência, programas de treinamento de habilidades sociais têm sido considerados eficazes no aprimoramento de tais comportamentos e competências sociais. Esta revisão tem como objetivo avaliar os estudos de intervenção voltados ao contexto educacional no âmbito do Treinamento de Habilidades Sociais, publicados em periódicos nacionais e internacionais. Foram localizados um somatório total de 1.022 artigos utilizando os descritores "Social skills AND Training AND Teachers" nos bancos de dados SciELO, LILACS, EBSCO, PePSIC e PubMedD, sem delimitação de período de tempo. Depois de aplicados os critérios de inclusão e exclusão utilizando o método Prisma, restaram nove artigos, provenientes de diferentes países. Os resultados indicaram a escassez de estudos voltados ao cenário escolar tendo o professor como foco. Além disso, no que se refere aos estudos nacionais, estão vinculados a alguns grupos de pesquisa, existem poucos instrumentos específicos e não foram focados em habilidades sociais educativas. No entanto, os estudos analisados apresentam contribuições em termos da caracterização do repertório de habilidades sociais e propõem intervenções no âmbito educacional. Palavras-chave: habilidades sociais, capacitação, professores escolares, revisão.
... Isto não significa uma posição contrária à frequência da criança na Educação Infantil ou quaisquer outros ambientes institucionalizados. O que se ressalta é que a educação, as aprendizagens e os desenvolvimentos das crianças dependem das condições que elas encontram nestes ambientes e que isso pode influir sobre a qualidade de suas relações interpessoais (Del Prette & Del Prette, 2006). ...
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The objective of this study is to comprehend the effects of the pedagogical proposals and socioeconomic contexts on the repertoire of social skills of children of 4 and 5 years old from two Child Education institutions, one public and one private from the city of Ipiaú-Bahia. The methodological path was inspired in exploratory and qualitative research. The data was generated through the analysis of the Political Pedagogical Project of each institution, field journal and semi structured interview. The informations generated through field and documental research, from the categories: Child Education, social skills and socioeconomic context allowed to know the potentialities, the gaps and the contradictions of the theme of social skills in Child Education in that context. The results of the researches indicate that the notion of social skills is relatively new in the area of education and less spread. As much in educational reality as in legislation, social skills, even not being recognized and worked as such are present in an indirect way. It was also verified that there is no distinction between the repertory of social skills from children enrolled in Child Education in distinct socioeconomic and pedagogic proposals. The repertory of social skills of the children is influenced by the familiar, educational and religious context, by the social support nets, and others.
... O campo das habilidades sociais (HS) vem sendo muito utilizado de forma interdisciplinar, considerando que tais habilidades são comportamentos sociais necessários para construção de relações interpessoais saudáveis e produtivas (10) em diferentes ambientes e com diferentes tipos de pessoas (11) , de acordo com parâmetros típicos de cada contexto e cultura (12) . ...
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Objetivo Este estudo investigou o efeito da educação musical no repertório de habilidades escolares em crianças expostas e não expostas à educação musical. Método Foram avaliadas 80 crianças, entre oito a doze anos, ambos os sexos, divididos em dois grupos: 40 alunos com educação musical (experimental) e 40 alunos sem educação musical (controle). Para coleta dos dados, foram utilizados o questionário do Sistema de Avaliação de Habilidades Sociais (SSRS-M) e o Teste de Desempenho Escolar (TDE). Resultados Indicaram diferença estatisticamente significante nas crianças expostas à educação musical, evidenciando que houve melhoria no desempenho escolar e na competência acadêmica. Conclusão Portanto, é de grande relevância o benefício da aprendizagem musical aliada a diferentes áreas da educação e da saúde, uma vez que pode representar uma estratégia eficaz na prática inclusiva e na promoção da saúde física e mental das crianças.
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Objetivo: Comparar o repertório de habilidades sociais e problemas de comportamento de crianças, antes e após o treinamento musical. Métodos: Este foi um estudo quasi-experimental com oitenta crianças (oito a 12 anos), divididas em dois grupos, experimental e controle. Os dados foram coletados usando o Sistema de Avaliação de Habilidades Sociais (SSRS-BR). Para análise estatística dos dados foi utilizado o teste ANOVA de medidas repetidas e o teste de Tukey. Resultados: indicaram uma diferença estatisticamente significativa em crianças expostas ao treinamento musical, mostrando melhoria significativa em seu repertório de habilidades sociais e problemas de comportamento em comparação com crianças que não foram expostas ao treinamento musical. Conclusão: o treinamento musical promoveu as habilidades sociais em crianças, em relação ao autocontrole, afetividade, cooperação, responsabilidade, desenvoltura social, civilidade e problemas de comportamento, em relação a comportamentos internalizantes e externalizantes.
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A importância e relevância desta pesquisa narrativa decorre do interesse em utilizar práticas de cuidar integrativo, no olhar à adolescência e suas necessidades prementes. A proposta desta pesquisa é descrever o raciocínio percorrido pela autora no desenvolvimento de uma possibilidade estratégica lúdica aplicável à intervenção em transtornos mentais, catalogados pela Organização Mundial de Saúde – OMS, como, por exemplo: automutilação, depressão, tentativas de suicídios, abusos, bullying e agressões, entre outros conflitos oriundos das relações interpessoais que, por vezes, desencadeiam o sofrimento emocional de adolescentes. Desenvolver um jogo de cartas com tabuleiro contemplando a interação multidisciplinar e visão integrativa, e que apresente a possibilidade de se tornar um instrumento de conexão na comunicação entre os adolescentes e os adultos é o objetivo geral deste trabalho. Portanto, usando a forma de pensamento cerebral na adolescência, em conexão com a proposta de integralidade no cuidar, elabora-se uma ferramenta de comunicação assertiva, empática e não violenta, que possa contribuir no autoconhecimento e relacionamentos intra e interpessoais. No que se refere aos objetivos específicos, a autora estabelece uma linha condutora sobre o raciocínio que contribui a transformar as diversas técnicas de abordagem vivenciadas no PerCurso de cuidados integrativos da UNIFESP, em conexão às teorias descortinadas pelo levantamento bibliográfico e sua experiência profissional, em alicerces do processo criativo envolvido em um jogo chamado Jogo da Jornada.
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RESUMO Este artigo buscou identificar a percepção dos estudantes de um curso de licenciatura em relação às habilidades sociais necessárias ao trabalho docente. Foi analisado o Projeto Pedagógico do Curso (PPC) para compreender sua proposta curricular frente à formação de habilidades sociais específicas à docência e realizadas entrevistas para o acesso às percepções dos estudantes sobre o tema. Os resultados apontam que os estudantes compreendem como habilidades sociais pertinentes à docência o comportamento de motivação, proximidade, acolhimento, empatia, incentivo à reflexão e autonomia. Porém, o curso contribui de modo implícito para a formação dessas habilidades, percepçào corroborada pela análise do PPC e pelas entrevistas. Palavras-Chave: formação docente. habilidades sociais. licenciatura. ABSTRACT This article aimed to identify the students' perception of a degree course in relation to the social skills necessary for teaching work. The Pedagogical Project of the Course was analyzed to understand its curricular proposal in front of the formation of social skills specific to teaching. Interviews were conducted to access students' perceptions on the subject. The results show that the students include as social skills relevant to teaching the motivational behavior, proximity, acceptance, empathy, encouragement for reflection and autonomy. And that the course contributes implicitly to the formation of these skills, which the PPC analysis corroborates.
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O professor está em constante interação com seus alunos no ambiente escolar e desempenha um papel fundamental do processo de transmissão do conhecimento, do desenvolvimento educacional e social do corpo discente. Além disso o professor pode contribuir pelo sucesso ou insucesso que seus alunos terão no decurso do seu desenvolvimento acadêmico e pessoal, por meio de práticas pedagógicas que facilitem a aprendizagem de seus alunos. Este artigo consiste numa revisão de literatura acerca das habilidades sociais e sua relação com o professor, dada sua importância para o mesmo na transmissão de saberes e na interação com seus alunos. Para elaboração do presente artigo, buscaram-se informações concernentes as Habilidades Sociais e o Professor em livros e artigos científicos publicados em banco de dados como SciELO e Pepsic, num período correspondente entre os anos de 1996 e 2009. Os dados obtidos corroboram para o entendimento da importância das habilidades sociais para o professor quanto agente fundamental no processo de transmissão dos saberes e na interação deste com seus alunos. Palavras-chave: Habilidades Sociais. Professor. Alunos.
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Resumo Abstract O presente artigo tem como objetivo apresentar uma discussão sobre delírios e alucinações vistos aqui como classes de comportamentos-problema. Delírios e alucinações são analisados sob o enfoque de uma ciência natural, com base nas contribuições da teoria do comportamento verbal de Skinner (1957) e da teoria de linguagem de Staats (1996). Para ilustrar a interpretação comportamental para aquelas classes de comportamentos verbais, foram utilizadas cenas do filme Uma Mente Brilhante. O filme apresenta a história verídica de um homem diagnosticado como esquizofrênico paranóico. Termos como delírio e alucinação são freqüentemente associados a conceitos mentalistas como explicações ativas do comportamento. O comportamento é explicado pelo conceito, de forma circular. É proposto que em vez de conceitos mentais, são os comportamentos estranhos, fora do comum, que devem se tornar objetos de estudo. Palavras chaves: Delírios; alucinações; comportamento verbal; análise do comportamento. The present paper has the objective of presenting a discussion about delirium and hallucinations seen here as classes of problem behaviors. Delirium and hallucination are analysed under a natural science point of view, based on the contributions of Skinner's (1957) theory of verbal behavior and Staats (1996) language theory. Scenes of the movie A Beautiful Mind were used to illustrate the behavioral interpretation of such class of verbal behaviors. The motion picture presents the true story of a man diagnosed as paranoid schizophrenia. Delirium and hallucination are words frequently associated with mentalistic concepts as active explanations of behavior. The behavior is explained by the concept, in a circular way. It is proposed that instead of mental concepts, it is the strange, out of the ordinary behaviors that should become object of study.
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On the crossing for the work context: social skills training with undergraduate students. Considering the current challenges concerning the insertion in the work context and the growing valorization of the interpersonal competence by employers, this paper describes a group program of social skills training with ten undergraduates attending the final stages of their courses, all in the area of exact sciences. The program, with A-B-A design, lasted thirty-six hours, with two weekly sessions of about two hours each. The whole program was planned in theoretical and practical modules, both occurring in a single session. The program was evaluated with the application of a self-report inventory (HIS-Del-Prette) before and after the intervention and with a peer evaluation at the final session. The results indicated significant differences (Wilcoxon test) between the first and final intervention scores for most of the participants with peer positive evaluations about these changes.
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Habilidades sociais são reconhecidas como fator de proteção no curso do desenvolvimento humano. Por conseqüência, programas para o desenvolvimento de habilidades sociais têm sido desenvolvidos para promover saúde mental. Este artigo descreve programas de treinamento em habilidades sociais com amostras brasileiras para prevenção primária, secundária e terciária. Foram enfocados os participantes, delineamento, instrumentos de avaliação, técnicas de intervenção e resultados. A consulta a periódicos, base de dados LILACS e livros produzidos por grupos de pesquisa identificou 17 programas de intervenção. A literatura evidenciou o predomínio de programas em grupo, nos contextos clínico e escolar, com delineamentos pré-experimentais e uso de técnicas cognitivo-comportamentais. Os resultados encontrados foram promissores rumo a melhorias no desempenho social. São apresentadas sugestões para o planejamento de futuras intervenções.
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Referência completa Del Prette, Z. A. P. & Del Prette, A. (2006). Sistema Multimídia de Habilidades Sociais para Crianças (SMHSC-Del-Prette). São Paulo: Casa do Psicólogo (3ª ed., 1ª. em 2001). DETAILS: http://www.rihs.ufscar.br/avaliacao-de-hs/imhsc-del-prette GOOGLE SCHOLAR CITATIONS: http://scholar.google.com.br/citations?user=FojPi74AAAAJ&hl=en
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Referência completa Del Prette, A. & Del Prette, Z.A.P. (Orgs.) (2007). Habilidades sociais, desenvolvimento e aprendizagem: Questões conceituais, avaliação e intervenção. Campinas: Alínea (2ª. impressão, 1ª. ed. 2003). DETAILS: http://www.rihs.ufscar.br/ GOOGLE SCHOLAR CITATIONS: http://scholar.google.com.br/citations?user=FojPi74AAAAJ&hl=en
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Referência completa: Bandeira, M., Del Prette, Z. A. P. & Del Prette, A. (Orgs.), (2006). Estudos sobre habilidades sociais e relacionamento interpessoal. São Paulo: Casa do Psicólogo. DETAILS: http://www.rihs.ufscar.br/livros-e-artigos-sobre-hs/livros-de-hs/estudos-hs-ri GOOGLE SCHOLAR CITATIONS: http://scholar.google.com.br/citations?user=FojPi74AAAAJ&hl=en
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Estos dos conceptos– habilidades sociales y competencia social– constituyen el foco de este libro, originalmente publicado en Brasil en el año 1999 y editado por tercera vez en el año 2002. Constituye un manual teórico práctico de utilidad sobre un tema de sumo interés y gran desarrollo en la Psicología contemporánea : las habilidades de convivencia para el establecimiento de relaciones interpersonales saludables y efectivas. Este ámbito de investigación ha sido probablemente uno de los más productivos en los últimos años, debido a sus enormes posibilidades de aplicación práctica. Por ello, este manual esta dirigido tanto a un público general como a investigadores y profesionales de diferentes áreas como psicólogos, educadores, asistentes sociales, terapeutas ocupacionales, administradores y gerentes.
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Este é o primeiro livro escrito por autores brasileiros sobre a Psicologia das Habilidades Sociais, possibilitando ao leitor uma compreensão dos principais conceitos, das alternativas terapêuticas e educacionais de avaliação e de intervenção e o contato com a literatura clássica e atual nesta temática e outras afins. O livro reflete também a experiência prática e de pesquisa dos autores. Destina-se a psicólogos, educadores, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais e todos interessados nas relações interpessoais.