Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social

Published by Instituto Superior Miguel Torga

Online ISSN: 2183-4938

Articles


Errata a: Calcular e apresentar tamanhos do efeito em trabalhos científicos (1): As limitações do p < 0,05 na análise de diferenças de médias de dois grupos
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October 2018

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94 Reads

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Nomofobia na população portuguesa em contexto pandémico: estudo comparativo antes e durante a pandemia COVID-19

March 2022

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17 Reads

Contexto e Objetivo: A nomofobia (no mobile phone) é definida como uma fobia da era digital que se traduz num medo excessivo de ficar impedido de usar o telemóvel. No contexto da pandemia COVID-19, observou-se a intensificação do uso das tecnologias de informação e comunicação. Este estudo pretendeu explorar a existência de diferenças nos níveis de nomofobia experienciados durante a pandemia, comparando-os com os evidenciados antes da pandemia. Adicionalmente, procurou-se analisar a relação entre a nomofobia e variáveis como a frequência do uso dos ecrãs na atividade profissional, o recurso ao gerenciador do telemóvel e em que medida a pandemia tornou o uso do ecrã uma prática recorrente. Hipotetiza-se que, em virtude da maioria das atividades ocorrer no domicílio (teletrabalho, aulas online), se observe uma diminuição global da nomofobia. Métodos: Estudo de desenho transversal. Participaram 288 indivíduos da população geral em situação de pandemia e 500 indivíduos de uma amostra recolhida previamente à pandemia. Todos os participantes preencheram online o European Portuguese Version of the Nomophobia Questionnaire. Resultados: Os níveis de nomofobia observados durante a pandemia foram mais reduzidos comparativamente aos do período pré-pandemia. Não se observaram diferenças estatisticamente significativas nos níveis de nomofobia em função do sexo, estado civil ou prática recorrente do uso do ecrã. A nomofobia não se mostrou associada à idade, uso dos ecrãs para efeitos profissionais ou recurso ao gerenciador do telemóvel. Conclusões: Em virtude da maioria das atividades ocorrerem em casa (teletrabalho, aulas online), os níveis de nomofobia observados em situação de pandemia foram mais reduzidos. Estes parecem estar relacionados com a diminuição global do medo de não poder comunicar através do telemóvel, perder conectividade, não poder aceder à informação e recear não ter sinal Wi-Fi ou ficar sem bateria.

O impacto da COVID-19 em profissionais de serviço social portugueses e brasileiros: Um estudo exploratório

November 2022

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23 Reads

Objetivo: O presente estudo teve como objetivo pesquisar o impacto da pandemia COVID-19 na realidade profissional de assistentes sociais portugueses e brasileiros. Os assistentes sociais foram desafiados a exercer a sua prática profissional, enquanto serviço essencial, em condições de grande incerteza e de elevado risco, como foi o da pandemia. A investigação organizou-se em três eixos de análise: 1) impacto da pandemia nos beneficiários diretos do serviço social; 2) dificuldades, desafios, novas práticas e metodologias na intervenção social; 3) conciliação entre a vida pessoal e a vida profissional e preocupações futuras. Métodos: Recolha de dados por meio de um questionário sociodemográfico e profissional e um guião de entrevista. Em Portugal, foram realizadas 20 entrevistas a assistentes sociais usando a plataforma de videoconferência Zoom, e no Brasil foram efetuadas 17 entrevistas que decorreram de forma presencial, entre dezembro de 2021 e março de 2022. Resultados: O distanciamento social durante a pandemia implicou a adoção de tecnologias virtuais na prática do serviço social. Numa prática profissional em que o face a face é fundamental na relação, o confinamento e o isolamento foram constrangimentos extraordinários. Os assistentes sociais conviveram com insegurança, dificuldades de acesso a equipamentos de proteção individual, intensificação do trabalho e adaptação a uma nova dinâmica de trabalho. Conclusões: Os assistentes sociais inquiridos, apesar de exaustos, expressaram ter sido resilientes e capazes em rapidamente se adaptar a novas práticas, recusando-se a abandonar os valores e princípios éticos da profissão. Num contexto de grande incerteza, de pouca informação, de medo e mesmo com poucos recursos, os assistentes sociais tiveram presente o sentido de missão e de compromisso solidário que define a profissão — assegurar o acesso das pessoas aos direitos, ao bem-estar e à segurança.

Categories and Characteristics of the Articles Analyzed
Mental health and social protection of children during times of crisis: The case of the COVID-19 pandemic

November 2022

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84 Reads

Background: Children and adolescents have been silent victims during global crisis periods. In recent decades, a worldwide discussion has been developed to include health, education, social protection, housing, food, healthy coexistence, and participation, among others, as rights on a global agenda and consolidate children's and adolescents' rights. The world is still experiencing the COVID-19 outbreak, which has been considered one of the greatest crises of humanity, with repercussions throughout the complex of social life. Children and adolescents seem to be most affected by the synergistic effects of this pandemic, with evidence of increased mental health problems, abuse, violence, and other forms of violation of their rights. Objective: This article discusses care strategies based on articulated and coordinated actions between social protection systems that include mental health services. Method: A narrative review of the literature on the Scopus platform was carried out during the beginning of the COVID-19 pandemic in 2020. At that time, many organizations pointed out the impact of the pandemic on children's mental health and the challenges for social protection systems. Therefore, we sought to capture this moment through a narrative literature review to identify the experiences of other health crises and what could be done at that moment. From this review, we drew analytical categories to develop a recommendation guide that can be used to improve social protection systems for children and adolescents. Results: The analyses suggested that the protection systems must develop different social policies and care plans for children and adolescents during the humanitarian crisis that must include mental health actions and guarantee their rights. Conclusion: Based on our reflections, we developed a guide of recommendations that governments could adopt to improve their response to children during the post-pandemic future or in other times of crisis.

Representações sociais de universitários brasileiros sobre as influências na adesão ao isolamento-distanciamento social durante a pandemia de COVID-19

September 2022

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42 Reads

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Roberta Seron Sanches

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Objetivo: O estudo em causa teve como objetivo conhecer as representações sociais de universitários brasileiros sobre as influências na adesão ao distanciamento/isolamento social durante a pandemia pelo novo coronavírus. Métodos: Tratou-se de uma pesquisa qualitativa, orientada pela Teoria das Representações Sociais. Os estudantes foram selecionados por conveniência pelo método de amostragem em “bola de neve” em grupos de redes sociais. Os dados foram recolhidos por meio de um questionário eletrônico, elaborado pelos autores, via formulário digital na plataforma Google Forms. Para análise, utilizou-se a análise de conteúdo com o auxílio do software IraMuTeQ. Resultados: Participaram 798 universitários brasileiros, com média de idade igual a 23,59 anos; 71,7% dos respondentes eram do sexo feminino, 28,1% do sexo masculino e 0,3% eram intersexo. Como resultado, obteve-se quatro classes, organizadas em duas categorias, intituladas “Reproduzir a voz da ciência: o conhecimento científico como determinante de condutas” e “A vida em casa: o risco e o medo no quotidiano”. Conclusões: Depreende-se que os participantes estruturam as suas representações a partir das recomendações científicas e assumem a posição de reprodutores do discurso hegemônico sobre o isolamento/distanciamento social. Contudo, o processo de elaboração simbólica é marcado pelo medo de infetar as pessoas próximas e o desejo de protegê-las.

Agradecimentos aos revisores 2020

November 2020

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1 Read

Os altos padrões científicos mantidos pela Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social nos seus artigos deveram muito ao esforço dos revisores, que ofereceram livremente o seu tempo e conhecimento. Assim, os Editores da Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social agradecem aos seguintes revisores que reviram artigos no período de novembro de 2019 a novembro de 2020.

Agradecimentos aos revisores 2021-2022

November 2022

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5 Reads

Os altos padrões científicos mantidos pela Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social nos seus artigos deveram muito ao esforço dos revisoras-revisores, que ofereceram livremente o seu tempo e conhecimento. Assim, as Editoras da Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social agradecem aos seguintes 39 revisoras-revisores que reviram 23 artigos no período de novembro de 2021 a julho de 2022. Este grupo de revisoras-revisores tomou, em média, 15 dias para dar feedback, sugerir melhorias e fazer recomendações, sendo um de Angola, 11 do Brasil, três do Irão, um do México e 23 de Portugal.

Agradecimentos aos revisores 2022–2023
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November 2023

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12 Reads

Os altos padrões científicos mantidos pela Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social nos seus artigos deveram muito ao esforço dos revisoras-revisores, que ofereceram livremente o seu tempo e conhecimento. Assim, as Editoras da Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social agradecem aos seguintes 46 revisoras-revisores que reviram 19 artigos entre novembro de 2022 a novembro de 2023. Este grupo de revisoras-revisores tomou, em média, 16 dias para dar feedback, sugerir melhorias e fazer recomendações, sendo um da Arábia Saudita, 10 do Brasil, um dos Estados Unidos da América, um da Índia, um de Itália, três do Irão, um da Jordânia, um do Nepal, 25 de Portugal e dois da Ucrânia.

Avaliação da (in)flexibilidade psicológica na população portuguesa: Validação da versão breve do Multidimensional Psychological Flexibility Inventory (MPFI-24)

March 2023

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128 Reads

Objetivo: Tradução e validação da versão breve do Inventário de Flexibilidade Psicológica Multidimensional (MPFI-24) para a população portuguesa. Métodos: A amostra foi constituída por 650 participantes, com idades entre os 18 e os 74 anos. Os participantes preencheram um protocolo online composto por um questionário sociodemográfico, o Multidimensional Psychological Flexibility Inventory-24 (MPFI-24), a Psy-Flex, o Patient Health Questionnaire-4 (PHQ-4) e o Mental Health Continuum-Short Form (MHC-SF). Resultados: A análise fatorial confirmatória do MPFI-24 mostrou a plausabilidade do modelo de dois fatores de ordem superior com seis fatores de primeira ordem de Flexibilidade Psicológica (FP) e seis fatores de primeira ordem de Inflexibilidade Psicológica (IP). O MPFI-24 mostrou uma adequada fidedignidade, com valores alfa superiores a 0,70 nos índices globais e em todos os fatores. Revelou ainda uma boa estabilidade temporal. A FP mostrou uma associação positiva com a flexibilidade psicológica, avaliada pela Psy-Flex e com a perceção de saúde mental (MHC-SF) e uma associação negativa com estados emocionais negativos (PHQ-4). A IP revelou o padrão oposto, sendo todas as correlações moderadas e significativas. A idade mostrou uma associação positiva com a FP e negativa com a IP. Não foram encontradas diferenças de género para os dois indicadores globais. Conclusões: O MPFI-24 demonstrou ser um inventário válido e fidedigno para avaliar a FP e IP em adultos da população portuguesa. Este instrumento pode ser utilizado em contexto clínico e de investigação, sendo um contributo relevante na avaliação de intervenções que visam aumentar a flexibilidade psicológica.

Competência emocional dos profissionais de saúde num contexto de uma unidade de cuidados coronários: estudo de abordagem qualitativa com recurso a tecnologias online

May 2022

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41 Reads

Contexto e Objetivo: A complexidade associada aos cuidados de saúde exige que os profissionais mobilizem diferentes tipos de competências. Dentro destas, a competência emocional assume-se como um fator de proteção em situações de elevado stress laboral. Adicionalmente, este tipo de competência encontra-se positivamente associada a outras como a empatia, a resiliência, o suporte social, a satisfação laboral e o cuidar, que constituem elementos essenciais no desempenho profissional dos profissionais de saúde. Assim, este estudo procurou compreender a competência emocional e o seu papel na gestão de situações complexas, na adaptação ao contexto de trabalho e no cuidado à pessoa com doença coronária. Método: O estudo seguiu uma abordagem qualitativa, tendo como referencial teórico-metodológico o estudo de caso explicativo. Participaram cinco profissionais de saúde (4 enfermeiros e um médico) de uma unidade de cuidados coronários de um hospital da região norte de Portugal. Para a recolha de dados optou-se pela realização de um focus group, em fevereiro de 2021. Os resultados foram analisados tendo em consideração os pressupostos de análise de dados qualitativos propostos por Bardin. Resultados: As narrativas destes profissionais deixaram transparecer a complexidade da tarefa laboral, as emoções com que preenchem a jornada de trabalho e o seu papel em momentos cruciais de tomada de decisão. Todos os participantes referiram a necessidade de se desenvolverem iniciativas que promovam o desenvolvimento de diferentes tipos de competências. Conclusão: Este estudo possibilitou aceder a vivências dos profissionais de saúde numa época de grandes desafios devido à pandemia. As narrativas partilhadas possibilitaram a identificação de áreas de maior vulnerabilidade e fragilidade que caracterizam o contexto profissional onde estes participantes atuam.

Uma abordagem longitudinal da contribuição do trauma e da vergonha nos sintomas depressivos em adolescentes

October 2018

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30 Reads

Contexto: A revisão da literatura sobre potenciais fatores preditores dos sintomas depressivos em adolescentes tem mostrado que asexperiências traumáticas durante a infância, as experiências de vergonha e o género têm um contributo relevante. Objetivo: Pretende-se com o presente estudoobservar a variabilidade intraindividual da vergonha, acontecimentos traumáticos e género e testar o poder preditivo destas variáveis a 6 meses na evolução de sintomas depressivos (variável dependente) em adolescentes. Método: A amostra foi constituída por 325 adolescentes, com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos, distribuídos pela zona centro de Portugal e a frequentar o 3.º ciclo do ensino básico e ensino secundário. Foram utilizados o Inventário de Depressão para Crianças, a Escala Breve de vergonha e o Questionário de Trauma na Infância para a avaliação das variáveis referidas. Os resultados longitudinais foram analisados através de uma análise de regressão linear múltipla. Resultados: Verificou-se uma associação positiva entre experiências relatadas como traumáticas e as perceções de vergonha (T1) e os sintomas depressivos (T2, após 6 meses). O modelo de regressão linear múltipla explicou 63% da variância dos sintomas depressivos no T2, podendo contemplar-se que a pertença ao género feminino, a experiência de sentimentos de vergonha e de acontecimentos percebidos como abuso afetivo, abuso sexual e de negligência emocional (variáveis do trauma) permitiram predizer sintomas depressivos na adolescência. Conclusão: Dado que existe alguma evidência do impacto de acontecimentos traumáticos do tipo abuso/negligência durante a infância e de perceções de vergonha, durante a adolescência no desenvolvimento de sintomas depressivos, será pertinente que estas variáveis sejam tidas em conta, quer na avaliação, quer nas intervenções psicoterapêuticas nesta etapa do desenvolvimento humano. Este estudo contribui para salientar o papel de fatores de vulnerabilidade para os sintomas depressivos na adolescência.

Desenvolvimento de uma versão exploratória do Questionário de Atitudes em Relação à População em Situação de Sem-Abrigo: Estudo da estrutura fatorial e características psicométricas

May 2021

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29 Reads

Objetivo: Face à escassez de medidas breves que contemplem as três componentes atitudinais (cognitiva, comportamental e emocional) em relação à população em situação de sem-abrigo, o presente estudo teve como objetivo nuclear o desenvolvimento e estudo da versão exploratória de um questionário de atitudes relativamente a esta população. Métodos: A amostra foi constituída por 361 participantes da população geral. Os participantes responderam online a um conjunto de instrumentos de autorresposta, incluindo o Questionário de Atitudes em Relação à População em Situação de Sem-Abrigo (QARPSSA). Resultados: Após a análise fatorial exploratória do QARPSSA, foram excluídos 15 itens, o que resultou numa versão final de 17 itens. O modelo de análise fatorial confirmatória demonstrou uma boa qualidade de ajustamento: CFI = 0,90; GFI = 0,92; RMSEA = 0,07 e MECVI = 1,02. Apenas o índice de ajustamento do qui-quadrado normalizado apresentou um valor sofrível (X2 /gl = 2,51). A variância extraída média foi de 0,49, valor superior ao quadrado das correlações dos fatores que variou entre 0,002 e 0,25, sendo sugestivo de validade discriminante. A análise da fidedignidade, através do cálculo do alfa de Cronbach, revelou um valor de 0,77 e através do cálculo da fiabilidade compósita de 0,91. Conclusões: Esta versão exploratória do QARPSSA revelou ser válida e fidedigna para a avaliação das atitudes em relação à população em situação de sem-abrigo, podendo ser usada em vários contextos.

Literacia em saúde mental acerca da depressão e abuso de álcool de adolescentes e jovens Portugueses

September 2016

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16 Reads

Este estudo tem objectivos comparar a literacia em saúde mental dos adolescentes e jovens portugueses relativamente à depressão e ao abuso de álcool e analisar o padrão de respostas em termos de consistência e concordância para ambas as perturbações.A amostra é constituída por 4938 adolescentes e jovens, 43,0% do género masculino e 56,7% do género feminino, com uma média de idades de 16,75 anos, que frequentam as escolas do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário, pertencentes à Direção Regional de Educação do Centro.Os resultados revelam um nível de LSM modesto na generalidade das componentes. Ainda que se encontrem diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) em 88,00% dos itens da LSM, o que indicia diferentes formas de encarar ambos os problemas de saúde mental, os resultados revelam consistência em termos das componentes conhecimentos e competências para prestar a primeira ajuda e apoio aos outros e conhecimentos acerca do modo de prevenção das perturbações mentais.

Efeitos da vergonha em sintomas depressivos em pessoas com e sem doença física crónica: Os papéis mediadores da autocompaixão e da ação comprometida

November 2019

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27 Reads

Objetivo: O presente estudo teve como objetivo testar o potencial efeito mediador da autocompaixão e da ação comprometida na relação entre vergonha e sintomatologia depressiva, em pessoas sem e com diagnóstico de doença física crónica. Adicionalmente, foram exploradas as diferenças em relação a essas variáveis entre os dois grupos. Métodos: A amostra foi constituída por 453 participantes (223 com e 230 sem diagnóstico de doença física crónica), os quais responderam numa plataforma online a um protocolo de medidas de autorrelato de vergonha, autocompaixão, ação comprometida e sintomas depressivos. Resultados: Os participantes com diagnóstico de doença crónica apresentaram níveis significativamente (p < 0,05) superiores de vergonha e sintomatologia depressiva, e níveis inferiores de ação comprometida, comparativamente aos participantes sem doença física crónica. Contudo, não foram encontradas diferenças significativas entre os dois grupos relativamente às competências autocompassivas. As análises de correlação revelaram que a vergonha se associa negativamente à autocompaixão e ação comprometida e positivamente á sintomatologia depressiva, tanto no grupo sem como no grupo com diagnóstico de doença física crónica. Os resultados da path analysis indicaram que sentimentos de vergonha têm um impacto significativo, explicando 41% da variância da sintomatologia depressiva, parcialmente via menores níveis de autocompaixão e de ação comprometida. Os resultados da análise multigrupos demonstraram que o modelo testado é plausível nos dois grupos em estudo. Conclusões: Este estudo parece fornecer importantes contributos para a compreensão do impacto protetor das competências autocompassivas e da adoção de ações comprometidas para a saúde mental, tanto para pessoas sem como com diagnóstico de doença física crónica. De facto, os resultados sugerem que estes processos de regulação emocional são importantes mecanismos mediadores da relação entre vergonha e sintomas depressivos. Finalmente, estes dados parecem suportar o desenvolvimento de abordagens mais eficazes para a promoção da saúde psicológica para pessoas sem e com doença crónica.

Treino e reforço de competências em doentes renais crónicos em hemodiálise – O Programa “Acredita+ e Segue”: Resultados preliminares

September 2017

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11 Reads

Objetivo: O presente estudo apresenta os resultados preliminares e descreve a estrutura de um programa de treino e reforço de competências assente numa metodologia de Serviço Social de grupo, realizado a partir das necessidades de doentes renais crónicos em tratamento de hemodiálise. O objetivo do programa é promover a integração da doença e do seu tratamento, de forma positiva, bem como a promoção de hábitos de vida saudáveis com impacte favorável no projeto de vida dos doentes, nomeadamente no estado atual da sua ocupação. Participantes: Trinta pessoas participaram voluntariamente no programa (16 homens e 14 mulheres), com idades compreendidas entre os 26 anos e os 77 anos (M = 49,6; DP ± 14,88), sem qualquer tipo de ocupação. Método: Foram realizadas quatro edições em diferentes zonas do país. Cada edição contemplou um grupo heterogéneo, de entre sete a nove doentes renais crónicos, a realizar tratamento de hemodiálise em clínicas em Portugal. Cada edição contemplou seis sessões bissemanais. Nestas foram avaliados o nível de participação, a permanência no programa, e a eficácia na alteração da situação ocupacional pós-programa, tendo-se monitorizado a adesão à resposta ocupacional durante um ano. Resultados: No final desta fase preliminar do programa, 50% dos participantes integraram resposta ocupacional. Constatou-se uma adesão total dos participantes às sessões de forma ativa e continuada, não se registando desistências. A formação é a resposta ocupacional com maior número de adesões, cerca de 27%, em detrimento das outras alternativas, como o emprego, voluntariado ou atividade física formalizada. Conclusão: Este programa enfatiza a ocupação como fator primordial na reabilitação clínica e inserção social desta população na sociedade, com benefícios psicossociais claros para os participantes. Pretendemos com este programa contribuir com uma metodologia de intervenção inovadora e com impacte a utilizar nesta população, introduzindo novos desafios à prática do Serviço Social.

Adaptação e validação da Utrecht Work Engagement Scale (UWES) aplicada a assistentes sociais em Portugal

September 2017

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456 Reads

Objective: The present study aims to evaluate the items, and respective dimensions, of the Utrecht Work Engagement Scale (UWES-17) of Schaufeli e Bakker (2009), when applied to social workers exercising their profession in Portugal (UWES-17). Method: The Portuguese version of the UWES was applied to a sample of 1369 Portuguese social workers, 94% of which female and 6% male, with an average age of 39 years (standard deviation = 8,99). The most frequent academic qualification is graduation (63,8%) and in terms of professional activity they had, in average terms, 12,99 years of experience (standard deviation = 8,28). The reliability of the scale was assessed using the Chronbach alpha coefficient and the validity using the exploratory factorial analysis. Quantitative methodological research was used. Results: The results obtained agree with the values presented in previous studies regarding their internal consistency, both of the 17 items that make up the scale and of its three dimensions ("force", "dedication" and "absorption"). The UWES-17 in this study presents a factorial structure of three factors, just like the original study, but the constitution of the items of each dimension is different. The UWES-17 scale presents good psychometric characteristics and good internal consistency. Conclusions: The UWES-17 scale presents good psychometric characteristics and good internal consistency.

A utilização de vinhetas na saúde mental: Tradução e adaptação transcultural de uma vinheta de ansiedade social em adolescentes

November 2020

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56 Reads

Objetivo: Apresentar a tradução e adaptação transcultural de uma vinheta de ansiedade social em adolescentes para o português europeu, para integrar o Questionário de Avaliação da Literacia em Saúde Mental — QuALiSMental. Métodos: Realizou-se um estudo metodológico detradução e adaptação transcultural da vinheta de ansiedade social em adolescentes para o português europeu segundo as etapas: 1) tradução; 2) síntese das traduções; 3) retrotradução; 4) síntese das retrotraduções; 5) painel de peritos, constituído por oito profissionais de diferentes áreas da saúde; 6) cognitive debriefing, integrando seis adolescentes com uma média de idades de 14,33 anos (DP = 0,52); 7) revisão e relatório final. Ao longo deste processo, tivemos em conta as considerações éticas. Resultados: Obteve-se uma vinheta de ansiedade social nos adolescentes “João” e “Joana” no português europeu. Salientamos os resultados relativos às etapas: painel de peritos e cognitive debriefing. Foram obtidos os critérios de consenso, entre os peritos, para a equivalência semântica e idiomática, a equivalência experiencial e cultural e a equivalência conceptual. No cognitive debriefing verificou-se 100% de concordância relativamente à clareza do conteúdo da vinheta no português europeu. Conclusões: Esta vinheta pode ser utilizada na prática clínica, nos diferentes níveis de cuidados, na educação/formação e na investigação. Integrada no QuALiSMental permite a avaliação da literacia em saúde mental sobre a ansiedade em adolescentes em diversos contextos e/ou avaliação da efetividade de intervenções psicoeducacionais nesta área.

Estudo preliminar de adaptação e validação do Inventário de Psicoterapia Positiva numa Amostra da População Portuguesa

November 2020

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12 Reads

Contexto e Objetivo: A psicoterapia positiva alicerça-se concetualmente no estudo científico de emoções positivas, traços individuais positivos e pontos fortes. O objetivo é ajudar as pessoas a aprenderem que podem crescer como resultado de suas experiências, mesmo que a experiência seja traumática. Trata-se de um método psicoterapêutico que se foca na construção de emoções positivas, forças e significado na vida dos indivíduos para diminuir e prevenir a psicopatologia e promover a felicidade. Como ferramenta de avaliação, o Inventário de Psicoterapia Positiva (IPP) oferece aos profissionais de saúde mental a oportunidade de ver os resultados do processo terapêutico. Assim, o objetivo do presente estudo é conhecer as qualidades psicométricas do IPP numa amostra da população portuguesa. Métodos: Trata-se de um estudo metodológico, de carácter exploratório e descritivo, que visa a tradução-retroversão e análise das propriedades psicométricas (fidelidade e validade) recorrendo à administração do IPP, da Escala de Ansiedade, Depressão e Stress de 21 itens e do Mental Health Continuum – Short Form. A amostra foi composta por 247 participantes entre os 18 e 69 anos. Resultados: A versão traduzida e adaptada da escala cumpriu os critérios de equivalência semântica e apresentou um nível elevado de consistência interna (α de Cronbach = 0,97), altos valores de correlação entre formas (r = 0,92), assim como uma correlação elevada do item com o total do teste. O inventário ficou composto por 25 itens e explicado por três fatores, cumprindo os critérios de validade convergente e divergente. Conclusões: O estudo preliminar do IPP apresentou boas qualidades psicométricas. Sugere-se o alargamento da amostra para sustentação dos resultados obtidos.

Jogos tradicionais portugueses adaptados e dinâmicas intergeracionais em pessoas com doença de Parkinson

May 2020

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388 Reads

Objetivo: Tendo em conta as limitações na terapia convencional, os jogos são cada vez mais utilizados pelo seu potencial em integrar as várias dimensões humanas afetadas pela Doença de Parkinson. Este estudo teve como objetivo testar a aplicação de um programa de jogos tradicionais adaptados a pessoas com DP, incluindo dinâmicas intergeracionais. Método: Foram realizadas três sessões de jogos tradicionais adaptados, incluindo nove pessoas com Doença de Parkinson. Foi ainda dinamizada uma sessão com dinâmicas intergeracionais, precedida de uma sessão educativa às crianças (pré escolar, 4 e 5 anos de idade) sobre o tema do envelhecimento. Deste modo, antes e após cada sessão, foi avaliado o nível de autoeficácia através da Escala de Autoeficácia para a Atividade com Sentido de cada participante, bem como o feedback dos participantes e das crianças através de uma entrevista estruturada. A análise da entrevista implicou a codificação usando a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde por dois investigadores independentes. Resultados: Ao longo das sessões observou-se que cerca de 50% dos participantes melhoraram relativamente ao nível da autoeficácia e os restantes 50% mantiveram a cotação máxima. Observou-se também a importância da sessão educativa às crianças onde se verificou uma melhoria no nível de aprendizagem sobre o tema de envelhecimento, melhorando “o domínio de adaptações dos jogos para idosos”, bem como “o saber ajudar durante a implementação dos jogos “em população idosa. Ainda no decorrer das sessões, as pessoas com Doença de Parkinson assinalaram a importância de temas como: a componente afetiva que advêm da experiência, as memórias, o relacionamento entre os participantes e as crianças. Conclusões: Este estudo permitiu verificar que os jogos tradicionais adaptados têm impacto no nível da autoeficácia dos participantes bem como são catalisadores de dinâmicas positivas entre várias gerações.

The effect of impulsivity, self-disgust and self-compassion in borderline features in adolescence: Study of sex differences

May 2020

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222 Reads

Contexto: A adolescência é uma etapa desenvolvimental com mudanças biológicas, psicológicas e sociais que irão influenciar o funcionamento na idade adulta. A investigação em torno das Perturbações da Personalidade, e em particular da Perturbação Borderline da Personalidade (PBP), tem cada vez mais investido no estudo de traços disfuncionais e inflexíveis em idades precoces, uma vez que é claro que uma Perturbação da Personalidade não se manifesta apenas subitamente na idade adulta. Existe uma trajetória desenvolvimental que deve ser melhor compreendida e explorada. Objetivo: Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo analisar o contributo de processos e mecanismos psicológicos, como a impulsividade, autoaversão e autocompaixão, para a compreensão dos traços borderline na adolescência. Método: Este estudo tem um desenho transversal e uma amostra constituída por 440 adolescentes da população geral (278 raparigas e 162 rapazes), com idades compreendidas entre os 14 e os 17 anos. Com recurso ao SPSS, realizaram-se testes t para amostras independentes, correlações de Pearson e regressões lineares. Resultados: As raparigas, quando comparadas com os rapazes, apresentaram níveis mais elevados de autoaversão, depressão e traços borderline e níveis mais baixos de autocompaixão. Os modelos de regressão hierárquica para testar o poder preditivo da impulsividade, autoaversão e autocompaixão nos traços borderline foram significativos, explicando 46% da variância dos traços borderline em rapazes e 58% nas raparigas, controlando o efeito da depressão. Enquanto que nas raparigas, todas as variáveis apresentaram um contributo significativo (depressão, impulsividade, autocompaixão e autoaversão), nos rapazes apenas a depressão, impulsividade e autocompaixão revelaram poder preditivo. Conclusões: Os dados desta investigação salientam variáveis essenciais para compreender os traços borderline em adolescentes, bem como as diferenças nesses mecanismos psicológicos entre raparigas e rapazes, tendo significativas implicações para a investigação e, sobretudo, para a prática clínica e prevenção.

Medos associados à imagem corporal na adolescência: desenvolvimento e validação da Escala de Ansiedade e Evitamento de Situações devido ao Peso e Aparência Física

October 2018

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62 Reads

Objetivo: O presente trabalho teve como objetivo fundamental o desenvolvimento e validação de um novo instrumento para adolescentes: a Escala de Ansiedade e Evitamento de Situações devido ao Peso e Aparência Física (EAESPAF).Métodos: A amostra incluiu 357 adolescentes, 195 do sexo masculino e 162 do sexo feminino, com idades entre os 12 e os 18 anos, a frequentarem o 3.º ciclo do ensino básico e ensino secundário. Para além do instrumento citado, os jovens preencheram um conjunto de questionários de autorresposta que avaliam sintomas de depressão, ansiedade, stress, experiências de bullyinge sentimentos de vergonha relacionados com a aparência física e peso.Resultados: Os resultados mostraram que as duas subescalas (ansiedade/desconforto e evitamento) da EAESPAF apresentam uma estrutura fatorial constituída por dois fatores. Ambas as subescalas revelaram uma excelente consistência interna (αde Cronbach = 0,91), com uma boa qualidade dos itens e uma adequada estabilidade temporal. Foram encontradas correlações positivas significativas entre as subescalas da EAESPAF e os sentimentos de vergonha, as experiências de vitimização, e sintomas psicopatológicos (depressão, ansiedade e stress). O sexo feminino revelou valores significativamente mais elevados que o sexo masculino no total da subescala de ansiedade e no Fator 2 (de ambas as subescalas de ansiedade e de evitamento), o qual se relaciona sobretudo com uma maior exposição na interação com os outros.Conclusões: Na generalidade a EAESPAF é um instrumento fidedigno e válido para a avaliação de medos relacionados com a aparência física e peso durante a adolescência.

Perfil das adolescentes grávidas atendidas no Centro de Saúde Materno-Infantil da Mineira (Huambo, Angola)

May 2022

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393 Reads

Objetivo: A pesquisa objetivou descrever o perfil das adolescentes grávidas atendidas no Centro de Saúde Materno-Infantil da Mineira (Huambo, Angola). Métodos: Tratou-se de um estudo do tipo descritivo, tendo os dados sido submetidos a uma análise univariada. Foram inquiridas, de forma aleatória, 170 adolescentes grávidas, entre os 14 e 19 anos, em um dos maiores centros de atendimento materno-infantil da cidade do Huambo em Angola, durante o período de julho a dezembro de 2019. Resultados: A idade média das adolescentes foi de 17,53 (DP = 1,28) anos de idade, a maioria era solteira (85,0%), havia concluído o primeiro ciclo do ensino primário (59,0%), não trabalhava (92,4%), vivia (50,6%) e cresceu (56,5%) com os pais, tendo o catolicismo como confissão religiosa (47,1%). Os dados obstétricos deram conta de que a maioria das adolescentes era nulípara (84,1%), não tinha tido complicações decorrentes do parto (84,7%), nem aborto anterior (91,2%). A maioria das adolescentes teve a primeira relação sexual entre os 16–19 anos de idade (68,2%), com o namorado (77,1%) e consentida (91,2%). A maior parte dos parceiros tinha entre 20 a 22 anos de idade (47,0%), trabalhava (57,0%) e assumiu a paternidade (89,0%). Conclusão: Os resultados indiciaram a presença de múltiplos fatores que poderão influir na gravidez na adolescência e mostram haver a necessidade de repensar de forma profunda as políticas públicas de saúde sobre a adolescência.

Intercorrelation Scores on Self-Report Measures for Boys (n = 158; bottom side of the table) and Girls (n =
A vergonha e o bem-estar psicológico dos adolescentes: O medo de receber compaixão e os sentimentos de segurança e ligação aos outros como processos mediadores

November 2020

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Objetivos: O objetivo do presente estudo foi testar o papel mediador do medo de receber compaixão dos outros e dos sentimentos de segurança e proximidade, em contexto social, na associação entre vergonha externa e o bem-estar psicológico dos adolescentes. Foi hipotetizado que adolescentes com elevados níveis de vergonha externa apresentem uma diminuição nos níveis de bem-estar psicológico, através do aumento do medo de receber compaixão e da diminuição dos sentimentos de segurança e proximidade em contexto social. Métodos: Participaram neste estudo 361 adolescentes portugueses de ambos os sexos (43,8% rapazes; 56,2% raparigas), com idade entre os 12 e os 18 anos, os quais completaram medidas de autorresposta relativamente a sentimentos de vergonha, medo da compaixão, sentimentos de segurança e de proximidade aos outros, e bem-estar percebido dos adolescentes. Os dados foram explorados através de estatísticas descritivas e correlacionais, e o modelo teórico proposto foi testado através de análises path. Resultados: Os dados pareceram demonstrar que, em ambos os sexos, a vergonha externa está associada a um decréscimo do bem-estar psicológico dos adolescentes, e que este efeito é mediado pelo aumento do medo de receber compaixão dos outros e pela diminuição dos sentimentos de segurança e conexão em contexto social. Os resultados indicaram que o modelo testado apresenta um adequado ajustamento aos dados, explicando 15,0% da variância do medo de receber compaixão dos outros, 37,0% da variância dos sentimentos de segurança e proximidade aos outros e 46,0% da variância do bem-estar psicológico dos adolescentes. Conclusões: Este estudo parece contribuir para uma compreensão mais aprofundada acerca da importância do papel dos sentimentos de inferioridade, do medo de receber compaixão dos outros, e dos sentimentos de segurança e proximidade, no contexto social, no bem-estar psicológico dos adolescentes.

Perfil das adolescentes grávidas atendidas no Centro de Saúde Materno-Infantil da Mineira (Huambo, Angola)

May 2022

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Aim: The research aimed to describe the profile of pregnant adolescents assisted at the Mineira Maternal and Child Health Center (Huambo, Angola). Method: This was a descriptive study, where the data was submitted to a univariate analysis. A total of 170 pregnant adolescents between 14 and 19 years old were randomly surveyed in one of the largest maternal and child care centres in Huambo in Angola from July to December 2019. Results: The average age of the adolescents was 17.53 years old (SD = 1.28); most were single (85%), had completed the first cycle of primary education (59.0%), did not work (92.4%), lived (50.6%) and grew up (56.5%) with their parents, with the majority having the Catholicism as their religious confession (47.1%). The obstetric data reported that most of the adolescents were nulliparous (84.1%), had had no complications from childbirth (84.7%), and had no previous abortion (91.2%). The majority of the adolescents had their first sexual intercourse between 16–19 years (68.2%) with their boyfriend (77.1%), and it was consensual (91.2%). The majority of the partners were aged between 20–22 years, were working (57.0%) and had assumed paternity (89.0%). Conclusion: The results indicated the presence of multiple factors that may influence adolescent pregnancy and showed a need for a profound rethinking of public health policies regarding adolescence.

Fertility Awareness Project: Contributo de um focus group com adolescentes portugueses

March 2023

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Objetivo: No âmbito de um projeto destinado à promoção da fertility awareness, desenvolvido pela Fertility Europe, pretendeu-se recolher informação junto de adolescentes portugueses, relativamente às suas perceções e opiniões acerca de um possível serious educational game sobre este tema. Métodos: Recorreu-se à metodologia de focus group, tendo sido elaborado um guião de questões e definidos os critérios de inclusão e exclusão dos participantes. Após a condução do focus group com oito adolescentes com idades entre os 15 e 18 anos, seguiu-se a análise de dados de forma dedutiva. Resultados: Os participantes consideraram os seus conhecimentos sobre a fertilidade e os fatores que a afetam limitados, destacando a utilidade de um jogo educativo de fertility awareness para o aprofundamento da compreensão destes conceitos, e referiram estar disponíveis para o jogar. Os adolescentes realçaram a importância de aspetos como a componente gráfica, os atributos competitivos, a expetativa de entretenimento, o potencial de aprendizagem, tal como a disponibilização de um website com informação adicional. Foram também identificadas potenciais barreiras à utilização do jogo, nomeadamente o tempo despendido na sua utilização, uma divulgação inadequada, um caráter monótono e cansativo e, ainda, poder não corresponder aos interesses de alguns jovens. Conclusões: Os participantes expressaram o desejo de obter mais conhecimentos sobre a fertilidade, considerando útil o desenvolvimento de um serious game para este efeito e demonstrando-se disponíveis para o utilizarem. Foi possível compreender as preferências dos adolescentes relativamente às características do jogo, sugerindo-se que estas sejam tidas em conta no seu desenvolvimento.

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