O objetivo deste artigo é analisar a organização da instrução pública primária na província do Pará no período de 1851 a 1861. Para atingir tal propósito, metodologicamente nos apoiamos no tipo de pesquisa documental e bibliográfica, que inclui relatórios dos diretores da instrução pública, relatórios dos presidentes da província do Pará, legislação educacional e o jornal “Diário do Gram-Pará”. Essas fontes foram pesquisadas na Biblioteca Pública do Pará Arthur Viana, no Arquivo Público do Estado do Pará, no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e na Biblioteca Nacional. Para compreendermos a organização da instrução primária na província do Pará no período de 1851 a 1861, epistemologicamente fundamentamo-nos na “história cultural”. Durante este estudo abordamos as seguintes temáticas, a saber: as condições da instrução primária pública na província do Pará, cadeiras públicas e suas frequências, regime das escolas primárias e Inspeção.
Este artigo apresenta as ideias de Silvino Elvídio Carneiro da Cunha sobre a instrução pública nas províncias da Parahyba do Norte (1874-1875), Rio Grande do Norte (1870) e de Alagoas (1872). O objetivo é de compreender o modo como as temáticas da instrução foram apresentadas nos relatórios provinciais e identificar os seus projetos políticos em torno da necessidade de incentivar a instrução como o meio de solucionar as questões de civilidade e os ideais de modernidade que permeavam o século XIX. Portanto, a criação de aulas noturnas no governo de Carneiro da Cunha, pensando a escolarização para uma camada específica da sociedade e a defesa do ensino livre, era encarada através de certa compreensão de sociedade e de homem novos, que eram necessários emergir, pautados em princípios liberais.
O artigo analisa os debates e embates sobre a instrução pública no Paraná durante a primeira década do século XX. A pesquisa elegeu textos do intelectual Dario Vellozo, publicados no periódico A Escola, como suas principais fontes. Parte-se do pressuposto que os periódicos possibilitam amplas perspectivas de análise aos historiadores da educação. Neste caso, permitem analisar os projetos educacionais e societários em disputa no início do século passado. O referencial teórico e metodológico para análise foi pautado em Antonio Gramsci, em suas discussões acerca da função dos intelectuais na organização da cultura. Por meio da investigação foi possível identificar intensos e complexos debates intelectuais sobre a organização da instrução pública no período em questão.
Este artigo tem como objetivo analisar o projeto de escolarização feminina desenvolvido e implementado pela Escola Doméstica, instituição de ensino doméstico localizada na cidade do Natal. Dessa maneira, foram analisadas duas fontes, O Programa Geral de Ensino (1911) e o Discurso Inaugural (1914), para compreender o funcionamento dessa escola como um dispositivo de controle e disciplinarização da feminilidade por meio de uma análise do discurso de inspiração Foucaultiana. Nesse sentido, foi possível perceber como esse projeto idealizava construir uma feminilidade condizente com os valores burgueses da modernidade, pautados em um ideal de “aperfeiçoamento da dona de casa”, tornando-a racionalizada e visando produzir novas sensibilidades.
Este artigo objetiva analisar comparativamente as prescricoes acerca da disciplina de Higiene no curriculo dos grupos escolares catarinenses na vigencia das reformas “Orestes Guimaraes” (1911-1935), alicercada na Pedagogia Moderna, e “Elpidio Barbosa” (1946 – 1969), de base escolanovista, de modo a perceber continuidades e/ou rupturas entre os saberes e praticas selecionados em ambas. Para tal, tomamos como principal categoria de analise o primeiro constituinte de uma disciplina escolar proposto por Andre Chervel: a exposicao de conteudos pelo programa, professor/a ou manual. Recorremos tambem ao conceito de curriculo de Tomaz Tadeu da Silva, para quem o curriculo consiste em uma selecao e uma organizacao particular de conhecimentos, que visa contribuir para a producao de subjetividades e identificacoes. No que se refere as fontes da pesquisa, lancamos mao das leis que consubstanciaram ambas as reformas, programas de ensino, planos de aula, comunicados dos grupos escolares para o Departamento de Educacao, relatorios e obras que defendiam a importância da escolarizacao dos conteudos da higiene, tal como a de Herbert Spencer e a do catarinense Oswaldo Rodrigues Cabral.
O artigo resulta de uma pesquisa sobre a história da educação no Pará na Primeira República, com o objetivo de compreender a relação entre projeções governamentais para instrução pública e administração do grupo escolar Benjamin Constant, no intervalo entre 1922 e 1927. Os documentos utilizados foram: as mensagens dos governadores e os relatos de Aurelia Franco, diretora desse grupo, além de pesquisa bibliográfica em trabalhos sobre educação naquele período. O estudo revelou consequências da crise política, econômica e social do período registrado nos relatos do referido grupo escolar. Observamos que, apesar do discurso louvável e comprometido dos líderes em relação à educação, as escolas existentes não possuíam as condições necessárias para o seu funcionamento e sofriam com a falta de recursos públicos.
O presente artigo busca analisar o modelo pedagógico racionalista, elaborado na Escola Moderna de Barcelona, bem como as apropriações de tal modelo realizadas na Escola Moderna de Stelton, nos Estados Unidos, durante o período em que a instituição esteve a cargo de Elizabeth e Alexis Ferm (1920-1925). Para tanto, serão utilizados, além da produção historiográfica acerca do tema, documentos produzidos nas instituições abordadas, buscando-se evidenciar as práticas pedagógicas delas. Concluiu-se que as apropriações que os envolvidos na Escola Moderna de Stelton fizeram do pensamento ferreriano estão ligadas às discussões que ocorriam no contexto estadunidense do período, especialmente o pensamento froebeliano.
O presente artigo tem como estudo a atuação das Irmãs Passionistas, entre os anos de 1927 e 1933, no Colégio Santo Antonio, em Colombo/PR. Objetiva-se demarcar uma aproximação entre a educação católica e a renovação educacional, em tempos de Escola Nova (MAGALDI, 2007; ORLANDO, 2008), compreendendo a influência pedagógica na escola e os modos como os saberes elementares da Matemática apareceram nos materiais didáticos. Metodologicamente este trabalho está ancorado no paradigma indiciário (GINZBURG, 1989), utilizando como fontes documentos da Congregação e da Igreja, jornais e livros de leitura. Neste conjunto, destaca-se uma influência paulista, refletindo na Matemática as discussões do período, tendo esta um aspecto prático para a formação de um cidadão nacional.
Este artigo se refere à análise das interlocuções, através de correspondências, entre Raul Rodrigues Gomes e Fernando de Azevedo, ambos considerados expoentes na história da educação brasileira, principalmente por seu protagonismo no que se refere ao período da Escola Nova no Brasil. Como embasamento teórico-metodológico, optou-se pelo conceito de representação do historiador francês Roger Chartier (1991, 2002, 2011) e os estudos epistolares que compõem a obra de Bastos, Cunha e Mignot (2002). Este trabalho bibliográfico, portanto, nos permite inferir que as 23 cartas de autoria de Raul Gomes e Fernando de Azevedo trazem à tona as afinidades que os unia, bem como as memórias do período em que se pensava um projeto de transformação para a sociedade brasileira, incluindo a escola laica, gratuita e universal.
O presente artigo tem por objetivo investigar a abordagem de jogos para o ensino de aritmética no manual A aritmética na Escola Nova – a nova didática da aritmética (1933), de Backheuser. Destaca-se o papel dos manuais pedagógicos como fontes de pesquisa, revelando aspectos de uma cultura escolar influenciada por pressupostos escolanovistas naquela época em ascensão no Brasil. Os resultados das análises nesta obra apontam a presença de jogos para o ensino de aritmética embora contraditoriamente o autor explicita seu uso como forma de treinamento e não como meio de despertar o interesse dos alunos.
O tema do artigo é a pesquisa educacional no Brasil, tendo como objetivo identificar aspectos de construção de seu campo de atividade no decênio de 1950, considerando a configuração do modelo de pesquisa que se construiu e se consolidou no país. Trata-se de um estudo bibliográfico a partir das contribuições de Florestan Fernandes e dos argumentos que traduzem a presença de demandas do Estado e de seu projeto desenvolvimentista associado aos processos de burocratização e especialização na construção institucionalizada da atividade de pesquisa educacional. Considerando as contribuições apresentadas, se pode ratificar as formas de centralização e controle do Estado nos processos institucionais que regularam os debates, as ideias e as iniciativas voltadas à atividade de pesquisa educacional.
Paulette é uma garotinha que tem seus pais mortos num ataque durante a Segunda Guerra Mundial numa estrada em que caminham refugiados. Carregando seu cachorrinho morto – a única memória que ela pode carregar - chega numa fazenda francesa e faz amizade com o menino Michel. Juntos eles criam um cemitério para os animais mortos. O que se quer destacar é o jogo que se configura entre as duas crianças na e para a construção do cemitério: quanto mais cruzes e mais animais mortos, mais felicidade para Paulette. Michel quer agradá-la: esmaga a barata com o lápis, traduzindo em forma de um bombardeio sua própria percepção da guerra: "se queres enterrá-los, tem que estar mortos." Na constituição de locais narrativos há jogos que envolvem a vivência da guerra e seu imponderável.
A História da Educação em busca de novas perspectivas de investigação passou por um processo de alargamento de fontes, que fez emergir uma grande quantidade de novos objetos de estudo compreendidos como parte da cultura escolar, como os livros escolares. Esse artigo objetiva estudar um livro escolar da disciplina de Educação Moral e Cívica utilizado em escolas de Santa Catarina entre as décadas de 1970 e 1980. A partir de exemplar da 5ª edição do livro de autoria de Benedicto de Andrade, publicado pela Editora Atlas (SP), em 1978, neste estudo serão analisados conteúdos que estavam direcionados para a questão da civilidade, entendida como elemento do processo civilizador na perspectiva trabalhada por Norbert Elias (1993) e, proposta para instituir um determinado padrão de convivência social entre os estudantes. O estudo dialoga, igualmente, com os estudos de Roger Chartier (1989; 2014), para compreender a produção material e a circulação, bem como sobre como a civilidade foi dada a ler e representada neste livro escolar.
Este artigo traz resultados de estudos e pesquisa sobre as mudanças e as permanências da história de Soure como componente curricular nas séries iniciais do ensino fundamental, entre os anos de 1985 a 1989, por meio da experiência da Escola em Regime de Convênio Instituto Stella Maris. Constituída como pesquisa do tipo histórico educacional, ancorou-se no referencial teórico da história das disciplinas escolares e da história do currículo propostas por André Chervel e Ivor Goodson, respectivamente. As análises sinalizam que, durante o processo de redemocratização no Brasil, os estudos da História, nesse nível de ensino, são apresentados com mais centralidade, contudo a concepção de história nacional centrada na história dos grandes centros urbanos é responsável pela diminuta presença da história local no currículo escolar.
O objetivo principal deste artigo é analisar e discutir os principais documentos formulados no âmbito da educação pelo governo brasileiro e catarinense na chamada redemocratização dos anos de 1980. Os efeitos positivos da Redemocratização da educação iniciada nos meados dos anos de 1980 foram colhendo frutos ao longo das duas décadas seguintes. Mesmo com os retrocessos da política econômica do neoliberalismo, a educação seguiu seu caminho transformador ao longo dos anos de 1990. O ambiente democrático garantiu a diversidade do debate e trouxe ganhos coletivos
Este artigo tem como objetivo contribuir com o debate sobre a privatização do ensino no Brasil tentando desvendar as injunções frente à temática sobre questão da qualidade de ensino ao final da ditadura civil-militar, após a promulgação da Constituição Federal de 1988. Para isso traremos à tona a concepção de qualidade de ensino defendida por sujeitos ligados a defesa do ensino privado. Nos valeremos da conferência “A qualidade de ensino e seus caminhos – a busca da efetividade da escola” apresentada no XXII Congresso Nacional dos Estabelecimentos Particulares de Ensino. Com uma abordagem teórica pautada em Gramsci, Bobbio e Thompson, entendemos esses sujeitos como intelectuais que atuavam na sociedade em busca da defesa de seus interesses, criando consenso para chegar à hegemonia no campo educacional.
Nas últimas décadas a educação passa a ser chamada para tomar sua responsabilidade na concretização de um planeta sustentável. Nesse sentido, o objetivo dessa reflexão é discutir a concepção de educação para o desenvolvimento sustentável em documentos oficiais transnacionais dos quais o Brasil é signatário. A pesquisa caracteriza-se como documental, sendo analisados os documentos: Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014) e os documentos produzidos nas Conferências de Jomtien (1990), Dakar (2000) e Incheon (2015). As análises evidenciam a relação educação e desenvolvimento sustentável, como um elemento importante do conjunto das orientações dos organismos multilaterais, mas revelam um discurso reformista, cuja superação de modelos externos e voltados ao capital está longe de se efetivar.
Este artigo toma como objetivo realizar um levantamento das dissertações e teses que utilizam a imprensa como fonte e/ou objeto de análise no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPE) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) no período compreendido entre 1993, ano de sua implantação, e 2018, últimas pesquisas localizadas. Este inventário procura dar visibilidade ao número crescente de pesquisas que têm utilizado a imprensa para investigar a História da Educação no norte do Paraná, atreladas ao movimento nacional do campo historiográfico. A coleta de dados foi realizada nos arquivos da instituição, por meio de catálogo impresso e também nos acervos digitais do site do Programa, totalizando 25 trabalhos acerca da temática imprensa, que foram divididos em grupos temáticos: jornais (5), revistas (13), boletins e almanaques (3) e intelectuais (4). Os trabalhos com jornais enfatizaram sua ação político-educativa e a produção e circulação de ideias acerca da escola; os que utilizaram revistas como fonte tratam de formação docente, práticas pedagógicas, ensino de história, imprensa espírita e negritude, e os que utilizaram boletins e almanaques ficaram circunscritos ao movimento eugenista, à representação do sertanejo e à formação de professores.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil tornou-se modalidade específica da Educação Básica com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1996, reafirmando o direito público subjetivo dos jovens e adultos à educação. Desde então várias lutas têm sido travadas para efetivar este direito por meio dos instrumentos da política educacional destinados à manutenção e funcionamento da EJA nos sistemas públicos de ensino. Dentre eles destacam-se os programas de assistência ao estudante que visam prover condições de acesso e permanência na escola, tais como os programas de transporte escolar, alimentação e materiais didáticos. Neste artigo apresentamos e analisamos a trajetória e contradições da constituição dos programas de materiais didáticos destinados à EJA desenvolvidos no âmbito da União, desde 1996 até nossos dias. Constata-se ao longo destes anos distintas formas de condução das políticas para EJA, e que apesar dos avanços obtidos em termos de recursos financeiros e suporte pedagógico, observados especialmente nos últimos anos, ainda persistem contradições que contribuem para uma descaracterização da EJA como espaço de propostas plurais de oferta e organização de cursos atentos à diversidade característica de seu público.
Tomamos como objeto o reconhecimento das alterações na vida profissional potencialmente experimentadas por parte de 271 egressos de um programa de Pós-graduação em Educação, formados entre 2007 e 2017, após a conclusão de seus cursos. Os objetivos da pesquisa foram: a) Mapear o perfil profissional da população; b) Estudar o reconhecimento das alterações em sua vida profissional após a formação; e c) Analisar como esse reconhecimento incide, especificamente, na maneira como descrevem os impactos da conclusão da pós-graduação em seus modos de ler, escrever e pesquisar. Concluiu-se que a formação obtida foi eficaz em termos de ser reconhecido, podendo ainda ser potencializada em se fazer reconhecer, em especial no que tange a publicações qualificadas.
Este Estado da Arte investiga Trabalhos de Conclusão de Curso no contexto da Universidade Federal do Pará, Campus Bragança, que versam sobre crianças negras, entre 2009 e 2019, baseado nas Licenciaturas em Pedagogia e História. A pesquisa é quali-quantitativa, realizada por levantamento bibliográfico e interpretada pela análise do discurso de Bakhtin (2011). Os resultados revelam que, das 502 produções pesquisadas, apenas 03 tratam sobre crianças negras, as quais demonstram presença de estereótipos, estigmatização e racismo em relação às crianças. Portanto, necessita-se de consolidação de pesquisas sobre esse objeto, contribuindo em estudos sobre a infância negra e formação de professores.
Este trabalho consiste em investigar a produção de conhecimento científico no campo educacional, com o foco em pesquisas sobre políticas de formação continuada para diretores escolares da educação básica brasileira. À luz da abordagem quali-quantitativa, analisou-se resumos de teses e dissertações contidas nas bases de dados da CAPES, no período de 2010 a 2015. Para isso, recorreu-se à técnica de análise de conteúdo e revisão bibliográfica. Constatou-se a discrepância de produção acadêmica sobre a temática de uma região do país para outra, bem como a predominância de pesquisas relacionada à avaliação de políticas de formação continuada para diretores escolares.
Objetiva-se compreender as principais discussões fomentadas nas pesquisas cearenses sobre as juventudes na interface com as políticas públicas locais. Metodologicamente utilizou-se a pesquisa do tipo estado da questão em quatro bases de dados com o descritor “juventudes”. Os resultados identificaram dezenove produtos que foram agrupados em quatro categorias após análise de conteúdo: “Trabalho e Educação”, “Violência e Cultura de Paz”, “Protagonismo Juvenil” e “Saúde e Sexualidade”. As discussões apontaram para a relevância de fomento às políticas públicas locais específicas, desde as necessidades e anseios juvenis, objetivando a inclusão e permanência dos jovens no ensino médio, formação cidadã e para o trabalho e fomento ao protagonismo para o enfrentamento das desigualdades.
Osmar de Souza atualmente é professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado em Educação na Universidade Regional de Blumenau (FURB). É formado em Letras pela Universidade do Vale do Itajaí (1974), tem mestrado em Sociologia de Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (1979) e doutorado em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1994). Ao longo de sua trajetória na educação, durante 45 anos de atividade profissional, nunca se afastou da sala de aula por um ano inteiro. No decorrer desse percurso, já orientou cerca de 50 pesquisas de mestrado e lecionou diferentes disciplinas na graduação e pós-graduação stricto sensu em áreas como Letras, Direito e Administração. Sensível aos contextos nos quais está inserido, o professor Osmar se mostra sempre um interlocutor compreensivo e reflexivo dos saberes e fazeres na pesquisa, em especial, na educação. Atualmente, tem refletido, em seus estudos, acerca das avaliações em larga escala que são empreendidas no contexto nacional e nos sentidos construídos em torno dessas avaliações.
O Programa Escola Aberta (PEA) é uma ação governamental que tem oferecido atividades educativas, culturais e esportivas para milhares de pessoas. Apesar da relevância do PEA, experiências de campo avaliando esse programa ainda não foram conjuntamente analisadas. Objetivamos com o presente estudo explorar os resultados de experiências de campo, com o PEA, relatadas na literatura. Realizamos buscas por artigos nas bases de dados Periódicos Capes, Google Acadêmico e SCOPUS. Incluímos oito artigos após a aplicação de critérios de elegibilidade. Analisamos o conteúdo dos artigos de forma qualitativa e exploratória. Coletivamente, esses artigos indicam que o PEA tem o potencial para melhorar a relação escola-comunidade, suprir algumas necessidades das comunidades do entorno escolar, promover educação complementar e reduzir a violência.
Este artigo procura aproximar-se do tema escola, família e comunidade do seu entorno, buscando por meio de uma incursão na literatura, estudos e relatos refletir sobre essa complexa relação. Procura também identificar possíveis matrizes geradoras que a orientam no cenário da política educacional brasileira. A presença de iniciativas que envolvem a relação entre a escola e seu entorno no país nem sempre foi foco de ação deliberada por parte do Poder Público Foi apenas a partir de meados dos anos noventa que o Poder Público passou a ter foco deliberado sobre iniciativas que direta ou indiretamente envolvem esta relação: o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), o Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares e o Programa Escola Aberta. O trabalho analisa ainda dados de pesquisas sobre a visão de diretore(a)s e professore(a)s sobre a matéria, partindo de duas diferentes fontes de informação: dados dos questionários do Diretor e Professor da Prova Brasil 2011 e projeto de investigação sobre 15 municípios na região do Maciço de Baturité – Ceará, desenvolvido com financiamento do CNPq. Os dados obtidos confirmam o caráter positivo dessa relação, mostrando, entretanto, que a relação entre a escola e a família aparece como uma questão em aberto. Em outros termos, um nó ainda não suficientemente dissolvido.
O estudo teórico-descritivo tem como objetivo analisar as teorias pedagógicas que subsidiam o trabalho com os Recursos Educacionais Abertos, partindo do trabalho participativo e da produção do conhecimento em rede, desenvolvidas por processo de colaboração e co-criação. Como resultados destacamos a perspectiva da aprendizagem colaborativa, dada à importância de o professor criar condições para configurar um ensino em rede, desenvolvendo competências para o emprego colaborativo das tecnologias. Concluímos que o processo de co-criação subjacente à aprendizagem colaborativa, contribui com a discussão sobre novas formas de interação e dialogicidade, possibilitando compartilhar o conhecimento construído coletivamente, ressaltando a importância das mídias no contexto atual da escola.
Refletir acerca de possibilidades que aproximem a Ciência do cotidiano das crianças, motivou esta pesquisa qualitativa, objetivando responder se “O professor de Ciências dos 4º e 5º anos utiliza os conhecimentos prévios do aluno como uma estratégia para abordar a Origem da Vida e a Evolução da Espécie Humana?”. O município de Cascavel – PR é o campo de estudo em que as informações empíricas foram coletadas, com 21 professores da rede municipal. Por meio da análise de conteúdo de Bardin (1979), exploramos, interpretamos e confrontamos os dados, insurgindo inferências. Tal processo revela que o diálogo – como ponte entre explicações científicas e religiosas, e a importância em discutí-las, também, sob a ótica das manifestações culturais – ainda é resultado de ações pedagógicas veladas no ensino de temas controversos.
A lógica aristotélica é uma maneira de melhorarmos as formas de raciocínio, tanto da escrita quanto da oral. Abordamos este tema nos terceiros anos do ensino médio integrado de um Instituto Federal, mais especificamente nos cursos de Agropecuária, em 2015 e 2016. O objetivo foi possibilitar ao educando refletir, argumentar, escrever e falar de modo mais eficaz. Para tanto, consideramos como abordagem metodológica alguns referenciais da teoria vygotskiana (funções psicológicas superiores e a internalização destas; conceitos espontâneos e conceitos científicos; a mediação e a interação). O ensino de lógica aristotélica no ensino médio pode ser abordado segundo os referenciais teóricos tomados, pois permitem tratar e aprimorar o pensamento lógico formal.
As ciências sociais no pós IIª Guerra foram basilares para a construção teórica da educação. O conceito antropológico de cultura era fundamental para desconstruir a concepção biológica da vida coletiva, presente no Brasil desde o início da República. A mudança no aporte teórico visava atenuar preconceitos das mais variadas ordens. Tal percepção possuía centralidade para que a educação, entendida como socialização, cumprisse essa função. Potencializar a eficiência da escola, desvendando por meio da pesquisa social, os padrões das culturas locais, era indispensável para o objetivo de adequar a escola ao projeto socializador. Analisamos a inserção da abordagem antropológica nas pesquisas em educação realizadas em Santa Catarina, tendo por referência o antropólogo Santos e as pesquisas realizadas no Cepe sob sua coordenação na década de 1960.
O objetivo central deste estudo foi investigar como as pesquisas que discutem o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência – PIBID estão utilizando os referenciais teórico-metodológicos. Buscamos apresentar uma breve contextualização sobre a pesquisa em educação no Brasil, os pressupostos conceituais do Enfoque das Epistemologias da Política Educacaional – EEPE (Tello, 2012), e a proposta de Metapesquisa (Mainardes, 2013), a qual nos amparou teórica e metodologicamente para realizar tal investigação. A pesquisa foi realizada a partir de dissertações de mestrado de sete universidades públicas do Paraná, que tratavam diretamente sobre o PIBID, entre os anos de 2015-2016. A partir de um posicionamento crítico-analítico, consideramos que os trabalhos analisados apresentaram pouca explicitação dos referenciais teóricos e metodológicos.
O estudo revisa tendências e abordagens contemporâneas no ensino de línguas adicionais (L2) tecendo considerações sobre a formação de professores do e para o século XXI. Para tanto, o estudo revisa abordagens inclusivas e híbridas que combinam o ensino tradicional presencial com o ensino à distância, com uso de tecnologias que podem promover o desenvolvimento da autonomia do educando e sua inclusão social por meio da mediação da língua e da tecnologia. O trabalho conclui com algumas considerações sobre a formação de professores de língua do e para o século XXI em relação ao uso de abordagens híbridas e inclusivas.
Este estudo propõe uma análise bibliográfica sobre algumas propostas existentes de ensino da leitura com abordagens para o fortalecimento cultural, bem como realiza uma investigação de projetos de leitura que podem auxiliar a prática didático-pedagógica. O trabalho enfoca os anos iniciais do Ensino Fundamental e tem como objetivo principal analisar se a leitura pode atuar como fortalecedora da cultura nestas séries. Para isso, o trabalho foi baseado, principalmente, em Cruvinel (2010), Solé (1998), Bakhtin (2006), Candau (2002), Butlen (2015), Gomes (2010) e Rauen (2010). A análise mostrou que a leitura pode sim promover o fortalecimento cultural, principalmente por meio de projetos específicos e aplicação de estratégias.
p> Abril despedaçado é uma adaptação literária de Walter Salles do romance de Ismail Kadaré. No enredo, Tonho (Rodrigo Santoro) mata um integrante da família rival, para fazer justiça pela morte de seu irmão mais velho. Depois de um pequeno espaço de tempo, a outra família tentará vigar-se de Tonho, mas seu irmão mais novo Pacu (Ravi R. Lacerda) oferecerá sua vida, para livrar Tonho desta dívida de sangue. Quando Pacu assume o lugar de Tonho, possibilita a interrupção de uma herança “sustentada” pela vingança, e instaura um outro tempo em que a “experiência do desejo” pode se fazer presente. Neste filme, a presença do personagem Pacu ajuda-nos a pensar não somente o que de real cerca a experiência da infância, tendo como referência a emergência da experiência-limite do olhar, mas também, em como se dá e o que significa, neste tempo, a experiência da entrada no campo da linguagem.</p
RESUMO O artigo busca refletir sobre a necessidade de se legitimar outros modos de pesquisar na academia, uma vez que ainda hoje tal cultura está enraizada em pressupostos estabelecidos pelo método científico. O objetivo é reiterar que a pesquisa é uma escolha conectada ao pesquisador e seus interlocutores, pois durante o processo investigativo produzem conhecimentos e metodologias, que se desdobram em múltiplos olhares. De abordagem qualitativa, o artigo apoia-se na leitura bibliográfica e em pesquisas (entre)laçadas nas quais o compartilhamento de ideias, a experiência e a amorosidade se fazem presentes. Os resultados apontam para a importância de pesquisados e pesquisadores tornarem-se sujeitos da pesquisa, abertos a outros movimentos de pensares e sentires, invertendo a lógica do método científico por um modo provisório e inacabado de pesquisar.
Com a facilidade de acesso às tecnologias de informação, questões como plágio, ética e integridade na pesquisa têm sido motivo de preocupação nas instituições de ensino superior. A abordagem dessa temática fez parte de uma pesquisa realizada nos Programas de Pós-Graduação stricto sensu da Universidade Federal de Minas Gerais, com o objetivo de verificar como esses Programas têm acompanhado e discutido estas questões no desenvolvimento dos trabalhos acadêmicos. No levantamento dos dados, obtidos por meio de uma análise documental qualitativa, buscou-se avaliar como as questões referentes ao plágio para a formação dos discentes em ética e integridade da pesquisa têm sido abordadas e enfrentadas e, ainda, como ocorre o processo de autoria dos alunos no desenvolvimento dos trabalhos acadêmicos. O resultado da pesquisa realizada é preocupante, pois indica que a Universidade não possui políticas institucionais de enfretamento e combate ao plágio, demonstrando a necessidade de promover ações para diagnosticar o plágio e tomar medidas educativas, preventivas e corretivas, de acordo com o caso.
Neste texto propomo-nos identificar e caracterizar as formas que o letramento assume, tanto na sua dimensao conceitual como na de pratica, quando e objeto de estudo no Ensino Superior. Os dados deste estudo meta-analitico foram recolhidos em comunicacoes apresentadas em uma conferencia internacional sobre letramentos ocorrida em 2009, em Portugal. Os resultados, obtidos pelas analises de 19 comunicacoes oriundas de varios paises, apontam perspectivas diferenciadas de letramento na abordagem e nas analises de praticas de leitura e de escrita no Ensino Superior. Tres modelos de letramento apresentam-se como norteadores, nao em exclusividade: o modelo centrado em estruturas linguisticas e habilidades individuais (ou dos skills ); o modelo da ‘socializacao academica’ e o modelo dos ‘letramentos academicos’. Num quadro de tensoes entre o reconhecimento dos meios para se construirem sujeitos academicamente letrados e a consciencia da relevância de introduzir os estudantes nas convencoes e regras dos textos especializados deste contexto, o letramento academico emerge como uma pratica quase exclusivamente de escrita. Verifica-se tambem um desfasamento entre os generos academicos que os alunos necessitam ler e os textos que necessitam escrever, estes mais no âmbito de ferramentas pedagogicas do que da esfera cientifica. Palavras-chave: Letramentos. Pesquisas academicas. Modelos.
Este artigo visa apresentar um mapeamento das dissertações e teses nos Programas de Pós-Graduação em Educação (PPGE) do período de 2007 a 2015 no âmbito da inclusão de estudantes com deficiência no ensino superior, visando colaborar, dando continuidade, com os resultados apresentados no balanço de produções realizado por Bueno (2013) entre 1987 e 2006. Para tal, fez-se uma investigação nas bases de dados da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) e no Banco de Teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Na análise das publicações foram catalogadas as seguintes informações: título, instituição, titulação, ano de defesa, objetivo, metodologia, instrumento de coleta de dados e abordagem metodológica para análise dos dados. Os resultados obtidos apontaram um aumento significativo no número de publicações e uma ampliação dos temas abordados nas dissertações e teses. As pesquisas baseiam-se na abordagem qualitativa, e a maioria caracterizou-se pelo estudo de caso. Em relação à metodologia, prevaleceram as entrevistas na coleta de dados e a análise de conteúdo como instrumento para o tratamento dessas informações.
Apresenta um mapeamento de artigos, dissertações e teses sobre o tema da (in)disciplina escolar. A coleta das produções se deu em duas bases eletrônicas Google acadêmico e o banco de dados on line da Capes, com 105 pesquisas (1998-2016). A análise foi processada pelo programa ALCESTE e SIMI. O primeiro emitiu relatório dividindo o corpus textual em quatro classes, o segundo proporcionou a árvore de similitude tendo a indisciplina como eixo central. Os dados foram interpretados frente à análise de conteúdo (BARDIN, 2011). Os resultados indicaram: a) pluralidade teórico-metodológica; b) dispersão referente ao conceito da (in)disciplina escolar; c) reduzido número de sujeitos investigados; d) aspectos metodológicos insuficientes e alusão a aspectos pedagógicos restritos ao contexto da sala de aula, deixando de perceber fatores mais amplos.
Este estudo tem por objetivo caracterizar os saberes docentes recomendados por pesquisadores da área da Educação Especial como necessários ao professor do ensino regular para promover a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais (NEE). Realizamos uma pesquisa documental de teses e dissertações disponíveis no Banco de Teses da Capes. Os dados coletados foram organizados a partir da Análise de Conteúdo e consistiram de cinco temas: dimensão conceitual, dimensão procedimental, dimensão atitudinal, dimensão contextual e outras características pessoais do professor que favorecem a inclusão de alunos com NEE. Os resultados evidenciaram que os saberes mais frequentemente indicados como necessários para a atuação pedagógica em classes inclusivas contribuem para o processo educacional de todos os alunos, sejam eles com ou sem NEE.
Visando contribuir para uma melhor compreensão das tendências e dos desafios postos às pesquisas em Educação, especialmente no que se refere à temática Formação Continuada, analisamos nesse artigo as contribuições derivadas das teses e dissertações defendidas entre os anos de 2000 e 2010 no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de São Carlos. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica a partir da consulta aos trabalhos relacionados a essa temática disponíveis na Biblioteca Comunitária dessa mesma Universidade. A análise dos trabalhos foi realizada à luz de estudos que discutem sobre a formação de professores e, mas especificamente, sobre processos de formação continuada. Neste trabalho analisamos os temas, questões de pesquisa, objetivos, principais conceitos e referenciais teórico-metodológicos, procedimentos metodológicos, participantes, instrumentos de coleta e de análise dos dados e os principais resultados e conclusões de cada estudo selecionado. A partir dessa análise, observamos que tanto as pesquisas que analisam políticas ou programas de formação continuada quanto àquelas que têm por objetivo elaborar, desenvolver e avaliar programas de formação se preocupam em investigar as contribuições que os programas de formação continuada, desenvolvidos pelo Estado ou pelas Universidades para ou com os profissionais da educação nas modalidades presencial ou a distância, tem trazido para a prática profissional e para os processos de aprendizagem e desenvolvimento profissional de educadores, especialmente aos professores da educação básica.
Com o objetivo de perceber o que acadêmicos de um curso de pedagogia a distância dizem sobre as propostas de leitura e escrita feitas por seus professores, foi desenvolvida a presente pesquisa, de viés qualitativo. Os dados foram obtidos por meio de questionário e entrevista com estudantes iniciantes e concluintes, em um total de vinte e cinco participantes, e foram analisados de acordo com o que preconiza a Análise de Conteúdo. A perspectiva adotada é a dos Novos Estudos dos Letramentos. Os resultados indicaram lacunas entre o que os professores propõem e aquilo que os estudantes compreendem que deve ser feito, caracterizando-se a prática institucional como envolta em certo mistério. Os principais autores que fornecem subsídios teóricos são Franco (2005), Fiad (2017), Street (2014), Kleiman (2009) e Fischer (2014).
O objetivo do presente artigo é discutir a inserção de acadêmicas do curso de Letras em práticas sociais de letramento acadêmico, por meio de leituras e produções escritas no âmbito do Programa de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), a partir de sua participação no Subprojeto de Letras-Português da Universidade Regional de Blumenau (FURB). A concepção teórico-metodológica tem por base os estudos dos letramentos acadêmicos, com ênfase em práticas socioculturais situadas, das quais se analisam relatórios mensais e diários de campo elaborados pelas acadêmicas ao longo de dois anos de inserção no PIBID. Os dados se organizam em torno de quatro dimensões: (i) práticas leitoras de conteúdo científico e pedagógico; (ii) escolhas pedagógicas; (iii) práticas de escrita e oralidade de gêneros discursivos da esfera acadêmica; (iv) interação com outros acadêmicos em eventos científicos. Os resultados da análise da inserção das licenciandas/pibidianas em práticas de letramento acadêmico sinalizam como elas vão constituindo sua nova identidade – a docente, ao lado da identidade de membros efetivos em Discursos acadêmicos. Essas diferentes formas de inserção em práticas sociais de letramento acadêmico marcam fronteiras entre o ser estudante, no ensino superior, e o ser professor na educação básica.
A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem que compromete as áreas da leitura, escrita e soletração. Essa pesquisa teve por objetivo analisar a percepção e o conhecimento sobre aspectos relacionados à dislexia em acadêmicos de Psicologia de uma faculdade do Norte de Santa Catarina. Participaram 55 acadêmicos de Psicologia. Foi aplicado um questionário semiestruturado e gerados os testes Qui Quadrado e t de Student e medidas descritivas. As respostas às perguntas abertas foram categorizadas por semelhança semântica. Os resultados mostraram diferença significativa na percepção entre os semestres referente à capacidade de identificar e diagnosticar uma pessoa com dislexia, porém, não houve diferença no conhecimento sobre o transtorno. Conclui-se pela importância de discutir o tema com mais ênfase no curso de Psicologia.
Este estudo tem como objetivo compreender a representacao social de academicos do curso de Educacao Fisica da FURB sobre corpo. Com base em Moscovici (1978, 2003), analisa teorica e criticamente o modo de construcao do conhecimento consensual acerca de corpo no espaco de formacao profissional a partir dos processos de ancoragem e objetivacao. Parte da perspectiva que saberes socialmente construidos sobre corpo influenciam as praticas escolares e estao presentes na formacao do profissional de educacao fisica. A pesquisa empirica foi desenvolvida com 78 academicos, tendo como instrumentos de investigacao o questionario e a entrevista grupal. As categorias levantadas na analise – corpo dualista, corpo maquina, corpo saudavel e corpo vitrine – traduzem potencialidades condicionantes no processo de formacao da representacao. O valor socialmente atribuido a estetica corporal atua como vetor na construcao de corpo saudavel e produtivo. Na representacao social do grupo, a beleza aparente apresenta-se como sinonimo de saude, reforcando a relevância atribuida a autoestima e ao cuidado com o olhar do outro sobre si , ambos objetivados pela materialidade do corpo fisico.
Próximamente será publicada por primera vez al idioma español 1 una obra fundamental de Pierre Bourdieu que nos aporta su perspectiva sobre el estudio de lo que él mismo dio a llamar el campo académico o científico 2 . Más específicamente el autor nos lleva una vez más a su preocupación presente en sus obras centrales: el problema de la violencia simbólica 3 , o dicho de otra manera: comprender, y por qué no combatir, los mecanismos de dominación simbólica. Para esto Bourdieu ha dedicado gran parte de su tarea investigativa y de reflexión teórica al estudio de la clase dominante, a indagar cómo domina y a dilucidar en distintos campos la singular relación entre el capital cultural 4 y otros tipos de capital como ser el económico, el social, el político y el simbólico, los que se hayan distribuidos desigualmente en nuestras sociedades. En suma, a estudiar la relación problemática entre instituciones escolares, cultura y sociedad. En esta línea el autor produjo investigaciones que impactaron sobre el modo en que se aborda dicha relación en el escenario teórico de las ciencias sociales. Citemos solamente algunas: Los Herederos (1964) La Reproducción (1970), La Distinción (1984), La noblesse d'Etat, Grandes écoles et esprit de corps (1989) 5 , y la que nos ocupa en esta reseña publicado en 1984. 1 La editorial Siglo XXI Argentina anuncia su publicación al español para mayo de 2008. 2 "El campo científico como sistema de relaciones objetivas entre posiciones es el lugar de una lucha de competencia, que tiene por apuesta específica el monopolio de la autoridad científica (…) definida como capacidad técnica y como poder social (…) entendida en el sentido de capacidad de hablar y de actuar legítimamente en materia de ciencia, que está socialmente reconocida a un agente determinado". Pierre Bourdieu, Intelectuales, política y poder, Ed. Eudeba, Buenos Aires, pag. 76. 3 "La violencia simbólica es esa coerción que se instituye por medio de una adhesión que el dominado no puede evitar otorgar al dominante cuando sólo dispone, para pensarlo y pensarse o, mejor aún, para pensar su relación con él, de instrumentos de conocimiento que comparte con él y que, al no ser más que una forma incorporada de la estructura de la relación de dominación, hacen que ésta se presente como natural". Pierre Bourdieu, Meditaciones pascalianas, Ed. Anagrama, Barcelona, 1999, pag. 224 4 Bourdieu distingue tres formas de capital cultural: el capital heredado (transmitido en la socialización primaria y familiar), el capital cultural instituido (los títulos escolares) y el capital cultural objetivado (libros y otros recursos físicos asociados). 5 Las fechas corresponden al año de aparición de la obra en francés.