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Este estudo parte das considerações sobre layout de Kress (2003, 2010) e Gualberto e Kress (2019); e, sobretudo, da observação e questionamento realizados por Bezemer e Kress (2016a), relativos à intensificação do uso de recursos de moldura e saliência do modo semiótico imagético no tratamento dado ao texto verbal nos layouts contemporâneos. Neles,...
Citations
... O layout é uma noção apenas superficialmente tratada na obra de Kress ou Kress e Van Leeuwen. Diante dessa percepção, Paiva (2021) enfrentou a questão, sem respostas definitivas. Outros trabalhos também abordam esse objeto da perspectiva dos estudos multimodalistas, como o de Peled-Elhanan (2009), que trata do layout de livros didáticos israelenses. ...
O objetivo deste artigo é discutir elementos do design de um texto composto por seis peças publicadas pela TAG Livros no Instagram, por ocasião do Dia Internacional Contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia, em 17 de maio de 2022. Embora a questão política e humanitária abordada seja de enorme relevância, deteremo-nos nos elementos que compõem as peças, produzindo um exercício de leitura de seus processos de produção e consumo, à luz da multimodalidade. As peças foram selecionadas diretamente do perfil da TAG Livros, baixadas e organizadas para análise. Os resultados desta incursão teórica pelas peças, em especial informada pelos livros Multimodal discourse e Reading images, de Kress e Van Leeuwen (2001; 2006), favorecem indagações e reflexões sobre nossa concepção de texto e design. O escopo e o alcance dos estudos linguísticos e mesmo da formação de linguistas também está em pauta, diante de objetos tão complexos e, ao mesmo tempo, socialmente presentes. Algumas categorias da abordagem são postas em debate, a partir da materialidade das peças. Nas considerações finais, deixamos novas perguntas quanto a composições semelhantes à que focalizamos aqui, além de propor um exercício constante de ampliação de horizontes aos linguistas e aos professores de leitura e produção de textos.
Este artigo reflete sobre uma experiência pedagógica de produção de textos com estudantes da disciplina de Português e Literatura de uma escola pública brasileira. Sob a perspectiva da Semiótica Social Multimodal, a agência dos alunos na produção de designs de significados multimodais em remixes de memes foi o objeto de reflexão. A metodologia consistiu na análise de oito memes produzidos pelos estudantes a partir dos conceitos desenvolvidos na fundamentação teórica do artigo: cultura do remix, design, redesign, remixabilidade e transformação. Os resultados das análises dos memes sinalizam um redesign dos alunos sobre suas leituras do Modernismo de 1ª fase, indicando a compreensão das práticas e discursos em que os textos estão inseridos e a produção de signos de aprendizagem. ABSTRACT This article reflects on the writing in a pedagogical experience with Language and Literature students at a Brazilian public school. From the perspective of the Multimodal Social Semiotics, the students' agency in the design production of multimodal meanings in meme remixes is the object of reflection. The methodology consisted of the analysis of eight memes made by the students based on the concepts incorporated in the theoretical perspective of the article: remix, design, redesign, remixability and transformation. The results of the analysis of the memes indicate a redesign of the students regarding their readings of the 1st phase of Modernism in Brazil, showing the understanding of the practices and discourses in which the texts are inserted and the production of signs of learning. RESUMEN Este artículo reflexiona sobre una experiencia pedagógica de producción de textos con estudiantes de Portugués y Literatura de una escuela pública brasileña. Desde la perspectiva de la Semiótica Social Multimodal, la agencia de los estudiantes en el design de producción de significados multimodales en remix de memes fue objeto de reflexión. La metodología consistió en analizar ocho memes producidos por los estudiantes a partir de los conceptos desarrollados en la fundamentación teórica del artículo: cultura del remix, design, redesign, remixabilidad y transformación. Los resultados del análisis de los memes indican un redesign de los estudiantes con respecto a sus lecturas del Modernismo de 1ª fase, indicando la comprensión de las prácticas y discursos en los que se insertan los textos y la producción de signos de aprendizaje.
Resumo O objetivo deste artigo é analisar as transformações e permanências de elementos que ocorrem nos layouts de memes na internet. Partimos da Semiótica Social Multimodal (Kress, 2010), que discute os conceitos de layout e grid, atrelados aos estudos da Comunicação e o conceito de remix (Manovich, 2005; Navas, 2009) e à visão da Linguística Textual sobre memes (Cavalcante; Oliveira, 2019; Lima Neto, 2020). Metodologicamente selecionamos dois memes, cada qual de um tipo diferente de grid e os analisamos com base na categoria de grid e nos processos de transformação pelos quais eles passam. Os resultados apontam que a repetição dos grids e de elementos dos layouts dos memes remixados sugere conservadorismo na produção desses textos, mas, ao mesmo tempo, são práticas valorizadas que consolidam a cultura do remix do copiar/colar para gerar engajamento em redes sociais digitais, apesar de o agenciamento dos produtores remix ser limitado pelo agenciamento de controle e reprodução das empresas de redes sociais.
Não é de hoje que a desinformação assola o mundo. Há uma série de relatos de fake news desde a Antiguidade Clássica (MARQUÉS, 2019), passando por todos os momentos da história da humanidade e chegando ao ápice nos últimos anos, sobretudo com o desenvolvimento de tecnologias digitais e sites de redes sociais. Pode-se dizer que as fake news mudaram o curso da história da humanidade, e não foi diferente no Brasil: os golpes militares de 1889, 1937 e 1964, por exemplo, foram frutos da desinformação. Neste trabalho, nosso objetivo é o de sugerir critérios objetivos que permitam a didatização da checagem de textos multissemióticos fundados na desinformação, ou o que mais popularmente conhecemos como fake news (FN), considerando a acepção da cidadania digital envolta no compartilhamento consciente e crítico de informações. Para isso, amparamo-nos nos estudos de Wardle e Derakshan (2017), que versam sobre o Quadro da Desordem da Desinformação; em Seserig e Máximo (2017) e Tobias (2018), que apontam elementos caracterizadores da desinformação; em Kress (2010), Paiva (2021) e Ribeiro (2021), para a discussão sobre textos multissemióticos, e em Nascimento (2020) e Nascimento; Lima-Neto (2021), sobre procedimentos de checagem de fatos. Metodologicamente selecionamos duas FN, uma com temática política e outra sanitária, que circularam em meio digital e já foram desmistificadas por agências de checagem. Os resultados apontam que há dois grupos de critérios mais amplos que auxiliam na identificação: os de expressão, mais imediatos; e os de conteúdo, menos imediatos, com exigência de confirmação de evidências. Ambos os grupos parecem dar conta de identificar FN em diferentes estruturas e temáticas.
O que falta para que todas as aulas de linguagem sejam verdadeiras atividades linguageiras, de letramento e interessantes para os estudantes? Falta vontade do professor? Não, não é essa a causa, pois percebemos mudanças e interesse do professor em diversificar suas aulas. Por exemplo, Dias-Trindade et al (2020) realizaram um interessante confronto de informações de estudantes brasileiros que participaram do PISA (2018). Desses estudantes, 51% responderam que seus professores utilizaram recursos digitais nas aulas. Esse dado foi corroborado pela mesma porcentagem de professores brasileiros, exatamente 51%, que disseram à pesquisa de Dias-Trindade et al (2020) já terem desenvolvido atividades em ambientes digitais com seus alunos.
Este artigo apresenta uma proposta de matriz de práticas de letramento para a produção de infográfico por meio da ferramenta on-line e gratuita de editoração gráfica Canva. Com base em Paiva (2009, 2013), analisou-se o infográfico como um gênero de texto visual informativo muito utilizado em visualização de informações em mídia impressa e digital, por isso considera-se ser proveitoso seu ensino e aprendizagem com estudantes da educação básica. Para analisar o seu layout, partiu-se da abordagem da multimodalidade de Kress e van Leeuwen (2006) e dos estudos de layout na perspectiva semiótica social multimodal de Kress (2010) e Paiva (2021). Depois, foram apresentadas e discutidas três pesquisas relevantes para a produção do infográfico na escola, quais sejam Ribeiro (2016), Rodrigues (2018) e Gomes (2019). Em seguida, com base em Dias e Novais (2009), desenvolveu-se a proposta de matriz, para organizar o ensino e a aprendizagem da produção de infográficos no Canva. Ainda que não seja uma metodologia de ensino, acredita-se que a matriz possa auxiliar o professor e a professora no seu trabalho de ensino e de aprendizagem de produção de infográficos, porque os estudantes podem desenvolver projetos de visualização de informação utilizando o Canva, inclusive em seus próprios smartphones.